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Informativo Batista 20142

Diretor executivo: Pr. Valdo RomãoSuperviSão: Harumi Kakugawa GianastacioreviSão: Miriam Batista Pereiraprojeto Gráfico e DiaGramação: Elite PropagandaimpreSSão: Gráfica ContinentaltextoS: Líderes convidados

EXPEDIENTE Diretoria cBeSp 2013-2014preSiDeNte: Pr. Paulo Eduardo Gomes Veira1º vice-preSiDeNte: Pr. Carlos Water Marques da Silva2º vice-preSiDeNte: Pr. Marco Antônio Peres3º vice-preSiDeNte: Pr. Nelson de Andrade Pacheco1ª Secretária: Maristela Massacesi Sanches da Silva2ª Secretária: Eliete Antunes Ferreira3ª Secretária: Débora Silva Lins e Silva4ª Secretária: Sandra Regina Aires Gomes dos Santos Souza

visão: “Ser uma instituição capaz de integrar as igrejas, através da obra cooperativa, servindo-as com excelência e alto nível de satisfação”missão: “Servir as Igrejas viabilizando a cooperação entre elas no cumprimento integral da sua missão”.Nossos valores: Ética, Transparência, Cooperação, Fidelidade, Compromisso, Mutualidade, Interdependência e Unidade na diversidade

fone: (11) 3866-6710 ou Fax: (11)3866-6711endereço: Rua João Ramalho, 440 - PerdizesSão Paulo SP - CEP: 05008-001Site: www.cbesp.org.bradministração: [email protected]

Que é UnidadeA palavra unidade tem várias acepções, como se pode verificar num bom dicionário de língua portuguesa.

Pode significar “caráter do que é uno, único, daquilo que forma um todo”, (p. e., unidade de um país); “grandeza tomada como termo de comparação com grandezas da mesma espécie” (p.e. reduzir à unidade), ou “acordo, harmonia entre pessoas” (p. e. unidade de opiniões)1.

A palavra unidade, na Bíblia, e no NT, de maneira especial, é empregada para significar integridade ou unicidade de sentimento, afeição, conduta; ou unanimidade de fé nas mesmas grandes verdades divinas, e a posse ou vivência da graça da fé, de forma ou grau semelhante2.

Ela deve persistir, na diversidade de talentos, de dons, de experiência, de níveis de maturidade espiritual entre os irmãos, de expressão da fé comum, e até mesmo por causa dessa diversidade.

Que é a unidade batista? A unidade batista não é o mesmo que uniformidade, nem constitui a adoção de idênticas formas ou expressões da fé e de nossa adoração, nem depende de um governo centralizado e autocrático. A igreja é um multicolorido, um caleidoscópio da graça de Deus, eis que a unidade é de natureza espiritual e firmada nas grandes verdades de nossa fé.

Ao pensar em unidade denominacional, gosto de pensar em duas imagens: a da orquestra e a do jardim.

A orquestra é ao mesmo tempo diversa e una. Diversa na multiplicidade a variedade de seus instrumentos, e una enquanto executa a mesma partitura, sob o comando da batuta do mesmo maestro.

O jardim é, igualmente, diverso e uno. Diverso na variedade das cores, formas e perfumes de suas plantas , mas uno na composição de quadro estético encantador, sob os cuidados do jardineiro.

Pois bem. Assim é o povo chamado batista. Ele ao mesmo tempo é diverso e uno, aliás, desde seus começos históricos em 1609, na Holanda.

Somos unidos por Jesus Cristo, e lavados todos no mesmo sangue.Somos unidos por nossos princípios e distintivos.Somos unidos, a adotar a Bíblia como única regra de fé e conduta, ao tempo em que defendemos o livre exame das Escrituras.Somos unidos em nosso anticlericalismo, antissacerdotalismo, anticredalismo.Somos unidos no amor de Jesus Cristo, amor que se revela inclusive no concordar em discordar cordialmente. Nossa ortodoxia é humilde e não petulante e agressiva.

Defendemos a verdadeira fé, “uma vez por todas dada aos santos”, discordamos da heresia, mas admitimos o direito de alguém escolher ser hereje. Aliás, a palavra “heresia” radica no sentido de “airesis”, escolha.

