Experimento de Grande Escala da Interação Biosfera...

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BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA vol. 25 n o 1 abril 2001 Aproximação de um Sistema Convectivo no sítio de medida Fazenda Nossa Senhora Aparecida Foto: Gilberto Fisch Experimento de Grande Escala da Interação Biosfera Atmosfera na Amazônia - LBA Experimento de Grande Escala da Interação Biosfera Atmosfera na Amazônia - LBA

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Diretoria Executiva • Biênio 2000-2002

Prakki Satyamurti – Diretor Presidente

Luiz Augusto Toledo Machado – Vice-Diretor Presidente

Regina Célia dos Santos Alvalá – Diretora Secretária

Marley Cavalcante de Lima Moscati – Vice-Diretora Secretária

Gilvan Sampaio de Oliveira – Diretor Tesoureiro

Antonio Ocimar Manzi – Vice-Diretor Tesoureiro

Augusto José Pereira Filho – Diretor Profissional

Jojhy Sakuragi – Vice-Diretor Profissional

Gilberto Fernando Fisch – Diretor Científico

José Antonio Marengo Orsini – Vice-Diretor Científico

Conselho Deliberativo

Halley Soares Pinheiro Junior Adilson Wagner Gandu Célia Maria Paiva

Fernando Pimenta Alves Heloisa Moreira Torres Nunes Luccieta Guerreiro Martorano

Mário Alberto da Silva Lobo Valdo da Silva Marques Romísio Geraldo B. André

Conselho Fiscal

Alfredo Silveira da Silva Renata Gonzales da Silva Leandro Machado da Cruz

Corpo Editorial

Luiz Augusto Toledo Machado - Editor Responsável

Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Pça Marechal Eduardo Gomes, 50 – São José dos Campos/SP - 12228-904

Brasil

Tel. : (55 12) 347455 – Fax: (55 12) 3474551

[email protected]

Marley Cavalcante de Lima Moscati - Editor Assistente

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório Associado de Meteorologia e Oceanografia (LMO)

Tel. : (55 12) 3456653 – Fax: (55 12) 3456666

Av. dos Astronautas, 1758 – São José dos Campos/SP – 12227-010

[email protected]

José A. Marengo - Editor Associado

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)

Rodovia Presidente Dutra, 40 – 12630-000, Cachoeira Paulista/SP

Tel. : (55 12) 5608400 – Fax: (55 12) 5612835

[email protected]

O Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia é uma publicação quadrimestral da SBMET(www.virtualand.net/sbmet), com tiragem de 1200 exemplares. O Boletim aceita colaborações, na formade artigos originais de divulgação de assuntos técnicos, científicos ou profissionais e reproduções de matériasde interesse do Corpo Social, desde que não protegidos por direitos autorais, ou mediante autorização expres-sa do detentor destes direitos.

Coordenação: Luiz Augusto Toledo Machado • Apoio: Coordenadoria de Relações Institucionais –CRI/INPE • Projeto gráfico e Produção gráfica: José Dominguez Sans (Pepito) e Carlos Alberto Vieira(Carlinhos) • Revisão editorial: Marley Cavalcante de Lima Moscati • Fotolito e impressão: DigitalPress •Fotografia: Gilberto Fernando Fisch

Distribuição dirigida e gratuita

E X P E D I E N T E

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O Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia (BSBMET)

A partir deste volume (25, no 01, abril 2001), o BSBMET sofrerá alterações tantono seu formato e layout, como na sua política editorial, com a inclusão de um corpoeditorial e de revisores. Além disso, este Boletim terá também uma sessão de anún-cios especializados e uma relação dos principais eventos técnicos e científicos emmeteorologia a serem realizados durante o ano. Estas mudanças visam estabelecerum padrão de publicação quadrimestral que permitirá, no futuro, termos umasegunda publicação da SBMET na forma indexada.

O Boletim não irá concorrer com a Revista Brasileira de Meteorologia(RBMET), pois, esta tem o objetivo de divulgar a produção científica na área demeteorologia e áreas correlatas, enquanto o Boletim tem o objetivo de divulgarmatérias de caráter técnico-científico e profissionais, tais como resultados deProjetos em andamento, opiniões de especialistas sobre pontos de relevância para aSociedade, problemas atuais da meteorologia e do clima, entre outros.

