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ANA CRISTINA MIMOSO DE OLIVEIRA Familiares em luto antecipatório por pacientes em final de vida internados na Unidade de Terapia Intensiva Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para o Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. SÃO PAULO 2013

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ANA CRISTINA MIMOSO DE OLIVEIRA

Familiares em luto antecipatório por pacientes em final de vida internados na Unidade de Terapia Intensiva

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para o Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

SÃO PAULO 2013

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ANA CRISTINA MIMOSO DE OLIVEIRA

Familiares em luto antecipatório por pacientes em final de vida internados na Unidade de Terapia Intensiva

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para o Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Orientadora: Sandra Regina G. Mazutti

SÃO PAULO 2013

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Oliveira, Ana Cristina Mimoso de

Familiares em luto antecipatório por pacientes em final de vida internados na unidade de terapia intensiva./ Ana Cristina Mimoso de Oliveira. São Paulo, 2013.

Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar.

Orientadora: Sandra Regina Gonzaga Mazutti 1. Unidade de terapia intensiva 2. Luto 3. Família

BC-FCMSCSP/606-13

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AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e à Irmandade da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo pelo conhecimento que me foi transmitido

ao longo do curso de especialização em Psicologia Hospitalar.

À orientadora Sandra Regina G. Mazutti pelo apoio e motivação que me concedeu

ao longo da realização deste projeto.

Às supervisoras Flávia Campos, Verônica Montanher e Marcela Kitayama, pelo

aprendizado e confiança em meu potencial.

À psicóloga Mariana Sarkis, pela atenção e apoio.

Às amigas Rosana Dias e Amanda Wiering do curso de especialização pelo

acolhimento nos momentos mais difíceis.

À minha família que sempre esteve ao meu lado me dando força.

Por último, agradeço a todos os funcionários da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo e do Hospital Paulistano que fizeram parte deste ano.

Obrigada!

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1 Revisão de Literatura .............................................................................. 1

1.1.1 Unidade de Terapia Intensiva .............................................................. 1

1.1.2 Paciente em final de vida ................................................................... 6

1.1.3 Família diante da doença e da morte .................................................. 7

1.1.4 Luto antecipatório ................................................................................ 9

2. OBJETIVOS .............................................................................................. 14

2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 14

2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 14

3. CASUÍSTICA E MÉTODO ........................................................................ 15

3.1 Delineamento .......................................................................................... 15

3.2 Casuística ............................................................................................... 15

3.2.1 Critérios de inclusão ............................................................................ 15

3.2.2 Critérios de exclusão ........................................................................... 15

3.3 Instrumentos ........................................................................................... 15

3.4 Procedimentos ........................................................................................ 16

3.5 Análise dos dados ................................................................................... 17

4. CRONOGRAMA ....................................................................................... 18

5. ANEXOS ................................................................................................... 19

6. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 23

RESUMO ...................................................................................................... 26

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1. INTRODUÇÃO O presente projeto de pesquisa visa estudar e avaliar os sentimentos de familiares

em luto antecipatório por pacientes em final de vida que estão internados na

Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O interesse por este assunto provém da minha

experiência na UTI do Hospital Paulistano (São Paulo) em que pude observar

semelhanças e diferenças nas reações emocionais de familiares que estavam em

processo de luto antecipatório.

Algumas questões se fazem pertinentes, para que o objetivo seja melhor explorado,

por exemplo: Familiares de pacientes em final de vida com doença aguda

apresentam pensamentos e sentimentos diferentes dos acometidos por doença

crônica? Quais as principais repercussões emocionais frente a situação de ter um

familiar em fase final de vida internado na UTI?

Para este estudo, portanto, faz-se necessário uma revisão na literatura sobre a UTI;

paciente em final de vida; família diante da doença e da morte, e luto antecipatório.

Os três principais descritores utilizados na Biblioteca Virtual em Saúde foram:

Unidade de Terapia Intensiva, luto e família. Foram utilizados, como bibliografia,

livros recentes e de autores clássicos, como exemplo, Maria Júlia Kovács e

Elisabeth Kübler-Ross.

Este projeto mostra-se relevante para o profissional de psicologia que atua em UTI,

uma vez que, com base nos dados coletados, poderá adotar formas de manejo mais

adequadas com o paciente em final de vida e seus familiares, além de servir como

um facilitador no processo de luto antecipatório de aceitação e readaptação da

família à sua nova condição.

1.1 Revisão de literatura

1.1.1 Unidade de Terapia Intensiva A UTI é um ambiente diferenciado que, segundo o Ministério da Saúde (1998),

“constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao

atendimento de pacientes graves ou de risco que exijam assistência médica e de

enfermagem ininterruptas, além de equipamento e recursos humanos

especializados”.

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Quando se fala em Terapia Intensiva, deve-se levar em conta que, naquele

ambiente, as questões que englobam situações de vida e morte abrangem diversos

personagens, tais como pacientes e seus familiares, equipe multiprofissional e o

próprio hospital em si. Questões terapêuticas, conduzidas de forma ideal, devem

analisar os pontos favoráveis e contrários a todos os personagens envolvidos

(Erlichmann et al, 2008).

Torna-se imprescindível, à equipe, pesar adequadamente os riscos e benefícios

antes de internar um paciente na UTI, visando evitar o aumento do sofrimento do

paciente e da sua família quando a morte for um desfecho inevitável (Forte, 2012).

A internação é uma decisão objetiva, mas muitas vezes baseada em critérios

subjetivos. Isto significa que há modelos a serem seguidos, porém em determinados

casos a experiência do profissional pode se impor e pesar na decisão final (Forte,

2012).

A seguir, o modelo de priorização de leitos a ser seguido, retirado do Manual da

Residência de Medicina Intensiva (2012):

• Prioridade 1

Pacientes criticamente doentes, instáveis, que necessitem de tratamentos e

monitorização que não podem ser realizados fora de UTI. Incluem: suporte

ventilatório e drogas vasoativas. Não existem limites terapêuticos.

