Exames - sbpc.org.br · A comunicação ativa entre os membros de uma comunidade com propósitos...

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Grupo de instituições brasileiras desenvolve a técnica de microarray com tecnologia nacional. O trabalho já passou por testes de bancada e está em protótipo, que inclui au- tomação. Página 16. A SBPC/ML e seu Congresso Este número do jornal é dedicado ao nosso con- gresso, atualmente em sua 43ª edição. Na re- alidade, não é um congresso que tem 43 anos de existência porque cada evento tem suas par- ticularidades, seu tempo, seus enfoques, seus personagens. Um grande congresso não se faz por si só. Ele é fruto de uma comunidade engajada em ob- jetivos e propósitos comuns, enredada por um sistema de comunicação presente e atuante que mantém vivo os interesses comuns desta comunidade. A comunicação ativa entre os membros de uma comunidade com propósitos comuns deságua em convenções, eventos, reuniões e em gran- des congressos, representatividade maior de um congraçamento, um apogeu da comunica- ção, da troca de experiências e harmonizações de pensamentos. Um ápice. Os meios de comunicação eletrônicos ou im- pressos não têm o objetivo de substituir a re- alização de um congresso. Ele é insubstituível pelo intenso convívio social que proporciona e pela comparação pujante de tecnologias que a cada ano se apresentam na exposição parale- la, em uma saudável disputa do mais moderno, versátil e com ótima relação custo-benefício. O congresso é, também, a oportunidade única para nivelar conhecimentos e desenvolvimen- tos tecnológicos de uma só vez em um intervalo reduzido de tempo. Enfim, o nosso congresso é um momento de atualização técnico-científica e congraçamento da indústria da medicina laboratorial brasileira e de toda a América Latina. Boa leitura! Armando Fonseca - Editor-chefe Microarray com tecnologia nacional Exames: quando chega a hora de mudar A evolução da medicina e do conhe- cimento médico têm levado ao de- senvolvimento de novos métodos diagnósticos e à introdução de novos parâmetros. Mas nem sempre o mé- dico assistente consegue manter-se atualizado com o ritmo de avanços. Nesta reportagem, quatro patologis- tas clínicos explicam quando o labo- ratório deve mudar a metodologia ou adotar novos parâmetros. Página 2. Acordo entre a SBPC/ML e a Sociedade Italiana de Medicina Laboratorial per- mitiu a tradução para português do e- Thesaurus, site que ajuda a interpretar 2 mil testes diagnósticos. Página 9. O Ministério da Saúde publicou a versão 2 do Protocolo de Ma- nejo Clínico e Vigilância Epide- miológica da Influenza. Um dos itens aborda os aspectos labo- ratoriais. Página 18. Ajuda no diagnóstico Protocolo orienta sobre influenza A (H1N1) Órgão Informativo da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial agosto 2009 - edição 3 - ano 1

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Grupo de instituições brasileiras desenvolve a técnica de microarray com tecnologia nacional. O trabalho já passou por testes de bancada e está em protótipo, que inclui au-tomação. Página 16.

A SBPC/ML e seu Congresso

Este número do jornal é dedicado ao nosso con-gresso, atualmente em sua 43ª edição. Na re-alidade, não é um congresso que tem 43 anos de existência porque cada evento tem suas par-ticularidades, seu tempo, seus enfoques, seus personagens.Um grande congresso não se faz por si só. Ele é fruto de uma comunidade engajada em ob-jetivos e propósitos comuns, enredada por um sistema de comunicação presente e atuante que mantém vivo os interesses comuns desta comunidade.

A comunicação ativa entre os membros de uma comunidade com propósitos comuns deságua em convenções, eventos, reuniões e em gran-des congressos, representatividade maior de um congraçamento, um apogeu da comunica-ção, da troca de experiências e harmonizações de pensamentos. Um ápice. Os meios de comunicação eletrônicos ou im-pressos não têm o objetivo de substituir a re-alização de um congresso. Ele é insubstituível pelo intenso convívio social que proporciona e pela comparação pujante de tecnologias que a cada ano se apresentam na exposição parale-la, em uma saudável disputa do mais moderno, versátil e com ótima relação custo-benefício.

O congresso é, também, a oportunidade única para nivelar conhecimentos e desenvolvimen-tos tecnológicos de uma só vez em um intervalo reduzido de tempo.Enfim, o nosso congresso é um momento de atualização técnico-científica e congraçamento da indústria da medicina laboratorial brasileira e de toda a América Latina.

Boa leitura!

Armando Fonseca - Editor-chefe

Microarray com tecnologia nacional

Exames: quando chega a hora de mudarA evolução da medicina e do conhe-cimento médico têm levado ao de-senvolvimento de novos métodos diagnósticos e à introdução de novos parâmetros. Mas nem sempre o mé-dico assistente consegue manter-se atualizado com o ritmo de avanços. Nesta reportagem, quatro patologis-tas clínicos explicam quando o labo-ratório deve mudar a metodologia ou adotar novos parâmetros. Página 2.

Acordo entre a SBPC/ML e a Sociedade Italiana de Medicina Laboratorial per-mitiu a tradução para português do e-Thesaurus, site que ajuda a interpretar 2 mil testes diagnósticos. Página 9.

O Ministério da Saúde publicou a versão 2 do Protocolo de Ma-nejo Clínico e Vigilância Epide-miológica da Influenza. Um dos itens aborda os aspectos labo-ratoriais. Página 18.

Ajuda no diagnóstico

Protocolo orienta sobre influenza A (H1N1)

Órgão Informativo da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorialagosto 2009 - edição 3 - ano 1

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Exames: Quando

chega a hora de mudar

A evolução da medicina e do conhecimento médico têm levado ao de-senvolvimento de novos métodos diagnósticos e à introdução de novos parâmetros. Mas nem sempre o médico assistente consegue manter-se atualizado com o ritmo de avanços na patologia clínica.Não são raros os casos de clientes que chegam ao laboratório com um pedido de exame que não é mais realizado ou que pode ser substituído por um teste que apresenta resposta mais direta e mais eficiente. Cabe ao laboratório exercer uma função didática importante, como ex-plica o ex-presidente da SBPC/ML Adagmar Andriolo. “A solicitação de um exame que não é mais realizado é uma excelente oportunidade para o médico patologista clínico conversar com o clínico, esclarecer suas dúvidas e contribuir para o aprimoramento do colega.”O diretor de Comunicação da SBPC/ML, Murilo Melo, concorda com esta atitude e diz que ela incentiva a aproximação com o médico assistente.Ele lembra que algumas vezes não se consegue fazer contato com o médico solicitante antes da coleta. Neste caso, o laboratório toma a de-cisão de substituir o teste por outro que tem a mesma indicação ou usa uma metodologia superior. “Como outras vantagens, os demais exames da requisição são absorvidos pelo laboratório e o médico fica feliz com esta conduta”, acrescenta Melo.No entanto, nesta atitude, há risco de um efeito colateral, como diz o patologista clínico. “O médico assume, erroneamente, que todos os laboratórios farão o mesmo, o que nem sempre acontece.”Uma outra alternativa é o laboratório realizar exatamente o teste solicitado. Mas, ao fazer isto, ele pode contribuir para uma decisão médica equivocada e, certamente, não está prestando o melhor ser-viço possível.Para o presidente Regional da SBPC/ML no Espírito Santo, Thales Li-meira, um teste deve ser substituído quando ele perde sua utilidade na tomada de decisões. “Passam a existir testes mais úteis, com melhores valores preditivos e que auxiliam ainda mais o médico”, justifica o pa-tologista clínico.

