EXPEDIENTE - Seminário Concórdia...2018/07/11  · EXPEDIENTE - VOX CONCORDIANA SUPLEMENTO...

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EXPEDIENTE - VOX CONCORDIANA SUPLEMENTO TEOL~GICO Editado pela Congregação de Professores da Escola Superior de Teo- logia do Instituto Concórdia de São Paulo. Editor: Paulo M. Nerbas 'Congregação de Professores: Dr. Rudi Zimmer, diretor geral Ari Lange, vicediretor Ari Gueths Deomar Roos Ernl W. Seibert Paulo F. Flor Paulo M. Nerbas Paulo W. Buss Raul Blum Os artigos assinados são da responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a posição da congregação de professores como um todo. Devem ser considerados mais como ensaios para refle- xão do que posicionamentos definitivos sobre os temas abordados. Endereço para correspond6ncia: Instituto Concórdia São Paulo Rua Raul dos Santos Machado, 25 Jardim Helga - Campo Limpo 05.794 - São Paulo, SP OU Caixa Postal 60.754 05.799 - São Paulo, SP ANO5 - N? 2 - 1989

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EXPEDIENTE -

VOX CONCORDIANA SUPLEMENTO TEOL~GICO

Editado pela Congregação de Professores da Escola Superior de Teo- logia do Instituto Concórdia de São Paulo.

Editor: Paulo M. Nerbas

'Congregação de Professores: Dr. Rudi Zimmer, diretor geral Ari Lange, vicediretor Ari Gueths Deomar Roos Ernl W. Seibert Paulo F. Flor Paulo M. Nerbas Paulo W. Buss Raul Blum

Os artigos assinados são da responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a posição da congregação de professores como um todo. Devem ser considerados mais como ensaios para refle- xão do que posicionamentos definitivos sobre os temas abordados.

Endereço para correspond6ncia:

Instituto Concórdia São Paulo Rua Raul dos Santos Machado, 25 Jardim Helga - Campo Limpo 05.794 - São Paulo, SP

OU

Caixa Postal 60.754 05.799 - São Paulo, SP

ANO5 - N? 2 - 1989

Editorial O Instituto Concórdia de São Paulo existe ... toda a Igreja o sabe.

A lyreja, porém, também sabe que os seus educandários oficiais não existem só por existir. Por isso, ela espera que, além de existir, eles também a sirvam de todas as formas. Afinal, não são os educandários oryanizai;ões que pertencem a si mesmos, mas à lyreja. Deles espera- se em primeiro lugar o preparo de candidatos a obreiros nos vários níveis existentes, os quais devidamente qualificados para tal, possam estar à disposição da lgreja e do Senhor Jesus. Pela graqa de Deus a lyreja está sendo servida desta forma.

No entanto as possibilidades para a prática do servir não se esyotam somente com a formação de obreiros. Os dons que o Senhor concede aqueles que pertencem às escolas da Igreja, professores e alunos, capacitam-nos tambérr; a outras naneiras de participação no equipar dos santos em Cristo visando um trabalho cada vez mais eficiente em prol do Reino de Deus. A Escola Superior de Teologia (EST) do ICSP deseja participar e cooperar no auxílio daqueles que, chamados pelo Senhor das trevas para a sua maravilhosa luz, sentem- se motivados pela graça de Cristo a trabalhar. A luz deste objetivo, colocamos nas mãos da Igreja o SuplementoTeolóyico da VoxConcor- diana. Nele a lyreja encontra material para in forma~ão, reflexão e questionamento se assim o desejar, tudo editado na busca de um ideal maior: servir. Por isso mesmo, não há de nossa parte nenhum propósito de nos constituirmos na palavra final e definitiva, tanto quanto ao conteúdo do Suplemento quanto ao que tange a forma de apresentá-lo. Ele segue para a lyreja levando muito para informa- kão e reflexão e isso o deixa sempre aberto para receber da Igreja questionamento, solicitação de esclarecimentos e sugestões.

Consta deste número: Adoração - Uma Perspectiva Bíblica, de autoria do P r o t Deomar Roos. E uma pesquisa extensa e dividida em duas partes: Adoração no Antigo Testamento e Adoração no Novo Testamento. Devido à sua extensão e farto material, publicamos neste número apenas a primeira parte, deixando a outra para o número seguinte.

O Profi Deomar Roos desempenhou por dois anos o cargo de Editor do Suplemento Teológico. Fê-lo com carinhosa dedicação e por isso fica registrado o agradecimento a ele da congregação de professores da Escola Superior de Teologia.

Este número leva consigo nosso desejo de ser Úteis a lyreja por meio desta publicação. Se o for para você, leitor, sentir-nos-emos recompensados.

Rev. Prof: Paulo Moisés Nerbas EDITOR

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO

Anotações para a História de um Recomeço

Introdução pau10 W. B&S

Não se publicam biog rafias de indivíduos de sete anos de ida- de. Instituições, com esta mesma idade, podem por certo, demons- t rar já bastante maturidade, e po- dem, também, ser capazes de já apresentar um bom saldo de rea- lizações. Não obstante, constitui tarefa difícil, senão quase impos- sível, fazer um relato histórico ob- jetivo e isento quando os fatos são ainda tão recentes e quando, além disso o encarregado de fa- zer tal relato está diretamente envolvido nesta mesma história. Um dos maiores riscos, ao lado da difícil tarefa de ser objetivo, é o da seleção dos fatos que se julga relevantes em detrimento daqueles que não se menciona por amor à brevidade e clareza da exposição. Tal seleção poderá parecer altamente arbitrária no futuro quando se constatar que decisões e iniciativas que no mo- mento parecem altamente signifi- cativas, não tiveram maiores des- dobramentos posteriores e, por sua vez, idéias e acontecimentos que ayora parecem ser sem maio- res conseqüências, poderão se revelar como embriões de gran- des transformações. ,

Consciente dos riscos'envol- vidos, não tenho a pretensão de chamar o que segue de urna histó- r ia da segunda fase do ICSP. Pre- f iro que o leitor o encare como

sendo apenas simples anotações que algum dia poderão servir de subsídios para se escrever uma história desta fase de nossa ins- titui ção.

PLANEJAMENTO

Pastores e representantes leigos das paróquias da IELB so- friam os efeitos do intenso calor enquanto concentravam sua atenção nas conferências, nos relatórios, e nas moções apre- sentadas na 48: Convenção Na- cional da IELB. Mas, independen- te do calor ambiental, havia um bloco de moções "quentes" para serem debatidas no plenário e nas comissões daquela Conven- ção, reunida em São Leopoldo de 21 a 27 de janeiro de 1982. O as- sunto palpitante e explosivo que motivara o encamirihamento de seis moções era o futuro das Es- colas Centrais da IELB. Duas des- sas m q õ e s propunham a criação do Segundo Seminário Teológico da IELB em São Paulo. Uma delas procedia do Conselho Diretor da IELB, e a outra, do Conselho Dis- trital do Distrito Brasil Centro.

Uma terceira moção apre- sentada a 48: Convenção (er-nbo- ra propondo a criação de um Cen- tro de Habilitação Missionária e não de uma Faculdade Teológica nas dependências do ICSP) traz,

num dos seus "considerandos", infqrmações importantes sobre planos e propostas anteriores a respeito do destino que a IELB po- deria dar ao imóvel de São Paulo. Lê-se ali:

(a) em 1972 (reunião 5-6/10), o DEMS propôs a transformação do Instituto Concórdia de São Paulo em Seminário Diacônico para fo rma~ão e aperfeiçoamen- to de auxiliares e líderes do tra- balho paroquial, sede para cursos de evangelistas, central missio- nária, lugar para retiros, con- gressos e congêneres e instituto pastoral, (b) em 1974, a 44: con- venção da IELB resolveu que uma comissão elaborasse um plano completo para o funcionamento de um "Instituto Teolóyico Práti- co" em São Paulo, (c) em 1974 (reuniões de 14/05 e 7/06), a dita comissão propôs ao Conselho Di- retor a criaqão de um "Curso Teológico Prático" sob a direção da Faculdade de Teologia e "Cur- sos Práticos de Missão, em São Paulo, (d) em 1980, na 47: Con- venção da IELB, a comissão que estudou o remanejamento dos educandários propôs a criação e a instalação, em caráter de ur- gência, de um curso de diáconos e evangelistas no campus de São Paulo (veja "Como Chegamos Até Aqui?" pp. 2,5,8,20) (Moção 6.3. 48: Convenção Nacional da IELB. São Leopoldo, 21 a 27 de Janeiro de 1982).

Constata-se, assin?, que des- de o ano do fechamento do ICSP, em1 1972, a IELB traçou planos vi- sando o aproveitamento de suas dependências em benefício da ly reja. A mesma preocupa~ão

com relação ao uso do campus do ICSP também transparece no relatório do Conselho Administra- tivo do ICSP apresentado à Con- venção Nacional de 1982. O rela- tório sobre o biênio anterior inicia dizendo que, nos últimos dois anos, o ICSP, "apesar de não ter sido usado para as finalidades específicas para que foi construi- do, tem procurado servir a IELB da melhor maneira possível, den- tro de suas condições e limita- ções." Mais adiante, o relatório informa que "cor , o apoio do DE e com a aprovação do Conselho Diretor, foi iniciada em agosto de 1981, uma pré-escola" que regis- trava, na época do relatório, uma matrícula de 56 c r i a n ~ a s nos dois turnos. Informa-se ainda que "em 1982 será aberta a 1: Série do 1: Grau, e será contratado um professor sinodal para dirigir esta escola". Ressalta-se que "inde- pendente do que a 48: Convenção da. IELB resolver referente ao fu- turo do ICSP esta escola poderá continuar sem interferir em outros interesses, da IELB." Na conclu- são do relatório, é expresso o de- sejo de que a IELB faça um uso mais proveitoso das instalações do ICSP visando o bem da Igreja e do reino de Deus. E, por fim, o Conselho Administrativo "roga ao Senhor da seara que abençoe todos os esforços e planos refe- rentes a implantação de uma es- cola preparatória de obreiros nas instalações do ICSP."

Conforme agora sabemos, o Senhor atendeu as preces de seu povo e a Convenção votou pela abertura de um segundo Seminá- rio en? São Paulo.

INICIO DA IMPLANTAGAO

Pré-Escolar e Escola de 1: e 2: Graus

Já foi mencionada acima que, desde 1981, funcionava uma pré- escola nas dependências do ICSP. A implantação de uma escola de 1: Grau teve inicio no ano de 1982. O Conselho Administrativo, auto- rizado pelo Departamento de En- sino e pelo Colégio Eleitoral da IELB, nomeou o Prof: Erno Oscar Koller para as funções de Profes- sor e Diretor do Pré-Escolar e 1: Grau. O mesmo assumiu suas ati- vidades em julho de 1982. A ma- trícula do Maternal, nas três sé- ries do Jardim, e na 1: Série do 1.; Grau apontava, naquele ano, um total de 196 alunos.

No dia 6 de março de 1983, aconteceu a reabertura do 2: Grau (Magistério), cuja direção também foi confiada ao Prof%rno Koller.

Escola Superior de Teologia (EST)

A abertura da Escola Supe- rior de Teologia do ICSP aconte- ceu no dia seis de março de 1983 com um culto. Naquela ocasião, foram instalados em seus cargos o Diretor, Rudi Zimmer, e os Pro- fessores Paulo F. Flor e Ari Lan- ge. As atividades foram iniciadas com o funcionamento do 1: e 2: anos de Teologia. A matrícula re- gistrou um total de vinte e três alunos.

O documento "O Seminário da IELB em São Paulo", aprovado pelo Departamento de Ensino e

Conselho Diretor da IELB em 9 a 11 de dezembro de 1982, estabe- leceu as diretrizes para o funcio- namento da Escola Superior de Teologia. O ponto 5 desse docu- mento precreve:

O Seminário de São Paulo deverá formar pastores e, ao mesmo tempo, ministros auxilia- res. Tendo em vista que os candi- datos a ministros auxiliares se- rão, em grande parte, os próprios líderes de missões e congrega- ções espalhadas pelo Brasil, de- verá funcionar também por exten- são. (Relatórios 49: Convenção da IELB. São Leopoldo, 19 a 25 de Janeiro de 1984, p. 57).

O ponto seguinte aborda a questão da filosofia educacional dessa escola:

Tendo em vista o contexto pe- culiar em que estará atuando, a Escola Superior de Teologia do ICSP deverá englobar na sua filo- sofia os seguintes elementos, sem prejuízo de outros:

6.1 .-Aperfeiçoamento cons- tante da comunidade acadêmica e do processo educacional pela aprendizagem da revelação do Senhor e pela i n teg ra~ão de con- quistas da inteli yência humana nos domínios da ciência e técnica em especial nos campos da Edu- cação e da Didática;

6.2.-Observa ção constante da realidade brasileira em termos de ideologias, movimentos reli- giosos, correntes políticas, no in- tuíto de elaborar estratégias de ação correspondentes;

6.3.-Contato regular com os campos missionários por meio de estágios e visitas, a fim de avaliar a atuação dos ministros face à

realidade que enfrentam; sofrida por alguns professores; e, 6.4.-Reciclagem constante do principalmente, a fa Ita de clareza

processo educacional a partir da e definição sobre a estrutura ad- reação ("feed b,ack") do "merca- ministra tiva do Instituto como urr do de trabalhoJ' (missões, escolas todo composto por várias escolas. e congregações que, observem os (Id,. p. 66). formandos da escola) ,e da refle- As dificuldades decorrentes xáo desencadeada pelos Órgãos da coexistência do Pré-Escolar e competentes da IELB; (Id., p. 58). da Escola de 1: e 2: Graus c o r

O mesmo documento estabe- a Escola Superior de Teoloyia lece, igualmente, normas e des- num mesmo campus foram supe- c r i ~ õ e s referentes ao currículo, &s radas com a adoção de um orga- qualificac;óes do corpo docente, noyrama, a partir de princípios de ao campus e ambiente de traba- 1984. Outras dificuldades também lho, e a política concernente aos foram, aos poucos, minoradas e/ recursos financeiros. ou vencidas com o passar do tem-

Implantar uma escola tal co- po' mo a que estamos tentando des- crever aqui exige muito trabalho DESENVOLVIMENTO e implica na superac;ão de muitos obstáculos. Os próprios diretores Aquisição de Terrenos. e e o conselho Administrativo do Construções - Unidade I1 ICSP relataram 2 Convenção Na- cional de 1984 as dificuldades que A procura de vagas, espe- mais se destacaram no período da cialmente na Pré-Escola e no 1: rea.tivação da escola: Grau, tem sido muito grande des-

Falta de conhecimentoda no- de os primeiros anos da reativa- va realidade sócio-cultural por çáo do ICSP. A medida que o nu- parte dos professores e diretores mero de séries oferecidas pela eleitos; falta de tempo para a escola aumentava, se fazia sen- preparação dos cursos por parte tir, cada vez mais, a falta de salas dos professores do curso teológi- de aula e outras dependências. co; inexperiência administrativa Decidiu-se, então, construir um da parte dos diretores em relação conjunto de prédios num terreno a u r , educandário oficial da IELB; adjacente ao campus do ICSP e convivência, em um mesmo pré- que já fora adquirido em agosto dio, de quatro escolas de níveis de 1983. A construção foi iniciada tão diversos como, por exemplo, em novembro de 1984 e desde o o Pré-Escola r e o Teológico; resi- ano de 1986 todas as salas de dências inadequadas para alguns aula e de administração da Pré- professores de Teologia por a l - Escola e da Escola de 1: e 2: gum tempo; biblioteca com recur- Graus localizam-se nesta área sos bibliográficos reduzidos; mu- que passou a ser denominada dança da política salarial em re- Unidade II do ICSP. A Prof: Irma l a ~ á o aos educandários oficiais, Flor assumiu a direção dessa es- e a conseqüente reduyão salarial cola em 1985, após o Prof: Erno

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Koller ter pedido demissão do cargo, no ano anterior. A escola continuou crescendo em suas no- vas instalações e conta atual- mente com uma matrícula total de 890 alunos. Três turmas já se for- maram nos cursos de Magistério tot,alizando alunos formados.

Um segundo terreno, locali- zado ao lado da área acima men- cionada, foi adquirido em 1984. Parte deste terreno é usado como estacionamento da Unidade II e na outra parte já havia uma casa que foi reformada e está servindo como residência para um profes- sor de Teologia e sua família.

Escola Superior de Teologia

Professores e suas Atividades

Ao grupo inicial de três pro- fessores, foram sendo acrescen-

( tados outros nos anos seguintes (em 1984: Vilson Scholz - este

permaneceu apenas um ano, I aceitando, depois disso, um Cha- i mado para o Seminário Concórdia 1 de São Leopoldo; Paulo W. Buss, e Raul Blum; em 1985: Paulo M. Nerbas, e Erní W. Seibert; em 1986: Deomar Roos e Ari Gueths).

Além das atividades em sala d e aula, cabe a cada um dos pro- fessores da EST a responsabili- dade por uma ou mais das seyuin- tes funções: vice-diretor, deão acadêmico, coordenador do inter- nato, coordenador da biblioteca, ,coordenador do culto, coordena- dor de publicações, supervisor de bstágio, coordenador de ativida- Ides práticas, coordenador da ETE '(Educação Teológica por Exten- bão), e relações públicas. I 4

AI unos I

Cada aluno da EST desenvol- 1 ve, ao lado de suas tarefas aca- dêmicas, atividades práticas jun- to às congregações da Grande 1 São Paulo e cidades próximas. I Estas atividades, iniciadas dois I anos antes do estágio, além de 1 orientadas pelo pastor local, são 1 acompanhadas, através da exi- gência de relatórios e de visitas, pelo professor coordenador de atividades práticas.

Ao completar o número sufi- 1 ciente de créditos acadêmicos, o I a lunoreal izaumprogramadees- 1 tágio em uma das congregações 1 ou missões da IELB ou de Igrejas irmãs. Cada estagiário é acompa- nhado diretamente pela EST através de um programa de visi- tação realizado pelo professor supervisor do estágio.

A congregação de professo- res avalia trimestralmente o de- sempenho de cada aluno nas áreas acadêmicas, espiritual e moral. O deão acadêmico se reú- ne, posteriormente com cada alu- no informando-o do resultado dessa avaliação.

Três turmas, totalizando 30 alunos, já receberam seus diplo- mas de bacharéis em teologia na EST, até o momento. Estes diplo- mas são reconhecidos pela ASTE (Associação de Seminários Teo- lógicos Evangélicos) à qual a EST está associada desde 1: de de- zembro de 1984.

I

Publicações

Alunos e professores do ICSP Se preocuparam, desde o princí-

pio, em divulgar a vida e os objeti- vos da Escola. Com esse objetivo publicam, desde junho de 1983, a revista "Vox Concordiana".

Um "Suplemento Teológico" à "Vox Concordiana" passou a ser editado pela congregação de professores da EST a partir de 1985. Este "Suplemento" visa tor- nar conhecida a reflexão teoló- gica da EST, bem como oferecer subsídios aos pastores e líderes da Igreja.

Biblioteca

A biblioteca do ICSP já con- tava com cerca de seis mil volu- mes a época da rea tiva ção da es- cola. Estes livros haviam sido in- corporados à biblioteca na fase anterior do educandário. Menos da metade destas obras erarr de cunho especificamente teológico. Diversas pessoas e instituições do país e do exterior fizeram doa- ções de livros e dinheiro nos anos seguintes. Desta forma a Bibliote- ca conseguiu aumentar seu acer- vo a ponto de atualmente oferecer urna bibliografia relativamente boa em todas as áreas em que se divide o estudo da Teologia. Com a cria $50 da Unidade II, uma parte dos livros, de maior inte- resse dos alunos do Pré-Escolar e do 1" 2: Graus, foi deslocada para aquele local. O acervo total da biblioteca do ICSP está atual- mente em torno de quatorze mil volumes.

Novos Cursos

CumprindD uma das orienta- (;óes contidas no documento "O

Seminário da IELB em São Pau- lo", o ICSP vem se empenhando na formação de ministros auxilia- res, ao lado da formação de pas- tores. Cursos em várias modali- dades foram criados nos últimos anos com o objetivo de responder cada vez melhor a esse desafio.

O curso de Diaconia em Edu- cação Cristã foi o primeiro a ser criado. Este curso é oferecido, duas vezes por semana à noite, aos alunos das 3: e 4"éries do Curso de Magistério, estando também aberto a outras pessoas. No espaço dos dois anos da dura- ção deste curso, os alunos são equipados para poderem servir melhor as congreg ações da IELB nas áreas de Ensino Religioso, Escola Dominical, Instrução de Confirmandos e Estudos Bíblicos.

Outro curso voltado inicial- mente para uma formação mais completa dos alunos do Magisté- rio e da Teologia, é o curso de Diaconia em Música. O mesmo é oferecido simultaneamente aos outros cursos e tem a duração de dois a três anos.

Três turmas, totalizando vin- te e dois alunos, receberam até o momento, seus diplomas de con- clusão do curso de Diaconia em Educação Cristã, e um aluno con- cluiu o curso de Diaconia em Mú- sica até agora.

Os dois cursos acima men- cionados passaram a ser ofereci- dos também de forma intensiva, nos meses de fevereiro e julho, a partir de 1987.

O passo seguinte na implan- tação dos cursos e modalidades previstos foi o início do funciona- mento da Educação Teológica por

Extensão (ETE), a partir de princí- pios de 1988. Tanto o curso de Diaconia em Educação Cristã co- mo também o próprio curso de teologia e o de Diaconia em Evan- gelismo estão atualmente sendo oferecidos nessa modalidade. Mais de 130 alunos estão matricu- lados nos três cursos da ETE ofe- recidos pelo ICSP. Estes alunos residem em doze diferentes esta- dos do país, além do Distrito Fe- deral, e para atendê-los a EST conta com a colaboração direta de trinta e quatro pastores que atuam como monitores.