• Prioridade 2

Pacientes que requerem monitorização intensiva e podem, potencialmente,

requerer intervenção imediata, como os coronarianos pelo risco de arritmias

ou pós-operatório de cirurgias de grande porte, também sem limites

terapêuticos.

• Prioridade 3

Pacientes instáveis e criticamente doentes, porém com chance reduzida de

recuperação por causa da doença de base ou da natureza da condição

aguda.

Podem receber cuidados intensivos, porém há limites terapêuticos (não

intubar nem reanimar).

• Prioridade 4

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Pacientes não apropriados para internação em UTI:

Pequeno ou nenhum benefício por causa do baixo risco da internação.

Doença terminal irreversível com probabilidade de morte iminente.

Após a admissão do paciente na UTI, alguns procedimentos e cuidados são

essenciais e disponibilizados conforme a demanda. Como exemplo, podem-se citar

procedimentos de intubação, sedação e analgesia.

A intubação é um procedimento de suporte avançado de vida em que um tubo é

introduzido na traqueia do paciente com o objetivo de auxiliar sua respiração. Deve

ser realizado quando ocorre insuficiência respiratória. Assegurar a permeabilidade

das vias aéreas e a respiração são medidas primordiais no atendimento do doente

crítico (Oliveira, 2012).

A sedação é o ato de suprimir a consciência, mantendo as funções vitais. Busca

principalmente promover conforto e diminuição da ansiedade. Titular a sedação,

buscando níveis superficiais e confortáveis, traz benefícios como: diminuir o tempo

de ventilação mecânica, a duração da internação, as infecções e os distúrbios

psicológicos tardios associados à internação na UTI. É necessário cuidado, pois a

sedação excessiva está associada a maior incidência de delirium, o que, por sua

vez, associa-se a maior mortalidade (Forte, 2012).

A analgesia é fundamental durante o tratamento médico recebido na UTI, dado o

grau de desconforto que o paciente pode apresentar e pelos procedimentos

dolorosos a que este pode vir a ser submetido. Sua ação se dá através de

medicações (Forte, 2012).

O uso de analgésicos diferentes, de forma associada torna maior a eficácia da

sedação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dor é o 5° sinal

vital. Deve-se monitorá-la rotineiramente (Forte, 2012).

Há um mito de que o processo de morte é sempre acompanhado de dor insuportável

e que, por isso, é melhor que o paciente esteja inconsciente neste momento

(Kovács, 1992).

Segundo Pautex et al (2009), 50% dos pacientes mantêm o nível de consciência,

mas com a proximidade do momento da morte evidencia-se uma disfunção

neurológica mais perceptível e acentuada.

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No nível sensorial, o primeiro sentido afetado é a visão, enquanto audição e tato são

mantidos até o final. Concomitantemente, observa-se uma perda progressiva da

capacidade de comunicação (Barónet et al, 2010).

1.1.1.1 Paciente na Unidade de Terapia Intensiva Quando a enfermidade é grave e apresenta riscos à integridade física e psíquica,

podendo evoluir mortalmente, caracteriza-se a necessidade de cuidados intensivos

(Haberkorn, Bruscato, 2008).

Estes cuidados são oferecidos na UTI, através de serviços especializados e

profissionais extremamente capacitados. Apesar de todo suporte, este talvez seja o

setor que mais gera estresse nos pacientes, por conta do ambiente, pelas técnicas e

procedimentos, pela doença que contribui para isso e interfere na capacidade de

adaptação e mudanças tanto no paciente quanto na sua família (Lemos, Rossi,

2002). Bitencourt et al (2007) avaliou outros estressores mais comuns entre os

pacientes, sendo: pouco contato com a família, a presença de tubos e a perda de

controle do próprio corpo.

Além disso, outra característica desta unidade de terapia é a despersonalização do

ser, uma vez que o paciente encontra-se fora do seu ambiente familiar, social e

profissional para ficar em um local desconhecido (Guirardello et al, 1999).

Pina et al (2008) constatou em seus estudos que as insatisfações dos pacientes

relacionadas à solidão, insegurança, saudade da família e o medo de morrer são as

manifestações desfavoráveis mais presentes. Esse dado pode indicar o

reconhecimento do limite da própria vida e a representatividade na organização

familiar.

No que cerne às reações emocionais dos pacientes, podem variar de acordo com a

natureza da doença, que pode ser crônica ou aguda.

A doença crônica é caracterizada por qualquer estado patológico que apresente uma

ou mais das seguintes características: permanente, que deixe incapacidade residual,

que produza alterações patológicas não reversíveis, que requeira reabilitação ou que

necessite períodos longos de observação, controle e cuidados (Zozaya, 1985). Em

geral, o paciente tem a sensação de imutabilidade, limitação e impotência (Cruz,

1998).

A doença aguda é aquela que surge subitamente e tem em geral uma evolução

rápida. É uma situação para a qual a pessoa não está preparada. Pelo aparecimento

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repentino da patologia, o paciente pode acreditar que está em risco grave ou na

iminência de morrer. Também pode ser interpretado pelo paciente como precursor

de uma doença grave, que pode evoluir de maneira muito desfavorável. Nos

pacientes internados com este tipo de doença os sintomas emocionais aparecem

rapidamente após a vivência causadora e desaparecem em alguns dias ou mesmo

horas. Há como uma espécie de atordoamento, diminuição da atenção,

incapacidade para integrar todos os estímulos e até um estado de desorientação.

Concomitante ao atordoamento e desorientação, há um quadro de depressão,

angústia, ansiedade, raiva e desespero (Phipps et al, 1995).

A maneira como a internação na UTI é vivenciada é sempre uma experiência

singular, um processo pessoal, inerente à forma como cada um vive e se relaciona,

variando de acordo com a idade, a gravidade da doença, os antecedentes clínicos, o

tempo de internação, a rede de apoio e o tratamento realizado (Haberkorn, Bruscato,

2008).

