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2 Reservatórios hidrelétricos

6 Produtos biodegradáveis

8 Você ainda joga lixo na rua?

10 Economia doméstica

12 Dicas para uma boa saúde bucal

14 Gestão dos recursos naturais

16 Parque da Serra do Mar é expandido

17 Câmara Municipal de Itajubá

18 Galeria de Arte — Joás Pereira dos Passos

20 Preservação do Patrimônio Cultural

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Arcilan T. Assireu, Bernadette Vilhena, Célia Rennó, Felipe Augusto, Dra. Gracia Costa Lopes e Paulo Rosas.Revisão: Marília Bustamante Abreu MarierProjeto Gráfico: Elaine Cristina PereiraFotos da Capa: Jair Antonio (35 9804-2394)Vendas: Diagrarte Editora LtdaImpressão: Gráfica Novo Mundo Ltda

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônicaOs artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.Contate-nos: (35) 9982-1806

e-mail: [email protected] a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br/naturale_6ed.pdf

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Carta ao leitorApós darmos as boas vindas a 2011 e ao Ano Inter-

nacional da Floresta, convidamos o leitor a conferir as novidades da Naturale.

Nesta edição abrimos o espaço Galeria de Arte, no qual convidamos artistas plásticos, fotógrafos e artesãos a apresentarem seus trabalhos. Abrindo a exposição temos o escultor Joás Pereira dos Passos, membro da Academia Brasileira de Belas Artes.

Contamos com isso incentivar a divulgação da arte em um espaço privilegiado e facilitar a troca de informa-ções entre artistas e admiradores da Arte.

A Diagrarte Editora também abre as portas para es-critores de todas as idades. Com o intuito de divulgar a literatura, estimular a escrita e a leitura e tornar realida-de o sonho de muitos de terem seus textos publicados, a Diagrarte Editora abre as inscrições para duas Antolo-gias, a de “Contos e Crônicas” e a de “Poemas”.

Agora ficou mais fácil divulgar seus trabalhos, par-ticipe conosco desta nova fase e tornemos 2011 um ano de muitas realizações e conquistas!

Elaine Pereira

Apoio

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Após a inundação de áreas com cobertura vegetal para a criação de reser-vatórios hidrelétricos, a vegetação morre e não mais assimila dióxido de carbono (CO2) por fotossíntese. Isto resulta numa modificação ambiental, pois esta vegeta-ção funcionava como sumidouro de CO2 da atmosfera. Soma-se a isto o fato de que bactérias anaeróbicas irão decompor o carbono orgânico que estava acumula-do nas plantas e solo, e como resultado haverá uma conversão do carbono orgâ-nico em CO2 e metano (CH4), os quais serão lançados para a atmosfera. Assim, uma superfície que funcionava como su-midouro de gases de efeito estufa (GEE) é convertida em fonte destes gases para a atmosfera. Paisagens diferentes, por exemplo, Amazônia ou cerrado, possuem diferentes quantidades de carbono orgâ-nico acumulado nos solos e vegetação, e, portanto, o potencial para produção e exportação de GEE para a atmosfera varia de região para região. Os reserva-tórios amazônicos tendem a produzir e emitir uma quantidade relevante de GEE, devido à alta quantidade de carbono or-gânico nas plantas e solo. Até meados de 1993, quando ainda não se tinham medidas de CO2 e CH4, os reservatórios hidrelétricos eram considerados como fonte limpa de energia. Este mito caiu a partir do trabalho pioneiro de Rudd et al. 1993, que mostrou que a produção de GEE por unidade de energia gerada não era zero e dependia da quantidade de matéria orgânica inundada. Reser-vatórios que alagam uma grande área para a produção de energia, tais como os construídos na Amazônia, produzem mais GEE por KWh do que reservatórios construídos em regiões de planalto, onde os reservatórios produzem mais energia com menor área alagada. Atualmente, os reservatórios são vistos como fontes im-portantes de GEE para a atmosfera e suas áreas superficiais, que aumentaram muito nas últimas duas décadas, estão incluídos nos inventários globais de emissões an-tropogênicas de GEE.

Apesar destes inegáveis problemas relacionados à construção de represas para propósitos de geração de energia elétrica, o uso múltiplo do lago, tais co-mo para recreação, criação de peixes, irrigação e controle de inundação é uma forma de mitigação dos impactos re-sultantes da formação do lago. Neste

contexto, uma possibilidade que está sendo investigada, na forma de traba-lho de Iniciação Científica na UNIFEI, sob minha orientação, é o potencial de aproveitamento eólico sobre o lago a fim de verificar a viabilidade de instalação do parque eólico nos reservatórios. Os reservatórios construídos em regiões de planalto possuem, normalmente, forma alongada com o relevo disposto ao lon-go do eixo principal. Isto pode introduzir regiões de convergência para o vento sobre o lago o que cria condições oro-gráficas favoráveis ao aproveitamento eólico. Isto, somado ao fato destes lagos já estarem interligados ao sistema nacio-nal de distribuição de energia elétrica, favoreceria o aproveitamento destas regiões. Resultados preliminares desta pesquisa, apresentados no periódico da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade

– ANPPAS indicam que os reservatórios de planalto apresentam condições favo-ráveis à instalação de parques eólicos. A forma alongada (Fig. 1a), a direção do vento predominantemente alinhada com o eixo principal (Fig. 1b), a persistên-cia de ventos com intensidade próxima a 5,0 m/s em torno de 70% do tempo somado ao fato destes ambientes já es-tarem integrados ao sistema nacional de distribuição, são condições muito enco-rajadoras. Outro fator bastante favorável é a sazonalidade observada no regime de ventos (não mostrado) que tendem a concentrar-se no período de inverno. As-sim, o parque eólico poderia contribuir, inclusive, para a manutenção dos níveis de água dos reservatórios nos períodos mais críticos (seca). Este estudo está sendo desenvolvido para 11 reservató-rios e os resultados conclusivos serão apresentados em breve.