Capelania

O programa de Capelania do ICSP teve seu início em meados de 1987 com a vinda do Rev. Arno Bessel. Suas funções como cape- lão missionário da escola de 1: e 2: Graus envolvem a coordena- ção do ensino religioso e o plane- jamento e orientação de todas as atividades evangelisticas da es- colas, visando também atingir os pais e familiares dos alunos. O programa da Capelania está tam- bém vinculado, através de um acordo com o ICSP, à Congrega- ção Evangélica Luterana Ebené- zer, cujo templo se localiza de- fronte aos prédios da Unidadeall do ICSP.

também esteve presente no en- contro dos professores das duas Escolas de Teologia da IELB, em Porto Alegre nos dias 8 e 9 de agosto de 1986. No documento re- sultante desse encontro, aprova- do pelo DE em 4 de dezembro de 1986 (A IELB e a Missão no Mundo - Enfoque Educacional), atribui- se ao ICSP a responsabilidade de preparar obreiros missionários. Uma das iniciativas para atender a este desafio foi colocado em prática a partir do presente ano com a criação dos centros de pes- quisa e treinamento evangelisti- co. Todos os alunos e Professores da EST optaram pela participa- ção em um dos seguintes três centros: de Pesquisa Religiosa, de Evangelismo Pessoal e Con- gregacional, e de Evangelismo Institucional. No primeiro semes- tre cada centro definiu seus obje- tivos e metas e planejou as ativi- dades práticas previstas para o segundo semestre deste ano.

! Quadro Atual de Matriculas

Unidade II Série N: de alunos Pré 149 1: Grau 673 2: Grau 68 Total 890

i- Escola Superior de Teologia Centros de Pesquisa e Trei- (EST)

namento Missionário (CPTMs) Residencial

Uma preocupação expressa Teologia 48 com freqüência na IELB se refere Djaconia em Educa~áo Cristã 36 à formação de pastores e lideres Diaconia em Música 76 leigos habilitados para a ativida- de missionária. Tal preocupação Residencial Intensivc

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Diaconia e Educação Cristã Diacoriia em Música

Educação Teológica por Ex- tensão (dados de agosto de 1989)

Teologia 3 2 Diaconia em Educação Cristã 50 Diaconia em Evangelismo 35

Obs.: E preciso levar em con- sideração que alguns alunos cur- sam dois ou três cursos simulta- neamente (por exemplo: Magisté- rio, Diaconia em Educação Cristã, e a Diaconia em Música). Por isso, o número real de alunos é um pouco menor do que a soma geral da matrículas acima apresenta- das.

Conclusão:

Nestes primeiros anos de ati- vidades, o ICSP respondeu aos desafios que lhe foram apresen-

tados, atingindo, através da im- plantação de cursos e programas, os objetivos iniciais propostos pe- la IELB para o seu segundo Se- minário.

Verificou-se, igualmente um crescimento extraordinário da Es- co!a como um todo em termos nu- méricos, estando atualmente c o r uma ocupação plena de todos os espaços físicos disponíveis em suas dependências.

As realizações alcançadas envolveram sacrifício e abnega- ção pessoal, investimento de ta- lentos, trabalho, tempo, dinheiro, e, acima de tudo, a bênção conti- nua do Senhor da Igreja. Confian- do em sua presença graciosa, o ICSP espera poder se aperfeiçoar cada vez melhor a fim de conti- nuar a ser um instrumento útil na sua Igreja também no futuro.

* Professor da Escola Superior De teologia do ICSP

Didática e criatividade na instruçáo aos confirmandos

a

Arno Bessel *

o QUE E DIDÁTICA? -- não tem certeza para onde vai, pode acabar indo para onde não

"A didática estuda a técnica pretendia. Assim, o professor pre- de ensino em todos os seus as- cisa determinar de inicio o que o pectos práticos e operacionais." aluno será capaz de fazer ao final (Claudino Piletti. Didática Geral, do aprendizado." (Piletti, p. 81). p. 42). Didática é"a técnica de es- A instrução aos confirmandos co- timular, dirigir no decurso da mo tal precisa ter objetivos claros aprendizagem, a forrnação do ho- e definidos. Cada unidade do pro- mem." (Aguayo, citado por Piletti, grama de instrução deve ter obje- P.43). tivos claros e definidos, o mesmo

A didática se resume no se- se aplica a cada lição. guinte esquema fornecido por Pi- Ao serem definidos e esta be- letti, no livro acima citado, p.63: lecidos objetivos, têm de ser leva-

(Imprimir o referido gráfico) das em conta pelo menos as se- Neste estudo queremos des- guintes questões:

tacar alguns aspectos da didática 1. Q contexto instrucão aos para enriquecer nosso conheci- confirmandos : ela é parte, 6 mento, encorajar o estudo poste- apenas m a agência educacio- rior na área e estimular a criativi- na1 (ao lado de outras) da edu- dade a fim de que as de aulas cação cristã. de instrução aos confirmandos 2. Qs obietivos gerais da educa- por nós dadas redundem em ricos ção cristã: verdadeiro entendi- frutos. mento de Deus; fé em Cristo E

amor a Deus; caráter e com- OBJETIVOS portamento cristão; participa-

ção na vida da igreja; zelo err Não se pode falar em didá- servir a Deus em tudo. (Consul-

tica sem levar em conta os objeti- te: Jahsmann, "A Igreja Ensina vos. Verdade é que muito do que Os Seus Pequeninos", pp, se ensina por aí, as vezes com 21 - 25). a melhor das intenções, acontece 3. O aluno: sua idade, educação sem objetivos claros. Os objetivos cristã anterior, escolaridade, são um dos componentes básicos maturidade, capacidades, ne- do planejamento. Consistem em cessidades, contexto social, uma descrição clara dos resulta- características psicológicas. dos que desejamos alcançar em 4. a s componentes básicos nossa atividade docente "Se você processo aprendizagem:

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mente (conhecimento) cora ão (atitudes, s e n t i m e n t i s ~ k (aLão, habilidades) Cada um& destes elementos merece lugar apropria do e deve ser endere- çado nos objetivos: conhecer, sentir, fazer. Esse aspecto queremos explorar um pouco mais neste estudo.

A educação cristã visa atin- gir toda personalidade do aluno, ou seja: sua compreensão, suas emoções, suas habilidades, seus padrões de conduta, sua vontade. Na formulação dos objetivos, por- tanto, os três componentes bási- cos do processo de aprendizagem devem ser levados necessaria- mente em consideração.

1. Q Conhecimento - refere- se à razão, à inteligência e à me- mória. Os objetivos da instrução aos confirmandos devem endere- çar-se a mente do aluno. Ele ne- cessita conhecer verdades bíbli- cas e doutrinas e crescer neste conhecimento; ele necessita re- ceber informações para com- preender o assunto ensinado. Isto se dá através da exposic;ão, repe- tição, ilustração e memorização. Porém, a simples transmissão de conhecimento e a memorização de textos não é o alvo final, mas são meios para atingir o coração.

2. A s atitudes - referem-se .-v

ao coraçao, as emoções, aos sentimentos, as apreciações. As verdades conhecidas e com- preendidas visam atingir o cora- ção, mexer com os sentimentos. Isto quer dizer, fatos da Lei de Deus e do pecado devem ser apresentados de tal forma a con- duzir à vergonha, a contrição, ao arrependimento. O Evangelho, por

sua vez, deve ser aplicado de tal maneira a confortar, consolar, encorajar, alegrar. Neste respeito requer-se do professor correta distinção e aplicação de Lei e Eva nge I ho.

3. As Açóes - referem-se às habilidades, a prática, à conduta. O conhecimento e as atitudes de- verão expressar-se em ações - vida santificada. A Escritura Sa- grada deixa claro que o pecador é justicado por graça divina me- diante a fé em Cristo, e não por obras da lei. Porém, a Escritura igualmente afirma que a fé produz frutos. Textos bíblicos que tratam de redenção são associados com textos que tratam da vida santifi- cada, da ações (Exemplos: Lc 1.74,75; 2Co 5.15; GI 2.20). As ações são frutos consequentes da fé (Tg 2.1 7-26; Lc 6.43). Quando dizemos que os objetivos devem levar em consideração as ações afirmamos a necessidade de apontar oportunidades quando e onde o aluno pode expressar, exercitar suas habilidades, agir, enfim, praticar o que conhece e crê.

Finalmente, convém ressaltar a necessidade de manter-se o equilíbrio dos três elementos. En- fase demasiada no conhecimento, por exemplo, resultará na negli- gência de atitudes e ações, e vi- ce-versa. Os três elementos ope- ram como grupo e precisam ser conservados unidos e equilibra- dos.

Demos um exemplo de objeti- vos da unidade que trata da ora- ção. Após o estudo desta unidade O aluno:

1. terá memorizado a oracão

do Pai Nosso (e sua explicação), algumas passagens bíblicas rela - cionadas a oração e conhecerá exemplos bíblicos de pessoas que oraram;

2. Compreenderá o que é a oração, a quem devemos orar, a favor de quem devemos orar, o que pedir na oração e com que freqüência devemos orar;

3. sentir-se-á motivado e en- corajado a orar ao Pai como filho amado, na sua vida diária;

4. dirá em palavras próprias o significado de cada uma das pe- tic;Ões do Pai Nosso;

5. conduzirá sua classe em oração seja por oração livre ou preparada e escrita anteriormen- te.

Além dos objetivos, outro as- pecto básico da Didática é a me- toloyia. Cada professor confron- ta-se com a questão de quais os métodos a empregar na instrução aos confirmandos. Existe uma grande variedade de métodos de- senvolvidos no decorrer dos sécu- los que permite ao professor fazer a sua escolha. Para escolher os métodos mais apropriados é ne- cessário conhecê-los. P

I Seleção de métodos

A Bíblia indica alguns méto- dos de ins'trução mas não pres- creve quais os métodos a serem empregados. Jo 5.39, por exemplo, fala em examinar as Escrituras. Examinar envolve ler e estudar a palavra escrita. LC 11 -28 fala em ouvir a palavra, o que implica erri -

instrução oral. A doutrina é invariável, ao

passo que o método é fator variá- vel. Abordagens diferentes se fa - zem necessárias para ensinar e aplicar a doutrina a propósitos específicos e a vários níveis de compreensão. O princípio básico na instrução bíblica é que o méto- do sirva à doutrina, e não vice- versa. Jesus empregou aborda- gens adequadas a cada situação. Cf. Jo 3.1 - 21 e Jo 19.39 em compa - ração corn Jo 4.4-26.

Não se pode prescrever um ou vários métodos que sejam os mais adequados para a instrução aos confirmandos. Não há um mé- todo que sirva em todas as situa- ções. Na seleção dos métodos considere-se os seguintes fato- res: o aluno e suas necessidades, os objetivos a serem alcan~ados, a matéria, a capacidade do pro- fessor em usar determinado mé- todo e o tempo disponível. O su- cesso de qulquer método depende do contexto em que é empregado. Ao selecionar os métodos, o pro- fessor pergunte-se: Qual é o alvo que tenho em mente? Qual a ida- de dos alunos? Qual a atitude dos alunos para comigo? Estão eles familiarizados com a matéria? Que material vou usar? Possuo as devidas instalações e equipa- mentos? De quanto tempo dispo- nho? Qual a minha qualificação?

O professor hábil usará uma variedade de métodos na mesma au Ia, oul combinará a vários meto- dos. ~ o r h isso se obtem adaptabi Ii- dade e flexibilidade. Os métqdos apresentados no manual de instru- ção deveriam ser vistos como su- gestões, não como regras. ,De

terminado manual, por exemplo, apresenta um tópico para debate. Os alunos, porém, não conhecerr~ o tópico ou o mesmo não 'é' rele- vante para aqueles alunos. Neste caso o professor pode eliminar o debate ou substituir o tópico por outro.

II. Classificação &e Métodos

De modo geral, os métodos podem ser classificados em três categorias: 1. métodos informati- vos. a in fo rma~áo é transmitida pela palavra falada e livros-tex- to; 2. métodos conversacionais: a informação é suplementada por debate; as conclusões e aplica- ção são feitas pelos alunos; 3. métodos funcionais: a ênfase do estudo recai sobre os alunos; o papel do professor consiste mais em guiar e liderar do que trans- mitir informações.

Comparação de métodos tra- dicionais e criativos:

Tradicionais

1. O professor conta 2. O aluno escuta 3. Conteúdo - enfatiza fatos 4. Métodos - contar histórias,

preleí;áo. 5. Arranjo físico - filas

Criativos

1. O professor guia 2. O aluno descobre 3. Enfatiza princípios 4. Métodos - debate, jogo, ativi-

dades, grupos 5. Variação - pequenos e grande

grupos, círculos

Entre os métodos tradicionais mencione-se os seguintes: o mé- todo expositivo, perguntas e res- postas, síntese e análise, merro- rização. Entre os métodos- criati-

.vos estão: o método de grupos, debate, solução de problemas, estudo progrmado.

III. Descrição & métodos 2 seu uso

1. 6 -- método expositivo

O aluno é ouvinte e o profes- sor preletor. Basicamente é ins- trução oral, transmissão ,de co- nhecimentos a um grupo. E o mé- todo mais antigo e foi largamente usado nas universidades medie- vais. Exemplos do emprego deste método encontramos na Bíblia em: Ex 20.20; 25.2; 1 Srr 12; Mt 5- 7; At 3.1 ss; 10.34; 20.1 7ss. Ape- sar de antigo, o método ainda é muito Útil e mesmo necessário. Ao utilizá-lo, o professor pode assu- mir duas posições: a) posição dogmática: a mensagem transmi- tida não pode ser contestada, de- vendo ser aceita sem discussões e com obrigação de repetí-Ia; b) posi.çáo de diálogo: a mensagem apresentada visa desencadear a participação dos alunos, podendo haver contestação, pesquisa e discussão, sempre que oportuno e necessário.

Ao usar este método, o por- fessor deve observar os seguintes procedimentos: - estabelecer, com clareza, os

objetivos; - planejar a seqüência dos tópi-

cos da exposição; - procurar manter os alunos em

posição reflexiva, propondo, de tempo em tempo, questões que exijam raciocínio com apresen- tação de situações problemá- ticas, relacionadas com o tema;

- dar um certo colorido emocio- nal à exposição;

- promover exercícios rápidos e objetivos;

- efetuar recapitulações dos pontos expostos para facilitar a compreensão de outros que virão a seguir;

- explorar as vivências dos alu- nos para enriquecer ou com- provar a exposição;

- utilizar gravuras, gráficos ou painéis que melhor ilustrem o tema apresentado;

- observar durante o desenvol- vimento da aula, os sinais de aborrecimento e de cansaço que denunciam problemas na comunicação, tais como a for- ma de os alunos se sentarem, sua sonolência e o burburinho da sala;

- ficar visível para toda classe e movimentar-se durante a au- l a.

O método Exposi tivo pode in- corporar elou suplementar outros métodos, tais como o das pergun- tas e respostas e o debate. Serve para resumir a matéria, introduzir um tópico de debate, enfatizar aspectos relevantes no debate, recapitular. O papel passivo dos alunos pode ser reduzido pelo uso de perguntas pela apresentação de parte da matéria pelos alunos.

A instrução aos confirmandos exige o uso deste método (junta- mente com outros) porque os alu- nos se confrontam com matéria desconhecida ou parcialrente

desconhecida que requer explica ções do professor.

2. O método de perguntas - respostas

O método também é chamado de socrático (Sócrates usou e de- senvolveu o método), de interro- gativo ou catequético. Nas Escri- turas temos exemplo em que Deus usou de perguntas para ensinar (Adão e Eva no Eden) e Jesus as usou muitas vezes. Lutero empre- gou o método no Catecismo Me- nor. O método expositivo pode ser enriquecido através da utilização de perguntas e respostas. O pro- pósito das perguntas é estimular a participação dos alunos, a re- flexão, dar direção, corrigir com- portamentos, guiar atividades em classe, criar situações didáticas, avaliar a aprendizagem.

O método pode ser usado de duas maneiras: a) o professor di- rige perguntas aos alunos sobre algo que estudaram ou sobre sua experiência; b) os alunos pergun- tam e o professor responde. Desta maneira, quem não sabe pergunta a quem sabe. O professor pode orientar os alunos para que estu- dem determinado tema e, a se- guir, Ihes dá oportunidade para que perguntem sobre as dúvidas suryidas.

Roger T. Conningham, no seu livro Developi ng ~eache,r Compe- tencies, p 103, oferece otima ma- téria sobre o método ~ersuntas - respostas. Ele distingue 6Íuas ca- tegorias de perguntas que, por seu turno, são divididas em sub- grupos de acordo com o nível de reflexão que provocam:

Perguntas restritas: cogniti- vas-memória e convergentes. Perguntas latas: divergentes e avaliativas.

A) Perguntas restritas são aquelas que requerem baixo nível de reflexão, respostas factuais breves ou respostas previsíveis, tais como "Sim" ou "Não" "Ver- dadeiro" ou "Falso". Elas permi- tem apenas um número bem limi- tado de respostas corretas. São usadas para recapitulação de matéria, recitaç'áo, testar com- preensão. Na instrução aos con- f i rmando~ as perguntas restritas são Úteis para os propósitos aci- ma mencionados desde que con- duzam a um nível mais elevado de reflexão.

I.. a) Perguntas cognitivas-me-

mória limitam-se ao mais baixo nível de reflexão. Requerem res- postas que reproduzem fatos, de- f i n i~ões ou informações memori- zadas. Muitas vezes requerem resuostas de aDenas uma ala-

- 8

vra, mencionar 'um nome, um nú- mero. Exemplo: O que significa a palavra evangelho? Jesus Cristo é Deus? Onde Cristo foi Crucifi- ca do?

b) Perguntas convergentes também são restritas embora um pouco mais amplas que as ante- riores. Exigem a corribinação de fatos e a corr~posi$ãoda resposta. O respondente necessita conhe- cer fatos, associar ou relacionar os mesmos, dar uma explicação err suas próprias palavras, ou fa- zer comparações e contrastes. Frequentemente aparecem nestas perguntas os termos "como" e "por que". Professores podem va- ler-se destas perguntas para que

os alunos façam comparações, discriminações ou ilustrações em busca de melhor resposta. Exem- plo: Como a pessoa é salva? Por que os Cristãos devem orar?

6) Perguntas latas são aque- las que permitem uma variedade de respostas aceitáveis. Portanto, as respostas são imprevisíveis. Destinam-se a provocar reflexão. O respondente formula hipóteses, prediz ou deduz. As respostas en- volvem a expressão de opiniões, julgamentos ou sentimentos. Esta categoria de perguntas não exige a melhor resposta. Podem ser em- - pregadas para que os alunos ex- plorem com maior profundidade um assunto. O professor pode usá-las para estimular e guiar in- teresses numa nova experiência didática ou na solução de um pro- blema. Elas servem ainda para desenvolver capacidades intelec- tuais, encorajar os alunos à inde- pendência na busca e no uso de informações.

a) Perguntas divergentes ad- viterri mais do que uma resposta aceitável. Provocam reflexão e requerem a organização de ele- mentos em novos padrões não claramente organizados anterior- mente. O respondente pode ser original na resposta. Tais peryun- tas podem gerar situações-pro- blema e exigir a sintetização de idéias e a elaboração de soluções significativas. Requerem do res- pondente que ele formule hipóte- ses, prediga ou deduza. Estimu- lam o interesse e motivam a ex- ploração e a experiência. Colabo- ram no desenvolvimento de apre- cia ções e atitudes desejáveis. Exemplo: O que você pode prever

sobre o trabalho missionário em sua congregação nos próximos cinco anos? Como sua congrega- $50 poderia motivar os jovens a frequentarem regularmente os cultos?

b) perguntas avaliativas re- querem que o r e s p o n d ~ g u e , avalie, justifique uma escolha ou defenda uma posição. Este é o mais elevado nível de questiona- mento pois envolve o emprego de operações cognitivas dos três ní- veis anteriores. Conduzem o alu- no a organizar conhecimentos, formular uma opinião e assumir uma posição por ele próprio esco- lhida. O respondente emite julga- mento de bom ou ruirri, certo ou errado, de acordo com padrões que por ele, por alguém outro ou por determinada fonte são esta- belecidos. Nesta categoria de perguntas aparecem frequente- mente expressões como: "O que você sente sobre...?" "O que você pensa a respeito...?" "Você con- corda...?" Exemplo: O que você pensa sobre o uso de droyas? Vo- cê concorda com a opinião de Al- fredo?

PERGUNTAS LATAS

Dlverg entes Aval i ativas

rediz rormula hipótese deduz defende r econstroi justifica

a escolha

3. métodos de síntese e análise

O método de síntese começa com partes e conclui com unida- des. O professor parte com uma variedade de matéria e, por meio de reflexão, combina-a num con- ceito ou tema final.

O método de análise faz jus- tamente o inverso: parte-se de unidades e conclui-se com partes. Um conceito ou tema é tomado e desmembrado para se descobrir a riqueza de matéria nele contido.

Resumo Gráfico:

- Método de síntese: material in- dividua I, material individual, material individual.

- Método de análise: Tema ou conceito, tema ou conceito fi- nal, material derivado, ma teria1 derivado, material derivado.

