Exercícios de Politica - Parte 2

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POLÍTICA PARTE 2 Prof. Betover Santos Página 1 de 13 1. (Espm 2012) Os textos abaixo referem-se a pensadores cujas obras e ideias exerceram forte influência em importantes eventos ocorridos nos séculos XVII e XVIII. Leia-os e aponte a alternativa que os relaciona corretamente a seus autores: I. “O filósofo desenvolveu em seus Dois Tratados Sobre Governo a ideia de um Estado de base contratual. Esse contrato imaginário entre o Estado e os seus cidadãos teria por objeto garantir os direitos naturais do homem, ou seja, liberdade, felicidade e prosperidade. A maioria tem o direito de fazer valer seu ponto de vista e, quando o Estado não cumpre seus objetivos e não assegura aos cidadãos a possibilidade de defender seus direitos naturais, os cidadãos podem e devem pegar em armas contra seu soberano para assegurar um contrato justo e a defesa da propriedade privada”. II. “O filósofo propôs um sistema equilibrado de governo em que haveria a divisão de poderes (legislativo, executivo e judiciário). Em sua obra O Espírito das Leis alegava que tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar e o de julgar os crimes ou as desavenças dos particulares. Afirmava que só se impede o abuso do poder quando pela disposição das coisas só o poder detém o poder”. a) I John Locke; II Voltaire; b) I John Locke; II Montesquieu; c) I Rousseau; II John Locke; d) I Rousseau; II Diderot; e) I Montesquieu; II Rousseau. 2. (Uem 2012) O filósofo inglês John Locke (1632-1704) construiu uma teoria político-social da propriedade que é, até hoje, uma das referências principais sobre o tema. Afirma ele: “A natureza fixou bem a medida da propriedade pela extensão do trabalho do homem e conveniências da vida. Nenhum trabalho do homem podia tudo dominar ou de tudo apropriar- se. [...] Assim o trabalho, no começo (das sociedades humanas), proporcionou o direito à propriedade sempre que qualquer pessoa achou conveniente empregá-lo sobre o que era comum.(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 48; 45; 52) Em consonância com essa concepção de propriedade do filósofo, é correto afirmar que 01) o direito à propriedade é, prioritariamente, fruto do trabalho. 02) o direito à propriedade é fundado naquele que primeiro se apossou do bem (terra, animais etc.). 04) o fato de os recursos naturais serem comuns a todos os homens gera um impedimento à propriedade individual. 08) o trabalho individualiza o que era propriedade comum, pois agrega algo particular ao bem. 16) o trabalho antecede a propriedade do bem e não o contrário. 3. (Uff 2012) O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é um dos fundadores da concepção liberal da vida política. Em sua defesa da liberdade como um atributo que o homem possui desde que nasce, ele diz: “Para compreender corretamente o que é o poder político e derivá-lo a partir de sua origem, devemos considerar qual é a condição em que todos os homens se encontram segundo a natureza. E esta condição é a de completa liberdade para poder decidir suas ações e dispor de seus bens e pessoas do modo que quiserem, respeitados os limites das leis naturais, sem precisar solicitar a permissão ou de depender da vontade de qualquer outro ser humano.” Assinale o documento histórico que foi diretamente influenciado pelo pensamento de Locke. a) O livro “O que é a propriedade?”, de Proudhon (1840) b) O “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Frederico Engels (1848) c) A “Concordata” estabelecida entre Napoleão e o Vaticano (1801) d) A declaração da “Doutrina Monroe” (1823) e) A “Declaração de Independência” dos Estados Unidos (1776) 4. (Ufsj 2012) Ao investigar as origens das ideias, diversos filósofos fizeram interferências importantes no pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles, destaca-se o pensamento de John Locke. Assinale a alternativa que expressa as origens das ideias para John Locke.

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1. (Espm 2012) Os textos abaixo referem-se a pensadores cujas obras e ideias exerceram forte influência em importantes eventos ocorridos nos séculos XVII e XVIII. Leia-os e aponte a alternativa que os relaciona corretamente a seus autores: I. “O filósofo desenvolveu em seus Dois Tratados Sobre Governo a ideia de um Estado de base

contratual. Esse contrato imaginário entre o Estado e os seus cidadãos teria por objeto garantir os direitos naturais do homem, ou seja, liberdade, felicidade e prosperidade. A maioria tem o direito de fazer valer seu ponto de vista e, quando o Estado não cumpre seus objetivos e não assegura aos cidadãos a possibilidade de defender seus direitos naturais, os cidadãos podem e devem pegar em armas contra seu soberano para assegurar um contrato justo e a defesa da propriedade privada”.

II. “O filósofo propôs um sistema equilibrado de governo em que haveria a divisão de poderes (legislativo, executivo e judiciário). Em sua obra O Espírito das Leis alegava que tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar e o de julgar os crimes ou as desavenças dos particulares. Afirmava que só se impede o abuso do poder quando pela disposição das coisas só o poder detém o poder”.

a) I – John Locke; II – Voltaire; b) I – John Locke; II – Montesquieu; c) I – Rousseau; II – John Locke;

d) I – Rousseau; II – Diderot; e) I – Montesquieu; II – Rousseau.

