Experiências de Educação Profissional e Tecnológica: o IEMA semeando futuros

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Jhonatan Almada Eneida Erre

(Organizadores)

EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: O IEMA SEMEANDO FUTUROS

São Luís Engenho

2015

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GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO Flávio Dino SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Bira do Pindaré SECRETÁRIO-ADJUNTO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR Jhonatan Almada SECRETÁRIO-ADJUNTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA André Bello SECRETÁRIO-ADJUNTO DE INOVAÇÃO E CIDADANIA DIGITAL Nivaldo Muniz TRANSCRIÇÃO DAS PALESTRAS GRAVADAS Eneida Maria Erre Araújo Antônia Carvalho Garreto Pereira Farlanni Nizete Menezes Costa REVISÃO Ruben Barrera Labrada ORGANIZAÇÃO Jhonatan Almada Eneida Maria Erre Araújo

Ficha Catalográfica elaborada pelo Arquivo Central da SECTI-MA, por Liliane Matos, graduada em Biblioteconomia (UFMA) e Pós-graduada em Docência no Ensino Superior (CAPEM), com dados fornecidos pelo Organizador da obra.

Almada, Jhonatan

Experiências de Educação Profissional e Tecnológica: o Iema semeando futuros / Jhonatan Almada, Eneida Erre (Org.). - São Luís: Engenho, 2015. 112 f. ISBN: 978-85-69805-06-9 1. Educação 2. Formação Profissional 3.Tecnologia I. Título

CDU: 37.004

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SUMÁRIO

6 INTRODUÇÃO Jhonatan Almada

12 APRESENTANDO O IEMA

Bira do Pindaré

19 A UEMA COMO PARCEIRA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Gustavo Pereira da Costa

21 ACREDITAR NA JUVENTUDE, INVESTIR EM EDUCAÇÃO

Flávio Dino

26 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O ENSINO MÉDIO INTEGRADO, PRESSUPOSTOS E INDICATIVOS PARA UMA NOVA AGENDA

Maria José Pires Barros Cardozo 1 EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA BAHIA 41 Marli Sousa SENAI 47 Marco Antônio Moura da Silva SÃO PAULO 54 Almério Melquíades de Araújo PERNAMBUCO 61 Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

2 EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA CEARÁ 69 Maria Alves de Melo SEST/SENAT 78 Katiane Almeida Batista SEBRAE 81 Ricardo Luiz Alves Pereira

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SENAR 92 Antônio Luís B. de Figuerêdo SENAC 103 Daniela de Fátima Nogueira da Silva

108 OS PALESTRANTES

110 PROGRAMAÇÃO

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INTRODUÇÃO

Jhonatan Almada

O “Seminário de Educação Profissional e Tecnológica: o IEMA semeando

futuros”, realizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação dia

18 de junho de 2015 no Teatro João do Vale resultou na publicação deste livro. O

Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA), criado pelo atual

governo do Maranhão, tem por objetivo ofertar educação profissional e tecnológica

de nível médio e superior em todo o estado.

O diagnóstico preliminar que realizamos no início do Governo Flávio

Dino apontava para a total ausência da esfera estadual na oferta de educação

profissional e tecnológica, cuja demanda basicamente é atendida pelo Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Sistema S e escolas

privadas, com o incentivo do PRONATEC.

Não foi mera coincidência este evento ter sido sediado no Teatro João do

Vale. Esse grande compositor e cantor brasileiro tem uma música emblemática

“Minha História”. A partir de sua história de vida conta como a música o salvou de

um destino de pobreza e exclusão, mas, a despeito da fama alcançada, registrava sua

preocupação em relação aos seus conterrâneos que não sabiam fazer baião. Com

décadas de distância, compreendemos que o IEMA representa uma resposta a essa

preocupação de João do Vale, a abertura de uma janela de oportunidade.

Seguindo a orientação de Paulo Freire, de que ninguém aprende nada

sozinho, buscamos as experiências de educação profissional desenvolvidas em outros

estados com o fito de subsidiar a construção do modelo institucional do IEMA,

delineando seu escopo de atuação e pedagogia a partir daquilo que deu certo em

outros lugares, atentando-se ainda para as especificidades de nossa terra.

Nesse sentido, o Seminário se materializou neste livro, com as transcrições

de todas as palestras. A estrutura de organização do livro abrange três partes

fundamentais: a primeira explicita as falas institucionais do Secretário de Estado da

Ciência, Tecnologia e Inovação, do Reitor da Universidade Estadual do Maranhão e

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do Governador do Estado, bem como, a Conferência Magna do evento; a segunda

explicita as experiências de Bahia, São Paulo, Pernambuco e SENAI; a terceira e

última, apresenta as experiências do Ceará, SEST/SENAT, SEBRAE, SENAR e

SENAC.

O Secretário de Estado, deputado estadual licenciado, Bira do Pindaré,

apresentou o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA)

detalhando o planejamento da construção de 23 unidades, o investimento estimado,

a educação integral como modelo a ser adotado, e a complementaridade dos

programas PROETEC, Mais Estágio Jovem e Cidadão do Mundo ao projeto de

implantação do IEMA.

O Reitor da UEMA, professor Gustavo Pereira da Costa, ressaltou a

importância da criação do Instituto e colocou a experiência da Universidade a serviço

desse projeto, ressaltando que a qualidade da educação básica terá reflexo na

melhoria da educação superior e na produção científica e tecnológica do estado.

O Governador do Estado, Flávio Dino, destacou sua forte crença na

educação como caminho para a juventude maranhense, caminho para a emancipação

cidadã e a libertação da violência e das drogas. Nesse sentido, ressaltou as medidas e

investimentos realizados pelo Governo na valorização dos professores (aumento e

progressões), na construção de escolas de alvenaria em substituição às escolas de

taipa, na construção de campi universitários e, por fim, na implantação do Instituto

Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA).

A professora Maria José Pires Barros Cardozo na sua Conferência fez um

histórico das políticas e programas implementadas no âmbito da educação

profissional e tecnológica, de meados dos 1930 à atualidade. Destaca a necessidade

de superarmos a dualidade entre trabalho intelectual e trabalho manual, bem como, a

importância da educação profissional integrada ao ensino médio. Ressalta a

relevância do estágio para que a formação profissional seja completa e inserida de

fato no mundo do trabalho. Por último, aborda as metas do Plano Nacional de

Educação e do Plano Estadual de Educação como agendas a serem cumpridas pelos

governos.

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Marli Sousa apresentou a experiência da Bahia com a expansão

significativa da educação profissional e o trabalho de inclusão e empoderamento

resultante dessa expansão. A rede da Bahia se tornou a 2ª maior do Brasil. Os centros

de educação profissional inseridos em áreas de vulnerabilidade social são

apropriados pelas comunidades e criam novas dinâmicas culturais e econômicas

para o processo de desenvolvimento local. O conceito de território de identidade é

trabalhado na definição das escolas profissionalizantes.

Apresentando a experiência do SENAI Marco Moura destaca que a rede

possui 70 mil alunos e além de educação profissional e tecnológica tem iniciativas

nas áreas de inovação e tecnologia. O SENAI oferta também qualificação profissional

e educação na modalidade à distância. Os estudantes do SENAI tem se destacado em

inúmeras competições nacionais e internacionais como a World Skills, Olímpiadas do

Conhecimento e Indústria de Talentos. Por fim, Marco Moura destaca o projeto do

Instituto SENAI de Tecnologia que será voltado para a construção civil e implantado

em São Luís.

Almério Melquíades apresentou o Centro Paula Souza (São Paulo), uma

das mais antigas redes de educação profissional. O Paula Souza começou com a

formação profissional de nível superior (tecnólogos) inicialmente no âmbito das

necessidades industriais e se expandindo para atender as diferentes complexidades

dos sistemas de produção, a exemplo da área cultural e turística. A construção dos

currículos dos cursos é um processo que envolve forte planejamento educacional

com equipes pedagógicas, professores, especialistas na área e diálogo com os

demandantes. Além disso, citou a articulação com a Secretaria de Estado da

Educação para ocupar o turno noturno das escolas estaduais, a maioria ociosa, com a

oferta de cursos técnicos.

Paulo Dutra apresentou a experiência de Pernambuco enfatizando que a

educação profissional articulada à educação integral tem impactado o desempenho

do sistema de ensino pernambucano. Observa-se o crescimento e melhoria nos

indicadores como IDEB e IDEPE. A expansão da oferta de educação profissional e

tecnológica foi combinada com o desenvolvimento de programas complementares

que tiveram por objetivo tornar a escola mais atrativa para a juventude. Entre eles, o

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programa Ganhe o Mundo de intercâmbio internacional para os alunos do 2º ano do

ensino médio.

Apresentando a experiência do Ceará, Maria Alves de Melo, explicita o

processo de expansão da rede de educação profissional e tecnológica a partir da

adesão ao Programa Brasil Profissionalizado do Governo Federal. Começaram com

25 escolas profissionalizantes e 4 cursos técnicos em 2008, alcançando 106 escolas e 53

cursos técnicos em 2014. A contratação de professores combina concurso e seletivo. A

educação integral envolve a base comum nacional e conteúdos ligados a projeto de

vida, mundo do trabalho, empreendedorismo e projeto interdisciplinar. O estágio

possui carga horária superior à recomendada pelo Conselho Estadual de Educação e

os alunos recebem uma bolsa, auxílio transporte, descanso remunerado e seguro.

Atualmente, a Secretaria de Educação do Ceará desenvolve um trabalho de

acompanhamento dos egressos em parceria com o Banco Mundial, o dado

disponibilizado aponta 20,45% de ex-alunos inseridos no mercado de trabalho.

Katiane Almeida apresentou a experiência do SEST/SENAT com a promoção

de cursos de formação e qualificação profissional e técnicos de nível médio para o

setor de transportes, destacando-se transporte coletivo de passageiros, transporte de

produtos perigosos, direção preventiva e o de operador de empilhadeira. Os cursos à

distância possuem 46 mil matrículas e os cursos presenciais 636 mil matrículas.

A experiência do Sebrae foi apresentada por Ricardo Pereira. A partir do

exemplo do Vale do Silício (Estados Unidos) e de instituições de ensino que

estimulam a criatividade e a inovação propuseram a Escola de Formação Gerencial

do Sebrae-MG. A escola combina educação profissional, empreendedorismo e

inovação nos seus cursos técnicos de nível médio. Inúmeros ex-alunos foram

premiados, inseriram-se no mercado de trabalho ou abriram empresas com sucesso

na área de aplicativos e tecnologias sociais. O curso técnico compreende além dos

conteúdos comuns, projetos estruturantes chamados Tutoria, Empresa Simulada,

Vitrine e Estágio. O cerne não é formar para abrir empresa, mas formar cidadãos

empreendedores.

Antônio Figuerêdo apresentou a experiência do SENAR, ressaltando a

especificidade do trabalho de formação do homem do campo. Não basta ofertar a

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formação profissional. Se não houver continuidade com assistência técnica e

gerencial, a tendência é que o trabalho realizado se perca. As ações de formação

profissional rural têm como objetivo desenvolver as atividades rurais com mais

perspicácia, qualidade e rentabilidade para os produtores. Entre as iniciativas

exitosas destaca os casos do povoado de Itereré (Apicum-Açu) com a produção de

polpa de frutas e do povoado Tanque (Buritirana) com a criação de peixes e

produção de leite.

Daniela Silva apresentou a experiência do SENAC. O rol de oferta de

educação profissional e tecnológica abrange cursos de aperfeiçoamento, cursos

técnicos, graduação e pós-graduação, esses dois últimos exclusivamente na

modalidade à distância. Entre os programas ofertados de forma totalmente gratuita

para as comunidades está o programa social “SENAC faz a sua parte”, com relatos

positivos de ex-alunos que montaram seu negócio e passaram a ganhar o próprio

dinheiro. Ela destaca um problema relacionado à qualidade do ensino público da

educação básica, pois a maioria dos alunos do SENAC, oriundos da rede pública,

traz algumas lacunas em relação a português e matemática. Realizam-se oficinas

pedagógicas com esses conteúdos para reduzir essas lacunas.

Em síntese, observamos que as principais lições apreendidas a partir dessas

experiências são:

1. A oferta de educação profissional e tecnológica deve estar alinhada aos

arranjos produtivos locais, entretanto, não pode se limitar aos mesmos. É

necessário ofertar cursos que despertem novas vocações econômicas e

gerem novos setores produtivos;

2. A integração entre o curso e o estágio para inserção no mundo do

trabalho devem ser bem resolvidas e articuladas às empresas. A

realização de um bom estágio, com as condições de permanência e o

devido acompanhamento, contribui para que o ciclo formativo do curso

se complete com maior qualidade;

3. A construção dos currículos dos cursos deve envolver criterioso processo

de planejamento, articulado tanto interna (pedagogos, professores e

gestores) quanto externamente (economia, regulamentações e empresas);

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4. A educação profissional integrada ao ensino médio, ofertada em tempo

integral, contribui para a melhoria do desempenho das escolas e do

aprendizado de seus estudantes;

5. Não basta trabalhar a base comum nacional e a parte específica dos

cursos técnicos e tecnológicos. A incorporação de novas mediações e

projetos interdisciplinares que propiciem conteúdos e práticas ligadas ao

engajamento comunitário, inovação, empreendedorismo e tecnologias é

um caminho para que esses cursos tenham diferencial socialmente

relevante e formem cidadãos mais transformadores;

6. É desejável a realização de programas complementares à oferta de

educação profissional e tecnológica, tais como, programas de iniciação

científica júnior, intercâmbio internacional e bolsa-estágio, bem como,

estímulo permanente à participação em olimpíadas do conhecimento,

feiras e competições nacionais e internacionais;

7. O desenvolvimento de ferramentas para acompanhamento dos egressos é

necessário para medir a efetividade dos cursos oferecidos, a

empregabilidade alcançada pelos ex-alunos e seu alinhamento às

demandas sociais e econômicas.

O Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

(IEMA) está em processo de implantação e, sem dúvidas, caminhará aproveitando as

boas práticas e experiências exitosas, observando trilhas já percorridas, mas,

enquanto intrínseca necessidade deverá caminhar abrindo suas próprias sendas e

veredas, com seus erros e acertos.

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APRESENTANDO O IEMA

Bira do Pindaré

Bom dia, bom dia a todos. Depois dessa cantoria de Rosa Reis, eu confesso

que eu queria continuar cantando, mas já que o debate aqui tem que ser em outro

ritmo, então vamos apresentar essa instituição, mas antes disso quero cumprimentar

a presença do Governador Flávio Dino, pessoa que lidera, que é o grande

responsável por essa grande obra que está sendo realizada no Estado do Maranhão,

esse grande projeto de mudança que todos nós nos orgulhamos em fazer parte.

Quero cumprimentar também os colegas de governo na pessoa do

Secretário de Estado Chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, cumprimentar os

prefeitos que estão aqui, os vereadores, cumprimentar os integrantes das

universidades na pessoa do professor Gustavo que é o Magnífico Reitor da

Universidade Estadual do Maranhão. Toda a nossa equipe da Secretaria e do IEMA,

todos os militantes do movimento social, do movimento cultural, sindical, os

estudantes da Unidade Champagnat que estão aqui abrilhantando a nossa galeria.

Então, sintam-se todos à vontade, sejam bem-vindos. Também quero

cumprimentar os visitantes que aceitaram nosso convite, os representantes de

diversos estados, do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas e São Paulo que vão ter a

oportunidade de se apresentar, fazer essa troca de experiência e por isso esse caráter

de seminário nacional, pois nós não temos a pretensão de saber tudo, muito pelo

contrário, queremos aprender com eles porque nessa matéria infelizmente o

Maranhão está extremamente atrasado, e por esta razão nós estamos nos espelhando

nas experiências exitosas no Brasil, para escolher o melhor caminho.

Eu quero apresentar para vocês o Instituto de Educação, Ciência e

Tecnologia do Maranhão, o IEMA. É a grande ferramenta criada pelo Governador

Flávio Dino para que possamos ter um braço firme e atuante na educação

profissional e tecnológica. Nos inspiramos no IFMA, que são os institutos federais, e

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resolvemos criar o nosso Instituto. A lei já foi aprovada na Assembleia. Agradeço aos

parlamentares estaduais, estou vendo aqui o Macedo que já esteve aqui nos

cumprimentando, pela aprovação da Lei. O Instituto já é uma realidade e vamos

apresentá-lo agora, por gentileza!

Nós partimos de uma realidade, a nossa realidade do Maranhão é muito

difícil. Nós temos toda a oferta de educação profissional do Governo Federal que é

feita pelo IFMA, temos a menor renda per capita do país, temos uma escassez de

trabalhadores qualificados e temos uma juventude com baixa qualificação e baixa

perspectiva de vida.

Com base nisso, nós resolvemos criar esse Instituto e temos uma meta de

23 unidades do IEMA em todo o Maranhão até 2018. Dentre elas, pelo menos 5

(cinco) nós queremos que comecem a funcionar em fevereiro de 2016 já no próximo

ano. Entre elas o Marista, o antigo Marista, que aqui tem vários estudantes

participando. Será uma das unidades, e vai ser certamente uma unidade de

referência, e o investimento que nós queremos fazer é da ordem de 240 milhões de

reais apenas nas obras e nas adaptações. Além disso, nós temos todo um conjunto de

investimentos que serão feitos no custeio e na manutenção desses equipamentos, que

somando tudo vai superar a marca dos 600 milhões de reais nos próximos 4 (quatro)

anos.

Portanto, é um grande investimento como nunca se fez antes na história

do Maranhão em matéria de Educação Profissional e Tecnológica. Os cursos serão

planejados com base em estudos técnicos e também consultas públicas.

Desde já agradeço aqui o Felipe de Holanda, que já se colocou à disposição

com o IMESC para nos ajudar na fundamentação desses estudos, mas nós teremos

momentos em cada município e em cada região para debater também a oferta desses

cursos. A ideia nossa é que eles estejam bem ligados e associados aos arranjos

produtivos e ao modelo de desenvolvimento do Estado para que nós possamos ter o

máximo de proveito em relação à formação desses jovens que terão a oportunidade

de estudar nessas unidades.

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Será adotado o modelo de educação integrada e em tempo integral, o

menino vai chegar as sete e vai ficar até o final da tarde. Vai ter refeitório, vai ter

esporte e cultura, portanto é um modelo também já bastante atual em relação ao que

a população espera de todos os governos no Brasil. As modalidades dos cursos serão

FIC, técnicos e também de tecnólogo. Nós temos todas as opções. O IEMA está

preparado para oferecer todas as modalidades de cursos no âmbito da educação

profissional e tecnológica.

A rede do IEMA nós estamos estruturando da seguinte maneira: unidades

plenas, que são essas unidades anunciadas. 23 que serão completas, teremos também

unidades vocacionais que serão CVT'S, prática já existente em muitos lugares no

Brasil. Aqui infelizmente só temos um CVT. Vou mostrar para vocês daqui a pouco e

vamos também usar a plataforma EAD, do ensino a distância, que hoje, com as

ferramentas disponíveis, nós não podemos abrir mão.

Bacabeira; Balsas; Carutapera; Chapadinha; Coelho Neto; Colinas;

Coroatá; Cururupu; Dom Pedro; Estreito; Imperatriz; Matões; Paço do Lumiar;

Pindaré-Mirim; Presidente Dutra; Santa Helena; Santa Luzia; São José de Ribamar;

São Luís; São Mateus; São Vicente Ferrer; Tutóia e Vitória do Mearim. Esses são os

municípios escolhidos nessa primeira etapa. Já me perguntaram: serão apenas esses?

Claro que não. Nosso objetivo é ampliar, mas o governo trabalha com limites

orçamentários e precisava fazer um planejamento mínimo até 2018 e dentro do nosso

planejamento o que nós conseguimos foi essa relação de municípios que foram

escolhidos com base em critérios e o principal deles é a demanda, são os municípios

médios. Alguns outros entraram por outras razões como, por exemplo, Bacabeira,

que a prefeitura nos ofereceu uma escola completa, pronta, que foi feita em parceria

com a Petrobras, em razão daquela refinaria. Infelizmente a refinaria não veio, mas a

escola ficou, está desocupada, é um prédio novo e a prefeitura disse que não tinha

como assumir sozinha essa tarefa. Nos procurou e colocou à disposição.

Por esta razão, incluímos Bacabeira que é município de menor porte, mas

que será contemplado por esta razão, alguns outros como Ribamar, por exemplo, e

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Pindaré, são municípios que têm obras inauguradas recentemente e ainda sequer

foram utilizadas. Os centros tecnológicos, nós vamos adaptar esses centros, para que

funcionem como unidade plena do IEMA e assim por diante, mas todas as regiões,

vocês podem observar, foram devidamente contempladas de norte a sul, de leste a

oeste. Todas as regiões do Estado foram contempladas nessa primeira implantação

do IEMA.

O Marista conhecido de todos nós, escola que, aliás, o Governador teve a

satisfação de estudar o seu ensino médio. Nós pretendemos fazer ali um modelo de

referência e já inaugurar em fevereiro de 2016. Atualmente funciona lá com

estudantes, pois nós encontramos esse ciclo iniciado já na gestão passada e nós

resolvemos manter a conclusão desse ciclo dos estudantes que estão lá, mas a partir

do ano que vem vão entrar novos estudantes, já no novo modelo de desenvolvimento

institucional e pedagógico do IEMA.

O modelo arquitetônico que nós escolhemos é o do MEC, padrão MEC.

Esse tipo de escola nós visitamos lá no Ceará. Tem mais de 100 dessas no Ceará e no

Maranhão não tem nenhuma. Eles têm mais de 100 e aí é um equipamento completo

com salas climatizadas, refeitório, com auditório, com quadra coberta, com

estacionamento, etc.; portanto, é uma escola que não vai deixar a desejar para

nenhuma escola particular do Estado do Maranhão. Vai ter um padrão elevado. Eu

tenho certeza que qualquer jovem, menino ou menina vai fazer questão e vai desejar

estudar numa escola como esta.

O modelo do CVT, modelo arquitetônico foi oferecido pelo nosso amigo

Ariosto Holanda do Ceará que é idealizador dos CVT's no Brasil. No Ceará também

tem muitos CVT's como este e são pequenas unidades associadas aos arranjos

produtivos, portanto, há uma determinada vocação, por isso nós escolhemos esse

modelo. Como unidade vocacional nós temos uma, que é o Estaleiro Escola, o único

CVT existente no Maranhão e trabalha com fabricação naval, sobretudo embarcações

tradicionais. Essas velas bonitas que olhamos aqui na Baía de São Marcos e na Baía

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São José só existem no Maranhão. E esta escola hoje é a única que ensina a produzir

esse tipo de embarcação, portanto é um exemplo.

O Estaleiro-Escola foi inaugurado ainda no tempo do governador Zé

Reinaldo e até hoje funciona. Nós queremos exatamente nos inspirar nesse modelo

de CVT para que nós possamos atender outras áreas, outras vocações de

desenvolvimento do nosso Estado. Na Rua Portugal, aqui pertinho, por exemplo, nós

estamos com a ideia, já conversei com o governador, de transformar o centro

tecnológico da Rua Portugal. Se você for hoje lá você vai encontrar laboratório de

biologia, de química, de física, completamente abandonados.

Nós optamos em ter a unidade plena do IEMA no Marista que estará

totalmente equipada com todos os laboratórios necessários. Não vamos precisar mais

dos laboratórios na Rua Portugal nem de química, nem de física, nem de biologia,

vamos colocar a ideia de fazer o CVT da Cultura Popular para os nossos brincantes,

os mestres de ofícios, as pessoas que trabalham no entorno da cultura popular, não

são poucas, são muitas, é uma vocação nossa.

Com a cultura eles vão poder realizar cursos das mais diversas ordens

para que aprimorem seus conhecimentos, possam passar esse conhecimento adiante.

Por isso a ideia de CVT de Cultura Popular. Ainda está no campo da ideia, mas em

breve vai ser um projeto e vai ser uma realidade com fé em Deus. E aqui alguns

outros programas que eu queria rapidamente fazer referência, porque eles se

conjugam, eles se somam com a ideia do IEMA.