4. - O método de mernorizaçáo

A decoração mecânica leva a poucos resültados. É preciso

RESUC.110: enfatizar a memorização com- PERGUNTAS RESTRITAS preensiva. Em outras ~a lavras , o

CognItivasYem6ria Convergentes indicado é não decorar apenas o define ex lica

que um texto &z mas o que ele cita repaciona designa

si nifica compara e

recorda contrasta identifica

*indo Lutero, um dos pro- observa pósitos da memorizac;ão é servir s i n OU não a compreensão. Memorizando o

texto, sua explanação é facilita- da, diz Lutero. A idéia do refor- mador consiste em memorizar e então explicar. Ele afirma no pre- fácio ao Catecismo Menor: -- Em primeiro lugar, tenha o pregador acima de tudo o cuidado de evitar textos e formas diversos ou divergentes ... Tome, ao con- .trário, uma única forma e a ela se atenha e a incuta sempre, ano após ano... Segundo. Quando já conhecem bem o texto, ensina- Ihes também o sentido, para que saibam o que significa .... Terceiro. Quando Ihes tiveres en- si nado este breve catecismo, to- ma o catecismo maior e dá-lhes também conhecimento mais rico e amplo. (Livro de Concórdia, pp. 364,365). ,

No prefácio ao Catecismo Maior, Lutero enfatiza a memori- zação compreensiva:

a Mas não é o bastante que o percebam apenas segundo o fra- seado e saibam recitá-lo. Tam- bém se enviará a mocidade ao sermão, especialmente no tempo destinado ao Catecismo, para que ouçam explicado e aprendam a entender o que se encerra em ca- da parte, de modo que saibam re- ci tá- lo também conforme ouvido e dêem a resposta bem certa quando arguidos, a fim de não se empregar matéria sem proveito e fruto. (Livro de Concórdia p. 394).b

Quanto a serventia da memo- rização, Lutero diz:

E que o Espirito Santo está presente com esse ler, recitar e meditar, e concede luz e devoção sempre nova e mais abundante, de tal forma que a coisa de dia em dia melhora em saber e é re-

cebida com apreço cada vez maior ...

Além do que é auxilio sobre- modo poderoso contra o diabo, o mundo, a carne e todos os maus pensamentos ocupar-se com a palavra de Deus, dela falar e so- bre ela meditar.

... Por certo que não lograrás por nenhum incenso ou outra aro- matização algo mais poderoso contra o diabo do que se ocupa- res com os mandamentos e as pa- lavras de Deus, sobre eles fala- res, canta res ou meditares. .. Por - que a palavra de Deus não a pode ouvir nem suportar o diabo. (Livro de Concórdia, pp. 388,389). - A memorizaçáo de versículos e porções do catecismo é valiosa para conforto pessoal, alegria e segurança. Auxilia no crescimen- to na graça de Cristo e na vida Cristã. Servem os textos memori- zados para testemunhar a fé (1 Pe 3.15) ..

Sugestões ao professor:

- Mostre os benefícios da memo- rizac;ão aos alunos. Mostre não somente os benefícios futuros, mas os presentes. Relacione a memorização com si tua ções concretas da vida e providência ocasiões e circunstâncias para o uso da matéria memorizada.

- Assinale somente tanta maté- r ia quanto os alunos são capa- zes de memorizar, se necessá- r io assinale porções individual- mente para cada aluno.

- Certifique-se de explicar com clareza o significado da maté- r ia a memorizar.

- Use a mesma versão da Bíblia

e Catecismo para todos os alu- nos.

- A matéria a memorizar deve fi- car no contexto em que se en- contra, ou se encaixa na lição, e não isoladamente.

- Providencie oportunidades d$ recapitular a matéria memori- zada anteriormente.

Sugestões aos alunos como me- mori zar:

- Verifique o que e quando me- morizar antes de começar.

- Empenhe-se por compreender a matéria a ser memorizada;

- Leia toda a lição diversas ve- zes e veja seu significado como um todo. Ler em voz alta aju- dará.

- Diga o significado em palavras próprias.

- Tente recitar o texto com os olhos fechados.

- Escreva o texto se você tem di- ficuldade em estudá-lo.

- Pense no benefício da matéria que está estudando.

- Memorize num lugar silencioso. - Memorize curtas seleções de

textos como unidade e não par- tes.

- Memorize longas seleções de textos por partes que tenham um pensamento geral singular; então memorize as conexões entre as partes. Mas leia aten- tamente toda a seleção diver- sas vezes antes de estudar partes.

- Memorize com exatidão. - Co- mece cedo e memorize em cur- tos períodos de tempo.

- Recapitule frequentemente a matéria memorizada, mesmo

depois que você a saiba perfei- tamente.

- Peça que alguém o teste antes de recitar em aula, ou teste-se a si mesmo escrevendo o texto memorizado.

5. Métodos de grupo --

Nas últimas décadas educa- dores demonstraram muita sim- patia para com métodos de grupo. Em nossos manuais tradicionais (Catecismo Menor e Crescendo em Cristo) nenhuma sugestão se encontra para trabalhos em gru- po. Os manuais americanos mais recentes, porém, sugerem tais atividades (Vivendo em Cristol, Acredita-se que métodos de gru- po são próprios para o desenvol- vimento do caráter e do compor- tamento cristão. Os métodos de grupos são muito defendidos hoje por educadores com base no prin- cipio da participação dos alunos no processo didático e no princí- pio da auto-descoberta. Os méto- dos de yrupo transferem a aten- ~ á o do professor para o yrupo; enfatizam a atividade e a respon- sabilidade dos alunos e não do professor. Entre os métodos de grupo constam os seguintes: de- bate, solução de problemas, in- dutivo.

a) Método de debate. Consis- te na troca de idéias e opiniões sobre um tópico, objetivando en- contrar compreensão. Trata -se de conversac;ão supervisionada durante a qual os alunos partici- pam com seus pontos de vista. O professor é orientador, líder e as- sistente. Objetiva-se assistir ao aluno na auto-descoberta e en-

volvê-lo através da contribuição dos seus conhecimentos e expe- riências.

Aspectos positivos do méto- do:

- Cada aluno tem chances de contribuir com alguma coisa.

- Os alunos são motivados a se auto-expressarem.

- Os alunos são auxiliados a de- senvolver conhecimentos e ha- bilidade de comunicação ver- bal, necessários no testemunho do evangelho.

- Os alunos descobrem conheci- mentos que podem usar para o crescimento próprio e do grupo.

- Estimula a reflexão porque o aluno é desafiado pela tarefa que se encontra diante dele e na qual tem responsabilidade.

- Coloca todos os alunos no mesmo nível e favorece o forta- lecimento da comunhão do gru- po.

- Coloca os alunos em contato direto com a matéria e desafia- os a trabalharem com ela pes- soalmente.

- Auxilia os alunos a tomarem posição e defendê-la, concor- dar ou discordar com a opinião de colegas.

- Ensina tolerância e cultiva res- peito para com as opiniões de outrem.

- Elimina a formalidade que as vezes inibe o aluno a expres- sar-se em classe.

O método requer conheci- mento adequado dos alunos sobre o tópico em debate. Caso os alu- nos não o possuam, o professor pode providenciar o "Back-

ground" através de leituras e pre- parativos prévios.

Na instrução aos rqnfirman- dos o método facilmente encontra lugar: na aplicação de ensinos à vida cotidiana dos alunos; em questões de namoro, divórcio, suicidio, relacionamento de jo- vens cristãos com não cristãos, pornografia, etc.

b) Q método soluções r& problemas.

Esse método considera aue - 8 - ~

ensinar é apresentar problemas e que aprender é resolver proble- mas. Assim, o método de solução de problemas consiste em apre- sentar ao aluno problemas que estimulem o pensamento reflexivo na busca de uma solução satisfa- tória. Os propósitos do método são: - Expor as diversas facetas do

problema a fim de ser visto o todo e não somente a superfí- cie.

- Auxiliar os alunos no desenvol- vimento da reflexão.

- Encorajar a criatividade no sentido de usar fatos e recur- sos conhecidos na aplicação a si tua ções novas.

- Prevenir contra conclusões precipitadas.

- Guiar os Alunos a encararem o problema objetivamente.

- Proporcionar segurança atra- vés da análise.

O problema a ser solucionado deve ter as seguintes caracterís- ticas: - Ter aplicações na Vida para

que seja significativo e valioso. - Estar de acordo com o nível in-

telectual do aluno e relacionado com a sua experiência.

- Ser motivador, isto é deve ser apresentado de forma atraente.

- Ser bem orientado pelo profes- sor.

Na solução de problemas, devemos obedecer às seguintes etapas: - Formulação do problema: le-

vantar todos os dados para se obter uma idéia bastante exata do problema.

- Levantamento de possíveis al- ternativas de solução.

- Avaliação crítica dás soluções sugeridas. Cada solução deve ser colocada à prova, à luz dos dados disponíveis até che- gar a uma ou várias soluções satisfatórias.

- Comprovação da solução ou das soluções aceitas. Levantar sugestões para verificar se a solução ou as soluções aceitas são realmente as mais adequa- das.

Cabe ao professor:

-Selecionar um problema satisfatório;

- Explicar aos alunos o funciona- mento da técnica;

- Orientar e controlar a ativida- de do a luno.

Ao aluno cabe solucionar o problema, seguindo as etapas enumeradas anteriormente.

Na instrução aos confirman- dos oferecem-se várias ocasiões para usar este método. Exemplo: Em conexão com o quarto manda- mento. pode-se debater o proble- ma do relacionamento filhos-pais.

c) O método indutivo gru- po. É designado principalmente para o estudo Bíblico. Auxilia no

estudo da importância de conhe- cer o que o contexto de uma pas- sagem Bíblica envolve como tam- bém propicia a participação do aluno, despertando o seu interes- se em aprender o que o texto ensi- na. Faz-se uso das seguintes per- guntas: Quem? O quê? Onde? Quando? Por que? Como?

O método habilitará os con- f i rmando~ no estudo da Bíblia e ajuda-10s-á a extraírem omáximo de um texto.

d) O -- método de projetos. Este método se propõea transformar as atitudes dos alunos durante o ensino. O aluno deve converter- se em um ser ativo que concebe, prepara e executa o próprio tra- balho. A tarefa do professor con- siste em dirigí-10, sugerir-lhe idéias Úteis e auxiliá-lo quando necessário. Os objetivos do méto- do consistem em: - Proporcionar ao aluno uma si-

tuação autêntica de vivência e experiência.

- Estimular o pensamento cria- tivo.

- Desenvolver a capacidade de observação para melhor utili- zar informações e instrumen- tos.

- Valorizar a necessidade de cooperação.

- Dar oportunidade ao aluno pa- ra que comprove suas idéias, por meio da aplicação das mesmas.

- Estimular a iniciativa, a auto- confiança e o senso de respon- sa bilida de.

Para desenvolver este méto- do, devemos adotar os seguintes procedimentos: - Seleção ou elaboração de um

projeto pelo professor, pelo professor e alunos ou somente pelos alunos.

- Planejamento de todos os de- talhes do projeto.

- Coleta de informa$Ões e sele- ção do material necessário pa- ra a execução das diversas fa- ses do projeto.

- Execução das tarefas previstas para a efetivação do projeto.

- Apresentação do projeto em classe, para ser discutido por todos.

- Apreciação pelo professor do trabalho realizado.

Exemplos de projetos que po- dem ser executados pelos confir- mandos: Confeccionar para expo- sição um mural sobre a criação do mundo; montar um estandarte sobre os dez mandamentos; evangelismo de colegas não cris- tãos através do livro "Encontro com Deus"

6. 9 método de estudo diri- -- gido

Fundamenta-se no principio didático de que o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender. O método consiste na solicitação de uma tarefa ao aluno mediante o fornecimento de instruções de como realizá-la.

Com base num texto entregue aos alunos. formulam-se diversas questões. Os objetivos do estudo dirigido consistem em: - Criar, corrigir e aperfeiçoar

hábitos de estudo. - Servir como técnica de fixação,

integração e ampliação da aprendiza cjern.

- Proporcionar condições para o

aluno aprender através de sua própria atividade, dando- lhe condições de progredir em seL próprio ritmo.

- Favorecer o atendimento das diferenças individuais.

- Desenvolver a habilidade de adquirir informações pelo estu- do do texto.

- Favorecer o sentimento de in- dependência e de segurança.

Procedimentos para a elabo- ração e aplicação do estudo:

O texto deve ser simples, po- rém abranyente, enfocando todos os aspectos de relevância da li- ção; as questões não devem pro- por a mera repetição do texto. - O estudo pode ser realizado em

classe ou em casa. O professoi deve dar assistência nas fase: de execução, correção e ava. liação.

- As questões apresentadas de- vem dar oportunidade para quc o aluno desenvolva sua capaci- dade de análise, síntese, inter. pretação, ordenação, avalia. ção.

Na instrução aos confirman- dos o método pode ser usado no estudo de histórias biblicas rela- cionadas a determinadas li.çÕes ou com texto do próprio Catecismo ou da Bíblia.

7.0 método individual ou - pro- gramado

Trata-se de uma técnica educacional segundo a qual a matéria é organizada e apresen- tada de tal forma que permita a auto-instrução e a auto-avalia- ção, equipando o aluno a apren- der de acordo com o que lhe per-

mitem suas capacidades, corr o mínimo de instrução formal. A matéria é arranjada numa suces- são de pequenos passos destina- dos a ajudar ao aluno a se auto- instruir na medida em que apren- de o que lhe é desconhecido.

O método0 leva em conside- ração as diferenças individuais dos alunos, permitindo-lhes avançar no estudo no seu ritmo pessoa I. O papel do instrutor con- siste em estar à disposição do aluno para consulta.

Vantagens do rr~étodo: - Cada aluno pode avançar no

estudo conforme lhe permitem suas capacidades.

- Os alunos não ficam tateando na matéria que não consegui- ram absorver nem ficam enfa- dados com matéria que Ihes é facil.

- Os alunos não recebem re- preensão por faltarem aulas. Nenhuma matéria fica para trás.

- Os alunos não estão em falsa corrpetição com colegas; ape- nas competem consigo mesmos.

- Retenção da matéria é favo- recida.

- O professor é possibilitado a melhor assistir na solução de problemas individuais.

- A avaliação adquire a forma de relatar o que o aluno alcançou.

- O aluno aprende a ser mais responsável pelas suas ativi - dades.

- Os alunos podem ver seu pro- gresso pessoal.

Limitações do método

- Requer tempo, esforço, habili-

dade no preparo das liqóes. - O s alunos necessitam de

orientação para lidar com si- tuações didáticas.

- No início o método requer mais tempo do instrutor na qualidade de monitor.

- O arranjo físico da sala de aula pode não ser adequado.

- Material de pesquisa pode não estar à mão.

Pastores dos Estados Unidos e Canadá desenvolveram currícu- los empregando este método na instrução aos confirmandos. Para implantar o método se fazem ne- cessárias instalações devidas, equipamentos e material de pes- quisa suficientes. As lic;óes são gravadas em fitas. Cada aluno precisa ter seu toca-fitas e fones de ouvido. Projetores e diafilqes têm de estar ao alcance do aluno bem como cópias suficientes de livros e material de consulta.

VIAT TE RI AIS A SEFiEh'i USADOS

A criatividade na instrução aos confirmandos envolve habili- dade do professor em usar os mé- todos de ensino bem como OS ma- nuais de instrução e fazer-se au- xiliar de todo tipo de material, pessoas, atividades e situações didáticas. O quanto mais adequa- dos forem os métodos à lição, o quanto melhor forem os materiais disponíveis, e o quanto melhor o professor souber empregá-los, tanto mais efetiva será a instru- ção.

Criatividade dificilmente po- de ser ensinada. mas pode ser desperta da a través de exemplos observados em outros professo-

res, através da pesquisa e do es- forço individual.

Ao se falar em materiais a serem usados na instrução aos confirrrandos, é preciso distinguir duas fontes: a) Fonte primária - o texto das Escrituras; b) Fontes secundárias - manuais, livros e materiais diversos que contêrr a palavra de Deus, explicam a mes- ma e auxiliam na comunicação da Palavra.

As fontes secundárias são servos da fonte primária.

A Biblia --

A Bfblia apresenta a palavra de Deus em primeira mão. Há ra- zões suficientes para se afirmar que ela deve ocupar o lugar mais relevante na instrução. - A palavra de Deus é o meio da

graça - instrumento através do qual o Espírito Santo "Chama. congrega, ilumina e santifica".

- Deus deseja que as escrituras sejam examinadas.

- O uso direto da palavra de Deus preserva o pleno poder da mesma.

- 0 s alunos sentem-se conforta- dos em verificar que as verda- des que Ihes são ensinadas são aquelas que se encontram na Bíblia.

- A metodologia educacional moderna que instiga os alunos a pesquisarem a verdade e aceitarerr somente aquilo que é comprovável pelas descober- tas pessoais adiciona urgência ao uso direto da Bíblia. Crian- ças desejam descobrir por si mesmas.

- O uso da Bíblia é parte dos ob-

jetivos da educação cristã. O aluno necessita aprender a es- tudar, ler e usar a Bíblia.

- Falha no uso da Bíblia e pouco incentivo ao seu emprego é uma das razões básicas porque jovens e adultos pouco estudam as Escrituras individualmente e pouco aplicam os seus ensinos à vida diária.

Tem acontecido - como ainda acontece - que o Catecismo foi "Santificado" ao ponto de tornar- se a fonte primária na instrução em detrimento do uso da Biblia. Sem dúvida, se fazem inúmeras referências a Biblia no Catecismo e são transcritos versículos. Mas muitas vezes o manuseio e a pes- quisa direta foram negligencia- dos.

Manuais de instrução e ou- tros materiais objetivarn auxiliar - e não substituir - o estudo da Biblia. Portanto, os manuais de instrução deveriam ser elabora- dos de ta l forma que o professor e os alunos são constantemente desafiados ao estudo direto da Bíblia.

Manuais de instrução -

Lutero recomendou muito ao povo de sua época o estudo do Catecismo porque "é um Corrpên- dio e sumário da Sagrada Escri- tura toda". (Cf. Livro de Concór- dia, pp. 390,364,500). Mas o Cate- cismo não pretende substituir a Biblia, pelo contrário, despertar e desenvolver no aluno apreciação mais inteligente e amor a Biblia.

Um dos problemas no uso do Catecismo é que ele não encoraja o aluno a manusear e pesquisar

a Bíblia porque as respostas j á são prontamente fornecidas. O Crescendo em Cristo faz o rresmo. Portanto depende do professor. err usar estes rranuais. conduzir os alunos ao uso da Bíblia.

O novo manual publicado, Vi- vendo e* Cristo, procede de modo diferente. m u n o é desafiado a ler. estudar, pesquisar a Bíblia e. a partir daí, tirar conclusóes.

Auxílios audio-visuais

Descobriu- se a través dos anos que a aprendizagem é pa i s efetiva quando acompanhada de auxílios visuais e audio-visuais.

O próprio Deus e os educa- dores por ele designados faziam uso destes auxílios. Exemplqs: o arco-íris (Gn 9.1 2-1 7); as estrelas (Gn 15.5); a sarça ardente (Ex 3 . 1 ~ ~ ) ; a vara de Nioisés, sua mão. a água (Ex 4 . 1 ~ ~ ) as dez pragas (Ex 7.12); a nuvem e a coluna de fogo (Ex 14.21-28); o maná (Ex 16.10-15); a rocha de Horebe (Ex 17.5-7); as rranifestac;Ões de Deus no Sinai (Ex 19.13-16; Dt 5.4-5). Deus ordenou que Israel usasse visuais para recordar os ensinos do Senhor (Dt 6.6-9). O profeta Ezequiel, por exemplo. foi ordenado a usar um tijolo e uma espada; Jesus valeu-se de urra criança para ensinar uma licão de humildade (Mt 18.3-6); Jesus referiu-se nos seus ensinos a au- xílios visuais concretos: as aves, as flores. uma moeda; os próprios milagres eram uma espécie de auxílios visuais.

Mensagem são recebidas pe- la pessoa através de cinco canais que correspondem aos cinco sen-

tidos. Os cinco sentidos desempe- n h a ~ importante função na aprendizagem. Pesquisas mos traram que 802; daquilo que pes- soas recordam é atribuído aquilo que viram. Outras pesquisas de- mostraram que crianças lembrar 10:t do que ouvem, 50% do que vêem e 907" do que fazem.

Audio-Visuais que podem ser usados na instrução aos confir- mandos: - Filmes, missionários, evanye-

listicos, histórias Bíblicas ... - Slides de histórias Bíblicas ou

instrutor pode montar séries por si próprio.

- Retroprojetor para projeção de transparências. Desenhos, gráficos, esquemas ... podem ser montados antecipadamente ou mesmo na hora da instru- ção.

- Gravador e fitas. O professor pode gravar a rratéria com an- tecedência como também os alunos podem ser envolvidos err gravações. O canto pode tornar-se mais vivo pelo uso de fitas.

- G j c ~ u r a ~ ou Quadros que re- presentam acontecimentos, pessoas, lugares e coisas.

- Quadro-Negro. E o recurso vi- sual minirro que o professor deve dispor.

- Flanelógrafo. Objetiva a apre- sentação de histórias Bíblicas, hinos. pontos importantes da l i - ção, r a teria I de merroriza ção.

- Mapas e Globos. São especial- mente Úteis no ensino de even- tos Bíblicos.

- Gráficos. Auxiliam o aluno na reflexão.

- Murais. Os alunos poderrl parti-

cipar na composição, ilustran- do um certo tópico da lição.

- Modelos. São representações de coisas reais. Exemplo: mi- niatura do Templo de Jerusa- I ém.

- "Realia". É material autêntico de todo tipo. incluíndo pessoas.

- Excurçóes e passeios. Envol- vem os alunos e os colocam em contato direto com lugares, coi-

sas, pessoas ... - Dramatizações. Eventos Bíbli-

cos podem ser encenados de forma que os alunos vivam da- do momento histórico e situa- ções enfrentadas por pessoas.