2. (Uem 2012) O filósofo inglês John Locke (1632-1704) construiu uma teoria político-social da propriedade que é, até hoje, uma das referências principais sobre o tema. Afirma ele:

“A natureza fixou bem a medida da propriedade pela extensão do trabalho do homem e conveniências da vida. Nenhum trabalho do homem podia tudo dominar ou de tudo apropriar-se. [...] Assim o trabalho, no começo (das sociedades humanas), proporcionou o direito à propriedade sempre que qualquer pessoa achou conveniente empregá-lo sobre o que era comum.” (LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 48; 45; 52)

Em consonância com essa concepção de propriedade do filósofo, é correto afirmar que 01) o direito à propriedade é, prioritariamente, fruto do trabalho. 02) o direito à propriedade é fundado naquele que primeiro se apossou do bem (terra,

animais etc.). 04) o fato de os recursos naturais serem comuns a todos os homens gera um

impedimento à propriedade individual. 08) o trabalho individualiza o que era propriedade comum, pois agrega algo particular

ao bem. 16) o trabalho antecede a propriedade do bem e não o contrário.

3. (Uff 2012) O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é um dos fundadores da concepção liberal da vida política. Em sua defesa da liberdade como um atributo que o homem possui desde que nasce, ele diz: “Para compreender corretamente o que é o poder político e derivá-lo a partir de sua origem, devemos considerar qual é a condição em que todos os homens se encontram segundo a natureza. E esta condição é a de completa liberdade para poder decidir suas ações e dispor de seus bens e pessoas do modo que quiserem, respeitados os limites das leis naturais, sem precisar solicitar a permissão ou de depender da vontade de qualquer outro ser humano.” Assinale o documento histórico que foi diretamente influenciado pelo pensamento de Locke.

a) O livro “O que é a propriedade?”, de Proudhon (1840) b) O “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Frederico Engels (1848) c) A “Concordata” estabelecida entre Napoleão e o Vaticano (1801) d) A declaração da “Doutrina Monroe” (1823) e) A “Declaração de Independência” dos Estados Unidos (1776)

4. (Ufsj 2012) Ao investigar as origens das ideias, diversos filósofos fizeram interferências importantes no pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles, destaca-se o pensamento de John Locke. Assinale a alternativa que expressa as origens das ideias para John Locke.

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a) “Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência [...] mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele pode ser atribuído a esta, mas à imaginação e à ideia.”

b) “O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente, uma ideia em movimento.

c) “Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior, calcado nas paixões.”

d) “Afirmo que essas duas, a saber, as coisas materiais externas, como objeto da sensação, e as operações de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão, são, a meu ver, os únicos dados originais dos quais as ideias derivam.”

5. (Uem 2012) Aranha e Martins (2005) definem o senso comum como o “primeiro olhar sobre o mundo, ainda não-crítico, a partir do qual as pessoas participam de uma comunhão de ideias e realizam as expectativas de comportamento dos grupos sociais a que pertencem.” (ARANHA,

M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. 3.ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p.144).

Sobre o senso comum, assinale o que for correto. 01) O senso comum é um conjunto de ideias cuja finalidade é a crítica ao saber

estabelecido. 02) O senso comum é um conjunto de ideias e práticas cegas e incompatíveis com a

verdade. 04) Ao ser definido como o primeiro olhar, o senso comum é um saber metafísico das

causas e dos primeiros princípios. 08) Todos os homens, intelectuais e analfabetos, participam do senso comum. 16) O senso comum confunde-se com as ideologias de uma classe ou de um grupo social.

6. (Uema 2012) Como um corpo sistemático de representações que nos ensinam a pensar e de normas que nos ensinam a agir, a ideologia possui as seguintes características:

I. Tem como função assegurar determinadas relações dos homens entre si e com suas condições de existência, adaptando os indivíduos às tarefas prefixadas pela sociedade.

II. A diferença de classe e os conflitos sociais são expostos ao conjunto dos indivíduos de uma determinada sociedade.

III. É assegurada a coesão dos homens e a aceitação sem críticas das tarefas mais penosas, e pouco recompensadoras, em nome da vontade de Deus ou do dever moral ou como decorrência da ordem natural das coisas.

IV. A diferença de classe dos conflitos sociais são camufladas, ora com a discrição da sociedade una e harmônica, ora com a justificação das diferenças existentes.

Estão corretas apenas as características a) I,II e IV. b) I, III e IV. c) II e III.

d) II,III e IV. e) III e IV.

7. (Unesp 2012) Vigora entre educadores e intelectuais brasileiros uma correta e justificável ojeriza às ditaduras de direita. Infelizmente, o mesmo vigor não é encontrado quando se trata de ditaduras de esquerda. As notícias de perseguições, prisões, greves de fome, fuzilamentos e fugas envolvendo opositores às duras ditaduras esquerdistas são ignoradas. Quando fica impossível deixar de falar a respeito, são comuns alegações de que há exagero da imprensa ou, pior, sugestões de que os dissidentes são egoístas que, em nome do individualismo, ameaçam um regime que deveria servir de exemplo. São as velhas táticas de questionar a liberdade de imprensa quando as notícias são desfavoráveis e de desmerecer o opositor, em vez de enfrentar as opiniões contrárias com argumentos.(Janaína Conceição Paschoal. Cuba é uma

grande Guantánamo. Folha de S.Paulo, 14.02.2012.)