1.1.1.2 Família na Unidade de Terapia Intensiva A UTI é o setor do hospital onde os recursos tecnológicos estão à disposição de

uma equipe especializada para assistir o paciente grave e salvar vidas. Embora seja

um local onde todos os esforços e recursos são direcionados para esta finalidade,

comumente a família tem a percepção de que este lugar é um ambiente frio,

agressivo e traumatizante. Por este motivo, ter um ente querido internado nesta

unidade, pode ser fator de grande angústia para os familiares (Saboya et al, 2014),

uma vez que a UTI é percebida pela maioria das pessoas como um local para

doentes em final de vida em que as chances de sobrevida são pequenas. Além

disso, há uma quebra na rotina familiar, que modifica substancialmente o dia-a-dia

das pessoas, por isso não é raro descontrole emocional e abalo na unidade familiar

(Ismael, 2004).

A comunicação da gravidade da doença, de modo geral, provoca uma brusca

ruptura no equilíbrio familiar. Sentimentos de choque, descrença e desesperança

podem paralisar os membros da família (Ismael, 2004). Não é raro que os familiares

passem horas ou algumas vezes dias inteiros na sala de espera, aguardando

notícias. A sensação de impotência é motivo de grande angústia para os familiares,

em especial quando o risco de morte não está descartado (Ismael, 2004).

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O cuidado da família é uma das partes mais importantes do cuidado global dos

pacientes internados na UTI. No caso de um paciente em final de vida ou em que as

perspectivas de recuperação são altamente improváveis, esta face do cuidado

assume uma importância ainda maior, pois, na maioria das vezes, o paciente não

estará desperto e será necessário lidar e cuidar dos seus familiares (Haberkorn,

Bruscato, 2008).

A equipe deve ser atenciosa e ouvir o que os familiares têm a dizer, o que lhes

permite expressar suas dúvidas, temores, anseios, e obter mais informações sobre o

tratamento, que devem ser explicados buscando uma fácil compreensão, de forma a

estabelecer uma relação de confiança (Haberkorn, Bruscato, 2008). São cateteres,

sondas, respirador, monitores e sons que demonstram o estado do paciente, mas

que, frequentemente, trazem para a família uma desconfortável sensação de

estranhamento em relação ao parente internado (Saboya et al, 2014).

Segundo Soares (2007), nas situações de final de vida, os familiares dos pacientes

têm necessidades específicas, tais como: estar próximo ao paciente; sentir-se útil

para ele; ter conhecimento das modificações do quadro clínico; entender o que está

sendo feito no cuidado e por quais motivos; ter garantias do controle do sofrimento e

da dor; ter a segurança de que a decisão quanto à restrição do tratamento curativo

foi apropriada; poder expressar os seus sentimentos e angústias; ser confrontado e

consolado e encontrar um significado para a morte do paciente.

1.1.2 Paciente em final de vida

No presente estudo, será considerado um paciente em final de vida aquele em que

for constatado sinais de morte iminente pela falência múltipla de órgãos ou para

aqueles em que foram esgotadas todas as possibilidades de tratamento (Kitajima et

al, 2014). No entanto, admitir que todos os recursos foram esgotados e que a

possibilidade de cura é inexistente, não significa que não haja mais o que ser feito.

Ao contrário, neste momento abre-se um amplo leque de condutas que podem ser

oferecidas ao paciente e sua família, que visem minimizar a dor e o desconforto do

paciente, até o momento do óbito (Gutierrez, 2001). Assim, muda-se o foco

terapêutico para medidas de conforto físico, psicossocial e espiritual dentro da UTI,

denominando-se cuidado paliativo.

Cuidado Paliativo é uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos

familiares e dos pacientes que enfrentam problemas relacionados a doenças que

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ameaçam suas vidas por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Os

tratamentos da dor e de outros sintomas de ordem física, psicossocial e espiritual

são da maior importância quando se seguem a uma identificação precoce e

avaliação correta do quadro (WHO, 2002).

Estes cuidados têm alguns princípios, como: afirmar a vida e considerar a morte um

processo natural; oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão

ativamente quanto possível até o momento da morte; oferecer sistema de apoio para

ajudar a família a lidar com a doença do paciente e seu próprio luto; utilizar equipe

multidisciplinar para abordar as necessidades dos pacientes e seus familiares,

incluindo aconselhamento para o luto, se indicado (WHO, 2002).

Na UTI os cuidados paliativos são imprescindíveis e necessários para que se

mantenha uma qualidade de vida sem prolongar ou retardar o processo de morte.

Espera-se que os profissionais que atuam junto a esses pacientes possam oferecer

apoio emocional, psicológico e espiritual, com o intuito de amenizar a dor, a melhora

dos sintomas, a diminuição do sofrimento, tanto do doente quanto dos familiares

(Falco et al. 2012).

A prática de cuidados paliativos na UTI deve sempre priorizar o interesse do

paciente, respeitando seus sentimentos e desejos, observando a necessidade da

comunicação adequada entre todos os envolvidos (paciente, família, profissionais da

saúde), independente do quadro clínico da pessoa doente (Falco et al. 2012).

1.1.3 Família diante da doença e da morte A família pode ser vista como um sistema que se autogoverna, cada uma possui

organização e estrutura específicas dependendo da forma como seus membros

interagem entre si e com os outros. Uma família funcional, geralmente conta com

uma forte aliança entre seus membros, que lidam com seus conflitos através de

colaboração e satisfação mútua de suas necessidades, ao mesmo tempo em que

provê um sentido de pertencimento e apoio (Minuchin, Fishman, 1990).