Daí em diante segue a criati- vidade de cada professor.

* Capelão do ICSP

ÇUGESTÕES DE BIBLIOGRAFIA

PILETTI, Claudino. Didática Geral. São Paulo, Editora Ática. 1986. TURRA, C.M.G. e outros Planejamento de Ensino e Avaliação. Porto Alegre. Sayra. 1982. FREIRE, Paulo. Pedagogia d_o Oprimido. 12: ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983. FREIRE, Paulo. Comunicação - Extensão? Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1971. CARVALHO, Irene Melo. Q Processo Didático. 52 ed. Rio de Janeiro. Ed. da Funda~áo Getúlio Varyas, 1984. PIAGET, Jean. Psicoloyia e Pedagogia. Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1969. PIAGET, Jean. Seis -- estudõs & Piscologia. Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1969. CANDAU, Vera Maria. Ensino Programado, (Uma Nova Tecnologia Didática Rio de Janeiro, Inter Edições, 1969. ALMEIDA, Maria Anyela Vinayre de. Instru$ão Programada. Teoria e Práti- ca. Rio de Janeiro, Funda~áo Getúlio Vargas, 1970. SAVIANI, Dermeval. Escola 5 Democracia: Teoria da Educa~áo, Curvatura da Vara. onze teses sobre educa~ão e política. São Paulo. Cortez, 1983. NIERICI. I.G. -- Metodolocjia do -- Ensino. Uma Introdução. São Paulo, Ed. Atlas S.A.; 1987. MARQUES, J.C.A Aula como Processo. Porto Alegre, 1973.

Um Esboço da Antropologia na Teologia da Libertação

Evandro Denzin* I ntroduçao

Neste tra balho nos propor!os a difícil tarefa de apresentar um quadro da antropologia da Teolo- gia da Libertação. Difícil porque não existe na farta literatura pro- duzida pelos teólogos da liberta- $20, u w livro sequer que possua o título ou partes específicas so- bre a antropologia na perspectiva da Teologia da Libertação. Sendo assim, tivemos que selecionar trechos cujos temas envolviar' de urra ou de outra forma o conceito antropológico e dalí sacar infor- mai;Ões e tentar sistematizá-las.

Selecionamos obras de qua- t ro dos principais teóloyos da l i - b e r t a ~ ã o : L. Boff, Croatto, Gotay e Gutiérrez. Procuramos expor o pensamento de cada um e oryani- zá-10s naquilo que são compatí- veis, relacionando também as idéias oriyinais que cada um traz.

Não resta dúvida de que este trabalho será incompleto, urna vez que um tema c o r o este exiyi- ria infinitariente mais leitura do que a que empreendemos. Pode- ríamos dizer que, neste trabalho, tentarios juntar e reunir algurras peças de um grande quebra-ca- beça, serr. mesmo encaixá-las. Porém aqui estão linhas rr,estras que já nos revelam algo a respeito do tema e nos servem de guia pa- ra futuras leituras na tentativa de formular o exato ponto-de-vista antropológico da Teologia da Li-

bertação.

Antropologia da Libertação

Queremos analisar algun: tópicos ou características do hc, mem conforme postulam os escri- tos dos teólogos da l ibertação Onde for possível, silenci a re r~o : para que eles falem, trazendo as. s i r , com mais pureza, o pensa. mento deles.

1. O Homem é Imagem Divina Criado para Liberdade

Aqui nos utilizamos especial- mente de Croatto que analisa os capítulos iniciais de Gênesis en sua obra "Exodo, u r l a Hermenêu. tica da Liberdade".

Croatto diz que "o hoven não é ' i r r :ager ' divina de Deus a partir de urr morrlento deter r i . nado de sua vida (...) mas desdc sua própria cr iação que, por su; vez, é 'projetada por Deus er isuz Palavra-desígnio". 1 O homem imagem divina desde o início. Elc não passa a ser imagem divin: a partir de sua própria ação o i mérito, mas a partir de sua cria. ção divina.

A imagem divina no homen consiste em sua criatividade c o r ( diz Croatto: "... Deus é descritc alí como Criador. Sua imagem, c howerr~, se define então por SUE

criatividade; esta, por sua vez, in- clui a autonomia e a liberdade". 2 Dentro desta perspectiva, onde a imayem divina no homem refle- te-se na sua criatividade, (que se faz na autonomia e na liberdade), surge a missão do homem, que é dominar a terra. Portanto, "o ho- mem há de manifestar seu domí- nio em sua criatividade+ fazendo atuar seu ser 'imagem do Cria- dor. Esta vocac;áo no rrundo não t e r sentido sem autonomia e l i - berdade". 3

Uma vez possuindo a imayem divina que se mostra na sua auto- nomia e liberdade, o homem só pode viver conforme a sua voca- ção e o desígnio de Deus para ele, se puder "expressar alguma vez a 'imayerr de Deus', gravada como 'projeto' desde a criac;ão do homem." 4.

Por isso, Croatto afirma: "... entendemos que o homem criado a imagem de Deus é livre, em sua radicalidade ontológica e err sua projeção no mundo, em sua essência e em sua vocação. Sem liberdade (...) o homem não pode realizar-se nem atuar den- tro do desígnio de Deus". 5

Esta liberdade para a qual o, homem é vocacionado tem como alvo o seu próximo além de si mesmo, e é conseguida através da sua própria "vocação ontoló- yica". Esta vocação torna-se efetiva na libertação programá- tica por Deus "num acontecimento da história salvifica" 6, que, se- yundo Croatto, é o êxoao do povo de Israel do Egito.

No entanto, esta "criativida- de do homerr é ambíyua: pode continuar a c r i a ~ ã o de Deus e tor-

nar o mundo melhor ou pode des- truir tudo". 7 Neste ponto convém analisar o homem frente ao peca- do na concepqão da Teologia da Libertação.

2. O Homem e o Pecado

Ao iniciarmos este tópico, é preciso lembrar que quando os teólogos da libertação falarr err pecado, eles não têm em mente (ao menos a grande parte deles) a concepção que nós possuímos, ou seja, a transgressão da Lei, ou co r rup~ão inata da natureza humana que veio pela queda de Adáo.

Para a Teologia da Liberta- são pecado 4 um conceito fora do homerr. Não se compreende pe- cado err relação com o homem, rras com um inimigo externo que pode corromper o homem e travar seu processo de liberta çáo.

Dentro do pensamento expos- to acima, desenvolvido por Croat- to, o relacionavento de imagev divina e pecado se dá nos seguin- tes termos:

"... a irrayem de Deus que o homem possui, não se perturba nem se apaga corr o pecado. O homerr é imagem de Deus err seu próprio ser e em sua vocac;áo; o pecado é adventício, obra da li- berdade rresrra, à qual não pode alterar. Isto é, o homer é serrpre livre. Mas todo horrerr, não ape- nas alguns." 8

Neste ponto-de-vista err. que o pecado é fruto da criatividade mal usada do homem, como virros acima, ou "adventício, obra da l i- berdâde mesma". fica rruito clara a idéia de pecado forense. Ou, err

outras palavras, o pecado é algo de fora do homem. E por ser as- sim, o homerr não está totalmente carente da justiqa de Deus. Ele possui forças para exercer sua l i - berdade integralrr,ente, pois o pe- cado "não pode alterá-lo". Logo, o homem possui também autono- mia e liberdade para arrar a Deus e para voltar-se para o seu Cria- dor por si mesmo. Ele não é por natureza escravo do pecado, po- rém ele pode tornar-se escravo se não usar berr a sua liberdade, senão viver integralrente sua "radicalidade ontológ ica".

Vemos claravente que as raízes deste pensamento estão profundarriente firrrladas na velha doutrina católica do pecado ori- sinal.

E r t sua obra "A Graça Liber- tadora no Mundo", o frei Leonar- do Boff derronstra isto dizendo: "... apesar do pecado, o homem conserva urra bondade funda- mental e invulnerável que signi- fica a vitoriosa presenca de Deus mesmo no horerr " . 9 E ainda: "Dizer salvabão é professar: nem- tudo no homerr e no rrunao está perdido, nem tudo é inexorável e fatal ; mlas existe um cerne bom que pode ser resgatado e liberta- do e não sirrplesmente substituí- do." 10

O pecado é visto como "es- trutural" e não pessoal ou li l jado à natureza. O homerr não é mau err si. O que torna o homerr mau é a estrutura, a instituição social e, portanto, é nelas que está o pecado.

Em outra obra sua, Leonardo Boff diz: "Trata-se de pecado que existe nas instituições sociais e

nas estruturas da sociedade in- duzindo as pessoas e os grupos a projetos que contraclizem o pro- jeto de Deus." 11

A estrutura pecaminosa pode contaminar o homem de ta l modo que ele se torna escravo da estru- tura. Torna-se um homerr estig- matizado, nas palavras de Boff: "A situaqáo decadente estigma- tiza de tal maneira o homem que ele sempre vem marcado pela sombra negra de sua própria alie- nação". 12.

Dentro desta perspectiva, a riqueza é vista como pecado jun- tamente com a estrutura social, uma vez que a exploração exis- tente na o r d e r social advém da riqueza. Sendo assim. o meio mais eficaz do homem viver sua vocação a liberdade e evitar o pecado, é ser pobre. A condi$ão de pobre aliada à capacidade de fazer o b e r no homem são rriodos de evitar o pecado. Por isso diz Boff:

' L ... enquanto o horrem for viator e não comprehensor, não conseyue atingir aquele grau de maldade e de fecharento a Deus que chega a afogar o Espírito e o pode subtrair-se totalmente a graça divina. Por isso, por mais pecador que alguém seja, sempre pode fazer atos bons. Estes atos expressar aquilo que de bondade sempre resta no coração". 13

Com viator e c?prehensor, Boff quer dizer pobre e opressor que domina. O pobre é o preferido de Deus e de Cristo, não por se- r e v bons ou por apresentarerr u r l a atitude louvável, "mas por- que são pobres e injustiçados de Deus. Deus não quer a pobreza

;sobre a qual padecem". 14 I Nesta s i t u a ~ ã o de homem vo- ( cacionado para a liberdade e pa- ( r a a autonomia, segundo a ima- I gem de Deus e do pecado que está ( fora do homem e que pode conta- miná-lo através das estruturas

( sociais, o homem vive numa situa- c;áo de dualidade. Boff fala de al-

I yo bastante semelhante do simul ( justus et peccator da teologia lu-

terana. Diz: I "O homem concreto e histó- I rico encontra-se simul taneamen- ( te oprimido e libertado (simul -- op- ( pressus et Iiberatusj. I ................................................ I I Portanto, é na esperança que 1 estamos libertados; esperança ( concerne sempre a um lá presen- I te, mas também a um ainda não ( possível e ameaçado." 15 I E nesta situação de tensão, I 0 homem passa a viver numa rea-

lidade de luta, vale dizer, semper liberandus e este processo dura até ao fim de sua vida:

"Enquanto o homem viver é um semper liberandus, alguém que deve sempre ser libertado, porque, historicamente, encontra- se oprimido e libertado ao mesmo tempo, vivendo um processo aber- to de libertação." 16

O relacionamento homem1 pecado na Teologia da Liberta- c;ão nem sempre é fácil de definir com linhas claras. Cada teólogo possui um conceito um pouco dife- rente do que o outro, que, inclusi- ve, pode mudar com o contexto em que emprega a palavra.

Fica claro, porém, o seguinte: na antropoloyia da libertação a condi çáo pecaminosa do homem não é a carência da justiça origi-

nal em sua natureza. fruto da de- sobediência de Adáo, mas é algo adquirido, que lhe é imposto pela estrutura corrupta em que vive. Queremos, a seguir, ver como se realiza este processo de liberta- ção do homem.

3. O Homem é um Projeto His- tórico e Agente do seu próprio Destino:

Dizer que um homem é um projeto histórico é como dizer que ele mesmo forja o seu futuro. As- sim, o frei Leonardo Boff afirma:

O futuro do homem não é algo que pode ser deduzido de sua es- sência netafísica abstrata. mas está em aberto. O homem mesmo não é mais definido em termos de ser e de fato, mas em termos de poder ser, de ainda- não- feito-e- experimentado mas possível. 17

Vemos refletida neste pensa- mento uma espécie de antropo- logia hegeliana, onde o homem, por ter o pecado fora de si e ser ( em essência um ser vocacionado à liberdade, participa ativamente ( do processo histórico de tese, an- I

títese e síntese. Por isso, a essên- ( cia do homem não está naquilo I

que ele é, mas naquilo que ele ( realiza. Esta antropologia dialé- I

tica é claramente colocada na ( obra de S. S. Gotay. Q Pensa- I

mento Cristão Revolucion~rio na ( América Latina e no Caribe e são1 dele as seguintes palavras: I

. O homem é um projeto histó-( rico e conhecemos a sua essên-( cia, no processo de sua realiza-i çáo; é, portanto, uma essência: que 'se constrói', não uma e s ~ ê n - ~ cia que 'se conhece' como se j q

I

estivesse terminada em algum lu- gar. Isto gera uma antropologia dialética. 18

Mais adiante ele explica me- lhor o que entende por projeto histórico e como ele se processa na vida humana:

O homem é um projeto histó- rico, cuja essência se vai forman- do numa história com um futuro aberto, respondendo a contradi- ções sociais que o oprimem e ela- borando fins humanos projetáveis para o futuro a partir dessas ex- periências. O homem decide o que quer chegar a ser dentro de sua própria história na medida em que as condições reais - naturais e sociais - lhe permitam realizar sua utopia. O homem assume a si mesmo dentro de sua própria história. Seu futuro possível 're- vela-se' na história de seu esfor- ço. 19

A mesma idéia está presente em G. Gutiérrez que afirma o ho- mem como agente de seu próprio destino. Diz Gutiérrez:

O devir histórico, a través da dialética amo-escravo (resultado deste confronto original apare- cerá então como um pro:esso de gênese da consciência, e por con- seguinte, de paulatina libertação do homem. Nesse processo - pro- cesso dialético - o homem cons- trói-se a si mesmo, adquire real consciência do próprio ser, liber- tando-se na aquisição de uma genuína liberdade por meio do trabalho que transforma o mundo e educa o homem. 20

Assim, o homem é o centro da Qtica e o fundamento dos valo- res. A própria estrutura opressora (devir histórico) ativa no homem

uma "gênese da consciência" que o desperta para o "processo dia- Iético" de libertação, onde ele mesmo articula seu futuro. E quando o homem entra neste "processo dialético" ele passa a ser um homem novo.

4. O Homem Novo

O que nos chama a atenção logo de início neste tópico é o uso inverso da expressão "novo ho- mem" feito pela Teologia da Li- bertação: homem novo! Isto já nos mostra a diferença entre a con- cepção e nova criatura que nós temos da revelação bíblica e a concepção dos teólogos da liber- tação. A expressão "homem no- vo" denota uma cia ra ênfase no homem em detrimento da novida- de.

O grande exemplo de homem novo é o próprio Jesus Cristo. o homem revolucionário, libertador, que lutou contra os opressores em favor dos pobres e oprimidos, que tinha plena comunhão com Deus e total comunica ção com o próxi- mo. O modelo de homem novo tra- zido por Cristo é a solução e o fim da obra salvífica de Deus para o mundo conforme diz Gotay:

O homem novo é a solução trazida por Cristo para o homem do futuro. A criação do homem novo é o fim último do projeto poli- tico e do processo de salvação, por isso a nova criatura é o obje- tivo final da ação de Deus na his- tória. 21

Em Jesus Cristo o horrem compreende a sua vocação e per- cebe o seu ser- homem. pois Cristo "é a dimensão também libertado-

ra do mistério cristão, porquanto liberta o homem para a sua ver- dadeira e plena realização", 22 nas palavras de Leonardo ,Boff. E ele continua:

A partir do evento Jesus Cris- to se entende o que é o homem, a que está chamado e que futuro se anuncia para ele e para a rea- lidade que o circunda, pois o futu- ro já se manifesta num presente. 23.

O homem novo, portanto, é um fiel imitador de Jesus. Sendo assim, "à raiz deste novo ser se descobre uma práxis nova, uma imitavão de Jesus que não é fari- saismo dos gestos exteriores, mas expressão de verdade interior, nova e plenificada. 24

O ser novo do homem, além da imitação de Cristo na práxis, implica também na ruptura com o pecado, vale dizer, com a estrutu- ra opressora. Nas palavras de Gotay: "O homem que está preso numa estrutura sócio-econômica de exploração não pode desen- volver-se como homem novo." 25 Por isso, "o homem novo já se vai realizando no processo de liber- tação do projeto ético político." 2 6

Por outro lado, a plena reali- z a ~ á o do homem se dá na sua saída de si mesmo e na sua comu- nhão c o r o próximo, pois "o ho- mem novo é um ponto de encontro entre Deus e o cristão." 27 Sendo assin, ele só se realiza caso se rrantiver sempre aberto e em co- rrunháo permanente c o r a reali- dade global. Estando no outro é que ele está dentro de si mesmo (...). Quanto mais se abre para o ser, va i s pode tornar-se homem.

28 O homem novo, portanto, "só

é perfeitamente homem na total extrapolação de si mesmo, na co- munhão plena e na união com Deus." 29

Nestas duas facetas do ho- mem novo da teologia da Liberta- cão vemos o retrato da própria práxis libertadora. O homem que rompe com a estrutura de opres- são e luta contra ela, por outro lado e paralelamente, se coloca ao lado do seu próximo oprimido, do pobre, comungando e sendo solidário com ele em sua situa- cão. Por isso, Gotay conclui: "ho- mem novo é um símbolo do reino de Deus e aponta para um pro- cesso que se dá na história a ca- n inho da plenitude." 30 Assim o homem está fazendo a sua pró- pria essência e trabalhando no seu auto-projeto histórico; está sendo "imagem de Deus"!

Não há dúvida de que a an- tropologia conforme a colocamos acima, é a coluna mestra, a ala- vanca principal que move a práxis e fundamenta a Teologia da Li- berta ção.

C O N C L U S Ã O

A antropologia da Teologia da Libertação tem muito v a i s de filosofia que de doutrina bíblica. Como já dissemos antes, a mais profunda ra iz desta antropologia firma-se na doutrina do pecado original como a ensina a Igreja Católica. O homem não é total- mente corrompido pelo pecado, restando-lhe ainda forças e von- tade para o bem. A isto os teólo- gos da l ibertação juntam o fato

de que o pecado não está no ho- mem, mas fora dele, na estrutura, e partem assim para uma posição ainda mais extremada e tanto mais anti-bíblica. Embora tentem justificar-se e esquivar-se, é im- possível não ver em sua antropo- logia traços de pelagianismo e semi-pelagianismo, sem falar no sineryismo evidente. Os teólogos da libertação ao formularem uma antropologia de nível bíblico tão baixo acabam negando a Cristo a expiação vicária dos pecados da humanidade. Reduzem Cristo a um grande exemplo de "homem novo". Para o homem da liberta- ção não há um Cristo cujo "san- gue nos purifica de todo pecado". Mas este Cristo que derramou seu sangue na cruz é a inspi ra~ão, o modelo para que cada um der- rame o seu sangue numa revolu- ção armada se for preciso, contra os dominadores de uma estrutura social corrompida, vencendo as- sim o pecado. Então realiza-se o "homem novo", a "gênese da consciência" (onde o próprio ho- mem é o agente de seu destino) e a vocação humana em sua "ra-

dica lida de ontológica". Como o nosso propósito com

este trabalho era tão somente apresentar um quadro geral da antropologia da Teologia da Li- bertação, não empreendemos un? estudo comparativo com as Escri- turas. Este' desafio fica ao leitor que ainda tiver dúvidas a respeito da falsidade bíblica da antropo- logia proposta pelos teólogos da libertação.

Muito mais ainda deve ser di- -tosobre õ tema. Contudo, somen- te pela humilde pesquisa que fize- mos e demonstramos neste tra ba- lho, já podemos ver em que dire- ção caminha a Teologia da Liber- tação, uma vez que a sua antro- pologia (como em toda teologia) é a base fundamental e o ponteiro indicador do verdadeiro cristia- nismo e da fé autêntica. Onde a antropologia é falha e anti-blb- lica, al i não pode existir verda- deira adoração a Deus senão ido- I'ãtTia e desprezo à obra reden- tora de Cristo.

* Aluno da Escola Superior de Teologia do ICSP

N O T A S

1 J.S. Croatto, W o - Uma Hermenêutlca d~ Liberdade (São Paulo, Paulinas, 1981 ), p. 78

2 idem, ibidem, p. 80. 3 Idem, ibidem, p. 81. 4 idem, ibidem, p. 84. 5 idem, Ibidem, p. 83. 6 idem, ibidem, p. 86. 7 idem, ibidem, p. 87. 8 Idem, ibidem, p. 79. 9 Leonardo Boff, A Graça Libertadora - Mundo (Petrbpoiis, Vozes, l977A

p. 170. 10 idem, i bidem, p. 182. 11 idem, Como se Teologia e Libertação (3: ed., Petrbpolis, Vozes, 1986,

p. 88. 12 idem, A Graça Libertadora no Mundo, p. 169. 13 Idem, ibidem, p. 169. 14 Idem, Como se Faz Teologia & Libertação, p. 71. 15 Idem, A Graça Libertadora no Mundo, p. 187. 16 idem, ibidem, p. 189. 17 Idem, ibidem, p. 41. 18 S.S. Gotay, Pensamento Cristão Revolucionário na America Latina e no

Caribe (São Paulo, Pauiinas, 1985), p. 258. 19 idem, ibidem, p. 259. 20 Gustavo ~ u t i ~ r r e z , Teologia e Libertação (Petr6poiis, Vozes, 1979, p. 36. 21 S.S. Gotay, i n op. cit., p. 259. 22 Leonardo Boff, A 5 na Periferia do Mundo (Petr6poiis, Vozes, 1979),

p. 41. 23 idem, ibidem, p. 41. 24 Idem, ibide, p. 48. 25 S.S. Gotay, i n op. cit., p. 261. 26 idem, ibidem, p. 260. 27 idem, ibidem, p. 265. 28 Leonardo Boff, Jesus Cristo Libertador (Petrópolis, Vozes, 1980), p. 272. 29 idem, A E6 na Periferia do Mundo, p. 46. 30 S.S. Gotay, i n op. cit., p. 260.

