II CNNQ

EXPERIÊNCIA DE ENSINO SOBRE A COMBUSTÃO DURANTE A

COLÔNIA DE FÉRIAS DO ESPAÇO CIÊNCIA - PE FLÁVIA CRISTINA GOMES CATUNDA DE VASCONCELOS¹; BRUNO SEVERO GOMES¹;

RITA DE CÁSSIA¹.

¹ Espaço Ciência. Complexo de Salgadinho s/n, Parque 2 CEP. 53111-970

flaviacrisgomes@hotmail.com

RESUMO

O Espaço Ciência é um dos maiores museus

interativos de divulgação científica do país. Nele são

realizadas diversas atividades durante todo o ano, dentre

elas, destacamos neste trabalho, a colônia de férias que é

realizada no museu durante os meses de janeiro e julho.

Através da Colônia de Férias as crianças aprendem

conceitos científicos brincando. Todas as atividades

realizadas no evento envolveram temáticas diárias, dentre

as quais com o tema “FOGO”, onde as crianças

aprenderam durante uma oficina interativa, os termos

(combustível, comburente e calor) necessários para a

formação de uma reação de combustão e suas implicações

quando utilizados de forma indevida.

Palavras Chave: combustão, jogos lúdicos, ensino de

ciências, construção de conceitos, museu interativo.

INTRODUÇÃO

O Espaço Ciência é um dos maiores

museus interativos de divulgação científica do

país, onde o visitante pode explorar o mundo da

ciência de forma agradável e divertida.

localizado em uma área privilegiada de 120 mil

m², próxima ao mar e entre as cidades de Recife

e Olinda (SEVERO GOMES, 2006). Dentro os

diversos espaços e atividades que o museu

possui, destacamos a Colônia de Férias,

atividade que acontece durante as férias

escolares, nos meses de janeiro e julho, que tem

como público-alvo crianças entre 6 e 12 anos.

Seguindo seu terceiro ano de atividades

nesse âmbito, o Espaço Ciência tem sido

destaque na cidade por possuir uma

programação diferenciada quando relacionada

com os outros estabelecimentos que oferecem

atividades de férias. No museu, a criança se

depara com atividades lúdicas, ou seja, aprende

brincando através de filmes educativos, jogos e

oficinas interativas, dentre outras.

A utilização de jogos lúdicos contribuem

para o desenvolvimentos dos aspectos

cognitivos das crianças, pois nesta fase elas

interagem com o mundo através de simbolismo,

do que lhe dá prazer, desenvolvendo a atenção,

memória, imaginação, a autonomia, a

capacidade de resolver problemas, e desperta a

curiosidade tendo-o como participante ativo

(LEITE ; FIGUEIROA, 2002)

A criança usa as interações sociais como

formas privilegiadas de acesso a informações.

Desta maneira, aprende a regular seu

comportamento pelas reações que se depara e

associado ao seu desenvolvimento cognitivo ela

consegue interagir com o que lhe está sendo

exposto (WADSWORTH, 2003).

Na literatura consultada observa-se uma

falta de trabalhos, envolvendo atividades lúdicas

presentes em colônia de férias em museus de

ciência.

Com o intuito de utilizar materiais de

baixo custo e de forma interativa, foi

desenvolvido um jogo com figuras que podem

ou não serem classificadas como: comburente,

combustível e calor. Permitindo que a criança

conheça como é formado o fogo, diferencie

quais materiais podem aumentar ou diminuir

uma chama através da interpretação de imagens,

contribuindo para o desenvolvimento cognitivo

e trabalho em grupo, com a introdução de

conceitos científicos em séries iniciais o que

proporciona um maior interesse nas áreas de

ciências.

OBJETIVOS

Desenvolver uma atividade lúdica para o

ensino de combustão dentro do museu de

ciências, permitindo as crianças à compreensão

dos termos que envolvem o fenômeno, se

tornando atuante dentro de suas condições

cognitivas e físicas quando deparado a situações

cotidianas que envolvem a combustão de

materiais (queima da vela do papel, prevenção

de acidentes em casa, fogueira, etc.) e atrelada a

aprendizagem de conceitos químicos aprendidos

nas aulas de ciências.

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MATERIAL E MÉTODOS

A atividade foi realizada no dia da

temática „FOGO‟ e intitulada de “Conhecendo o

fogo”, consistindo na interpretação de imagens e

posterior classificação em: comburente,

combustível e calor.

Inicialmente foi apresentado as crianças

o desenho “De onde vem o fósforo?” da série

“De onde vem” da TV Cultura (disponível no

site www.dominiopublico.gov.br) que introduz

os conceitos que envolvem o processo de

formação e utilização do fósforo (Foto 1). O

vídeo foi selecionado devido a fácil linguagem,

semelhança de conteúdos e por relacionar com o

cotidiano. Em seguida, a monitora do Espaço

Ciência explicou os três elementos que compõe

o fogo: combustível (toda substância capaz de

queimar), comburente (é o que possibilita a

intensificação da chama) e calor (necessário

para iniciar a reação entre o combustível e

comburente) (www.bombeiros.com.br, 2008).

Após as explicações, as crianças foram

divididas em dois grupos, onde cada um recebeu

25 imagens impressas coladas em E.V.A.