O processo de adoecimento afeta a estrutura e organização familiar. Os papéis que

cada um assumia dentro do sistema familiar são alterados; o paciente e/ou demais

membros da família elegem os cuidadores, que passam a assumir novas

responsabilidades, inclusive aquelas que podem influenciar diretamente na

qualidade de vida do paciente. Todo este contexto gera sobrecarga física e

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emocional para todos os envolvidos, podendo desencadear os sintomas de estresse,

depressão e ansiedade (Prade et al, 2008).

As reações dos familiares, durante o período da doença, desempenham papel

preponderante, e influenciam a reação do paciente. De modo geral, os familiares

buscam ocultar do paciente seus próprios sentimentos. Porém, se o paciente em

fase final de vida não tem condições emocionais para encarar o perigo de morte o

tempo todo, o mesmo se dá com os familiares, por isso não é recomendável que

eles excluam todas as interações sociais para ficar o tempo todo ao lado do doente

(Kübler-Ross, 1994).

O sentimento de culpa acompanha a dor da morte. Se o curso de evolução da

doença e o tratamento são longos, acabam tornando-se um peso para a família, o

que aumenta o desgaste emocional e o sentimento de culpa (Cassorla, 1991).

Kübler-Ross (1994), fez um trabalho com pacientes em final de vida e analisou os

sentimentos do paciente e da família diante da iminência da morte. Segundo a

autora, quando o doente e o familiar se deparam com a iminência da morte, eles

podem passar por cinco estágios:

• NEGAÇÃO: é um mecanismo de defesa primário e temporário, é comum o

doente agir como se nada estivesse acontecendo, não acreditar no

diagnóstico, procurar vários médicos, entre outras reações.

• RAIVA: “Por que eu?” nesta fase o doente pode se revoltar contra a equipe de

saúde, os familiares, contra Deus.

• BARGANHA: Aqui dá-se o contrário, nessa fase são comuns as promessas

de mudança de vida. Deus é presença forte neste estágio.

• DEPRESSÃO: Quando o doente percebe a impossibilidade de cura, fica

deprimido, relaciona-se pouco com outras pessoas, algumas vezes abandona

o tratamento.

• ACEITAÇÃO: O paciente busca encontrar um sentido para sua vida. Faz uma

revisão de tudo o que fez e conquistou e finalmente aceita sua situação.

Segundo a mesma autora, esses estágios são sucessivos, no entanto podem não

ocorrer necessariamente nessa ordem e nem todos os pacientes passam por todos

eles. Trata-se de um processo particular e depende de vários fatores como cultura,

estrutura familiar, religiosidade, entre outros. O mesmo processo é vivenciado pelos

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familiares, uma vez que o diagnóstico de que não há mais tratamento curativo é

difícil de ser aceito e assimilado.

De acordo com Franco (2010), o processo de luto constitui-se como uma experiência

subjetiva, isto é, dotada de significado, inserida em uma cultura e multideterminada.

Logo, o significado e as repercussões da morte variam conforme uma série de

fatores, como por exemplo o momento do ciclo vital em que ela ocorre. Deste modo,

as reações do paciente e de sua família, quando se trata de uma criança ou de um

adolescente, assumem um perfil mais dramático, por exemplo, do que o final da vida

que coincide com a velhice, fase em que tal desfecho já é aguardado e, por isso,

tende a ser mais elaborado e aceito com mais facilidade (Eizirik et al, 2013).

Desta forma, devem-se levar em conta as peculiaridades emocionais específicas de

cada período e as circunstâncias da morte (doença, acidente, suicídio, morte

provocada pela violência urbana), para que se tenha uma compreensão mais

abrangente de suas repercussões na família e na sociedade em que a pessoa que

morreu estava inserida (Eizirik et al, 2013).

1.1.4 Luto antecipatório O termo “luto antecipatório” foi utilizado pela primeira vez por Lindemann 1em 1944,

quando publicou um artigo denominado “The Symptomatology and Management of

Acute Grief”. Nesta época, ele observou que ocorria um fenômeno com as esposas

dos soldados que partiam para a guerra: elas experimentavam as reações de luto

quando da separação física de seus maridos e diante da perspectiva deles virem a

morrer em batalha. Ele analisou o fenômeno e o compreendeu como uma reação

adaptativa das esposas face à iminente possibilidade da perda de seus maridos,

período em que elas vivenciavam fases como depressão, raiva, desorganização e

reorganização, antecipando o desligamento afetivo deles. Desta forma, elas se

protegiam contra a possibilidade de se defrontar com uma morte repentina, cujos

efeitos seriam ainda mais devastadores. Perante estas constatações, Lindemann

concluiu que este fenômeno, o que denominou luto antecipatório, tinha uma função

adaptativa para as esposas. A partir deste ponto, tal fenômeno passou a ser

1 Lindemann E. (1944) apud Fonseca JP. Luto antecipatório. In: Fonseca JP. Luto antecipatório: as experiências pessoais, familiares e sociais diante de uma morte anunciada. Campinas: Editora Livro Pleno; 2004. p.74-93.

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estudado em pessoas que recebem um diagnóstico e enfrentam as doenças

terminais e a ameaça da morte iminente de um ente querido (Fonseca, 2004).

O luto antecipatório envolve um sistema psíquico complexo, caracterizado pela

vivência do luto antes da morte propriamente dita, trata-se de um processo

adaptativo, em que tanto os familiares como o paciente se preparam psíquica e

emocionalmente para a possibilidade da perda. É uma fase preliminar ao processo

de luto (Souza, 2010).

Muitas mortes ocorrem com um aviso prévio e, é nesse período de espera e

antecipação que a pessoa enlutada começa a vivenciar as várias respostas ao luto.

Enquanto a morte súbita pode ser excessivamente traumática, o luto prolongado

pode provocar ressentimentos, que levam à culpa. (WORDEN, 1998)

De acordo com Rando2 (1986, 2000, apud Fonseca, 2004) a experiência do luto

antecipatório é determinada pela combinação de fatores psicológicos, sociais e

fisiológicos.