O PROETEC. Nós sabemos que o governo brasileiro tem um programa

nacional de acesso ao ensino técnico que é o PRONATEC, nós estamos discutindo

aqui a implantação do PROETEC para fortalecer também a nossa relação com as

outras instituições que oferecem cursos técnicos. No estado do Maranhão, temos o

sistema “S”, temos o IFMA, a UEMA tem experiência nessa área, tem OCIPS que

também atuam nessas áreas. Nós não podemos abdicar da capacidade instalada que

essas instituições têm e ignorar todo potencial que elas podem contribuir para o

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desenvolvimento do Estado, por isso o PROETEC, para fortalecer também a relação

com essas outras instituições.

O Programa Mais Estágio Jovem. No Maranhão tinha um negócio

chamado estágio primeiro emprego, que não era nem estágio e nem primeiro

emprego. Então nós estamos reformulando o programa, adaptando à lei de estágio

do Brasil, criando então a ideia do projeto mais estágio jovem para realmente

fortalecer, com a intervenção do governo, ajudando na formação dos jovens que

fazem cursos técnicos e também cursos superiores.

E, finalmente, o programa Cidadão do Mundo. É um programa de

intercâmbio linguístico que vai possibilitar que jovens estudantes de escolas públicas

também façam seu intercâmbio de idiomas em outros países. Hoje, o filho da classe

média consegue fazer isso pelas agências, faz o pacote, contrata e manda os jovens

para o exterior. Nós estamos criando a possibilidade para que o estudante de escola

pública também possa fazer um intercâmbio linguístico. É para isso o programa

Cidadão do Mundo, que foi inspirado no modelo pernambucano “Ganhe o Mundo”.

Lá eles têm uma experiência interessante, mas aqui nós fizemos algumas adaptações

a nossa realidade.

Portanto, essa é a nossa apresentação do Instituto de Educação de Ciência

e Tecnologia. Está apenas começando, já é uma lei, já existe uma equipe a frente de

pró-reitores, que eu pediria até que se levantassem Professora Socorro, Professor

Dario, Professor Emanuel por gentileza. Esses três jovens são os nossos pró-reitores

com quem eu divido essa grande responsabilidade. Por enquanto, eu estou

acumulando a Reitoria do IEMA de forma pró tempore, mas pela lei daqui a 3 anos, o

IEMA vai eleger o seu próprio reitor, então isso já está aprovado. Em breve vai ter

uma regulamentação e a exemplo das escolas de ensino médio, o IEMA também vai

possibilitar que cada unidade dessas eleja o seu diretor.

Nós vamos ter também um modelo democrático de desenvolvimento

institucional dessas unidades e do Instituto como um todo. Quero também

cumprimentar os meus amigos secretários adjuntos, que eu pediria rapidamente que

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se levantassem o Jhonatan, o nosso amigo André Bello, Nivaldo Muniz, esses três

homens aqui nos ajudam a frente da Secretaria. Era isso. Muito obrigado, um bom

trabalho a todos nós, um grande seminário, obrigado!

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A UEMA COMO PARCEIRA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Gustavo Pereira da Costa

Bom dia a todos! Quero cumprimentar sua excelência o Governador do

Estado do Maranhão, Doutor Flávio Dino, saudar também o secretário de estado da

Ciência, Tecnologia e Inovação, Deputado Bira do Pindaré e com a licença dos

demais membros da comissão diretora e em nome deles saudá-los e saudar todas as

autoridades aqui presentes, convidados e estudantes.

Há momentos que têm significado marcante na história das instituições, e

o dia de hoje é um deles, um seminário que se propõe a discutir a educação

profissional tecnológica para o nosso estado e mais do que discutir, fincar as raízes

para que venha a ser um novo momento neste segmento educacional. Temos falado

muito que o atraso no ensino profissional e tecnológico no Maranhão é muito grande,

eu corroboro e vou além, no Brasil é muito grande!

Para se ter uma ideia, a Rede Federal de ensino profissional e tecnológico

vai completar agora 100 anos de existência, que é muito pouco para um país como o

nosso, de dimensões continentais. Todas as nações desenvolvidas têm um forte

programa de educação profissional e tecnológica que sustenta o ensino superior,

subsidiando alunos com excelente formação e ao mesmo tempo abastecendo o ensino

básico que dá as raízes fundantes ao conhecimento científico e tecnológico.

Portanto, o significado maior deste momento é darmos materialidade,

darmos concretude à decisão política e visionária do Governador Flávio Dino ao criar

o IEMA, que venha a se somar com a UEMA e com todas as demais entidades

estaduais, municipais, federais, organizações não governamentais, neste esforço que

precisa ser coletivo, que necessita ser compartilhado, que precisa ser convergente que

é fazermos mais e muito melhor pela educação no Maranhão.

Educação em todos os níveis, não se pode tratar nada fragmentadamente e

nesse mister eu quero perante o governador e ao secretário Bira do Pindaré com

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quem temos dialogado permanentemente, dizer que a Universidade Estadual do

Maranhão se consorcia neste programa auspicioso, audacioso, mas extremamente

promissor de consolidação da educação profissional e tecnológica do nosso Estado.

Portanto Secretário Bira, Senhor Governador, a Universidade Estadual do Maranhão

está à disposição com sua expertise, com seu know how, com sua trajetória e com seus

profissionais para servir como incubadora desses passos iniciais do IEMA.

Tenho certeza que todos nós que habitamos esse estado e, sobretudo esta

juventude que muito depende das decisões dos homens públicos, que serão os

maiores beneficiados, a curtíssimo prazo, de momentos de decisão como esse, que

nós todos aqui estamos para ajudar a construir o IEMA, fazer parte do sistema

orgulhosamente, apostar e acreditar que este é o caminho que vai transformar o

Maranhão, obrigado pela oportunidade!

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ACREDITAR NA JUVENTUDE, INVESTIR EM EDUCAÇÃO

Flávio Dino

Dignas autoridades Senhoras e Senhores, cumprimentos especiais aos

meus colegas professores, professoras e com os companheiros, companheiras e

estudantes que aqui estão.

Nós ontem assistimos na Câmara dos Deputados, ter sido parcialmente

aprovada a proposta de redução da maioridade penal, um tema da maior gravidade

e da maior importância para a nação, porque embute em primeiro lugar um

preconceito contra a juventude, e em segundo lugar uma visão equivocada sobre

segurança pública, em terceiro lugar consagra o chamado direito penal do terror, por

que se pretende que o encarceramento vá salvar a segurança pública.

Esse argumento em defesa da proposta que cada vez mais cedo jovens são

recrutados por quadrilhas e bandos e é verdade infelizmente. Se diz que jovens de 16

e 17 anos têm sido recrutados por quadrilhas de traficantes, de assassinos

profissionais e por isso a saída seria puni-los. Quem conhece a dinâmica do crime no

mundo, eu fui juiz por 12 anos, e a conhece no Brasil, sabe que a consequência

imediata, se aprovado esse imenso equívoco, será que as mesmas quadrilhas, as

mesmas organizações criminosas, vão passar a recrutar jovens de 15 anos, de 14 anos,

de 13 anos, e como humanista, socialista, cristão e pai, me perguntam se a saída para

os problemas da humanidade é encarcerar crianças, é encarcerar adolescentes?

Eu manifesto aqui a minha palavra sobre tema tão grave, porque tem

direta articulação com o que nós estamos fazendo aqui agora, porque nós estamos

exatamente apontando o caminho real, verdadeiro, que não é demagógico e que tem

acima de tudo a coragem de enfrentar incompreensões, porque vocês que estão aqui,

jovens que serão beneficiários desses atos daqui a alguns anos e o nosso Estado só vai

sentir os efeitos dos investimentos em educação daqui a uma década, quando talvez

ninguém mais lembre do meu governo, mas isso pouco importa porque eu não estou

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no governo para disputar lugar na história, eu estou no governo para fazer o bem,

fazer as coisas certas e fazer justiça, por isso que nós estamos fazendo o maior

investimento na história da educação do Maranhão, investimentos que vão desde a

educação infantil onde tudo começa. Está aqui o meu professor Roberto Mauro

Gurgel, por isso que nós estamos lutando para que nosso estado não tenha mais

escolas de taipa, de barro, de palha, por que lá se agrupam os meninos e meninas, de

1º ano, 2º ano, 3º ano, 4º ano, colocam um professor na frente, nas chamadas salas

multisseriadas, e diz vai lá, ensina lá os meninos.

Quando o município é bem dirigido recebe merenda escolar, às vezes nem

isso. Infelizmente chegam aos 11 anos analfabetos, depois pega esse menino se

empurra mais alguns anos, com muita sorte, ele chega ao ensino médio e chega aos

15 anos analfabeto e é claro que ele vai abandonar a escola, é óbvio que ele vai para

os índices de repetência e é por isso que somente um de cada 5 jovens de 19 anos, no

Maranhão, concluíram o ensino médio.

Tudo começa na educação infantil e no ensino fundamental que não são

atribuição do Governo do Estado, mas neste ano e no próximo, nós vamos construir

112 escolas de educação infantil e ensino fundamental e dar de graça para as

prefeituras que necessitem, que pedirem e que se adequarem aos nossos parâmetros,

porque não é o prédio apenas. O prédio eu faço, é o primeiro passo imprescindível,

mas é apenas um dos passos. Por isso que além de fazer um prédio, nós vamos fazer

um programa de formação para esse professor, durante dois anos, com a despesa

paga pelo Governo do Estado. O governo do estado pagando, mas, nós precisamos

do compromisso do município de que os professores vão participar do programa de

formação.

No que se refere ao ensino médio, em primeiro lugar nós estamos

cuidando de reformar as escolas de ensino médio, reformas físicas, em segundo

lugar, valorizamos concretamente, objetivamente os professores de ensino médio,

tanto que esse ano não se falou em greve, porque o nosso estado foi o primeiro do

Brasil que anunciou o aumento dos professores ainda nos primeiros dias de Janeiro.

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Enquanto os outros Estados atravessaram longas greves a exemplo do Paraná e de

São Paulo e além de aumentar o salário dos professores nós fizemos 12 mil

progressões e promoções de professores, alguns esperando há 5 anos, alguns

esperando há 8 anos, há 10 anos e nós fizemos em 4 meses, exatamente para que os

professores e professoras se sintam respeitados, ainda que eu saiba que há muito que

fazer, sempre há, felizmente!

Em terceiro lugar gostaria de finalmente apontar aquilo que se refere à

educação profissional e ao ensino superior. No que se refere ao ensino superior, o

professor Gustavo tem sido incansável na apresentação das reivindicações da

universidade do povo do Maranhão que é a UEMA. A minha universidade da qual

eu tenho imensa alegria de ser professor há 21 anos, é a Universidade Federal do

Maranhão, porém, como Governador, coloco em primeiro plano sempre a

universidade da população maranhense, da sociedade maranhense, por isso que pela

primeira vez faço questão de mais uma vez sublinhar, pela primeira vez na história a

Fundação de Amparo à Pesquisa desse estado é dirigida por um professor da

Universidade Estadual do Maranhão e não da minha Universidade Federal,

exatamente para apontar a prioridade que nós damos a universidade que

construímos juntos.

Nós estamos com o programa de obras na Universidade Estadual do

Maranhão abrangendo algumas intervenções em São Luís, vamos fazer uma

estrutura totalmente nova na cidade de Imperatriz, já anunciada, concretizada com

terreno e licitação em curso e dinheiro garantido. E vamos anunciar em breve o

investimento similar na cidade de São Bento.

Em terceiro lugar, como disse, além do ensino superior, este evento de

hoje, a educação profissional, a educação em tempo integral. A educação profissional

surgiu e se fixou na minha cabeça como uma ideia, durante a campanha eleitoral,

quando uma jovem de 19 anos moradora da Cidade Olímpica, numa das reuniões de

campanha chorou! Mas chorou muito! Convulsivamente de modo emocionante e ela

só dizia uma coisa: “A minha vida acabou!” Isso. Uma jovem de 19 anos dizer que

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sua vida acabou e eu fui conversar com ela, claro, até porque eu tenho um filho quase

da mesma idade. Minha amiga a vida não acaba aos 19, costuma começar e olhe lá.

“Mas eu não consegui entrar no IFMA e meus pais nunca me perdoaram por isso”.

Claro que eu conversei com ela e fixei uma ideia, não tem vaga no IFMA, no Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia para todos os jovens, infelizmente! Vamos

fazer a rede estadual, o IEMA, que é a contra face do IFMA como a UEMA está em

relação à Universidade Federal do Maranhão.

E eu gostaria nesse momento, em que nós damos mais um passo

gigantesco, passo sob o comando do Secretário Bira do Pindaré, para concretizar esse

projeto, eu gostaria de homenagear esta jovem da qual infelizmente eu não lembro o

nome, mas, ela está na minha memória e é por ela e por tantos que nós estamos

fazendo o IEMA. E estamos fazendo o IEMA para mostrar o caminho real de

superação da violência, que só pode ser, acreditar na juventude, fazer educação, fazer

cultura, fazer esporte. Esse é o caminho verdadeiro, esse é o caminho duradouro,

esse é o caminho responsável e nós vamos gastar 500 milhões de reais, nós vamos

investir 500 milhões de reais no projeto do IEMA, na ampliação da UEMA, nas

reformas das escolas e no programa Escola Digna relativa à escola de taipa, isto

apenas em 2015 e 2016.

É o maior programa de Investimentos em Estrutura Educacional neste

estado e faço isso porque eu acredito nos meus colegas educadores, eu acredito na

juventude maranhense e, sobretudo eu acredito na educação, acredito que esse é o

caminho de fato, de nós libertarmos e emanciparmos a população maranhense.

Muito mais importante que disputar a cada 4 anos quem tem a honra de ocupar o

Palácio dos Leões, eu tenho a exata dimensão que entrei naquele prédio por honra do

povo do Maranhão, por um tempo e não tenho nenhum propósito de me eternizar no

poder. Muito ao contrário, o poder na democracia, na República, necessariamente

alterna, circula entre várias posições políticas, mas tenho certeza que o que é

importante ao falarmos de uma mudança verdadeira para muito além dessa questão

temporária atinente à chefia do governo, está na nossa capacidade de enraizar novas

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práticas, de fazer uma nova história e é isso que nós estamos fazendo aqui. Muito

obrigado, Viva o IEMA!

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O ENSINO MÉDIO INTEGRADO,

PRESSUPOSTOS E INDICATIVOS PARA UMA NOVA AGENDA

Maria José Pires Barros Cardozo

Então bom dia! Inicialmente eu queria agradecer o convite da secretaria,

também o convite especial de Jhonatan, meu ex-aluno do mestrado, e o Secretário

Bira. Dizer que é um prazer estarmos aqui neste momento e poder compartilhar

alguns aspectos do que temos estudado em relação à educação profissional no

Maranhão.

Essas colocações que eu vou destacar aqui são fruto dos nossos estudos do

Mestrado em Educação da Universidade Federal do Maranhão, desde 98 que eu

concluí, e depois o doutorado que fiz na Universidade Federal do Ceará na área

trabalho e educação, que eu concluí em 2007 e mais especificamente dos estudos que

temos feito na linha de pesquisa em que trabalhamos, política educacional, no

Programa de Pós-graduação em Educação da UFMA. Estudamos, não só o ensino

médio, mas as políticas de gestão, educação profissional, ensino médio integrado e

gestão educacional.

Eu acho que, como o Bira destacou, a grande questão hoje para se falar

sobre educação, sobretudo a educação profissional é concebermos o que é o trabalho

na sociedade atual, sobretudo quando se fala de trabalho para a juventude, ou seja,

nós temos que compreender que o trabalho é o criador do ser social, que conforme o

Governador destacou em relação a algumas questões pertinentes à juventude,

sobretudo a juventude pobre, é que temos uma história de considerar o trabalho

como algo negativo, ou seja, trabalhar é algo negativo. É algo que historicamente,

como o próprio Governador destacou, que nós começamos a pensar na educação

profissional há 100 anos, é porque o trabalho era tido como algo negativo, como algo

que deveria ser feito pelas pessoas de baixa renda, pelos escravos, não é isso? Então,

quando temos essa concepção de trabalho, inclusive a política educacional e os

governos não tiveram preocupação, porque a grande preocupação ao longo dessa

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história era preparar a elite para o ensino superior. Para os demais, que não

precisavam de educação superior era o trabalho escravo, era o trabalho braçal, o

trabalho manual. Quando vemos uma nova concepção de trabalho, como formação

do ser humano, uma formação integral, então começamos a pensar exatamente em

que tipo de trabalho se vai fazer, ou seja, o trabalho como princípio educativo.

Como o Bira destacou, é o princípio da integração, nas possibilidades de

integração entre a formação geral e a formação profissional dos jovens, dos adultos e

dos idosos, porque hoje também não se pode pensar mais em educação profissional

pensando somente na juventude. Considerando as transformações que estão

ocorrendo no mundo do trabalho, as mudanças tecnológicas, consequentemente, nós

temos que pensar nas outras dimensões de trabalho para toda a população e não só

para a juventude.

No que se refere à educação profissional do Brasil, só a partir de 1930 é

que se começou a pensar em algumas ações voltadas para a educação profissional,

mas ao longo desse processo, o que vimos? Sempre uma educação profissional

mesmo pensada nessa divisão entre o trabalho manual e intelectual. Isso tem haver

também, com a nossa própria organização política em que temos uma divisão entre

classes e frações de classe, onde historicamente a burguesia era preparada para

comandar e para dirigir e a classe trabalhadora para ser explorada.

Em relação aos aspectos administrativos, quando destacamos o acesso

diferenciado às redes públicas e privadas, também existe isso em relação às marcas

da história brasileira não só em relação à educação em si, mas também na educação

profissional. Então o que destacamos? Claro que eu não vou fazer um histórico lá da

educação profissional, mas têm alguns aspectos que eu acho que precisam ser

lembrados. Até para quando pensarmos na construção de um novo modelo de

educação profissional não ocorram alguns erros do passado, como por exemplo: a lei

5.692 de 1971, que obrigou todos os estudantes das escolas públicas a fazerem um

curso técnico.

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Eu sempre brinco com essa lei, eu sou técnica em enfermagem, mas eu não

sei aplicar uma injeção, porque o curso técnico que eu fiz de enfermagem não teve

estágio. Então eu tenho o diploma de técnica em enfermagem feito numa escola

pública estadual, Gonçalves Dias, mas eu não tive estágio em enfermagem. Eu

concluí esse curso sem ter a preparação suficiente, mas ainda bem que eu não segui

sendo enfermeira. Eu fui para pedagogia e sou Professora, porque se eu fosse

enfermeira consequentemente, eu iria aprender na profissão ou iria matar muitas

pessoas porque quem faz o curso e não faz o estágio não sabe aplicar uma injeção,

nem fazer um curativo.

Então, a grande questão ao pensarmos em curso de educação profissional

é sempre fazer uma relação com o que o próprio Secretário apresentou, é pensarmos

nos estágios para as formações profissionais que devem ser pensadas a partir dos

arranjos produtivos locais e das cadeias produtivas e ver se em cada local onde o

curso vai ser instalado tem a capacidade de estágio, porque não basta você implantar

um curso numa cidade, se não vai ter nessa cidade, os locais adequados para que as

pessoas possam fazer a relação teoria-prática. Porque o que comumente acontece na

maioria dos cursos técnicos é que os alunos só vão para o estágio quando termina o

curso e às vezes (temos pesquisas no IFMA), o próprio aluno tem que procurar o seu

campo de estágio, porque a instituição não oferece as garantias necessárias para que

esse aluno possa fazer seu estágio.

Em 1982 a lei desobrigou a profissionalização compulsória e começou nas

redes públicas estaduais o desmonte das escolas de formação profissional, aqui do

Maranhão. Sei que existem outras experiências, de outros estados, mas no caso do

estado do Maranhão, na nossa rede estadual, a partir de 1982, todas as escolas

públicas que ofertavam educação profissional deixaram de ofertar, ficou somente o

antigo IEMA durante algum tempo e a rede federal que é o IFMA.

Outra questão que se coloca em relação à discussão da educação

profissional são os diversos programas que o governo federal tem criado ao longo do

tempo. Falamos tanto dos programas de formação inicial, porque já tivemos o

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programa de formação de mão-de-obra que foi o PIPMO (Programa Intensivo de

Preparação de Mão-de-Obra) em 1963. Depois nós tivemos o Plano Nacional de

Qualificação Profissional que foi o PLANFOR em 1995. Tivemos o decreto 2.208 de

97, que fez a educação profissional separar-se da educação básica.

Então ao longo da história o governo veio criando alguns programas e foi

articulando essa reprogramação com as formações das escolas federais, mas foram

programas que não tiveram continuidade. Estou aqui destacando o caso do

Maranhão, pois fiz parte da pesquisa do PLANFOR e aqui em nosso estado foi uma

brincadeira. O recurso do PLANFOR, porque íamos visitar os cursos, como vou citar

o município de Rosário, em que era curso de comércio para pescador e muitos não

sabiam nem ler e escrever, apenas fizeram a inscrição desses pescadores, pois

queriam ganhar o dinheiro, considerando que o valor recebido per capita era por

aluno.

Nós tivemos vários casos de quantidades de ONGS que receberam

recursos do PLANFLOR, mas que não aplicaram devidamente como deveriam na

execução dos seus cursos. Temos que aproveitar as oportunidades dos recursos

federais, mas temos que saber como trabalhar com esses recursos, não na perspectiva

de fazer números estatísticos, para dizer que fez tal curso que qualificou tantas

pessoas, mas que na verdade não era isso. Grande parte das pessoas estava fazendo

cursos, mas não tinham a vocação para esses cursos, apenas alguém lhe convidou e

ela se inscrevia no curso, porque disseram que a professora precisava compor uma

sala e eu me inscrevi nesse curso.

Temos várias análises, várias dissertações e vários livros sobre o

PLANFOR que denunciam a forma como esses recursos foram aplicados. Nós temos

também o que vai fundamentar agora a nossa formação integral que é o decreto 5.154

que foi aprovado em 2004 e esse decreto foi fruto de uma disputa interna no próprio

MEC dos profissionais que compõem a SETEC, que foi a Secretaria de Educação

Profissional e Tecnológica, no sentido de trazer novamente a possibilidade da

formação integrada para os alunos do ensino médio.

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E nesse contexto de disputa e de confronto não podemos deixar de

considerar as diretrizes curriculares, porque grande parte dos documentos que

fundamentam as nossas ações na educação profissional são as diretrizes curriculares.

Nós temos as diretrizes curriculares para a educação básica aprovadas em 2010, nós

temos as diretrizes curriculares da educação profissional técnica de nível médio que

estão orientando agora as propostas curriculares dos cursos técnicos de nível médio e

tivemos também, quando o Bira destacou o Estado do Ceará, vários centros de

formação profissional. Eu lembro que isso foi um recurso do PROEP.

Eu até perguntei à época. Não sei para onde foi que o Maranhão jogou o

recurso do PROEP, porque vários estados receberam esse recurso para garantir a

expansão da educação profissional e tecnológica, e no Maranhão vimos muito pouco.

Inclusive foi um convênio feito com o BID e todos os estados brasileiros assinaram

esse acordo e receberam esse recurso, mas infelizmente o nosso estado não viu a

aplicação dos recursos do PROEP na educação profissional e aí nós tivemos

novamente o Plano Nacional de Qualificação que é o PLANFOR, o programa de

Expansão da Rede Federal em 2004 que por mais que não queiramos temos que

pensar na educação profissional articulada com os IFMA´s.

Tivemos grande expansão sobretudo espacial no sentido da

descentralização da criação de novos Campi do IFMA no interior dos Estados,

especificamente no nosso Estado do Maranhão, tivemos uma expansão dos IFMA´s.

Então temos que considerar como é que o IFMA está desenvolvendo, está fazendo

ação em determinado local para não ter uma sobreposição de ação. Às vezes acontece

isso no mesmo município, várias instituições atuando da mesma forma, eu acho que

nesse sentido, temos que pensar como situar a expansão dos IFMA´s no programa de

formação.

Nós temos o PROJOVEM que é também um programa do governo federal,

que também trabalha com a educação profissional. Temos que pensar nesses

institutos estaduais juntamente com programa do governo federal que é o

PROJOVEM. Temos o PROJOVEM urbano, PROJOVEM trabalhador, o PROJOVEM

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Saberes da Terra e o PROJOVEM adolescentes, que nós temos que pensar e articular.

