Exátomo - Chuvas ácidas: Causa ou consequência?
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Exátomo
A formação das chuvas ácidas
As consequências que estas podem
ter no Homem e na Natureza
O que podemos fazer para as pre-
venir e atenuar seus efeitos
EXEXÁTOMOÁTOMO
CHUVAS ÁCIDAS Causa ou Consequência?
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As chuvas ácidas são
um problema enorme nos
dias de hoje. Mas será uma
causa ou consequência para
o Homem e a Natureza?
Chuvas ácidas
Emissão de gases tóxicos
para a atmosfera. Esta é uma das
principais causas da chuva ácida
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Consequência das chuvas ácida
na pedra mármore no monumento de
Partenon em Atenas.
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Chuvas ácidas, acções de uns, prejuízos
de outros.
Hoje em dia muitos
locais são afectados pelas chu-
vas ácidas. Quase lugar ne-
nhum no mundo escapa ao
seus efeitos por vezes devasta-
dores. Mas um país não está
dependente de si próprio para
evitar tais consequências. Isto
acontece porque as chuvas
ácidas podem-se formar a
centenas de quilómetros do
local em que se precipitam.
Como é o caso na Europa de
leste, em que muitas chuvas
ácidas são causadas pela polu-
ição de países como a Alema-
nha.
A s chuvas áci-
das são chu-
vas cujo valor
do pH é inferior ao das chu-
vas normais. Este baixo valor
de pH deve-se à existência de
gases na atmosfera que se
dissolvem na água existente
na mesma. Água essa que
depois é transferida para a
superfície por precipitação
em forma de chuva, neve ou
nevoeiro.
Estas chuvas são mai-
oritariamente causadas pelo
Homem, através de industrias
que libertem gases tóxicos,
bem como pela utilização
excessiva de veículos motori-
zados como o automóvel.
Mas a natureza também in-
tervém na sua formação, pois
ela também emite gases co-
mo o CO2 para o ar, e este
gás ao reagir com a água
também acidifica a chuva.
Como consequências
a chuva ácida pode causar
danos tanto na natureza co-
mo em obras antrópicas, cau-
sando danos muito graves a
nível económico e paisagísti-
co.
Mas ao mesmo tempo
que estas chuvas destroem
facilmente algo, elas podem
ser ide igual forma preveni-
das e controladas. Basta pois
que sejam implementadas
medidas de forma a reduzir a
emissão de gases como o
azoto e o enxofre para a at-
mosfera
Uma das muitas consequências das chuvas ácidas na Natureza. Aqui parte de uma floresta foi “morta” por acção das chuvas
ácidas.
.Estátua situada na Europa de Leste. Como é bem visível, esta
estrutura foi bastante afectada por chuvas ácidas, provavel-mente originadas noutra zona afastada.
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Nos EUA, onde as
fábricas são responsáveis
por quase 65% do dióxi-
do de enxofre existente
na atmosfera, o solo dos
Montes Apalaches tem
uma acidez dez vezes
maior que a das áreas vizi-
nhas, de menor altitude, e
cem vezes maior que a
das regiões onde não há
esse tipo de poluição. Na
América do Sul, chuvas
com pH à volta de 4,7
têm sido registadas tanto
em regiões urbanas e in-
dustrializadas como em
regiões remotas.
As chuvas ácidas
têm como origem princi-
pal a reacção entre água
e dióxidos de enxofre e
azoto, tais como dióxido
de enxofre, trióxido de
enxofre, monóxido de
azoto e dióxido de azoto.
A maioria destes gases
forma-se devido à activi-
dade do Homem.
Os óxidos de enxo-
fre são formados em pro-
cessos industriais e na
produção de energia e
aquecimento. Os óxidos
de azoto formam-se em
fogos florestais, na utiliza-
ção de transportes e na
produção de energia e
aquecimento. Mas estes
óxidos também podem
ser formados na Nature-
za.
Por exemplo, os óxidos
de enxofre podem-se for-
mar em vulcões e ocea-
nos e os óxidos de azoto
podem-se formar com a
actividade biológica dos
solos.
Industria, uma das muitas causas
antrópicas das chuvas ácidas.
Vulcões, uma das muitas causas
naturais das chuvas ácidas.
O trafego automóvel, hoje em dia, é um dos principais causadores da po-
luição atmosférica, promovendo a acidificação das chuvas.
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O azoto é um dos
constituintes mais abundantes
da atmosfera, podendo causar
uma série de reacções que
levem á formação de chuvas
ácidas.
O azoto quando se
encontra no interior de moto-
res de veículos ou motores
industriais, graças às elevadas
temperaturas reage com o
oxigénio formando o monóxi-
do de azoto:
N2(g) + O2(g) → 2NO(g)
O monóxido de azoto
reage com o oxigénio do ar
formando o dióxido de azoto:
2NO(g) + O2(g) → 2NO2(g)
Esse dióxido de azoto,
quando em contacto com a
água, forma o ácido nitroso e
o ácido nítrico:
2NO2(g) + H2O(l) → HNO2
(aq) + HNO3(aq)
Para além destes
(enxofre e azoto), existem ou-
tros poluentes que provocam
chuvas ácidas, tais como o
amoníaco e o ácido clorídrico.