Os primeiros subdividem-se em três categorias: aqueles cujas características

pertencem à natureza e significado de cada um com relação ao doente (ex.: papel

que o doente ocupou na família); as características do enlutado (ex.: faixa etária,

experiências passadas de perdas) e as características da doença e o tipo de morte

que o enlutado precisa enfrentar (ex.: percepção de temporalidade da doença e da

morte iminente).

Com relação aos fatores sociais, também subdivididos em três categorias, são elas:

características que se referem ao conhecimento que o doente tem a respeito da

doença e seu envolvimento com ela e com a iminência da morte; características da

família e respostas de seus componentes à doença e à morte iminente; categoria

que engloba os fatores socioeconômicos e ambientais e suas influências no luto

antecipatório.

Por último, os fatores físicos englobam: a saúde física dos enlutados; a energia para

reagir; quantidade e qualidade do sono, descanso e exercícios físicos; nutrição e

utilização de drogas.

2 Rando T. (1986, 2000) apud Fonseca JP. Luto antecipatório. In: Fonseca JP. Luto antecipatório: as experiências pessoais, familiares e sociais diante de uma morte anunciada. Campinas: Editora Livro Pleno; 2004. p.94-101.

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O processo psicológico do luto antecipatório pode passar pelas seguintes fases, que

podem ocorrer simultaneamente: choque, negação, ambivalência, revolta,

negociação, depressão e aceitação/adaptação (Fonseca, 2004).

A partir do ponto de vista clínico, é importante que as pessoas que trabalham com

pacientes, e suas famílias, lidando com a antecipação da morte tenham uma

compreensão do luto antecipatório para que possam auxiliar os pacientes e os

demais membros da família (Worden, 1998).

Quando ocorre este tipo de situação, o processo de luto começa cedo e abrange

três tarefas relativas a ele. Em relação à Tarefa I, ocorre a consciência e a aceitação

do fato de que a pessoa virá a falecer e, desta forma, a elaboração desta tarefa tem

início cedo. Entretanto, em grande parte dos casos, a consciência da inevitabilidade

da morte será alternada com experiências de negação de que o fato irá realmente

ocorrer (Worden, 1998).

Com respeito à Tarefa II, existe uma grande variedade de sentimentos associados à

perda, sentimentos que habitualmente estão ligados com o luto após a morte. Um

sentimento que pode ser observado com frequência neste período é o aumento da

ansiedade. A ansiedade aumenta e acelera à medida que o período de luto

antecipatório se torna maior e quanto mais próxima a pessoa está da morte

(Worden, 1998).

Em relação à Tarefa III ocorre um fenômeno interessante, é a tarefa de criar e se

acomodar a um cenário em que a pessoa que faleceu está faltando. Quando ocorre

algum período de antecipação da morte, é comum que as pessoas enlutadas façam

um "ensaio de papéis” mentalmente, ou seja, tentem visualizar e resolver questões

como: Onde vou morar? Como vou fazer sem ele? (Worden, 1998).

O período que antecedeu a morte pode ser utilizado de forma bastante eficaz, tendo

um importante impacto no luto que se seguirá, se a pessoa enlutada for estimulada a

cuidar de trabalhos não terminados. Estes não são relativos simplesmente a desejos

e outras questões, mas também a ser capaz de expressar tanto admiração quanto

desapontamentos, coisas que deverão ser ditas antes do paciente morrer (Worden,

1998).

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Para Parkes3 (1986 apud Kovács, 2012), os familiares percorrem três estágios de

adaptação frente ao diagnóstico de uma doença que pode ser fatal:

• “Choque: reação de torpor diante de uma situação assustadora.

• Realização da situação e da possível perda: percepção da realidade da situação (que ocorreu mesmo), sua dimensão, seus desdobramentos. Sentimentos contraditórios podem surgir tais como: raiva, tristeza, medo, culpa, depressão e dor.

• Reorganização da vida em novos patamares: reorganização incluindo as possíveis perdas, com as adaptações necessárias e a proposição de novos investimentos em atividades que possam ser realizadas”.

Cada um dos membros da família pode vivenciar essas fases (que nem sempre

coincidem em tempo e intensidade), o que pode provocar desequilíbrio, mal-estar e

necessidade de novas formas de relacionamento entre os membros (Kovács, 2012).

O processo de luto se inicia, portanto, a partir do momento em que o diagnóstico de

uma doença fatal ou potencialmente fatal é recebido, movido pelas perdas,

concretas ou simbólicas, que esse diagnóstico venha a trazer para a pessoa e sua

família. As perdas decorrentes da doença podem estar relacionadas a: segurança,

funções físicas, imagem corporal, força e poder, independência, autoestima, respeito

dos outros e perspectiva de futuro (Fonseca, 2004).

O luto antecipatório permite que a pessoa vivencie e experimente a perda sem que

ela tenha ocorrido de fato. Nesse sentido, proporciona ao enlutado a possibilidade

de refletir e elaborar questões e escolhas para a vida que tenham um significado.

Permitindo que haja despedidas, resolução de pendências e o início da construção

de novos significados, identidades e relações (Gillies, Neimeyer, 2006).

Segundo Bowlby (1990), o luto é a resposta à ruptura de um vínculo significativo, no

qual havia um investimento afetivo entre o enlutado e o ente que se foi, pontuando

que a dimensão do luto seja proporcional ao grau de apego, considerando-se fatores

relacionados a perda e seus significados. Nesse sentido, elucidando o objetivo do

presente projeto, entende-se que familiares que vivenciam a morte iminente de um

ente querido estão experimentando a proximidade da ruptura de um vínculo que tem

3 Parkes CM. (1986) apud Kovács MJ. Sobre a morte e o morrer. A reumanização de um processo. In: Kovács MJ. Educação para a morte: temas e reflexões. 2ªed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. p. 79-146.