Quando o Bira falou dos centros de vocação tecnológica, eu pensei logo no

PROJOVEM. Como articular essas ações com o PROJOVEM, no sentido de já ter um

recurso garantido porque, como o governador disse, não dá para construir um

prédio. Nós temos que fazer parcerias e articulações no sentido de buscar esses

recursos para poder garantir que de fato esses jovens sejam capacitados.

Nós temos o PROEJA onde encontramos outra grande dificuldade no

nosso estado, pois temos quase 19% de pessoas analfabetas a partir de 15 anos, mais

20% de analfabetos funcionais, então se for contar os dados temos aproximadamente

40% da nossa população analfabeta. O grande desafio no sentido de garantir essa

inclusão aos programas de formação profissional, é contribuir com o combate ao

analfabetismo no nosso estado, porque essa é uma praga que carregamos.

Eu até brinco às vezes com os meus colegas, quando sai os resultados do

censo ficamos disputando com Alagoas para ver quem está em último e para ver

quem está em penúltimo lugar, mas o analfabetismo é uma marca muito grande em

qualquer ação quando se pensa em qualificação profissional, em formação

profissional. Não podemos esquecer da nossa realidade, do analfabetismo, sobretudo

dos analfabetos funcionais, ou seja, daqueles que passaram pela escola e que muitas

vezes concluíram o ensino médio e não sabem ler e escrever. Essa é uma

preocupação. Tem que saber como avaliar essa formação básica aliada com a

formação para o trabalho, sobretudo no segmento dos jovens, adultos e idosos.

Ainda temos recurso que é do programa Brasil Profissionalizado. Inclusive

quando o Bira citou o centro de capacitação de Ribamar, ele foi construído com

recursos do Brasil Profissionalizado. O Maranhão deveria ter construído mais de 30

centros e eu não sei quantos construiu porque o estado teve que garantir a efetivação

e também os recursos para o orçamento. As pesquisas disseram que muitos não

foram efetivados porque os estados não possuíam recursos definidos em orçamento

para a educação profissional e agora estamos na discussão do PPA no estado e,

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inclusive participamos de um debate de como garantir do próprio orçamento do

Estado, os recursos para educação profissional no sentido de garantir essa aplicação.

Essa implementação dos programas de educação profissional, então, em

muitos estados brasileiros, como o Programa Brasil Profissionalizado. E não deu

certo por isso, porque o governo federal criou as estruturas físicas, mas os estados

não tiveram condições e muitos não tiveram compromisso político também de

destinar recursos para a manutenção desses centros.

Eu participei de uma mesa na Bahia e uma pessoa fez uma pesquisa sobre

isso, me disse que muitos centros foram construídos, mas ficaram fechados em

alguns estados brasileiros por falta de recursos para a manutenção. Nós temos o

PRONATEC que é a grande marca, como o Bira falou vamos articular o PROETEC

com o PRONATEC, usar o recurso do PRONATEC para fazer as nossas formações a

partir desse programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego.

O grande questionamento que destacamos também, é essa questão da

formação integrada no ensino médio. Pelo que eu vi aqui o foco que se vem

debatendo, que é o grande foco da educação, é o ensino médio integrado. Tem até

uma discussão do ensino médio, se é a Educação Profissional ou se é a educação

profissional integrada ao ensino médio. O importante é que se faça a integração e nós

fizemos algumas pesquisas. O Estado do Maranhão criou alguns cursos de

enfermagem, empreendedorismo, hospitalidade, eletromecânica e eletrotécnica então

fizemos pesquisa tanto na rede estadual como no IFMA e também no SESI/SENAI,

porque o SESI/SENAI têm uma articulação, o aluno faz a formação básica no SESI,

ou seja, a formação geral e faz uma articulação com o SENAI, eles têm um convênio.

O que falaram os alunos? Em 2007, quando a rede estadual criou alguns

cursos técnicos de enfermagem os alunos me relataram que os laboratórios nunca

foram instalados e eles também não sabiam quando ia começar o estágio e como era

essa perspectiva de tempo integral, o recurso para a alimentação nunca chegou.

Então eles tinham que passar o dia na escola e levar lanche porque não tinham

condições de voltar para um contra turno, para ir em casa, pagar passagem e voltar

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novamente. Isso foi a fala dos alunos e depois o que vimos quando se discute essa

questão de integração?

O que é integração? É uma matriz curricular que deve ter o tema gerador

que comporte todos os temas. Vemos em muitos exemplos de integração, o ensino

médio de manhã e o curso técnico à tarde. Então essa própria dimensão do que é

integração é a matriz curricular única, mas infelizmente muitos cursos estão fazendo

essa integração de forma separada, faz a formação geral em um turno e a formação

profissional em outro.

Então o grande desafio também de discutir a formação integrada ou

ensino médio integrado é aprofundar a análise de como essa matriz curricular, esse

desenho curricular, vai ser organizado para que não tenhamos cursos de um turno

que o professor ministra aula de matemática, química e física e à tarde o professor

ministra aula de eletrônica, eletrotécnica e etc.

Eles disseram que o estudo dos componentes curriculares gerais ocorre no

matutino e o dos componentes específicos no vespertino. Não há uma articulação

entre a matriz curricular e outra questão também que eles destacavam muito é que os

professores da educação geral não realizavam o planejamento com os professores da

formação específica.

Na verdade, eram dois cursos, porque se o planejamento não é debatido

coletivamente no sentido de como esse curso vai ser desenhado e vai ser

operacionalizado na prática, na verdade eram dois cursos porque os planejamentos

eram diferenciados.

A coisa que achamos mais complicada foi com os alunos que concluíram

em 2009 e não receberam o certificado de conclusão do curso integral, somente dos

componentes gerais. Isso aconteceu porque na época em que a lei de estágio foi

alterada, o governo do estado não fez o acordo com a lei do estágio e os alunos não

fizeram o estágio e os alunos queriam o certificado. Embora eles tenham feito o curso

técnico, ou seja, que eles tenham feito as disciplinas do curso técnico, como eles não

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fizeram estágio, receberam apenas a conclusão de ensino médio e fizeram um curso

técnico entre aspas porque formalmente não fizeram esse curso.

Outra questão que temos que discutir muito é que temos o limite de um

encontro na rede estadual para formação geral no IFMA, a dimensão da formação

técnica. O que os alunos e alguns professores dizem? O IFMA, a história dele é

ofertar curso técnico e quando ele começou a ofertar curso integrado, o que os alunos

dizem? Eles se sentem preparados para o mercado de trabalho, mas não se sentem

preparados para fazer o Enem, porque a ênfase é dada mais na dimensão da

formação técnica do que na dimensão profissional. São cuidados que estamos

colocando aqui para reflexão a partir das próprias pesquisas que os alunos

colocaram.

Eles dizem que não existe articulação entres os conteúdos da formação

geral e conteúdo da formação profissional. Nós temos também esse projeto de

educação básica do SESI no Maranhão que é articulada com a educação profissional

do SENAI e tem a mesma questão porque disseram que eles não se consideravam

preparados para o vestibular, para o Enem. Eles acham que há uma defasagem,

porque o Enem exige uma forma de estudo diferente, então ao pensar nisso, a

própria concepção de formação, isto é, a dimensão da área profissional acaba

limitando a possibilidade de o aluno dar prosseguimento nos estudos superiores.

Se ele não quiser seguir o tecnológico no ensino superior, às vezes ele quer

fazer outros cursos. Não irei destacar, mas nas nossas pesquisas, 80% dos nossos

alunos, pesquisas que fizemos no IFMA, não querem fazer os cursos da área técnica

do IFMA. Eles querem fazer vestibular para medicina, direito, psicologia, ou seja,

então vemos a possibilidade desse aprofundamento do conteúdo da formação geral.

Muitas vezes não sabemos qual o itinerário que o jovem quer. E a maioria deles dizia

isso: “eu não quero fazer curso de tecnólogo em eletrotécnica, eu quero fazer o curso,

fazer o Enem para direito e medicina na Universidade Federal do Maranhão ou

veterinária na UEMA”.

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Porque ele faz um curso técnico do IFMA? Porque ele fez uma seleção e

pela qualidade do curso e pelo nome que a instituição tem ele achava que era

interessante fazer esse curso técnico. Essa dimensão que damos, essa identidade que

falamos, do ensino médio integrado, no sentido da possibilidade também do aluno

obter os conhecimentos necessários para dar prosseguimento nos estudos, se ele

quiser seguir outra carreira em nível superior.

Mas nós temos muitas agendas. Vou pensar aqui nas novas agendas a

partir do Plano Nacional de Educação e do Plano Estadual de Educação. Só que essas

novas agendas, o que acontece, sobretudo no campo das disputas em torno de

consensos, concepções e recursos financeiros? Não podemos deixar de pensar em

educação profissional em qualquer nível, modalidade educacional, etapa. Estamos

numa arena de disputa mesmo, sobretudo da questão dos recursos financeiros em

torno de concepções, porque muitos defendem a educação integrada, em tempo

integral, educação integral.

Então há uma disputa em termo de concepções de educação e, sobretudo

em termos de recursos financeiros e não se pode considerar que tudo isso se deve a

esse contexto de reforma de estado, da crise do capital e da crise dos Estados. No que

se refere a recursos financeiros, e da restruturação produtiva e do ideal mais barato,

não se pode pensar em educação se não pensamos nas transformações que estão

ocorrendo no mundo do trabalho, no avanço científico e tecnológico; quais são as

demandas de mercados que estão surgindo para podermos pensar em educação

profissional. E quando se fala de recursos financeiros, nós participamos das

CONAES, das conferências e ficamos felizes quando foi aprovado 10% do PIB para

educação. Só que a palavra pública não foi colocada, então quando tira a palavra

público. 10% do PIB para educação, mas o público não conseguiu passar, porque o

público estava no documento da CONAE que era a proposição para o Plano

Nacional de Educação.

Então essa disputa também ainda existe, a disputa pelo fundo público

entre as instituições públicas, as privadas e as públicas não-estatais. Tem toda uma

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demanda de recursos financeiros que temos de pensar quando propomos uma nova

agenda para a educação profissional. Eu vou destacar algumas metas do PNE. O que

destaco? A meta 10: oferecer no mínimo 25% das matrículas de Educação de Jovens e

Adultos no ensino fundamental e médio na forma integrada à educação profissional.

Essa é uma nova agenda e um novo desafio que nós temos em relação à

educação profissional. A meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional

técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta em pelo menos 50% da

expansão no segmento público. Então nós temos uma dimensão, uma meta muito

ampla, sendo um grande desafio, uma nova agenda que é fazer a expansão das

matrículas do Ensino Médio ocorrer no segmento público. Não só a rede federal que

vai dar conta de atingir essa meta, mas as redes estaduais também vão estar com

novas agendas e novos desafios no sentido de garantir essa expansão da matrícula.

E ainda tem mais: fomentar a expansão da oferta de educação profissional

técnica de nível médio nas redes públicas estaduais de ensino. Então se o Plano

Nacional diz isso nós vamos atrás do Governo Federal, vamos ajudar a cumprir a

meta do plano. Para que o próprio Plano Nacional coloque a necessidade de

expansão nas redes públicas estaduais, porque nos diagnósticos e nos debates que

foram feitos na CONAE, em relação à educação profissional e tecnológica, os

representantes dos Institutos Federais disseram que não vão dar conta de atender

essa demanda, então as redes estaduais vão ter que contribuir com essa expansão da

matrícula.

Expandir o atendimento do ensino médio gratuito integrado à formação

profissional para as populações do campo, comunidades indígenas e quilombolas de

acordo com os seus interesses e necessidades. Aqui no Maranhão temos outra

dimensão. Nós temos essas comunidades indígenas, nós temos populações

quilombolas, nós temos populações do campo, ribeirinhas, população das praias, que

agora eu aprendi, população das praias!

Então ainda temos que pensar na nossa nova agenda, no nosso desafio de

como atender a essa diversidade com seus arranjos produtivos locais, com seus

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territórios, como eles estão chamando agora, no sentido de garantir uma oferta de

educação profissional que atenda a esses segmentos.

Nós temos também aqui nosso Plano Estadual de Educação que é a

expansão da oferta gratuita da educação profissional por meio de parcerias com

entidades privadas de serviço social, ampliar os Centros Familiares de Formação por

Alternância, porque temos que lembrar. Nós temos uma história aqui no Maranhão

muito interessante. Eu sempre quando leio, eu digo assim: educação integral, as casas

familiares rurais já fazem há muito tempo mediante a pedagogia da alternância.

Temos que buscar essas experiências positivas e ver como é que elas funcionam e no

que podemos incrementá-las, ajudar a melhorar esse tipo de educação que já existe

no Maranhão.

Nós temos casa familiar desde a década de 1970 no nosso estado. Temos

que ver como vamos atender a esses Centros Familiares de Formação por Alternância

para ofertar essa educação profissional integrada, esse ensino médio integrado,

educação profissional, sobretudo na perspectiva da Agricultura Familiar que é o

nosso grande desafio. Temos um estado riquíssimo onde importamos tomate, melão

tudo do Ceará. Quando eu vou no Ceará meus colegas brincam comigo: vocês têm

rios perenes, vocês têm tudo e vocês ficam comprando tomate, abóbora, melão do

nosso estado. Precisamos também articular essa nossa agenda, é nosso desafio

articular nossas formações com o incremento da Agricultura Familiar, com a

agropecuária, com o meio ambiente e outras áreas de interesses dos segmentos

populacionais.

Essa é uma agenda que temos muita preocupação no sentido de como

garantir essa educação profissional na perspectiva desses locais e desses moradores.

Nós temos também como meta no Plano Estadual oferecer no mínimo 25% das

matrículas de educação de jovens, adultos e idosos na forma integrada à educação

profissional no Ensino Fundamental e Médio, ou seja, atender essa diversidade da

EJA, sobretudo dos adultos analfabetos, expandir a oferta de matrícula da educação

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profissional de nível médio em 60% do segmento público até o final da vigência deste

Plano Estadual, assegurando a qualidade da oferta.

Creio que com a criação desses Centros de Formação Profissional

consequentemente poderemos atender essa meta, porque 60% das matrículas vão ser

com esses 23 centros que estão sendo criados, só por aí conseguimos atender essa

meta do Plano Estadual de Educação.

Para finalizar, eu tenho algumas considerações. Não podemos ter essas

políticas em educação profissional pautadas somente nas demandas da produção

capitalista do mercado. Como eu sei que é um governo que tem uma perspectiva

socialista, de pensar na outra dimensão do humano, do meio ambiente, nós

pensamos também nessa dimensão de formação para o respeito ao meio ambiente, à

diversidade, aos direitos humanos. É preciso que se lute por uma educação

profissional para ir além da lógica capitalista, ou seja, a lógica do mercado, e que

também possamos garantir a participação dos jovens na definição, implementação e

controle das políticas públicas.

Nós temos que ouvir os interessados. Tenho participado de vários

momentos do pacto nacional do ensino médio e tenho participado de mesas com

jovens. Eles dizem: não sabemos o que queremos então nós também precisamos ser

ouvidos. O que de fato queremos, e qual o tipo de educação que precisamos? E eles

sabem o que querem! Tem um monte de jovens aqui e se perguntar o que eles

querem, eles vão dizer: Eu quero uma educação de qualidade com a dimensão da

formação profissional.

Eles não são imaturos não, eles sabem o que querem e eles apresentam

isso muito bem nos nossos eventos do Pacto Nacional do Ensino Médio. Então eles

que são os protagonistas desse processo, eles têm que ser ouvidos, referendar o que

de fato eles querem, que tipo de educação eles querem, qual a concepção de

educação. Pode não ser na dimensão que se tenha na academia, mas ele sabe dizer o

que quer, ou seja, todas as pessoas em todas as dimensões, analfabetas ou ribeirinhas

sabem dizer o que querem.

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Então temos que buscar e ouvir a população para saber que tipo de

educação profissional querem, e que desenho eles querem dar a essa educação

profissional. É um desafio da agenda que precisa ser cumprido.

A outra questão que temos que pensar é a educação profissional, a

educação de um modo geral voltada para a superação das desigualdades sociais e

econômicas do nosso estado. Nós somos um dos estados mais pobres da federação,

não sou a favor de dizer que a educação resolve tudo, mas ela é um instrumento

importante para contribuir com a redução das desigualdades sociais e econômicas e

que pensemos de fato num projeto educacional voltado não só na perspectiva da

educação profissional, mas também da educação infantil, do ensino fundamental, do

ensino médio, do ensino superior, na dimensão da superação das nossas

desigualdades sociais e econômicas. E eu, como membro do Fórum Estadual de

Educação, não posso deixar de lembrar as metas que foram aprovadas no PNE, no

Plano Estadual de Educação e que de fato possamos considerá-las no processo de

execução, implantação e controle das políticas educacionais e sociais.

Então eu queria agradecer e aproveitar só um momento para fazer uma

denúncia. O Bira falou do Centro de Formação Profissional de Ribamar que fica na

estrada de Panaquatira e eles estão fazendo dois condomínios lá em Panaquatira e

estão canalizando a rede de esgoto para as praias de Ponta Verde e Panaquatira. Já

fizemos um movimento. Eu moro em Panaquatira, me apaixonei por aquele lugar,

muito longe, gasto duas horas para chegar aqui, saí de casa às 6 horas e cheguei às 8

horas, mas temos que fazer essa denúncia, aproveitar esse momento. Não podemos

deixar que em nome do dinheiro e do capital, as pessoas poluam, porque lá é um

lugar de rio, de pescadores. Não podemos deixar que as pessoas canalizem os

esgotos desses condomínios para os rios.

Então eu queria agradecer a oportunidade, dizer que nós da Universidade

Federal do Maranhão, nosso grupo de pesquisa está à disposição para qualquer

debate. Muito obrigada!

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1 EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Bahia

Senai

São Paulo

Pernambuco

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A EXPERIÊNCIA DA BAHIA

Marli Sousa

É deste lugar que eu quero começar a nossa fala, primeiro dizendo que

não se faz um trabalho dessa natureza sem algum sacrifício, sem alguma insatisfação,

sem alguma frustração, sem algumas pedras no caminho ou sem algum suor e não se

faz na perfeição, e não se faz sem gargalos, e não se faz sem não e continuamos

fazendo.

Este depoimento é produzido sempre com o vídeo de entrada da

formatura. São os estudantes que saíram em 2014. A Secretaria da

Educação/SUPROF faz uma formatura em grande estilo sim, fecha o centro de

convenções, uma sala do centro de convenções que dá para mais ou menos 5 mil

pessoas. Os estudantes levam, cada um, duas pessoas da sua família, tem um lanche,

tem flores, tem música, porque precisamos dar o melhor para os estudos do povo,

essa é a concepção.

Essa é a concepção político-pedagógica sim. Nós vemos pessoas que não

sabem, que jamais entraram no centro de convenções pela porta da frente, entravam

andando com roupas bonitas e brilhantes, alegres e empoderadas, entendendo-se

como cidadãos, isso é uma coisa que dá um gás, que me faz andar o Brasil inteiro se

for possível para dizer que isso é possível, mas também dizer que tem problema, não

tem perfeição.

Não viemos aqui dizer: olha é tudo maravilhoso, não é não. Tem meninos

aí que se formaram, que estão cumprindo estágio porque para nós o estágio é algo

importantíssimo, é um elemento da matriz curricular, tão importante como é a

matemática, o português, a arte e a formação técnica específica, mas ele está em

processo, continuando a fazer o seu estágio, então ele volta a se matricular, e ele

cumpre, ele cumpre o estágio dele que é parte da matriz. Ah, tem essas questões?

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Tem! Todo mundo aqui é da escola pública e sabe que se nós formos procurar fazer a

cartinha, tudinho, nós paramos e não fazemos nada.

É preciso fazer construindo, sempre brincamos dizendo que se está

trocando o pneu com carro em movimento e o motor e a lataria e pintando e dizendo,

vou embora! É assim com a classe trabalhadora, sempre foi! Todo mundo aqui já teve

uma história que construiu uma casa morando dentro, reformar o apartamento

morando dentro, comprar um carro usado e o carro dá mais problema do que

comprar um novo, mas assim foi e aqui estamos.

A educação profissional da Bahia é uma escolha social também. Ela traz a

perspectiva de que inclui, de que oportuniza, de que amplia horizontes e quem está

dizendo isso são os atores envolvidos nela, estudantes chegam sem nenhuma

vontade. Desses estudantes que passaram aí, vocês viram que tem um menino que

passou já em licenciatura para música, já foi para Coimbra, tudo é verdade.

É tão caro porque damos uma formação que permita ao sujeito encontrar

estratégias, brechas nessa coisa grande que se chama mundo do trabalho que envolve

o mercado do trabalho.

No mercado de trabalho com suas formalidades, mas não somente... Para

nós trabalho é princípio educativo, trabalho não é o termo latim torture, tortura,

trabalho é isto que está acontecendo aqui. O mundo do trabalho me levou, uma

formação, professora de história, faz uma formação faz outra... Haja educação

profissional e hoje estou aqui me comunicando, eu nunca imaginei que minha vida

fosse tomar essa progressão, não progressão no sentido de avanço linear dessa coisa

que pensamos, mas dita e diante de pessoas no Maranhão no dia 18 de junho às

vésperas do meu aniversário, da noite para o dia, sendo agraciada pela afetividade

tão grande, de tanta gente, ressignificando minha própria história no mundo do

trabalho.

O trabalho importante é algo muito mais amplo e precisamos trazê-lo para

a formação de nossos estudantes e para isso essa articulação trabalho, educação, e

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desenvolvimento socioeconômico é absolutamente importante, não se pode pensar,

desenvolvimento que esmaga o ambiente, esse conceito de desenvolvimento já está

posto e está fracassado e eu não posso pensar em um desenvolvimento que eu saia

do meu território para me desenvolver, eu preciso retornar ao território. Aliás, eu

preciso estar nele e com ele, encontrar soluções criativas para os problemas, por isso

que a intervenção social é tão importante. Aquele professor que tem 53 anos, que

mora em determinado local, vocês viram, foi o professor que fez esse depoimento, ele

é um gestor público em um dos bairros mais violentos de Salvador chamado de

Nordeste de Amaralina.

O Nordeste de Amaralina tem um símbolo de educação profissional, na

verdade, tem um conjunto de escolas que é chamado beco da cultura é onde está o

centro de educação profissional e lá nós temos uma experiência para solução de

estágio, não é solução desculpe aí a arrogância. Não é uma solução, é uma proposta,

é um laboratório experimental onde os estudantes de enfermagem, de análises

clínicas, de nutrição dietética, (é um CEEP de saúde temático), atuam oferecendo

serviços à sociedade, e vocês viram o estudante falando, ele se sente importante (o

gráfico). Lá existe um acordo, os meninos entram, saem.

Nós entramos às sete horas da manhã, saímos às sete horas da noite,

ninguém mexe porque o centro foi apropriado. Eu falava disso em determinado

momento, na hora do almoço, que ao redor do centro há uma irradiação, o centro

tem equipamentos do cidadão, isso é real, reforço que a Bahia está de portas abertas

para fazermos algumas observações do que está trazendo aqui neste vídeo, para

trocarmos e com certeza ressignificar e avançar.

Avançamos dizendo que hoje só podemos fazer esse trabalho porque

precisamos avançar politicamente, precisamos que o governo reconheça a educação

profissional como política, a educação profissional permanente, porque tem que ter

vontade política se não fica mais complicado do que já é. É preciso ter um conjunto

de escolas que chamamos de redes exclusivas de educação profissional, vocês estão

chamando de redes plenas, de unidades plenas, não é isso? Nós chamamos de

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Centros Estaduais de Educação Profissional – CEEP, ou Centros Territoriais de

Educação Profissional, porque trabalhamos muito com o conceito de territórios de

identidade.

Quem é que demanda os cursos, os arranjos produtivos locais, mas não

somente eles, porque às vezes o arranjo produtivo local ele é limitado, de manhã

alguém falava “nós fizemos um curso voltado à refinaria que não foi implantada”,

então não posso me limitar, e agora faz o quê? Eu preciso ofertar o que vai além das

fronteiras, daquele momento, eu preciso ousar, esses cursos de informática é para

que? É tudo que o menino do campo quer, menino do campo sabe, vocês precisam

saber as coisas fabulosas que eles produzem, os diálogos que ficamos impactados.