Mudar ou não mudar?

Será que os laboratórios concordam quando o assunto é mudar de metodologia ou adotar novos parâmetros?Segundo Adagmar Andriolo, podem ocorrer divergên-cias porque cada laboratório está envolvido em uma cultura médica local, possui parque específico de e-quipamentos e usa metodologias que considera con-sagradas.“A mudança, em geral, dói. Além disso, sempre há uma grande resistência dos pagadores em aceitar no-vos parâmetros e novas metodologias”, diz o ex-pres-idente da SBPC/ML.

Para Murilo Melo o motivo das divergências é mais de comunicação do que técnico. “Alguns laboratórios preferem fazer tudo o que foi solicitado e eliminar o desgaste de explicar ao médico o porquê de não reali-zar determinado teste.”

O vice-diretor Científico da SBPC/ML, Nairo Sumita, avalia que os consensos, as diretrizes e os posicio-namentos oficiais estabelecidos pelas diversas socie-

dades de especialidades médicas são fundamentais para resolver essas divergências.Como exemplo, ele cita o documento de Posiciona-mento Oficial 2009, denominado Atualização sobre Hemoglobina Glicada (A1C) para Avaliação do Controle Glicêmico e para o Diagnóstico do Diabetes: Aspectos Clínicos e Laboratoriais, disponível na Biblioteca Digi-tal SBPC/ML (www.bibliotecasbpc.org.br).

“Neste documento, discute-se a importância clínica da hemoglobina glicada (A1C) no estabelecimento de risco para o desenvolvimento das complicações crônicas do di-abetes e os métodos laboratoriais que devem ser utiliza-dos para obter resul-tados que permitam uma avaliação ade-quada do nível de controle glicêmi-co. É fato que a dosagem da hemog lob ina glicada total tornou-se ob-

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soleta e não deve mais ser utilizada. O ideal é a dosa-gem da fração HbA1c específica, por métodos devi-damente certificados pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP), dos EUA”, explica Sumita.Ele diz que é importante, também, caracterizar uma técnica de dosagem como sendo obsoleta ou não sob o ponto de vista metodológico.

Muitas metodologias, antes manuais, evoluíram, tor-naram-se mais sensíveis, específicas, seguras e foram, gradativamente, automatizadas. Como exemplo ele cita o método para a dosagem de glicose, que se base-ava na reação utilizando a ortoluidina, substância química considerada tóxica e potencialmente cancerí-gena.

“Essa técnica foi substituída pelos métodos enzimáti-cos, através da utilização de enzimas como a glicose oxidase e a hexoquinase em meios tamponados, de baixa toxicidade. Associado a isso, houve ganhos na sensibilidade, especificidade e elevado grau de re-produtibilidade, o que permitiu estabelecer critérios diagnósticos mais acurados para o diabetes”, explica o patologista clínico.

Sumita lembra que a dosagem da glicose para ava-liação dos distúrbios dos carboidratos continua atual e importante no diagnóstico e acompanhamento do diabetes mellitus, embora, recentemente, já tenha se estabelecido o papel da hemoglobina glicada para esta finalidade.“Os métodos evoluíram e oferecem rapidez, quali-dade e, principalmente, segurança ao analista do laboratório, que passou a manipular substâncias com menor risco de toxicidade”, acrescenta.

Requisitos dos métodos laboratoriais

Segundo Nairo Sumita, para entender as mudanças na área laboratorial é preciso conhecer algumas carac-terísticas de um exame. Elas são importantes para definir a utilidade clínica e são critérios que devem ser usados para caracterizar se um teste está se tornando obsoleto.

Exatidão - Capacidade de apresentar resultados próxi-mos do valor verdadeiro. Pode ser avaliada em um en-saio de comparação interlaboratorial - programa de ensaio de proficiência. Compara os resultados obtidos em uma mesma amostra biológica analisada, simulta-neamente, por vários laboratórios. A avaliação baseia-se no valor médio de consenso de todos os participantes que usam a mesma metodologia. Os laboratórios que obtêm um resultado igual ou muito próximo ao ob-tido pela maioria têm um sistema analítico com nível

de exatidão adequado e comparável aos demais labo-ratórios. Muitos laboratórios no Brasil participam de, pelo menos, um programa nacional ou internacional de ensaio de proficiência, como o PELM, da SBPC/ML.

Precisão - Capacidade de fornecer resultados próxi-mos entre si, em determinações repetidas em uma mesma amostra. O grau de reprodutibilidade de um método é avaliado pelo controle interno da qualidade. O laboratório analisa, diariamente, as amostras con-trole de valores conhecidos dosadas simultaneamente com as amostras dos pacientes. Os valores numéricos não precisam ser os mesmos ao longo dos dias, mas devem apresentar resultados muito próximos entre si. Isto garante que o sistema analítico mantém um bom nível de reprodutibilidade dia após dia.

Sensibilidade diagnóstica - Refere-se à probabili-dade de que um resultado seja positivo na presença da doença - porcentagem de resultados obtidos com a realização da prova em uma população formada so-mente por indivíduos afetados pela doença para a qual o teste deve ser aplicado.

Especificidade diagnóstica - Refere-se à probabili-dade de que um resultado seja negativo na ausência da doença - porcentagem de resultados negativos ob-tidos com a realização da prova em uma população somente com indivíduos que não têm a doença para a qual o teste deve ser aplicado.

“Em geral, há antagonismo entre especificidade e sen-sibilidade porque o aumento desta pode elevar a ação de interferentes e induzir maior freqüência de resul-tados falso positivos. Na prática, busca-se um meio-termo onde os testes tenham sensibilidade adequada, sem muita perda de especificidade”, explica Nairo Sumita.

Ele acrescenta que um teste ideal seria 100% sensível e 100% específico. No entanto, ainda não se conseguiu uma reação que resulte sempre positiva nos casos de doença, e sempre negativa nos indivíduos que não a têm.

Valores preditivos positivo ou negativo - No primeiro caso é definido como a probabilidade de que um re-sultado positivo seja verdadeiro - representa a pre-sença da doença. O valor preditivo negativo refere-se à probabilidade de que um resultado negativo seja verdadeiro.

O valor preditivo de uma determinada doença é deter-minado pelo teorema de Bayes. No cálculo, considera-se a sensibilidade e a especificidade dos testes com a prevalência da doença no grupo examinado.