Fig. 1 – Exemplo de eixo morfométrico principal (a) e rosa dos ventos(b).Fonte: Assireu et al. 2009.

Os dados utilizados nesta análise são provenientes de uma plataforma fundeada sobre a qual são anexados sensores de intensidade e direção do vento, umidade rela-tiva, pressão atmosférica, temperatura do ar e radiação solar incidente sobre o lago. São anexados também sensores de temperatura da água em diferentes profundidades e uma sonda limnológica que mede continuamente parâmetros como temperatura da água, condutividade, turbidez, clorofila, oxigênio dissolvido e pH.

Os dados medidos por este sistema são transmitidos via enlace com satélite o que confere um monitoramento em tempo quase-real do ambiente de estudo.

Fig. 2 – Exemplo do sistema limno-meteorológico fundeado no Lago de Furnas

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Outra forma de mitigação para os impactos advindos dos reservatórios hidrelé-tricos é o aproveitamento do lago para amortecer a pressão do tráfego de pessoas e cargas em rodovias. No Brasil, as grandes extensões de rios e lagos (reservatórios) são muito pouco explorados neste sentido. O Rio Amazonas é um exemplo de hidrovia fundamental ao desenvolvimento regional (Fig. 3).

Fig. 3 – Hidrovia no Rio Amazonas

Em trabalho apresentado na reu-nião da American Geophysical Union (AGU), neste ano, o autor deste artigo, juntamente com os pesquisadores Rafa-el Capaz (Professor da UNIFEI) e Mateus Teixeira (Aluno de graduação em Enge-nharia Ambiental da UNIFEI) simulou o cenário de uma hidrovia no Lago de Fur-nas e mostrou que, além de diminuir o volume de automóveis e caminhões nas rodovias, a hidrovia contribuiria para amortizar a exportação de GEE do reser-vatório para a atmosfera. A idéia central consiste no fato de que, sem a cons-trução do reservatório não haveriam os problemas relacionados à emissão de GEE dele decorrentes, mas, uma vez construído, a diminuição da emissão de GEE pelo modal rodoviário, devido ao aproveitamento do lago para o transpor-te de cargas e pessoas (hidrovia), deve ser computado a favor do reservatório. Estas idéias se inserem na recomen-dação de cientistas que estudam as mudanças climáticas, os quais indicam a necessidade de redução de GEE em 60 a 80% até 2050. Para que este nível de redução possa ser atingido, serão neces-sárias grandes mudanças em relação ao gerenciamento do setor de transporte ao longo do planeta. Uma destas mudanças

passa pelo aproveitamento hidroviário dos lagos dos reservatórios hidrelétricos. Uma iniciativa importante neste sentido está em andamento no Lago de Furnas.

Formado no início da década de 60, com a construção da hidrelétrica, o lago de Furnas é a maior extensão de água de Minas Gerais — cobre uma superfície em torno de 1.500,00 quilômetros quadra-dos — é um dos maiores lagos artificiais do mundo, sendo por isto chamado de “Mar de Minas”.

Encontra-se em fase de estudo a implantação de uma hidrovia neste lago, cujo eixo principal interligará os municí-pios de Formiga e Alfenas, numa extensão de 250 km. Serão construídos também portos ao longo de percurso, visando atender outras cidades do eixo. Trata-se de um empreendimento que conta com amplo apoio da população e das autori-dades regionais. Apesar da economia e praticidade que a hidrovia trará a região, alguns aspectos relacionados à segurança e meio ambiente precisam ser estudados. No oceano, estudos sobre dispersão são amplamente realizados como fonte de subsídios para atividades de contenção de dispersantes, resgate de náufragos ou de materiais ou equipamentos a deriva e estudos sobre dispersão de larvas.

O aumento do fluxo de embarca-ções, de grande porte inclusive, com a criação da hidrovia, aumentará a possibi-lidade de desastres ambientais advindos de derramamentos de produtos químicos, e também a possibilidade de acidentes. Tendo em vista estes problemas, coor-denamos um trabalho de pesquisa com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) o qual visa gerar conhecimento que possa representar subsídios para to-madas de decisão em situações críticas como aquelas associadas a contenção de dispersantes poluentes, resgate de náufragos ou equipamentos. Um dos componentes do estudo consiste de, em cada ciclo hidrológico (cheia, máximo, vazante e mínimo), ir ao campo e fazer o lançamento de derivadores, que são instrumentos que permitem estudar pa-râmetros associados ao movimento de massas d’água. Assim, para entender o padrão de circulação do lago de Furnas serão utilizados derivadores Lagrange-anos (Fig. 4). Medidas Lagrangeanas do escoamento são assim chamadas quan-do o instrumento de medida segue as parcelas do escoamento e, portanto, as trajetórias (ou os caminhos seguidos pelos derivadores) resultantes deste pro-cesso representam a circulação existente no ambiente em estudo. Ao contrário, medidas Eulerianas do escoamento são aquelas em que o instrumento de medi-da permanece fixo e mede a velocidade das parcelas do escoamento que passam no ponto onde este instrumento está fixado. Um exemplo de medidas Euleria-nas são os correntômetros ancorados. Conforme indicado na Figura 4, a parte emersa do Derivador constitui-se de uma esfera feita em fibra de vidro, com cerca de 22 cm de diâmetro, dentro da qual são instaladas baterias, GPS, memórias digitais, placas eletrônicas e demais car-gas úteis do sistema.