Vão lá no Centro Paula Souza, tem alguém aqui do Centro Paula Sousa?

Tem, na mesa tem alguém do Centro Paula Souza. O Centro tem uma feira que

acontece, já estamos mobilizados para participar e quase todos os anos a Bahia

manda vários representantes e nos inspiramos no Paula Souza, porque para tudo é

preciso haver quebra de preconceito, alguém me indique a hora porque eu estou

apaixonada por esse tema então já estou começando a me alongar.

Gargalos! Tem gargalo, professor, espaço físico, dinheiro, atenção quem é

da pedagogia e quem é do bacharelado, mas estamos fazendo a primeira formação

em metodologia de ensino de educação profissional pela UNEB – Universidade do

Estado da Bahia é a primeira especialização no Brasil para 1.500 professoras, como

faz? Nós falamos, mas agora não dá tempo se não estoura tudo. Temos gargalo no

âmbito institucional, no reconhecimento social, porque na Bahia se você perguntar

tem curso, e já tem sete anos depois. E eu fecho aqui a minha fala, dizendo que em

2006 nós éramos 4.016, e agora em 2014.1, essa informação é de 2014.1 primeiro

semestre, hoje somos 70.754, qual é o desafio? Qualidade para essas 70.754 vagas,

estágio, educação integral, tempo integral, alimentação, farda muito boa, professores

empoderados que deem desafios, mas que também deem suporte e ter a humildade,

que às vezes o aluno dá a volta em nós porque eles são melhores do que nós sim,

num certo sentido, porque em outro nós sabemos mais, nós somos as autoridades

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epistemológicas sim, mas o estudante tem uma visão que quando junta a nossa

experiência, com essa coisa que a juventude tem, dá um caldo excelente.

São Paulo 1ª rede, Paraná era a 2ª, a Bahia está em 2º lugar agora, somos

nordestinos, nós sabemos o que é fazer educação profissional, o histórico que passou

aqui pela manhã é muito semelhante, abandono da escola pública, abandono da

escola de educação profissional, cursos profissionalizantes que limitavam o sujeito,

hoje a educação é integral, o menino que faz educação profissional na Bahia também

está habilitado a fazer o vestibular, o ENEM porque ele tem um currículo integral, o

currículo dele é integral, base nacional comum, formação técnica geral, formação

técnica específica, duas sociologias, duas filosofias, uma biologia, ambiente,

segurança do trabalho, importantíssimo, eu não posso pensar na vida deslocado do

trabalho, não posso pensar numa ciência que abre mão de técnica, de arte e de beleza.

Avançamos dizendo que estamos em todos os territórios de identidade, de

formas variadas. Em 2006 ofertamos 15 cursos e em 2014.1 oferecemos 84 cursos dos

mais diversos eixos tecnológicos, formando o eixo militar que nós não oferecemos.

Tem gargalos operacionais? Sim, pessoal, financiamento, execução financeira,

controle social. Nós precisamos de controle social sim, e fazemos os conselhos, que é

a família dentro da escola. Há reticências? Há, normal, mas não somos acostumados

com isso, somos muitos nós, na nossa democracia.

Tem gargalos operacionais? Tem muitos, esse slide ele vai voltar, aí vocês

discriminam, e vamos dar uma aperfeiçoada nele. Avançamos dizendo que há

investimento na estruturação da rede, dizendo que tem aperfeiçoamento social sim,

porque nós fazemos, os estudantes se movem para encontrar soluções criativas dos

problemas encontrados no território. Nós chamamos isso de tecnologia social, não

somos nós que chamamos, falamos assim “nós” com uma propriedade como se fosse

pessoal, mas todo mundo entende que estamos falando de um coletivo, de uma

apropriação teórica, muito bem fundamentada e talvez a figura mais relevante desse

campo, a intervenção social quando se oferta serviços do centro para a comunidade,

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há a acolhida pedagógica, as respostas e os depoimentos dos estudantes, há

investimento na valorização de professores e gestores.

Então são três pós, metodologia do ensino da educação profissional,

especialização para os gestores, porque educação profissional precisa de uma gestão

diferenciada e outra especialização que é pelo FNB que acabou de acontecer, foi

concluída já, e foi muito interessante que também foi para a gestão. Há muitos

desafios, nada está pronto e vamos seguir adiante vigorosos e sabendo que as coisas

para um bom sempre têm um peso mais denso, mas o povo sempre vencerá.

Deixo um abraço e me desejem boa viagem, no coração levo um São Luís

muito forte que me deixou lembranças fabulosas que apareci alguns anos atrás era

outra São Luís, e hoje eu encontro outras vozes, outros atores e estou extremamente

animada. Voltando para Salvador dizendo muito obrigado meu Superintendente

pela oportunidade, a vocês e a cada um e me despedindo. Obrigada!

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A EXPERIÊNCIA DO SENAI

Marco Antônio Moura da Silva

Boa tarde a todos e a todas! Peço licença ao presidente da mesa para

levantar-me e ficar mais próximo de vocês. Primeiro momento agradecer e

parabenizar o Governo do Estado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Inovação por estar não só convidando atores indispensáveis para fazer parte desse

assunto, mas principalmente pela envergadura desse dia, principalmente pela

importância do assunto frente à política de desenvolvimento econômico, social e

ambiental do nosso estado.

O SENAI faz parte do sistema, um sistema privado, um sistema no

Maranhão, da Federação das Indústrias do Maranhão, conhecido em âmbito nacional

como Sistema Indústria, faz parte do Sistema Indústria, a própria Federação de

Indústria do Estado do Maranhão–FIEMA; o SESI que é o Serviço Social da Indústria

que tem como missão cuidar da qualidade de vida do trabalhador de indústria; o

SENAI que tem como missão qualificar o trabalhador para a indústria; e o IEL o

Instituto Euvaldo Lodi que tem a missão de capacitar o empreendedor, capacitar o

empresário e fazer a interlocução entre a empresa, entre a indústria e a academia e

talvez principalmente entre programas de estágio.

Nosso propósito então é competitividade e desenvolvimento sustentável

da indústria. Somos um sistema privado como falei ainda pouco, mantido pela

indústria no Brasil e principalmente aqui no Maranhão no nosso caso, mas temos um

papel além desse, temos o papel de também contribuir para o desenvolvimento

econômico, com formação de mão-de-obra e com desenvolvimento. Na verdade,

junto com os atores públicos e privados no âmbito econômico, social e ambiental,

como falamos ainda pouco.

A nossa fala é específica sobre o SENAI, nós falamos ainda pouco das

quatro entidades que compõem o sistema FIEMA e temos o intuito nessa tarde, nesse

dia de falar sobre o SENAI.

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A experiência do SENAI em educação profissional e tecnológica e em

tecnologia e inovação. O SENAI tem mais de 70 mil alunos, foi criado para fazer

educação profissional e tecnológica e há pouco mais de 15 anos o SENAI vem um

pouco para a área de inovação e tecnologia, vem desenvolvendo pesquisa, vem

desenvolvendo projetos e vem desenvolvendo serviços técnicos e tecnológicos,

principalmente para dar competitividade para a indústria maranhense e para a

indústria brasileira.

E o foco da nossa fala é justamente a intercessão da educação profissional

e tecnológica e da tecnologia e inovação, ou seja, trazer aos senhores e senhoras o que

o SENAI–MA está fazendo, de forma que nós pensamos para fazer uma educação

profissional e tecnológica com maior valor agregado, principalmente se utilizando de

valores de informação e de conhecimento da área de tecnologia e inovação.

Da nossa visão a educação ela precisa integrar, ela precisa expandir, ela

precisa inovar e principalmente ela precisa transformar, eu digo sempre nas

oportunidades que nós temos que a missão do SENAI não é simplesmente fazer

educação profissional e tecnológica. A nossa missão é mudar a vida das pessoas e

para que possamos fazer isso, precisamos integrar, precisamos expandir, precisamos

inovar e precisamos principalmente transformar.

A educação expande; temos um exemplo conceitual, estão vendo aqui um

manequim. É a mão de obra artesã que vira moda à base de fibra de buriti e algodão.

O que isso tem a ver com educação profissional? O que isso tem a ver com o SENAI?

Esse aluno do SENAI, Willame Sousa Filho, ele fez o EBEP de manhã

como a professora Maria José mencionou na sua rica apresentação, parabéns

professora pela sua pesquisa. E o EBEP um ensino articulado do SESI/SENAI que

inclusive foi pesquisado e foi estudado pela professora vem sofrendo transformações

porque começamos a observar que realmente o aluno que estava entrando no ensino

articulado, como a senhora falou, queria ser advogado, médico, engenheiro. Então

estamos repensando, já repensamos esse programa e a partir de 2016 terá um foco

completamente diferente do SESI e o SENAI com um currículo completamente

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integrado de fato para aqueles alunos que querem se tornar técnico de nível médio.

Muito obrigado por usar o programa EBEP na sua pesquisa.

Então o Willame, ele é fruto desse programa, ele é egresso do curso

técnico, da área de vestuário do SENAI Monte Castelo que é o nosso Centro de

Educação Profissional e Tecnológica mais antigo aqui no Maranhão, que fica ali ao

lado do IFMA, e o Willame foi um dos nove estudantes selecionados dentre

cinquenta e três candidatos do Brasil para participar do Brasil Fashion. Brasil Fashion

é um desfile que vai acontecer na World Skills que é a competição mundial de

educação profissional e tecnológica que pela primeira vez o Brasil vai sediar.

Será em São Paulo, agora no mês de agosto, estava inclusive falando aqui

na mesa sobre a World Skills e acontecerá um desfile onde será a maior competição

de educação profissional e tecnológica em São Paulo e o Willame hoje, está

juntamente com outros 8 alunos do SENAI de outros estados do Brasil sendo

preparado para essa amostra. Durante a World Skills então o Maranhão estará

presente na competição de educação profissional e tecnológica do mundo em São

Paulo em agosto e de hoje, antecipo Secretário Bira, você é nosso convidado a nos

acompanhar a World Skills fazer uma visita a toda competição assim como o André e

toda a sua equipe, fique à vontade para nós irmos juntos e todos participarmos desse

grande momento.

A educação expande, a educação precisa também inovar. E se uma

chupeta medisse a temperatura térmica corpórea e o nível de oxigenação da

respiração de um bebê? E os pais soubessem por smartphone? Será que isso é

possível? É possível. Hoje nós temos um projeto que se chama Termo Pipo.

O Termo Pipo tirou em primeiro lugar no Grand Prix de Inovação do

Senai que aconteceu também em São Paulo onde a ideia ocorreu em duzentos e trinta

e seis produtos industriais e foi o mais viável projeto de inovação a nossa ex-aluna

Nathaly Moraes Silva do curso técnico de eletromecânica, não do SENAI do Monte

Castelo, mas do SENAI Distrito Industrial que fica na BR 135, na saída de São Luís

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fez parte de um grupo e depois esse grupo foi para o Reino Unido fazer um

intercâmbio em um Instituto de Tecnologia e Inovação.

Educação transforma? Sim, o Maranhão participa da Olimpíada do

Conhecimento. Nós falamos ainda a pouco da mundial, o sistema SENAI tem uma

olimpíada do conhecimento em nível nacional também, e durante quatro dias de

competição. Ano passado nós tínhamos a missão de competir com tarefas que

simulam situações reais de trabalho e enfrentar alunos de todo o Brasil. Uma

competição que acontece de dois em dois anos, nós iremos fazer a nossa olimpíada

do conhecimento aqui no Maranhão de 27 a 30 de outubro no Centro de Convenções

Pedro Neiva de Santana, estão todos convidados para assistir na prática uma

competição de educação profissional e tecnológica em parceria com o SENAI.

A nossa missão foi essa aqui e alguém de manhã falou sobre educação

profissional e tecnológica para pessoas com deficiência, o SENAI-MA tem um

trabalho robusto com educação profissional voltada a pessoas com deficiência, nós

qualificamos mais de mil pessoas em 2014, nós recebemos o último encontro da

Secretaria Estadual do Trabalho exatamente com um misto de trabalho,

reconhecimento, inclusive da parceria que nós temos com a superintendência

regional do trabalho.

Nesse aspecto e na olimpíada nacional, ano passado nós ganhamos

medalha de ouro com a aluna portadora de síndrome de Down na ocupação

profissional de panificação. O Maranhão foi o melhor no Brasil também na educação

profissional e tecnologia de pessoas com deficiência.

Educação integral, imagine uma ideia que pode virar um produto amanhã

no mercado, isso aí chamamos de Inova SENAI, e se reutilizasse sacos de cimento e

copos descartáveis? E se a solução integrasse alunos, instrutores e o mercado? Ou

seja, estamos utilizando tecnologia em informação para melhorar o nível da educação

profissional e tecnológica. Esse produto, chamamos de Ecoplaca, foi uma ideia que

surgiu não mais no cenário de São Luís, já foi no Centro de Educação Profissional e

Tecnológica de Açailândia. A Ecoplaca dos alunos Kássya de Araújo, Wenilson de

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Santana e o instrutor Keneth Carvalho receberam o 3º lugar da categoria tecnologia

industrial no Inova SENAI durante a olimpíada do conhecimento.

O SENAI é o maior complexo privado de educação profissional do

Maranhão, nós atuamos em quatro modalidades de aprendizagem industrial por isso

fomos criados assim como o SENAC, assim como o SENAI, assim como o SENAR,

assim como o SENAT. São serviços nacionais de aprendizagem industrial

combinados praticamente com a mesma lei, com a mesma missão, fazer

aprendizagem industrial para o jovem de 14 a 24 anos.

Nós fazemos qualificação profissional que são os cursos FIC de curta

duração, um aperfeiçoamento profissional para aqueles que já estão qualificados e

precisam ser aperfeiçoados e a habilitação técnica que são os cursos técnicos. Atuam

também em duas modalidades, presencial e também a partir de 2014 na modalidade

a distância. Criamos uma estrutura própria para fazermos educação à distância. Já

temos nossa própria plataforma, nosso próprio ambiente virtual e hoje oferecemos

tanto curso de qualificação quanto cursos técnicos a distância.

Na área de soluções de tecnologia e inovação. Essas são algumas das áreas

que nós trabalhamos. Na área do meio ambiente, na área do design, na área da

logística, a área da competitividade, na área da construção civil, enfim em diversas

áreas, levando competitividade à empresa, principalmente à indústria. Temos

projetos de inovação aprovados em diversos editais.

No edital SENAI/SESI de Inovação, no edital da FAPEMA, no edital na

FINEP, do BNDES e Banco do Nordeste e exatamente essa convergência entre a

tecnologia e a inovação que tem feito com que o resultado da educação profissional e

tecnológica tenha se ampliado. Nós, quando assumimos o SENAI, a direção do

SENAI já tem 15 anos que se estende e já estamos há 2 anos e meio na direção do

SENAI. Eu digo que sou privilegiado, pois já passei pelo SESI, ainda respondo pelo

IEL, já passei pela FIEMA, já passei por todas as unidades do sistema FIEMA e

entendo claramente a complementaridade de cada uma e até então quem fazia

tecnologia e inovação não fazia educação profissional e tecnológica e quem fazia

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educação profissional e tecnológica não fazia tecnologia e inovação, então nós

juntamos as duas vertentes de atuação do SENAI e o fruto são aqueles que nós

mostramos no início da nossa apresentação, os resultados estão aparecendo e o

Maranhão estará de fato ampliando sua colocação no sistema SENAI de âmbito

nacional com os resultados interessantes como vimos.

Resultado de 2014, na Olimpíada do Conhecimento o Maranhão ficou em

2º lugar no Brasil, com o 1º lugar no Nordeste em projetos premiados de inovação, no

7º lugar no Brasil no ranking de medalhas por delegação e em 9º lugar no Brasil no

ranking do estado de educação profissional.

Essa é nossa curva de qualificação profissional, se não estou enganado é o

sistema privado no Maranhão que mais contribui para educação profissional e

tecnológica, o SENAI. Em 2014 nós qualificamos mais de 64 mil pessoas no estado,

nas regionais citadas ainda há pouco. No nosso vídeo é importante ressaltar que cada

centro de educação profissional e tecnológica no interior do Maranhão tem uma

região geográfica para atuar, e nosso Secretário de Tecnologia de Rosário está

presente? Nós não desistimos, a Petrobras desistiu, mas nós ainda não desistimos,

mês que vem nós estamos iniciando, abrindo um processo licitatório para o Centro

de educação profissional e tecnológica em Rosário. Nós já estamos lá com uma

estrutura provisória cedida pela prefeitura onde era a antiga rodoviária e em frente

nós iremos construir o Centro de educação profissional e tecnológica de Rosário.

Em tecnologia e inovação essa também é a nossa curva ascendente nos

últimos 4 anos. Percebam que em 2014 realizamos mais de 6.400 atendimentos de

tecnologia e inovação. Estamos até dezembro também, Secretário, iniciando um

processo licitatório do Instituto SENAI de Tecnologia que irá funcionar em nossa

unidade na BR 135 e será instituto voltado especificamente para prestação de

serviços de tecnologia para o setor da construção civil, então é o fruto de um

financiamento do BNDES do SENAI em rede nacional. Conseguiu o empréstimo via

BNDES. Nós teremos o Instituto SENAI de Tecnologia no Maranhão voltado para o

setor da construção civil.

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E esse foi o nosso resultado de 2014, o SENAI/MA ficou em 3º lugar no

Brasil das regras de desempenho de gestão, ou seja, seguindo alguns critérios como

custo aluno hora, sustentabilidade e outros indicadores. Nós recebemos a premiação

das mãos do diretor geral do SENAI em Brasília, recebendo recursos para

investimento em tecnologia e recursos humanos.

Enfim, nos colocamos mais uma vez a disposição do secretário

parabenizando todos pela iniciativa e tenha certeza que o SENAI do Maranhão estará

sempre ao lado do Governo do Estado, estará sempre ao lado da Secretaria de

Ciência, Tecnologia e Inovação para fazer com que a educação profissional e

tecnológica assim como a tecnologia e inovação sejam carro chefe deste estado. Nós

precisamos nos unir, nós precisamos estar juntos cada vez mais de modo a atingir

maiores indicadores, de modo a multiplicarmos muito mais os números que temos

hoje. Sabemos que temos limitações, somos mantidos pela iniciativa privada, somos

mantidos pela indústria, as demandas são muitas, pela manhã nós ouvimos aqui

diversas necessidades, infelizmente nós temos limitações, mas temos certeza,

Secretário, que dentro daquilo que for possível, estaremos tentando fazer mais e

principalmente tentando fazer melhor pela melhoria e pelo desenvolvimento do

nosso Maranhão. Muito Obrigado!

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A EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO

Almério Melquíades de Araújo

Vou fazer um rápido resumo desses anos, nós nascemos em 1969, 1970

dentro de um processo mundial de cursos de tecnologias. Surgiram na Alemanha, na

Europa, nos Estados Unidos e São Paulo. Se ganhou uma faculdade de tecnologia

que oferece e constrói uma formação de um profissional de nível superior diferente

daquele que a universidade faz há séculos.

Para isso no mundo inteiro havia na época uma presunção de que o forte

desenvolvimento industrial e a grande urbanização trazida a partir dos anos 60 e 70,

demandava esse profissional específico, que pudesse estar atuando de uma forma a

melhorar processos e produtos dentro das diferentes áreas de produção. Essa era a

intenção nossa na época.

O Paula Souza, diferentemente de outros órgãos, como o SENAI, nós

começamos pela formação profissional mais complexa, começamos com a formação

profissional de nível superior e dessa forma ficamos por mais de dez anos fazendo

uma formação exclusivamente do nível tecnológico, temos também do ponto de vista

estratégico muito parecido com o que o Secretário Bira anunciou aqui como intenção

do Instituto que está sendo criado aqui no Maranhão e é construir uma rede que

forme técnicos e tecnólogos associados as demandas e atendendo as diferentes

complexidades dos sistemas de produção de produtos e serviços em qualquer área.

Menciono a área cultural que era uma coisa que não se falava há dez anos

atrás. Quando se falava de ensino técnico se pensava muito em ensino industrial,

ensino comercial e o ensino agrícola. Hoje nós percebemos que não, que o ensino

técnico pode abranger a área de alimento, de hospedagem, de hotelaria, de arte.

Nós temos cursos na área de dança, temos cursos na área de produção de

hortas e próteses, enfim há uma diversidade muito grande dentro do que nós

chamamos genericamente de formação profissional, entretanto, a intenção é sempre

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ter orgulho na formação básica e científica desse técnico ou tecnólogo e ter também

uma formação que permita hoje dentro do discurso da necessidade, do

empreendedorismo e da inovação, que esse técnico, particularmente que esse

tecnólogo, tenha formação científica e autoestima suficiente para melhorar o

processo.

É muito difícil fazer isso. A tradição de um técnico estava muito mais

associada às habilidades, a operacionalização mesmo que ela fosse crítica, havia uma

cultura que entendia que o técnico particularmente tinha muito haver com os

operadores. Hoje não, quando você vê a reforma, os princípios, as diretrizes

curriculares do ensino técnico e do ensino tecnológico, se percebe que é muito mais

abrangente esse perfil profissional, ou seja, não basta estar associado às

características do processo de produção, mas também tem que ter a formação e

autenticidade suficiente para que se possa contribuir para melhoria desse processo e

isso não deve ser feito exclusivamente por pesquisadores nas universidades, nos

centros tradicionais, pode ser feito hoje pelos centros de formação profissional.

O Paula Souza tem essa estrutura, eu detalhei apenas a estrutura das

coordenadorias do ensino técnico e tecnológico, mas, naquela parte de cima nós

temos um gabinete da superintendência, ou seja, a cabeça que a gestão tem, o

conselho deliberativo, que é o conselho que articula a coordenadoria, tem uma

assessoria jurídica, tem um setor de inovação, enfim você tem um grupo que

assessora diretamente ligado à superintendência, diferentemente daqui que têm

reitores e pró-reitores, pelo que eu entendi.

Esse é o modelo a ser instituído aqui no Maranhão, nós temos um modelo

administrativo diferente, abaixo você tem as coordenadorias que cuidam da parte de

recursos humanos, toda parte de obra, construção e reformas. Nós temos

engenheiros, temos também o setor financeiro, temos coordenadoria de pós-

graduação, ainda muito pequeno, temos uma coordenadoria de graduação que

coordena as 64 faculdades de tecnologias, nós temos 70 mil alunos fazendo cursos

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superiores de tecnologia e tem a coordenadoria que eu coordeno que tem duzentos e

dezoito escolas técnicas mais as classes descentralizadas nas extensões.

Esse é o quadro geral do Centro Paula Souza, eu não detalhei os outros

setores porque são mais de caráter meio, detalhei as duas grandes coordenadorias

com as atividades fins que estão voltadas para o ensino.

A coordenadoria de ensino superior a CESU ela tem esses grupos, o grupo

acadêmico pedagógico, administrativo, tem o comitê dos 64 diretores das faculdades

que elegem o grupo de 6 a 7 pessoas que constitui o comitê que atuam mais

diretamente junto à coordenadoria das FATEC’s.

Dentro da minha coordenadoria tem a coordenadoria do ensino técnico e

de ensino médio, nós temos um grupo que cuida exclusivamente da formulação de

análises curriculares. Para entender melhor essa estrutura nós temos três eixos.

Trabalhamos com a ideia que o planejamento educacional é currículo, tem o

desenvolvimento dos currículos, com o apoio da educação curricular para atualizar

tecnicamente e pedagogicamente um conjunto de professores e tem um grupo de

supervisão educacional em onze regiões de São Paulo que dão um apoio mais direto

nas escolas.