reportagem

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Algumas substituições

A pedido da reportagem do Notícias - Medicina Laboratorial, os patologistas clínicos Adagmar An-driolo, Murilo Melo, Nairo Sumita e Thales Limeira relacionaram alguns testes e seus substitutos.AMP cíclico urinário: usado na definição de hiperpa-ratiroidsmo, foi substituído por dosagens específicas de PTH.Anticorpo antifator microssomal: realizado por he-maglutinação. Substituído pela determinação de an-ticorpo anti-peroxidase tiroideana.Anticorpos antiilhota por imunofluorescência: subs-tituídos por anticorpos específicos contra componen-tes da ilhota (anti-GAD, anti-ICA 512, anti-insulina).Dosagem de lípides totais: atualmente, prefere-se a dosagem específica de cada um dos componentes lipídicos, tais como colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol e triglicérides.Eletroforese de lípides: substituída pela dosagem es-pecífica de cada um dos componentes lipídicos, como colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol e tri-glicérides e das lipoproteínas, como a apolipoproteí-na A-1, a apolipoproteína B-100 e a lipoproteína (a).Fosfatase ácida prostática: substituída pelo PSA total e relação PSA livre/PSA total.FTA-Abs: ainda é muito usada mas tem sido substitu-ída por técnicas mais automatizadas e com o mesmo valor clínico, como ELISA, que avaliam a presença de anticorpos treponêmicos.Hemoglobina glicada total: substituída pela dosagem da fração HbA1c específica ou simplesmente A1C.Hidroxiprolina urinária como marcador de reabsor-ção óssea: substituída pelas determinações de estru-turas específicas do colágeno tipo I, como CTx e NTx, de preferência séricos.Medida da atividade da CPK-MB por imunoinibição: substituída por CK-MB massa e/ou troponina.Medida do cálcio livre através de equação matemá-tica: substituída por dosagem do cálcio ionizado pelo método do eletrodo íon sensitivo.Metabólitos urinários de esteróides: 17 OH, 17 KS, pregnanediol. Substituídos pelas dosagens específicas de esteróides séricos.Mucoproteínas: superado por outras provas de fase aguda, como PCR, alfa-1-glicoproteína ácida, subs-tância amilóide A e VHS.Pesquisa da Proteína C-Reativa por método de aglu-tinação: substituída pela dosagem da PCR por nefelo-metria ou turbidimetria (método ultra-sensível).Pesquisa de células LE: baixa sensibilidade e muito suscetível a erros metodológicos e de interpretação, o que pode agravar a baixa sensibilidade e acrescen-tar um fator de não especificidade. Deve ser subs-tituída pela dosagem de anticorpos antinucleossomo

(ou anticromatina), que determinam o mesmo grupo de auto-anticorpos, que têm melhor sensibilidade e maior consistência metodológica.Proteína de Bence-Jones por floculação: ainda tem grande interesse clínico, mas a metodologia por aque-cimento e acidificação da urina deve ser substituída por eletroforese das proteínas urinárias e identifica-ção por imunofixação, com anticorpos específicos an-ticadeias leves.Reação de hemaglutinação para toxoplasmose: substituída por imunofluorimetria e pela quimi-luminescência, que apresentam maior precisão e acuidade.Reação de Machado-Guerrero: reação clássica de fi-xação do complemento para detecção de anticorpos contra o Trypanosoma cruzi. Substituída por métodos mais modernos e sensíveis, como imunofluorescência indireta.Reação de Paul Bunnell Davidsohn: técnica traba-lhosa, usada para o diagnóstico de mononucleose in-fecciosa. Avalia a presença de anticorpos heterófilos - anticorpos de reatividade cruzada dirigidos contra antígenos presentes na superfície de hemácias de car-neiro, boi ou rim de cobaio. Estes anticorpos costu-mam ser produzidos apenas a partir da adolescência. Técnica com baixa sensibilidade para pré-adolescen-tes, onde a doença é mais prevalente. Foi substituí-da pela imunofluorescência indireta para anticorpos contra o antígeno do capsídeo viral (VCA) ou o ensaio imunoenzimático (ELISA).Reação de Wasserman: empregada para pesquisa de anticorpos não-treponêmicos associados à infecção pelo Treponema pallidum. Substituída por RPR (Rapid Plasma Reagin).Sabin Feldman: devido às dificuldades da técnica e os riscos envolvidos (usa parasitas vivos) foi substituí-da pela imunofluorimetria e pela quimiluminescência para detectar anticorpos.VDRL: é muito utilizada mas os laboratórios a estão substituindo por técnicas mais reprodutíveis e de mesmo valor clínico, que avaliam a presença de anti-corpos não-treponêmicos, como RPR.Waaler-Rose: substituída pelos ensaios atuais para pesquisa de fator reu-matóide por imunoturbi-dimetria ou nefelome-tria. Estes apresentam o painel de IgGs mais abrangente, não empre-gam hemácias e, sim, partículas inertes, e têm maior sensibilidade e melhores resultados quantitativos.

reportagem

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Dizem que arte é inspiração e, ciência, observação. Para nós, uma completa a outra e, juntas, promovem

grandes mudanças. Foi pensando assim que chegamos aos 50 anos, numa história marcada pela inovação

e muitas conquistas. Hoje, o Hermes Pardini é o maior centro de diagnósticos em volume de exames do

país, com uma média mensal de mais de 2 milhões; atende mais de 4.500 laboratórios e mais de 110 mil

pacientes por mês; possui o maior serviço de genética humana da América Latina e está entre os cinco

maiores serviços de citogenética do mundo. Esse é o resultado de 50 anos de dedicação e pioneirismo.

neuronio nacional 20,5x27,5.indd 1 7/13/09 11:48 AM

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O 1º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica aconteceu de 24 a 30 de maio de 1964, em são Paulo, na gestão de José Pinheiro, na mesma semana em que a SBPC - ainda sem o “ML” na sigla - completava 20 anos. O congresso foi realizado em conjunto com o Departamento de Patologia Clínica da Associação Médica Brasileira.Também em 1964 aconteceu outro congresso, em Fortale-za, que foi considerado o segundo da Sociedade.Em dezembro do ano seguinte ocorreu a Jornada de Pato-logia Clínica do IV Centenário do Rio de Janeiro. Devido a sua importância, a SBPC passou a denominá-la como seu terceiro congresso, para efeito de registro oficial.O quarto congresso, em 1966, foi em Belo Horizonte. De-pois da capital mineira seguiram-se eventos em Brasília, Salvador, Curitiba e outras cidades de diferentes regiões do país. Em pouco tempo o congresso da SBPC tornou-se um evento de participação obrigatória. Ele só não foi rea-lizado quatro vezes: em 1967, 1969, 1971 e 1973.A cada ano aumentava o número de participantes e de ati-vidades da programação científica, com a oferta de cursos e apresentação de pôsteres.

Em 1978, no Rio de Janeiro, a SBPC realizou seu 12º Con-gresso, simultaneamente com dois eventos internacio-nais que aconteciam pela primeira vez no Brasil - o 10º Congresso da Associação Mundial de Patologia e Medicina Laboratorial (WASPaLM) e o 3º Congresso da Associação Latino-americana de Patologia Clínica (Alapac).À frente da organização estavam dois ex-presidentes da SBPC, José Pinheiro e Evaldo Melo - este foi reeleito para o período 1993/1995.A escolha do Brasil como sede do congresso internacional foi bastante comemorada. Afinal, o país havia se candida-tado três vezes na Assembléia da WASPaLM. Em 1972, em Munique (Alemanha), o então presidente da SBPC, Milton Machado, fez a primeira tentativa. As outras duas foram no ano seguinte, em Londres, e, depois, em Sidney. Até que em 1975 o nome do Brasil foi confirmado como sede dali a três anos.

Em 1988, novamente a SBPC realizou um congresso, o 22º, junto com um evento internacional, o 7º da Alapac. Desta vez, a cidade sede foi Belo Horizonte.

