EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE AUDITORIA EM ANGOLA

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Luanda- Angola

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE AUDITORIA EM ANGOLA

I-A AUDITORIA

Neste capítulo são apresentados os tipos de auditoria, apresentam-se vários conceitos de auditoria.

Em sociedades democráticas, as organizações produzem e divulgam informações tendo como base a transparência.As organizações procuram a auditoria para certificar as suas informações necessárias para sustentar as decisões tomadas pelos utentes destas informações, transmitindo-lhes confiança.A auditoria tornou-se peça imprescindível na gestão das organizações, sendo utilizada no processo de controlo de produção e das actividades, para assegurar que as acções das organizações são conduzidas dentro das normas geralmente aceites.As empresas procuram anunciar a todos os seus colaboradores e parceiros o conceito e o papel da auditoria, na perspectiva de conhecer-se a imagem que a mesma transporta para o exterior das mesmas. Dentro das empresas, encontramos áreas que lidam com valores, ética, aprovação e transparência, para o cumprimento de normas, aspectos fiscais, financeiros e laborais.Trata-se da existência nas empresas das Auditorias interna, operacional e de gestão, que surgem como uma preocupação para organização e controlo das actividades.

A par destas, existem outras classes de auditoria, nomeadamente:- A auditoria externa ou financeira;- A auditoria previsional ou prospectiva;- A auditoria estratégica;- A auditoria informática;- A auditoria social;- A auditoria fiscal.

A Auditoria de gestão e outras demais auditorias fazem uso de técnicas de acompanhamento e controlo que têm como objectivo minimizar as falhas e evitar problemas que coloquem em risco a imagem das empresas diante das entidades que nelas possuem interesses.Dum modo geral, pode concluir-se que a procura de transparência e credibilidade para informações produzidas pelas organizações aliada a globalização das economias, estão na base do surgimento e crescimento da auditoria.

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I-1-DEFINIÇÃO DE AUDITORIA

Não existe conceito taxativo e consensual da auditoria. Ela é um termo usado para designar missões de controlo em áreas da actividade económica na perspectiva de ajudar na obtenção de dados para à tomada de decisões, planificação e controlo. Este conceito explica a razão dela ser usada em várias áreas da actividade económica com ênfase para a empresarial.

O crescimento de empresas multinacionais exige que as organizações produzam mais informações financeiras para todos que nelas têm interesses avaliadas por entidades independentes.

A auditoria constitui tecnologia contábeis que tem por objectivo a verificação ou revisão de registos, demonstrações e procedimentos adoptados para a escrituração, visando avaliar a adequação e a veracidade das situações memorizadas e expostas.

Segundo Edward Stamp e Maurice Moonitz “a auditoria externa é um exame independente, objectivo e competente de um conjunto de demonstrações financeiras de uma entidade, juntamente com toda a prova de suporte necessária, sendo conduzida com a intenção de exprimir uma opinião informada e fidedigna, através de um relatório escrito, sobre se as demonstrações financeiras apresentam apropriadamente a posição financeira e o progresso da entidade, de acordo com as normas de contabilidade geralmente aceites. O objectivo da opinião do perito independente, a qual deve ser expressa em termos positivos ou negativos, é emprestar credibilidade às demonstrações financeiras (cuja responsabilidade pela preparação depende do órgão de gestão) ”.

Este conceito é o mais completo pois apresenta as partes que envolvem a realização do trabalho de auditoria e a razão pela qual a mesma é levada a cabo, ou seja a emissão de uma opinião sobre se as demonstrações financeiras apresentam ou não a posição financeira das entidades de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites.

O conceito comporta duas partes essenciais, nomeadamente:

A primeira parte considera a auditoria como «exame». Ela é uma análise, um julgamento realizado de forma objectiva pelo auditor no uso de sua experiência e conhecimentos sobre as demonstrações financeiras e no fim «exprime a sua opinião».

Como se pode observar, a expressão da opinião, constitui a segunda parte do conceito acima

referenciado como o mais completo.