Aproveitamos a oportunidade para solicitar aos associados submeterem trabalhosdentro do escopo desta publicação; ao setor privado, anunciar nesta publicação eaos organizadores de eventos científicos, fornecerem a programação dos eventospara que possamos fazer sua divulgação de forma ampla e adequada.

Cordialmente

Editor Responsável

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Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3O Projeto LBA

Experimento de Grande Escala da Interação Biosfera Atmosfera na Amazônia:

Resultados Preliminares

Maria Assunção Faus da Silva Dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

O Programa de Monitoramento Climático em Tempo Real na Área de

Atuação da SUDENE - PROCLIMA

Solange Silva Souza, Javier Tomasella, Milagros Garcia de Gracia,

Marcelo Cid de Amorim, Paulo Cesar Pires Menezes, Carlos Almiro Moreira Pinto . . . . 15

A Meteorologia e a Mídia

Augusto Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Centro Espacial para o Meio Ambiente - CEMA

Nelson Arai e Luiz A. T. Machado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Ensino em Meteorologia

Artemio Plana Fattori . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Discurso de Posse do Presidente da SBMET

Prakki Satyamurty . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Lista dos Trabalhos Premiados no XI CBMET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

Eventos na Área de Meteorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 7

O PROJETO LBA

EXPERIMENTO DE GRANDE ESCALA DAINTERAÇÃO BIOSFERA ATMOSFERA NA

AMAZÔNIA: RESULTADOS PRELIMINARES

Maria Assunção Faus da Silva Dias

Departamento de Ciências Atmosféricas - DCA

Instituto Astronômico e Geofísico - IAG

Universidade de São Paulo - USP

Apresenta-se uma descrição geral da campanha de mesoescala realizada durante a estação chu-vosa em Rondônia em janeiro e fevereiro de 1999, dentro do contexto do Projeto LBA, assimcomo alguns resultados preliminares abordando a evolução de nuvens e precipitação, o papel dacobertura vegetal da superfície na camada limite planetária, o papel dos aerossóis, e as influên-cias de grande escala. A relação simbiótica entre os diferentes processos é ressaltada e a abor-dagem multidisciplinar é enfatizada.

An overview of the wet season atmospheric mesoscale campaign that was carried out in Januaryand February 1999 in Rondônia within the framework of the LBA is presented as well as thepreliminary results focusing on the cloud and rainfall evolution, the role of land cover in theplanetary boundary layer, the role of aerosol and the large scale influences. The symbiotic rela-tionship between the several processes and the multidisciplinary approach are emphasized.

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IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

O Projeto LBA - Experimento de Grande Escala da Interação Biosfera-Atmosfera na Amazônia tem comoobjetivos principais gerar novos conhecimentos essenciais para a compreensão dos processos climatológicos,ecológicos, hidrológicos e da biogeoquímica da Amazônia, dos impactos dos diferentes usos da terra nessesprocessos e das interações da Amazônia com o sistema biogeofísico do planeta. Para atingir esses objetivos,o LBA inclui um monitoramento de longo prazo em diferentes sessões transversais passando por diferentescoberturas vegetais, caracterizando diferentes interações biosfera-atmosfera, e campanhas intensivas demedidas no contexto das diversas disciplinas e nas diferentes estações do ano.

A primeira campanha atmosférica de mesoescala durante a estação chuvosa dentro do contexto do ProjetoLBA (WETAMC - Wet season Atmospheric Mesoscale Campaign) ocorreu em Janeiro e Fevereiro de 1999no Estado de Rondônia, na região sudoeste da Amazônia. A campanha teve como foco a análise dos efeitoslocais dos diferentes usos da terra, da resposta regional da convecção às forçantes de grande escala e dainteração da convecção com a biosfera através dos processos físico-químicos dos constituintes associadosaos processos físico-químicos de solo e de vegetação.

A campanha foi organizada em conjunto com a campanha de validação dos dados do satélite TRMM(Tropical Rainfall Measuring Mission) da NASA/EUA. Além da validação de dados, a campanha TRMMteve como objetivo a análise dos processos dinâmicos, microfísicos e elétricos, assim como a quantificaçãodo aquecimento diabático associados à convecção na Amazônia.