A estrutura cilíndrica, chamada ve-la de arrasto, tem por finalidade acoplar o derivador às correntes em estudo o que assegura o monitoramento de cor-rentes por minimizar os deslocamentos causados, por exemplo, pela ação do vento diretamente sobre o flutuador de superfície. Esta vela é construída em nylon suportado por estrutura cilíndrica construída com raios semelhantes aos de bicicleta e anéis constituídos por

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Fig. 4 – Esquema ilustrativo do Derivador com aplicações em ambientes lacustres.

As sucessivas posições do derivador são obtidas a partir de um GPS e os dados são gravados internamente. Ao ser lançado no ambiente em estudo, o derivador aco-pla-se, por meio da vela, às correntes locais e passa a ser conduzido por estas. A partir da série temporal de latitude/longitude, análises adequadas permitem estimativas de vários parâmetros fundamentais para o entendimento da circulação dominante nos reservatórios e lagos. Para facilitar a localização e o resgate dos Derivadores no final das amostragens, este é equipado com um sistema de enlace com satélite via Sistema de posicionamento Iridium. O derivador poderá contar ainda com termistores o qual permitirá a medição da temperatura da água ao longo de seu percurso e estes dados ficarão armazenados em memória interna.

Em cada uma das quatro idas previstas para o campo, com duração de cinco dias cada, será fixada uma estação meteorológica às margens do lago e fundeado um medidor de nível autônomo para medidas precisas e contínuas do nível. Isto possibi-litará estudos sobre a resposta da circulação as forçantes atmosféricas e hidrológicas. Concomitante a cada ida ao campo, com a participação de professores do curso de Graduação em Ciências Atmosféricas, serão monitoradas as condições meteoroló-gicas sinópticas tendo em vista gerar dados que possam ser usados como alerta a navegação. Assim, quando forem esperados processos meteorológicos que represen-tem riscos a navegação, um alerta seria emitido. Esta é uma etapa secundária deste projeto, mas não menos importante.

mangueiras reforçadas por cabo de aço em seu interior. Conhecida na literatura como meia furada (holey sock), esta vela possui vários pequenos orifícios por onde a água pode entrar e sair, o que tende a melhorar a sua hidrodinâmica. O cabo que liga o derivador à vela terá comprimento regulável o que capacitará o derivador amostrar o escoamento em diferentes níveis e profundidades. Isto permitirá estudos sobre va-riabilidades verticais no escoamento, influências das correntes de densidade e perfil vertical das correntes.

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Produtos

biodegradáveisPor Felipe Augusto

No dia a dia, convivemos com dois grupos de compostos: o grupo dos com-postos orgânicos (originário dos animais e vegetais) e o grupo dos compostos inorgânicos (originário dos minerais). Um composto orgânico pode ser classificado em biodegradável e não-biodegradável. O primeiro, aquele que sofre decomposição biológica, isto é, que serve de comida para determinados microorganismos (bactérias e fungos) é preferível ao segundo.

Como exemplos de produtos bio-degradáveis podemos citar: o papel, o papelão, os tecidos, o couro, a madei-ra e os restos de alimentos. Dentre os não-biodegradáveis temos a borracha, o isopor, o plástico comum, alguns detergentes e qualquer outro produto fa-bricado artificialmente pelo ser humano. Embora estes últimos sejam constituídos por substâncias orgânicas, tais produ-tos sofrem muitas modificações em sua composição química que não há micro-organismo ainda capaz de decompô-los.

O tempo de decomposição dos produtos biodegradáveis varia bastante. Restos de alimentos (carnes de animais e frutas) são consumidos rapidamente pelos microorganismos decompositores, enquanto que o papel e o papelão são decompostos por um período de tempo mais prolongado (de três meses a vários anos). O couro, madeira e tecidos, so-frem degradações ainda mais lentas. O plástico biodegradável se degrada em poucos meses, ao contrário do plástico comum, que leva de cem a quatrocentos e cinquenta anos para se decompor. As

fraldas descartáveis levam mais de seis-centos anos para serem degradadas.

Recentemente foi desenvolvido nos Estados Unidos, um plástico biodegra-dável à base de amido de milho, que não polui o meio ambiente e se degrada em pouco tempo. No Brasil, sacos plásticos biodegradáveis à base de cana-de-açú-car já são exportados. Infelizmente, o consumo interno ainda é pequeno de-vido ao preço elevado, comparado aos sacos tradicionais já utilizados.

Ainda no Brasil, a Universidade Es-tadual Paulista (UNESP) desenvolveu há alguns anos, um novo tipo de embala-gem, denominada bioembalagem, feita de mandioca prensada a quente. Esta nova embalagem pode substituir caixas rígidas de isopor e papelão, utilizadas largamente no transporte de ovos, frutas, legumes ou sementes. Após o descarte, a bioembalagem pode ter duas finalida-des: ser utilizada como ração animal ou ser colocada em aterros sanitários, sen-do decomposta em poucos dias.

Encontramos também os produtos denominados oxibiodegradáveis, onde se faz a incorporação de determinados aditivos químicos em materiais como o polietileno (PE), polipropileno (PP), po-liestireno (PS) e polietileno tereftalato (PET). Tais aditivos têm a função de ace-lerar o processo de decomposição do plástico no meio ambiente.

Vale lembrar que os produtos bio-degradáveis também são poluentes.

Quando o esgoto não tratado de uma ci-dade é despejado em grande quantidade no rio, os microorganismos ali presentes não são suficientes para consumir todos os dejetos humanos lançados, e com isso, a água fica contaminada, levando assim à ocorrência de algumas doenças, como a cólera e a diarréia. Mais de um terço da população mundial sobrevive com serviços de saneamento precários. A água suja causa a morte de 1,7 milhão de pessoas a cada ano. Além disso, o esgoto não tratado ocasiona também a formação de uma espuma branca tóxica em rios, lagos e praias, comprometendo assim, a vida do ecossistema local. Tal fenômeno acontece no rio Tietê na cida-de de Pirapora do Bom Jesus, que recebe toda a carga de poluição da cidade de São Paulo.