Satisfeita com essas duas experiências, a SBPC continuou a trabalhar para trazer novamente ao Brasil outro congresso mundial. Isto foi conseguido no final da década seguinte, em 1999. Foi o resultado de um trabalho iniciado quatro anos antes, pelo então presidente da SBPC, Evaldo Melo, junto à WASPaLM. São Paulo foi escolhida como sede.Desde os primeiros congressos, o português não era o único idioma falado no evento. A cada ano aumentava o número de palestrantes e congressistas estrangeiros. Aos poucos, a exposição também abriu espaço para empresas de outros países, como Estados Unidos, China, Índia e Alemanha. Em sua 41ª edição, em 2007, em Salvador, o Congresso da SBPC/ML passou a ser oficialmente bilíngüe para atender ao público cada vez maior da América Latina. A partir da-quele ano, o site do congresso ganhou uma versão em es-panhol e algumas conferências passaram a ser apresenta-das com tradução simultânea de português para espanhol.À medida que o congresso e a exposição cresciam, dimi-nuía o número de cidades com centros de convenções que apresentavam espaço e infra-estrutura adequadas para re-ceber o evento da SBPC/ML. Um exemplo foi o caso do 32º Congresso, no Rio de Janeiro, em 1998. O único local que a cidade oferecia para abrigar o evento era o Riocentro.Atualmente, só a exposição ocupa uma área com cerca de 9 mil m². O local também deve ter salas e auditórios com dimensões suficientes para realizar muitas atividades simultâneas, como conferências, mesas redondas, cursos, seminários e workshops. Estes ambientes precisam ser es-paçosos o bastante para a lotação prevista de cada ativida-de, ter bom isolamento acústico, sistema de ar refrigerado e estrutura para instalação de equipamentos audiovisuais.

Por trás de cada congresso trabalha uma equipe - da SBPC/ML e contratados - que cuida de cada detalhe, muitos des-tes passam despercebidos aos participantes. Tudo precisa ser cuidadosamente planejado, desde a escolha da cidade e do centro de convenções até o fornecimento de água aos palestrantes.

É um trabalho que não termina. Antes da abertura de cada congresso, a SBPC/ML já está preparando o do ano se-guinte.

Conheça um pouco da nossa historia

Os congressos da SBPC/ML são uma referência em diagnóstico laboratorial no Brasil e na América Latina. A cada ano, eles reúnem de 4 mil a 5 mil pessoas, entre profissionais de laboratórios clínicos

e de empresas do setor, palestrantes e estudantes da área de saúde.Igualmente importante é a Exposição Técnico-científica, que se transformou em uma vitrine do

mercado para o Brasil e países do continente.Mas para alcançar este patamar foi necessário muito trabalho e empenho das sucessivas diretorias,

dos associados e da equipe da SBPC/ML.

Congressos da SBPC/ML: referência na Medicina Laboratorial

notícias

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Os congressos e seus presidentes

Congresso Ano Cidade Presidente1º 1964 São Paulo Mario Lepolard Antunes2º 1964 Fortaleza Não há registro3º 1965 Rio de Janeiro Não há registro4º 1966 Belo Horizonte Milton Machado5º 1968 Brasília Tito Andrade Figuerôa6º 1970 Salvador Walney de França Machado7º 1972 Curitiba João Zeni Jr8º 1974 Rio de Janeiro Francisco Monteiro Peres9º 1975 Recife Marluce A.Lima e Adonis de Carvalho10º 1976 Campinas João Antôonio Vozza11º 1977 Guarujá Mario Flavio Paes e Alcântara12º/10º Mundial 1978 Rio de Janeiro José Pinheiro13º 1979 Porto Alegre Sergio Goldani14º 1980 Fortaleza Roberto Lima Picanço15º 1981 São Paulo Durval Rosa Borges16º 1982 Rio de Janeiro Alberto Frederico da Rocha17º 1983 Brasília Tito Andrade Figuerôa18º 1984 Rio de Janeiro Sylvio Rangel19º 1985 São Paulo Otávio Germek20º 1986 Rio de Janeiro Ítalo Suassuna21º 1987 São Paulo Paschoalino Sapienza22º 1988 Belo Horizonte Milton Machado23º 1989 Rio de Janeiro Hélion Póvoa24º 1990 São Paulo João Nílson Zunino25º 1991 Curitiba Oscar Aisengart26º 1992 Santos SP Mario Flavio Paes e Alcântara27º 1993 São Paulo Adagmar Andriolo28º 1994 Rio de Janeiro Mario Bronstein29º 1995 Porto Alegre João Pedro Marques Pereira30º 1996 Salvador José Carlos Lima31º 1997 Belo Horizonte Cláudio Cerqueira32º 1998 Rio de Janeiro Armando A. Fonseca33º/20ºMundial 1999 São Paulo Evaldo Melo34º 2000 Florianópolis João Nílson Zunino35º 2001 Salvador José Carlos Lima36º 2002 São Paulo Ulysses Moraes de Oliveira37º 2003 Rio de Janeiro Wilson Shcolnik38º 2004 Florianópolis Lisiane Enriconi dos Anjos Vieira39º 2005 São Paulo Alvaro Rodrigues Martins40º 2006 Curitiba Fani Aisengart (Presidente de Honra)41º 2007 Salvador José Carlos Lima42º 2008 São Paulo Carlos Alberto Ballarati43º 2009 Belo Horizonte José Carlos Basques

Curiosidades- No 6º Congresso, em 1970, realizado em Salvador, um grupo de congressistas viajou até a capital da Bahia no navio Ana Nery, do Lloyd Brasileiro, e nele se hospedou durante o evento.

- O PELM, programa de avaliação externa da qualidade da SBPC/ML e ControlLab, foi lançado no 11º Congres-so, em 1977, no Guarujá (SP). O programa começou com 90 adesões.- No mesmo congresso, foi apresentada às empresas fornecedoras a proposta de criação da categoria Mem-bro Empresarial, hoje, denominada Associado Pessoa Jurídica da SBPC/ML.

- A primeira publicação da SBPC/ML a noticiar um con-gresso da Sociedade foi a edição nº 1 do jornal Pato-logia Clínica, lançado em 1975. Uma matéria sobre o concurso para Título de Especialista em Patologia Clínica, que seria realizado no congresso daquele ano, em Recife, informava também que o evento de 1974, no Rio de Janeiro, havia estabelecido um recorde de candidatos para a prova de titulação.- Em 2005, para o 39º Congresso, a SBPC/ML lançou o site específico do evento (www.cbpcml.org.br), que fio alterado nos anos seguintes. O site institucional da Sociedade (www.sbpc.org.br) existe desde 1997 e vem sendo modificado para ficar cada vez melhor e adequado aos novos recursos da Internet.

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Após sete anos, o Congresso Brasileiro de Patologia Clíni-ca/Medicina Laboratorial volta ao Rio de Janeiro. Entre os dias 14 e 17 de setembro de 2010, a 44ª edição do principal evento da SBPC/ML será realizada no Centro de Convenções SulAmérica, no coração da cidade.A última vez que a capital fluminense recebeu o principal evento da SBPC/ML foi em 2003. Para o próximo ano es-tão reservadas alguma surpresas, como sempre.O presidente do 44º Congresso, Ismar Barbosa, já come-mora a oportunidade de receber na cidade congressistas, palestrantes e expositores.

Congresso da SBPC/ML de 2010 será no Rio

“O Rio é uma cidade pequena para quem se delicia com seu apelo paisagístico e o espírito aberto e descontraído do carioca. Essas características nos seduzem tanto que acabamos por sorver a cidade com avidez. E, assim, ela se torna pequena para saciar tudo o que nos induz”, dia Barbosa, que é vice-presidente da SBPC/ML.O Centro de Convenções SulAmérica é um dos mais modernos locais para eventos de grande porte, com capacidade para receber confortavelmente o Congresso e a Exposição Técnico-científica.O SulAmérica fica na Cidade Nova, ao lado da estação Estácio do metrô e pertinho da Av. Presidente Vargas, que corta o centro da cidade. Em poucos minutos chega-se à Zona Sul, atravessando o túnel Rebouças, à Zona Norte, e aos aeroportos Internacional Antônio Carlos Jobim e Santos Dumont.O site do 44º Congresso da SBPC/ML entrará no ar ainda no segundo semestre de 2009, com informações sobre o evento e a cidade.