Por que celebrar e viver a unidade?Jesus ora pela unidade de seus discípulos (João 17,20,21).O Apóstolo Paulo convoca-nos a viver em unidade, de maneira digna de nossa vocação, e conclama-nos a andarmos juntos, mesmo porque a vida cristã não constitui uma caminhada solitária, numa experiência de ermitão ou no silêncio do claustro. A ética cristã é eminentemente relacional e de convivência e mutualidade, e as virtudes que ela celebra pressupõe vida em comunidade, no vivenciar e compartilhar da fé.

Sim. Paulo nos convoca à vivermos e convivermos em unidade (Efésios 4.1-3), o que requer simpatia, empatia, mansidão e longanimidade.

Qual a base de nossa unidade como cristãos e batistas? Paulo, outra vez, ajuda-nos a responder: formamos um só corpo (1Coríntios 12.12-31), temos um só Espírito que habita em nós e leva-nos à consciência e compreensão de pertenceremos uns aos outros, temos uma só e mesma esperança; caminhamos juntos para a glória de Cristo, em Sua Vinda; temos um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai3.

Cultivemos, portanto, nossa unidade, e com isso glorificaremos o nome do Senhor e causaremos impacto em nosso mundo. Que à semelhança do que diziam os pagãos no 1º século de nossa era, a respeito dos cristãos, digam hoje as pessoas a nosso respeito: “Vejam como eles se amam!”.

Pr. Irland Pereira de AzevedoPastor Emérito da PIB de São Paulo

CELEBRANDO A UNIDADE BATISTA

1 LAROUSSE DE POCHE, Ibid. Verbete unité.2 HARRISON, R.K. (Editor). the New unger’s Bible Dictionary. Chicago: Moody Press, 1988. Verbete Unity.3 WIERSBE, W.W. the Bible exposition commentary. Wheaton: Victor Books, 1989, vol.2, p. 36.

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Informativo Batista 2014 3

O DESAFIO DA UNIDADE INTRODUÇÃOTem sido historicamente comum iniciarmos um ano fazendo reflexões sobre o que foi feito no anterior, na perspectiva de se projetar o que pretendemos realizar no novo ano. E uma das coisas que mais se encontra nessas reflexões individuais é a busca de desafios para a vida pessoal, familiar, profissional, acadêmica etc.

Grandes líderes, em todas as ocasiões e em todos os lugares, foram desafiados a encontrar soluções e respostas, sempre apontando para a unidade, quer individual, quer coletiva.

Mas o que vem a ser unidade? Ela é possível num povo tão diverso, pautado pela liberdade de expressão, culto e eclesiologia, como o povo batista do grande Estado de São Paulo? Unidade seria uma liturgia padronizada para todas as igrejas da denominação? Por acaso, seria definir um mesmo horário para início e término das celebrações e cultos? Ou seria unificar uma linguagem para que todos os participantes das nossas comunidades pudessem ser identificados como pertencentes ao mesmo grupo, os batistas?

Sabemos que unidade não está determinada por essas coisas, pois unidade vai além de momentos ou situações do dia a dia da vida cristã ou eclesiástica.

A partir dessa realidade, gostaria de considerar três desafios para a unidade, algo que deva ser característico entre nós batistas, que empunhamos a bandeira da Palavra de Deus como exclusivo manual de regra e conduta. Assim, o que vem a ser unidade? O que a Bíblia tem a dizer sobre isso?

Extraindo do texto de João 17 o versículo 21, podemos pensar que unidade é:

I. SER UM - “A fim de que todos sejam um...” (21a):

Quão doloroso tem sido o fato de que divisões, contendas e desavenças na igreja têm provocado escândalos diante do mundo e enfraquecido a igreja de Cristo. Não raro, muitos cristãos têm empregado suas energias contendendo uns com os outros, buscando espaços, disputando formas de poder, em vez de lutar contra o pecado e o diabo.

A unidade de que Jesus está falando não é externa. Não é unidade de organização. Também Jesus não está falando de ecumenismo. A ideia de

unir todas as religiões, afirmando que doutrina divide, mas o amor une, é uma falácia. Não há unidade fora da verdade (Ef 4.1-6).