Considerando as informações ci-tadas acima, podemos analisar como nos comportamos como consumidores. Qualquer tipo de consumo provoca um impacto e a preferência por produtos na-turais, por embalagens biodegradáveis e o uso das sacolas ecológicas ajudam o planeta. Podemos fazer do consumo um instrumento de bem estar, mas antes precisamos aprender a produzir e consu-mir de maneira ecologicamente correta.

Felipe Augusto é professor de Química Orgânica da FEPI e doutor em Ciências pela USP. [email protected]

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Você ainda joga

Por Célia Rennó

Uma das cenas urbanas que mais me deixam indignada é assistir a alguém jogando, deliberada e impunemente, li-xo na rua. É diária essa experiência: De dentro do carro, o garoto atira uma lata de refrigerante em plena via pública e os pais assistem tranquilamente, isso quan-do não são os próprios adultos a atirarem para fora da janela a lata de cerveja va-zia, a garrafa não-retornável, o pacote de salgadinho e tudo o que tiver sobrando na mão. Preferem sujar o público ao pri-vado, ou seja, o próprio carro.

Toda vez que vejo isso, fico imagi-nando se esse ‘cidadão’ faz isso na sala da própria casa. Será que atira o toco do cigarro no meio do chão da cozinha? Jo-ga o papel higiênico usado no chão do banheiro? Joga resto de comida no chão da garagem? Duvido.

Mas como é que se muda isso? A responsabilidade, em primeira instân-

cia, é daqueles a quem cabe a educação desses cidadãos desde os primeiros anos de vida. É com exemplo, mais do que discurso, que a criança interioriza o conceito do respeito com o espaço pú-blico. Exemplo doméstico que tem valor imenso e vai reverberar no comporta-mento do futuro adulto. Posso apostar que, tirante os casos em que há rebeldia declarada, o filho que nasceu vendo os pais voltarem para casa com o papel da bala no bolso para jogar na lixeira, fará o mesmo. Isso quando não se tem lixeiras disponíveis na rua.

Além da responsabilidade familiar – ou do grupo em que o cidadão está inserido no início de sua vida - o poder público também não pode se furtar da parceria nesse processo de educação. Um exemplo próximo de nós, em Itaju-bá, foi quando a Prefeitura, em parceria com a sociedade organizada e empresas,

instalou latões de separação de lixo útil em pontos dos bairros Medicina e São Vicente. Era a época em que ainda se dividia em quatro tipos o material reci-clável: metal, papel e papelão, vidro e plástico. Infelizmente, a comunidade não soube utilizar os pontos de entrega de li-xo e acabou jogando orgânico no meio, além de animais mortos. Obviamente que os vizinhos dos latões chiaram, fo-ram à Prefeitura, colocaram a boca no trombone. E o que a Prefeitura, à época, fez? Simplesmente retirou os latões das ruas. Simples e fácil, alguém pode pen-sar. Encontrou-se uma solução para o problema. Na minha opinião, porém, o que a Prefeitura fez foi aumentar o pro-blema. A retirada dos latões interrompeu o processo de educação que estava se iniciando. Todo mundo sabe que educar, mudar comportamentos culturais, dá tra-balho mesmo, leva tempo, depende da

lixo na rua?

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insistência, da constância, da oferta. Por isso, se não souberam usar os latões, es-tava aberta a oportunidade para educar aqueles que não sabiam. Mas simples-mente optou-se pelo caminho mais fácil e descomprometido.

E isso é o que acontece muitas ve-zes: estragam-se as lixeiras com ato de vandalismo e simplesmente, retiram-se as lixeiras. Já vi isso acontecer com telas de proteção de árvores de rua. Se elas são alvo de ataques, somem para sem-pre. As telas e as mudas.

E o custo da reposição disso? Cer-tamente é alto. Mas mais alto é o custo de não investir na educação, não apro-veitar a lacuna da falta de informação, desperdiçando o ambiente fértil para se instalar uma nova cultura: a da separa-ção do lixo útil e orgânico, a do cuidado com a limpeza das ruas, da frente das casas, das lojas, do rio...

A oferta de informação sozinha não muda comportamento. Ela deve vir alia-da a outros fatores como experiências do passado, exemplos, cultura, senso de

comunidade e uma longa trajetória de repetição dessa informação.

A educação, como sabemos, é um processo. Não basta tocar no assunto da preservação do ambiente em cam-panhas pontuais, em meses em que se comemora o Dia Mundial do Meio Am-biente. Ela deve ser constante, todos os dias do ano, todos os anos e em todos os ambientes, com prioridade, na minha opinião, onde estão aqueles ainda em formação, ou seja, na escola.

Um governo, que dura quatro anos, pode muito nesse sentido. São qua-tro dos principais anos de formação de uma pessoa. Deve se formar nas escolas, portanto, meninos e meninas que não tenham coragem, nunca, de jogar lixo na rua, no rio, no bueiro. Ao longo do tem-po, essa semente, cultivada 365 dias no ano, dará frutos muito saudáveis, estou certa disso.

Acredito na Educação, com seu po-tencial de transformar a realidade e não apenas de adaptar o cidadão à realidade que está posta.

Dica de leitura: Para presentear uma criança no dia do aniversário:

O livro “Doce água Doce”, da autora itajubense Regina Rennó, é da editora Mer-curyo Jovem. A narrativa, apenas em imagens, é muito adequada a crianças que vivem em cidades onde costuma haver enchentes, co-mo Itajubá.

Sinopse do livro: Era uma vez um rio... Nasceu limpo e cristalino. Ainda criança, cor-ria feliz. Purificava o ar. Alimentava as pessoas com seus peixes... Um pouco mais crescido, encontrou as indústrias. No rio, um mar de espuma. As águas ficaram pesadas, muita sujeira e peixes mortos... Encontrou a cidade e mais lixo. Choveu, choveu muito. Deses-perado, sem poder correr livremente, o rio invadiu casas, derrubou paredes, expulsou as pessoas... Se você joga lixo no lixo, respeita a reciclagem e não desperdiça água está aju-dando a melhorar a vida dos rios.