Tem um grupo pequeno, tem educação à distância tendo apenas cinco

cursos técnicos, grupo de construção de currículo, ele tem que trabalhar

permanentemente com o setor produtivo, ou seja, nós construímos a ideia de que

currículos se constroem dentro da escola exclusivamente, nós podemos conduzir esse

processo, mas os laboratórios de currículos eles têm que ter na sua composição gente

que demandou o curso, nós criamos uma média de três cursos todos os anos, ou seja,

surge a demanda, nós solicitamos ao setor que indique especialistas, chamamos

pessoas, professores que atuam na área e eles vão se reunindo no prazo de oito vezes

no decorrer do ano e elaboram dentro de uma busca constante, em consenso, qual é o

pedido daquele profissional, quais são as suas atribuições e atividades, olhando a

classificação brasileira de ocupações.

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Afinal, você não forma o técnico para esse ou aquele município, nem para

aquele estado, é um diploma de validade nacional você tem que estar referenciado

também, tem documentos nacionais como o CBO do Ministério do Trabalho, tem dos

diferentes perfis já existentes e outras instituições. Então nós vamos construir

deliberados formativos com certificações intermediárias desde que essas certificações

tenham alguma coisa haver, algum cargo ou função existente em processos

produtivos, não podemos também criar certificações que não tenham nenhuma

conexão com as diferentes demandas dentro daquele ramo profissional.

Definimos depois qual é a infraestrutura mínima, temos hoje o layout, a

descrição de todos os laboratórios e também estabelecemos quem é o profissional que

vai poder atuar naquele curso, nessa ou naquela disciplina, nesse ou naquele projeto

profissional, todos os currículos têm que ter a conclusão curricular e ter a duração de

1 ano e passa por uma nota.

Esse, de grosso modo, é o funcionamento desse grupo de formulação de

currículo. Vamos para o grupo do Centro de capacitação que chamamos de técnica

de capacitação continuada. Ele tem a obrigação de oferecer pelo menos, de vinte e

cinco a trinta por cento, de todos os professores, um curso de quarenta horas ou

sessenta horas, sendo semipresencial ou a distância, tendo parceria com indústria e

universidade. Temos que nos virar para, pelo menos vinte e cinco a trinta por cento

dos professores ter acesso a alguma inovação num plano pedagógico ou tecnológico

que é uma forma também de criar um espírito de rede, é uma forma de fazer com

que os professores se encontrem e troquem experiência. E tem o grupo de supervisão

que é um grupo de controle, que examina se de fato aquele currículo, aquelas

metodologias propostas do currículo estão efetivamente sendo desenvolvidas na

escola.

A educação técnica, na semelhança do ensino superior, tem uma perda

muito alta, eu não digo a formação técnica diurna, essa perde um pouco, período

integral, curso integrado, técnico e médio, esse a perda é cinco por cento, muito

baixa, algumas transferências, etc.

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Entretanto, essa escola técnica quando vai à noite que são os cursos

concomitantes ou subsequentes ao ensino médio, que é uma escola adulta, são classes

mais heterogêneas, do ponto de vista etário, e também do ponto de vista de

conhecimentos prévios, tem uma perda que eu considero brutal, de trinta a quarenta

por cento, esse é o nosso calcanhar de Aquiles quando se trata de ensino tecnológico

superior, que também é, de grosso modo, do ensino superior em geral. Isso nós não

temos ainda uma resposta para solucionar, para enfrentá-la do ponto de vista das

causas dos problemas internos e externos

Então essa é a ideia do funcionamento da coordenadoria do ensino

superior. Como já mencionei ela tem que estar vinculada aos setores produtivos, ela

tem que garantir uma narrativa, uma articulação com os setores de pesquisa do

comércio. Enfim, a coordenação do ensino superior tem algumas responsabilidades

que nós da Coordenadoria do ensino técnico não temos, mas um compromisso de

fazer uma articulação com médio e técnico seja ele no modelo integrado, nós temos

uma cooperação, porque o Centro Paula Souza é uma autarquia pública vinculada à

Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, semelhante aqui.

Nós temos uma grande parceria com a Secretaria Estadual de Educação,

utilizamos hoje cerca de cento e vinte escolas públicas estaduais para o oferecimento

e uso técnico fora da Escola Técnica, cursos mais voltados à área de gestão,

informática, cursos que dependem do ponto de vista laboratorial apenas de

laboratório de informática, então esses não impacta, você pode usar também no

laptop, ou seja, ele não vai impactar a estrutura da escola pública regular e com a

ideia da diminuição que é uma notícia boa do segundo ciclo fundamental e do ensino

médio noturno.

É coisa nossa, é coisa que tem ensino básico de noite, até pouco tempo

ensino médio era predominantemente noturno que é um absurdo isso. Nós estamos

corrigindo isso, está gerando uma grande ociosidade para as escolas de ensino médio

período noturno. Aí nós fazemos convênios com a Secretaria Estadual de Educação e

oferecemos cursos para alunos da Secretaria de Educação

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No geral, são alunos oitenta a noventa por cento, por isso Paula Souza tem

duzentas e dezoito escolas e tem mais de trezentas extensões descentralizadas, cento

e cinquenta aproximadamente contando com prefeituras, que seria também por

conta da ociosidade do período noturno, espaço para que ofereçamos,

principalmente em pequenos municípios, necessidade de construir uma escola

técnica de uma demanda permanente de uma formação profissional, nós

trabalhamos basicamente com esse perfil que seria o técnico, o que é o técnico? Se eu

fujo de um modelo mais clássico de olhar o técnico operador, o operário

especializado ou um operador mais classificado, entretanto a redução da hierarquia

dentro desse processo de produção, foram dez funções hierárquicas para três

quartos, você tem que dar mais autonomia para esses técnicos. Eles têm que ter uma

capacidade para planejar, executar e controlar, ele tem que saber se aquilo que ele

está fazendo, está fazendo adequadamente de acordo com o projeto que ele recebeu.

Temos esses números de cursos técnicos, a totalidade integrada e

concomitante, cento e setenta e sete, temos esse número de professores 15.007, de

administrativo 5.009 e de auxiliares docentes 469, temos um ensino concomitante

subsequente que ainda domina, mas há uma diminuição do ensino técnico

concomitante e subsequente que no período diurno estamos crescendo há três anos.

A ideia é 173 concomitantes e 70 integrados, o ensino médio regular, vamos eliminar

e integrar todo ele com o ensino técnico.

O tecnológico tem o crescimento em média de 4% ao ano; predomina o

estudo noturno, e estamos empenhados em ampliar porque é a maior deficiência da

formação técnica para os jovens de 14 a 17 anos. Este é o número de técnicos que nós

formamos: a média de 70 mil técnicos por ano. Nesse âmbito tecnológico temos

formação profissional com maior intensidade na área de gestão, de indústria e de

comunicação.

É isso, agradeço mais uma vez o convite por estar aqui falando um pouco

dessa experiência. Obrigado secretário. Obrigado a todos! Eu desejo sucesso ao

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empreendimento, nós temos a responsabilidade de fazer uma boa escola pública e de

vez em quando ver que nem parece uma escola pública. Obrigado!

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A EXPERIÊNCIA DE PERNAMBUCO

Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Quero agradecer ao Governo do Estado do Maranhão e ao secretário pelo

convite, dizer da minha satisfação de estarmos aqui com troca de ideias e quando nós

vimos fazer uma apresentação dessas aprendemos muito, principalmente com outros

estados como: Bahia. Paula Souza que é nossa inspiração e também o trabalho do

sistema S, tudo que eu falar aqui, eu sou da Secretaria de Educação, em tudo nosso

trabalho é voltado para os cursos técnicos.

Em Pernambuco, a formação de ensino continuado fica por conta de outra

secretaria, a de Trabalho e Emprego. Isso foi lá de 2009 e nós vamos ver aqui na nossa

apresentação que é muito ligado. Eu não tenho como dissociar a educação integral lá

no estado de Pernambuco, então eu fico muito feliz da apresentação pela manhã do

Instituto, educação de ensino médio integrado a educação profissional fazer parte do

Instituto, do IEMA de vocês. E nós criamos uma estratégia para fortalecer esse ensino

médio no estado do Pernambuco.

Nós também temos a educação profissional que até o ano de 2009 estava

sob a responsabilidade da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de

Pernambuco. E essas estratégias foram as seguintes: infraestrutura escolar, nós

precisávamos transformar a escola do ensino médio para atender estudantes na

educação integral que logo em seguida aqui vem a profissional, a oferta de

experiências inovadoras de tecnologia para tornar a escola mais atrativa e o ensino

médio nosso.

E no país como um todo, em 2007 era um caos. Em face disso, o

Governador Eduardo Campos criou o pacto pela educação, gestão por resultados

voltada e acompanhada por ele mensalmente, por todas as 17 regionais que

trabalham com a educação. Eu trouxe aqui um mapa do estado para que vocês

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percebam que a educação do estado de Pernambuco está dividida por 17 regionais e

essas, nós temos hoje, dados de 2014, 337 mil estudantes do ensino médio.

Eu vou falar aqui e vocês vão perceber que nossas escolas, atendem hoje

metade desses estudantes, a educação profissional se encontra ali, dados do ano

passado, 12.139 estudantes do ensino médio integrado no estado do Pernambuco. Em

2007, o governador materializou este programa de educação integral criando as

escolas de referência de ensino médio, são as escolas do ensino médio com a

educação integral no ano de 2009, ele traz de volta a educação profissional que até

então era de responsabilidade da secretaria de Ciência e Tecnologia e cria o

programa da educação profissional sob a responsabilidade da secretaria a qual eu

respondo com o programa da educação integral e todas as nossas escolas de

educação profissional têm o ensino médio integrado em tempo integral.

Quais as estratégias que nós utilizamos para acompanhar e medir os

resultados desses estudantes? O SAEB criado também em 2008, uma prova de língua

portuguesa e matemática que os queridos estudantes de Ensino Médio realizam, o

IDEPE que é o Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco são com as

mesmas características do IDEB e a avaliação do pacto pela educação que é uma

avaliação do 1º 2º e 3º ano do ensino médio para acompanhar o desenvolvimento

desses estudantes. E aí vieram os programas, o tablet, um computador por aluno, o

concurso professor-autor que nós temos na nossa rede.

Esse professor na educação profissional e da educação integral do ensino

médio como um todo eles preparam a aula e essa aula fica disponível no tablet do

estudante e também em toda a rede para que cada professor possa usar essa aula, e

essas aulas, quando premiadas, eles têm mil reais por aula. Cada professor pode

aprovar até 40 horas aulas para ficar lá, disponível para os professores, e foram

premiados 909 trabalhos que estão disponíveis até hoje, sobre todos os conteúdos do

ensino médio.

Criou-se também o programa Ganhe o Mundo que é o programa para os

estudantes também do ensino médio, cursando o 2º ano. Ele tem direito a passar 6

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meses, porque o 2º ano?, para que ele termine o ensino médio conosco de 4 a 6 meses

nos países: Austrália, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos e Nova

Zelândia. Nós acreditamos, o governador dizia muito na época, que são esses

programas que iam tornar essas escolas mais atrativas para esse estudante e os

professores contando com a equipe da educação profissional na construção dessas

escolas.

Eu fico muito feliz quando eu vejo aqui hoje pela manhã vocês já

estudando, fazendo avaliações, onde colocar essas escolas técnicas.

Aqui é o estado do Pernambuco, ele é dividido em doze regiões de

desenvolvimento. São 17 regionais de educação, mas em região de desenvolvimento

são 12 e foi feito, realizado um estudo no arranjo produtivo do estado de cada região

dessas para servir como indicador e para onde iam as escolas técnicas que estão

sinalizadas e, desse mesmo modelo que vemos hoje.

Então hoje o estado do Pernambuco, em nenhuma cidade com o número

de habitantes igual ou superior a 40 mil habitantes, ela deixa de ter, ela tem hoje no

mínimo uma escola técnica, porque em Recife nós temos 6, mas no mínimo 1 em cada

cidade com 40 mil habitantes tem uma escola técnica dessa.

Os critérios de escolha para que se colocasse a escola naquele município, o

estudo de arranjo produtivo daquele local, oferta dos institutos federais. Quando eu

digo isso, por exemplo, Petrolina, que é uma grande cidade, mas tem instituto federal

lá, inclusive um campus. Então lá em Petrolina não foi possível colocar um instituto,

uma escola técnica estadual, tendo em vista não haver competitividade com o

instituto.

A oferta gratuita do sistema S, nós temos hoje várias, eu não sei dizer hoje

quantos, quantas escolas no sistema S, mas todas as grandes cidades de Pernambuco

são atendidas com o sistema S, responsável pela grande oferta de educação

profissional, diga-se de passagem, no nosso estado até hoje. Oferta de escolas

técnicas regionais numa mesma região, no eixo de desenvolvimento, onde se

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colocavam escolas que sabemos, ela não vai atender só aquela cidade, mas um todo,

demanda da população, conforme outros processos seletivos, porque dependendo do

curso, há uma procura muito maior do que outro e essas escolas nos permitem

mudar quando não há esses cursos e obras estruturadoras, novos empreendimentos

na região.

Nós, de 2008 para cá, passamos por uma fase de desenvolvimento

econômico muito grande no estado do Pernambuco e era preciso, se fazia necessário,

que nessas regiões em desenvolvimento tivessem uma escola técnica, como é o caso

de Cabo de Santo Agostinho.

Aí eu trouxe o recorte aqui de uma região para vocês perceberem que das

doze regiões que eu falei, a RD da Mata Norte. Ela tem quatro escolas na região em

desenvolvimento, mas próximo a ela têm outras regiões, uma outra região em

desenvolvimento, ela também aparece nesse azulzinho que tem ETE aqui na cidade

de Goiana, Timbauba, Carpina e de Paudalho.

Então, são regiões que vocês veem aí no mapa, no recorte, toda região vai

ter no mínimo esse quantitativo de escolas porque normalmente é uma cidade igual

ou com mais de 40 mil habitantes.

Aí são como funcionam as escolas, nós temos hoje no estado do

Pernambuco 28 escolas técnicas estaduais, das quais 20 são padrão, construídas

dentro de um padrão técnico e temos 300 escolas de educação integral.

O regime nessas escolas é um regime integral, integralizado na educação

profissional, 40 horas distribuídas em cinco dias da semana, os professores eles têm

educação exclusiva, eles têm um adicional, eles são professores do estado. Nessas

escolas nós trabalhamos com dois tipos de professores, são os professores que nós

chamamos da base comum, são do estado no regime de educação exclusiva e

professores por contrato temporário que eles recebem o valor da hora/aula igual ao

professor do tempo integral. Se ele tiver nessa escola 200 horas/aulas, ele terá o

salário igual ao professor com a gratificação de exclusividade.

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As formas de oferta por meio de educação profissional, das 7h30min às

17h30min. Todas as nossas escolas elas também atendem a noite subsequente. Então,

elas atendem 540 estudantes durante o dia e 540 estudantes durante a noite no

subsequente para quem já tem ou já terminou o ensino médio.

A nossa concomitância, nós só temos e fazemos o técnico concomitante

através da EAD, nós temos hoje, trabalhamos desde 2001 com EAD, hoje nós temos

um diferencial, deixa eu ver aqui um dado, o dado é do ano passado, mas, hoje nós

temos 14 mil estudantes fazendo curso técnico em EAD em nove cursos técnicos.

Aqui são os cursos oferecidos, nós temos 35 cursos atualmente

funcionando nessas escolas, em diversas áreas, e aqui é a evolução.

Em 2007 até 2009 eram seis escolas técnicas, na verdade cinco escolas

técnicas e uma escola regular que funcionava com uns cursos técnicos que era sob a

responsabilidade da Ciência e Tecnologia, e nós não queremos dizer isso que era por

conta de não estar na educação, mas é que não existia naquela época política de

educação profissional no país e Pernambuco também não tinha essa política como

tem hoje. E a partir de 2009 nós vemos o crescimento a 2015 com 28 escolas, e 12

escolas com mais de 70% já construídas para nós inaugurarmos agora em janeiro do

próximo ano, então em janeiro estaremos com 40 escolas técnicas em todo o estado

do Pernambuco.

Aqui, a série histórica dos estudantes, em 2007 eram 2.477 estudantes na

educação presencial, dados do ano passado 12.139 e na EAD, aí na EAD nós

começamos lá em 2008 que já veio com resquícios lá da Ciência e Tecnologia, mas

com isso mesmo nós começamos em 2010 com 1.037 alunos e dados do ano passado

com 10.503 estudantes, não presencial, nós temos 35 cursos e na EAD 9 cursos.

E aqui é a variação que nós temos do IDEPE, daquele índice que nós

falamos lá, que é bem parecido com o IDEB e quando nós fazemos essa avaliação

com as escolas regulares e do ensino médio, elas têm uma média de 3,25, quando nós

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fazemos com as escolas semi-integrais 4,07, as integrais 4,53 e as técnicas 4,86. A

média do estado do Pernambuco, isso é dado censitário do IDEPE, é 3,54.

No IDEB do ensino médio nós estamos hoje no país em 4º lugar é 3,6,

então é um índice que se assemelha muito ao IDEB e as escolas técnicas saem na

frente. Nossas escolas, várias delas, têm o IDEB acima de 5,0, isso é muito bom e

esses dados do IDEB nós acreditamos que sejam reflexo de todo o investimento no

ensino médio na educação profissional do estado. Em 2007 o nosso IDEB nacional era

2,7, nós éramos o 21º lugar e passamos para o 4º lugar em 2013.

Já saiu nesse ano o índice de abandono, em 2013 nós fomos o 1º lugar do

país. O índice de abandono era de 5,2 no ensino médio, este ano, 2014, já saiu o índice

de abandono e continuamos no 1º lugar. Caímos mais 30% e esse índice é de 3,6.

Então nós acreditamos que nesse ano, o IDEB do ensino médio, e nós acreditamos

que esse índice vai nos ajudar muito a brigarmos para sairmos daquele 4º lugar e

ficarmos entre os três.

Quando eu lembro bem, que eu estava em uma dessas reuniões que o ex-

governador Eduardo Campos fazia e ele dizia que queria em 2013 estar entre os cinco

primeiros lugares do IDEB do ensino médio de 4,1, nós ficamos no 4º lugar com o

IDEB de 3,6 e nós brigamos para que esse ano saia esse primeiro lugar ou entre os

três, entre os três está bom para nós, um estado do Nordeste não é brincadeira para o

ensino médio.

Aqui são algumas matérias de algumas revistas, nós temos também uma

amostra pedagógica que nós fazemos anualmente em todas essas escolas com

experiências exitosas porque isso incentiva a escola a fazer também na sua escola,

porque são as melhores experiências que vão a uma determinada cidade. Temos um

fórum também da educação profissional e temos também essas conquistas desses

nossos estudantes. Nós temos uma parceria com uma das escolas, temos também

com a Microsoft nas escolas técnicas e aí essas cinco meninas, essas cinco crianças,

estarão viajando agora dia 29, foram selecionadas para a final nos Estados Unidos

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para representar na América, elas concorreram com vários países e vão ser nossas

representantes.

É isso, muito obrigado! Mais uma vez parabéns por essa atitude de vocês.

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2 EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Ceará

Sest/Senat

Sebrae

Senar

Senac

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A EXPERIÊNCIA DO CEARÁ

Maria Alves de Melo

Inicialmente, boa tarde a todos e todas! Nós queremos em nome da

Secretaria Estadual de Educação, especialmente na pessoa do professor Maurício

Holanda e da Coordenadora da Educação Profissional, professora Marta Emília,

agradecer o convite de estar aqui presente. É sempre bom compartilhar experiências,

como já foi dito anteriormente pelos colegas que nos antecederam. Nós aprendemos

muito ouvindo a experiência dos demais e dizer como disse no início a professora

Marly, nem tudo são flores não, tem coisas boas, mas tem muitos percalços no meio

do caminho, mas se a vontade de acertar é maior do que isso, nós superamos os

desafios aprendendo o jeitinho e parabenizamos a iniciativa aqui do Estado, a

implantação dessa história de educação profissional aqui no Estado que começa

agora. Obstáculos acontecerão com certeza, mas nós sentimos aqui a firmeza nas

palavras de todos aqui do estado nessa vontade de acertar e isso é muito importante.

Então aqui eu vou tentar rapidamente, são só quinze a vinte minutos para

contarmos um pouco da nossa história. Nós começamos em 2008, na verdade em

2007 quando o Estado fez a adesão ao Programa Brasil Profissionalizado, cujo

objetivo é incentivar o ensino médio, a oferta de ensino médio integrado a educação

profissional e nós começamos em 2008, após ter firmado o convênio com 25 escolas, é

um início assim meio ousado não é? Normalmente vamos com experiência piloto,

mas começamos com esse desafio imenso de dar conta dessas 25 escolas estaduais de

educação profissional e, na rede estadual não tínhamos nenhuma experiência, então

foi um desafio muitíssimo grande.

No início essas 25 escolas receberam o nome de CEJOV (Centro de

Educação para a Juventude), mas em 2008 foi criado através de lei estadual, passou a

denominar-se de Escola Estadual de Educação Profissional. Inicialmente nós

trabalhamos com 4 cursos técnicos, que foi Enfermagem, Guia de Turismo,

Informática e Segurança do Trabalho, são cursos assim que dá para atuação de modo

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geral, não só no município em que eles estavam acontecendo, mas também no estado

como um todo.

Nesse primeiro momento foram contemplados 20 municípios. Eu estava

vendo aqui de manhã a história dos 23 municípios, não é Secretário? Sempre alguém

pergunta, mas porque não no meu município, porque não mais um, nós precisamos.

Na verdade, todo o estado precisa, mas para começar tem que partir de um ponto e

não dá infelizmente para atender a todos ao mesmo tempo.

Então, como foi que nós começamos. A nossa Secretaria é dividida em 20

Coordenadorias Regionais de Educação, que são mini SEDUCs em municípios

maiores e a Superintendência das Escolas de Fortaleza. Então inicialmente nós

pegamos 20 municípios que contemplassem cada uma dessas coordenadorias

regionais e a superintendência das escolas de Fortaleza que inicialmente recebeu 4

escolas, então nós fechamos 25 escolas, com 4 cursos, atendendo inicialmente a 20

municípios que em média têm 100 mil habitantes, 100 mil habitantes ou acima.

No segundo ano, em 2009, nós já gostamos do desafio e conseguimos

implantar mais 26 escolas e passamos a ter 51 escolas, um desafio muito maior, não

dá tempo de tomar fôlego. Nós preparando tudo, as coisas acontecendo e nós

correndo com tramitação no Conselho Estadual de Educação para tentar regularizar,

tentar o reconhecimento dos cursos, o credenciamento das escolas, a contratação de

professores e consultores para a parte técnica dos cursos, enfim, uma maratona que

até hoje nós ainda não descansamos, porque ainda continuamos inaugurando

escolas, agora no mês de agosto para setembro, vamos ter mais duas.

Nesse ano de 2009, foram ofertados mais nove cursos diferentes e ficamos

com 13 cursos, o atendimento foi de 4.069 alunos nessas 26 escolas, porque nas

primeiras 25 foram 4.181 alunos e no segundo ano em 2009, essas escolas começando

com o primeiro ano, então totalizando 11.279 alunos. Contemplamos mais 19

municípios porque há municípios que têm mais de uma escola agora, um total de 39

escolas em 2009. Mais adiante eu falo como é cada uma delas.

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Em 2010 mais 8 escolas e totalizamos agora 59, mais 5 cursos diferentes e

agora temos 18, mais 1.142 alunos matriculados nessas 8 escolas, juntando com o que

tinha nas demais escolas são 17.342 alunos, três municípios atendidos, e agora

tínhamos 42 municípios em 2010.

Nesse ano de 2010 também foi através de um Decreto Estadual, criando a

Coordenadoria de Educação Profissional, porque em 2008 a organização e o

comando dessas escolas, ficavam a cargo da Coordenadoria Geral que cuidava de

todas as escolas da rede do ensino médio e em 2009, foram criadas três células que

até hoje existem dentro dessa coordenadoria e essas três células ainda vinculadas a

Coordenadoria do Ensino Médio davam conta dessas escolas, mas com o aumento

constante percebeu-se a necessidade de uma coordenadoria para tomar de conta

dessas escolas.

Essa coordenadoria é dividida em três células, nós temos a célula de

currículo, da qual eu sou orientadora, temos a célula de estágio que nós

consideramos assim uma célula irmã, porque o Estágio é um conteúdo, é encarado

como uma disciplina obrigatória no currículo, é pedagógico, mas por ter uma

especificidade que daqui a pouco eu vou falar, por ter uma especificidade muito

assim particular formou-se uma equipe para tomar de conta. Tem as questões

políticas, as questões financeiras, etc. E a célula de materiais que é uma célula meio,

que dá um suporte para implementação do currículo nas escolas no desenvolvimento

desse estágio.