B I B L I O G R A F I A

BOFF, L. A @ na Periferia do Mundo. Petrópolis, Vozes, 1979. BOFF, L. A Graça Libertadora no Mundo. Petr6poiis, Vozes, 1977. BOFF, L. e BOFF, C. Cano Se Faz Teologia da Libertação. 3: ed.

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1984.

ADORAÇÃO Uma perspectiva Biblica Deomar Roos

PRIMEIRA PARTE ADORAÇAO NO ANTIGO TESTAMENTO

I - P R E L I M I N A R E S

Quando se fala de adoração no Antigo Testamento é preciso lerrbrar as bases históricas do povo de Israel para uma correta compreensão do seu culto. Israel, corlo nauão, não existia. A sua existência se deve a urr ato sobe- rano de Deus. Deus, err sua sabe- doria, decidiu chamar Abraão e dele fo r rar um povo, o povo de Israel. C o r este povo Deus teve urr propósito decisivo para a Hu- manidade: usá-lo como instru- vento para a redenkão da espé- cie humana. Através de Israel Deus viria (e estava vindo) a hu- manidade. (Isto se concretizou com1 a encarnaqão de Cristo, o Fi- lho de Abraão, descendente da tribo de Judá). Para que isto real- mente acontecesse, lahweh e Is- rael precisavam estar juntos, num relacionamento de comunhão. Foi então que entraram em aliança. Esta a l i a n ~ a foi feita com Abraão e repetida a todos os patriarcas. Foi ratificada aos pés do Monte Sinai quando Israel definitiva e oficialmente passou a ser povo de Deus, O "filho" de lahweh. A alianca se resume em três sen- t v n ~ a s : Eu sou o teu Deus! Tu és o veu povo! Habitarei no meio de vóz! Dai para frente arrLbos esta- va r r juntos, "casados". Importava quv ambos fossem fiéis um ao ou- tro. Deus sempre o foi, Israel não.

Com10 parte deste relaciona-

mento Deus instituiu o culto, ex- pressão de como funcionava este "casamento". Como todo relacio- narrento, também este tem dois lados: o lado de Deus e o lado de Israel. O Antigo Testamento apresenta lahweh como um Deus vivo, todo-poderoso, que elegeu e chamou Abraão. que entrou err aliança com o seu povo. que in- terveio na Vida de Israel para li- bertá-lo da escravidão do Egito e torná-lo urr. povo livre para adorá-lo. lahweh A o Deus que se aproxima de Israel com objetivos construtivos e com a intenqáo de usá-lo como instrumento para a salvação da humanidade. Israel, por sua vez, adora o Deus que lhe deu existência, entrou em aliança com a nação, ampara e protege o povo em sua caminha- da, e caminha para os objetivos previstos por Deus. Este é um re- lacionamento vital entre Israel e Deus. Da manutenção deste de- pendia a vida de Israel. Pois como expressão desta aliança e rela- cionamento e para a sua rranu- tenção é que exisliu o culto, a adoração no Antigo Testamento. O Culto, portanto, tem finalidade de estabelecer. reestabelecer, manife-star e fortalecer, rnedjante seus simbolos e ritos, o relaciona- mento entre o homem e seu-Deus.

Assim sendo. a adoraçao t e r urr duplo aspecto:

1. Por um lado pode-se en- tender culto como serviço de Deus a congrega~áo. Deus,é o sujeito da aqáo no servir. E ele quem "serve" ao homem. Neste sentido "Culto" aponta para o Deus que Ministra ao ser humano e lhe traz boas novas e graça tão necessá- rias para a sua vida. Neste as- pecto Deus vem ao homem e lhe oferece o que de bom ele tem para dar. E exatamente isto que acon- teceu com Israel em sua história. E o mesno se dá em seu culto.

2. Por outro, e esta é a com- preensão mais usual do termo, percebe-se culto como serviço da cony regaçáo a Deus. Deus é o ob- jeto da ação no servir. Culto é a resposta do coração crente ao seu -Deus. E o respeito, reverên- cia, a honra que se presta àquele que é digno de tudo isto. Isto im- plica tanto em atitudes internas como em atos externos. Neste sentido, adoração é sinônimo de vida reverente, estando inclusas neste conceito tanto a piedade sessoal como a vida litúrgica. Apesar das muitas falhas, esta foi a resposta de Israel ao seu Deus. Isto fica particularmente translú- cido no culto do Antiyo Testamen- to onde o fiel vem a Deus através de atos litúrgicos.

E preciso atentar para um detalhe muito importante relacio- nado com estes dois aspectos do Culto. O serviso da congregação a Deus é conseqüência do servic;o de Deus à conyrega$áo. (Eviden- tekiente não se trata de obriya- ~ ã o que Deus tem com o Homem). Apenas quando o ser humano foi atinyido por Deus, está em alian- qa com ele, é que pode realmente

reagir de forma positiva e adorar a Deus em espírito e em verdade. No Antigo Testamento todo culto verdadeiro é resposta à ação de Deus. Usando a linguagem do No- vo Testamento, nós o amamos porque ele nos amou primeiro!

Ainda é preciso fazer uma ÚI- tima distinção. Trata-se do al- cance dos termos "adoração" e "culto". Entende-se os mesmos nos sentidos restrito e amplo. Por "adora~áo" (também "culto") no sentido restrito entende-se aque- les atos explicitamente litúryicos e eclesiás~icos ou relativos aos mesmos. E o que acontece na igreja ou está diretamente rela- cionado com ela. Por "adoração" (e "culto") no sentido amplo com- preende-se toda a vida do ser hu- mano como reflexo da aliança com Deus e forma de serviço a seu Senhor. A atuação ética tem aqui um,destaque todo especial.

A terminologia básica para adoração e culto no Antigo Testa- mento compõe-se de três verbos e seus derivados. Dois deles (a- rat e 'abad) têm o significado bá- - sico de "servir". O primeiro ( s k ~ t ) significa "servir, ministrar". Err cerca de 60 ocasiões (num to- tal de 97 ocorrências no Antigo Testamento) o verbo tem este sig- nificado em,conexão com o culto de Israel. E neste sentido. por exemplo, que o termo é usado em Dt 10.8; 1 Sm 2.1 1 ; 3.1. O segundo verbo ('abad), com cerca de 290 ocorrências no Antigo Testarnen- to, além de "servir" também siy- nifica "cultivar, trabalhar, escra-

vizar". Originalmente referia-se ao trabalho executado pelos es- cravos ou empreyados. No Antigo Testamento com muita freqüência é usado com relação a Deus e carrega o sentido de "adorar". O substantivo que deveria deste verbo tem uma conotação muito próxima ao nosso termo eclesiás- tico "culto". Alguns exemplos deste uso verificam-se em Ex 3.12; Dt 6.13; SI 100.2. O terceiro verbo (shachah) revela uma maior plasticidade: significa "prostar- se, inclimnar-se" e, consequen- temente, "adorar". Originalmente denotava prostra- ção ou inclinação como sinal de respeito por alguém. Em geral, a l - guém prostra-se diante de um su- perior ou do yovernante (exemplo: Gn 18.2). Este termo no Antigo Testamento é usado com relação a homens e aos falsos deuses. Porém é o termo comurr para apre,cer diante do Senhor em cul- to. E o que se vê, por exemplo, em Ex 34.8; 1 Sm 15.25; Jr 7.2.

Portanto, em bases linguísti- cas, adorar é servir a Deis, é mi- nistrar-lhe, é cultuá-10, e traba- Ihdr para ele. Porérr é urr servir "prostrado, inclinado". Entende- se este "prostrado" ou "inclina- do" não tanto erri seu sentido ex- terno (apesar disto acontecer ern certos morrientos), rras especial- mente em seu sentido interno, ou seja, no coracão. Quem adora ou serve ao Deus lahweh, precisa fa- zê-lo com o espirito inclinado, prostrado, err atitudu de verda- deira subrrissão e sincera rever rência ao Senhor do universo. E o servo que aparece diante do seu superior e dá-lhe a honra devida.

No entanto, como já visto, es- te é apenas u y aspecto, um lado da a doração. E o lado que compe- te ao adorado!, ao que se aproxi- rra de Deus. E o que vai da terra para o céu. Existe o outro lado, o lado do adorado, ,ou seja, a perspectiva de Deus. E o que v e r do céu para a terra. Esta peculia- ridade 6 muito importante e, na verdade, deterrrina a postura cúl- tica do ser humano com relacão ao seu criador. Este aspecto não é abordado pela terminologia aci- ma mencionada.

III. PERSPECTIVA HISTÓRICA DO CULTO DO ANTIGO TESTAkfENTO

A. ERA PATRIARCAL

A forma de culto revelada em Gênesis é de uma estrutura muito simples. A adoração tem um cu- nho pessoal e farriiliar. A primeira notícia que se tew de um sacrifício está registrada e v Gn 4.3-4: são as ofertas de Abel e Caim. Ao fi- nal do dilúvio, Noé levantou um altar, ofereceu sacrifícios e ado- rou lahweh (Gn 8.20-22). Quando Deus põe Abraão à prova, o seu pedido é que ele lhe sacrifique o seu filho - o que indica o sacrifí- cio como parte fundamental da adoração a Deus. Os patriarcas adoravam a Deus com a constru- vão de altares em lugares espe- ciais e com sacrifícios a Ele ofe- recidos (Gn 12.7-8; 13.4). Deus aparece a patriarcas iqdividuais. Conseqüentemente, nos locais destas manifestações eram cons- truídos lugares de culto e altares para sacrifícios e ofertas.

Através de Moisés, um novo momento se fez presente na his- tória do culto de Israel. Aquilo que antes era muito simples, e até ru- dimentar agora é regulamentado por Deus e passa a ser um siste- ma complexo e completo. A lei mo- saica estabeleceu o lugar para o culto, a sua forma, os tempos pró- prios, e as pessoas diretamente envolvidas com a adoração do povo de Israel. Em suma, Moisés regulamentou a adoração de Is- rael.

Das rruitas coisas que se destacam, é preciso chamar a atenção para a construção do ta - bernáculo. Este era um verdadei- ro "templo portátil", caracterís- tica do povo que peregrinava pelo deserto e do período pré-monár- quico.

A estrutura básica do culto mosaico permaneceu. O sistema sacrificial, o sacerdócio, as gran- des datas e festas eram as mes- mas. A "novidade" foi a substi- tuição do tabernáculo pelo templo construído no Monte Sião, na ca- pital Jerusalém.

A constru<;ão do templo era um ardente anseio do rei Davi. Ele deixou todo o projeto encaminha- do,mas quem pôs os edifícios de pé foi o seu filho Salomão. Mas de qualquer forma, a dinastia da- vídica ficou vinculada ao templo.

em 587 a.C. pelo monarca babilô- nico Nabucodonosor, o templo veio abaixo. O povo foi para o exí- l io e o culto tal qual era conhecido e praticado cessou. Muito prova- velmente é neste período que está a origem da sinagoga.

O decreto do rei persa Ciro em 538 a.C. deu cumprimento ao predito por Deus com respeito ao retorno e Israel recebeu licença para voltar. Procedeu-se à re- construção da nação, dos muros e cidade de Jerusalém, e do tem- plo. A reconstrução do terrplo ocupa neste período posição proeminente pelo que representa- va teologicamente. Este período está registrado nos livros de Es- dras e Neemias bem como nos es- cri tos dos profetas Ageu e Zaca- rias. Neste período destaca-se, além dos quatro nomes mencio- nados, Zorobabel que foi quem iniciou a reconstruçáo do templo (Ed 3).

Cerca de 100 anos mais tar- de, no tempo de Malaquias, o Últi- mo profeta escritor do Antigo Tes- tamento, o templo está em pleno funcionamento. O profeta Mala- quias debate-se com sérios pro- blemas na vida espiritual do povo, entre eles problemas com relação a vida de adoração do povo.

Durante todo este período pds-exílico a estruturação cúltica permaneceu a mesma. Os sacrifí- c i ~ s , as fes8 s, o sacerdócio, e os locais sagrados eram instituições enraizadas na vida de Israel.

E. OS PROFETAS

E necessário tecer uma ob- servação com relação à impor- Com a invasão de Jerusalém

tante contribuição dos profetas dada ao culto do Antigo Testa- mento. Com freqüência verifica- se nos escritos proféticos violen- tos ataques aos sacrifícios e ou- tras instituições relativas à ado- ração no Antigo Testamento. E, por exemplo, o que se lê em Is 1.11-17; Jr 6.20; Os 6.6; Am 5.21 -27; Mq 6.6-8. Aparentemente a sua postura é anti-cúltica. E não poucas vezes teólogos têm assumido esta posição e defen- dido a tese de que os profetas eram realmente inimigos da ado- ração formal e defensõres ferre- nhos de uma religião "mais espi- ritual". Ou seja, havia uma oposi- ção declarada entre os profetas e os sacerdotes - os Últimos a favor e os primeiros contra a ins- tituição do culto do Antigo Testa- mento.

No enta..nto, .um exame mais acurado destes textos (e outros semelhantes) demonstra que não é este realmente o caso. Em pas- sagens como estas eles estão fa- lando como pregadores. Estão denunciando uma situação exis- tente. O que fazem? Eles apontam para a futilidade dos sacrifícios quando estes não são seguidos pela obediência a lahweh e pela prática do direito e da justiça. Eles opõem-se ao formalismo do culto exterior quando este não tem a correspondente disposição interior (1s 29.13). Cerimônias va- zias com toda certeza não podem cobrir e justificar uma vida ímpia. Por isso, o julgamento de Deus é iminente e não será evitado por atos externos de culto, porque os pecados do povo são muito graves (1 Sm 3.14; Jr 6.19-20; 14.1 2; Mq

3.4). Com isto os profetas real- mente estão defendendo o culto formal do Antigo Testamento, po- rém o culto acompanhado da ne- cessária participação interna e seguido de atos condizentes com esta adoração. Ou seja, conforme os profetas, o culto não terminava com o final da cerimônia (culto no seu sentido estrito), mas conti- nuava na vida do adorador (ado- ração no sentido amplo). Em lin- guagem atual, a adoração não termina com a bênção ao final do ato religioso do domingo, mas en- tra semana a dentro e continua nos atos do dia-a-dia do fiel, atos coerentes com o que ele profes- sou na igreja no dorringo.

iv. ESTRUTURA DA ADORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

O culto de Israel está funda- mentalmente estruturado em cima de quatro elementos bem distin- tos: ele possui atos sagrados, tempos sagrados, lugares sagra- dos, e pessoas sagradas. E por "sagrado" entende-se aquilo que foi separado do uso comum e de- dicado especialmente ao uso cúl- tico de Israel.

A. ATOS SAGRADOS

, No culto do Antigo Testamen- to havia muitos atos sagrados, tais como ritos de in i c ia~áo (exemplo: a circuncisão, Gn 17.;9-14), ritos de purificação (exemplo: em Bx 19.1 4 o povo deve lavar as vestes e purificar-se pa- ra ouvir a vóz de Deus), e outros mais. Porém o que ocupa posição proeminente é o sacrifício. O culto

do Antigo Testamento tem uma natureza intrinsicamente sacrifi- cial.

Sacrifício é o ato essencial do culto externo., E urna oração "materializada". E uni ato que ex- pressa externamente a disposi- ção interna do ofertante bem co- mo a resposta de Deus a este ato. Pelo rito sacrificial a oferta feita a Deus é aceita, a comunhão c o r Deus é alcançada, e a culpa do pecado é tirada. Mas estes efeitos não são alcançados por rrsgica: é essencial- que a açáo externa expresse o verdeiro sentimento interno do homerr, e que este seja favoravelmente recebido por Deus. Falhando isto, o sacrifício j á náo é rrais um ato religioso.

No culto do Antigo Testamen- to há cinco tipos de'sacrifícios e ofertas:

1. Oferta queirrada ou holo- causto (Lv 1). E o sacrifício típico do Antigo Testamento. Todo o animal era queimado sobre o al- tar. O ritual do holocausto era elaborado.

2. Oferta de nianjares (Lv 2). Náo havia derramamento de san- gue. Consistia na oferta de ce- reais, bolos ou espigas verdes. Parte era queimada sobre o altar v parte ficava para o sacerdote. Era expressáo de gratidão do is- ravlita.

3. Oferta pacífica (Lv 3;7.11-25). Consistia na oferta de urr animal. Seu ritual era seme- I hante ao do holocausto com urrla diferenca fundamental: parte do animal era queimada e parte era utilizada para uma refeição de comunhão. Apontava para o as- pecto de comunhão.

4. Oferta pelo pecado (Lv 4). Esta oferta de expiaçáo era o sa- crifício feito quando alguém tor- nava-se culpado de impureza ce- rimonial ou de pecados contra Deus e contra o próximo.

5. Oferta pela culpa (Lv 5). Era a oferta de expiaçáo por um pvcado deliberado. O ofertante devia restituir o que tinha usurpa- do r! :!is vinte por cento como pe- nalidade (Lv 6.4-5).

ASPECTOS TEOL~GICOS RE- LATIVOS AOS ATOS SAGRADOS

1. O sistema sacrificial mos- tra o pecado humano. Indica tam- bém que o pecado não é coisa le- ve, porém uma questáo de vida ou morte. Ninguém pode aparecer impuro ou culpado diante de Deus sem sofrer conseqüências terrí- veis. Se o pecador náo quer mor- rer, ele precisa de solução para o seu pecado, ele precisa arre- pender-se, pagar peloseu pecado e ser perdoado.

2. A ira de Deus precisa ser aplacada. AI go entre Deus e o ho- mem precisa ser consertado. A disposição do culto sacrificial co- mo uma instituição contínua e ininterrupta indica que Deus está irado não somente com ações iso- ladas do homem, mas que há algo inerente no homem que deve ser coberto ou removido, caso contrá- rio a ira de Deus irromperá com uma veemência consumidora.

3. Se o transgressor quer sal- var sua vida, a expiaçáo pelo pe- cado deve ser feita por substitui- ção. O pecador deve trazer uma oferta que será seu substituto. Fi- ca evidente que ninguém pode ser

seu próprio salvador ou mediador. No Dia da Expiação (Lv 16), esta idéia é expressa pelo bode que leva o pecado dos israelitas para o deserto.

4. O sistema sacrificial terr um aspecto sacramental. Se por urr lado é o homem indo a Deus, por outro é Deus vindo ao hor-cem com tudo de bom que ele tem. Po- rém-~ o israeli ta vai a Deus porque Deus veio a ele primeiro (aliança). O sacrifício, portanto, é oferta, rras também é comunhão e ex- piaqão.

5, Por fim é preciso apontar püra a indispensável e decisiva v i~cu lação cristológica do siste- rrla sacrificial do Antigo Testa- rrvnto. O sacrificio foi um preparo pâra o Novo Testamento. Cristo não condenou o sacrificio. Na verdade, ele ofereceu-se a si mesmo como sacrifício (Mc 10.45; Ef 5.2). Ele é a vítima pascal (1 Co 5.7) e o seu sacrifício é o sacri- fício da Nova Aliança (Lc 22.20; 1 Co 11.25). Este é o sacrifício perfeito, em razão da natureza e da disposição da vítima: ele ofe- receu-se a si mesmo por sua pró- pria yontade, num ato de obediên- cia. E perfeito também ern razão da maneira corno foi feito: foi uma oferta total, na qual a v í t i ~ a re- tornou totalmente a Deus. E o sa- crifício de comunhão mais intimo que qualquer ser humano jamais poderia ter suspeitado. Ele é tarr- bém um sacrifício de expiação su- ficiente para pagar, por todos os pecados do mundo. E precisamen- te ;porque ele foi um sacrifício per- feito que de uma só vez esgotou todos os possíveis aspectos do sa!crificio, ele é singular. Os sa-

crifícios de animais podiam t e m i - nar, pois estes eram apenas f b u - ras irrperfeitas, repetidas indefi- nidamente, do sacrifício de Cristo que se ofereceu a si vesrro "de uma vez por todas" nurr "sacrifí- cio Único" pela nossa r e d e n ~ ã o e santifica$ão, corno a epístola aos Hebreus insiste repetidamen- te (7.27; 9.12,26,28; 10.10,12,14). E a lg reja que Cristo fundou conti- nuará até o final dos tempos a corremorar este sacrifício perfeito e a viver por seus frutos.

Determinados dias ou épocas do ano foram escolhidos como tempos de celebração e alegria religiosa. Eram dias santos e compunham urn verdadeiro calen- dário litúrgico anual. Havia um bom número de festas, celebra- ções ou tempos especiais. Os principais são os que sesuem.

1. Sábado. O sétimo dia da semana deveria ser observado (Dt 5.1 2-15; Ex 23.1 2). Todo o traba- lho parava e era tempo de des- canso e recupera~ão (mesmo pa- ra animais, servos e estrangei- ros). A celebra $50 do sábado tem sua origem no sétimo dia da cria- $50, ocasião em que Deus des- cansou.

2. Páscoa. Festa nacional em que se comemorava a libertaqão e Israel do cativeiro egípcio. "Páscoa" significa "passagem". Na décima praya, o Anjo de lah- weh passou sobre a casas que ti- nham o sangue do cordeiro na porta e poupou os seus primoyê- nitos (Ex 12.23) - dai ser "pás- coa" o nome da festa. Era come-

morada no décimo quarto dia do coletivo a Deus pelo pecado de primeiro mês. toda nação.