Célia Rennó é jornalista e co-autora dos livros Tá ligado, Quer ficar comigo?, Eu no espelho e Pisando na bola, da Coleção Lude Ludens Jovem, da Editora do Brasil. No twitter: twitter.com./ce-liarenno e o blog: www.celiarenno.zip.net

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A economia doméstica tem suas raízes na revolução in-dustrial onde se estabeleceu como uma ação “higienista” destinada às famílias dos operários visando orientá-los sobre as questões ligadas a higiene, alimentação, saúde e cuidado com as crianças. Essa ação foi motivada pelas más condições de vida dessas famílias e acabou estendendo-se a toda a socie-dade em um movimento de preservação dos bons costumes e do bem estar familiar. No Brasil, a economia doméstica se fez presente na educação feminina conduzida por freiras francesas nos “colégios de moças” com o principal objetivo de preparar as alunas para serem boas esposas e mães.

Após a segunda guerra mundial a profissão Economista Doméstico foi introduzida no Brasil a partir das influências das escolas de Economia Doméstica americanas com o intuito de formar profissionais para atuarem em programas de desenvol-vimento rural mantidos pelo governo, em um caráter altamente assistencialista.

Após passar por muitas mudanças, atualmente o profissio-nal Economista Doméstico é comprometido com a qualidade de vida das famílias e indivíduos. Possui uma sólida formação e seus conhecimentos abrangem as ciências sociais, biológicas, nutrição, economia, administração e atua em programas de atendimento familiar, ONGs, educação do consumidor, admi-nistração familiar entre outros.

Falar de economia doméstica é falar de saúde financeira e de qualidade de vida. Os aspectos tratados por ela vão além de saber fazer uma planilha de gastos mensais. Ela envolve o uso racional dos recursos, a escolha correta dos bens de consumo e de alimentos, as atitudes cotidianas que evitam o desperdício e as ações voltadas ao consumo consciente.

Algumas práticas ajudam a controlar o orçamento domés-tico e colaboram para o desenvolvimento social sustentável:

ª ÁGUA: economize no banheiro, elimine vazamentos, use a vassoura e não a mangueira para varrer a calçada, não deixe torneiras pingando e opte por modelos com sensores auto-máticos;

ª ALIMENTOS: prefira produtos da estação, aproveite todas as partes de verduras e legumes, manuseie com cuidado os alimentos para não danificá-los, consuma produtos da região e estará ajudando a reduzir os custos de transporte, faça um car-dápio para semana, evite desperdício doméstico com frutas,

Economia domésticaPor Bernadette Vilhena

legumes e verduras e atenção a validade dos produtos;

ª RECICLAGEM: priorize produtos ambientalmente corretos, consuma somente o necessário, evite mercadorias com muitas embalagens, separe seu lixo para coleta seletiva, doe o que não serve mais para você, use os dois lados da folha de papel, imprima somente o necessário, use sacolas ecológicas,

ª ENERGIA: economize ao lavar e passar roupa, lavando e passando uma grande quantidade de roupas de uma vez e não exagere no sabão em pó, use o ar condicionado com mode-ração, não deixe os aparelhos em stand by, diminua o tempo do banho, não abra muito a geladeira para ela gastar menos energia, use somente aparelhos com selo Procel;

ª DINHEIRO: faça sua planilha de gastos mensais, prefira com-pras à vista, use o cartão de crédito com responsabilidade, pesquise as melhores ofertas, avalie bem quando comprar a pra-zo, não despreze as moedas e não consuma produtos piratas.

Considerando esses aspectos estaremos no caminho da prática de uma economia doméstica mais sustentável e contri-buindo para a construção de um mundo melhor.

Bernadette Vilhena é Pedagoga Empresarial e educadora organizacio-nal. Especialista em Gestão de Pessoas, coautora do livro “Dinheirama” (Blockbooks) e editora da seção Pedagogia Econômica do site Dinheirama. Contato: [email protected]

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Dicas para uma boa saúde bucalSiga estes passos para garantir uma boca saudável

Gestante ª Faça uma avaliação de seus dentes

no dentista. Tenha certeza de que todo tratamento esteja completo. Os germes que causam as cáries podem passar para seu bebê depois de ele nascer.

ª Escove os dentes pelo menos três ve-zes ao dia. Use uma escova macia. Tenha certeza de colocar as cerdas da escova no local onde a gengiva e os dentes se encontram. É aí que a gengivite começa.

ª Passe o fio dental diariamente para limpar entre os dentes, onde a escova não alcança.

ª Limite o número de vezes que você ingere doces ou lanches a base de amido no dia. Pois estes podem fazer com que seus dentes sofram “ataques ácidos”. Doces e refrigerantes podem causar cá-ries. Coma mais frutas e legumes.

ª Faça o pré-natal. Siga os conselhos de seu médico. Isso é importante tanto pa-ra a sua saúde quanto para a do bebê.

ª Receba a quantidade adequada de cálcio. Você necessita de cálcio para a formação dos ossos e dos dentes de seu bebê. Leite, queijos, feijão e folhas são fontes de cálcio.

0-6 mesesO nascimento do primeiro dente do

bebê é um fato muito especial, que geral-mente ocorre em torno dos 6 meses de idade. Ele poderá iniciar uma alimentação mais consistente, pois até então só ingeria leite e sucos. É muito importante que os dentes sejam utilizados numa mastigação bilateral (dos dois lados alternadamen-te, assim como na amamentação devem ser oferecidos os dois seios), para que as arcadas se desenvolvam simétricas e cor-retamente relacionadas.