Pode-se concluir então,
que o nosso estilo de vida
está ligado à produção de ga-
ses que provocam chuvas áci-
das.
O enxofre pode acidi-
ficar as chuvas das seguintes
maneiras:
O enxofre existente
com compostos sulfurados,
combustíveis e óleos combi-
na-se com o oxigénio quan-
do estes combustíveis são
queimados:
S + O2(g) → SO2(g)
O dióxido de enxofre
converte-se em trióxido de
enxofre na presença do oxi-
génio:
2SO2(g)+O2(g) → 2SO3(g)
O dióxido de enxofre
e o trióxido de enxofre rea-
gem com a água:
SO2(g) + H2O(l) → H2SO3(aq)
SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq)
Sendo um ácido forte,
o ácido sulfúrico acaba por
ser mais influente na acidez
da chuva que o ácido sulfu-
roso, visto que o ácido sulfúri-
co é um ácido forte.
Todas estas reacções
químicas ocorrem hoje em
dia na atmosfera, resultado
da poluição de fábricas, por
exemplo, de ácido sulfúrico.
Enxofre resultante de uma erupção vulcânica. O enxofre está envolvido na
formação de muitas chuvas ácidas.
Azoto liquido usado em laboratório na realização de experiências. No seu estado gasoso o azoto atmosférico está envolvido na formação de muitas
chuvas ácidas.
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Aqui uma floresta notavelmente degradada pelas chuvas ácidas.
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A nível antrópico estas chuvas podem ter efeitos muito sérios em estruturas calcárias, estruturas estas que são muito comuns, como grandes monumentos ou as calçadas. Isto acontece por-que o Carbonato de Cálcio (CaCO3) reage muito facil-mente com uma água acidifi-cada. Sendo a reacção resul-tante:
CaCO3(s) + 2H3O+(aq) →
Ca2+
(aq) + CO2(g) + 3H2O(l). Os metais também
são frequentemente muito afectados pela acidez da
água, e como tal são afecta-das vários objectos de nosso quotidiano, desde automó-veis a instalações eléctricas expostas ao meio ambiente. Isto acontece porque a cha-pa de que os automóveis são feitos contém Zinco, para pre-venir a chapa de ser oxidada. Mas ao mesmo tempo, o Zin-co reage facilmente com os ácidos, o que provoca a dete-rioração do metal. A equação química que traduz isto é a seguinte: Zn(s) + 2HCL → ZnCl2 (aq) + H2(g).
Mas os efeitos podem ser atenuados, por exemplo, no caso das estruturas calcá-rias podem ser aplicadas pelí-culas sintéticas que vão impe-dir o contacto da água acidifi-cada com o calcário, o que por sua vez impede a degra-dação da estrutura.
Por sua vez, nos auto-móveis são aplicadas várias camadas de produtos por cima da chapa zincada para proteger esta do contacto directo com o meio ambien-te, para assim ter uma dura-ção muito maior.
Estrutura calcária visivelmente
degradada.
Contudo as chuvas ácidas não afecta só materi-ais, afecta também a nature-za. Quando chove sobre la-gos e rios e a água precipita-da é uma água mais ácida que o normal (pH=5,6), a água desses lagos ou rios vai sofrer um decréscimo de pH, tornando-se muitas vezes de-masiado ácida para suportar vida. Isto acontece porque quando a água está demasia-do ácida vai dissolvendo as rochas promovendo assim a libertação de metais pesados, metais estes que em grandes
concentrações provocam a morte aos seres vivos daquele meio.
Dados mais concretos mostram-nos que a maioria dos peixes consegue sobrevi-ver com o pH igual a 6, com pH igual a 5, muitas espécies de peixes não consegue so-breviver, principalmente os indivíduos mais jovens. Mas quando o pH desde abaixo de 4 muito poucas espécies conseguem sobreviver, a mai-oria da biodiversidade é mor-ta pela acidez da água.
Peixes mortos na beira de um lago atingido severamente por chuvas áci-
das.
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Apesar da chuva ácida
não ter um impacto directo
no Homem, esta vai afectá-lo
indirectamente. Isto acontece
pois o Homem está muito de-
pende da natureza e se por
exemplo, os cursos de água
são afectados, os solos agríco-
las que são irrigados por esses
cursos também vão ser afecta-
dos, afectando monetaria-
mente o Homem.
Para além das águas a
parte terrestre da natureza
também é muito afectada.
Muitas florestas sofrem seria-
mente os efeitos das chuvas
ácidas, perdendo muita parte
da sua vegetação, e as árvo-
res perdendo a maioria das
suas folhas, o que implica
que se desenvolvam muito
mais lentamente e que como
tal, fiquem muito mais frágeis.