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algum significado e, portanto, vivenciando um processo de luto antecipatório, que

pode ou não ser reconhecido pelo familiar.

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14

2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliar os sentimentos de familiares em luto antecipatório por pacientes em final de

vida, internados na UTI de um hospital privado de São Paulo.

2.2 Objetivos específicos

• Descrever perfil clínico do paciente;

• Traçar o perfil sociodemográfico dos familiares;

• Descrição de sentimentos dos familiares de pacientes em final de vida;

• Comparar os sentimentos dos familiares de pacientes em final de vida por

doença aguda e doença crônica.

Page 20: exemplo TCC

15

3. CASUÍSTICA E MÉTODO 3.1 Delineamento Estudo transversal descritivo, abordagem quantitativa.

3.2 Casuística Amostra de conveniência composta por 30 familiares adultos, de ambos os sexos,

cuidadores de pacientes em final de vida que estão internados na UTI de um

hospital privado de São Paulo.

3.2.1 Critérios de inclusão

• Familiares, independente da consanguinidade, de paciente em final de vida

internado na UTI da instituição em estudo;

• Com idade igual ou superior a 18 anos;

3.2.2 Critérios de exclusão

• Não aceitar participar do estudo mediante assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

• Ser analfabeto, apresentar comprometimento cognitivo ou possuir transtorno

psiquiátrico com sintomatologia psicótica aguda que possa interferir na

aplicação do instrumento;

3.3 Instrumentos 3.3.1 Dados de identificação e história da doença do paciente Consiste em um formulário desenvolvido pela pesquisadora, com dados sobre

identificação do paciente, histórico familiar e da doença. Estes dados serão

coletados no prontuário do paciente.

3.3.2 Ficha sociodemográfica do familiar Consiste em um formulário desenvolvido pela pesquisadora, com dados de

identificação do familiar e observações de reações emocionais e comportamentais

do familiar observados pelo pesquisador.

Page 21: exemplo TCC

16

3.3.2 Questionário do familiar Instrumento composto por 14 perguntas semi-dirigidas, desenvolvido pela

pesquisadora com o objetivo de avaliar os sentimentos de familiares de pacientes

em final de vida internados na UTI.

3.4 Procedimentos A presente pesquisa será submetida à aprovação da Comissão Científica do Serviço

de Psicologia e do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da instituição

em que será aplicada. Após a aprovação se iniciará a coleta de dados.

A pesquisadora entrará em contato com a equipe da UTI para identificar os

pacientes em final de vida e seus respectivos familiares.

Depois será realizada uma análise dos prontuários dos pacientes, com o objetivo de

coletar os dados de identificação e da história da doença do paciente (Anexo 1),

para certificar que preenchem o critério de inclusão para a participação do estudo.

Assim que os pacientes forem selecionados, durante o horário de visita da UTI a

pesquisadora entrará em contato com cada familiar individualmente para

identificação e preenchimento dos critérios de inclusão (item 3.2.1). Se positivo, irá

informar a respeito da pesquisa, esclarecer possíveis dúvidas e investigar se há

interesse em participar da mesma.

Caso haja interesse, será oferecido ao familiar o horário após a visita ou de acordo

com a sua disponibilidade de horário, na Sala de Conferências da UTI do Hospital.

Os sujeitos deverão assinar as duas vias do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Anexo 4) antes de preencherem o questionário (Anexo 3). A ficha

sociodemográfica (Anexo 2), será preenchida pela pesquisadora através de dados

coletados com o familiar e observação da pesquisadora.

Será um encontro individual e o tempo previsto para a aplicação do instrumento é de

30 minutos.

Como o estudo será realizado com seres humanos, alguns cuidados éticos são de

extrema importância. Para tanto, serão acompanhados os procedimentos

estabelecidos pela Resolução nº 466 de Dezembro de 2012, do Conselho Nacional

de Saúde.

Os entrevistados serão informados sobre a confidencialidade e sigilo das

informações prestadas. Serão informados também, que não são obrigados a

participar da pesquisa, podendo retirar sua autorização ou desistir da participação e

Page 22: exemplo TCC

17

em eventual situação de desconforto, os participantes poderão cessar sua

colaboração a qualquer momento, sem nenhuma consequência ou penalidade.

Caso haja alguma situação de desconforto será oferecido acolhimento ao

entrevistado e, caso necessário, encaminhamento a serviços de Psicologia públicos

e/ou privados.

3.5 Análise dos dados O questionário possui perguntas semi-dirigidas cujas respostas serão analisadas e

transformadas em categorias. Todos os resultados serão então apurados e inseridos

em um banco de dados especificamente elaborado para este estudo no Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS), versão 16.0. Os dados receberão uma

análise descritiva para identificar o grupo pesquisado em suas variáveis

sociodemográficas de paciente e familiares, cronicidade da doença, sentimentos e

pensamentos de familiares a partir de médias, desvio-padrão e porcentagens.

Page 23: exemplo TCC

18

4. CRONOGRAMA PERÍODO de 2014 ATIVIDADES Fev/2014 a Mar/2014 Submissão aos Comitês de Ética em

Pesquisa Abr/2014 a Ago/2014 Coleta de Dados Ago/2014 a Set/2014 Análise dos dados Out/2014 a Dez/2014 Relatório Final e Artigos

Page 24: exemplo TCC

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5. ANEXOS ANEXO 1: DADOS DE IDENTIFICAÇÃO E HISTÓRIA DA DOENÇA DO PACIENTE                               

I.DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 

Nome :____________________________________________________________

Sexo: F ( ) M ( ) Idade:_____No.Filhos:_______ Religião: ( ) Católica ( )