A opinião que a mesma emite, é reflectida no «relatório de auditora», onde ele dá a sua opinião se as demonstrações financeiras das entidades apresentam de forma razoável e apropriada em todos aspectos materialmente relevantes a posição financeira das mesmas.

O American Accounting Association (AAA), publicou em 1973 o Statement of Basic Auditing Concepts que define a “auditoria como processo sistemático de obter e avaliar objectivamente a evidência no que toca a asserções sobre acções e acontecimentos económicos de forma a comprovar o grau de correspondência entre aquelas asserções e os critérios estabelecidos e comunicar os resultados aos utilizadores interessados.

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Regista-se grande demanda de informações pelos utilizadores das informações financeiras emitidas pelas organizações: os investidores, sócios, trabalhadores, e outros utentes, são grupos que estão interessados pela saúde financeira das entidades onde possuem ou pretendem possuir interesses.Os conceitos anteriormente apresentados referem-se a auditoria externa, exercida por entidades independentes. Existem outras auditorias, que a par da externa, visam um melhor controlo das actividades. As mesmas são:

A auditoria interna: a actividade independente que se destina a melhorar as operações das organizações. Depende da gestão das organizações, ao contrário da externa que é completamente independente. A auditoria externa em muitos casos faz uso dos trabalhos desta no sentido de identificar as áreas das empresas onde deve concentrar maior atenção;

- A auditoria operacional: resulta da expansão das funções da auditoria interna, abrangendo aspectos relacionados com as diversas áreas operacionais das empresas, também conhecida como auditoria das operações empresariais;- A auditoria de gestão. É a extensão da auditoria operacional tendo como objectivo verificar a forma como são geridos os recursos colocados a disposição dos gestores;

- A auditoria previsional ou prospectiva: surge com a “necessidade das empresas proporcionarem aos seus investidores informações adequadas sobre as perspectivas de evolução da sua situação financeira e dos resultados”20. Tem como objectivo emitir opinião sobre a razoabilidade e a credibilidade da informação que é elaborada de forma previsional;

- A auditoria estratégica: constitui resposta ao facto das empresas adoptarem estratégias ao procederem o diagnóstico dos seus negócios, evidencia as estratégias seguidas e avalia as mudanças que as novas estratégias produziram dentro das empresas;

-A auditoria informática: verifica os controlos existentes no processamento das operações das organizações através de computadores e a implementação dos mesmos, avaliando a eficácia destes controlos;

-A auditoria social: evidencia a responsabilidade social das empresas face ao meio em que operam. É também conhecida como “balanço social”.

- A auditoria fiscal: “Decorre da importância cada vez maior da fiscalidade na gestão

financeira das empresas bem como razões históricas porque durante muito tempo a

contabilidade foi utilizada para fins fiscais e adaptou os seus procedimentos a essas

normas”24. Ganhou o seu estatuto próprio, tornando-se num ramo a ter em conta no controlo e gestão da actividade empresarial.

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II-A AUDITORIA ANTES DA OCUPAÇÃO COLONIAL (ATÉ 1482)

II-1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Antes da ocupação colonial Angola era dividida em tribos reinos, cada tribo dividida em clãs e sobre tudo um povo livre.

A fase pré-colonial é caracterizada por uma estrutura política tradicional, de mera reprodução

das condições de subsistência.

Os primeiros povos que habitaram Angola teriam sido os Khoisan, e provavelmente, também

os pigmeus ao norte que, impelidos pelas migrações bantus, teriam se refugiado na floresta

equatorial que coincide hoje com a República do Gabão. Os povos Khoisan compreendem os

subgrupos hotentotes e bosquímanos, os quais existem ainda hoje no sul de Angola e que

constituem no seu conjunto um grupo de caçadores, habitantes de uma estreita faixa costeira

no deserto do Namibe.

Existia muitas variantes no mosaico de sociedades que emergiam na época pré-colonial, entre

os vários reinos que eram formados, apareciam características comuns que constituíam os

laços de unidade das organizações sociais.