A unidade da igreja é sobrenatural, tangível e evangelizadora.

Os discípulos mostraram um espírito de egoísmo, competitividade e desunião. Thomas Brooks escreveu: "A discórdia e a divisão não condizem com cristão algum. Não causa espanto os lobos importunarem as ovelhas, mas uma ovelha afligir outra é contrário à natureza e abominável".

Gosto da pergunta que o profeta Amós faz, no seu capitulo 3.3: “Andarão dois juntos se não houver acordo entre eles”? E a única resposta é: NÃO!

Pai e Filho são unidos: João 14.8-10 e 17.1-5. A igreja deve ter o caráter do Pai e do Filho. Israel foi forte enquanto foi unido. Ao se dividir, no reinado de Roboão, enfraqueceu. Presa fácil para inimigos. Mateus 12.25. Personalismo e ego matam a igreja. Precisamos aprender o sentido de equipe, de família. Não há adversários dentro da igreja. Devemos buscar o bem comum. Foi o desejo de Jesus. Essa oração de Jesus é para o Pai, mas é a igreja que a responde, com sua prática.

O grande desafio que brota dos lábios do Senhor Jesus é este: “A fim de que todos sejam um...” II. SER UM EM CRISTO – “...Também eles sejam um em nós” (21b):

Mas saber que Jesus deseja que seu povo seja um, seja unido em intenções e ideais, por si só, não resolve. É necessário ser um em Cristo, pois Ele é a razão da unidade de um povo e de uma igreja. Foi isso que Jesus pediu ao Pai, conforme o texto em apreço (v. 11,20,21,22). Jesus só tem uma igreja, um rebanho, uma noiva. A unidade da igreja é o desejo expresso de Jesus, o alvo da sua oração, a expressa vontade do Pai.

O Filho recebeu a glória do Pai e a deu à igreja. Ela tem a glória de Deus. O rosto de Moisés brilhava (Êx 34.29) e o de Estevão parecia o de um anjo (At 6.15), expressões do amor de Deus em suas vidas. Sendo um em Cristo, a igreja deve ter esse amor também. III. SER UM PARA TESTEMUNHAR – “...Para que o mundo creia” (21c):

O mundo perdido não é capaz de ver Deus,

mas pode ver os cristãos. Se enxergar amor e harmonia, crerá que Deus é amor. Se enxergar ódio e divisão, rejeitará a mensagem do evangelho. As igrejas que competem entre si não podem evangelizar o mundo. A unidade da igreja é a apologética final, segundo Francis Schaeffer. O maior testemunho da igreja é a comunhão entre seus irmãos, é o amor com que se amam. Jesus disse que a prova definitiva do discipulado é o amor (Jo 13.34,3).

Não há evangelização eficaz sem a unidade da igreja. Não temos autoridade para pregar ao mundo para se arrepender se estamos travando batalhas internas dentro da igreja. Alguns cristãos em lugar de serem testemunhas fiéis são advogados de acusação e juízes e, com isso, afastam os pecadores do Salvador.

Pessoas diferentes unidas ao redor de Jesus. Há igrejas ao redor de um líder, de uma doutrina, de um modelo eclesiástico - meros movimentos humanos que são idolatrados. A unidade é ao redor de Jesus, não de projetos, por melhores que sejam. O maior testemunho deverá ser: crer em Jesus, viver o ensino de Jesus, procurar imitar Jesus.

CONCLUSÃOOlhando o texto, e refletindo naquilo que Cristo buscou ensinar aos seus discípulos sobre unidade, qual deve ser nossa atitude? Como reagiremos ao desafio da unidade, na proposta do Senhor?

Jesus pede ao Pai para que seus discípulos vejam sua glória e estejam no céu com Ele. Se vamos estar no céu, se vamos morar juntos por toda a eternidade, como podemos afirmar que não podemos conviver uns com os outros aqui? Precisamos aprender a viver como família de Deus desde já, pois vamos passar juntos toda a eternidade.