No ano de 2010 nós fechamos o primeiro ciclo, porque é o ensino médio

integrado ao técnico e que se desenvolve ao longo dos três anos do ensino médio.

Então as escolas que iniciaram em 2008, que são as primeiras 25, formaram em 2010

tendo a primeira formatura, dos primeiros quatro técnicos, então foram formados

3.334 alunos que participaram do estágio.

Nesse primeiro momento assim foi difícil, a concessão de empresas

concedentes ao estágio, apesar da particularidade que nós temos de um pagamento

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de uma bolsa que eu vou falar mais adiante, nós tínhamos 183 concedentes no ano de

2010, concedentes de estágio.

No ano de 2011 nós inauguramos, implantamos mais 18 escolas, agora

somaram 77. Detalhe, as primeiras escolas, de 2008 até 2010, funcionavam e ainda

funcionam algumas delas em prédios que foram adaptados. Eram escolas normais de

ensino médio, algumas em prédios normais de escolas.

E assim qual foi o critério para escolher quais escolas inicialmente se

tornariam escolas profissionais? Primeiro as escolas que tinham um alto número de

evasão, uma forma de corrigir, uma forma de tentar corrigir esse fluxo, então eram

escolas que apresentavam alto índice de evasão, localizadas em bairros onde a

população é extremamente carente e extremamente vulnerável. Tem uma forma de

trazer esse pessoal para dentro da escola, a escola funcionando em tempo integral e

as escolas foram adaptadas porque elas funcionam em tempo integral. Tem a questão

dos laboratórios que precisam de espaço, então elas passaram por esse processo de

adaptação, mas já em 2011 essas 18 escolas inauguradas são padrão MEC, daqui a

pouco eu também vou mostrar.

Nesse ano também foi uma correria, foram implantados mais vinte e cinco

cursos técnicos diferentes dos que nós já oferecíamos. Então, esse ano de 2011

somamos quarenta e três cursos ofertados, 3.044 alunos foram matriculados nessas

dezoito escolas e somando com as demais perfazemos um total de 23.753 alunos

atendidos nessas escolas, mais 15 municípios foram atendidos, totalizando agora 57 e

nesse ano de 2011 formou-se a segunda turma dos alunos que entraram no ano de

2009, então 6.131 alunos entraram em estágio e se formaram.

Vejam no ano de 2010 nós tínhamos 184 concedentes, já em 2011 quando

colocamos a segunda turma que já estavam se formando o número de concedentes de

estágio subiu para 1.643, o que mostra uma certa credibilidade no projeto,

acreditaram na formação desses meninos e hoje em dia nós já temos assim um

número bem expressivo de empresas concedentes e temos só a agradecer a Deus.

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No ano de 2012, mais quinze EEEPs e de 2011 em diante só escolas com

padrão MEC, quinze escolas implantadas, somou-se 92, mais oito cursos diferentes, e

temos agora cinquenta e um, totalizando 2.494 alunos nessas quinze EEEPs, somado

com as demais são 29.958 alunos, mais treze municípios atendidos, totalizando

setenta e mais a terceira turma que se forma de 6.054 alunos.

Em 2013 mais cinco EEEPs e começou a diminuir o número de escolas

novas porque nas primeiras vinte e cinco, algumas tinham estruturas realmente não

boas, então há muitas escolas a partir daí que foram construídas e as anteriores foram

substituídas, perfazendo um total de noventa e sete escolas em 2013, continuamos

com cinquenta e um cursos ofertados, nenhum curso novo em 2013. O total de alunos

foi de 35.522, com setenta e três municípios atendidos, 9.109 alunos em estágio, sendo

a terceira turma que se forma e o número de concedentes de estágio aumentou para

3.012.

Em 2014, mais nove EEEPs totalizando cento e seis, com cinquenta e três

cursos, sendo três novos e um dos cursos que estava sendo ofertado foi retirado.

Somando 40.979 alunos em 2014, com oitenta e dois municípios, 12.192 alunos

realizando estágios na quarta turma, é o quarto ciclo que se fecha e 3.278

concedentes.

Em 2015, nesse primeiro semestre até maio, foram implantadas mais sete

escolas, com previsão para agosto. São cinquenta e dois prédios já adaptados e

sessenta e um prédios padrão MEC, então algumas escolas que ainda serão

construídas, algumas serão totalmente novas e outras em substituição a esses

cinquenta e dois prédios.

Pelo processo que ainda está em andamento, então algumas mais

adiantadas e outras agora solicitadas, nós pretendemos totalizar o pacote do governo

em cento e trinta e cinco escolas, temos cinquenta e dois neste ano de 2015, são

cinquenta e dois cursos técnicos, é uma demanda grande, é uma coisa assim gigante.

São 4.402 professores, quem são esses professores? Os professores da base nacional

comum, eles são os próprios professores da rede, alguns concursados, mais ou menos

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meio a meio, metade concursados outra metade contratada temporariamente, como

existe em todo o estado, professores contratados temporários e cerca de 1.200

professores técnicos, que são contratados através do CENTEC que é uma organização

social, já que a própria Secretaria de Educação não pode fazer isso, essa contratação

direta. São 44.646 alunos matriculados, de acordo com os últimos dados do

fechamento do Censo que é a última quarta-feira do mês de maio, então somamos

esse número de alunos matriculados.

Temos hoje para iniciar estágio, alguns já estão iniciando agora no final

desse mês e no início do mês de julho, perdão, alguns começaram o estágio no mês

de maio, dos cursos de saúde que são seiscentas horas, então têm que começar antes

e os demais cursos começam no mês de julho. Totalizando 12.681 alunos que irão

realizar estágio esse ano.

Nós temos um número maior de concedentes. 4.811 empresas de estágio,

públicas e privadas, e agora temos oitenta e oito municípios atendidos, o nosso

estado tem cento e oitenta e quatro municípios, não faltam muito, mas alguns

também desses municípios são atendidos de forma consorciada, tem município de

população pequena que são vizinhos, então as vezes uma escola atende dois ou três

municípios. Nós temos já em execução, são dois consórcios, para frente eu acho que

teremos mais consórcios.

Aqui é um mapa, essa parte verde são as escolas, nós pretendemos

preencher ele todinho, está quase. Aqui é uma foto de uma das escolas de educação

profissional padrão MEC, no final eu mostro um vídeo para vocês verem como é essa

escola.

A estrutura física das EEEPs, o tamanho das escolas padrão MEC, elas têm

doze salas de aula, com capacidade para quarenta e cinco alunos, então quando ela

atinge o terceiro ano de funcionamento ela conta com a capacidade total que é de

quinhentos e quarenta alunos, nós funcionamos em tempo integral, um desafio de

implantar a educação profissional no ensino médio em tempo integral, então não foi

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fácil e não está sendo ainda, mas a vontade de acertar é grande então nós seguimos

em frente.

Essas escolas têm um auditório com capacidade para duzentas pessoas,

biblioteca, laboratórios básicos de informática, ciências (que é Física, Química e

Biologia) que é em separado e laboratório de línguas, conta também com um ginásio

poliesportivo, têm um teatro de arena, refeitório porque os alunos passam o dia todo

na escola onde são servidas três refeições (dois lanches e um almoço) e um bloco

administrativo.

Em relação ao currículo, funcionamos em tempo integral, são nove tempos

de aula, então os alunos entram às sete da manhã e saem às cinco da tarde, então nós

temos de aula quarenta e cinco horas semanais. Os nossos cursos todos eles têm 5.440

horas, compreendendo a Base Nacional Comum na parte profissional e na parte

diversificada. A formação da Base Nacional Comum ela tem a mesma carga horária

para todos os cursos 2.620 horas, o que diferencia é a distribuição dessas disciplinas

conforme a característica do curso.

A formação profissional conforme o catálogo do MEC, ela tem entre 800 e

1200 horas, tem uma parte diferenciada que é muito variada em função da carga

horária do curso técnico, mas algumas disciplinas são fixas, como Projeto de Vida e

Mundo do Trabalho, mas desenvolvemos parceria com o Instituto Aliança que é

quem dá formação para os professores e prepara o material estruturado, e

empreendedorismo e parceria também com o Sebrae que com os professores fornece

o material. Temos o horário de estudo e o projeto interdisciplinar.

O estágio curricular, o nosso estágio é assim, os cursos do eixo ambiente e

saúde tem 50% da carga horária teórica, você tem um curso em geral de saúde, ele

tem 1200 horas, são 600 horas para estágio, os demais cursos são 25% da carga

horária. De todos eles nenhum dá 400 horas, mas foi uma decisão política da época

que ainda está até hoje vigorando e todos os outros cumprindo a carga horária de 400

horas que é bem maior do que o exigido pelo Conselho Estadual de Educação.

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Esse nosso estágio é diferenciado, nós temos justamente essa facilidade de

acesso, porque os alunos recebem uma bolsa, essa bolsa corresponde a mais ou

menos meio salário mínimo a cada 100 horas de estágio que é cumprida, então 400

horas ele vai receber quatro vezes esse valor e o de 600 horas ele vai receber seis

vezes. A cada 100 horas presta-se conta e ele recebe o valor. A empresa que recebe o

aluno não tem nenhum ônus, ela recebe um aluno muito bem preparado, elas gostam

demais, tanto é que é crescente o número de empresas que querem os nossos alunos

e além da bolsa está incluído na questão dessa remuneração, auxílio transporte,

descanso remunerado e seguro. Então assim, as empresas não têm o que reclamar ao

receber os nossos alunos.

Essas escolas, assim como exemplo as de Pernambuco, como o colega

falou, elas realmente impulsionam os números, a qualidade da educação, os números

da educação do Ceará mostram que está bem sensível com a distribuição dessas

escolas e está acima da média das escolas do estado.

A inserção no mercado de trabalho, olhando ali para 2014, primeiro, nós

tivemos na turma de 2011, do número de formados 27,7% dos alunos foram

inseridos, passando para 2014 temos 20,45%. Agora sim, como é que temos esses

números? Nós não temos assim uma segurança total para dizer o percentual de

alunos inseridos, porque não temos ainda. Estamos trabalhando nesse projeto de

acompanhamento do aluno egresso, não é fácil controlar o aluno egresso. Ele sai e vai

embora. Nos seis primeiros meses eles ainda retornam a escola, ainda mantém um

contato com ele, então baseado nesses seis primeiros meses nós temos esses números,

mas eles podem ser muito maiores.

Então nós estamos firmando agora uma assessoria com o Banco Mundial

para desenvolver esse programa de acompanhamento de egresso, então em parceria

com outras secretarias, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, CMTT, SISUTEC,

e várias outras para nós termos esse controle do egresso.

Estão os dados dos alunos que entram na universidade, porque também é

assim, a pretensão do currículo dessas escolas de educação profissional não é só

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formar o técnico futuramente a estar disponível para o mercado de trabalho, mas

também possibilitar a ele a condição de avançar nos seus estudos, de alcançar a

universidade e temos tido um número cada vez mais expressivo de alunos que

conseguem entrar numa universidade e muitos conseguem também, graças a Deus,

as duas coisas, entrar no mercado de trabalho e ingressar numa universidade ao

mesmo tempo.

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A EXPERIÊNCIA DO SEST/SENAT

Katiane Almeida Batista

Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer, porque nós não podemos

deixar de agradecer o convite para estarmos aqui. Eu vim em nome da diretoria

executiva nacional, hoje representada pela Dra. Nicole Goulart, trazendo um pouco

do que o SEST/SENAT tem feito na difícil missão, na desafiadora missão, falando

particularmente sobre o SENAT, de formar, qualificar, aperfeiçoar profissionais para

o setor de transporte.

Então, não sei se todos conhecem o SEST e o SENAT, mas o SEST é o

Serviço Social do Transporte, diferente da organização de outros S. A instituição

SEST/SENAT em tese são chamados de sistema S e nós temos uma organização um

pouco diferente porque nós temos uma gestão centralizada e ambas as instituições

têm a mesma diretoria e a mesma presidência.

Então, o objetivo do SEST é atender trabalhadores do setor do transporte

nas áreas de assistência odontológica, fisioterápica, orientação nutricional, assistência

psicológica, esporte, lazer, recreação, cultura, segurança no trabalho e no trânsito,

responsabilidade socioambiental e também dar apoio ao núcleo de inteligência e

estratégia no transporte.

E o SENAT que é o Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte ele

tem como objetivos estratégicos fazer a promoção de cursos de extensão, pós-

graduação, mestrado, doutorado, bolsas de estudos para jovens executivos, qualificar

e formar profissionais para o setor de transporte, treinar, aperfeiçoar e reciclar esses

profissionais e esses três últimos itens que são comuns às duas instituições que é

atuar na área de segurança no trânsito e no trabalho, responsabilidade

socioambiental e também apoio ao núcleo de inteligência.

Bem, está é um pouco da nossa estruturação onde nós temos 149 unidades,

essas 149 unidades têm estruturas que nós chamamos de tipologia que é a tipologia

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A, B, C e D. As unidades de tipologia A, B e C estão nos grandes centros urbanos e as

unidades tipo D são apoio ali para os transportadores, os caminhoneiros, os

trabalhadores que estão em trânsito e ficam então às margens das principais rodovias

do país.

Temos então, a organização por meio de Conselho, a Organização

Estrutural por meio do Conselho Nacional que exerce a presidência de ambas as

instituições, Conselhos Regionais, 14 Conselhos Regionais ao todo, Departamento

Nacional Executivo que é composto pela Diretoria Executiva Nacional, que eu já

mencionei aqui, a Diretoria Adjunta e Coordenações e Assessorias e então, falando

em nome do Departamento Executivo eu assumo o cargo de Coordenadora Nacional

de Desenvolvimento Profissional.

Falando aqui rapidamente sobre a nossa Promoção Social e os nossos

resultados do ano passado, quando falamos de promoção social temos esporte, lazer

e cultura representando 5.210.761 atendimentos, Saúde e Qualidade de Vida,

representando 1.242.092 atendimentos, num total de 7,3 milhões de atendimentos

realizados apenas em 2014.

O Desenvolvimento Profissional em um total de 1,4 milhão de

atendimentos realizados no ano passado, 782.704 referem-se a campanhas, palestras e

seminários, que são oferecidos para trabalhadores do setor de transporte,

empresários, pessoas da comunidade e demais interessados em aprofundar os seus

conhecimentos no setor. Cursos a distância que representaram 46.562 matrículas e

cursos presenciais totalizando 636.059 matrículas.

Nós temos cursos de Educação Presencial e de Educação a Distância de

Formação Inicial e Continuada e também Técnicos de Nível Médio. Hoje, boa parte

da nossa atuação está voltada para o Curso de Formação Inicial e Continuada e

estamos iniciando a oferta de cursos técnicos. Só para exemplificar aqui os cursos

mais ofertados, quais são os cursos que as nossas unidades oferecem e são mais

ofertados no país, cursos especializados que são regulamentados pelo CONTRAN,

para quem quer fazer o transporte coletivo de passageiros e o transporte de produtos

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perigosos, por exemplo, e também são maioria aqui no estado do Maranhão, direção

preventiva e operador de empilhadeira, esses são os cursos mais ofertados.

E nós temos um amplo portfólio de cursos com mais de 300 ofertados em

âmbito nacional e muitos outros ofertados, contribuindo para essa empresa no setor

do transporte ou da comunidade. E falando um pouquinho de palestra que tem

temas voltados para o transporte, para trabalho e cidadania, que são realizados nas

próprias unidades ou nas empresas do setor de transporte, elas visam aprimorar a

qualificação do trabalhador e nós temos esse projeto realizado desde 2006, então nós

temos um amplo portfólio para atender as necessidades das nossas empresas e

comunidades.

Alguns exemplos de negociações trabalhadas nas palestras:

empregabilidade e valorização do motorista profissional, conhecendo o transporte de

passageiros, qualidade de vida no trabalho, educação ambiental e desenvolvimento

sustentável.

Eu queria pedir agora um pouco da atenção de vocês porque eu vou

passar um vídeo institucional, onde nós apresentamos de uma forma mais adequada,

mais rápida e objetiva, qual é a nossa área de atuação e o que nós temos feito.

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A EXPERIÊNCIA DO SEBRAE

Ricardo Luiz Alves Pereira

Boa tarde! Bom eu vim falar da experiência que temos em Minas,

primeiramente parabéns ao Estado do Maranhão, através da Secretaria, ao Estado do

Ceará que serviu como base, é muito bom nós vermos o que está acontecendo aqui,

porque às vezes vamos buscar tanta coisa fora do país com tanta coisa acontecendo

aqui dentro e nós não miramos.

Eu vivo com essa realidade do Brasil, é a pobreza ao lado da riqueza e isso

é muito comum, porque em qualquer cidade que vamos, convivemos com isso de

uma forma muito tranquila, faz parte do nosso ambiente, faz parte da nossa vida, da

nossa vista e isso incomoda a todos que trabalham com a educação, porque eu não

acredito em desenvolvimento socioeconômico se não houver a parcela de

investimento significativo na educação e tem que ter paciência porque investimento

em educação é só em longo parazo.

E como é que transformamos esse aluno aqui nesse formando, ou essa sala

de aula nessa outra sala de aula? Essa é a realidade do sistema do país e a pergunta

que nós começamos a fazer, e a educação é para empreender ou para formar mão-de-

obra?

Eu sou de uma época que minha mãe falou para mim assim: estuda,

estuda muito meu filho para você arrumar um emprego. E eu tive que estudar muito

para poder arrumar um emprego, às vezes nós ouvimos falar: estuda muito para

poder você montar um negócio e para você gerar emprego, para virar gerente de

marketing, para fazer bons negócios e nós temos isso enraizado na cultura e que tem

que estudar muito para não trabalhar em prol dos outros.

Eu sou de uma época que o bonito era estudar e passar no concurso para o

Banco do Brasil ou buscar um concurso público e lá em casa nós somos seis filhos e

quatro seguiram à risca, quatro são funcionários públicos, eu e mais um não. Eu já

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abri negócio e já quebrei três vezes, hoje eu tenho um negócio paralelo que eu

consigo conciliar minha carreira.

Mas porque essa formação de mão de obra não pode ser empreendedora

também? E nós estamos num mundo hoje com 7 bilhões de habitantes, toda educação

já é globalizada, não adianta achar que não. Quem é professor aqui? Se acostume ao

tablet, smartphone, não dá, nós não estamos mais na sala de aula para ensinar, estamos

na sala de aula para facilitar o processo de aprendizado. Se você pegar a estrutura de

uma sala de aula é a mesma que a minha avó aprendeu, mudou o mobiliário, mudou

a cor da roupa, mas aprendemos em fileira, um atrás do outro e quando vai para o

mercado de trabalho quer que você seja dinâmico, participativo, que tenha o olhar

crítico, nós não aprendemos, não ensinamos isso na escola. Então nós começamos a

avaliar essas coisas que estão acontecendo no mundo que é globalizado.

Eu tive a oportunidade de visitar alguns países, um deles foi o Vale do

Silício, todo mundo aqui conhece o Vale do Silício, e o Vale do Silício existe…. Chuta

para mim, quantos anos vocês acham que existe a cultura do Vale do Silício? Década

de 80, certíssimo! A maioria acha que é coisa nova, não é? O Vale do Silício surgiu há

44 anos atrás e ele é famoso há 10 ou 15 anos, mas a cultura de lá era a mesma dele, e

vai abrir e começa o seu negócio lá.

Estou aqui com uma ideia de como seria o modelo, pessoas com talento,

numa região que dá suporte, tem universidades, com cultura, e a cultura vamos falar

um pouquinho mais, essa cultura me chamou muito a atenção, é uma cultura da

colaboração, da confiança, diretoria, de pessoas que ganharam algum dinheiro,

passaram em algum lugar e depois voltou de novo para sociedade para investir em

tecnologias, em novos avanços e se desafiam o tempo inteiro.

Por exemplo, se você tem uma ideia de algum negócio, aqui no Brasil no

Sebrae é assim, se as pessoas têm uma ideia e uma pergunta para desenvolver, ai eu

não vou falar nada senão você vai roubar a minha ideia, lá não, eu posso não te

ajudar, mas eu sei quem te ajuda, é a cultura da colaboração e aí tem “n” casos para

vocês conversarem. Eles têm o pensamento global, tem uma brasileira que foi para lá

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e quando eu contar o caso dela todo mundo vai admirar. Ela montou um site para

mulherada, que deve entender, mas a marca eu não sei muito bem, quais as marcas

famosas por aí? Marca famosa, Vitor Hugo e outras tantas aí.

E aí eu olhando os negócios dela, você aluga bolsas? E ela disse, não, ah

não, o meu negócio é o seguinte: eu dou oportunidade a pessoas que não têm

dinheiro para comprar uma bolsa, usar. E o negócio é outro, o pensamento é outro,

ela acredita nisso, ela vê que o negócio dela não é só vender bolsa, é oportunidade,

isso muda, é o pensamento global. Ela vendeu uma casa aqui no Brasil, foi para lá,

fez um software, conseguiu uma parceria, conseguiu um programa e montou um

negócio que ganha dinheiro.

E se esse desafio é muito bom, porque se não se tem desafio, se cria um. E

aí nós vamos pesquisando um pouquinho essa cultura e eles começam a dar

empresas e pessoas capazes e com cultura e estão abertos ao sistema empreendedor,

é o que nós vemos aqui na Steffen, no Silicon Valley Financial e as empresas que eles

atraíram.

Steffen foi engraçado, porque a família Steffen perdeu o único filho, pegou

todo o dinheiro e doou para uma instituição, para uma universidade, eles falaram

que iam cuidar dos filhos de Nova York, dos filhos de maioridade da Califórnia, de

uma maneira diferente. E chamaram vários professores, de vários lugares, para

começar a pensar numa universidade, vocês podem pegar depois o Google e

pesquisar, eles foram muito criticados no início, porque professores malucos, doidões

foram todos para lá, para começar a trabalhar num ritmo de criatividade.

E de lá surgiram coisas. Eu tive oportunidade de estar numa salinha lá,

onde foi desenvolvido o Iphone e dizem que na primeira reunião, o escritório chegou

e falou, eu quero que no aparelho não apareça parafuso, que seja touchscreen, e eles

começaram a trabalhar até que chegaram nesse modelo.

Então, porque eu estou mostrando isso? Porque é o que está acontecendo

no mundo. Aqui é uma pesquisa do Endeavor (Brasil) que mostra que 60% dos

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universitários pensam em abrir um negócio, mas não sabem como, não têm noção, e

trazemos nas pesquisas Empreendedorismo no Mundo, que 71% dos brasileiros já

empreendem por oportunidades e é interessante porque já não é mais por

necessidade. Necessidade não perde emprego e tem que empreender, esse número

provavelmente deve mudar daqui para frente também.

Bom, essa é a realidade que vivemos e nesse contexto tem redes sociais e

como é que eu faço para incluir os excluídos em redes sociais e começo a refletir isso,

que é a linha do Sebrae, que no mundo inteiro, a Europa e os Estados Unidos dizem

que já estão na era do conhecimento. Aqui no Brasil ainda temos as três eras: tem a

era da agricultura, a era da indústria e a era do conhecimento e o modelo de gestão

nosso está baseado nisso aqui, isto em escolas, em governo, tudo. É o modelo de

gestão baseado na indústria, controle, controle, controle e processo.

E nós trabalhamos com sonho para falar em empreendedorismo e sonho

você tem que trabalhar sempre a inovação, a criatividade e a capacidade de resolver

problema. Você sabe qual é o sonho da classe média brasileira? Sabe? É ter o filho na

universidade, e ser jogador de futebol e ter um emprego estável, esse é o sonho da

classe média brasileira.

E isso começou a instigarmos, bom o Brasil não renova, o Brasil não tem

patente, o Brasil isso e aquilo. As pessoas gostam do Brasil e vão para fora por quê?