3. Festa dos Pães Asmos. Ti- nha o seu inicio no dia imediata- ASPECTOS TEOLÓGICOS RE- mente após a Festa da Páscoa LATIVOS AOS TEMPOS SAGRA- e durava 7 dias. Durante estes DQS dias deveriam comer somente pão sem fermento. Por sua proximida- 1. A celebração do sábado de com a Páscoa, na prática che- estava regulamentada nos Dez gou a ser considerada uma só Mandamentos. O que fica para os festa (incluindo assim a Páscoa). cristãos é a santifica de um

. 4. Festa das Serranas. Tam- dia especial para Deus, dia em bém conhecida como festa da Co- os cristãos ocupam-se de for- I heita OU das Primícias, posterior- ma especial com a Palavra e os vente passou a ser conhecida CO- sacramentos, A igreja primitiva mo Pentecoste por ser celebrada eçcolheu o domingo para celebrar 50 dias a contar do sábado em semanalmente um evento impor- que era celebrado a Páscoa. tantíssimo: a ressurrei~ão de Também porque era celebrada 50 Cristo, e com ele, a nova criação dias depois do início da colheita. exlsten. a partir deste fato. Nesta festa os primeiros frutos 2. E difícil exagerar a impor- eram oferecidos ao Senhor (ex tâ ncia do êxodo no Antigo Testa- 23.16; Nm 28.26-31; Dt 16.9-12). mento. E o episódio libertador

5. Festa dos Tabernáculos. lembrado e relembrado através Iniciava no décimo quinto dia do de toda a história do povo de Is- sétimo mês e o povo morava em rael. Ele prefigura a libertação tendas feitas de ramos de árvores que se cumpre em Cristo quando durante 7 dias (Lv 23.39-43; Dt o Cordeiro de Deus rompe com a 16.13). Nesta festa rememorava- escravidão da morte e do pecado se a ca~ i r i hada pleo deserto e a e, na ressurreição, surge triun- habitaçao entendas durante esJe fante para a liberdade levando período bem como a proteçao junto os que a ele se apegam. concedida por lahweh durante es- 3. A celebração da proteção te tempo. de Deus na caminhada pelo de-

6. Dia da Expiação (Lv 16). serto bem como a gratidão pela 0 décimo dia do sétimo mês era colheita apontam para a provi- 0 grande dia de expiação por toda dência de Deus em favor de seu a n a ~ ã 0 1 uma espécie de Sexta- povo. Deus faz chover sobre jus- Feira Santa do Antigo Testamen- tos e injustos, os que estão em to. Havia jejum. Era a única festa Cristo têm razões muito grandes e p que o sangue do animal sacri- para viver de forma dedicada ao ficado era trazido pelo Sumo-Sa- Senhor visto que experimentam cerdote para dentro do lugar mais diariamente a bondade de Deus santo do tabernáculo (ou templo) tanto na ordem da criação como e espargido sobre o propiciatório ordem da redenção. (tampa da arca). Era o sacrifício

C. LUGARES SAGRADOS

Embora seja claro que Deus habita nos céus (Gn 1 1.5; Bx 19.1 1 ; 1 Rs 8.27), Deus escolheu lugares específicos onde ele encontraria o seu povo. Para Jacó, era Betel; Sinai, para Moisés. Cades Bar- néia (Nm 14) foi o lugar onde a glória de Deus apareceu ao povo exortando-o. Porém independente de manifestações isoladas, e após a libertação do Egito, Deus escolheu um lugar onde ele per- manentemente se apresentaria ao povo e onde o povo devia i r quando quisesse encontrar-se com Iahweh. trata-se do taberná- culo. Mais tarde, quando o povo estaria estabelecido na terra de Canaã, este foi substituído pelo templo.

O tabernáculo era uma espé- cie de 'templo portátil". Ele tinha a facilidade de ser desmontável, dobrável e transportável, inclusi- ve seus utensílios. Era algo muito conveniente para uma situação de peregrinação' no deserto. Quando o povo montava acampa- mento, o tabernáculo ficava ao centro do arraial tendo três tribos de cada lado (localização propo- sitalmente sugestiva: a igreja no centro da vida do povo!). No ta- bernáculo eram feitos os sacrifí- cios e era alí que ministravam os sacerdotes. Tavbém alí Deus se manifestava ao povo e para lá o povo acorria para encontrar-se com Deus. O mesmo vale para o templo de Jerusalém, com a dife- rença de ser este um edifício per- manente.

Dos muitos utensílios utiliza- dos no tabernáculo e no templo

destacam-se o altar do holocaus- to e a arca. No altar os sacrifícios eram queimados e assim ofereci- dds a Deus. O fogo alí presente apontava para a justiça consumi- dora de Deus. Quando o terr;plo f ~ i inaugurado, fogo desceu! do cku e consumiu o holocausto e as ofertas (2 Cr 71.). A arca da alian- ça era o objeto mais sagrado do tabernáculo. Era revestida de ou- ro puro e ficava no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do ta bernáculo ou templo. A cobertu- ra desta caixa era chamada pro- piciatório. Dois querubins de ouro estavam de pé sobre esta tampa, delfrente um para o outro. A arca, mais especificamente o propicia- tório, era o corac;ão do taberná- culo (ou templo). Alí era o trono de Deus na terra, alí Deus "esta- va". Deus e homem alí se encon- travam (Ex 30.6), Deus falava ao homem (Bx 25.22; Nm 7.89), ali o sumo sacerdote aspergia o san- gue em favor da nac;ão no Dia da Expiação.

ASPECTO TEOLOGICO RELATIVO AOS LUGARES SAGRADOS

~ a n t o o tabernáculo como o templo zram o sinal da presença de Deus entre o povo. Eram como que a "encarnaçáo" de Deus que veio do céu e escolheu um lurjar para habitar em Israel. Claro, ha- via o perigo de se achar que a presenc;a de Deus limitava-se apenas a estes lugares. Por outro o povo não encontraria lahweh a não ser nos lugares que Deus em sua graça escolheu para isto. Porque fora da condescendência de Deus, não há como o ser huma-

no encontrar Deus. Pois aliestava Deus, no templo (ou tabernáculo), cuja concentração se achava ma- nifesta no propiciatório.

Este aspecto com toda certe- za aponta pâra o futuro. O taber- náculo (templo) é um tipo, um.a prefiguração de Cristo. O após- tolo João afirma que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" "Jo 1.14). Ora, onde se lê "habitar" também pode ser traduzido por "tabernacular". Ou seja, Cristo é o ta bernáculo de Deus que veio estar entre e corr os homens. A vinculação com o ta bernáculo (e templo), do Antigo Testamento é direta. E para Cristo que este tipo apontava. Cristo é o verdadeiro Tabernáculo e o verdadeiro Tem- plo de Deus entre os homens. Ele é Deus habitando entre os ho- mens. Com isso, ele também cum- pre 0, terceiro aspecto da aliança.

E preciso notar que esta pre- sença real de Deus entre os ho- mens continua hoje no Santo Sa- cramento. O que é a Santa Ceia senão Cristo estando conos,co (Emanuel, Deus conosco) de for- ma visível e palpável? Pois desta forma ele continua "ta bernacu- lando" entre e err nós!

D. PESSOAS SAGRADAS

Antes do período mosaico as ofertas eram apresentadas pelo chefe da família. Não há menção do cargo oficial de sacerdote. Po- rém a partir do período mosaico há a instituição formal do sacer- dócio. Ou seja, pessoas eram es- colhidas para exercerem funções ragradas e executarem os atos sagrados.

Para a boa administração da adoração Deus escolheu Arão co- mo o sumo sacerdote durante a peregrinação no deserto. Este era assessorado pelos seus quatro fi- lhos. Sua função básica era a de ser mediadores entre lahweh e o povo. Quando alguém buscava a Deus (via sacrifício), devia fazê- lo através do sacerdote. Através do mesmo Deus vinha ao adora- dor. Oficiavam os atos sagrados e proclamavam a absolvição de Deus. Também estavam encarre- gados da i n s t r u ~ ã o ~ d o povo e de- viam cuidar'$ãarrinistrar bem o tabernáculo (depois o templo).

, As atribuic;óes, responsabili- dades a atividades dos sacerdo- tes eram muitas e variadas. Era difícil cumprí-Ias todas sozinhos. Em conseqüência os levitas foram nomeados como auxiliares dos sacerdotes no cumprimento de sua tarefa. Mais tarde, no período da monarquia e do templo, os le- vitas continuaram com sua atri- buição de auxiliares e se desta- caram de forma especial na área do canto e da música do templo.

O sacerdócio era uma ques- tão de eleição. lahweh escolheu Arão como sumo sacerdote e ele decidiu a respeito dos descenten- tes de Levi. Havia uma hierarquia sacerdotal: o sumo sacerdote, os sacerdotes, e os levitas.

ASPECTO TEOLÓGI co R E L A T I ~ O AS PESSOAS SAGRADAS

Como mediador entre Deus e os homens, Cristo cumpre a inte- ção real da instituição do sacer- dócio. Ele é o mediador que de uma vez por todas apresentou a

Deus sacrifício perfeito e sufi- ciente de forma que não será ne- cessário fazê-lo de novo. Por ou- tro, ele é também o sacerdote perfeito que não só trouxe, mas realmente encarnou a revelação de Deus e o perdão dos pecados. N!ão é mais necessário que outro rrjediador interceda a Deus por nós.

Em Ex 19.6 Deus afirma que Israel seria "reino de sacerdotes e nação santa". O apóstolo Pedro (1 Pe 2.9) confirma dizendo que os cristãos "são raça eleita, sa- cerdócio'real". Com isto, via Cris- fo, cada um de nós torna-se sa- ce'rdote e está aí para ministrar perante Deus. A semelhança do sacerdócio do Antigo Testamento, isto c ~ n f e r e um alto privilégio, mas também1 uma grande e pesa- da re ' onsabilidade. Ser sacer- dote L e implica e'm trabalho, testemunho, intercessão, cansei- ra, renúncia. Mas tem a segura promessada bênção e recompen- sa de Deus.

.V. CONCLUINDO

1. A única adoraçáo verda- deira e realmente agradável a Deus é a que é prestada através de Cristo. Fora de Cristo não há adoraçáo real diante de Deus. O cul2o genuíno é cristológico. O culto do Antigo Testamento apon- tou para Cristo e se cumpriu nele. E, biblicamente, não há como ser diferente.

2. As prescrições do culto do Antigo Testamento tinham um ca- ráter temporário. Já que er'am sombra de Cristo, elas valeram até a chegada do Sol da Justiça, Cristo. Como eram formas esco- lhidas por Deus para a adorac;ão do seu povo, elas cumpriam sua função cúltica. No entanto, O que é temporário é a forma, não a adoração como tal. Esta perma- nece e continuará eternidade a dentro. No novo céu e nova terra a existência dos fiéis será uma continua adoração a Deus.

3. Não é possível fazer sepa- ração entre qdoraçáo e vida. A tendência ocidental em distinguir entre obediência ética e obediên- cia ritual divide falsamente a vida do adorador. A adoração presta- da a Deus precisa ser refletida na existência diária do cristão. Neste sentido o nosso século tem muito a aprender com os profetas do Antigo Testamento. Adoração é serviço prestado a Deus pelo seu povo, porém não se esgota em determinados gestos rituais ou cerimlônias eclesiásticas. Adora- ção engloba-todG os domínios da vida. Assim sendo o culto presta- do na igreja continua em casa, na fa,milia, no campus, no trabalho ,... e ':vai vida a fora. A vida toda, os pensamentos, as intenções, os gestos, as palavras tornam-se um culto ininterrupto e uma adoração permanente àquele que nos criou, redirriiu e santificou.

I ndice Onomástico do Livro de Concórdia

Valdir Klasener *

Este é um índice onomástico do Livro de Concórdia. Foi elabo- rado com o objetivo de facilitar aos leitores e estudantes do Livro de Concórdia o acesso às infor- mações referentes a nomes e per- sonagens importantes na história das Confissões Luteranas. Para que este índice, porém, possa ser bem entendido e aproveitado al- gumas observações se fazem ne- cessá rias:

- O índice está dividido em quatro colunas. A primeira cor- responde ao nome citado; a se- gunda, à página do livro de Con- córdia na qual o nome buscado se encontra; a terceira, ao pará- yrafo da referida página, seguin- do a numeração lateral; a quarta, à nota de rodapé. Exemplo: o no- me "Alexandre Magno" é citado na páyina 232, parágrafo 34, nota 752. Pode ocorrer, logicamente, que o mesmo nome seja citado apenas no parágrafo e não na no- ta e vice-versa.

- Não estão relacionados nomes de comentaristas ou tradu- tores posteriores à época da Re- forma. Existem, porém, algumas exceções. E o caso, por exemplo,

de Justus Jonas e Vicentius Obso- poeus, que são citados não por causa de seus comentários ou versão (ainda que da época) e sim pelas referências pessoais feitas a eles no Livro de Concórdia.

- Carlos V é citado nominal- mente nesta relação mesmo na- quelas passagens em que seu no- me, propriamente não aparece mas que são, obviamente, refe- rências à sua pessoa (veja, por exemplo, a citação 39 - 01 - 72).

- Os nomes de Melanchton e Lutero somente estão relacio- nados quando citedos em obras que não são de sua autoria. Por isso, por exemplo, não estão rela- cionadas as vezes que o nome de Lutero aparece nos Catecismos, nem o de Melanchton, quando ci- tado na Apologia.

- Em caso de dúvida, consul- te-nos através da redação da VOX CONCORDIANA - SUPLE- MENTO TEOLOGICO.

Rogamos a Deus para que este índice possa servir de auxílio, de uma ou outra forma, à edifica- ção de seu Reino. Desta maneira, nosso trabalho estará sendo re- compensado.

N orne Pág

Abelardo, Pedro 3 28 Acácio (de Cesaréia) 28 Aério 286 Agostinho 36

37 38 5 O 51 54 5 8 7 1 72 73 8 2 8 4 86 8 9 1 03 104 1 04 106 107 107 107 113 114 1 20 124 126 1 35 138 1 63 169

Par Nota

Ay rícol a Alexandre (bispo de Alexandria)

Alexandre Magno Ambrósio

Amsdorf, Nicolau

Ana (Santa Ana) Anastásio André, lacobus

Anhalt

Antioco IV (Epifanes)

Apolinário Apolônia (Santa Apolônia Aquino, Tomas de

Ario (de Alexandria)

Aristipo Aristóteles

Assis, Francisco de (São Francisco)

Astesanus Atanásio

Audi Auyusto (Eleitor da Saxônia)

gandinelli, Rolando Bárbara (Santa Bárbara) Basílio (de Ancira)

Basílio (de Cesaréia) Beda Belarmino Bento XIII Fcrn, Dietrich von Beza, Teodoro

Biel, Gabriel

Boaventura

Bodenstein (Carlos- tádio) Andres Rudolf Bonifácio III

Bonifácio VI11

Brenz, João Bruck, Greyor Bruno (de Colônia) Bucer, Martin

Buyenhagen, João (O Pomera no)

Bullinyer, Henrique

calov, Abraão

Calcino, João

Camerário, Joaquim Campano, João Campéyio, Lourenço

Canísio, Pedro Capi to, Wolfyang Carlos (Maryrave de Baden)

Carlostádio (Andres Rudolf Bodenstein)

Cassiodoro

Celso César, Caio Chevnitz, Mart in

Christoph (Duque de Vbuertemberg)

Chytraeus, Davi

Cícero

Cipriano (Caecilius Cyprianus Thasius)

Circa, Antonio de

Cirilo

Claraval, Bernardo de

Clemente (de Roma)

Clemente V Clemente V1 Cochlaeus Comestor, Pedro i Constantino

Cor nélio

Cor nerus, Christopher Cornicaelius, João Cranmer Crell, Paul Crell, Wolfcjang Crisipo Crisóstomo, João

Cristóforo (São Cristóforo) Cruciger, Caspar Cusano (Cardeal)

N orr e

D Darnasceno Damiani, Pedro Demós tenes

Denck, João Dentatus, Curius Dietember y Diocleciano

Dionísio

Dionísio Aeropayita (Pseudo)

Pág. Par. Nota

E Eber, P. Eck, João (Johann M. de Eyg)

Ecola mpádio Eger, Joachim Elizabete I (Rainha da Inglaterra) Elvidio

Epicuro Epifânio

Erasmo de Roterdão

Esolástico, Sócra tes Escoto, João Duns

Esdras Espalatino

f

Esquines Eudóxio Eulógio

Eurípides

Eusebio

Eutiques

Eváyrio

F Faber, Johann

Fá Iaris Far nese, Alesandr; (Papa Paulo lll) Félix, Minúcio Fernando I

Filipe IV Flácio Flaviano Focas Fortunato Francisco I (Rei da França) Fra nck, Sebastião Frederico III Frederico, João (Duque da Saxônia)

Frederico, Jorge (Maryrave de Bran- dembury) Frederico, o Sábio Fulgêncio, Bispo de Ruspe P

Ca Gallus, Nicolau,

Gelásio I

Gentile, G.V. Gérson

Gérson, João Glaser, Pedro Górdio (Rei Frígio) Graeser, Daniel Gregório I (Gre- gório Magno)

Gregório VI1 Gregório IX

~ r e g ó r i h ~ l l Gribaldi, Matteo Guzmán, Domingo de (São Domingo)

Hales, Alexandre de Harder, Wolfg ang Hédio, Caspar Henneberg Henrique IV (Rei da F r a n ~ a ) Hércules Herrrann, Johannes Hesse, Filipe de Hessen Hessus

Hesshusius, Tilemann

Heyderich, Caspar Hilário

Hilten, Johannes (ou Herwic h) H ipól i to

Horácio

Hospinianus

Huss, João

Hutter

Ilírico, Matias Flácio

Inácio (de Antioquia) Inocêncio I Inocêncio III

I reneu

Jagenteufel, Nicolau Januário

Jerônimo

João (Duque da Saxonia) João (Margrave de Brandembury) Joáo XXII Joáo XXIII

Jonas, Justus Jorge (São Jorge) Joviniano

Judex, Mateus Juliano (de Halicarnário) Juliano (o Apóstata)

Julio (Duque)

Justiniano Justino

Juvenal

Kirchner Krakow, Cg.

Laércio, Diógenes Langton, Stephan Lauterwaldt, Mateus Leão I, o Grande

Leão IX Leão X

Pág. Part. Nota

Lira, Nicolau de Listenius, Jorge Lombardo, Pedro

334 352 181 05 1 o1 1 03 106 119 202 21 1 21 1 2 23 224 326 575 579

Lourenço (São Lourenço) 396 Luciano de Samósata 249 Lutero, Martinho O 2

08 12 29 37 39 6 8 6 9 1 03 106 1 06 107 107 108 116 141 153 154 181 1 90 1 93 202 222 224 235 249 253

Macedônio (de Constantinopla) Major, Jorge

Ma nes

Ma rci áo Marini, Leonardo Martinho V Martyr, Peter (Pietro Martire Vermiglio) Máximo Melanchton, Filipe

Mênio, Horácio Menius, Justus

Mirus, Martin Moeller, H.

Moerlin, Joaquim Moerlin, Maximiliano Muenzer, Tomás

Musculus, André

Nome

35 6 357 48 1 543 577 579 590 625 65 4 1 45 367 421 579 590 05 609

579 05 333 33 6 05 591

Pág. Par.

8 4 93 424 187 342 348 4 05 608 767 248 16 135 348 4 05 21 531

348 21 185 2 03 21 41 5

Nota

~az ianzeno, Greyório Nestório

Nicolau (São Nicolau) Nicolau III Nisseno Núrsia, Bento de (São Bento)

Obsopoeus, Vicentius Ockam, Guilherme de

Odisseu (Ulisses) Origenes

Osiander, André

Ossuna, Francisco de Ovídio

Pafnúcio Panormitano (Nicolau de Tudeschis) Paulo III (Alessa ndro Fanese)

Paulo de Sa rosa ta

de Peraldo (ou De Paris), Guilherme Pertinaz (ou Ulfiano) Petil iano Peucer, Caspar Pezel, Christoph Pfeffinger, Johann

Píndaro Pio II

Platáo

Plati no (Hurranista) Italiano) Plauto Policar po Pon-peu

Pelágio

Pennafor Rairriund 488

Porfírio Praetorios, Obadias

Régio, Urbano Ri nck, Melc hior Roque (São Roque) Ruedinger, Erasmus

Sabiniano Sa bi no Sanardapalo Schalben, Henrique Schaller, Hieronimus Schuetz, Christian Schuetz, João Schwenckfelf, Kaspar Sebastião (São Sebastião)

Selneccer, Nicolau

Severo (de Antioquia) Sieyfried (de Mogúncia) Silvestre I Siricio Sixto IV Sleupner \ Sócino (ou Sozini, Fausto) Sócrates

Sócrates (ou Eusébio ?)