Temos como principais reinos, o reino do Congo e Ndongo por serem os primeiros a terem

contato com os portugueses e devido ao papel que ambos ocupam na história do país como

nação.

No antigo reino do Congo tinha-se uma hierarquia onde o rei (Mani) governava com a ajuda de um conselho e estes formavam a aristocracia. O soberano dispunha de um corpo administrativo formado pelos governadores das províncias, funcionários da corte e os sacerdotes encarregados do culto dos antepassados.

Ressalta-se ainda que nos escalões inferiores encontravam-se os chefes de aldeia subordinados à autoridade dos governadores de província. No fim da hierarquia, estavam os camponeses.

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II-2- NÍVEL DE AUDITORIA

Em Angola, não existem factos que permitem precisar o surgimento da auditoria na era pré-colonial.

Não se conhecem dados sobre a auditoria tanto interna como externa.

II-3- ECONOMIA

Antes da ocupação colonial a nossa economia era meramente tradicional, caracterizada por trocas directas entre os grupos e tribos locais.

Os habitantes dos reino utilizavam técnicas agrícolas e artesanatos rudimentares, viviam da exploração da terra, considerada inalienável da comunidade rural. Independentemente do comércio nos mercados agrícolas locais, praticavam-se negócios entre grandes distâncias, onde o rei e a "casta" predominante absorviam o essencial produzido.

Este modo de produção dá-se "na combinação de uma economia patriarcal comunitária e na acção exclusiva de um grupo sobre os negócios entre grandes distâncias.

A economia do Congo era muito farta e se produzia muito, tanto na agricultura como no artesanato. Isso gerava um excedente para a prática do comércio. O comércio funcionava na base de troca do produto excedente por outros produzidos na região.

Mbanza Congo era tida como um autêntico mercado. A cidade era também a grande metrópole comercial e por ela passavam as principais rotas comerciais provenientes da costa e do interior.

As trocas eram feitas nas margens do rio Zaire e na Costa do Oceano Atlântico. Existiam barcos à vela que transportavam os negociantes em grande número. Alguns negociantes faziam comércio com outros comerciantes das regiões vizinhas. Com essas técnicas nasceu um comércio regional e a moeda (nzimbu) que circulava nas rotas comerciais de toda a fronteira meridional ao Atlântico. Os nzimbu eram conchas do mar apanhadas na Ilha de Luanda, onde o proprietário era o rei do Congo. Depois, escolhidas e separadas de acordo com o seu tamanho e cada uma delas tinha um valor.

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Para os Ngolas, a agricultura era a principal atividade economica. Estima-se que os

ndongos tenham sido os primeiros no cultivo de arroz, em Angola. A propriedade

comunitária eram mais forte no Ndongo, comparada ao reino do Congo.

A organização social era muito semelhante a do reino do Congo, com ligeira diferença na genealogia que mereceu a estima geral, permitindo aos sobas do Ndongo proclamarem o Ngola, como no caso de Ngola Mussuri (rei serralheiro). Este foi introduzido na arte da metalurgia deixada pelo seu ancestral, tornando-se um artesão excepcionalmente dotado no fabrico de utensílios de produção, de caça e de guerra, apreciados pelos elementos do reino do Ndongo e cobiçados pelos reinos vizinhos.

A quase totalidade das sociedades tradicionais angolanas se encontrava no estado da comunidade primitiva. A agricultura, a criação de gado e a pesca, constituíam a forma principal de organização social e a troca era a característica principal das relações de produção desses povos.

II-4- EVENTOS NOTÁVEIS

Antes da ocupação colonial não se conhecem eventos notáveis, mas isto teve fim com a chegada dos portugueses em Angola.

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III-A AUDITORIA DURANTE A OCUPAÇÃO COLONIAL (1482-1975)

Durante a ocupação colonial houve três subdivisões que foram as seguintes:

A)-1482-1885

A-1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Durante a ocupação colonial, Angola era caracterizada pelo esclavagismo ou escravatura.