ª Cheque o flúor. O flúor previne cáries e torna os dentes fortes. Pergunte ao seu dentista, ou médico, se a água de sua casa tem flúor suficiente para aju-dar a prevenir cáries. Caso a água não contenha flúor ou caso você utilize água mineral sem flúor para beber e cozinhar, seu dentista ou médico pode receitar su-plementos de flúor para o seu bebê.

ª Evite dar mamadeira para seu be-bê antes dele dormir. Pois pode causar muitas cáries. Caso você tenha que ama-mentar durante a noite limpe a gengiva dele com atadura de gaze embebido em soro fisiológico após a amamenta-ção, antes que ele adormeça. Quaisquer líquidos, exceto água, podem causar cá-ries, mesmo leite e sucos. Se você acha que seu bebê precisa sugar algo durante o sono, tente uma chupeta ou uma ma-madeira de água.

ª Cuide de sua própria higiene bucal. As últimas pesquisas demonstraram que você pode transmitir os germes que cau-sam cáries para o bebê assim que ele tiver dentes. Isso acontece dividindo ou experimentando a papinha, ou deixan-do que ele coloque os dedos dentro da boca da mãe. Não cuidar de dentes ca-riados também significa que há maiores chances de transmitir esses germes, por-tanto todos os dentes cariados devem ser tratados assim que possível!

6-18 meses

ª Assim que seu bebê começar a querer pegar os adereços da mãe ou seus pró-prios brinquedos, é hora de introduzir o copo com bico, geralmente isso ocorre dos 6 aos 12 meses. Pode ser um proble-ma no início, mas seja persistente. Seu bebê vai adorar esta nova habilidade!

ª Evite que seu bebê passe horas com uma mamadeira nas mãos. Exposição prolongada à mamadeira pode levar a um problema grave conhecido como “Cárie infantil”.

ª De acordo com a Associação America-na de Saúde Pública, deve-se desmamar o bebê entre 12 e 14 meses.

ª Quando os dentes do bebê começam a aparecer, por volta dos seis meses, você deve limpá-los todos os dias, com uma escova de dente macia, umedeci-da e apropriada para a idade. A melhor posição para você é sentada segurando o bebê em seus braços. Veja se os den-tes do bebê não têm cáries levantando seus lábios e olhando seus dentes. Caso observe pontos marrons ou esbranqui-

çados lembrando giz, entre em contato com o seu dentista.

ª Ao completar um ano, já é hora de le-var seu bebê para sua primeira consulta com o dentista.

18 meses - 2 anos

ª Limite o número de lanches que a criança come no dia. Evite oferecer a seu filho refrigerantes, doces e alimentos a base de amido como batata frita e bola-cha. Esses lanches podem causar cáries. Cada vez que seu filho ingere alimentos doces ou a base de amido ocorre um “ataque ácido” nos dentes. Quanto mais “ataques ácidos”, mais chances de cá-ries. Se você decidir oferecer doces ou alimentos a base de amido, ofereça na hora das refeições.

Atenção, de acordo com a Acade-mia Americana de Pediatria seu filho não deveria estar usando mamadeira nesta idade. Oferecer mamadeira por longos períodos ou durante o sono podem le-var ao aparecimento de cáries. Isso pode tanto causar dor e infecção, como tam-bém estragar o belo sorriso de seu filho!

Oferecer lanches saudáveis para seu filho é um gesto de amor. Frutas, verduras, sanduíches, cereais com leite, queijo, iogurte, leite e suco sem açúcar.

ª Escove os dentes pelo menos três ve-zes por dia. Escove os dentes da criança principalmente após o café da manhã e antes de ir dormir. Utilize uma escova macia e indicada para a idade dela pa-ra limpar os dentes e gengivas. Se seu filho sabe cuspir depois da escovação, use uma porção pequena de creme den-tal com flúor. Seu filho pode começar a escovar os próprios dentes, porém você precisará auxiliá-lo. Quando ele terminar a escovação, dê o toque final.

ª Lembre-se — o dentista é seu par-ceiro! Depois do primeiro check up com um ano de idade, seu filho precisa ir ao dentista regularmente. Leia livros a res-peito de uma consulta com o dentista e mostre a seu filho o que acontecerá du-rante a visita. Mantenha uma mensagem positiva de seu dentista.

Pela Dra. Gracia Costa Lopes

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O Brasil é o segundo país com a maior extensão florestal do planeta, atrás apenas da Rússia. Tem 516 mi-lhões de hectares de florestas naturais e plantadas, o que equivale a 60,7% do território nacional, de acordo com dados do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Em Minas Gerais, as florestas ocupam cerca de 33% do território, ou quase 20 mi-lhões de hectares, divididos, entre áreas dos biomas mata atlântica e cerrado.

Para garantir que a gestão dos re-cursos naturais numa área tão vasta seja feita de forma democrática, o Governo de Minas tem utilizado instrumentos que garantam a inserção das comunidades que habitam as áreas rurais, seguindo a proposta defendida pela ONU nas co-memorações do Ano Internacional das Florestas. As florestas, ou bosques mo-delo, são exemplos de iniciativas para garantir a participação das comunida-des, incentivando o desenvolvimento de atividades produtivas, educativas e de pesquisa. Minas é o único estado brasi-leiro que possui projetos implantados: o do Cerrado e o da Mata Atlântica.

O modelo surgiu no Canadá, na década de 1990, e trazido ao Brasil, em 2005, quando Minas Gerais teve os bos-ques de Pandeiros, no Norte do Estado, e da Mata Atlântica reconhecidos pela Re-de Iberoamericana, que reúne, 13 países da América Latina, Caribe e a Espanha. “A presença mineira na Rede de Bosques Modelo, ainda de forma única no Brasil, demonstra o acerto das políticas que vêm sendo adotadas no Estado”, afir-ma diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), José Cláudio Junqueira.