Porque eles não podem ficar aqui e ajudarmos nesse desenvolvimento? E nós

começamos a pensar o porquê daquilo e em um ambiente que nós encontramos hoje

e que não dá para ver aqui, mas é que é um sistema, aqui é a escola e aqui é a ... E nós

começamos a fazer a pergunta: qual é o objetivo da escola, é formar cidadão mais

consciente? O foco é o vestibular? É formar liderança? Ter foco na autonomia? E o

resultado caminha para quê? E a família? Qual a expectativa da família?

A família hoje está buscando na escola a educação quando deveria estar

buscando a escolarização, eu não sei em que nível isso está, mas eles não estão muito

envolvidos com a escola não, os pais não estão não, eu vou e faço questão de ir à

escola dos meus filhos e sou até meio chato, mas aí são os pais que passaram para o

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governo a responsabilidade de educar e o governo não tem a responsabilidade de

educar, tem a responsabilidade de escolarizar.

E o que decide e influencia na escolha de uma escola? Nós fizemos uma

pesquisa, numa pesquisa da pedagoga Betina Serson, na Folha de São Paulo, onde ela

fala que o aprendizado tem que ser significativo e cada vez mais têm mais pessoas

procurando interferir, pais interferem na escolha do filho desde muito cedo. Segundo

a pesquisa dela, desde os cinco anos de idade os pais já começam a interferir.

E nessa pesquisa tem aqui o que influencia os pais na decisão da escola e

os três maiores itens são os valores da escola compatíveis com a família, professores

capacitados e modelo pedagógico, então nós pegamos esses três e fizemos um

rearranjo dentro do projeto nosso. Outra pesquisa que nós fizemos com jovens de

baixa renda de escola pública e jovens de escola privada. E o nosso quartel era o

seguinte: O sonho ele tem que ter asa para voar e pé de chumbo para realizar e aí nós

percebemos que o aluno de escola pública ele tem muito pé de chumbo porque não

tem autoestima e o da escola privada só tem a asa e nós sabemos que para discutir

alguns pontos se esse jovem x escola x família x igreja, independente da religião, e

começamos a ver, o cliente não quer, então temos que fazer a entrega de forma

diferente.

Porque não rever os métodos de ensino e aprendizado, no começo e a

pergunta que nós chegamos é isso, como é que as crianças aprendem a base científica

se não buscar, e segundo eles têm que ter sentido da teoria com a prática.

O Sebrae já atua com empreendedorismo. No ensino fundamental nós

temos um programa do Jovem Empreendedor os primeiros passos, que levamos a

empresa a partir dos seis anos de idade no Brasil inteiro, no ensino médio tem esses

aqui e no ensino técnico aí eu entro aqui no Empreendedor da Escola de Formação

Gerencial do Sebrae e na educação superior tem quatro editais que as universidades

querem.

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Só em Minas Gerais está sendo investido em 4 anos, 7 milhões de reais na

formação empreendedora. Aí entra nossa escola, esses aí são ex-alunos nossos e eu

falo deles um pouquinho mais depois. A Escola de Formação Gerencial do Sebrae já

tem 21 anos que nós temos, buscamos a sua metodologia na alça dos 21 anos, agora

estamos buscando o que tem de melhor aí que é os Estados Unidos, a Finlândia e

outros lugares e agora temos pessoas de fora querendo conhecer o nosso projeto.

Nós temos o ensino técnico, é o ensino médio mais o técnico em

administração, é um curso de três anos, é idêntico ao que nós trouxemos para o

Maranhão, já há dois anos, e dentro desse curso técnico são três projetos

estruturantes, nós chamamos um de Tutoria, Empresa Simulada, Vitrine e Estágio,

depois eu falo um pouquinho sobre eles.

Essa é a nossa missão que é fomentar o comportamento empreendedor,

promovendo a formação de sujeitos competentes em gestão, por meio de práticas

educacionais e nessa visão nós queremos ser reconhecidos como Centro de

Referência em Educação Empreendedora e Humanizadora de nível médio no Brasil,

nós abrimos lá um centro de referência do Sebrae para estudo de inovação para

buscar o que tem de inovador em estudos em educação, esse é o nosso diferencial.

Esses aqui são dois alunos que ganharam o prêmio. Essa premiação que é

o desafio global de negócios e é o quinto ano consecutivo que nós levamos o prêmio.

Esses são os dois alunos que venceram e nós reconhecemos isso como um

investimento que fazemos com os professores. Esses aí também são dois professores,

são os dois professores que foram na viagem e quase 85% dos nossos professores eles

têm mestrado ou doutorado. Então nós capacitamos muito o professor porque o

resultado é o desempenho do professor, professor para nós é condição de resultado e

de valorar a escola.

Porque o jovem de 14 a 18 anos? Porque nós focamos no ensino médio

desses jovens aí. Nós sabemos que até 14 anos, enquanto é criança, no ensino

fundamental, ele vai ter conhecimento específico de ciências, matemática, ele quer

brincar, ele quer fazer outras coisas. Depois, na idade adulta, a partir dos 18 anos, ele

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está preocupado com a carreira, ele está preocupado com o vestibular, ele não tem

muito tempo para conversarmos, a não ser que ele tenha mais necessidade.

Essa ideia de trabalhar com 14 a 18 anos nós fizemos baseados em

pesquisa, porque eles estão mais aptos a receber conhecimentos ligados à nossa

metodologia que nós chamamos de Projetos Estruturais e aí nós trabalhamos com

essa geração empreendedora que trabalha no ensino médio e eu vou explicar o que

são esses projetos estruturais.

O aluno quando entra na escola, entre os 14 e 15 anos, no primeiro ano ele

tem a escola em tempo integral, ele tem o ensino médio junto com o ensino técnico e

as disciplinas sempre têm que ter intersecção, o que é isso? A Biologia tem que ser

uma biologia empreendedora e a Física também, inclusive a Física agora tem um

projeto da professora que desenvolveu um produto de energia solar para população

carente, então é um produto da Física junto com os alunos e o professor a fim de

realizar um negócio.

No primeiro ano tem o que nós chamamos de Projeto Tutoria. Cada aluno

do grupo, no grupo de cinco alunos, tem um empresário no grupo, esse empresário

ele vai conversar de igual para igual e vai entender como é que funciona a empresa,

para chegar no final do ano ele que vai apresentar a empresa para comunidade.

No segundo ano tem o que nós chamamos de Empresa Simulada. A

empresa simulada é um software que nós temos, somos a única empresa no Brasil

que tem direito a utilizar esse software, ele simula, são mais de 7500 empresas

simuladas no mundo inteiro, ele compara, ele vende, ele exporta, ele importa, ele

participa de feira, tudo de maneira simulada e nós fazemos o papel de banco, de

receita, de mercado, uma impulsionada. Por exemplo, teve uma feira agora onde os

alunos falsificaram cheques e aí nós chamamos a receita e a receita veio e obviamente

foram presos, é como se fosse na vida real. Alguns pais nos procuraram dizendo ah,

vocês foram muito grossos com meu filho e eu disse, olha se isso acontece na vida

real isso é crime fiscal, seu filho é preso.

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Esse projeto aqui nada mais é do que um aprendizado, porque todo o

ambiente que nós vemos é com aprendizado. Então no primeiro ano ele está como

empresário tutor, no segundo ano ele é dono de uma empresa simulada que é o

software. E no terceiro ano a ideia é dele, o que nós chamamos de vitrine, ele pega a

ideia dele e coloca no plano de negócios e ele tem banca, tem apresentação e nós

trazemos um investidor, esse ano nós estamos com uma parceria com a Minerva e

cada projeto desse lá. São 21 disciplinas que nós temos lá, têm as disciplinas normais

do ensino técnico, ficou com 22 disciplinas do curso técnico mais as do ensino médio

que são as tutorias, da empresa simulada e da vitrine e do estágio, porque ele sai com

certificação do ensino técnico.

Essa empresa simulada tem mais de 7.500 e tem mais alguns números, nós

temos mais de 9.000 alunos formados, 35% deles abriram negócios, 53% possuem

cargos de liderança e 72% estão no mercado de trabalho, essa aqui é a região em que

nós estamos, nós temos 14 escolas licenciadas em Minas Gerais e 1 aqui no

Maranhão. O que é importante dizer é que isso aqui tem uma intersecção entre os

cursos técnicos e de gestão.

Nós aqui com essa experiência em educação privada, nós abrimos um

projeto social que tem uma parceria com o Governo do Estado. Temos um projeto

que pega todas aquelas 21 disciplinas e mais alguns projetos grandes e nós pegamos

alunos que vem da escola pública. Ele está no terceiro ano ou já formou e fica um ano

conosco e nós damos uma formação técnica.

Lá é interessante que funciona na FEBEM, vocês têm a FEBEM aqui? Vocês

sabem o que é FEBEM então? É a prisão da criança e do adolescente e lá numa

FEBEM nós formamos isso aí. São vários prédios que têm, um dos prédios trabalha

com a educação empreendedora e aí eu tenho “n" cases fantásticos dessa molecada

formando aqui.

Esse aqui é o Thiago Ribeiro, o Thiago ele é ex-aluno nosso e aqui nessa

foto agora é tutor, ele montou uma empresa e agora é tutor do projeto conosco e já

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está na segunda geração. Esses meninos ganharam o segundo lugar no projeto Start

up do Brasil em que nós participamos.

A Google fez um projeto conosco. A Google tem uma semana de

empreendedorismo em que ela leva o programa dela para todas as universidades.

Qual é a única escola que não é universidade? Ela fez conosco lá. E, o que nós

imaginamos quanto ao futuro do empreendedorismo? Aqui são alguns pontos que já

fazem parte do nosso ambiente: o erro como processo de aprendizado, o

empreendedorismo como processo de descoberta de oportunidade, parcerias

estratégicas que são sempre importantes, propostas vivenciais, práticas e

experiências..., eu vou andar rápido porque eu ainda quero mostrar um vídeo para

vocês.

E nós fomos atrevidos porque nós vimos que aqui nesse ambiente, nós

vimos que temos muito deste ambiente guardado em nossas extensões territoriais.

Nós já temos esse ambiente que vimos lá fora, como já vimos muita coisa aqui.

Isso aqui é uma brincadeira do Brian Acton, que foi a pessoa que inventou

o WhatsApp, ele pediu emprego no Facebook e tomou um chute, mas na curiosidade

de se conectar com as outras pessoas, pediu no Twitter e também não conseguiu, foi

aí que ele resolveu montar um negócio que não tinha anúncio, que não era jogo, que

não era cômico, criou o WhatsApp e vendeu por 18 bilhões e ainda não se acha

empreendedor.

Mas aí vamos trazer um modelo brasileiro, aqui é uma favela perto do

Sebrae em Belo Horizonte, muito comum a todas as outras, esse aqui é o Fred, o Fred

foi aluno daquele grupo de empreendedores que passou um ano aqui conosco. Fred

é o seguinte, ele não tem nenhum amigo de infância, porque todos morreram ou

estão na cadeia, o sonho dele era mudar da comunidade, depois que ele passou

conosco, ele viu o que é mudar a comunidade.

Fred montou um negócio, o Fred dá aula de educação financeira para o

açougueiro, para o padeiro, para as amigas da mãe e ele está mudando toda uma

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realidade e ele fala o seguinte: o que fez a diferença foi a escola e os professores. Fred

saiu em uma revista “Pequenas Empresas e Grandes Negócios” em março de 2014.

Aí temos algumas fotos do Thiago, depois vocês entram num site dele. Ele

começou um negócio com R$ 24,00 e aí vocês vão olhar e vão falar. Esses meninos

aqui, se prepararam conosco por um ano e eles montaram agora uma Associação,

eles levam o que aprenderam para uma escola pública do 8º e 9º ano. Eles criaram

uma metodologia de intervenção de 20 horas na escola, para acreditar naqueles

meninos, para que eles possam ser capazes de, por exemplo, entrar no CEFET, de

prosseguir com os estudos e outras coisas, e por aí vai.

Aqui nós temos algumas fotos, alguns prêmios, temos um movimento do

Start up, do Twitter, nós começamos amanhã, depois tem o Start up social, a

formatura, tem alguns eventos que... e aí podem dizer, ah isso aí é muito comum, o

ensino médio no Brasil não é comum, vai ter no Maranhão também Start up, aqui são

algumas coisas que nós temos e outros grandes que passam por lá que levamos, aqui

alguns prêmios, encontro de ex-alunos.

O que eu quero dizer é o seguinte, nós não formamos para abrir empresa,

formamos cidadão empreendedor. Se amanhã ele for médico, que seja um médico

empreendedor, o que mais ele pode ser, se ele for político, que seja um político

empreendedor. Nós não privilegiamos a abertura de um negócio, damos

oportunidade. A maioria das escolas de segundo grau, desculpem, do ensino médio,

tem como fim o vestibular, nós não, nós preparamos para a vida.

Se você conversar com qualquer um dos nossos alunos, ele não vai usar

nem a palavra empreendedorismo, ele vai falar que ele quer trabalhar com

autonomia, que aprendeu a utilizar a rede de contatos, que ele aprendeu a ter

conhecimento sobre o mundo globalizado e que na verdade são características

empreendedoras.

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Aqui tem algumas fotos do que acontece lá, eu só vou mostrar para vocês

um vídeo de 3 minutos que eu vou passar para vocês, que é o depoimento de um

aluno, eu acho que é importante ouvir, o nome dele é Yago e nós encerramos.

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A EXPERIÊNCIA DO SENAR

Antônio Luís B. de Figuerêdo

Boa tarde a todos, eu queria saudar a todos os presentes. Falar alguma

coisa para vocês aqui sobre capacitação técnica no meio rural que é um pouco

diferente do que nós fazemos na zona urbana, é uma coisa mais complicada, é uma

coisa que requer um maior nível de paciência, e o SENAR, essa instituição a qual nós

administramos, eu, Superintendente, fazemos esse trabalho, então esse trabalho é do

SENAR, o grupo é do SENAR, ele se resume a essa máxima, formando e

promovendo o homem do campo, mas eu gosto mais do homem que diz: aprender a

fazer, fazendo.

Realmente o SENAR ele tem essa peculiaridade, o trabalho do SENAR é

muito prático, ele exercita muito as atividades do meio rural e isso faz eu lembrar e

lembrar com carinho dessa pessoa. Enquanto nós estávamos executando o programa

do FAT, ela estava supervisionando o trabalho do SENAR, então o fato não foi com

ela, ela era apenas uma das supervisoras que estava no SENAR, mas uma

determinada supervisora que esteve no curso nosso, em Fortaleza dos Nogueiras, fez

um relatório de supervisão e apresentou esse relatório para o secretário da SOLECIT,

na época, o Doutor Luiz Fernando, e o Doutor Luiz Fernando eu ainda não era o

Superintendente do SENAR, era seu gerente técnico, e o Doutor Luiz Fernando ligou

para o SENAR pedindo que alguém fosse lá dar umas explicações sobre o relatório

de supervisão e eu fui designado para isso.

Como era uma parte da gerência técnica, fui para lá explicar, resultado da

história, ele me deu o relatório e ele disse, leia esse relatório e veja o que você me diz,

eu li o relatório e disse, olha eu não tenho que tirar nenhuma vírgula, o relatório está

corretíssimo, mas você viu aí que o supervisor disse que chegou e não encontrou os

alunos na sala de aula e encontrou foi todo mundo sentado na beira de um curral, em

pleno meio-dia, alguns sem camisa, algumas coisas mais ou menos por aí. E eu disse,

olha secretário, realmente nesse curso, coincidentemente, eu estava presente lá e é

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por isso que eu estou lhe dizendo que não tenho que tirar nenhuma vírgula do

relatório, porque aí é uma realidade. Agora não dá para fazer um curso de

bovinocultura de corte, trazendo uma vaca para sala de aula, e aí ele riu e aí

terminou a coisa ficando assim.

Mas eu quero só com isso ilustrar para vocês que fazer capacitação técnica

no meio rural, com o homem do campo, é uma coisa bem mais complicada,

realmente, o instrutor tem que estar é lá na comunidade. As coisas começam

diferentes do restante das capacitações que ele faz, outra coisa se faz em sala de aula.

Nossa sala de aula é debaixo de uma mangueira, é dentro de um curral, é dentro de

um tanque de piscicultura e o nosso trabalho vai por aí.

Então o SENAR, eu já passei para vocês a característica da instituição, é

uma entidade do sistema S que tem a peculiaridade diferente total dos outros irmãos

do sistema S, do SENAI, do SENAC, do SEBRAE, do SENAT, do SESCOOP, cada um

na sua especificidade, mas no meio rural é como eu disse. Hoje na visão do SENAR,

que é fazer a formação profissional do homem do campo e também promover a sua

vida no meio rural, nós incorporamos outro papel mais recentemente, o papel da

assistência técnica e gerencial, na realidade a assistência técnica ela não é uma

assistência técnica do jeito que as instituições que praticam a assistência técnica

fazem.

Não é que o SENAR queira inovar, queira fazer uma coisa de forma

diferenciada, não, é porque quando você faz a capacitação e essa é a grande angústia

de todas as unidades regionais do SENAR, você faz a capacitação técnica do homem

do campo e se retira do cenário, porque até então era esse o nosso papel. Ao sair do

cenário, você deixa a pessoa lá capacitado ao bel prazer, para que ele toque as ações

dele dali para frente e infelizmente, ao sair do cenário, as pessoas, têm uma

tendência, se na zona urbana há essa tendência de retrairmos e voltar à estaca zero no

meio rural a coisa é muito mais evidente, então você deixa a pessoa lá e termina

resultando em nada tudo aquilo que você fez.

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E a busca é fazer exatamente o contrário, então ficava pairando em todas

as regionais, essa situação, esse pensamento, essa angústia, porque não era dada

continuidade as atividades. E agora com a assistência técnica que nada mais é que

um trabalho como numa capacitação continuada, durante o ciclo da cultura, você

está fazendo um curso, por exemplo, de agricultura, planta a horta e a partir dali vêm

em seguida os traços culturais que você tem que fazer, um controle de praga, você

vai para lá, um curso de aplicação de agrotóxico, você faz um curso para que se

aprenda a fazer o agrotóxico caseiro, quer dizer então que você precisa de uma

adubação orgânica você vai lá e faz um curso de produção de húmus, você pode no

decorrer do ciclo produtivo incorporar várias outras ações.

Então termina sendo uma espécie de capacitação continuada, você faz até

o período da colheita, depois você vai fazer a receptação e depois se você sentir que a

coisa não andou tão bem, faltou o gerenciamento de alguma outra coisa, você tem

um curso, que nós temos uma parceria, e eu queria dizer para o meu amigo, que tive

o prazer de conhecer agora, do SEBRAE lá de Minas, que aí nós fazemos uma

parceria com o SEBRAE e desenvolvemos um trabalho chamado Negócio Certo

Rural.

Fazer com que o meu pequeno negócio realmente dê certo e eu passe a

ganhar dinheiro. Sempre que eu vou fazer uma palestra sobre os trabalhos do

SENAR, eu falo, ação do SENAR só tem significado se for para nós melhorarmos de

vida, ganhar dinheiro ou incorporar alguma outra técnica que permita a nós

vivermos melhor na zona rural.

E aí vou falar aqui para vocês, essa Lei 8.315 que criou o SENAR, de 23 de

dezembro de 1991, baseado no artigo 62, das Disposições Transitórias da nossa

Constituição Federal de 1988 e aí as ações do SENAR elas vêm exatamente dentro

desses três aspectos, ação de FPR que é o carro chefe do SENAR é que faz realmente

aprender a fazer fazendo, nas ações de FPR e FPR significa Formação Profissional

Rural e aí eu tenho dois caminhos com a Formação Profissional Rural, um deles é

aprender a desenvolver a minha própria atividade com mais perspicácia, fazer com

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que a minha atividade que eu já prático no meio rural, ela me dê uma viabilidade

melhor, ou seja, eu gosto muito de falar esse exemplo, o compadre João montou uma

roça esse ano e lá ele conseguiu em um hectare, do tamanho de um campo de futebol,

tirar de lá 1200kg de milho e aí o companheiro dele, do lado, disse assim: rapaz, a

roça de compadre João esse ano foi muito boa, e aí o compadre Zezinho ele tirou foi

1500 e ele foi melhor ainda, esse ano foi bom demais, aí um garoto com um pouco de

técnica, usando uma semente fiscalizada, usando os insumos, uma correção no solo,

fazendo algumas técnicas, utilizando algumas técnicas que chama técnicas modernas

do setor rural, você amplia isso para 6.000, 7.000, 8.000Kg.

Produção de mandioca, a média do estado, você tem em torno de 6.000 a

7.000Kg, local onde dá bom resultado para produção de mandioca, você tira 8.000kg

de raiz, aí foi feito um experimento, pelo prefeito lá de Fortuna, em umas áreas de

assentamento, trouxe umas estacas semente lá da Bahia, das Almas, usou umas

técnicas de um trabalho do SENAR e tirou 30.000kg, lá no Paraná se tira 60.000kg.

Aí eu costumo dizer assim: será que o Deus de lá do Paraná é melhor do

que o Deus nosso daqui, do estado do Maranhão e da região Nordeste? Claro que

não! Às vezes eu até brinco com o pessoal, nós temos aqui até uma vantagem a mais,

lá eles não têm o Bita do Barão, nós temos o Bita do Barão que pode ir fazer um

benzimento na roça e aí ter um resultado muito melhor.

Mas, acima de tudo o que nós precisamos mesmo é de conhecimento para

que nós possamos pôr em prática essas técnicas e ter uma atividade produtiva

melhor do que nossa pequena propriedade. Lembro que há alguns anos atrás,

quando a Conceição Andrade, era Secretária da Agricultura Familiar, o presidente

disse para mim em uma reunião: Figuerêdo seu grande papel é acabar com o público

da Conceição Andrade, e aí eu digo para vocês que às vezes a pessoa pensa assim:

como é que eu faço para acabar com os pobres? Pego os pobres tudinho, boto lá no

muro, numa teoria baseada no que Maquiavel falou sobre os fins que justificam os

meios, boto os pobres tudinho lá no muro, pego uma metralhadora e pronto, acabei

com os pobres.

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Mas não é isso que nós queremos, nós queremos acabar com os pobres é

para que um dia eles não sejam mais pobres, ele passe a ser rico, e como é que ele

passa a ser rico? Melhorando de vida. Como é que eu acabo com o público da

Conceição Andrade, que foi dito na época? É fazendo com que o indivíduo deixe de

ser o coitadinho, que produza só para comer, e não é que o homem com família ele

precisa produzir, para dar uma situação boa para família!

O que nós queremos é, nós não queremos só comida, nós queremos

também rápido desenvolvimento, conhecimento, melhoria de vida e nós vamos ter

isso sim. Nós teremos na medida em que aperfeiçoamos os nossos processos de

produção, então ou eu atuo com as ações de FPR na minha própria atividade,

melhorando com o meu rendimento e é lógico que eu venho contribuindo para

melhorar o meu padrão de vida com a minha família, ou então na disponibilidade de

mão de obra, eu capacito a pessoa e ele passa a ter uma valorização maior dessa mão

de obra no mercado.

Isso me reporta a um evento que nós fizemos em Balsas, com meu amigo

Tomás, isso há muitos anos atrás, não pensem que eu sou tão velho assim! É que eu

comecei muito cedo as minhas atividades no meio rural. Então, o Chico Miranda era

o Secretário de Agricultura lá em Balsas e nós fizemos um trabalho lá, e a irmã de

Chico era a Secretária de Administração e a irmã do Chico disse, rapaz, mas eu

queria colocar o meu vaqueiro para fazer esse curso, mas o meu vaqueiro ele só sabe

subir no cavalo e correr atrás do boi, não sabe nenhuma técnica para fazer nada e o

Chico não deixou porque já tinha 15 pessoas e o senhor disse que eram só 15 pessoas

que iam para o curso, por uma questão metodológica e aí ele não deixou eu colocar o

meu vaqueiro e disse que nós temos que dar chance é para o pessoal de fora, as

questões administrativas e políticas, não é? Então eu disse, olha não tem problema

não, se a senhora quiser a senhora pode trazer o seu vaqueiro é mais um, e mais um

ou menos um não vai alterar no resultado, e ela disse, pois olha eu vou pegar o Jipe e

vou buscar ele na propriedade e levou ele lá para estar registrado lá no curso que era

em uma outra propriedade no outro lado.