De todos os reis que presidiram no reino do Ndongo o mais expressivo foi o da Rainha

Nzinga Mbandi pela árdua batalha travada com os colonizadores portugueses.

Com o emergir da presença lusitana, no fim do século XV, modifica-se profundamente a natureza desta formação social. Os negociantes portugueses estabelecidos desde 1485 na Ilha de S. Tomé, receberam o privilégio de comercializar em toda a costa africana, desde o Golfo da Guiné até ao reino do Congo, iniciando assim, o comércio da "mão-de-obra viva", escravatura.

As relações sociais e políticas preexistentes obrigaram os portugueses a se inserir no sistema vigente e manipular os interesses locais visando a seus próprios interesses.

A-2- NÍVEL DE AUDITORIA

A-3- ECONOMIA

A-4- EVENTOS NOTÁVEIS

B)- 1885-1950

B-1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

B-2- NÍVEL DE AUDITORIA

B-3- ECONOMIA

B-4- EVENTOS NOTÁVEIS

C)-1950-1975

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C-1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Neste período podemos observar a emancipação do povo e constantes revoltas contra o domínio português.

C-2- NÍVEL DE AUDITORIA

A abordagem deste tema está intrinsecamente ligada ao surgimento da auditoria em Portugal, onde com o “aperfeiçoamento do regime de fiscalização das sociedades anónimas”28 em 1969, a auditoria teve o seu aparecimento.

Este regime teve como objectivo satisfazer as necessidades financeiras destas sociedades, permitindo-lhes subscrever publicamente os seus capitais.

Portugal decidiu colonizar efectivamente Angola por volta de 1849, mas é no princípio do século XX que começou a verdadeira obra da colonização do país, impulsionado pelos Governadores Paiva Couceiro, General José Rebelo Mendes Norton de Matos, Vicente Ferreira e Filomeno da Câmara29, tendo resultado na construção de estradas, pontes, caminhos-de-ferro e indústrias.

Com estes empreendimentos, o estado português sentiu a necessidade de fiscalizar as actividades das empresas instaladas em Angola.

A profissão de auditoria foi regulamentada pela primeira vez em 1972 e tal como na

Inglaterra onde graças a revolução industrial teve seu surgimento como é conhecida hoje, em Angola, o surgimento da mesma embora de forma rudimentar, deveu-se a crescente produção impulsionada pela colonização efectiva.

A auditoria que conhecemos hoje,surgiu em meados do século XIX, como consequência da revolução industrial, que teve lugar no século XVIII na Inglaterra.

C-3- ECONOMIA

C-4- EVENTOS NOTÁVEIS

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Neste período podemos destacar os seguintes momentos:

1961-Inicio da luta armada pela independência

Desde a chegada dos portugueses em Angola em 1482, pela foz do rio Zaire, Diogo Cão, então comandante da frota marítima que atracou em Angola pactuou com os reis locais e se fixaram definitivamente no território.

Durante o tempo de permanência em Angola, os portugueses sempre tiveram de se confrontar com a rebeldia ou com a insubmissão de grupos de naturais. Estes confrontos assumiram maior significado a partir do século XIX, quando Portugal se lançou na ocupação do interior e começou, de fato, o período da dominação colonial.

A história da libertação de Angola da metrópole tem raízes mais profundas do que aquelas que são manifestadas na sua fase contemporânea: a da luta armada, que conduziu à conquista da independência. Ela aparece em suas diversas formas de resistência, como a produção literária de protesto e denúncia escrita por intelectuais autóctones, diversos movimentos, etc.

Estas lutas não podiam ainda, então, ser classificadas como lutas de libertação nacional, com o conceito que hoje lhe atribuímos. Para tal faltava-lhe a definição de objetivos e o caráter sistemático que uma luta de libertação sempre assume. As confrontações tinham, por vezes, na sua gênese, manifestações de um sentido nacionalista, pela oposição ao invasor estrangeiro, mas outras vezes enquadravam-se em disputas tribais, como os portugueses aliados a uma das partes, ou ainda em meras manifestações de resistências às medidas coercivas de implantação do sistema colonial, como o recrutamento de escravos, a transferência de mão-de-obra, a usurpação de terras, a cobrança de impostos. Outras vezes resultavam mesmo de influências de outras potências coloniais com intuitos expansionistas. Foi só no século XX que Angola, como aliás a generalidade chamada África Negra, despertou para a independência e deu início ao seu processo de descolonização.