Evangélica ( ) Espírita ( ) Judaica ( ) Outra:_____________________________

Escolaridade: ( ) 1º. Grau ( ) 2º. Grau ( ) 3º. Grau ( ) Completo ( ) Incompleto

Estado Civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) divorciado/separado ( )

outros______________________________________________________________

Naturalidade:________________________Nacionalidade: ____________________

Profissão:_____________________________( ) Aposentado ( ) ativo ( ) não ativo

Cuidador:___________________ Grau parentesco:__________ Fone:___________

II. HISTÓRICO FAMILIAR

Mora com: ( ) esposa/o ( ) filhos ( ) pais ( ) só ( ) Instituição ( )

outros______________________________________________________________

Papel do paciente na família: ( ) provedor ( ) dependente ( ) compartilhado

( ) outros___________________________________________________________

III. INFORMAÇÕES MÉDICAS

Data internação no Hospital_____/_____/_______Na UTI _______/______/_______

Procedência: ( ) Andar ( ) Residência ( ) Clínica ( ) Outro hospital :

___________________________________________________________________

Motivo da internação na UTI :____________________________________________

Diagnóstico Primário : Câncer ( ) Aids ( ) Demência ( ) Cardíaca ( ) Pulmonar

( ) Renal ( ) Hepático ( ) Neurológico ( ) Outros:_______________________

Comorbidades:_______________________________________________________

( ) Doença crônica Quanto tempo?_________________ ( ) Doença aguda

Se doença crônica, grau de funcionalidade antes da internação atual : KPS________

Paciente está em cuidado paliativo? ( ) Não ( ) Sim. Desde: ___________

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ANEXO 2: FICHA SOCIODEMOGRÁFICA DO FAMILIAR Nome: __________________________________________Idade__________

Sexo : ( ) F ( ) M Religião: ( ) Católica ( ) Evangélica ( ) Espírita ( )

Judaica ( ) Outra:_______________________________________________

Estado Civil: ( ) Casado ( ) solteiro ( ) viúvo ( ) divorciado/separado ( )

Outros_________________________________________________________

Grau de parentesco: ___________________Fone para contato: ___________

Naturalidade:_____________________Nacionalidade___________________

Escolaridade: ( ) 1ºGrau ( ) 2ºGrau ( ) 3º Grau ( ) Completo ( )Incompleto

Profissão: _______________________________ Ativo: ( ) Sim ( )Não

Possui filhos? ( ) Não ( ) Sim Quantos?__________________________

Renda Familiar:

( ) Até 01 salário mínimo ( ) Até 02 salários mínimos

( ) Até 03 salários mínimos ( ) Até 04 salários mínimos

( ) Até 05 salários mínimos ( ) Até 06 salários mínimos

( ) Até 07 salários mínimos ( ) Mais de 08 salários mínimos

Reações emocionais do familiar:

( ) Tristeza ( ) Choro ( ) Ansiedade ( ) Desespero ( ) Agressividade ( )

Desconfiança ( ) Insegurança ( ) Segurança ( ) Esperança

Comportamento do familiar frente ao paciente internado na UTI:

( ) Fala do paciente no passado ( ) Tem realizado visitas menos frequentes

( ) Pensa na sua vida sem o paciente ( ) Tem realizado rituais de despedida

( ) Tem solucionado pendências de ordem emocional

( ) Tem solucionado pendências de ordem burocrática

Page 26: exemplo TCC

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ANEXO 3:

QUESTIONÁRIO DO FAMILIAR

1- Qual diagnóstico do seu familiar?

___________________________________

2- Trata-se de uma doença: ( ) Crônica ( ) Aguda

3- O que este (a) familiar significa na sua vida? _________________________

4- Como você se sente ao lembrar-se dele (a) internado na UTI?

______________________________________________________________

5- Quando você está a caminho do hospital para visita e boletim médico o que:

Você Pensa? __________________________________________________

Como se sente?________________________________________________

6- Quando você entra na UTI e vê seu(a) familiar o que:

Você Pensa? __________________________________________________

Como se sente? ________________________________________________

7- Que informação os médicos tem dado a você sobre o estado do seu familiar?

Que está: ( ) Bem ( ) Regular ( ) Grave ( ) Gravíssimo

8- Diante das informações médicas como você tem se sentido?

______________________________________________________________

9- Você tem recebido atendimento psicológico? ( ) Não ( )Sim

Caso sim, como se sente com o atendimento? ___________________________

10- Quando termina a visita, para onde você vai?________________________

Como se sente? ___________________________________________________

11- Como era sua relação com seu familiar antes da internação na UTI?

________________________________________________________________

12- E hoje como sente esta relação? __________________________________

13- Sente- se apoiado (a) neste momento?

( ) Não ( ) parcialmente ( )Sim Por quem? _________________________

Caso sim, este apoio tem sido:

( ) Adequado ( ) inadequado ( ) suficiente ( ) insuficiente

14- O que mais tem te ajudado neste momento?

( ) Família ( ) Amigos ( ) Religião ( ) Fé ( ) outros___________________

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ANEXO 4: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O Serviço de Psicologia da Irmandande da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na responsabilidade da pesquisadora Sandra Regina G. Mazutti CRP 06/35324-8 e da Psicóloga Especializanda Ana Cristina Mimoso de Oliveira CRP 06/112821, está realizando uma pesquisa que não inclui medicamento ou qualquer outra forma de intervenção sobre os participantes. A pesquisa tem como objetivo avaliar os sentimentos de familiares em luto antecipatório por pacientes em final de vida, internados na UTI de um hospital privado de São Paulo. Ao aceitar participar deste estudo, o participante será abordado pela psicóloga especializanda, sob orientação da pesquisadora responsável do Serviço de Psicologia, que realizará um encontro individual de 30 minutos, para o preenchimento da ficha sociodemográfica do familiar e aplicação do questionário, que contemplam perguntas acerca dos sentimentos vivenciados neste momento de internação do paciente na UTI. Os participantes têm a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e abandonar o estudo, sem que isto lhe traga qualquer prejuízo quanto ao seu tratamento na Instituição. Os dados obtidos serão mantidos em lugar seguro, codificados e a identificação só será realizada pelos pesquisadores. Caso o material venha a ser utilizado para publicação científica ou atividades didáticas, os participantes não serão identificados, estando garantidos a confidencialidade, o sigilo e a privacidade, conforme a Resolução nº 466 de Dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde. As pessoas que aceitarem participar da pesquisa podem receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida acerca dos assuntos a ela relacionados. Os pesquisadores estarão à disposição no telefone (11) 2176 7980, no Serviço de Psicologia da Santa Casa de São Paulo, situado à Rua Santa Isabel, 305, 7º andar, Santa Cecília, São Paulo. Declaro que li as informações e recebi todos os esclarecimentos necessários junto aospesquisadores e concordo em participar do estudo. Recebi uma via desse documento, que ficará em meu poder. Data: São Paulo, de 2013. Nome do Participante:__________________________ Documento de Identificação (RG):________________ Assinatura do Participante:______________________ Assinatura do Pesquisador: _____________________