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Resultado, fez o curso, terminou o curso, terminou a capacitação que eu

disse para vocês, o SENAR ao terminar um trabalho recolhe-se e aí deixamos as

coisas acontecerem por lá. Seis meses mais ou menos depois, quando voltamos, com

toda a leva do curso e a parceria que nós tínhamos com a prefeitura, e aí ela foi

olhando no meu olho e foi dizendo: estou zangada com o senhor! E eu, mas, zangada

comigo por quê? E eu pensei rapidinho, no mínimo o vaqueiro dela aprendeu

alguma coisa, foi fazer e fez errado e ela acha que foi algo do ensinamento do

SENAR, mas para minha surpresa, ela disse: olha, quando o senhor saiu daqui, veio

um negócio aqui da vacina da Febre Aftosa e aí o vizinho do lado falou para o meu

vaqueiro, porque eles disseram para ele que o meu vaqueiro foi o melhor do mundo

no curso e ele falou para o meu vaqueiro vacinar o gado dele, umas 300 cabeças, e aí

ele foi lá e vacinou tudinho e aí ele perguntou para a pessoa, o vaqueiro, quanto é

que a tua patroa te paga aí por mês, não ela me dá aí por semana, na época, cem reais

e mais o sustento, aí ele disse, tu quer trabalhar comigo? Eu te dou 180 reais e mais o

sustento, no outro dia ele entregou a casa da fazenda e foi entregar a chave e passou

a trabalhar com ele e eu perdi o meu vaqueiro que era uma pessoa boa.

Aí eu perguntei para ela: e a senhora já contratou outra pessoa? Eu

contratei um outro lá, mas esse mal sabe ficar em cima do cavalo e correr atrás do

boi. Então, faça o seguinte, o Chico é seu irmão, peça um curso do SENAR de

bovinocultura, coloque o seu vaqueiro para fazer esse curso, agora pelo amor de

Deus, pague o homem direito!

Então, valorização, oportunidade de valorização, essa mão de obra no

mercado, a medida que eu treino as pessoas, que eu capacito as pessoas, essas

pessoas passam a valer bem mais com a mão de obra. E eu tenho essas ações de PS

que é de Promoção Social, que é o apoio da família, o apoio comunitário, tive

programas que eu vou passar bem aqui rapidinho, e agora a assistência técnica e

gerencial que eu estou desenvolvendo o MAPITO, o Sertão Empreendedor e os

projetos vão ser com a parceria da Caixa Econômica para atuar na capacitação técnica

e gerencial desses projetos, MAPITO, MA de Maranhão, PI de Piauí e TO de

Tocantins.

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E aí nós já estamos com 1000 propriedades nessa região do Médio Sertão

Maranhense fazendo esse trabalho de capacitação e assistência técnica e o Sertão

Empreendedor é outro programa que tem parceria e esse MAPITO é um programa

de parceria com o SEBRAE, Sertão Empreendedor é um programa em parceira com o

SEBRAE em que o Sertão Empreendedor é a região do Alto Parnaíba é essa região

onde nós temos infelizmente maltratada no nosso estado de mais baixo IDH.

Mas, falando dos programas especiais, programas que nós temos e entre

tais temos o SENAR junto com o SEBRAE onde temos cerca de 150 turmas e já temos

programadas para esse ano 60 novas turmas. Programa especial, Programa

Empreendedor Rural também junto com o SEBRAE e fizemos até hoje 32 turmas e

temos programado 10 para esse ano e esse programa é puramente na área de gestão.

Esse programa Empreendedor Rural é muito bom porque é para jovens que já

terminaram o segundo grau, onde você aprende a preparar um projeto, um projeto

de vida, focar na sua propriedade de maneira diferenciada.

O PRONATEC que é um programa do governo federal e nós vamos, se

Deus quiser, junto com o IEMA semeando o futuro, nós vamos semear, se Deus

quiser, futuro um PRONATEC aqui dentro do estado. É um desafio que eu posso

dizer para vocês, nós vamos ter sucesso sim, porque nós já tivemos muito sucesso já

que eu posso relatar com o PRONATEC e que com certeza com os aperfeiçoamentos

e os erros que nós tivemos com o PRONATEC nós não vamos cometer com o

PROETEC. O número de turmas nós temos 244 programadas que eu não sei se vai

ser 244 por uma questão de redução de recursos do governo federal.

Jovem Aprendiz Rural é um programa que é feito com parceria com as

empresas, indústrias, nós já fizemos até 2014 quatro turmas e temos duas

programadas para esse ano. É um trabalho que fazemos com as indústrias, que

fazemos com as grandes empresas e que elas fazem contratando os jovens aprendizes

e nós vamos capacitando. São cursos de 1000 horas ou 1200 horas ao longo de um

ano de trabalho.

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Nós tivemos alguns quadros aqui em amarelo e outros em azuis, porque

esses em azul são programas da área de promoção social, tipo como eu falei ainda

agora, são 40 turmas no estado e temos programadas 10. Normalmente fazemos 10

turmas dessas por ano. Isso aqui não é um curso como os outros que o SENAR faz de

capacitação, é uma ação de promoção das pessoas que vivem no meio rural. Você

leva para o meio rural e ela vira tipo um mutirão, onde você faz o embelezamento

das mulheres do campo, leva o título e distribui, os cabeleireiros vão para lá e cortam

os cabelos e as mulheres vão para lá e fazem o exame Papanicolau que é o exame de

prevenção de câncer uterino, então isso aí é feito pelo SENAR e geralmente eles

fazem esse trabalho em parceria com as prefeituras.

O programa de Inclusão Digital Rural é um programa voltado para os

jovens que geralmente são quem participa, são jovens do meio rural e a finalidade é

fazer com que você passe a ter acesso à internet e tenha acesso a essa ferramenta tão

importante de comunicação que é a internet.

O programa “Com Licença Vou a Luta”, os programas que eu coloquei em

amarelo, são os programas profissionalizantes e são da área social. Esse é um

programa específico para as mulheres, onde nós temos 40 turmas no estado e este

ano nós temos programado 10. É um programa da área de gestão e coloca a mulher

para aprender a gerir também o seu negócio no meio rural, fazendo que dê certo.

Programa Leite de Qualidade é um programa desenvolvido em parceria,

como vocês veem lá é um programa desenvolvido em parceria com o SEBRAE,

SENAR / SEBRAE, e nós temos 20 turmas programadas para esse ano, todas

começando agora, porque eram para começar em 2013 e não deu certo, mas partimos

para esse ano.

O Programa Sindicato Forte que é um programa que fazemos para

melhorar o desempenho das atividades do sindicato. É a nossa base onde nos dá

força para as ações do SENAR e esse ano nós temos programado 10 turmas e em 2013

foram 17.

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Programa Mãos que Trabalham, nós realizamos uma turma e temos uma

turma programada para esse ano.

Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos é um programa que

aquela história, daquele beija-flor levando a gotinha de água para apagar o fogo. Nós

sabemos, não é que nós sabemos que não vai dar certo, nós sabemos que não vamos

apagar o fogo, mas nós vamos cumprir a nossa parte, então nós estamos ajudando a

diminuir o nível de analfabetismo e temos uma falha nisso do estado, que eu acho

fundamental é um grande gargalo para que as ações do SENAR no meio rural fluam

com alegria e desenvoltura, porque as pessoas têm dificuldade em ler, conhecer as

cartilhas, mesmo as cartilhas do SENAR, sendo elaboradas para pessoas

semianalfabetas, têm muito mais fotos do que coisas escritas, já é uma metodologia

adaptada, direcionada para as pessoas do meio rural que não são alfabetizadas.

O programa SENAR / FAEMA em campo, Programa Campo Futuro, que

é outro programa que nós estamos fazendo e alicerça as pessoas que já desenvolvem

as suas atividades e precisam conhecer os gargalos, são cursos operacionais para

começar a fazer uma lide de amenizar certos custos, independente de outros, nós

temos cinco turmas e vamos fazer duas esse ano.

Programa da Rede e-Tec Brasil, que estamos criando cinco polos no

estado, em parceria com o MEC.

As atividades ocupacionais do SENAR estão aí todas, a pecuária,

agropecuária, agricultura, piscicultura, agricultura do extrativismo, na agroindústria,

na prestação de serviço, enfim.

Parcerias que dão certo. Hoje nós temos uma parceria e nós estamos

acabando de formalizar com a Ciência e Tecnologia, parceria a nível municipal,

estadual e federal, nós temos mais ou menos umas sessenta prefeituras e agora nós

vamos celebrar por esses dias uma parceria com a prefeitura de São Luís.

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Aqui, de 1993 a 2014, nós temos mais ou menos 20 mil pessoas capacitadas

no estado. Essa aqui é a agropecuária. A nossa programação para esse ano é em torno

de 1600 ações e 22.600 pessoas capacitadas. E aqui alguns casos de sucesso. Aqui em

Matinha nós temos um trabalho feito por um de seus habitantes, temos um indivíduo

lá abnegado, dedicado, chamado não sei o nome dele, mas digo para vocês chamado

de Cibalena, Cibalena é a pessoa! Então pense em como se tornou um polo excelente

de produção de peixe criado em cativeiro e a pessoa responsável por isso, Cibalena.

Nós fizemos um trabalho com ele e hoje nós temos lá é um polo de orgulho, de

serviço realizado.

Aqui Apicum-Açu, no povoado de Itereré. Itereré, produz frutas, produz

polpa de frutas, produz um monte de coisas e vende para fora, vende para

prefeitura, vende para merenda escolar e tem uma alta sustentabilidade. Em São

Bernardo, nós temos o povoado Cajueiro, nós temos lá um trabalho excelente do

PRONATEC, eu tenho lá um monte de jovens ganhando dinheiro com as atividades

de produção de hortaliças, a produção do município sendo vendida para Parnaíba e

ainda produz hortifrutigranjeiros.

Aqui, no município de Buritirana, no povoado Tanque, nós temos um

trabalho feito lá em algumas propriedades, o pessoal criando peixe, vendendo leite,

propriedades pequenas, mas com uma sustentabilidade alta e é isso que é

importante.

Se nós formos como está aqui o rol de atividades e de coisas que só na

cabeça do Figueirêdo. Nesses mais ou menos vinte anos de SENAR, nós temos

muitas coisas lindas e maravilhosas. Eu tenho uma pessoa que foi treinada lá em São

Mateus, no programa de Educação de Jovens e Adultos, ele chegou e disse assim: eu

tinha uma carteira de identidade e uma assinatura que tinha lá, “burrão”, aí eu disse,

não vou ficar, depois que eu aprendi a escrever eu não vou ficar mais com essa

carteira que tem escrito “burrão”, eu tenho que tirar uma outra carteira.

Aí eu fui para São Mateus e chegando lá quando eu dobrei a esquina, eu

disse rapaz e agora como é que eu vou encontrar o local onde bate a foto, para tirar a

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foto da carteira de identidade se eu não sei ler, aí eu disse, não, mas eu aprendi, eu

aprendi, eu dobrei a esquina e quando eu olho bem lá escrito, foto, é ali! Então são

coisas assim maravilhosas que ficam em nossas vidas e eu me orgulho desse

trabalho.

E eu só queria dizer para vocês, eu queria deixar essa mensagem de Dirk

Wolter, que é um indivíduo marreteiro, importante, que diz o seguinte: “existe no

mundo apenas uma pessoa com poder suficiente para melhorar a sua vida. E essa

pessoa é... você mesmo!” Então é aquela história do Chico Anysio, se eu querer, quer

dizer, eu penso é aquilo que eu quero, ou seja, a minha vontade ela vai estar acima de

tudo.

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A EXPERIÊNCIA DO SENAC

Daniela de Fátima Nogueira da Silva

Bom, boa noite a todos e a todas! As informações em relação à educação

profissional das instituições, mas eu vou tentar falar aqui um pouco do que o SENAC

faz, a sua atuação e eu vou tentar não me prolongar porque quando nós começamos

a falar de educação profissional e da instituição que nós desenvolvemos um trabalho

com bastante amor e carinho, nos empolgamos e começamos a falar, falar, falar e às

vezes não nos damos conta nem que o tempo já está passando.

Bom, o SENAC ano que vem, em 2016, ele irá completar 7 décadas de

atuação no Brasil, com representação em todos os estados do país e no Maranhão nós

temos atuação em 8 municípios, nesses 8 municípios nós temos 5 centros de educação

profissional e 3 postos avançados. Os Centros de Educação Profissional eles contam

com uma estrutura maior, com mais laboratórios e mais possibilidade de ofertas de

cursos técnicos também. Os postos avançados, eles têm uma estrutura menor, mas

com a mesma qualidade de oferta de trabalho, de serviços educacionais para a

comunidade.

Então, os cinco centros educacionais, nós temos em São Luís, o CEP e o

restaurante escola, que fica aqui próximo na Rua de Nazaré, onde são desenvolvidos

cursos do eixo turismo, hospitalidade, lazer e produção alimentícia. Nós temos o

espaço pedagógico e o espaço comercial, onde logo após a conclusão das atividades

teóricas o aluno vai para a prática supervisionada naquele salão onde é feito toda a

oferta do serviço comercial.

Nós temos CEP em Imperatriz, que é o segundo maior, Caxias, Santa Inês

e Bacabal, esses são os cinco CEPs que nós temos e postos avançados nós temos em

Balsas, Codó e Timon. O SENAC atua tanto nos cursos FICs - Formação Inicial e

Continuada, que são os cursos de qualificação profissional, aprendizagem comercial,

através do jovem aprendiz, que o sistema S todo atua, são cursos ofertados a jovens

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de 14 a 24 anos, um turno ele fica na escola, outro turno ele fica na empresa, é um

trabalho desenvolvido em parceria com as empresas do segmento de atuação.

E o curso de aperfeiçoamento, como a maioria desses profissionais já têm

uma formação e que desejam se manter no mercado de trabalho e que procura a

instituição para se aperfeiçoar a determinadas técnicas ou em determinadas áreas.

Atuamos também em habilitação técnica de nível médio com alguns

cursos técnicos, graduação e pós-graduação, tanto na modalidade presencial como na

modalidade à distância, sendo que os cursos de graduação e pós-graduação são

exclusivamente ofertados pela modalidade à distância pela rede SENAC-EAD. No

Maranhão nós ainda não estamos com essa oferta de graduação, nós estamos no

processo de credenciamento junto ao MEC e acreditamos que em 2017 nós já vamos

iniciar a oferta de graduação também, o Maranhão sendo polo presencial.

Então o SENAC vem desenvolvendo ao longo dessas sete décadas a sua

missão que é preparar para o mundo do trabalho em atividade, comércio, bens e

serviços, tendo ofertas de cursos, tanto cursos pagantes, com uma programação paga

para quem pode pagar e quem não está dentro do perfil de outros cursos nós temos

também outras ofertas que são cursos gratuitos, então nós temos o Programa SENAC

Gratuidade, onde nós ofertamos todos esses cursos e de vários eixos que seria onde o

SENAC atua, totalmente gratuito para a comunidade, nos oito municípios onde nós

temos unidades de ensino, nós temos portfólio de programação de cursos gratuitos.

Nós temos outro programa, que este nós falamos com bastante carinho,

porque vemos o resultado final dele e ele se torna bastante emocionante que é o

Programa social “SENAC faz a sua parte”, são programas também totalmente

gratuitos para a comunidade com a mesma qualidade de docente e material didático

que é ofertado para a nossa programação paga, não há uma diferenciação, porque o

mesmo material didático da programação paga é o mesmo material didático

utilizado nas programações gratuitas, só que esse programa ele é desenvolvido

exclusivamente em comunidades carentes, em São Luís, Imperatriz, Caxias, Bacabal e

Santa Inês, onde nós temos unidades de ensino.

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E são cursos, desse portfólio desse programa, exclusivamente cursos

voltados para a geração de renda, que nós entendemos que a oferta de vaga de

emprego não tem para todo mundo, mas ele pode através de um ofício, de um

trabalho, ter como gerar o seu próprio negócio e a partir daquele curso ele ter a sua

própria renda.

Então, nas formaturas nós temos relatos de alunos que antes mesmo de

concluir o curso já começam a ganhar o seu próprio dinheiro, já montam o seu

próprio negócio, muitos nós já encaminhamos para o SEBRAE também por conta do

empreendedorismo, para ter aquela orientação do microempreendedor individual e

isso é bastante gratificante. Nós ficamos assim muito lisonjeados, muito orgulhosos

com o trabalho que é desenvolvido nessas comunidades.

Temos também um programa de deficiência e competência que são cursos

também de qualificação profissional voltados para pessoas com deficiência e ao

término de todos esses cursos, independentemente do programa que o aluno esteja

inserido, nós temos um serviço de encaminhamento ao mercado de trabalho, então

ao concluir o curso, é feito o encaminhamento do aluno pelo SENAC ao mercado de

trabalho através de empresas que nós temos cadastradas no nosso ramo de atuação e

esse aluno passa a fazer parte do processo daquelas empresas.

Durante esse trabalho onde nós desenvolvemos vários programas e vários

projetos, nós temos alguns gargalos sim, e eu me recordei muito na fala da

professora, logo pela manhã, e um dos gargalos que nós temos é que 70 a 80% dos

nossos alunos são egressos da escola pública e um dos grandes problemas que

enfrentamos em sala de aula são as lacunas que esse aluno traz lá da educação básica

e que a educação profissional ela não pode cruzar os braços, mas ela também não tem

tempo suficiente para preencher essas lacunas, mas como nós entendemos que algo

precisa ser feito e a partir do momento que o aluno está conosco, tudo que ele traz

em sua bagagem é de responsabilidade nossa e de fazer também com que aquele

trabalho possa ter frutos, bons frutos.

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Então nós temos alguns trabalhos paralelos com as atividades de ensino

em sala de aula que são trabalhados a língua portuguesa e os conhecimentos de

matemática através de oficinas pedagógicas com esses alunos para tentar amenizar

essas lacunas, porque muitos dos insucessos que eles têm lá na entrevista de

emprego, quando eles são encaminhados para o mercado de trabalho, acaba

refletindo quando ele é colocado na entrevista de emprego e ele passa por um

processo de seleção onde ele precisa fazer uma redação, ele acaba não tendo êxito e

muitas vezes ele não consegue desenvolver com coerência e coesão uma redação.

Se ele é encaminhado para um mercado de trabalho, se é na função de

operador de caixa, e ali ele é colocado num teste para fazer uma atividade, qualquer

coisa que abranja as quatro operações ele acaba encontrando dificuldade, então esses

gargalos desses alunos que nós recebemos, nós não cruzamos os braços, tentamos

fazer um trabalho, mas nós entendemos que dentro de uma carga horária de 200, 400

ou 1200 ou 1800 horas que são dos cursos técnicos, não é suficiente para nós

resolvermos todo o problema de anos e anos que ele traz consigo, mas a instituição

vem desenvolvendo belíssimos trabalhos.

Nós fazemos formação continuada com os nossos docentes, temos

programas de desenvolvimento educacional com os nossos docentes, praticamos

constantemente atualizações com as metodologias da educação profissional e isso é

feito a cada semestre e que também temos condições de estarmos em sintonia com

esse jovem e adulto que nós recebemos com esse grande sonho que eles trazem na

bagagem, que é o de fazer um curso de educação profissional e regressar ao mercado

de trabalho ou então, a partir desse curso, ele tem condições de abrir o seu próprio

negócio e de ter a sua própria vida.

Bom, eu finalizo aqui a minha fala, ratificando que o governo do

Maranhão tem total apoio do SENAC do Maranhão. A instituição se coloca

totalmente a disposição desse trabalho para nós fazermos um trabalho brilhante e

com bastante eficiência na área de educação profissional e tecnológica, vamos a

implantar o PROETEC, com o pé direito, se Deus quiser, e nós temos certeza que vai

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ser um trabalho que vai render muitos frutos para o nosso estado para que nós

consigamos elevar os índices de qualidade do nosso estado, já que nos últimos anos

ele não vem tendo uma elevação muito satisfatória e nós temos esse interesse e todas

essas instituições têm esse interesse de colaborar com o Governo do Estado para que

possamos fazer um trabalho excelente na área de educação profissional e tecnológica.

Muitíssimo obrigada!

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OS PALESTRANTES

Maria José Pires Barros Cardozo

Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Graduada em Serviço Social pela UFMA, Mestra em Educação pela UFMA e doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará.

Marli Sousa Graduada em História; Psicopedagoga; Especialista em Cultura Afro-brasileira e Indígena; Especialista em Metodologia de Ensino para a Educação Profissional. Diretora de Desenvolvimento Pedagógico da Educação Profissional da Rede Estadual da Bahia, na Superintendência de Desenvolvimento da Educação Profissional da Secretaria da Educação do Estado da Bahia.

Marco Antonio Moura da Silva Graduado em Ciências Econômicas pelo UNICEUMA, especialista em Gestão Estratégica pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Educação Ambiental pela Universidade Estadual do Maranhão e mestre em Administração Pública pelo Instituto Politécnico da Guarda de Portugal. Diretor Regional do SENAI-MA/Superintendente Regional do IEL-MA. Almério Melquíades de Araújo Graduado em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em Educação (Supervisão e Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Pesquisador da área de Currículo em Educação Profissional e Tecnológica. Coordenador do Ensino Técnico do Centro Paula Souza-SP.

Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Possui Licenciatura Plena em Técnicas Agropecuárias pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora- MG. Secretário Executivo de Educação Profissional de Pernambuco e Conselheiro Suplente do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco. Maria Alves de Melo Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará, Especialista em Formação do Gestor Escolar pela Faculdade Sete de Setembro e em Psicopedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Orientadora da Célula de Currículo e Desenvolvimento do Ensino Técnico da Secretaria de Educação do Ceará. Katiane Almeida Batista Graduada em Psicologia, especialista em Educação Profissional e Educação a Distância. Coordenadora de Desenvolvimento Profissional do Departamento Executivo Nacional do SEST/SENAT. Ricardo Luiz Alves Pereira Mestre em Administração pelas Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo. Gerente do Sistema de Formação do SEBRAE-MG. Antônio Luís Batista de Figueiredo Superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) no Maranhão.

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Daniela de Fátima Nogueira da Silva Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão. Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Estadual do Maranhão e especialista em Educação a Distância pelo SENAC-MA. Gerente da Divisão Técnica da Diretoria de Educação Profissional do SENAC-MA.

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PROGRAMAÇÃO SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: o IEMA semeando futuros 18 de junho de 2015 Teatro João do Vale, São Luís-MA

Manhã 8:30h Abertura pelo Governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino 9:00h Apresentação do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA) pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Dep. Bira do Pindaré. 9:30h Foto oficial com os prefeitos que doaram terrenos para o IEMA 10:00-11:00h Conferência “A educação profissional e o ensino médio integrado: pressupostos e indicativos para uma nova agenda” com a Profª. Drª. Maria José Pires Barros Cardozo – Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Coordenador da Mesa Dep. Bira do Pindaré Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação. Tarde 14:00h-15:30h Painel 1 – Experiências de Educação Profissional e Tecnológica Coordenador da Mesa 1 André Bello Secretário-Adjunto de Educação Profissional, Tecnológica e Inclusão Social Antonio Almerico Biondi Lima Superintendente de Educação Profissional do Estado da Bahia Marcos Moura Diretor Regional do SENAI-MA Almerio Melquiades de Araujo Coordenador do Ensino Técnico do Centro Paula Souza-SP

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Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Secretário Executivo de Educação Profissional de Pernambuco 15:30h-17:00h Painel 2 – Experiências de Educação Profissional e Tecnológica Coordenador da Mesa 2 Jhonatan Almada Secretário-Adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Maria Alves de Melo Orientadora da Célula de Currículo e Desenvolvimento do Ensino Técnico do Ceará Katiane Almeida Batista Coordenadora de Desenvolvimento Profissional do SEST/SENAT Ricardo Luiz Alves Pereira Gerente do Sistema de Formação do SEBRAE-MG Antônio Luís Batista de Figueiredo Superintendente do SENAR-MA Daniela de Fátima Nogueira da Silva Gerente da Divisão Técnica da Diretoria de Educação Profissional do SENAC-MA 17:00h-17:30h Plenária Final 17:30h Encerramento

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