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O texto descreve um conflito de natureza ideológica. Apresente uma definição que seja

adequada para o conceito de “ideologia”, tal como ele é empregado pela autora, e comente uma diferença básica entre uma “ideologia de direita” e uma “ideologia de esquerda”. 8. (Uem 2011) “A restrição que Marx faz ao Estado de Direito burguês, enquanto abstração da condição básica da sociabilidade humana atrelada à imediatidade do viver-junto dos homens, é que este Estado acaba, por força da sua estrutura burocratizante e da redução do político aos aspectos jurídicos, representando os interesses de uma parcela da sociedade e, nessa medida, é impotente para garantir os fins maiores e universais da coletividade” (Filosofia – Ensino Médio.

Curitiba: SEED-PR, 2006, p.224).

Com base nessa afirmação, assinale o que for correto. 01) É nas ideias do liberalismo clássico de John Locke que Karl Marx procura subsídios

teóricos para a concepção de uma sociedade socialista, segundo a qual a liberdade de cada indivíduo seria garantida pela emancipação política de toda a coletividade.

02) Para Karl Marx, o fim da luta entre as classes sociais tornar-se-á possível quando o trabalho e o capital chegarem a um acordo jurídico sobre uma forma democrática de distribuição igualitária da renda entre todos os indivíduos de todas as classes sociais.

04) Para Karl Marx, a lei deve garantir uma justiça social fundamentada no princípio de que o trabalho deve ser remunerado conforme os méritos e a capacidade produtiva de cada indivíduo.

08) O materialismo histórico de Karl Marx preconiza que a estrutura jurídico-política instaurada com o modo de produção capitalista precisa ser mantida, de forma que a transição para uma economia socialista possa ser efetivada sem conturbações.

16) Para Karl Marx, o direito burguês não passa de uma ficção da lei e expressão de uma ideologia cuja compreensão e desvelamento só pode realizar-se a partir de uma análise da infraestrutura econômica do modo de produção capitalista.

9. (Uem 2011) A filosofia política encontrou nas utopias renascentistas uma forma peculiar de expressão em que a imaginação e a razão conjugam-se para apresentar ideias sobre a melhor forma de organização social e política. Sobre o papel das utopias, assinale o que for correto. 01) Karl Marx e Friederich Engels criticaram as utopias por considerá-las ideologias, isto é,

sistemas de ideias dissociadas da realidade, bem como opuseram, ao socialismo utópico, o socialismo científico.

02) Thomas More, filósofo humanista renascentista, escreve A Utopia para criticar a República de Platão e para afirmar sua adesão à teoria política aristotélica.

04) A Nova Atlântida, utopia escrita por Francis Bacon, reflete o novo espírito da Idade Moderna, que prestigia a técnica, a experiência e a observação dos fatos, rejeitando a filosofia contemplativa da antiguidade clássica.

08) A Utopia, de Thomas More, é uma obra de ficção científica na qual está ausente a crítica social e econômica. Foi escrita com o intuito de propor a modernização tecnológica da Inglaterra.

16) O humanista renascentista Erasmo de Roterdam escreveu, junto com Francis Bacon, várias utopias para denunciar a insensatez, a loucura e os desmandos dos estados e governantes de sua época.

10. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas apresenta uma reformulação do conceito weberiano de racionalização pela qual lança as bases conceptuais de sua teoria da sociedade. Neste sentido, postula a distinção irredutível entre trabalho ou agir instrumental e interação ou agir comunicativo, bem como a pertinência da conexão dialética entre essas categorias, das quais deriva a diferenciação entre o quadro institucional de uma sociedade e os subsistemas do agir racional com respeito a fins. Segundo Habermas, uma análise mais pormenorizada da primeira parte da Ideologia Alemã revela que “Marx não explicita efetivamente a conexão entre interação e trabalho, mas sob o título nada específico da práxis social reduz um ao outro, a saber, a ação comunicativa à instrumental”. (Adaptado: HABERMAS, J.

Técnica e ciência como “ideologia”. Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42.)

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Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar: a) O crescimento das forças produtivas e a eficiência administrativa conduzem à organização

das relações sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer formas de dominação. b) A liberação do potencial emancipatório do desenvolvimento da técnica e da ciência depende

da prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que entravam a reprodução material da vida e suas respectivas formas interativas.

c) O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto forças produtivas, permite estabelecer uma nova forma de legitimação que, por sua vez, nega as estruturas da ação instrumental, assimilando-as à ação comunicativa.

d) Com base na irredutibilidade entre trabalho e interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir comunicativo, contra as restrições impostas pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra as restrições materiais pela escassez econômica.

e) A racionalização na dimensão da interação social submetida à racionalização na dimensão do trabalho na práxis social determina o caráter emancipatório do desenvolvimento das forças produtivas e do bem-estar da vida humana.

11. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania. (LOCKE, John. In:

MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar: I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da

legalidade. II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em

questões de matéria religiosa. III. O poder legislativo ocupa papel preponderante. IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e

obrigar que sejam cumpridas. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 12. (Uem 2011) A democracia tornou-se o apanágio das sociedades políticas modernas, no entanto, do século V a.C. até o século XIX, teve poucos representantes. Sobre as dificuldades de realização do processo democrático, assinale o que for correto. 01) Através do modelo de sociedade patriarcal, os romanos lançaram as bases ideológicas do

processo democrático moderno, centrado na figura do pater. 02) Para Gerd Bornheim, o maior desafio das sociedades políticas contemporâneas é o de

equacionar, no mesmo regime, a democracia e o individualismo do sujeito autônomo. 04) Barão de Montesquieu, em O espírito das leis, condenou a educação moral e cívica e a

transformação do indivíduo em cidadão, pois o homem é, na sua concepção, naturalmente bom, e a sociedade o corrompe.

08) Jean-Jacques Rousseau, no Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens, está em desacordo com John Locke e Adam Smith, porque, para eles, é importante garantir a propriedade privada à sociedade civil.

16) O utilitarismo, como princípio de extensão da felicidade ao maior número de pessoas, utiliza o conceito de alienação para o convencimento dos indivíduos ao interesse maior, que é o Estado.

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13. (Uncisal 2011) No período moderno, emergiu uma escola filosófica que pôs em questão as concepções inatistas e metafísicas de conhecimento. Para os filósofos partidários dessa escola, o conhecimento é sempre decorrente da experiência, jamais podendo existir ideias inatas. O nome dessa corrente filosófica, bem como o nome de um de seus filósofos representativos são, respectivamente: a) inatismo; Descartes. b) idealismo; Kant. c) escolástica; Santo Agostinho.

d) empirismo; Locke. e) metafísica; Platão.

14. (Uema 2011) A palavra ideologia, criada por Destutt de Tracy (1754-1836), significa estudo da gênese e do desenvolvimento das ideias. Com Karl Marx, o termo ideologia adquiriu um significado crítico e negativo. Identifique, nas opções abaixo, a única que contém informação correta sobre a concepção de Marx sobre ideologia. a) Conjunto de ideias que apresenta a sociedade dividida em duas classes, dominantes e

dominados, visando à conscientização dos indivíduos. b) Conjunto de ideias que mostra a totalidade da realidade, levando os indivíduos a

compreenderem-na em si mesma. c) Conjunto de ideias que dissimula e oculta a realidade, mostrando-a de maneira parcial e

distorcida em relação ao que de fato é. d) Conjunto de ideias que esclarece de forma contundente a realidade, mostrando que apenas

pessoas da classe dominante podem governar. e) Conjunto de ideias que estimula a classe dominada a alcançar o poder. 15. (Ufpa 2011) “Em minha opinião, o voto livre deve ser defendido por razões filosóficas. (...) Ao tornar o voto obrigatório, de algum modo é reduzido o grau de liberdade que existe por trás da decisão espontânea do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato. Podemos afirmar que o voto obrigatório, constrangido pela lei, não é moral se comparado ao sufrágio livre, resultado da deliberação de um sujeito autônomo. E, para Kant, há uma identidade entre ser livre e ser moral.” (Disponível em

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u356288.shtml. Texto adaptado)

O autor do texto se manifesta contrário ao voto obrigatório e justifica sua posição tendo por base a Ética kantiana.

Do ponto de vista de Kant, o individuo ao votar constrangido pela lei não age moralmente porque a) a ação praticada não foi livre, na medida em que uma ação verdadeiramente livre deve visar

à felicidade do indivíduo e não ao interesse do Estado. b) é forçado, sem aprovação de sua vontade, a praticar um ato cujo móbil não é o princípio do

dever moral. c) o seu voto não foi fruto de uma escolha consciente, mas sim motivado por ideologias

partidárias. d) sua ação foi praticada por imposições do Estado e favorece candidatos desonestos, que

podem comprar votos. e) agiu por imposição da lei jurídica e não da lei moral, que requer que sua escolha esteja

comprometida com interesses externos ao sujeito. 16. (Uem-pas 2011) Entre os séculos XVII e XVIII, ocorreu no mundo ocidental uma grande transformação no plano do pensamento, com grandes inovações na forma de o homem pensar a natureza, a história, a política, a economia, as relações sociais e a cultura de uma forma geral. Assinale o que for correto sobre esse movimento de renovação cultural. 01) As inovações do movimento cultural conhecido como Iluminismo contribuíram, no plano das

ideias, para a independência dos Estados Unidos e para a Revolução Francesa de 1789. 02) Um dos autores mais importantes para o desenvolvimento do liberalismo político foi o

filósofo inglês John Locke. Em seu livro Segundo Tratado sobre o Governo, ele contestou o absolutismo real e afirmou que a principal função do Estado é garantir os direitos naturais dos indivíduos à vida, à liberdade e à propriedade privada.