Sozóveno Spenyler, Lazarus Stancaro, Francisco Stoessel, Johannes Stolz, Johann Striyel, Vitorino

Suídas Suleimá II (Sultão Turco)

Taciano Teodor eto

Teodorico, o Grande Teodoro (de Mopsuéstia) Teodoro (de Raithu) Teodoru (o Presbítero) Teofilato (ou Vulyário) Terêncio

Tertulia no

Tito Lívio Vi l Tournai, Estevao de Trasáo Tudeschis, Nicolau de (Panorrr~i ta no)

Ulisses (Odisseu)

Lllpiano (ou Pertinaz) Ulrico (Duque)

Urbano II Urbano IV

Valente Valentino (São Valentino) Valla, Lourenco Vergílio Vermigli, Pietro Martire (Peter Martyr) Vigilância Vi tor Vítor, Hugo de S. Vulgário (ou Teofilato)

Waim, Gervásio VVidebram, F. Wigand, João

Wolfy anf (Conde de Zweibruecken) Vbycliffe, João

Zenão Zoroastro Zwinylio

Zwi nglio, Huldreich

Hinos do Hinário Luterano Relacionados com as

Leituras da S6rie Trienal "A"

Corr a presente listaserrl de Hinos corr~pleta-se o trabalho de sugerir urr hino para cada urra das leituras das Séries Trienais. Em- 1987 f o r a r publicados os hi- nos referentes a Série Trienal "B", no início deste ano forarr pu- blicados os hinos referentes à Sé- r ie Trienal "C", agora publicarr- se os hinos para à Série Trienal "A".

Este trabalho é feito c o r o 1 i Teológico do ICSP, sob a coor- denacáo do Prof: Raul B l u r . corro parte'dos trabalhos para a cadei- ra de Litufgica.

F o r a r ' evitadas repetições de hinos na medida do possível. Quererros auxiliar os pastores na reducáo do tempo para a escolha dos hinos para os cultos e, alérr disso, tornar o uso do Hinário Lu- terano rrais abranyente.

A Série Trienal "A" terá iní- cio c o r o p r i r e i r o Dovingo no Advento, dia 3 de Dezerrbro de 1989.

Dorningo/Leituras 14 Domingo no Advento Is 2.1 -5 Rm 13.1 1-14 M t 24.37-44 OU Mt 21.1 -1 1

2: Domingo no Advento Is 11.1-10 RM 15.4-13

30 Domingo no Advento IS 35.1 -10 Tg 5.7-10 Mt 11.2-11

4: Domingo no Advento I S 7.10-14 Rm 1.1 -7 Mt 18.1 -25

Natividade de Nosso Senhor 1 X u l t o (Véspera de Natal) 1s 9.2-7 T t 2.11-14 L c 2.1-20

2 X u l t o (Matinal) 1s 52.7-10 Hb 1.1 -9 JO 1.1-14

3 X u l t o (Dia de Natal) IS 62.10-12 Tt 3.4-7 L c 2.1 -20

Hino 1"ominyo após o Idatal I S 63.7-9

303 GI 4.4-7 296 Mt 2.13-15, 19-23

9 6

2"omingo após o Natal 1s 61.10-62.3

10 Ef 1.3-6, 15-18 304 JO 1.1 -1 8

Epifania de Nosso Senhor IS 60.1 -6 Ef 3.2-12 Mt 2.1 -12

1"omingo após Epifania (Batismo de Nosso Senhor) IS 42.1 -7 A t 10.34-38 Mt 3.13-17

2"omingo após Epifania IS 49.1 -6 1 C0 1.1 -9 JO 1.29-41

3: Domingo após Epifania IS 9.1-4 1 C0 9.10-1 7 Mt 4.1 2-23

4: Domingo após Epifania Mq 6.1-8 1 C0 126-31 Mt 5.1-12

5: Domingo após Epifania Is 58.5-9a 1 C0 2.1 -5 Mt 5.13-20

6: Domingo após Epifania Dt 30.1 5-20 1 C0 2.6-13 Mt 5.20-37

7: Domingo após ~b i fan ia . L V 19.1-2, 17-18 1 C0 3.10-1 1 M t 5.38-48

8: Domingo após Epifania I S 49.13-18 1 C0 4.1-13 M t 6.24-34

A Transfiguração do Senhor EX 24.12, 15-18 246 2 Pe 1.16-19 247 Mt 17.1-9 280

Quarta feira de Cinzas JL 2.12-19 59 2 CO 5.20b-6.2 2 75 Mt 6.1-6, 16-21 345

li Domingo na Quaresma Gn 2.7-9, 15-1 7, 3.1 -7 44 Rm 5.12 (13-16), 17-19 79 Mt 4.1 -1 1 405

2 Domingo na Quaresma Gn 12.1 -8 327 Rm 4.1-5, 13-17 366 JO 4.5-36 (27-30,39-42) 393

3: Domingo na Quaresma IS 42.14-21 5 Ef 5.8-14 64 JO 9.1 -41 OU 9.1 3-1 7, 34-39 4

4: Domingo na Guaresma OS 5.1 5-62 395 Rm 8.1 -10 133 M t 20.1 7-28 83

5: Domingo na Guaresma E i 37.1-3, (4-10) 11-14 135 Rm 8.1 1-19 292 JO 1 1.1 -53 OU 1 1.47-53 526

Domingo de Ramos (Semana da Paixão) IS 50.4 - 9b \ 396 Fp 2.5-11 86 M t 26.1 -27 OU 26.1 1-54 79

2: feira na Semana Santa IS 42.1-9 Hb 9.11-15 Jo 12.1-1 1

3: Feira na Semana Santa IS 49.1-6 18 1 C0 1.18-25 80 JO 12.18-36 6

4: Feira na Semana Santa I S 50.4-913 392 Rm 5.6-1 1 282 M t 26.14-25 257

5: Feira de Endoenças EX 12.1-14 109 1 C0 11.1 7-32 OU 11.23-26 196 JO 13.1 -1 7,34 269

6: Feira da Paixão IS 52.13-53.12 O 3 Hb 4.14-16; 5.7-9 125 JO 18.1 -1 9.42 367

Sábado de Aleluia Dn 3.1, 3-9, 12-29 399 1 Pe 3.17 -22 4 43 M t 27.56 - 66 90

Vigília Pascal EX 14.10-15 OU 14.26-29 99 Rm 6.3-1 1 371 MC 16.1-8 113

Domingo de Páscoa At 10.34-43 130 CI 3.1 -4 1 02 JO 10.1-9,(10-18) OU Mt 28.1 -10 108

Noite de Páscoa Dn 12.1-3 ou Jn 2.2-9 105 ~ C O 5.6-8 109 LC 24.13-49 198

2"omingo de Páscoa At 2.14a, 22-32 114 1 Pe 1.3-9 2 82 LC 24.13-35 112

3"orningo de Páscoa

49omingo de Páscoa At 6.1 -9; 7.2a, 51 -60 131 1 Pe 2.19-25 1 59 Jo 10.1-10 2 79

50 Domingo de Páscoa At 17.1-15 456 1 Pe 2.4-10 327 Jo 14.1.12 470

6"omingo de Páscoa At 17.22-31 104 1 Pe 3.15-22 31 6 JO 14.15-21 233

Ascensão de Nosso Senhor At 1.1 -1 1 537 Ef 1.16-23 115 LC 24.44-53 270

7"omingo de Páscoa At 1.(1-7) 8-14 125 1 Pe 4.1 2-1 7; 5,6-11 338 JO 17.1-11 278

Véspera de Pentecostes A t 2.1-11 138 Rm 8.1 4-1 7,22-27 365 Jo 7.37-39a 143

Domingo de Pentecostes JI 2.18-29 142 At 2.1 -21 133 JO 16.5-11 140

Domingo de Pentecostes (a noite) EZ 3622-28 135 Ap 21.1-5 432 M t 28.1 6-20 295

19omingo após pentecostes Gn 1.1 -2.3

2: Domingo após Pentecostes Dt 11.1 8-21 27-28 39 5 Rm 321 -25a,27-28 376 Mt 7.(15-20) 21-29 140

3: Domingo após Pentecostes OS 5.15-6.6 347 Rm 4.18-25 118 Mt 9.9-13 31 9

4: Domingo após Pentecostes Ex 192-8a 135 Rm 5.6-1 1 378 Mt 9.35-10.8 338

59omingo após Pentecostes Jr 20.7-13 428 Rm 5.12-1 5 285 M t 1 024-33 31 6

6: Domingo após pentecostes Jr 285-9 135 Rm 6.1 b-11 140 Mt 1034-42 390

7: Domingo após pentecostes ZC 9.9-12 14 Rm 7.15-25a 400 M t 1 1 25-30 355

89omingo após pentecostes IS 55.10-11 244 Rm 8.15-25 320 Mt 13.1 -9 (18-23) 24 5

9: Domingo apos pentecostes 1s 44.6-8 174 Rm 826-27 -

' 135 Mt 1324-30 (36-43) 194

1@ Domingo após pentecostes 1 RS 3,5-12 243

1 1"omingo após pentecostes IS 55.1-5 21 2 Rm 8.35-39 21 4 Mt 14.13-21 21 O

1 2 Domingo após pentecostes 1 RS 19.9-18 41 6 Rm 9.1 -5 40 9 M t 1 422-23 408

13: Domingo após pentecostes IS 56.4, 6-8 324 Rm 11.13-1 5,29-32 332 M t 1 521 -28 33 1

140 Domingo após pentecostes EX 6.2-8 209 Rm 1 1.33-36 21 8 Mt 16.13-20 269

1% Domingo após pentecostes Jr 15.15-21 31 7 Rm 12.1-8 472 M t 1 621 -26 31 9

1@ Domingo após pentecostes EZ 33.7-9 392 Rm 13.1-10 388 Mt 18.15-20 355

l i? Domingo após pentecostes Gn 50.15-21 530 Rm 14.5-9 533 Mt 1821-25 39 5

\

18. Domingo após pentecostes IS 55.6-9 39 1 FI 1.1 -5 (6-1 1 ), (1 9-27) 31 9 Mt 20.1 -1 6 397

1 9 Domingo apos pentecostes EZ 18.1 -4,2532 38 1 Fp 2.1 -5 (6-1 1 ) 386

20r Domingo após pentecostes 25"omingo após pentecostes 1s 5.1-7 240 Os.11.1-4, 8-9 21 6 FI 3.12-21 382 1 Ts 5.1 -1 1 537 Mt 2133-43 281 Mt 243-14 OU 25.1 4-30 384

21"omingo após pentecostes 1s 25.6-9 21 6 FI 4.4-13 209 Mt 22.1 -10 367

2 2 Domingo após pentecostes 1s 45.1 -7 160 1 Ts 1.1-5a 395 Mt 22.1 5-21 387

23: Domingo após pentecostes LV 19.1-2, 15-18 388 1 Ts 1.5b-10 155 Mt 22.34-40 (41 -46) 38 1

24': Domingo após pentecostes Am 5.18-24 364 1 Ts 4.13-14 (15-18) 53 5

Antepenúltimo Domingo do Ano da Igreja J Ó 14.1 -6 OU MI 2.1 -2, 4-10 41 1 1 Ts 3.1 1-13 ou 2.8-13 227 Mt 24.15-28 OU 23.1-12 303

Penúltimo Domingo do Ano da Igreja Jr 2530-32 ou 26.1-6 195 1 Ts 1.3-1 0 ou 3.7-1 3 424 Mt 2531-46 OU 24.1-14 425

Último Domingo do Ano da Igreja 1s 65.17-25 OU Ez 34.1 1-1 6, 23-24 529 2 Pe 33-4, 8.10a, 1 3 OU 1 CO 15.20-28 131 Mt 25.1 -13 OU 2531-46 543

Estudo Homilético Ely Prieto

DIA DE FINADOS Texto: Is 35.1 -10

1) As leituras do dia: Finados! Por que lembrar os

mortos? Os mortos! na verdade, não são os mortos que estão sen- do lembrados, mas sim, os "fiéis que dormem no Senhor". Diante deste fato, a pregação do dia to- ma um outro rumo, um outro enfo- que. E neste sentido, as leituras sugeridas para o dia não poderão ser ignoradas pelo pregador.

- a) Salmo 34.1-9: O salmo conclama os fiéis à confiança no Senhor e à sua bondade. Quem confia no Senhor jamais sofrerá vexame, pelo contrário, será bem- aventurado!

b) 2 Pedro 3.8-14: O cristão aguarda com ansiedade a vinda do Senhor, confiante na sua pro- messa de que habitará novos céus e nova terra.

c) João 5.24-29: Ouvir e crer na Palavra de Jesus tem implica- ções eternas, significa que o cris- tão passou da morte para a vida.

Esta passagem e sua temá- tica poderiam ser resumidas de várias formas, tais como: o dia da Igreja Triunfante, Salvação para o povo de Deus, ou ainda, Vitória dos Redimidos. O capitulo 35 é um forte contraste ao capi- tulo anterior, o 34. Destruição e morte dão lugar à recriação e a vida. Deus está vindo para condu- zir seu povo ao lar eterno, ofere- cendo sua salvação através de um caminho seguro. O Deus de Is- rael revela-se como o Redentor. Não há motivo para desânimo e desespero. O povo é convidado a reerguer a sua confiança no Se- nhor e a esperar pela sua salva- ção. O caminho que Deus prepa- rou é um caminho Santo (cf. Is 11.16, 40.3, 43.19, 49.1 1, Jo 14.6; Mt 22-16), e somente a nação santa - seu povo Israel - poderá trilhar por ele. Somente aqueles a quem o Senhor remiu e resgatou é que poderão viajar pelo cami- nho seguro. Estes verão a Sião com cânticos de júbilo e a alegria eterna coroará suas cabeças.

2) O texto do sermão: 3) O texto para o ouvinte: Neste capitulo encontramos O objetivo do texto é de fé:

.uma poesia de empolgante e rara os ouvintes são estimulados a beleza. Ela transmite a imagem permanecerem firmes na fé, con- da Igreja Triunfante, que após fiantes nas promessas e na mise- muito militar, brilha, afinal, como ricórdia do Senhor, sabendo que todo o fulgor da sua glória ce- somente de Deus provém a sal- lestial. va ção.

- 78 -

A moléstia, que o próprio tex- 4) Sugestão de esboço: to explora, é a seguinte: a situa- Tema: Trilhai o Caminho ção de desânimo e falta de espe- Santo! rança do povo. Parece que ha- Qua I? viam esquecido quem era Deus - I - O Cà minho da Fé. sua fidelidade, suas promessas e II - O Caminho que leva ao sua salvação. Céu.

O meio, assim como a molés- tia, é amplamente ressaltado no texto. O Senhor virá e salvará o seu povo. Há motivo para alegria e resplendor, pois os remidos do Senhor trilharão pelo Caminho Santo e verão a Sião eterna. Já não haverá tristeza, lamúria ou desânimo, pois a alegria eterna coroará suas cabeças (cf. Ap 2.1 O).

Outra opção: Tema: Trilhai o Caminho

Santo! Como? I - Confiantes no Deus da

salvação. II - Com os olhos voltados

para o Céu.

* Pastor da IELB em Porto Alegre, RS

Estudo Homilético Fim de Ano (Ano Novo) - Fp 3.13,14

Introdução:

Janeiro. Por que este primeiro mês do ano se chama Janeiro?

Quem deu este nome ao mês foram os romanos, provavelmente em homenagem ano deus Jano. Este deus guardava a entrada do pórtico do Panteão e tinha uma característica muito particular: Tinha duas faces uma voltada Da- ra fora do pórtico, e a outra voita- da para dentro. Talvez por isso o primeiro mês do ano recebeu este norrie de Jano - Janeiro, pois Janeiro está num limiar: olhando para trás vê o ano que passou e olhando para frente vê o ano que inicia.

No longínquo passado o povo de Deus estava também num li- miar de grande significação. Refi- ro-me àquele dia na história do povo de Israel, momentos antes de atravessar o mar em sua jor- nada à Terra Prometida: à sua frente as águas do mar como bar- reira natural e intransponível; às suas costas o exército de Faraó disposto a exterminá- 10s. E quan- do Deus, através de Moisés, orde- na: "Dize aos filhos de Israel que marchem!" O mar se abre, o povo passa; o mar se fecha e o exército de Faraó é dizimado.

Tema: "Dize aos filhos de ls- rael que marchem!"

A) O primeiro passo: esque-

Guido R. Goerl

cer o passado. V 13 1. Paulo e o passado: 1.1 - Nascido em Tarso da

Cilícia, ano 10 da nos- s era, de família judia da .tribo de Benjamin (Rm 11.1) e cidadão ro- mano; recebeu de Ga- maliel, em Jerusalém, séria formação reli- giosa segundo as dou- trinas dos fariseus (Fp 3.5). No ano 36 A.D. convertido no caminho para Damasco (At 9.1 - 9).

1.2 - Perseguidor Na morte de Estevão: At 7.58, 22,20; 26.10 Perseguidor da Igreja: At. 22. 4ss; 26.9-12; í i l 1.13; Fp 3.6

1.3 - Perseguido Doenças: Paludismo (rralária) GI 4.13 - Espinho na carne: 2Co 12.7 Trabalho, fadiga, pri- vações: 1 Co 4.9-13; 2 Co 4.8s~; 2Co 6.4-10; 11.23-27.

1.4 - Preso (em 58 A.D.); At. 21.27s~; dois anos erri Roma: At 28.30

1.5 - Mas quer esquecer tu- do Por quê? Veja Fp 3.21 (Lucro).

2. Nosso Passado:

2.1 - Nossas maldades: ira, furor, impaciência (SI 37.8); mentiras (ef 4.25); doutrinas vãs e estra- nhas (horóscopos, etc), Hb 13.9; língua solta (fofocas), Tg 1.26, obras da carne (GI 6.1 6ss).

2.2 - Nossos sofrimentos: perdas materiais, nos- sas cruzes, sofrimen- tos físicos, perdas de entes queridos, etc.

2.3 - Queremos esquecer porque:

1: - Estamos con- tristados, arrependi- dos, não gostaríamos de repetir os erros.

2: - Estamos per- doados pela fé em Cristo.

3: - "Não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós." Veja Rm 8.1 8.

E) O segundo passo: olhar pa- ra a frente V. 13

1. Paulo escreve da prisão (Fp 1.7, 12-17)

1.1 - sua condenação está próxima sem culpa le- gal - 2 Tm 4.6: "sendo oferecido por liba- <;ão ..." a favor do Evangelho (Fp 1. 12-1 4).

1.2 - Mesmo assim olha pa- ra a frente, "avançan- do" "diante de mim".

Não com medo. Esta epístola fala muito em alegria e é chamada por um comentarista como "efusão do cora- ção" (Fp 1.18,25; 2.2, 17,18,28,29;3.1;4.1;4,10).

1.3 - "O tempo de minha partida é chegado" (2 Tm 4.6)

2. Quanto t e w o nos resta? 2.1 - Quando serermos liber-

tados? Também estamos nu- ma prisão. Veja Rm 8.22,23. I I ... gememos.. . a guar- dando ... adoção de fi- lhos ... nossa reden- ção."

2.2 - Quanto tempo para crer, crescer espiri- tualmente...? Estamos remindo o tempo? (Ef 5.16) A noite vem (Jo 9.4); já vem chegando o dia (Rm 13.1 2); E vem de surpresa como o la- drão (1 Ts 5.2) Estamos lutando? (Ef 6.1 2)

2.3 - O exemplo do atleta - 1 C0 9.25-27. Domina-se, corre, luta, golpeia, esmurra... Mt 5.29,30: "Se o teu olho te faz tropeçar, arranca-o!"

C) O terceiro passo: Marchar para o alvo. V 14.

1. O alvo de Paulo: 1.1 - O prêmio (resultado fi-

nal da marcha)

A coroa da justiça - 2 Tm 4.7,8. Incorruptível, sem má- cula (1 Pe 1.4) O que é melhor - Fp 1.23 - incomparável.

1.2 - A soberana vocação E o chamado das tre- vas para a luz; Da escravidão do pe- cado para a libertação em Cristo. 2 Tm 1.9 - "salvou e chamou com santa vo- cação".

1.3 - Em Cristo - Satisfação vicária Não mérito de Paulo . Foi ele quem mais ên- fase deu: pela fé, por graça: 1 Co 15.10 - "Pela grac;a de Deus SOU O que sou". 2 Co 4.7 - "a excelência do poder seja de Deus e não de nós". Ef 3.7 - "conforme o dom de Deus". Fp 4.13 - "tudo POSSO naquele que me forta- lece". O fim da vossa fé, a salvação das almas - 1 Pe 1.9

2. O nosso alvo 2.1 - Os planos

para o Ano Novo. Na família, na empre- sa, nos estudos, no noivado, no casamen- to, na sociedade, na aquisição de bens du- ráveis ... etc. Tudo muito saudável, justo e necessário, po-

rém Pv 16.1 - "O cora- ção do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos Iá- bios vem do Senhor!" Sempre é borr lembrar aquela velha frase que o homem simples do interior usa: "Se Deus quiser".

2.2 - Mas há coisa melhor, que a trac;a e a ferru- gem não corroem nem destroem, e os ladrões não roubam. Mt 6.20 Hb 13.1 4 - ".. . não aqui cidade permanente, buscamos a que há de vir." CI 3.1,2 - "... buscai as coisas lá do alto ..." Mt 6.33 - "... buscai erri primeiro lugar o reino de Deus. .." SI 40.1 6 - "... Folguem, ... rejubilem ..., os que te buscam ..."

2.3 - Bem-aventurança Sim, porque nem cho- ro, nem lágrimas, nem cruzes, nem perdas. Mas. .. reencontro, ale- gria, paz, glória, lou- vor.

Conclusão: 1 - Arrependa-se do seu pas-

sado pecaminoso. Console-se com o perdão junto a Cristo.

2 - Olhe para a frente e des- cubra as oportunidades que Deus ainda oferece neste seu tempo da graça.

3 - Prossiga, mesmo que a pe- nas vislumbre alguns palmos a frente para dentro da neblina do

futuro. Não sabemos o que nos separe do amor de Deus que está aguarda no futuro aqui no mundo, em Cristo Jesus (Rm 8.22,23). mas conhecemos quem cuida do . 5 - Feliz Ano Novo no Senhor futuro. Depois da neblina tem uma Jesus! coroa. * Pastor da IELB em

4 - Não permita que nada o Porto Alegre, RS

Estudo Homilético * EDISON G,LIENKE

Texto: Is 52.7-1 0 1) Período eclesiástico: NA-

TAL, E cumprimento de promessas.

