Experiência Gasolina

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INTRODUÇÃO: A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo, na faixa de hidrocarbonetos de 5 a 20 átomos de carbono. Uma das propriedades mais importantes da gasolina é a octanagem. A octanagem mede a capacidade da gasolina de resistir à detonação, ou sua capacidade de resistir ás exigências do motor sem entrar em auto-ignição antes do momento programado. A detonação (conhecida como "batida de pino") leva à perda de potência e pode causar sérios danos ao motor. Existe um índice mínimo permitido de octanagem para a gasolina comercializada no Brasil, que varia conforme seu tipo. Para obter índices de octanagem bastante elevados, até mesmo acima de 100%, são adicionadas à gasolina substâncias denominadas antidetonantes. Dentre essas, a que antigamente costumava-se usar era o chumbo tetraetila (Pb(C 2 H 5 ) 4 ). Porém, ele está sendo banido e já é proibido no Brasil, em virtude do seu alto teor de toxidade. Na combustão da gasolina que contém esse antidetonante é formado no motor um resíduo sólido de óxido de chumbo que é removido pelos compostos halogenados, sendo eliminado juntamente com os gases produzidos na combustão. Assim, o chumbo é liberado na atmosfera e ele se torna um poluidor atmosférico. Além disso, os compostos de chumbo são prejudiciais à saúde e podem causar uma série de distúrbios. O álcool etílico, umas das substâncias adicionadas à gasolina tem vital papel na sua combustão, pois sua função é aumentar a octanagem em virtude do seu baixo poder calorífico. Além disso, o fato propicia uma redução na taxa de produção de CO. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 25%. Se por um lado existe vantagens, existem as desvantagens também, como maior propensão à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio. Disso tudo, nota-se a importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambiente, o rigoroso controle dessa porcentagem. DISCUSSÃO A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilação de petróleo, não sendo, portanto, uma substância pura. No Brasil, antes da comercialização, adiciona-se álcool anidro à gasolina. A mistura resultante é homogênea (monofásica). A mistura água-álcool também é um sistema homogêneo (monofásico), com propriedades diferentes daquelas das substâncias que a compõem (densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, etc.). Já a mistura água-gasolina é um sistema heterogêneo, bifásico. Quando a gasolina (que contém álcool) é misturada à água, o álcool é extraído pela água e o sistema resultante continua sendo bifásico: gasolina-água/álcool.

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Experimento contextualizado sobre gasolina, onde por meio da diferença de polaridade pode se verificar se a gasolina atende ou não a legislação vigente.

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INTRODUÇÃO:

A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo, na faixa de hidrocarbonetos de 5 a 20 átomos de carbono.

Uma das propriedades mais importantes da gasolina é a octanagem. A octanagem mede a capacidade da gasolina de resistir à detonação, ou sua capacidade de resistir ás exigências do motor sem entrar em auto-ignição antes do momento programado. A detonação (conhecida como "batida de pino") leva à perda de potência e pode causar sérios danos ao motor. Existe um índice mínimo permitido de octanagem para a gasolina comercializada no Brasil, que varia conforme seu tipo.

Para obter índices de octanagem bastante elevados, até mesmo acima de 100%, são adicionadas à gasolina substâncias denominadas antidetonantes. Dentre essas, a que antigamente costumava-se usar era o chumbo tetraetila (Pb(C2H5)4). Porém, ele está sendo banido e já é proibido no Brasil, em virtude do seu alto teor de toxidade. Na combustão da gasolina que contém esse antidetonante é formado no motor um resíduo sólido de óxido de chumbo que é removido pelos compostos halogenados, sendo eliminado juntamente com os gases produzidos na combustão. Assim, o chumbo é liberado na atmosfera e ele se torna um poluidor atmosférico. Além disso, os compostos de chumbo são prejudiciais à saúde e podem causar uma série de distúrbios. O álcool etílico, umas das substâncias adicionadas à gasolina tem vital papel na sua combustão, pois sua função é aumentar a octanagem em virtude do seu baixo poder calorífico. Além disso, o fato propicia uma redução na taxa de produção de CO. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 25%. Se por um lado existe vantagens, existem as desvantagens também, como maior propensão à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio.

Disso tudo, nota-se a importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambiente, o rigoroso controle dessa porcentagem.

DISCUSSÃO

A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilação de petróleo, não sendo, portanto, uma substância pura. No Brasil, antes da comercialização, adiciona-se álcool anidro à gasolina. A mistura resultante é homogênea (monofásica).