04) Montesquieu, autor do livro O Espírito das Leis, foi um crítico do racionalismo dos filósofos iluministas e defensor da centralização do poder monárquico.

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08) Quesnay, Gournay e Turgot são nomes ligados à fisiocracia, um movimento de ideias que, além de identificar a terra como única fonte de riqueza, fazia críticas ao intervencionismo do Estado na economia. A frase que sintetiza o pensamento dos fisiocratas é: laissez faire, laissez passer, Le monde va de lui-même (deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo).

16) Jean Jacques Rousseau foi o primeiro economista a formular a tese de que o trabalho é a origem e o fundamento do direito de propriedade. Foi autor do livro Princípios de Economia Política e de Tributação, no qual fez uma defesa intransigente do liberalismo econômico e da inviolabilidade da propriedade privada.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Quem realmente ganha com o “bebê conforto”? Parece que agora vai. A partir de 1º de setembro, o transporte de crianças em veículos deve seguir regras que serão rigorosamente verificadas. Crianças de até um ano irão numa cadeira especial batizada de bebê conforto. {...}. Explicitamente, táxis e coletivos estão desobrigados dessas cadeiras especiais. Como essas formas de transporte público, em particular os coletivos, são muito utilizadas pelas classes menos favorecidas, estaria sendo promovida – com a permissão de Charles Darwin – uma espécie de genocídio não natural que iria favorecer a sobrevivência não necessariamente dos mais aptos, porém dos mais “bebês confortados” ?. {...}. De fato, se o poder público estivesse comprometido com a segurança nos transportes, não permitiria que estradas, ruas e avenidas atingissem o estado de degradação em que elas se encontram hoje. Nem permitiria a circulação de veículos sem luzes, com pneus desgastados, para-choques amarrados com barbantes. Construiria estradas com a necessária infraestrutura para pedestres, em vez de pontilhá-las de lombadas eletrônicas caça-níqueis. E adotaria uma legislação que enfatizasse a educação no trânsito e realmente tirasse do volante aqueles que já deram repetidas provas de que são uma ameaça, em vez de se preocupar em encher os cofres oficiais com multas por infrações tão insignificantes, nas condições de nosso trânsito, como dirigir momentaneamente com apenas uma das mãos. (VILLAR, Lígia. Opinião. DP.29.08.10.)

17. (Upe 2011) No final do século XIX e início do século XX, alguns fatos históricos colocaram o mundo em crise, fase em que se acendeu uma visão pessimista acerca da existência humana. Alguns pensadores de então passaram a indagar o sentido da vida humana. Leia a seguir algumas ideias dos pensadores dessa época. I. “O homem pode nascer escravo numa sociedade pagã – ou senhor feudal ou proletário. Mas

o que não varia é a necessidade para ele de estar no mundo, de lutar, de viver com os outros e de ser mortal.” (Sartre)

II. “Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganadoras especulações da “filosofia”, segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo, e não segundo Cristo.” (São Paulo)

III. “Quem não quiser se equivocar deve construir sua hipótese, derivada da experiência sensível, sobre um fato, e não supor um fato devido a essa hipótese.” (Locke)

IV. “O costume é, pois, o grande guia da vida humana.” (Hume) V. “Não sou um homem, sou uma dinamite.” (Nietzsche) Assinale a alternativa que apresenta as afirmações corretas. a) Apenas I, II e III. b) Apenas I e V. c) Apenas I e IV.

d) Apenas II, III e IV. e) I, II, III, IV e V.

18. (Uem 2010) Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o kantismo. Endereçou a todos a mesma crítica, a de não terem compreendido o que há de mais fundamental e essencial à razão: o fato de ela ser histórica. Com base nessa afirmação, assinale o que for correto. 01) Ao afirmar que a razão é histórica, Hegel considera a razão como sendo relativa, isto é,

não possui um caráter universal e não pode alcançar a verdade. 02) Não há para Hegel nenhuma relação entre a razão e a realidade. Submetida às

circunstâncias dos eventos históricos, a razão está condenada ao ceticismo, isto é, “ao duvidar sempre”.

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04) A identificação entre razão e história conduz Hegel a desenvolver uma concepção materialista da história e da realidade, negando entre ambas a possibilidade de uma relação dialética.

08) No sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento. O mundo é a manifestação da ideia, o real é racional, e o racional é o real.

16) Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã, que não é a história que anda com as pernas das ideias, mas as ideias é que andam com as pernas da história, critica, ao mesmo tempo, o idealismo e a concepção da história de Hegel e dos neo-hegelianos.

19. (Unicentro 2010) Todas as alternativas abaixo definem corretamente a relação crítica que se estabelece na contemporaneidade entre Arte, Indústria cultural e Cultura de massas, exceto. a) Com o advento da modernidade, as artes foram submetidas às regras do mercado

capitalista e da ideologia da Indústria Cultural, baseadas na prática do consumo de produtos culturais produzidos em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo que existe no capitalismo.

b) Não podemos afirmar que a contemporaneidade transformou as obras de arte em mercadorias, pois proporcionaram sua democratização irrestrita: todos podem ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em suas vidas, criticá-las, graças ao capitalismo.

c) Apesar de submetida às leis do mercado capitalista e de sua ideologia, a arte contemporânea não se democratizou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa.

d) A Indústria cultural define a cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração. O que nas obras de arte significa trabalho da sensibilidade, da reflexão e da crítica é vulgarizado e banalizado; em lugar de difundir e divulgar as artes, despertando interesse por ela, ocorre massificação da expressão artística e intelectual.

e) Sob o controle econômico e ideológico da Indústria Cultural, a arte se transformou em um evento para tornar invisível a realidade e o próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não para ser conhecido, fruído e superado por novas obras.