6 tempo de lembrarmos todas as promessas de Deus, reunindo-nos na fé e alegria de sermos filhos amados de Deus. Todas as pro- messas de Deus serão cumpridas.

Deus tem promessas glorio- sas para uma igreja que sofre atualmente. A igreja militante triunfará em breve, porque Deus é fiel.

2) Textos do dia SL 2 - Cristo é o Senhor todo-

poderoso. Quem deseja salvação, busque-a nele.

Jo 1.1-14 - O Verbo, adorado por todos, se fez carne e não foi conhecido pelos homens. Nós também vimos a sua glória (reco- nhecemos que ele é o Senhor).

Hb 1.1-9 - O Filho é herdeiro de todas as coisas, é expressão exata da glória de Deus.

3) Contexto A mensagem da perícope de

Isaias, dentro de seu contexto, é uma mensagem de ânimo e ale- gria para um povo humilhado, so- frido e injustiçado no profetizado cativeiro.

O texto está incluído no "Vo- lume da Consolação" (cc. 40-66), tio qual há três secções focali- zando três aspectos específicos da pessoa e da obra de Cristo:

1) Javé é o único Deus capaz de conhecer o futuro (40-48); 2) O "servo do Senhor" (que As vezes denomina Israel, outras vezes, Javé, e outras ainda, ambos) tem, neste caso a função específica de redimir a Israel (49-57); O reinado de Javé traz consigo "o raiar de um novo dia de salvac;ão para to- da natureza, nações e indivíduos" (58- 66).

- São impressionantes os detalhes com que são descritos o "Sofrimento do Servo" (52.13-53.13) e a "Vitória do Se- nhor" (52.7- 10).

- Este paradoxo "Servo-Se- nhor" ("O meu Servo será exalta- do" 52.13) faz com que a história inverta os seus valores: os reis serão humilhados e o "Servo" (Is- rael) será exaltado.

4)Texto O Texto possui uma lingua-

gem política ("Portador de boas notícias", "Paz", "teu Deus Rei- na", "Seu povo", "Todas as Na- ções"), que expressa uma mensa- gem dupla: a libertação política do cativeiro e a libertação esca- tológica.

V. 7 - Anunciar a Vitória - Cinco expressões seguidas, em linguagem poética, traduzindo o mesmo sentido, revelam o privilé- gio da rriissão do mensageiro. Rm 10.5 aplica este texto aos preya- dores do Evangelho.

V. 8 - Ver a Vitória - é a pri- meira experiência dos atalaias (que vigiam) sobre Israel. Eles "Gritam", "erguem a voz" e "Exultam". Não se pode conter tamanha alegria de ver cumprin- do-se a promessa.

V. 9 - Experimentar a Vitória - é o prazer do que restou de jeru- salém. O Senhor (Deus de Israel) voltou a reinar.

V. 10 - A Decepção dos Reis e Nações - à vista do escândalo do "Servo exaltado" (52.13).

Este texto é muito pertinente para a Igreja atual. Ele contraria frontalmente a tendência da Teo- logia da Libertação de "Organi- zar o povo de Deus para a luta pela Justiça", a fim de implantar o Reino de Deus. No texto, Deus mostrou seu poder e assumiu o seu trono. A notícia da Vitória pa- rece ter sido grande surpresa tanto para Israel como para as outras nações. O motivo da Ale- gria não é a vitória na luta do povo, mas "o retorno do Senhor a Sião" (52.8) e a "Salvação do nosso Deus" (V. 10).

5) O texto para o ouvinte Objetivo: de Fé - reanimar os

cristãos na esperança- (espera) pela manifestação visível do Rei- no de Deus diante de todas as na- ções.

Moléstia: A situação de Israel sob o cativeiro é corn~arável à nossa sob a ação do 'diabo, do mundo e da nossa carne.

- Humilhação e injustiça - Opressão ("seus tiranos

sobre eles dão uivos" - 52.4) ("as cadeias do teu pescoço" - 52.2)

- Desânimo ("sacode-te do pó, levanta-te" - 52.2)

Meio (Evangelho): Deus liber- tou Israel com poder ("Eis-me aqui e todas as nações saberão quem é Deus).

Nós, apesar de termos sido vendidos à escravidão do Pecado pela nossa maldade, fomos liber- tados por Deus com Sacrifício (:Por preço fostes comprados").

Nos dois casos aparece a ação graciosa de Deus em prol daqueles que ama.

Agora, este mesmo Deus que nos libertou dá-nos a promessa de esperança: "O meu servo será exaltado". Assim como aqueles que oprimiram o "Servo" (Israel) e o "Servo" (Cristo) ficaram abis- mados quando viram Javé reto- mar sua glória, assim os opresso- res do "Servo" (Igreja do NT) fi- carão frustrados quando virem quem é Deus.

6) Esboço Tema: "O nosso Deus reina" 1 - Com poder 1.1 - libertou Israel 1.2 - em Cristo venceu todos

que se opunham a ele: Her odes Diabo Morte

2 - Com graça 2.1 - foi o socorro de Israel 2.2 - Veio ao mundo emCristo

para ser o nosso socorro 3 - A Igreja agora 3.1 - alegra-se com seu rei

poderoso e gracioso 3.2 - aguarda esperançosa a

glória do retorno de Cristo nin- guém impede sua ação poderosa

e graciosa; nascimento, vida, res- 3.3 - serve-o, anunciando a surreição e retorno de Jesus salvação aos povos. ao céu provam isso. * Pastor em Caxias, RJ.

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO Escola Superior de Teologia Dep. de .Programações TeológicasIDep. de Comunicação Diretório Acadêmico Concordia (DAC).

Documento I N T R O D U Ç Ã O

Com o objetivo de não per- dermos na memória e na prática os importantes assuntos debati- dos nesta Reflexão Teológica, o DC/DAC decidiu sintetizar o seu conteúdo e formular, portanto, es- te documento.

Nesta Reflexão palestrou- nos o Rev. Dr. Johannes Gedrat, Presidente da Igreja Evangélica Luterana do Brasil(lELB).

Este Documento deve servir não apenas de síntese de um mo- mento histórico, mas também de material para reflexão com vistas a um melhor desenvolvimento da Igreja no campo missionário.

1. Um quadro da atualidade da IELB

O desenvolvimento histórico da IELB, desde as suas origens, traz como conseqüência um qua- dro de congregações onde, em termos gerais, caracteriza-se as- sim: 1/3 dos membros são "au- sentes", 1/3 são "presentes) e 113

dos membros são "ativos". São destas congregações

que provêm os pastores da nossa Igreja. Por isso, mesmo havendo uma boa formação no ser~inário, o pastor luterano carece de uma convicção ideal para o trabalho na Igreja. Por causa disso, ele não consegue dinamizar missio- nariamente a congregação onde atua.

Mesmo assim, houve um cres- cimento na IELB. Porém, um cres- cimento natural, do tipo que "Não se pode impedir". Isto se deve à falta de um programa de educa- ção cristã efetivo e bem estrutup rado, que abranja desde a crian- cinha até o ancião dentro da con- gregação. Sem este ensino biblico efetivo, fatalmente não haverá vi- vência da fé, testemunho alegre da esperanc;a cristã. Se nós "não conhecemos a mensagem do evangelho como melhor tesouro", não podemos esperar uma' grande expansão missioná ria em nossa Igreja.

2. Expansão Missionária

A expansão missioniiria da IELB, em conseqüência deste quadro das nossas congregações, foi meramente migratória, espe- cialmente no Oeste e Norte do Brasil. Membros luterarios do Sul do país e do Espírito Santo, deslo- cando-se para aquelas regiões, solicitam atendimento religioso e assim é enviado para lá um pastor da IELB e formada uma nova con- gregação. No Nordeste brasileiro, em geral, houve uma pequena ex- pansão com base no trabalho realizado a partir de ouvintes da Hora Luterana.

Esta fraca expansão missio- nária da IELB é devida, em grande parte, ao despreparo dos pasto- res para o trabalho evangelístico dentro da realidade brasileira. Estes fatos demonstram que, na prática, a IELB não possui uma política missionária estabelecida.

Houve algumas experiências na área missionária que deram bom resultado, mas que, contudo, não chegaram a delinear uma po- lítica r~issionária na IELB. Alguns exemplos destas experiências po- sitivas são: os C.1.M.S; o incentivo às lideranças distritais no sentido de serem mais autônomas em sua ação evangelistica; o P.I.E.; a descentralizaç o das igrejas-se- des para o tra $ alho missionário e formação de novas congrega- ções, e os seminários de capaci- tação para missionários de deter- minadas regiões.

3. O que poder ser feito para melhorar a ação missionária

a) Maior preparo na área só- cio-cultural: a Igreja espera que os alunos dos seminários tenham um maior preparo na área socio- lógica, no sentido de que conhe- çarT melhor a realidade onde irão trabalhar no futuro quando pas- tores.

b) Trabalho conjunto com ou- tro pastor: seria desejável que cs forrrlandos, ao sair do seminário, tivessem ao menos dois a nos de trabalho conjunto con-I um outro pastor experiente antes de assu- mir uma congregaçáo. isto para que pudessem sentir e desenvol- ver melhor seus dons específicos no ministério.

c) Reestruturação das con- gregações: há necessidade de uma reestruturação das congre- gações para dinamizar o' sacer- dócio real dos crentes e efetivar um programa de educação cristã que atinja todos os seus membros em todas as faixas etárias. O pastor deveria ser um equipador ao invés de um "faz-tudo". A par- tir de um maior envolvimento e di- namizaçáo dos membros da con- gregação, surgirá naturalmente o trabalho missionário.

d) Conscientização da mor- domia cristã: é preciso haver uma maior conscientização de que a fé implica em mordomia cristã. O ofertar para o trabalho da Igreja é parte do exercício do sacerdócio real. A mordomiacristã é o resul- tado daquilo que Cristo fez por nós.

e) Maior cuidado no recruta- mento de candidatos ao Ministé- rio: há muitas falsas motivações que levam nossos jovens a estu- dar nos seminários. Os grandes

recrutadores são os próprios pais, os pastores e os estudantes de teologia (futuros pastores). Estes devem transmitir aos prováveis candidatos ao MinistBrio a verda- deira alegria cristã e um profundo amor pelas pessoas. Isto para que estes candidatos possuam uma motiva qão melhor direcionada para tornarem-se pastores.

4. Método Missionário

Não há um método especifico que possa ser aplicado em todos os lugares do mesmo modo.

E necessário conhecer o ele- mento humano para o qual dire- cionamos nosso testemunho, para que a mensagem do evangelho seja relevante a ele. Para isso é preciso pesquisa, planejamento e estruturação, além do conheci- mento bíblico. A estrutura para a missão deve estar baseada "no serviço organizado e planejado de amor ao próximo e de testemu- nho ao mundo. Então a estrutura será boa e poderá funcionar com a graça e a bênção de Deus".

II - REFLEXÁO EM GRUPOS

O palestrante lançou ao gru- po duas questões para serem de- batidas e a síntese das conclu- sões a que estes grupos chega- ram é a seguinte:

1. Como a estrutura da IELB favorece ou dificulta a expansão missionária da mesma?

Favorece: - permitindo uma democra-

cia organizada.

- fornecendo recursos hu- manos para a missão.

- amparando a congregação na missão.

Dificulta:

- Criando um certo comodis- mo missionário nas congreya- ções, que passam a esperar todos os recursos da estrutura.

- ditando planos gerais de ação, sendo que estes deveriam partir das próprias congregações, baseando-se nos seus próprios problemas, para que a estrutura possa, a partir deles, traçar um plano que realmente venha a ter bons resultados.

- estando geograficamente mal localizada (Extremo Sul do país).

2. Dê a sua sugestão sobre como os pastores poderiam orga- nizar melhor a atuação missioná- ria de todos os sacerdotes de sua congregação.

- O pastor deve dialogar com os membros a respeito de sua missão, descobrir seus dons. - Proporcionar aos membros

oportunidades de falar à congre- gação ou a pequenos grupos para perder o medo.

- Confiar nos líderes da con- gregação quando Ihes delega ta- refas.

- O pastor não é o executor único da missão, mas é equipador dos santos.

Comissão Redatorial: Eva ndro Denzin Paulo Roberto Teixeira Roberto Carlos Couto

Recensáo * Deomar Roos

KIRST, Nelson, KILPP, Nelson, SCIIWANTES, Milton, RAYMANN, Acyr, e ZILIMER, Rudi. Dicionário Hebra ico- Português 5 Ararnaico-Português. São Leopoldo e Pe t ró - polis, Sinodal e Vozes, 1988. (305 páginas, capa dura, 16,5x24 crn.)

Por um bom tempo sabia-se que este dicionário estava em fase de "gestação" e o seu lan~amento era aguardado até com certa ansiedade. E o produto final não desapontou. O projeto começou lá pelos idos de 1981, ocasião em que os seus elaboradores encontra- ram-se pela primeira vez e traçaram as primeiras diretrizes que resul- taram no volume que hoje temos em mãos. Cláudio Molz, um dos editores, afirma que "o presente dicionário nasceu da luta do estu- dante brasileiro por uma compreensão mais profunda da Bíblia. Fa- zendo parte do currículo de exegese bíblica, o hebraico exigia do estudante, em geral, o conhecimento ou do alemão ou do inglês" (PY. VII).

Seus autores são todos professores de AT de seminários luteranos brasileiros. Nelson Kirst, Nelson Kilpp e Milton Schwantes são da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Acir Ray- mann e Rudi Zimmer são conhecidos professores dos seminários da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Os autores assumirarri, paralelo à sua atividade docente, a tarefa extra de elaborar esta obra. Na divisão do trabalho, cada autor incumbiu-se dos verbetes iniciados por deterrr~inadas consoantes da língua hebraica e o prof. Rudi Zimmer encarregou-se da parte aramaica (além dos vocábulos da letra hebraica mem). Dada a dificuldade com a grafia hebraica em nosso país, todos os originais foram redigidos à mão. Todo o trabalho de composiçáo e diagramaçáo foi feito em Tel Aviv, Israel. A irr~pressão e o acabamento são brasileiros. A revisão das provas foi feita também em Israel por dois especialistas brasileiros, Claudio Molz e Ludovico Garmus. O dicionário foi publicado em co-edição pelas Editoras Sinodal e Vozes e teve o apoio financeiro de entidades religiosas da Alemanha Ocidental.

Os autores "não tiveram a intenção de inovar linyuisticamente mas apenas facilitar o acesso ao que existe em outras línguas" (py. VII). A base para a pesquisa foi o monumental Lexicon in Veteris Testamenti Libros, de Koehler e Baumgartner, obra que é padrão mundial na lexicografia do AT. Outras obras igualmente consagradas nos estudos vétero-testamentários também foram utilizadas (tais co- mo os dicionários de I-iolladay, Gesenius, BDB, etc.). Os objetivos

delimitados pelos autores são os que seguem: " - manter o Dicionário breve para favorecer a sua aquisição

e difusão, e também para acelerar a percepção dos conteúdos; - dispensar a citação integral das passagens bíblicas, restringindo-se a alguns exemplares; - deixar ao usuário a tarefa da transliteração ou adaptação do nome próprio, remetendo para algumas passagens onde consta no texto massorético (...); - dar, ao lado das formas regulares, realce às excepcionais ou incomuns; - omitir os verbetes hipotéticos, isto é, os que não aparecem no texto hebraico do AT; - se possível, apresentar, na seqüência de vários significados, o básico em primeiro lugar seguido pelos demais, como por exemplo pelos extensivos ou figurados" (pg. Vll). A edição revista e atualizada da Bíblia de João Ferreira de Almeida, devido à sua tradição no contexto dos autores, teve influência na elaboração dos significados dos verbetes.

A qualidade gráfica do dicionário é excelente. A pontuação he- braica está absolutamente nítida. As raízes verbais são grafadas sem a tradicional pontuação do Perfeito Qal. O dicionário fornece as consoantes que compõe a raíz verbal bem como sua yrafia nos diferentes troncos. Quando possível, as raízes verbais dos substan- tivos são indicadas. As grafias alternativas ou excepcionais constam na lista alfabética e o leitor é remetido aos vocábulos ou raízes que Ihes correspondem. Estão incluídas nas listagens as reflexões de gênero e número dos vocábulos bem como a forma construta e formas representativas com sufixos pronominais. O dicionário é sucin- to e não intenciona mencionar todas as nuâncias de sentido de cada termo. Os significados anotados são os básicos a cada verbete. Numa pesquisa mais aprofundada outros léxicos deverão ser consultados, além deste.

O mercado livreiro brasileiro não tem muitas publicações como esta. Esta obra veio preencher esta lacuna e atender um determinado segmento da pesquisa teológica. Este dicionário é ferramenta muito Útil para o estudo do texto do AT. A partir de agora será mais fácil estudar o AT no seu texto original. Aquele que o comprar estará fazendo uma aquisic;ão que merece estar em sua biblioteca.

* Professor da Escola Superior de Teologia do ICSP.

Você também pode ser estudante do

Instituto Concórdia de São Paulo

O Instituto Concórdia de São Paulo é uma das Escolas que a Igreja Evangélica Luterana do Brasil criou para formar.obreiros e preparar pessoas para o trabalho no reino de Deus.

O Instituto Concórdia de São Paulo está situado no Bairro Campo Limpo da Cidade de São Paulo, na Rua Raul dos Santos Machado, 25. Suas instalações incluem prédios para Pré-Escola e Escola de I: e 2: Graus, Escola de Teologia, Auditório, Cozinha e Refeitório, Alojamentos dos Alunos, Sala de Lazer, Residências de Professores. Há também instalações para práticas desportivas incluindo Campo dg Futebol, Quadra de Basquete e Volei.

Se você quiser estudar no ICSP poderá fazê-lo de três maneiras: pela forma residencial, morando no ICSP; nos Intensivos, geralmente oferecidos em fevereiro e julho; ou nos Cursos oferecidos por Extensão. (Neste folheto você vai). Conheça os Cursos que o ICSP oferece, suas formas de estudo, e como obter informações sobre eles.

F O R M A S D E E S T U D O

RESIDENCIAL - neste caso você precisa vir morar em São Paulo. Há possibilidade de alojamento no próprio ICSP. Você será conside- rado -um estudante de tempo integral e terá uma carga de aulas adequada a sua situação.

INTENSIVO - neste caso você fará as disciplinas de seu Curso quando estas forem oferecidas de forma intensiva, nos períodos de fevereiro e julho. O tempo de duração dos Cursos Intensivos é de, no máximo, 2 semanas.

POR EXTENSÃO - n ste caso você estudará normalmente en? sua própria residência s & a orientação dos Professores do ICSP. Você terá, também, encontros regulares com um monitor da região onde você reside. Este monitor será indicado pelo ICSP.

CURSOS DE SEGUNDO GRAU

O ICSP oferece dois Cursos de 2: Grau - Magistério e Colegial. No 2: grau magistério, de quatro anos de duração, são formados Professores de 1: à 4: Série, com especialização em Pré-Escola. No

Colegial, de três anos de duração, recebe-se a formação clássica de 2: Grau. Ambas as rrtodalidades servem, também, para preparar candidatos para o Curso de Teologia.

PRÉ-REQUISITOS: exige-se do aluno que tenha concluído o 1: Grau.

MODALIDADE: estes Cursos são oferecidos apenas de forma resi- dencial.

DIACONIA EM EDUCAÇÁO CRISTA - Por este curso as pessoas são preparadas para atuar na Escol,a Dominical, na Instrução de Confir- mandos e em Estudos Bíblicos. E o curso ideal para os que já atuam na área da educa~áo cristã na Congregação, bem como para profes- sores de pré-escola, 1: e 2: Graus, e para todos os que desejam entrar para a fascinante área da educação cristã.

PRE-REQUISITOS: Os candidatos deveriam ter concluido o 1%rau, elou estar trabalhando na área de educação cristã.

MODALIDADES: Residencial, Intensivo, Extensão.

DIACOC4IA EM MUSICA- Neste Curso são preparados jovens, mulheres e homens na teoria e prática musical dos mais diversos instrumentos, como flauta, violão, harmônio, órgão e piano, bem como regência coral. Ao mesmo tempo oferece noções sobre culto e liturgia, tornando as pessoas aptas para auxiliar as congregações na área de música e liturgia.

PRÉ-REQUISITOS: Os candidatos deveriam ter concluido o 1: Grau, elou estar atuando na área da música.

kt40DALIDADES: Residencial e Intensivo.

DIACONIA EM EVANGELIZAÇÁO- Neste curso são preparadas pessoas para atuar na área do evangelismo, aprendendo a doutrina e toda metodologia prática para auxiliar no trabalho evangelístico.

PRE-REQUISITOS: Os candidatos deveriam ter concluido o 1 S r a u , @/ou estar ativos no trabalho de suas congregações.

MODALIDADE: por extensão.

Teologia Curso de Teologia forma pastores para a Igreja Evangélica Lute-

rana do Brasil. A Escola Superior de Teologia recebeu da IELB a tarefa especial de preparar pastores habilitados para o trabalho mis- sionário. O Curso de Teologia tem a durac;ão de 6 anos, um dos quais é o ano de estágio. Para as vocações femininas, funciona para- lelo a este curso o Curso de Teologia em Educação Cristã, para preparar professores de ensino religioso a nível superior.

PR$-REQUISITOS: Exige-se que os candidatos tenham concluído o 2:íGrau e sejam recomendados pela sua congregação de origem.

PJODALIDADES: O Curso de Teologia é oferecido nas modalidades residencial e por extensão.