Em consequência disto, estas
árvores podem vir mesmo a
morrer devido à acção dos
parasitas ou de condições
atmosféricas mais adversas.
O que leva a isto é o
facto que a chuva ácida ar-
rasta consigo muitos nutrien-
tes, nutrientes estes que são
fundamentais para as plantas,
e que sem eles acontece o
que foi descrito anteriormen-
te. Entres estes nutrientes es-
tão o potássio, o cálcio e o
magnésio.
Se o rio de onde a água que irriga este campo de arroz for atingido por uma grande chuvada ácida, toda esta plantação poderá morrer, causando
prejuízos elevados.
Floresta de Erzgebirge na Alemanha. Nesta imagem é possível ver a des-
truição causada peãs chuvas ácidas.
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Para diminuir estas li-
bertações são já tomadas me-
didas como a dessulfurização,
um processo onde os gases
que contém dióxido de enxo-
fre são removidos da chaminé
por onde sairiam e são mistu-
rados com calcário. O carbo-
nato de cálcio forma sulfato
de cálcio com pH neutro, é
retirado do depurador e a po-
luição de enxofre é transfor-
mada em sulfatos industriais.
Para a diminuição dos
óxidos de azoto, que são tam-
bém poluentes que causam a
chuva ácida e cuja grande
parte das suas emissões pro-
vém do uso dos automóveis,
os motores dos veículos po-
dem ser purificados adaptan-
do um conversor catalítico e
usando gasolina sem chum-
bo. O conversor catalítico re-
duz bastante as emissões de
gases nocivos pelo escape
com a ajuda dos catalisadores
e converte-os em gases como
CO2, N2 e H2O (g), gases me-
nos nocivos.
Pode também reduzir-
se a emissão de óxidos de azo-
to no processo de combustão
nas centrais termoeléctricas ao
controlar as condições da
combustão como a tempera-
tura e a proporção ar/
combustível da mistura e con-
trolando a extensão da reac-
ção entre o oxigénio e o azo-
to.
Será que este
homicídio terá
que continuar?
A nossa presente soci-
edade é extremamente de-
pendente de energia para
quase tudo o que fazemos,
com isto, uma enorme quan-
tidade de energia é consumi-
da e, consequentemente, po-
luição é produzida.
Grande quantidade
da poluição que advém da
produção de energia é for-
mada nas centrais termoeléc-
tricas que libertam para a at-
mosfera dióxido de enxofre e
óxidos de azoto, causas da
chuva ácida.
Central termoeléctrica do Pego. A Central Termoeléctrica do Pego redu-ziu as emissões de dióxido de enxofre de 1300 para 100 miligramas por
MW.
Conversor catalítico de um automóvel .
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Mas para além de
tentar evitar as chuvas ácidas
também temos de corrigir os
estragos que elas já fizeram e
um exemplo disto é a cala-
gem dos lagos.
Ora, para reduzir a aci-
dez dos lagos provocada pela
chuva ácida são lançadas aos
lagos enormes quantidades
de cal, um alcalino. Depois de
aplicado o cal, os metais tóxi-
cos, que impedem alguns pei-
xes de viver, vão para o fundo
do lago apenas afectando as
espécies que vivem lá perto e
não as que nadam a menos
profundidade. Esta calagem
deve ser feita regularmente
com intervalos de poucos
anos, de dois a cinco.
Devemos ainda man-
ter em conta que não basta
reduzirmos na nossa zona a
emissão dos gases que provo-
cam a chuva ácida pois muitas
vezes nós somos afectados
por chuvas ácidas provocadas
por outras zonas. Ou seja, os
poluentes depois de emitidos
são arrastados quilómetros
pelo vento e acabam por cau-
sar as chuvas ácidas em zonas
muito distantes por isso deve-
mos todos fazer um esforço
A nível industrial pode
também ser utilizado carvão
sem enxofre para reduzir as
emissões deste.
Países mais desenvolvi-
dos já fizeram imposições go-
vernamentais que exigem
que as indústrias reduzam as
suas emissões de gases que
provocam chuvas ácidas.
Assim a cada empresa
industrial é dada uma licença
de emissão que as obriga a
instalar equipamentos de
controlo para não ultrapassa-
rem o limite imposto.
O resultado é então um de-
créscimo da poluição.
Mas cada um de nós
deve tomar medidas para a
diminuição da poluição que
afecta o nosso planeta e po-
demos reduzi-la fazendo sim-
ples gestos diários como, por
exemplo, usar um transporte
público, utilizar fontes de
energia renováveis, purificar
os escapes dos automóveis,
diminuir o aquecimento de
nossas casas e agasalharmo-
nos melhor e conduzir mais
devagar para reduzir a quan-
tidade de óxidos de azoto
libertados. Helicóptero espalhando cal num lago, como intuito de aumentar-lhe o
pH da água.
Campo eólico. A energia eólica é uma energia limpa que não emite gases tóxicos para a atmosfera, não contribuindo assim para a formação de chu-
vas ácidas.
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Créditos:
Rita Nunes
João Oliveira
Tiago Almeida