20. (Enem 2010) Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si. SEVERINO. A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992

(adaptado).

O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta a) os conteúdos éticos decorrentes das ideologias político-partidárias. b) o valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos. c) a sistematização de valores desassociados da cultura. d) o sentido coletivo e político das ações humanas individuais. e) o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos democraticamente. 21. (Unimontes 2010) A ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras e preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção. Pelo contrário, a função da ideologia é a de apagar as diferenças, como as de classes, e de fornecer aos membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo, a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, ou o Estado. (CHAUÍ, M. O que é Ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1980. Cf. ARANHA, M. ARRUDA, M. Filosofando,

São Paulo: Moderna, 2003.)

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Das alternativas a seguir, qual não apresenta características fundamentais da ideologia? a) Assegura a coesão social e a aceitação sem críticas das tarefas mais penosas e pouco

recompensadoras, em nome da vontade de Deus ou do dever moral. b) É uma mentira que os indivíduos da classe dominante inventam para subjugar os da classe

dominada. c) Mantém a dominação de uma classe sobre a outra. d) Constitui um corpo sistemático de representações que nos “ensinam” a pensar e de normas

que nos “ensinam” a agir. 22. (Uem 2010) O que caracteriza a filosofia é a coragem para enfrentar a tradição irrefletida, o

distanciamento dos problemas imediatos da vida, a procura pela unidade do saber em face à

pluralidade das ciências, a crítica da cultura e das ideologias, assegurando a racionalidade e a

reflexão crítica. Sobre o exposto, assinale o que for correto.

01) Sócrates, no seu trabalho de maiêutica e ironia, enfrentou a sociedade do seu tempo e obteve a pena máxima, condenado a tomar cicuta.

02) Filósofo é aquele que pergunta e que transforma as respostas em perguntas, porque nenhum saber é eterno e isento de críticas em seus fundamentos.

04) A reflexão filosófica, por ser racional e abstrata, não tem aplicação prática, reproduzindo eternamente as mesmas perguntas sem sentido.

08) Com as teses do materialismo histórico de Karl Marx, a filosofia perdeu sua vocação prática de transformar a realidade e ficou ainda mais isolada, condenada à sala de aula e ao círculo dos intelectuais.

16) Mais do que um saber teórico, a filosofia é uma atitude e um modo de vida, pois não se trata de acumular verdades, mas radicalizar a dúvida e a insatisfação diante dos problemas fundamentais da existência.

23. (Uema 2009) Em nossa época, denotamos uma indiferença comum em torno dos assuntos públicos. Por conta dessa despolitização, há uma certa naturalização da realidade social. Leia o poema abaixo do poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht.

Nós vos pedimos com insistência: nunca digam – isso é natural! Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão, em que corre o sangue, em que o arbitrário tem força de lei, em que a humanidade se desumaniza... Não digam nunca: isso é natural, a fim de que nada passe por ser imutável.

(ARANHA, M.L.A; MARTINS, M.H.P. Filosofando:

introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.)

O autor faz no poema acima uma denúncia da a) alienação e ideologia. b) emancipação e libertação. c) dialética e determinismo.

d) práxis e utopia. e) naturalização e politização.

24. (Ufsm 2009) “Os comunitaristas enfatizam o bem comum, não os direitos e liberdades dos

indivíduos. Afirmam que a promoção constante da escolha individual muitas vezes prejudica o

interesse público.” (Stephen Law, 2008.)

Na posição defendida pelo comunitarismo, herdeiro direto do aristotelismo, o papel do

Estado, conforme Stephen Law, consiste em promover

I. o bem comum como critério primeiro das escolhas individuais.

II. as escolhas individuais como meio para alcançar o interesse público.

III. constantemente as liberdades individuais como motivadoras do bem comum.

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Está(ao) correta(s)

a) I apenas. b) II apenas. c) III apenas.

d) III apenas. e) II e III apenas.

25. (Ufu 2009) Em Marx, o conceito de ideologia designa uma forma de consciência invertida, que distorce e encobre as formas de dominação existentes nas relações sociais. Tomando isso em consideração, marque a alternativa que apresenta corretamente a relação entre os conceitos de estrutura e superestrutura no pensamento de Marx. a) Marx afirma que a superestrutura projeta falsamente as relações sociais de produção como

justas, e que uma sociedade igualitária somente poderá surgir com a revolução da estrutura econômica da sociedade.

b) Marx afirma que a superestrutura jurídica é o fundamento da divisão social do trabalho, e que toda revolução deve principiar com a alteração da legislação que regulamenta a atividade econômica.

c) Marx afirma que os homens retêm em sua consciência uma imagem transparente das relações sociais de produção, e que somente a alteração da consciência de cada indivíduo pode conduzir à revolução dessas relações sociais de produção.

d) Marx afirma que a democracia burguesa e os partidos políticos são o motor da história. Logo, toda revolução social principia no domínio político, que é a esfera em que podem se manifestar legitimamente os conflitos de interesses.