1975- INDEPENDÊNÇIA NACIONAL

Em 1951, Angola foi constituída em província de Portugal, porque toda a sua autonomia era centralizada em Portugal. Cinco anos mais tarde, António Agostinho Neto funda o MPLA (Movimento Para a Libertação de Angola).

Duas idéias-chave, contidas no manifesto de 1956, a luta revolucionária e a unidade nacional, iriam ser os guias de todas as ações futuras do MPLA. Desde o final de 1956, o MPLA se consagra a um intenso trabalho de propagação das idéias contidas

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no manifesto, de mobilização do povo e de organização clandestina nas cidades e no campo. Assim, em 1959, o colonialismo português reagiu alarmado diante das atividades dos militantes do MPLA. Nessa altura, cresce em Luanda a repressão e mais de uma centena de patriotas, entre os quais alguns dirigentes do MPLA, são presos, julgados e, depois, deportados para as Ilhas do Cabo Verde, o holocausto dos africanos. Com as prisões de 1959 e o julgamento público dos militantes angolanos em 1960, o MPLA ganhava a sua primeira batalha política: o reconhecimento implícito de sua existência pelo colonialismo português. Isto quer dizer que, até aquele momento, o colonialismo português fazia crer que não existia nenhuma reinvidicação nacionalista da parte das massas angolanas. Os processos de 1960, a propósito, provaram o contrário.

Paralelamente ao desenvolvimento da luta anticolonial conduzida pelo MPLA, outro movimento nacional formou a FNLA (Frente Nacional pela Libertação de Angola), pró-ocidente e sobretudo identificado etnicamente com a população bacongo do norte e a sua diáspora na república do Zaire, em março de 1961. É de ressaltar que este movimento foi fundado por Roberto Holden a partir da fusão da UPA (União dos Povos de Angola) e da PDA (Partido Democrático Angolano). É esta luta armada que deverá, diga-se de passagem, se localizar durante os anos seguintes nessa região e se constituirá também como um inimigo do MPLA, apesar de todas as tentativas desse movimento e de vários países africanos, assim como da organização da Unidade Africana, para se constituir uma frente unida. Em 1966, alguns dissidentes da Frente Nacional pela Libertação de Angola (FNLA), encabeçados por Jonas Malheiro Savimbi, originário do sul de Angola - que havia permanecido na FNLA encarregado das relações exteriores dessa frente, e que havia mantido contato com o MPLA - cria seu próprio partido, a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola).

Estes três movimentos lutaram com garra contra o exército português até o golpe de estado em Portugal em 25 de abril de 1974. Assim, abre-se o processo de independência de Angola. O novo governo português se sente pressionado e vê a necessidade de conceder a independência ao povo angolano. Neste ano, a imprensa internacional denuncia a aliança da UNITA com as tropas colonialistas para obstruir o avanço do MPLA na província de Moxico, a leste de Angola

Assim sendo em 11 de novembro de 1975 foi proclamada a independência de Angola. Esse dia, o MPLA, que controlava Luanda, proclamou a República Popular de Angola, e a UNITA, a República Democrática de Angola. Isto conduziu inevitavelmente a uma guerra civil, saldada a favor do MPLA em fevereiro de 1976, graças a participação de uns 10.000 soldados cubanos (125.000) e a UNITA que prosseguia sua luta para derrotar o regime marxista-leninista instalado com um claro apoio da África do Sul.

III-A AUDITORIA DEPOIS DA OCUPAÇÃO COLONIAL (1975- AOS NOSSOS DIAS)

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Depois da ocupação colonial houve duas subdivisões que são:

A)-1975-1990

A-1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Depois da ocupação colonial o estado optou pelo controlo directo do Estado.