O ensino de Jesus é, como sempre, precioso. Só teremos perfeita comunhão com Deus se nosso coração estiver em paz e em unidade com os irmãos. A igreja não é um passatempo nem pode ser projeto pessoal ou cultural. É a manifestação da glória de Jesus aos homens. E Jesus é a manifestação da glória de Deus ao mundo. A igreja deve manifestar a glória de Jesus em sua vida. Que a nossa vida reflita essa glória!

Pr. Genilson VazPastor da Primeira Igreja Batista de Ribeirão Preto

“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. João 17.21

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Mensagem

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O DESAFIO DA DIVERSIDADESomos muitos batistas no Estado de São Paulo e certamente desejamos crescer muito mais. Temos muitas diferenças em nosso meio e todo nosso esforço deve ser para mantermos a plena unidade em Cristo Jesus. É muito fácil observar a pluralidade na nossa família batista. Temos igrejas grandes e bem estruturadas e também igrejas muito pequenas, com muitas necessidades. Contamos com igrejas históricas bem fundamentadas e de outro lado igrejas bem novas e carentes de acompanhamento. Geograficamente, estamos espalhados pelo Estado, e, em consequência disso, temos igrejas com culturas e status sociais bem distintos. Mas as diferenças que mais se notam e incomodam são as comportamentais, aquelas que demonstram os valores de cada igreja e algumas diferenças doutrinárias. Todos sabemos das desigualdades que temos dentro da denominação, mas creio ser de mais valia pensar em como as interpretamos. No olhar do navegante Amyr Klink "o mar não é um obstáculo, é um caminho", assim também entendo que o caminho para crescermos na imensidão e multiplicidade desse Estado é abraçar as muitas diferenças em nosso seio, sem perder a essência histórico-doutrinária dos batistas. Tive consciência de que pensava assim quando fui questionado por um irmão querido, ainda na primeira metade dos meus 23 anos de ministério na igreja que pastoreio. O amado irmão tinha vindo de uma grande igreja e depois de um certo tempo, já como membro da igreja, foi a minha casa e disse que algo o incomodava na igreja. Eu pedi que ele falasse abertamente sobre o fato, e ele afirmou enfaticamente que admirava a igreja, se sentia muito bem, estava crescendo em sua vida com Deus, que

amava os irmãos, mas se inquietava com a existência de grupos muito diferentes dentro da igreja, como pessoas de níveis sociais e culturais diferentes, de níveis de conhecimento bíblico e maturidade espiritual - alguns exemplarmente cristãos outros tão infantis na vida com Deus, mas o que mais o impressionava era de cunho "doutrinário", segundo ele, pois uns eram "avivados" demais, enquanto outros muito "tradicionais", e ainda tinham os que ficavam entre os extremos. Eu sabia da sinceridade daquele irmão, e lhe respondi com um largo sorriso na face e com um agradecimento de coração. Perguntei-lhe se ele tinha presenciado no tempo que estava na igreja alguma discussão acirrada em nossas assembleias, se tinha visto algum grupo se rebelar contra as lideranças da igreja, ou contrariedade quanto ao pastor, se havia algum fato que denegria o testemunho de cristãos, como membros do Corpo, a igreja, e principalmente, se houve alguma divisão doutrinária que brotasse da igreja nesse tempo (houve uma divisão na igreja em tempos anteriores ao meu ministério). Quando enfaticamente ele respondeu com uma negativa a todas as perguntas, relatei um pouco dos antecedentes históricos da igreja e mostrei o compromisso bíblico de uma igreja batista que anseia mais do que tudo ser instrumento de Deus em nosso tempo e em nossa cidade. Finalmente, lhe disse o quanto era grato a Deus por ser pastor de uma igreja com tantas diferenças e experimentando uma comunhão verdadeira e um testemunho eficaz neste lugar.