A mistura água-álcool também é um sistema homogêneo (monofásico), com propriedades diferentes daquelas das substâncias que a compõem (densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, etc.). Já a mistura água-gasolina é um sistema heterogêneo, bifásico. Quando a gasolina (que contém álcool) é misturada à água, o álcool é extraído pela água e o sistema resultante continua sendo bifásico: gasolina-água/álcool.

O álcool contido na gasolina dissolve-se na água porque suas moléculas são polares como as da água. Isto é, aqui aplica-se o dito "semelhante dissolve semelhante": substâncias polares dissolvem-se melhor em solventes polares e substâncias apolares dissolvem-se melhor em solventes apolares.

MATERIAL UTILIZADO:

- Proveta de 100 mL com tampa.- Amostra de gasolina.- Solução saturada de NaCl 10% m/m.- Luvas e óculos de proteção.- Pipeta volumétrica de 50 mL- Pêra

PROCEDIMENTO:

1 - Colocar 50 mL de gasolina comum em uma proveta de 100 mL ± 0,5 mL com tampa.2 - Completar o volume até 100 mL com a solução saturada de NaCl.3 - Fechar a proveta, misturar os líquidos invertendo-a 5 vezes. OBSERVAÇÃO: Segure firme para evitar vazamentos.4 - Manter em repouso até a separação das duas fases.5 - Ler o volume de ambas as fases.

CUIDADOS IMPORTANTES

A gasolina é um líquido tóxico, bastante volátil, durante a realização desta experiência, mantenha o laboratório arejado e evite a inalação dos vapores de gasolina. Por outro

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lado, a gasolina é altamente inflamável; assim, durante a realização desta experiência, não deve haver qualquer chama acesa no laboratório.

RELATÓRIO

1) Considerando o álcool como a única substância adicionada à gasolina, explique o que ocorreu quando a mistura gasolina com água foi agitada.2) Com base nos dados obtidos, calcule a porcentagem de álcool existente na gasolina analisada e diga se a gasolina se encontra dentro ou fora dos padrões estabelecidos por lei.3) De acordo com o conceito de polaridade, explique por que o álcool que estava dissolvido na gasolina ficou dissolvido na água?4) Em outro experimento, foram adicionados 50 mL de água em 50 mL de gasolina, após agitar a mistura, percebemos que a fase incolor (aquosa) estava com 80 mL. Determine a porcentagem de álcool na gasolina analisada.

QUESTÕES

1) Por que após a mistura a gasolina ficou acima da solução salina?2) Por que o volume da gasolina diminui após a mistura?3) Por que neste roteiro se pede para usar solução salina?

Fontes: http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp02.htm e http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=238 e http://www.alunosonline.com.br/quimica/teor-alcool-na-gasolina.html

Adulteração da gasolina e suas consequências

No momento da escolha do posto de combustível em que vamos abastecer, pode vir à nossa cabeça: será que neste posto estão vendendo gasolina adulterada? Isso ocorre principalmente quando vemos aquelas filas quilométricas de carros em postos de combustíveis com preços excessivamente baixos.

Infelizmente, essa é uma medida fraudulenta realizada por alguns postos e distribuidoras, quando se adicionam solventes ou outros compostos à gasolina a fim de tornar o produto mais barato. No entanto, a sua

qualidade diminui drasticamente e pode trazer prejuízos para o carro e para o bolso.

Os compostos adicionados à gasolina também precisam ser combustíveis para que também entrem em combustão e não deixem vestígios. Tanto é que o consumidor geralmente só percebe que foi passado para trás, quando já é tarde demais.

Geralmente, essa adulteração é feita acrescentando-se etanol à gasolina acima do especificado por lei. Segundo a Portaria 105 de 28/02/2013, do Ministério de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a quantidade adicionada de álcool deve ser 25% em volume.

Se esse limite for ultrapassado, o resultado será que no motor de explosão interna haverá uma mistura “pobre” de ar/combustível, levando a uma dirigibilidade menor, falhas de funcionamento do motor, diminuição do poder calorífico da gasolina e perda de desempenho.

Além do etanol, podem ser adicionados à gasolina também óleo diesel e querosene, por serem mais baratos e perfeitamente miscíveis com a gasolina. Isso poderá resultar numa carbonização da câmara de combustão. Como sua octanagem é muito baixa, pode causar detonação em baixas rotações. Para saber se a gasolina está adulterada com óleo diesel, basta expô-la à luz ultravioleta, que ela ficará com um aspecto turvo, meio leitoso, pois o diesel emite fluorescência.