26. (Uem 2008) A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez no livro Dialética do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crítica do conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário. Assinale o que for correto. 01) A origem da indústria cultural pode ser encontrada na prática dos mecenas, particularmente

italianos, que financiavam, durante o Renascimento, a produção das grandes obras de arte. 02) Na indústria cultural, o consumidor não é rei, como ela gostaria de o fazer crer, o

consumidor não é o sujeito da produção cultural, mas seu objeto. 04) A indústria cultural eleva o nível cultural da maioria da população e aprimora a apreciação

da qualidade estética do universo das artes. 08) A indústria cultural é expressão da ideologia capitalista; sob seu poderio, as obras de arte

foram esvaziadas de seu caráter criador e crítico, alienaram-se para tornarem-se puro entretenimento, isto é, objetos de consumo para um espectador cuja ausência de reflexão o torna passivo.

16) A partir da segunda revolução industrial no século XIX, as artes usufruem uma fase de produção autônoma; com o advento da indústria cultural, tornam-se dependentes das necessidades mercadológicas do capital.

27. (Uema 2005) O Maranhão vive a expectativa da implantação de um grande polo siderúrgico. De um lado, o discurso afirma que os maranhenses terão um momento de desenvolvimento com a geração de emprego e renda. Do outro, o discurso versa sobre o impacto ambiental para a população. Ambos os discursos são ideológicos, embora diferentes, pois há vários sentidos para a palavra ideologia que, segundo Karl Marx, adquiriu um sentido negativo, como instrumento de dominação, que tem como função: a) produzir uma divergência entre as classes. b) enfatizar as diferenças, como as de classe, e de fornecer aos membros da sociedade um

sentimento de identidade social. c) desenvolver consciência crítica na relação dos homens entre si e suas condições de

existência. d) dar aos membros da sociedade dividida em classes um sentido de desigualdade entre todos. e) dar aos membros da sociedade dividida em classes uma explicação racional para as

diferenças sociais, políticas e econômicas.

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28. (Interbits 2012) Karl Marx viveu entre 1818 e 1873. Muitos dos seus escritos e conceitos nos servem para compreendermos o funcionamento do sistema capitalista de produção. A partir de sua abordagem, assinale a alternativa que apresenta, de forma correta, a explicação do conceito de “mais-valia”. a) É a consciência de classe do proletariado, que serve como modelo simbólico a partir do qual

pode existir a revolução. b) É o resultado da luta de classes. Corresponde ao modelo econômico de transição para o

comunismo. c) É o elemento oposto à ideologia, servindo como forma de desalienação do proletariado. d) É a mercadoria no seu valor de uso. e) É o excedente da produção do trabalhador, que popularmente é chamado de lucro. Esse

excedente pertence ao burguês capitalista. 29. (Uem 2011) “Dois fatores condicionam esta escravidão: a rapidez e as ordens. A rapidez: para alcançá-la, é preciso repetir movimento atrás de movimento, numa cadência que, por ser mais rápida que o pensamento, impede o livre curso da reflexão e até do devaneio. Chegando-se à frente da máquina, é preciso matar a alma, oito horas por dia, pensamentos, sentimentos, tudo (...). As ordens: desde o momento em que se bate o cartão na entrada até aquele em que se bate o cartão na saída, elas podem ser dadas, a qualquer momento, de qualquer teor. E é preciso sempre calar e obedecer. A ordem pode ser difícil ou perigosa de se executar, até inexequível; ou então, dois chefes dando ordens contraditórias; não faz mal: calar-se e dobrar-se (...) Engolir nossos próprios acessos de enervamento e de mau humor; nenhuma tradução deles em palavras, nem em gestos, pois os gestos estão determinados, minuto a minuto, pelo trabalho.” (WEIL, Simone. Carta a Albertine Thévenon (1934-5). In: BOSI, Ecléia (org.). A condição operária e outros

estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 65.)

Considerando a leitura do trecho da carta acima e a temática do trabalho e da produção social do mundo, assinale o que for correto.

01) É possível identificar como fordista-taylorista a forma de organização do trabalho descrito pela autora.

02) O trecho acima destaca que a alienação decorrente da divisão social do trabalho é uma das características da produção industrial.

04) A subjetividade do trabalhador não é afetada pela mecanização da produção industrial, nem pelas formas de organização e gestão do trabalho.

08) Uma das características do trabalho industrial destacada pela autora é a produção de maiores vínculos de solidariedade e coesão social.

16) As normas e as ordens da produção industrial estão associadas a um intenso controle das atividades dos trabalhadores.