Aquele irmão entendeu, agradeceu e continuou por muitos anos servindo em nosso meio. Pelo que aprendi em minha vida cristã, pela experiência que tenho na minha

vida ministerial e por meu conhecimento da Palavra de Deus, mesmo não sendo tanto quanto deveria ser, não entendo a diversidade de nossas igrejas como um fator negativo, e sim, uma linda e proveitosa exposição da "multiforme sabedoria de Deus" (Ef 3.10), ou a abundância generosa da "multiforme graça de Deus" para conosco (1Pe 4.10). Sei que há muitas dificuldades oriundas da diversidade, mas entendo que quanto maior o desafio, mais preciosa é a conquista. Ao examinarmos a Palavra de Deus, vemos que desde o seu início a igreja experimenta a diversidade. O grupo que Jesus escolheu como apóstolos era todo de judeus, mas com formação diferente, com personalidades diferentes e comportamentos, interpretações e meios diferentes para alcançar o ideal de Reino de Deus que cada um tinha em particular. Jesus orou para que se tornassem um só corpo (Jo 17.21,22), os uniu em torno de Si e lhes deu uma missão unificadora (Mt 28). No Pentecostes, quando o Espírito Santo é derramado "sobre toda a carne" (At 2.17), os povos "diferentes" são incluídos no povo de Deus, e Ele agora se manifesta através de homens e mulheres, de novos e velhos, de povos, tribos, línguas e culturas diversas. É Deus se revelando e abraçando toda e qualquer pessoa para estender o Seu Reino "até os confins da terra". Charles Swindoll, em seu livro “Jesus”, diz "Felizmente, Deus criou pessoas de todo tipo,

com uma grande diversidade de interesses

e habilidades. Ele chamou pessoas de todas

as raças e cores que tenham sido feridas

pela vida de todas as maneiras possíveis. Ate

mesmo as cicatrizes de abusos e feridas do

passado podem transformar-se em meios de

levar cura a outras pessoas. Que maravilhosas

oportunidades para fazer discípulos!”.

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A capacitação de Deus para a igreja também manifesta a diversidade. Há "diferentes tipos de dons, diferentes ministérios e diferentes formas de atuação" (1Co 12.4-6), todos do mesmo Espírito. Há muitos membros diferentes de um só corpo (1Co 12.12ss), ressaltando a diversidade dos participantes do corpo de Cristo, mas em sua íntima unidade pelo Espírito. Deus age de muitas maneiras através de pessoas diferenciadas. Por que temos dificuldade com isso? Quais dificuldades que temos nesse desafio? Dentre elas, a resistência natural da natureza humana de aceitar e acolher os diferentes. Gente diferente da gente normalmente tira de dentro de nós o que tememos, ressalta o senso crítico de sempre comparar com o padrão pessoal. Daí, surgem os conflitos pessoais, as diferenças se acentuam, e tornam-se mais importantes

do que as convergências, e acontecem as "lutas e brigas, dos maus desejos que estão

lutando dentro de vocês" (Tg 4.1). O problema maior para muitos é o temor da perda da identidade batista, e não podemos negar essa possibilidade, caso não haja discernimento e sabedoria. A Bíblia diz que para andar juntos é necessário estar em acordo (Am 3.3) e fazer as alianças certas. Não temos garantias de não sofrer, de não perder, de não frustrar. Assim é todo e qualquer relacionamento. Mas precisamos acreditar que nossa história não é tão frágil assim, que os fundamentos de nossa doutrina são sólidos e verdadeiros, e que, acima de tudo, vale amar como Cristo amou, acima de qualquer temor. Concluo apontando que nosso grande desafio é maior do que alcançar, acolher

e conviver com a diversidade de igrejas batistas, pois apesar de desentendimentos, continuamos juntos. O desafio maior é sermos gratos a Deus por tais diferenças, pois com elas somos mais fortes, temos mais amplitude e experimentamos um amor mais profundo e real. Somos muitos, temos diferenças, mas estamos unidos. Glória a Deus por isso!

Pr. Eliezer Ferreira de AlmeidaPastor da PIB de Santa Fé do Sul

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Informativo Batista 20146

Quais seriam os motivos para buscarmos uma vida de comunhão e unidade?