Page 28: exemplo TCC

23

6. REFERÊNCIAS Barón M, Raposo C, & Aguirre Y. Última etapa de la enfermedad neoplásica progresiva: cuidados en la agonía, síntomas refractários y sedación. Med Clin. [periódico oonline] 2006; [citado 28 outubro 2013]; 27(11):421-408. Disponível em: http://zl.elsevier.es/es/revista/medicina-clinica-2/ultima-etapa-enfermedad-neoplasica-progresiva-cuidados-agonia-13092768-revision-2006 Bitencourt AGV, Neves FBCS, Dantas MP, Albuquerque LC, Melo RMV, Almeida AM, Agareno S, et al . Analise de Estressores para o Paciente em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. Bras. Ter. Intensiva. [periódico online] 2007; [citado 21 novembro 2013]; 19 (1); 53-59. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v19n1/a07v19n1.pdf Bowlby J. Apego e perda: apego – A natureza do vínculo. São Paulo: Martins

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Page 29: exemplo TCC

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Guirardello EB, Romero-Gabriel CAA, Pereira IC, Miranda AF. A percepção do paciente sobre sua permanência na Unidade de Terapia Intensiva. Rev Esc Enferm USP. [periódico online] 1999; [citado 07 dezembro 2013] ; 33(2):123-9. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62341999000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt  Gutierrez PL. O que é o paciente terminal? Rev. Assoc. Med. Bras. [periódico online] 2001; [citado 25 novembro 2013]; 47(2). Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000200010 Haberkorn A, Bruscato WL. Qualidade de vida e internação em UTI. In: Knobel E , Andreoli PBA, Erlichman MR. Psicologia e Humanização: assistência aos pacientes graves.São Paulo: Atheneu; 2008. 375 p. Ismael SMC. A família do paciente em UTI . In: Mello Filho J, Burd M. Doença e família. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2004. p.251-258. Kitajima K, Baptista D, Mello L, Lopes N. O papel do psicólogo intensivista junto à equipe de saúde. In:. Kitajima K, organizadora. Psicologia em Unidade de Terapia Intensiva: critérios e rotinas de atendimento. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2014. 87 p.  Kovács MJ .Paciente terminal e a questão da morte. In: Kovács MJ, coordenadora. Morte e desenvolvimento humano. 2ªed. São Paulo: Casa do Psicólogo ;1992.  Kovács MJ. Sobre a morte e o morrer. A reumanização de um processo. In: Kovács MJ. Educação para a morte: temas e reflexões. 2ªed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. p.79-146.  Kubler-Ross E. Sobre a Morte e o Morrer. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes; 1994. 291p.  Lemos RCA, Rossi LA. O significado cultural atribuído ao centro de terapia intensiva por clientes e seus familiares: um elo entre a beira do abismo e a liberdade. Rev Latino-am Enferm. [periódico online] 2002; [citado em 28 novembro 2013]; 10(3): 345-57. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v10n3/13344.pdf Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº466, de 04 de junho de 1998. Unidade de terapia intensiva. Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fsna.saude.gov.br%2Flegisla%2Flegisla%2Futi%2FGM_P466_98uti.doc&ei=Z_eyUojXJdHIsASV6YCYCQ&usg=AFQjCNHcf3dUGW8REDyR99CpyTxhMwyRFA&sig2=wWkccX6Lhla7yaRO0inXWg&bvm=bv.58187178,d.cWc (15 outubro 2013)  

Page 30: exemplo TCC

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Page 31: exemplo TCC

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RESUMO

Introdução: O luto antecipatório envolve um sistema psíquico complexo, caracterizado pela vivência do luto antes da morte propriamente dita, trata-se de um processo adaptativo, em que tanto os familiares como o paciente se preparam psíquica e emocionalmente para a possibilidade da perda. Este trabalho mostra-se relevante para o psicólogo que atua em UTI, uma vez que com base nos dados coletados, poderá adotar formas de manejo mais adequadas com os pacientes e familiares, além de servir como um facilitador no processo de aceitação e readaptação da família à nova condição. Objetivo: avaliar os sentimentos de familiares em luto antecipatório por pacientes em final de vida, internados na UTI de um hospital privado de São Paulo. Método: Estudo quantitativo transversal descritivo. Amostra de conveniência composta por 30 familiares maiores de 18 anos, de ambos os sexos, de pacientes em final de vida que estão internados na UTI. Serão preenchidas fichas sociodemográficas do paciente e familiar e aplicado o questionário elaborado pela pesquisadora. As respostas serão analisadas e transformadas em categorias. Todos os resultados serão então apurados e inseridos em um banco de dados no SPSS, versão 16.0. Os dados receberão uma análise descritiva para identificar o grupo pesquisado em suas variáveis sociodemográficas de paciente e familiares, cronicidade da doença, sentimentos e pensamentos de familiares, a partir de médias, desvio-padrão e porcentagens. Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva; Luto; Família.