30. (Uel 2008) As relações amorosas, após os anos de 1960/1980, tenderam a facilitar os contatos feitos e desfeitos imediatamente, gerando uma gama de possibilidades de parceiros e experimentos de prazer. Essa forma de contato amoroso tem sido denominada pelos jovens como “ficar”. Assim, em uma festa pode-se “ficar” com vários parceiros ou durante um tempo “ir ficando” em diferentes situações, sem que isso se configure em compromisso, namoro ou outra modalidade institucional de relação. Os processos sociais que provocaram as mudanças nas relações amorosas, bem como suas consequências para o indivíduo e para a sociedade, têm sido problematizados por vários cientistas sociais.

Assinale a alternativa em que o texto explica os sentidos das relações amorosas descritas acima.

a) “Hoje as artes de expressão não são as únicas que se propõem às mulheres; muitas delas

tentam atividades criadoras. A situação da mulher predispõe-na a procurar uma salvação na literatura e na arte. Vivendo à margem do mundo masculino, não o apreende em sua figura universal e sim através de uma visão singular; ele é para ela, não um conjunto de utensílios e conceitos e sim uma fonte de sensações e emoções; ela interessa-se pelas qualidades das coisas no que têm de gratuito e secreto [...]”.

(BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 5 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1980. p. 473.)

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b) “Hoje, no entanto, existe uma renovação, o que significa dizer que os cientistas, quando chegam através do seu conhecimento a esses problemas fundamentais, tentam por si próprios compreendê-los e fazem um apelo à sua própria reflexão. Nos próximos anos, por exemplo, após as experiências do Aspecto, a discussão sobre o espaço e sobre o tempo – problemas filosóficos – vai ser retomada”.

(MORIN, E. A inteligência da complexidade. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2000. p. 37.) c) “Nova era demográfica de declínio populacional não catastrófico pode estar alvorecendo.

Fome, epidemias, enchentes, vulcões e guerras cobraram seu preço no passado, mas que grandes populações não se reproduzam por escolha individual é uma mudança histórica notável. Na Europa Ocidental, esse padrão está se estabelecendo em tempos de paz, sob condições de grande prosperidade, embora, sejam ainda visíveis oscilações conjunturais, significativas na depressão escandinava do início dos anos de 1990.”

(THERBORN, G. Sexo e poder. São Paulo: Contexto, 2006. p. 446). d) “É assim numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto para o uso

imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a ’experiência amorosa’ à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço.

(BAUMAN, Z. Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p.21-22). e) “Viver na grande metrópole significa enfrentar a violência que ela produz, expande e exalta,

no mesmo pacote em que gera e acalenta as criações mais sublimes da cultura.[...] Nesse sentido, talvez a primeira violência de que somos vítima, já no início do dia, é o jornalismo, sempre muito sequioso de retratar e reportar, nos mínimos detalhes, o que de mais contundente e chocante a humanidade produziu no dia anterior [...]”.

(NAFFAH NETO, A. Violência e ressentimento. In: CARDOSO, I. et al (Orgs). Utopia e mal-estar na cultura. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 99.)

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GABARITO – POLÍTICA – PARTE 2 Resposta da questão 1: [B] Resposta da questão 2: 01 + 08 + 16 = 25. Resposta da questão 3: [E]

Resposta da questão 4: [D]

Resposta da questão 5: 18. Resposta da questão 6: [B] Resposta da questão 7: Ideologia é uma espécie de planificação do discurso. É uma ignorância a respeito dos excessos e faltas da razão que imobiliza o posicionamento do sujeito de modo que ele se torna incapaz de reavaliar e criticar suas afirmações. Existem ideologias mais para direita e mais para esquerda, isto é, existem ideologias que são mais extremas e outras mais brandas. Entre liberais e socialistas existe um espaço muito menor que entre fascistas e comunistas, por exemplo. Se tomarmos duas ideologias que recaíram em ditaduras e regimes totalitários – o fascismo e o comunismo –, podemos perceber uma grande diferença na concepção de Estado. Para a primeira o Estado existe e o indivíduo o serve, para a segunda o Estado serve as necessidades individuais de acordo com as capacidades destes. Porém, para simplificar podemos generalizar uma seguinte diferenciação: ideologias de direita geralmente buscam ser ou conservadoras ou reacionárias, e ideologias de esquerda ou progressistas ou revolucionárias.

Resposta da questão 8: 16. Resposta da questão 9: 01 + 04 = 05. Resposta da questão 10: [D] Resposta da questão 11: [E] Resposta da questão 12: 02 + 08 = 10. Resposta da questão 13: [D] Resposta da questão 14: [C]

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Resposta da questão 15: [B] Resposta da questão 16: 01 + 02 + 08 = 11. Resposta da questão 17: [B] Resposta da questão 18: 08 + 16 = 24. Resposta da questão 19: [B] Resposta da questão 20: [D] Resposta da questão 21: [B] Resposta da questão 22: 01 + 02 + 16 = 19. Resposta da questão 23: [A] Resposta da questão 24: [A] Resposta da questão 25: [A] Resposta da questão 26: 02 + 08 + 16 = 26. Resposta da questão 27: [E] Resposta da questão 28: [E] Resposta da questão 29: 01 + 02 + 16 = 19. Resposta da questão 30: [D]