(nomes listados em anexo). Foi determinado um

tempo de 20 minutos para que as crianças

analisassem cada imagem e interpretassem

como sendo um possível combustível,

comburente ou fonte de calor (Foto 2). Ao

término da análise, elas colocaram as figuras em

cestos rotulados com os três fatores para

formação do fogo, tendo também a

possibilidade de deixar em separado as que elas

julgavam como não correspondentes (Foto 3).

A monitora utilizou a contagem de 1

ponto para cada figura colocada no local certo,

como forma de instigar os alunos para uma

“competição” sem cunho de vencedor ou

perdedor pois o lema era que todos iriam ganhar

o “conhecimento” através daquela atividade

(Foto 4).

Para verificar se as informações

apresentadas foram bem compreendidas, a

monitora solicitou que os alunos desenhassem,

utilizando as imagens, uma situação em que eles

pudessem utilizar aqueles materiais, com

posterior apresentação ou contagem de uma

história (Foto 5). A construção de várias

estruturas para expressar seus conhecimentos

permite a criança o seu desenvolvimento

cognitivo e social, e a confiança em si mesma

(ANCINELO;CALDEIRA, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O jogo permitiu dar importância a ação

das crianças envolvidas na atividade da colônia

de férias, canalizando suas energias para o

observar, além de explorar todo o seu potencial

de criatividade e imaginação, auxiliando a

formar um senso crítico quando deparado a

situações que envolvam o fenômeno da

combustão.

As crianças expressaram seus desenhos

atrelados aos perigos que eles se deparam no

dia-a-dia, como por exemplo, quando se

encontram na cozinha, pois eles sabem que não

devem utilizar, por exemplo, o álcool neste local

por conta do fogão. Ao acender os fogos de

artifícios não devem manuseá-los próximo a

materiais combustíveis como: gasolina, álcool,

madeira, parafina devido a facilidade em serem

queimados. Também foram contadas histórias

com incêndios que eram apagados utilizando o

extintor (não se enquadrando a nenhum dos três

fatores para a formação do fogo), ou que eram

provocados devido ao mau uso de materiais

combustíveis.

As crianças argumentaram que o

oxigênio é o principal comburente devido a sua

presença no ar atmosférico, chamando este

também de comburente. As fontes de calor

foram de fácil compreensão, ou seja, as crianças

perceberam que para se formar o fogo, é

necessário ter algo “quente” (chapa de ferro em

“brasa”, faísca, fósforo aceso), compreendendo

assim que é preciso ter os três elementos para a

formação do fogo.

A utilização de formas diferenciadas

para o ensino de ciências pode despertar um

maior interesse nessa área.

CONCLUSÕES

Mesmo com o experimento da vela

(apagar a vela ao emborcar um copo sobre a

mesma) sendo comum aos alunos, resolvemos

utilizar uma atividade que estimulasse variados

aspectos na criança, tornando-a mais ativa e

interagindo com os materiais utilizados.

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Através dos resultados podemos avaliar

que a atividade é viável para a compreensão do

triângulo do fogo, comumente ensinado nas

séries do segundo ciclo do ensino fundamental

I. As crianças conseguem compreender os

termos e distinguir alguns materiais.

REFERÊNCIAS

ANCINELO, P. R.; CALDEIRA, L. P. O papel

dos jogos lúdicos na educação contemporânea.

Anais do 12ª Jornada Nacional de Educação. 2º

Congresso Internacional de Educação.

UNIFRA, Santa Maria – RS, 2006. JORNADA

LEITE, L.;FIGUEIROA, A. Os manuais

escolares de ciências da natureza e a inter-

Relação dados -evidências-conclusões: O caso

de “a importância do ar para os seres vivos”.

Anais do XX Encuentros de Didáctica de las

Ciencias Experimentales – Relación secundaria

universidad. La Laguna: Universidad de La

Laguna. 2002.

SEVERO GOMES, B. Atividades e

Experiências de Ensino no Laboratório de

Biologia do Espaço Ciência.Encontro Regional

de Ensino de Biologia, João Pessoa, UFPB,

2006.

WADSWORTH, B. J. Inteligência e afetividade

da criança na teoria de Piaget. 5ª Ed. São Paulo:

Pioneira Thomsom Learning, 2003.

<http://www.bombeiros.com.br/br/bombeiros/gl

ossario.php/> Acesso em: 02 mar. 2008.

Vídeo “De onde vem”. Disponível em:

<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/P

esquisaObraForm.do/>. Acesso em: 03 mar.

2008.

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ANEXOS

* Relação das imagens entregues aos alunos.

jornal ímã barra de ferro

água garrafa PET cera

ar atmosférico extintor ferro em

“brasa”

petróleo acendedor de

fogão

gás cloro

parafina carvão gás

hidrogênio

cilindro de

oxigênio

gasolina botijão de gás

de cozinha

álcool faísca raio

óleo de

cozinha

madeira palito de

fósforo

fósforo aceso x x

FOTOS

Foto 1. Momento em que as crianças assistiam ao vídeo

“De onde vem o fósforo”.

Foto 2. Monitora distribuindo as imagens para os dois

grupos- laranja e amarelo)

Foto 3. Momento de discussão entre o grupo “amarelo”

para classificação das imagens.

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Foto 4. Crianças da equipe “laranja” separando as

imagens nos cestos (combustível comburente e calor).

Foto 5. As crianças contam histórias ilustradas pelos

desenhos que elas fizeram durante a atividade.