À luz do texto bíblico acima, obtemos algumas respostas:O primeiro motivo está ligado à natureza de nossa fé em Cristo Jesus. O Evangelho é a boa notícia de Deus para a humanidade. É a fonte para se viver bem, viver em paz, ter sentido de existência e soluções para os problemas existenciais. Ele nos mostra quem somos, do que precisamos e para onde iremos ao findar o tempo de nossa vida neste mundo. Esse Evangelho nos aponta para a pessoa de Jesus Cristo como o único que é capaz e perfeito, para tomar o nosso lugar e carregar sobre Si os nossos pecados e fraquezas, de forma expiatória. No Evangelho, compreendemos que é por amor e graça que a salvação de Deus chegou a nós. Todos esses acontecimentos fazem parte da natureza do viver da pessoa que experimenta a salvação em Cristo Jesus. Em Atos 2.41 e 42, podemos notar que a experiência dos primeiros cristãos, após aceitarem a mensagem do Evangelho, foi o batismo. O passo seguinte foi a dedicação ao ensino dos apóstolos e à comunhão. Não podemos dizer que temos uma experiência de conversão e ignorarmos o viver em comunhão com os outros irmãos da mesma fé. É algo que faz parte da natureza de nossa fé, e testifica o nosso compromisso com Jesus Cristo através da vivência comunitária, a exemplo dos primeiros cristãos.

O segundo motivo está relacionado às questões práticas. A comunhão produz inúmeros benefícios: o sentimento de fazer parte de um grupo, de sentir-se acolhido, de se identificar com uma família, uma denominação etc.

Andar sozinho não é bom. E é o próprio Deus quem afirma isso no livro de Gênesis 2.18. Viver isoladamente não faz bem à

nossa alma, tampouco aos nossos irmãos. Precisamos uns dos outros, precisamos aprender a compartilhar a nossa vida e nossas experiências com outras pessoas. Como batistas, cremos e defendemos a autonomia da igreja local. Mas algumas pessoas acabam ignorando a fé que temos em comum, a tradição doutrinária herdada, a prática de princípios que valorizam a vida, a liberdade de expressão e o sacerdócio de cada crente. Isso tudo é fantástico e muito valioso. Contudo, alguns se aproveitam dessas características e acabam optando por andarem sozinhos, só recorrem à denominação quando encontram alguma necessidade ou por interesse pessoal. Este não deve ser o procedimento, mesmo que se tenha experimentado algumas frustrações ou decepções na vida comunitária denominacional.

Mas, há outros motivos ignorados por alguns, que são: o ensino de viver em comunhão e a busca pela unidade. Existem aqueles que pensam ser auto-suficientes; outros se sentem mais espirituais; há também os que se consideram mais importantes; e os que têm mais recursos financeiros e são independentes. Mas, felizmente, há também os que têm muitos recursos humanos, financeiros e espirituais em sua igreja local e mesmo assim decidiram somar e trabalhar pela unidade e pela comunhão denominacional. Estes conseguiram olhar além de seus limites geográficos e optaram pelo viver fraterno, mesmo que para isso tenham que enfrentar alguns pensamentos e movimentos contrários. Como crentes e batistas que somos, precisamos exercer a prática da comunhão e uma vida em união, mesmo com nossas diferenças e realidades locais distintas. A busca de comunhão e unidade deve ser uma decisão altruísta, de amor, por causa de nossa fé comum e pelos benefícios que isso produz ao Reino de Deus e às pessoas ao nosso redor.

Vamos compartilhar os nossos talentos, vamos somar os recursos que temos, vamos abençoar, vamos viver unidos, com o que somos e com o que temos.

A outra boa razão é que podemos ser mais efetivos na realização da obra de Deus. Todos nós temos recebido a mesma missão dada por Jesus Cristo antes de partir para o céu. “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.” (Mateus 28.18-20). Esse é um texto que nós, os batistas, temos utilizado para dar grande ênfase à obra de missões. Mas ele é também um texto que destaca a comunhão, expressa no ato do batismo. Há ainda a questão do ensino, que deve contemplar tudo o que Jesus ensinou e o que temos revelado nas Escrituras Sagradas. Se nos unirmos no ideal de amar a Deus e desejarmos alcançar o nosso próximo com esse amor, precisaremos nos empenhar ainda mais no cumprimento dos sagrados ensinos e no desejo de repartir nossas crenças, talentos, bens e vida. Assim cumpriremos os propósitos de Deus em nossa geração.

Trabalhemos unidos no desejo de ver a obra de Deus progredir. Saiamos de nossa zona de conforto e tenhamos ações resultantes de nossa fé em Jesus e de uma comunhão que reflita essa experiência de fé, que naturalmente nos leva à unidade. Afinal... “Os

que aceitaram a mensagem... tinham tudo em

comum.”