Várias instituições brasileiras participaram da campanha WETAMC (USP, INPE, CTA, UNESP, UFPA,UFAL, UFSM, UFRJ, UNIR, ULBRA) num total de mais de 100 pesquisadores, estudantes de graduaçãoe pós-graduação e técnicos de apoio à pesquisa. A Comunidade Européia participou com aproximadamente30 pesquisadores, estudantes e técnicos e a NASA enviou à Rondônia aproximadamente 100 profissionais,incluindo pesquisadores, estudantes e técnicos.

As campanhas conjuntas WETAMC e TRMM representam uma oportunidade única de estudar a con-vecção tropical na Amazônia e sua relação com a floresta e com as regiões desmatadas. Para os objetivos delongo prazo do LBA, a campanha WETAMC, assim como as campanhas planejadas para os próximos anos,representam o meio pelo qual as medidas locais serão integradas e relacionadas num quadro maior, queengloba a Bacia Amazônica.

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EEssqquueemmaa ddee MMeeddiiddaass ddee CCaammppoo

Os locais de medidas podem ser vistos na Figura 1 e as diversas atividades realizadas estão listadas naTabela 1.

Fig. 1 - Localização das diversas medidas em Rondônia durante as campanhas WETAMC e TRMM.

Tabela 1 - Atividades realizadas durante as campanhas WETAMC/LBA e TRMM/LBA

Atividades Operadas por

4 estações de radiossondagens, realizando entre 6 a 8 radiossondas por dia 2 Brasil/Europa

2 Brasil/EUA

3 estações de balão cativo para perfis Termodinâmicos 1 Brasil/EUA

2 Brasil/Europa

1 torre micrometeorológica na floresta, com 60 m de altura, instrumentadacom 3 níveis de sistemas de correlação de turbulhões e perfil vertical deradiação, temperatura, umidade e velocidade do vento. Brasil

1 torre micrometeorológica na floresta, com 54 m de altura, instrumentadapara medidas de química atmosférica incluindo a concentração de O3, NOx,compostos orgânicos voláteis, CO, CO2, além do fluxo turbulento de CO2. Brasil/Europa

Conjuntos de anéis para respiração de solo e sensores para temperatura eumidade de solo na pastagem e na floresta. Brasil/Europa

1 balão cativo para medidas de compostos químicos. EUA

3 torres de pastagem para medidas de perfis verticais e fluxos turbulentos 1 EUA

2 Brasil/Europa

1 Torre de pastagem para medidas de compostos químicos epara medidas espectrais de radiação. Brasil/Europa

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Atividades Operadas por

2 radares acústicos para medida do perfil do vento, um deles com medidado perfil de temperatura virtual, ambos localizados em pastagem. 1 EUA/1 Europa

1 rede de estações automáticas de superfície Brasil/Europa/EUA

1 rede com 4 estações de detecção de relâmpagos EUA

1 rede densa de pluviômetros Brasil/EUA

5 disdrômetros EUA

2 radares Doppler ( S-pol e TOGA). EUA

1 perfilador radar Doppler dual EUA

1 avião Citation II Learjet para medidas microfísicas intra-nuvem. EUA

1 avião estratosférico, NASA ER-2 para sensoriamento remoto evalidação das medidas do satélite TRMM. EUA

As operações diárias com os aviões foram planejadas com base num escritório de previsão de tempo,montado especialmente para isso em Ji-Paraná, com acesso aos produtos numéricos produzidos peloCPTEC/INPE (modelos Global e ETA) e da USP (RAMS com 20 km de resolução), usados em conjuntocom imagens GOES de alta resolução e informações meteorológicas dos aeroportos.

AALLGGUUNNSS RREESSUULLTTAADDOOSS PPRREELLIIMMIINNAARREESS

Os resultados preliminares das campanhas WETAMC e TRMM indicam que o processo de produção dechuva se dá através de um processo intrinsicamente acoplado, onde diferentes processos atuam em diferen-tes escalas espaciais e temporais, e onde a superfície, seja com ou sem floresta, ativamente participa dosmecanismos de formação de nuvens.