A SBPC/ML também está no Twitter, um dos mais novos canais de comu-nicação da Internet. Agora, você pode acompanhar as últimas notícias sobre nosso cursos, eventos e atividades.Twitter é uma rede social e servidor para receber e enviar mensagens com até 140 caracteres - os tweets - através da Internet ou pelo celular.As mensagens aparecem na página do Twitter de quem se cadastrou como “seguidor” (follower) do remetente. O serviço é gratuito na In-ternet mas pode ser cobrado pelas operadoras de telefonia para quem prefere receber no celular.Se você já tem conta no Twitter, o endereço da SBPC/ML é http://twit-ter.com/sbpcml.Quem ainda não está cadastrado e quer recebê-las deve entrar em

http://www.twitter.com e criar uma conta. É gratuito e muito fácil. Depois de entrar na página do Twitter, clique em “Get Started - Join!” e preencha os campos apresentados para criar um nome de usuário (user name) e uma senha.Durante o 43º Congresso, de 15 a 18 de agosto, em Belo Horizonte, a SBPC/ML vai enviar mensagens pelo Twitter com as últimas notícias do evento.

Acompanhe a SBPC/ML pelo twitter

Médicos formados há mais de 15 anos que trabalham em laborató-rios clínicos mas ainda não obtiveram o Título de Especialista têm nova oportunidade. A SBPC/ML fará um concurso de TEPAC Especial no primeiro semestre de 2010.As normas para o concurso seguem o que está determinado pela Associação Médica Brasileira (AMB).O edital, o programa e outras informações serão divulgadas poste-riormente no site da SBPC/ML (wwww.sbpc.org.br).

SBPC/ML fará prova de TEPAC Especial

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Através de um acordo firmado entre a SBPC/ML e a Sociedade Italiana de Medicina Laborato-rial (SIMel), foi traduzido para português o e-Thesaurus, site muito útil para a Medicina Labo-ratorial Baseada em Evidências (MBLE). Ele ajuda a interpretar cerca de 2 mil testes diagnós-ticos laboratoriais, radiológicos

e cardiológicos. Pode ser consultado pelos profissionais de laboratório e pelos médicos que solicitam os exames.

No campo de busca deve ser digitado o nome de uma doen-ça ou de um teste laboratorial. Os resultados aparecem em uma tabela com referências bibliográficas e os parâmetros, quando disponíveis: cut-off, sensibilidade e especificidade, razão de chances positiva (Positive Likelihood Ratio ou LR+), razão de chances negativa (Negative Likelihood Ratio ou LR-), razão de verossimilhança diagnóstica (Diagnostic Odds Ratio) e número necessário para diagnosticar a doença (NDD - Number Needed to Diagnose).O nomograma permite calcular a probabilidade pós-teste em função da probabilidade pré-teste e do LR+ e LR-.

Como usarNa página inicial do site digitar “demo” nos campos login e senha. Depois, clicar na bandeira do Brasil, para selecionar a língua. O nome da doença ou do teste deve ser escrito no campo “Busca”.Os resultados aparecem na parte inferior da tela. Deve-se escolher um dos trabalhos científicos indicados na tabela e clicar no valor de LR+ (probabilidade de apresentar a doen-ça) ou LR- (probabilidade de afastar a existência da doença).A tabela superior e o nomograma são alimentados automa-ticamente. Alterando a probabilidade pré-teste (cursor es-querdo do nomograma), a probabilidade pós-teste (cursor direito) é calculada automaticamente.“É possível avaliar de forma objetiva, baseada em evidên-cias, como um teste laboratorial tem impacto no diagnós-tico de uma determinada condição”, explica o diretor de Comunicação da SBPC/ML, Murilo Melo.Em situações rotineiras, o cursor central do nomograma não deve ser manipulado pelo usuário.Como a SIMeL quer incentivar a Medicina Laboratorial Base-ada em Evidências, o acesso está liberado. O e-Thesarus pode ser acessado diretamente do site da SBPC/ML (www.sbpc.org.br). Para navegar é melhor usar o programa Internet Explorer.

Site ajuda em pesquisas de Medicina Laboratorial Baseada em Evidências

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Nomograma

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O cafezinho, quem di-ria, pode ser um aliado no tratamento de Al-zheimer. Dois estudos publicados na edição de 5 de julho do Journal of Alzheimer’s Disease (www.j-alz.com) descre-vem experimentos feitos com camundongos na Universidade do Sul da Flórida (EUA).A ingestão de cafeína re-duziu os níveis anormais de placas amiloides – de-pósitos de proteínas que danificam nervos no cérebro e são características da doença – tanto no sangue como no cérebro de camun-dongos.Os estudos se basearam em pesquisas anteriores feitas na mesma universidade. Elas mostraram que a admi-nistração de cafeína no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória em camun-dongos modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer quando idosos.“Os novos resultados fornecem evidência de que a ca-feína pode ser uma alternativa viável para o tratamen-to da doença já estabelecida, e não apenas como uma estratégia preventiva. Isto é muito importante, pois o consumo de cafeína é seguro para a maioria das pesso-as, ela penetra facilmente no cérebro e aparentemen-te afeta diretamente o processo da doença”, disse um dos coordenadores da pesquisa Gary Arendash.Foram usados 55 camundongos geneticamente modifi-cados para desenvolver problemas de memória, como em Alzheimer, à medida que envelheciam.Testes comportamentais mostraram que os animais apresentavam déficits de memória aos 18 meses de vida, que correspondem aos 70 anos em humanos. Em seguida, os camundongos foram divididos em dois grupos. Um deles passou a receber diariamente 500 miligramas de café junto com a água que bebiam - o equivalente a pouco mais que dois “expressos”.Dois meses depois, este grupo de animais apresentou um desempenho bem melhor em testes de avaliação de memória. A análise do cérebro desses camundongos mostrou que os níveis de beta-amiloide diminuíram em 50%.As pesquisas são descritas nos artigos Caffeine re-verses cognitive impairment and decreases brain amyloid-β levels in aged Alzheimer’s disease mice e Caffeine suppresses amyloid-β levels in plasma and brain of Alzheimer’s disease transgenic mice.

Cafeína pode combater Alzheimer

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O Instituto de Biotecnologia e Biomedicina (IBB) da Uni-versidade Autônoma de Barcelona (UAB), na Espanha, está à frente do projeto europeu AntiPathoGN que inves-tiga novas formas de combater as bactérias multirresis-tentes aos antibióticos.Foi criado um consórcio em que participam seis institui-ções e empresas espanholas, três alemãs, uma francesa e uma búlgara. O projeto tem um custo aproximado de 7,7 milhões de euros - cerca de R$ 23 milhões - e vai durar quatro anos. A União Européia participa com 6 milhões de euros - aproximadamente, R$ 18 milhões.

Nos últimos dez anos, aumentou bastante a resistência bacteriana aos antibióticos, principalmente em ambien-tes hospitalares. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera como doenças emergentes as infecções pro-vocadas por microorganismos multirresistentes.Atualmente, uma grande parte dos antibióticos não tem efeito no combate às bactérias Gram-negativas. Algumas vezes, somente um fármaco é eficiente, como é o caso da colistina - considerado antibiótico de reserva - para Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii.