Francisco Jaildo SantanaPastor na Igreja Batista Sul, em Bauru, é diretor do

STBESP e capelão no Colégio Batista.

COMUNHÃO QUE LEVA À UNIDADE Os que aceitaram a mensagem foram batizados... Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão... Os que criam

mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. (Atos 2.41,42,44)

Escola Bíblica Dominical

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Sermão: “Chamados para preservar a Unidade da Igreja.” Efésios 4.3

Informativo Batista 2014 7

O DIA DA UNIDADE BATISTA TEXTO ESPECIAL PARA JOVENS

Nós, jovens das chamadas gerações Y e Z ou millenium, somos muito diversos, muito plurais, por isso tenho concordado com estudiosos de sociologia, antropologia e psicologia que se debruçam sobre o tema dos jovens que dizem ser impossível falar em juventude hoje, sendo correto falar em juventudes, tal é a nossa diversidade. Mesmo entre nós que temos a mesma religião, pertencemos a mesma denominação e moramos no mesmo Estado, a saber, São Paulo, essa pluralidade pode ser verificada.

Diante disso, como podemos responder ao desafio de encontrar um caminho de unidade em meio a tanta diversidade?

Vejo que somos diferentes dos nossos pais e avós em uma série de aspectos e um deles é quanto a nos unimos em volta de um líder carismático, arrebatador de multidões conforme percebemos tempos passados.

Os movimentos dos jovens nas ruas de diversas cidades do Brasil em Junho de 2013 nos mostraram verdades interessantes sobre as realidades juvenis contemporâneas, mostraram que, embora diferentes, plurais e muito diversos podemos sim nos unir para ocupar espaços, mostrar a cara e reivindicar o que queremos. Ficou claro ainda que não precisamos de um líder carismático, precisamos de uma causa, ou mesmo de muitas causas. Desta forma, podemos dizer que a diversidade das reivindicações destes movimentos foi também um retrato da nossa diversidade.

Por essas e outras, creio que para alcançar a unidade das juventudes, não precisamos

de pessoas que nos tragam bons discursos sobre unidade, cooperação etc., ou mesmo de um líder carismático que nos diga o que e como fazer. Precisamos de líderes parceiros que se proponham a caminhar conosco, nos desafiando com causas relevantes para o mundo, causas propostas a partir da denominação e da igreja, mas que de alguma forma, nos impulsionem pra fora, com desdobramentos práticos no mundo.

Parece-me que nós, jovens cristãos, estamos cansados de brincar de gato e rato com o mundo, de forma a ficarmos sempre fugindo dos atrativos deste. Queremos agora enfrentá-lo de forma a mostrar os atrativos do Reino de Deus a este mundo. Não queremos mais nos esconder em um gueto evangélico ou Batista que seja, antes, queremos partir do ponto de onde estamos, como cristãos-evangélicos-batistas, para apresentarmos as pautas e propostas do nosso Senhor para o mundo de hoje. Queremos influenciar o mundo ao invés de temer a influência dele sobre nós, de forma a não sermos mais aqueles que fogem do mundo, mas os que trazem propostas de transformação a ele.

Eis que o nosso desafio ao pertencermos a uma denominação, que é mais que centenária no Estado de São Paulo, é o de nos unirmos na construção de projetos coletivos que façam sentido para nós, a partir de nossos valores e princípios, mas que fundamentalmente afetem o mundo de forma a viabilizar o horizonte utópico que todo jovem tem de

um mundo melhor de se viver e conviver, de forma que as pessoas nos vejam mais parecidos com Cristo e menos parecidos com os estereótipos religiosos com os quais as pessoas nos classificam.

Quanto a receita para tais projetos, ela simplesmente não existe, somos a geração que não lê manuais, que se propõe a aprender, desaprender e reaprender fazendo, como disse C. S. Lewis "[Eu] Pensava que nós seguíamos caminhos já feitos, mas parece que não os há. O nosso ir faz o caminho". Nesse sentido, tenho convicção de que nossa unidade se dará em volta de propostas e objetivo comuns a nossa geração e ao Reino de Deus, de forma que esses se tornem o elo de união entre os jovens tão diferentes de nossa denominação.