Mata Atlântica

O trabalho proposto para a flores-ta modelo da Mata Atlântica teve seu núcleo inicial na Floresta Estadual de Uaimií, em Ouro Preto, e foi ampliado pa-ra outros locais de ocorrência do bioma, onde o Estado já desenvolve um intenso programa de recuperação e conservação por meio do Projeto de Proteção da Mata Atlântica (Promata). Um desses locais é a região de Baependi, localizado na Serra da Mantiqueira, no Sul do Estado.

Na região, está localizado o Parque

Estadual da Serra do Papagaio, em cujo entorno o IEF desenvolve um trabalho de recuperação das áreas de ligação com os Parques Nacionais do Itatiaia e da Área de Proteção Ambiental da Mantiqueira, no qual as comunidades locais têm parti-cipação essencial. Por meio de parcerias com os produtores rurais da região, o IEF, desde 2007, conseguiu recuperar cerca de 2,9 mil hectares de florestas, trabalhando em 240 áreas que utilizaram cerca de 2,3 milhões de mudas produzi-das nos viveiros familiares da região.

O Promata se iniciou em 2003, após assinatura da Cooperação Financeira entre Brasil e Alemanha. Pelo acordo, Ministério Federal da Cooperação Eco-nômica e do Desenvolvimento (BMZ) e KfW Entwicklungsbank (Banco Alemão de Desenvolvimento) da Alemanha investi-ram 7,7 milhões de euros e o Governo de Minas outros 7,3 milhões em projetos na área de Mata Atlântica mineira.

A primeira fase do projeto foi en-cerrada em 2007 e teve como resultados melhorias expressivas em 15 unidades de conservação localizadas na área de

Minas Gerais gestão dos recursos naturais

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abrangência do bioma. O trabalho tam-bém permitiu o início da recuperação de 8,6 mil hectares da Mata Atlântica, que beneficiou 851 agricultores, em 45 mu-nicípios. A segunda fase do projeto, que será executada entre 2010 e 2013, terá investimentos de outros 15,2 milhões de euros na área de ocorrência da Mata Atlântica mineira e beneficiará 429 muni-cípios nas regiões do Alto Jequitinhonha, Vale do Rio Doce, Zona da Mata, Centro-Sul e Sul do Estado, onde vivem cerca de 15 milhões de pessoas.

Cerrado

No cerrado, o trabalho desenvolvido para conservar as matas nativas segue a linha adotada na região do Rio Pandeiros, no Norte de Minas, cujo projeto de desen-volvimento sustentável implantado pelo IEF foi o embrião para transformação da área em Bosque Modelo. As comunidades locais receberam treinamento, equipa-mentos, insumos e assistência técnica para o desenvolvimento de atividades que diminuíram a pressão sobre as flores-tas locais para produção de carvão.

O gerente do Bosque Modelo do Pandeiros, Kolbe Soares, observa que desde a implantação do projeto, o desma-tamento ilegal na região foi praticamente eliminado. “Um dos mecanismos adota-dos pelo IEF é o estímulo ao plantio de eucaliptos em áreas já desmatadas, ge-rando trabalho e renda para a população e reduzindo a demanda por madeira, le-nha e carvão vegetal”, destaca.

Associada à redução do desma-tamento, a recuperação da cobertura vegetal é uma das ações primordiais do IEF, que vêm sendo reforçadas em todo o Estado com a participação de inúmeros parceiros. É o caso do trabalho realiza-do na região Centro-Norte do Estado,

onde está em curso ações de proteção e revitalização das Áreas de Preservação Permanente nas sub-bacias do rio Pará. Na região, R$ 850 mil foram aplicados em 200 nascentes e na implantação de 200 km de cercas para proteção de ma-tas ciliares e de topo e recuperação de áreas degradadas que beneficiarão a po-pulação de 14 municípios.

Os recursos para o trabalho na região Centro-Norte são provenientes do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC), do Governo Federal, e do Fundo de Recuperação, Proteção e De-senvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro). O IEF ofereceu o material para o cercamento das áreas, como arame e mourões de eucalipto imunizados. A mão de obra e o transporte do material doado ficaram sob a responsabilidade dos beneficiados. Em municípios como Leandro Ferreira e Conceição do Pará, as prefeituras deram o transporte dos materiais colocando-os dentro das pro-priedades beneficiadas.

O diretor-geral do IEF observa que a recuperação de áreas de vegetação con-tribui para evitar, por exemplo, futuros problemas de disponibilidade hídrica na região. “Controlando a erosão, o desma-tamento e o assoreamento, principais problemas encontrados na Bacia, natu-ralmente melhorará a qualidade da água e do solo, a vazão dos cursos d’água se-rá regulada com o aumento no nível dos lençóis freáticos”, explica.

A conservação de matas nativas e a recuperação de áreas degradadas são atividades executadas pelo IEF inseridas no Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Proteção da Mata Atlântica do Governo de Minas, que prevê a recu-peração de 120 mil hectares até 2011. Somente em 2010, foram recuperados cerca de 20 mil hectares.

Fonte: Agência Minas

Continuação da página 14 Parque da Serra do Mar é expandido

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) anunciou a expansão da área do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) dos atuais 315 mil para 332.290,20 hectares. De acordo com a SMA, os biomas da Mata Atlântica e da Serra do Mar são considerados patrimô-nios nacionais e estaduais.

Considerou-se estudos da Procu-radoria do Patrimônio Imobiliário e da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da Silva”. Juntos, os dois órgãos identificaram no entorno do Parque áreas públicas, devolutas ou remanescentes de ações judiciais, de ex-tremo valor ambiental, já incorporadas ou em processo de incorporação pela Fazen-da do Estado de São Paulo.