As pesquisas de novos medicamentos têm diminuído por-que a indústria farmacêutica as considera pouco rentáveis.Criado em março deste ano, os membros do projeto Anti-PathoGN pesquisam os processos biológicos e os mecanis-mos de crescimento e divisão celular de quatro bactérias Gram-negativas mais resistentes: Pseudomonas aerugino-sa, Helicobacter pylori, Acinetobacter baumannii e Es-cherichia coli. O objetivo é encontrar novas substâncias para combatê-las.Essas bactérias são responsáveis por muitas infecções respiratórias, digestivas, do trato urinário ou dermato-lógicas. A pesquisa tem um enfoque multidisciplinar, com inovações nas áreas de microbiologia, proteômica, far-macologia e biologias informática e estrutural.

Fonte: Universidade Autônoma de Barcelona (www.uab.es)

Bactérias multiresistentes estão na mira dos europeus

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Introduzir no paciente microorganis-mos específicos que vão induzi-lo a produzir as próprias proteínas para auxiliar no combate ao contágio da doença de Chagas. Este é o objetivo da vacina genética que está em de-senvolvimento na Universidade Fede-ral de São Paulo (Unifesp).

Segundo o pesquisador Maurício Mar-tins Rodrigues, a vacina tem apresen-tado bons resultados em 90% das ex-periências feitas até agora em ratos. Ele acredita que em cinco anos po-dem começar os testes em humanos. Mesmo que os resultados não sejam definitivos, será dado um grande pas-so para combater a doença.Mas ele reconhece que erradicá-la é impossível devido às condições dos locais onde há maior incidência do

Mal de Chagas.“São regiões desoladas e cercadas por mata, como no Norte, ou sim-plesmente abandonadas pelo Estado. Além disoo, o próprio microorganis-mo se encontra espalhado em popu-lações da fauna de todo o país, até do Sudeste. Acredita-se que 25% de todos os macacos brasileiros sejam portadores”, disse Rodrigues em en-trevista à Agência Notisa.

Ele acrescentou que o principal obs-táculo para as pesquisas é a falta de investimento porque o processo é caro e não dá retorno considerado satisfatório para as empresas. “As indústrias buscam áreas mais rentáveis e, uma vez vacinado, o paciente não precisa mais do medicamento. E isso é

considerado desperdício de dinhei-ro”, acrescentou o pesquisador.Rodrigues já pesquisou vacinas ge-néticas anteriormente, só que dire-cionadas à malária. Ele explicou que os experimentos em ratos foram po-sitivos. “Mas, infelizmente, quando levada para humanos a eficácia foi somente entre 20% e 30%. Por outro lado, nos outros casos observou-se prevenção no agravamento da doen-ça”, concluiu.

Fonte: Agência Notisa Jornalismo Científico

Vacina genética pode combater doença de Chagas

Está na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 362/09, do deputado Mau-rício Rands (PT-PE), que inclui a obrigatoriedade de implantação de plano de carreira e de piso salarial para os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).A PEC prevê que os planos de car-reira deverão ser únicos em cada esfera de governo - federal, esta-dual e municipal - e abrangerão todas as categorias de trabalhado-res - das áreas de atenção à saú-de, de gestão, de auditoria, de fiscalização e regulação, de vigilância, de perícia, de apoio administrativo e de ensino e pesquisa.Segundo Rands, a proposta engloba todos os profissionais do SUS, tanto os de formação específica como os sem esse tipo de formação, porque todos são necessários para o funcionamento adequado do sistema. “Não será preciso que cada categoria de trabalhadores de saúde seja ob-jeto de proposições específicas, evitando uma excessiva fragmentação da legislação.”A PEC também estabelece que os trabalhadores do SUS ingressarão no sistema por meio de concurso público, exceto no caso dos agentes comunitários de saúde, que poderão participar de seleção pública.

Maurício Rands considera que a construção de carreiras para os trabalhadores do SUS é funda-mental para o desenvolvimento do sistema e não deve mais ser adiada. Por diversas vezes, lem-bra o deputado, as tentativas de elaboração de um plano foram frustradas, como em 1990, duran-te a elaboração da Lei Orgânica da Saúde (8.080/90). Na época, o então presidente Fernando Collor vetou os artigos referentes ao plano de carreira.

“Ao lado de problemas como o financiamento insuficien-te, a pouca atenção oferecida a uma política de recur-sos humanos para o SUS também precisa ser enfrentada, para que a qualidade da atenção à saúde melhore”, diz Rands. Com a PEC, o deputado espera combater as “con-dições indignas de remuneração”, uma das causas da ine-ficiência dos serviços públicos de saúde.A admissibilidade da PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada, será analisada por uma comissão especial e votada em dois turnos pelo Plenário.

Fonte: Agência Câmara

Câmara analisa piso e plano de carreira para SUS

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Com sua nova estrutura logística, a Siemens está pronta para atender às expectativas de seus clientes em qualquer região do Brasil.Para garantir uma operação mais eficiente e clientes mais satisfeitos, a Siemens Healthcare Diagnostics inaugurou um novo Centro de Distribuição, em Joinville, de onde envia reagentes e consumíveis para todo o Brasil com a ajuda de uma equipe especialmente capacitada para fornecer agilidade e qualidade ao processo. Agora todos os pedidos são atendidos e a entrega realizada em no máximo três dias, dependendo da localidade do cliente. Assim, os produtos que você precisa chegam mais rápido às suas mãos, ampliando seus prazos de validade. Para saber mais, entre em contato com a Siemens.

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No 43º Congresso da SBPC/ML, o médico Patrick Bouic, natural das Ilhas Maurício e radicado na África do Sul, vai apresentar a conferência magna “Impacto dos erros pré-analíticos na segurança do paciente”. Professor titular da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Stellen-bosch, na Cidade do Cabo, ele dedica grande parte do seu tempo a pesquisar formas de regular a resposta imunológica do organismo com o uso de produtos naturais e obter evi-dências científicas que comprovem sua eficácia. O médico é autor de vários artigos peer-review sobre este tema.Em 1997, foi divulgado pela Universidade de Stellenbosch que a equipe liderada por Bouic realizava há dez anos tes-tes clínicos usando determinadas plantas “suculentas”, as esterolinas, no tratamento de tuberculose, aids e algumas doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, lúpus eri-tematoso sistêmico, psoríase, além de determinados tipos de câncer.Entre os voluntários submetidos aos testes, os casos com tu-berculose reagiram mais rápido que o normal. Aqueles com HIV conseguiram manter a doença controlada por períodos prolongados. Os pacientes com doenças auto-imunes e cân-cer apresentaram sensível melhora em seu estado geral.Segundo Patrick Bouic, os estudos químicos com as plantas esterolinas (fitoesteróis) foram descritos pela primeira vez em 1922, mas seus benefícios na saúde de humanos e ani-