A-2- NÍVEL DE AUDITORIA

Após a independência, o país adoptou o regime político de economia socialista e a auditoria existente dava mais ênfase à verificação da eficácia das medidas de controlo interno traçadas pelo estado.

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A-3- ECONOMIA

A-4- EVENTOS NOTÁVEIS

Em 1992 Angola registou as suas primeiras eleições multipartidárias.

As primeiras tentativas para um acordo de paz em Angola iniciaram em Março de 1990 quando o Presidente dos Santos, trás a entrega de uma proposta de paz ao secretário de Estado Norte-americano, "Backer" de intenções multipartidárias e reformas económicas no país, encontra-se com Jonas Malheiro Savimbi aos 31 de Maio de 1991. Antes houveram várias rondas de negociações nas que cada parte, a UNITA e o Governo chegaram a consensos sobre o cessar ao fogo, as características do sistema político futuro, a data das eleições, fixadas finalmente para Setembro de 1992. A assinatura dos acordos tem lugar no Estoril- Bicesse na data antes expressa e tinham como objectivo a normalização da vida angolana .

O acordo estabeleceu a realização de eleições multipartidárias, em 29 a 30 de Setembro de 1992 que foram ganhas pelo candidato José Eduardo dos Santos.

B)-1990 ATÉ HOJE

B-1-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Depois da ocupação colonial o estado optou pelo controlo indirecto do Estado.

B-2- NÍVEL DE AUDITORIA

Neste período podemos observar o surgimento da auditoria, ou auditoria externa surgida em meados do século XIX na Inglaterra, como consequência da revolução industrial, que teve lugar no século XVIII .

As transformações dos sistemas sociais operadas no decurso do século XX, em virtude dos quais o Estado passou a assumir novas funções, inclusive, produtivas no sentido de satisfazer as necessidades colectivas, provocou um elevado aumento das despesas públicas e consequentemente o endividamento público sem, contudo, implicar um aumento da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos.

O país abriu-se ao investimento estrangeiro, permitindo que empresas oriundas do mundo todo, conhecedoras das potencialidades existentes, passassem a operar em vários segmentos de negócio com maior incidência no dos petróleos.

Como consequência do regime económico anteriormente adoptado e da crise que assolava o país, o estado viu-se obrigado a recorrer a endividamentos do Banco Mundial e do FMI.31

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Este último passou a exigir que as contas de institutos e empresas públicas fossem auditadas pelos seus especialistas como garantia de que os fundos alocados ao estado angolano estavam a ser usados correctamente.

É assim que empresas como a Sonangol e o Banco Nacional de Angola, a partir do ano de 1991, começam a ser objectos de auditorias de firmas internacionais como Price Waterhouse & Coopers e a Ernest & Young.

Estas firmas chegavam ao país vindo do exterior do continente africano. Com a abertura que do país ao investimento externo, muitas empresas estrangeiras com filiais ou sucursais em no país passaram a enviar informações nas suas sedes para a elaboração de balanços consolidados.

As firmas de auditoria para validarem os saldos constantes nestes balanços, viram-se obrigadas a deslocar equipas de auditoria para o país no sentido de certificarem-nos.

É assim que as principais firmas de auditoria instalaram-se no país, como resposta ao volume de solicitações que vinham obtendo por parte das holdings de empresas que operavam em Angola.

Com o alcance da paz efectiva em 2002 e da estabilidade económica, o país passou a registar taxas de crescimento económico na ordem de dois dígitos. Em 2007, a taxa de crescimento do PIB foi de 24,4%33, facto que se justifica pelo crescente número de empresas que operam no país nos segmentos de extracção e da construção civil e obras públicas.

O crescimento vibrante da economia impulsionou a evolução da actividade, pois aumentou a solicitação dos préstimos das firmas de auditoria.