São usados também outros solventes como a aguarrás e o solvente para borracha (SPB ou benzina industrial). Este último é citado informalmente como um dos mais empregados nesse tipo de fraude. Esse solvente pode atacar as partes de borracha do sistema de admissão de combustível, diminuir a octanagem e aumentar a tendência à detonação, conhecida como batida de pino.

Entre os gastos mais comuns realizados pelo consumidor devido ao uso de gasolina adulterada estão o entupimento da bomba da gasolina, sendo que o conserto fica em torno de R$ 450,00, e a corrosão do sistema de injeção eletrônica, que custa em média R$ 2000,00 nos veículos populares.

Para evitar ser enganado, desconfie de preços excessivamente baixos, sempre abasteça no mesmo posto, pois será mais fácil de identificar de onde veio a adulteração, escolha postos com bandeira e, ao abastecer enquanto estiver viajando, peça a nota fiscal.

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Segundo a Resolução nº 9 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o consumidor pode solicitar ao revendedor a realização do teste do combustível no posto. O poder de fiscalizar e/ou multar os postos cabe à ANP.

O artigo 26 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 8.078 - 11/9/90) diz que o direito que o consumidor tem de fazer alguma reclamação do produto espira em 30 dias para produtos não duráveis e em 90 dias para produtos duráveis.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com/quimica/adulteracao-gasolina-suas-consequencias.htm

PORTARIA MAPA Nº 105, DE 28.2.2013 - DOU 1.3.2013

O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto no art. 1º do Decreto nº 3.966, de 10 de outubro de 2001, na Resolução nº 01, de 28 de fevereiro de 2013, do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool - CIMA, e o que consta do Processo nº 21000.006907/2012-02,

Resolve: Art. 1º Fixar em vinte e cinco por cento o percentual obrigatório de adição de álcool etílico anidro combustível à gasolina, a partir da zero hora do dia 1º de maio de 2013.

Fonte: http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/portarias_mapa/2013/pmapa%20105%20-%202013.xml

Adição de álcool à gasolina

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a legislação brasileira estabeleceu, por meio da publicação da Portaria nº 105 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que a adição de etanol anidro à gasolina deve ser feita com um porcentual de 25%, sendo que a margem de erro é de 1% para mais ou para menos.

Mas por que se adiciona álcool à gasolina? Quais são as vantagens? Há alguma desvantagem? E por que a proporção deve ser esta que foi estabelecida?

O etanol anidro ou absoluto, que é praticamente isento de água (quase 100%

etanol), é acrescentado à gasolina por apresentar duas vantagens principais:

1- Aumenta o índice de octanagem da gasolina: esse índice é a medida de resistência à compressão sofrida pela gasolina no motor de explosão interna do automóvel. Quanto maior a resistência, melhor, porque a gasolina entrará em combustão no momento correto, e não antes, enquanto ainda é comprimida. O poder calorífico do álcool é menor que o da gasolina. Enquanto a gasolina isenta de álcool produz 46900 J/g, o etanol combustível produz 27200 J/g. Assim, o álcool é mais fácil de evaporar e funciona como um antidetonante, aumentando o índice de octanagem da gasolina.

2- Diminui a emissão de monóxido de carbono para a atmosfera: a queima incompleta da gasolina produz monóxido de carbono, um gás-estufa que aumenta o problema do aquecimento global. Com a adição de etanol, essa poluição diminui.

O percentual indicado de cerca de 25% foi criado justamente para poder diminuir os poluentes e também melhorar a limpeza interna do motor. Em tese, essa porcentagem é a que fornece o melhor custo-benefício, tornando importante que se mantenha a adição nessa faixa. A falta ou excesso de álcool em relação aos limites estabelecidos pela ANP compromete a qualidade do produto que chega aos consumidores.

No entanto, existem sim algumas desvantagens da adição de etanol anidro à gasolina, são elas:

1- Aumento do consumo do combustível, pois, conforme já dito, o poder calorífico do etanol é menor que o da gasolina;2- Aumento da produção de óxidos de nitrogênio (NOx), entre os quais o principal é o dióxido de nitrogênio (NO2). Ele reage com a água formando o ácido nitroso (HNO2) e o ácido nítrico (HNO3):

NO2(g) + H2O(l)→ HNO2(aq) + HNO3(aq)

Fonte: http://www.alunosonline.com.br/quimica/adicao-alcool-gasolina.html