Serão duas etapas, a primeira au-mentará a área em 5.027,20 hectares, com terras que já pertencem ao pa-trimônio estadual. Os demais 12.263 hectares serão acrescentados à área do PESM conforme forem incorporadas pela Fazenda. Todas as áreas são públicas e envolvem 13 cidades: Cunha, Ubatuba, São Luiz do Paraitinga, Natividade da Ser-ra, Paraibuna, São Sebastião, Miracatu, Pedro de Toledo, Salesópolis, Biritiba-Mi-rim, Bertioga, São Bernardo do Campo e São Paulo.

Além da preservação da Mata Atlântica, o PESM está aproximando dos reservatórios de água da capital. E com o novo contorno, se aproxima de um dos lados da represa Billings.

Fonte: Agência Fapesp

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A Constituição da República Fede-rativa do Brasil determina em seu artigo 216, §1º:

“O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimô-nio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento, e outras for-mas de acautelamento e preservação.”

A comunidade, em colaboração com o poder público, deve exercer o papel de guardiã de seu patrimônio cul-tural. Todos somos responsáveis pelo patrimônio cultural de nossa comunida-de e devemos cuidar para que ele seja preservado como nossa herança para as gerações futuras.

O que é o Patrimônio Cultural?

Patrimônio cultural é tudo aqui-lo que diz respeito à identidade de um povo e deve refletir a diversidade da sua produção cultural e é formado pela soma dos seus bens culturais.

Patrimônio significa a riqueza co-mum que nós herdamos como cidadãos, e que se vai transmitindo de geração a geração.

Bem cultural é o produto do pro-cesso cultural, que expressa uma época ou contribui para as transformações de uma sociedade e proporciona ao ser hu-mano conhecimento e consciência de si mesmo e do ambiente que o cerca.

Os bens culturais podem ser assim classificados:

Bem Cultural Tangível é aquele que, por ter materialidade, pode ser tocado, podendo ser:

ª Bem Imóvel: Edifícios, ruas, praças, ci-dades, igrejas, monumentos, conjuntos históricos, lugares arqueológicos e mes-mos alguns elementos naturais, como as árvores, grutas, lagos, montanhas.

ª Bem Móvel: Obras de artes ou artesa-natos, mobiliários, utensílios, vestuários, fotografias, livros, pinturas, objetos ar-queológicos.

Bem Cultural Intangível é aquele que tem uma existência imaterial, por exem-

plo: festas folclóricas, cultos religiosos tradicionais, culinária típica, teorias científicas, manifestações literárias, mu-sicais, plásticas e cênicas.

Porque preservar o Patrimônio Cultural?

Preservar significa um conjunto de ações desenvolvidas pelo poder público com o objetivo de identificar, recuperar e conservar o patrimônio cultural de um município, estado ou país, assegurando a população o acesso a este patrimônio e impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. A responsabilida-de da preservação do patrimônio cultural é de cada cidadão e não apenas do Es-tado.

Como preservar o Patrimônio Cultural?

O instrumento legal necessário para a proteção dos bens culturais tan-gíveis (móveis e imóveis) faz-se através do Tombamento. Dos bens culturais de natureza imaterial ou intangíveis faz-se através dos livros de Registro

O tombamento é um atributo legal realizado pelo poder público com o obje-tivo de garantir a integridade de um bem cultural e sua perpetuação da memória, impedindo que ele venha a ser destruí-do, descaracterizado ou mutilado.

Essa modalidade jurídica de preser-vação não altera a propriedade de um bem tombado e nem implica em sua de-sapropriação. Ele não deixa de pertencer a seu proprietário, que continua a exercer o domínio e a posse. Obras e serviços em bens tombados somente são permitidos quando visa a sua restauração ou con-servação e tais intervenções devem ser previamente aprovadas pelo órgão que foi responsável pelo seu tombamento.

A condição primordial para a re-alização do tombamento de um bem cultural é a conscientização do seu valor histórico, arquitetônico, arqueológico, artístico, museológico, paisagístico, am-biental, científico e de valor afetivo para a população. Portanto, o primeiro passo

é a sensibilização da comunidade, a ver-dadeira responsável e guardiã dos seus valores culturais.

Quem é responsável pelo procedimento do Tombamento?

A Constituição Brasileira estabelece que o tombamento pode ser feito pela União através do IPHAN – Instituto de Pesquisa Histórico e Artístico Nacional, pelo Governo Estadual através do IE-PHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e pela administração Municipal, em Itajubá, através do CODPHAI – Conselho Delibe-rativo de Patrimônio Histórico e Artístico de Itajubá. Os bens culturais que têm re-levância na história do município, devem ser tombados pelo próprio município. O tombamento também pode ocorrer em escala mundial, reconhecendo algo co-mo Patrimônio da Humanidade, o que é feito pela UNESCO.

Como se processa o Tombamento?

O processo consiste de um conjunto de documentos que dá a fundamentação teórica que justifica o tombamento. De-ve-se seguir uma metodologia básica de pesquisa e análise do bem cultural a ser protegido, coletar todas as informações necessárias à sua identificação, conheci-mento e a localização e uma justificativa do porque está sendo solicitado o tom-bamento. Anexar cópias de fotografias antigas e atuais, plantas arquitetônicas, documentação cartorária e tudo mais que justifique o valor social do bem a ser tombado. Caso o processo obte-nha o parecer favorável do Instituto ou Conselho a que foi submetido o proprie-tário será notificado e terá um prazo de quinze dias para contestar ou concordar com o tombamento. A partir desta noti-ficação, o bem já se encontra protegido legalmente contra destruição ou desca-racterização até que haja a homologação do tombamento com a sua inscrição no Livro do Tombo específico e averbação em cartório de Registro de Imóveis onde esse bem estiver registrado.

Preservação do

Por Paulo J. B. Rosas

Patrimônio Cultural

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