Fitoesteróis ajudam a regular

o sistema imunológico

mais têm sido subestimados.No artigo The role of phytosterols and phytosterolins in immune modulations: a review of the past 10 years, de 2001, Bouic conta que a capacidade dos fitoesteróis de controlar os níveis de colesterol no sangue foi descrita pela primeira vez em 1983. Descobriu-se que sua estrutura indicava que eles podiam inibir a absorção do colesterol encontrado nos alimentos.Esta descoberta levou ao desenvolvimento de suplementos alimentares com alta concentração de moléculas de este-róis para uso no controle do colesterol.Segundo o médico, a literatura dos 15 anos anteriores a publicação daquele artigo apresentava diversos trabalhos que indicavam que os fitoesteróis mostraram atividade imunológica em animais em que foram induzidos proces-sos inflamatórios e em testes in vitro e in vivo de câncer colo-retal e de pulmão. Estas pesquisas ocorreram parale-lamente a estudos epidemiológicos que correlacionavam redução no risco de desenvolver numerosas doenças a ado-ção de uma dieta contendo fitoesteróis.Segundo Bouic, em 1996, o grupo de pesquisadores que ele chefia na Universidade de Stellenbosch foi o primeiro a atribuir aos esteróis propriedades de regulação imuno-lógica. “Mostramos que uma determinada combinação de esteróis e esterolinas tem capacidade de aumentar a res-posta celular dos linfócitos T in vivo e in vitro”, explica o médico.Em alguns de seus artigos - um destes é Sterols and stero-lins: new drugs for the immune system?, Drug Discovery Today, vol. 7, nº 14, julho de 2002 <www.drugdiscoveryto-day.com> - ele cita estudos clínicos in vivo que mostram a eficácia dessas plantas no auxílio do tratamento da tu-berculose pulmonar, aids, artrite reumatóide, aids felina, rinite alérgica e no combate ao estresse imunológico em maratonistas. Bouic diz que a natureza oferece muitas possibilidades te-rapêuticas, como os antibióticos, estatinas e supressores imunológicos. Ele acredita que os esteróis e esterolinas possam ser usados em tratamentos específicos relaciona-dos ao sistema imunológico.

As empresas que têm dívidas tributá-rias podem pedir o parcelamento em até 15 anos para quitá-las, além de obter o perdão das pendências inferio-res a R$ 10 mil. É o que permite a Lei 11.941/2009, em vigor, que tem como base o projeto de conversão da Medida Provisória 449/2008, sancionado com vetos pelo Presidente da República.Também pode ser parcelado o apro-veitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializa-dos, proveniente de matérias-primas, material de embalagem e produtos in-termediários relacionados na Tabela de Incidência do IPI (Tipi), aprovada em

2006, válida inclusive para produtos com alíquota zero.O programa inclui os créditos inscritos ou não em dívida ativa da União, até mesmo as que já estão sob ação de execução fiscal. Podem ser parceladas as dívidas vencidas até 30 de novem-bro de 2008. As que não conseguiram parcelamento antes poderão ser pagas à vista, com redução de 40% das iso-ladas, 45% dos juros de mora e 100% sobre o valor do encargo legal.As opções de parcelamento são de 30, 60, 120 ou 180 meses, desde que cada parcela não seja inferior a R$ 50 para pessoa física ou R$ 100 para pessoa ju-

rídica. No entanto, se não forem pagas três parcelas consecutivas, o contri-buinte é excluído do programa.Estima-se que o parcelamento benefi-cie mais de 1,5 milhão de empresas e 500 mil pessoas físicas.O prazo para aderir ao parcelamento é de 17 de agosto às 20h de 30 de novem-bro deste ano. Os pedidos devem ser protocolados nos sites da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (www.pgfn.fazenda.gov.br) ou da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br).

Fonte: jornal O Globo

Parcelamento de débitos fiscais

Foto: divulgação

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Além de todos os re-cursos que o

celular oferece hoje em dia, ele vai ganhar mais

um, se depender de um grupo de pes-quisadores de bioengenharia da Univer-

sidade de Berkeley, na Califórnia (EUA). Eles desenvolveram o CellScope, dispositivo que, adaptado a um celular comum, permite que o aparelho registre imagens coloridas de partículas microscópicas.

Ainda em fase de protótipo, o CellScope já conseguiu fotografar o Plasmodium falciparum - parasita causa-dor da malária - a partir de amostras de sangue. Segun-do os pesquisadores, com este dispositivo será possível levar a microscopia para os trabalhos de campo e obter o diagnóstico no local onde a doença ocorre.Os pesquisadores dizem, também, que as imagens po-dem ser analisadas no local onde foram coletadas ou enviadas pelo próprio celular para centros de diagnós-tico.Para iluminar as amostras que serão fotografadas, o CellScope pode usar a luz do sol ou luz artificial branca

ou fluorescente. Neste caso, um marcador emite uma onda de luz específica que permite identificar o objeto, como uma bactéria. Com este recurso, os pesquisado-res fizeram imagens fluorescentes do Micobacterium tuberculosis.“Microscopia fluorescente exige mais equipamentos do que um microscópio de luz comum, como filtros ou iluminação especial, o que faz com que seja mais cara. Em nosso artigo, mostramos que um sistema fluores-cente completo pode ser construído em um celular por meio de uso de sua câmera e de componentes relativa-mente baratos”, diz Dan Fletcher, professor de bioen-genharia e chefe da equipe de pesquisadores.

Com um celular comum equipado com uma câmera de 3,2 megapixels, eles conseguiram uma resolução de 1,2 micrômetros. Para efeito de comparação, o diâmetro de uma hemácia é 7 micrômetros.Com o título Mobile Phone Based Clinical Microscopy for Global Health Applications, o artigo foi publicado na edição de 22 de julho de 2009 da revista PLoS ONE (www.plosone.org).

Fontes: Agência Fapesp e PLoS ONE

Celular vira microscópio

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Variação dos Custos Médico-Hospi-talares (VCMH) é o índice criado por algumas operadoras e seguradoras de saúde para medir os gastos mé-dicos de seus planos de saúde indi-viduais no período de 12 meses.

O índice, criado em conjunto por Amil, Bradesco, Golden Cross, In-termédica, Medial e Sul América, indica que a variação de 2008 foi

de 7,44% e a deste ano está em 10,45%. Em comparação, a Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) concedeu às empresas, nes-se mesmo período, reajustes entre 5,48% e 6,76%.

Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), o aumen-to no VCMH foi provocado pelo uso de novas tecnologias, variação do

dólar, novo Rol de Procedimentos da ANS e implantação do padrão TISS (Troca de Informação em Saú-de Suplementar).

Segundo o Iess, há diferença em re-lação ao reajuste da ANS porque a Agência calcula com base nos rea-justes dos planos de saúde coletivos de todas as operadoras no país.Fonte: Saúde Business Web

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Microarray com tecnologia nacional

Uma rede de instituições brasileiras está desenvol-vendo a técnica de microarray com tecnologia na-cional. Depois de ter passado pela etapa de bancada, o trabalho está na fase de desenvolvimento de pro-tótipo, que inclui sua automação. “A expectativa é que tenhamos um protótipo até o final deste ano”, diz o pesquisador Marcos Krieger, do Instituto Carlos Chagas (ICC), órgão da Fiocruz, e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), criado a partir de uma associação entre a Fiocruz e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino

Superior daquele estado.Em 2010, devem ser realizados os estudos piloto e multicêntrico, necessários para validação e registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa).

Além do ICC e do IBMP, fazem parte da rede de pes-quisa o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz) e a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).

Fonte: Agência Fiocruz

Operadoras têm índice para medir gastos médicos

O Instituto Butantan, de São Pau-lo, vai produzir no Brasil a vacina contra o vírus Influenza A(H1N1), afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A instituição tem um contrato de transmissão de tec-nologia com um laboratório francês que está trabalhando na produção da vacina.

“Há uma corrida, especialmente de quatro laboratórios multinacionais, pela produção da vacina para o in-verno no Hemisfério Sul, que come-ça agora em novembro. No Brasil, nós poderemos vacinar a população no ano que vem. Estamos em conta-to com vários laboratórios”, expli-cou Temporão.