Assim, trabalho e oro para que compreendamos a nossa vocação de servir e influenciar o mundo, nos empenhando para responder as questões atuais da humanidade e não as perguntas de séculos atrás. Contudo, a nossa ação só surtirá o efeito esperado se agirmos com amor e em união, sem personalismos, carreirismos e vaidades, mas com uma atitude de serviço ao outro, à Cristo e ao mundo a nosso redor.

Reinaldo Jr.Pastor de Jovens da PIB de São Paulo

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8 Informativo Batista 2014

Criança: Não desvie os olhos de Cristo

Definição do Dicionário de Portugês: Combinação de esforços e de pensamentos;

união.

Deus quer que seus seguidores sejam unidos. Quando Jesus se preparou para sua própria morte, uma das primeiras coisas em sua mente foi a unidade dos seus discípulos: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" (João 17:20-21). Aqueles que querem glorificar a Deus incentivarão esta unidade entre os crentes: "Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para

com os outros" (Romanos 14:19). Como servos de Deus em comunhão com o Espírito Santo, deveremos trabalhar humildemente para manter a unidade:"... completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma cousa, tenhais o m esmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros" (Filipenses 2:2-4). Paulo deu a fórmula prática para esta paz quando escreveu à igreja dividida em Corinto: "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis a todos a mesma cousa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente

unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer" (1 Cor.1:10). Crer que a unidade é importante é uma coisa. Praticá-la é outra. (Denis Allan).

O nosso objetivo é transmitir o que temos de melhor, e o que temos de melhor é apresentarmos Cristo e não deixarmos que nossas crianças desviem seus olhos Dele. E como pais, avós, tios, pastores, líderes, professores devemos ser o exemplo de UNIDADE aos pequeninos.

No amor de Cristo,

Maristela Massacesi Sanches da SilvaEducadora Religiosa / 1ª Secretária da CBESP

Membro da IB. em Cidade Seródio - Guarulhos

DIA DA uNIDADE BATISTA

Atividade 1

Atividade 2

O objetivo é transmitir o que temos de melhor, e o que temos de melhor é apresentarmos Cristo e não deixarmos que nossas crianças desviem seus olhos Dele.

1ª Sugestão (No Dia da Unidade Batista, no Culto da Noite): CEIA DO SENHOR- Antecedendo o Culto de Celebração da Ceia do Senhor, explicar as crianças o significado da mesma, e a importância do Memorial, e convidar algumas que no dia da celebração acompanharão o Corpo Diaconal na distribuição dos elementos e também farão a participação musical nesse Culto.

2ª Sugestão (No sábado antes do Dia da Unidade Batista): CAMINHADA – Líderes das Crianças, Pastor, Professores irão preparar kits com folhetos evangelísticos, divulgação das atividades da Igreja e caminharão nas ruas do bairro da Igreja fazendo a distribuição.

3ª Sugestão (No sábado antes do Dia da Unidade Batista): DAY CAMP – Na Igreja ou local próximo, preparar para que as crianças passem o dia. Programa:• Café da Manhã• Abertura • Cânticos • Apresentação das Crianças• Mensagem – Pastor da Igreja• Gincana – Parte I• Almoço• Descanso• História Bíblica: A Vida de Jesus• Gincana – Parte II (Caça ao Tesouro)• Encerramento (Lanche ou Sacolinhas com doces)

4ª Sugestão (No Dia da Unidade Batista, durante o dia): EXPOSIÇÃO – Previamente pedir as crianças maiores que façam uma pesquisa ou redação dos milagres realizados por Jesus e preparar uma exposição, no hall ou na sala das crianças, sobre esses milagres e como não

podemos desviar os nossos olhos de Cristo.

5ª Sugestão (No Dia da Unidade Batista, no horário da EBD ou Culto Matutino): DRAMATIZAÇÃO OU ENCENAÇÃO – Com base no item anterior, preparar uma encenação sobre os milagres de Jesus.

Maristela Massacesi Sanches da SilvaEducadora Religiosa / 1ª Secretária da CBESP

Membro da IB. em Cidade Seródio - Guarulhos