Estas solicitações tornaram-se frequente em algumas empresas e organismos públicos embora diga-se de forma tímida. Na maioria dos casos a auditoria é contratada por entidades estrangeiras afins com interesses nas mesmas (em projectos de impacto socioeconómico).

Com a criação da bolsa de valores em 200634, como resultado do crescimento económico e perspectiva de aprimoramento do sector financeiro, várias empresas têm se instalando no mercado nacional, aproveitando as oportunidades de negócios que o país possui.

A Lei de Valores Mobiliários35 estabelece que as empresas cotadas na bolsa devem ter as contas auditadas. Deste modo, as empresas que perspectivam num futuro breve estarem cotadas na bolsa, têm procurado com mais frequência estes serviços.

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Como consequência das situações acima referidas, todas as grandes firmas de auditoria externa já operam no país, destacando-se as seguintes:

- KPMG Angola, auditores e consultores, S.A;

- Price Waterhouse & Coopers (Angola), Lda;

- Ernst & Young Angola, Lda;

- Delloite Angola;

- BDO – Auditangol Auditoria, Impostos e Consultoria, Lda;

- Siaron;

-Dicparol;

-Auren Angola – Auditores, Acessores e Consultores;

-Planiconta, Lda;

-Audiconta, Auditores e Consultores, Lda;

- Gaconta, e muitas outras.

Dentre estas destacam-se as BIG FOUR:

1- Price Waterhouse coopers & Artur Anderson:2- Ernest Young;3- Delloite Touche Tohmatsu;e4- KPMG.

As maiores firmas de auditoria externa procurando estar preparadas para a nova situação económica do país, continuam reforçando as suas equipas de auditoria contratando mais colaboradores.

B-3- ECONOMIA

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B-4- EVENTOS NOTÁVEIS

De 2008 á 2009, Angola realizou as suas primeiras eleições legislativas e presidenciais em 16 anos. As eleições representaram um ponto fulcral na história recente de Angola: estas foram as primeiras eleições nacionais realizadas desde o cessar-fogo assinado em 2002, e apenas a segunda volta de eleições já realizadas no país. O sucesso das eleições foi e será crucial para o futuro económico e social de Angola.

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IV-CONCLUSÃO

Não se pode falar de auditoria em Angola, sem mencionar Portugal, onde o surgimento da actividade ao contrário do que aconteceu na Inglaterra levou mais tempo.

Portugal concentrara todas as atenções no comércio de escravos e nas plantações em

África e nas Américas.

Com a independência do Brasil o estado colonial português voltou-se para Angola e no princípio do século XX construiu infra-estruturas económicas e sociais que mereciam fiscalização.

Esta fase pode ser considerada como embrionária para o surgimento da auditoria em Angola.

Depois de alcançada a independência, o modelo de governação socialista adoptado permitiu o exercício da auditoria interna, consubstanciada em controlo das actividades de empresas e entidades públicas.

O ano de 1991corresponde a mudança, pois a adopção da economia de mercado com as propriedades passadas para os privados, foi fundamental para a certificação das contas.

As exigências efectuadas pelo Banco Mundial ao governo no sentido deste ter as contas auditadas por seus especialistas e firmas internacionais de auditoria e o crescente número de empresas estrangeiras a operarem no país, são factores que impulsionaram a auditoria externa no país.

O quadro actual é de crescimento, pese embora muito há por se fazer para que a actividade atinja níveis alcançados noutros países pois até ao presente momento olha-se para auditoria como solução dos outros segmentos de negócio e não para ela própria.

Há necessidade de se legislar sobre o exercício desta actividade para se solucionar os vários problemas de conflito de interesse que têm ocorrido.

Finalmente, a auditoria externa em Angola é uma realidade que precisa ser mais divulgada para que o empresariado nacional compreenda as vantagens que pode obter dela. Esta situação tende a melhorar com as exigências legais actuais da administração fiscal às empresas para efeitos de tributação; com a entrada em funcionamento de forma efectiva da bolsa de valores, haverá maior compreensão e divulgação do papel da auditoria na gestão das empresas

V-BIBLIOGRAFIA