Ele ressaltou que, quando for en-contrada a vacina, haverá escassez

do produto no mundo. “Outras ques-tão é da propriedade intelectual. As populações mais pobres não podem ser privadas de uma patrimônio que é da humanidade. Acho que a OMS tem uma responsabilidade impor-tante para determinar quais serão os mecanismos para que os países mais pobres tenham acesso a essa tecnologia.”

Questionado sobre o fato de que o medicamento para tratar a doença, o tamivir, só está disponível na rede pública de saúde, Temporão disse que é bom que ele não seja vendido nas farmácias. “Não tem na farmá-cia porque, em função da demanda mundial, o laboratório não possui o medicamento para entrega. Mas, se tivesse, nós teríamos uma corrida às farmácias de pessoas que iam se

automedicar. É uma irresponsabili-dade dar remédio para todo mundo como se fosse jujuba. Se isso ocor-resse, perderíamos a única arma que temos para combater a doença, que é a eficácia do medicamento” afirmou.

O ministro disse que o governo tem 9 milhões de doses do tratamento disponíveis e mais 1 milhão estoca-das. A distribuição deve ser organi-zada pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde.

Temporão ressaltou que a principal forma de combater a doença é a in-formação. Ele recomenda à popula-ção que acesse o site do Ministério da Saúde ou telefone para o Disque Saúde (0800611997) para esclarecer qualquer dúvida sobre a doença.

Instituto Butantan vai produzir vacina contra A(H1N1)

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Protocolo orienta serviços de saúde sobre influenza A(H1N1)

notícias

O vinho tinto apresenta um antioxidante, o resveratrol, que pode ser útil na prevenção de infecções graves e que podem evoluir para a septicemia. A informação foi divulgada por um grupo de pesquisadores da Universida-de de Glasgow, na Escócia.O resveratrol é encontrado na casca das uvas e aparece em maior quantidade no vinho tinto do que no branco. Segundo os pesquisadores, ele previne a formação de

coágulos no sangue e é anticancerígeno.Na pesquisa foram usados dois grupos

de cobaias expos-tos a um potente

agente infeccioso, quando perceberam

que os que não seguiam um tratamento à base de

resveratrol desenvolveram uma grave reação, semelhante

a uma septicemia humana. O outro grupo de animais, que recebeu tratamento com resvera-

trol não desenvolveu qualquer infecção.Segundo os pesquisadores, o resveratrol impede a for-mação das enzimas quinasa sphingosine e a phospholipa-se D, importantes na ocorrência de infecções. “Algumas doenças inflamatórias severas, como a septicemia, são muito difíceis de curar, e muitas pessoas morrem por falta de tratamento”, disse Alirio Meléndez, um dos pes-quisadores.“Além disso, várias pessoas que sobreviveram a uma septicemia vivem em péssimas condições, devido aos danos causados pela infecção em seus órgãos internos. Por isso, nosso objetivo era identificar uma nova terapia potencial para a cura das doenças inflamatórias seve-ras”, explicou.A descoberta foi publicada no jornal da Federação de Sociedades Americanas de Biologia Experimental (FA-SEB). “O potencial terapêutico do vinho tinto foi engar-rafado há milhares de anos, e agora os cientistas tentam descobrir seus segredos”, declarou Gerald Weissman, redator-chefe do jornal.

Fonte : Jornal do Brasil

Vinho tinto pode ajudar em infecções graves

O Ministério da Saúde publicou no dia 15 de julho a versão 2 do Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemioló-gica da Influenza. O item 4 do módulo 1 aborda os aspectos laboratoriais. As amostras de secreções respiratórias, por exemplo, devem ser coletadas de preferência entre o ter-ceiro e o sétimo dias após o início dos sintomas. O método diagnóstico deve ser RT-PCR, recomendada pela Organiza-ção Mundial de Saúde, e não deve ser usada imunofluores-cência indireta (IFI).As amostras só podem ser processadas por um dos três la-boratórios de referência, para onde devem ser enviadas:

Instituto Adolfo Lutz (SP), Instituto Evandro Chagas (PA) e Fundação Oswaldo Cruz (RJ).O protocolo alerta que o exame laboratorial específico para influenza A(H1N1) só é indicado para acompanhar casos de doença respiratória aguda grave, segundo orientação do mé-dico assistente, e em amostras de casos de surtos de síndro-me gripal em comunidades fechadas, conforme orientação da vigilância epidemiológica.

O protocolo está em formato “pdf” no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br.

Uma manobra do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (Fentas) retirou dos médicos o direito de serem representados no Conselho Nacional de Saúde (CNS).Em nota oficial, a Associação Médica Brasileira (AMB) afirma não reconhecer esse grupo como seu represen-tante. Segundo a nota “é lamentável que um organis-mo tão importante como o CNS seja refém e que dele sejam afastados os médicos brasileiros”.

Para o presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, o CNS sem médicos “representa um atentado contra a saúde dos cidadãos. É público que a vigília permanen-te dos profissionais de medicina em prol dos pacientes

sempre foi relevante ao sistema, assim como para evi-tar abusos e tentações antidemocráticas.”O CNS tem 48 membros titulares. Metade é formada por representantes de entidades e dos movimentos sociais de usuários do SUS; 25% de representantes de entidades de profissionais de saúde, incluída a comu-nidade científica da área; e 25% de representantes do governo, de entidades de prestadores de serviços de saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretários Munici-pais de Saúde (Conasems) e de entidades empresariais co atividade na área de saúde.

Fonte: Imprensa da AMB

AMB protesta contra exclusão dos médicos do CNS

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A Comissão de Seguridade e Família da Câmara dos Deputados vai promover um seminário para discutir a revalidação dos diplomas de brasi-leiros que se formaram em medicina em Cuba. Ainda não foi marcada a data do evento.

Foi inaugurado, em julho, o Centro de Biotec-nologia e Terapia Celular (CBTC), da Fiocruz da Bahia, primeira instituição do Nordeste creden-ciada pelo Ministério da Saúde para pesquisar células-tronco. Os investimentos em infra-es-trutura e equipamentos foram de 10 milhões de dólares.

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câ-mara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 1892/2007, que limita em 30 horas semanais a jornada de trabalho do biomédico. O PL também determina que os contratos de trabalho em vigor devem ser adequados às novas condições, sem re-dução do salário. O PL será analisado por outras comissões.

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, reinaugurou o setor de transplante de medula óssea, reformado ao custo de R$ 202 mil. Os trabalhos de obras civil, elétri-ca e hidráulica foram realizados por voluntários.

Seminário discute diplomas de Cuba

Bahia tem centro especializado em células-tronco

Projeto limita jornada de trabalho do biomédico

Hospital reforma serviço de transplante de medula óssea

Por causa de falsos e-mails enviados em nome da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa alerta que não pede contribuições ou patrocínios, nem envia mensagens solicitando dados do desti-natário ou com links que levam a arquivos de pro-gramas executáveis.

Anvisa alerta contra golpe

Entre 2000 e 2008, a União deixou de gastar pelo menos R$ 5,4 bilhões em saúde, denuncia o Ministério Público Federal (MPF). Este valor equivale a 1,7% do que foi investido na área no mesmo período e a 10% do orçamento do Ministério da Saúde em 2009. O MPF quer que o governo federal reponha os recursos.

União “economiza” na Saúde

Foto: Fiocruz

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