O caráter da precipitação na Amazônia durante a estação chuvosa varia de um comportamento essen-cialmente continental para um comportamento mais marítimo. Essa alternância está associada a um con-trole de grande escala (Rickenbach et al., 2001) dado pela aproximação de sistemas frontais ou pela for-mação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Chuvas são mais contínuas durante o dia napresença da forçante de grande escala e mais isoladas e localizadas, com maior desenvolvimento vertical euma freqüência maior de relâmpagos, quando não há forçante de grande escala. Com a presença de sistemasde grande escala, os ventos em baixos níveis em Rondônia são predominantemente de oeste, enquanto nosperíodos intermediários, sem perturbações de grande escala, os ventos são de leste. A Figura 2 (Petersen etal., 2000) mostra a alta freqüência de relâmpagos associada a regime de ventos de leste em Rondôniadurante Janeiro e Fevereiro de 1999.

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Fig. 2 - Durante a estação chuvosa a freqüência de relâmpagos (entre nuvem e superfície) mostra-se um fator dequatro maior que nos períodos de vento de leste em 850 hPa do que em períodos de ventos de oeste.(Petersen etal., 2000).

A evolução diurna da convecção foi analisada por Machado et al. (2001), do ponto de vista das imagensde satélite e dos perfis termodinâmicos associados, e por Marengo et al. (2001) do ponto de vista da pre-cipitação observada. A Figura 3 mostra a evolução da precipitação no período da campanha como um todoe também durante os períodos de ventos de leste e de oeste. Mostra-se que a precipitação, apesar de ter umcaráter mais marítimo nos períodos de ventos de oeste, tem um ciclo diurno bem definido em todas as situa-ções, com um máximo marcante à tarde, o que é típico de regiões continentais. Nos casos de ventos de leste,há frequentemente a formação de sistemas convectivos de mesoescala organizados (veja, por exemplo,Pereira et al., 2001 e Betts et al., 2001) na forma de linhas de instabilidade que persistem até a noite.

Fig. 3 - Ciclo diurno médio para a rede de pluviômetros completa (linha cheia grossa), média para os dias comregime de ventos de oeste (linha cheia fina) e de leste (linha tracejada fina). Os valores estão em mm/hora e ohorário é local (Marengo et al., 2001).

30000

25000

20000

15000

10000

5000

0

1/1/99

1/11/99

1/21/99

1/31/99

2/10/99

2/20/99

3/2/99

3/12/99

3/22/99

4/1/99

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Det

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2.0

1.8

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia1 2

Williams et al. (2001), analisando os núcleos de condensação de nuvens (CCN) observados durante acampanha, notou que as concentrações de CCN são menores no regime de ventos de oeste (400 cm-3) doque no regime de ventos de leste (800 cm-3 ). Durante a estação seca essas medidas de concentração deCCN sobem para 2000 - 3000 cm-3 como resultado das queimadas. Rosenfeld (1999), baseado em dadosde radar do satélite TRMM mostrou que nuvens formadas em regiões com fumaça de queimadas crescemalém da isoterma de -10 oC para produzir chuva, indicando uma supressão dos processos de formação dechuva típicos de nuvens quentes. Silva Dias et al. (2001) discutem a interação entre os CCN e o regime dechuvas durante a estação chuvosa e indicam um mecanismo acoplado forçado externamente pela circulaçãode grande escala e internamente pela disponibilidade de aerossóis biogênicos: a própria vegetação e osprocessos de reciclagem e formação de aerossóis em nuvens convectivas repõe as concentrações de CCN nosperíodos de ventos de leste quando a convecção é mais localizada. O papel dos aerossóis biogênicos e o papelda reciclagem de aerossóis em nuvens assim como sua transformação para CCN são aspectos científicospouco conhecidos que deverão merecer uma abordagem mais profunda nas próximas etapas do LBA.

A interação das nuvens com a superfície passa pelo fornecimento de energia na forma de fluxos de calorsensível e latente que levam à formação da camada de mistura. Esses fluxos de calor são modulados pelofornecimento de radiação solar. Na interação com a superfície, a diferente cobertura vegetal afeta o balançode energia através do albedo, no caso, este é menor para a floresta do que para a pastagem. Diferentes sis-temas de circulação local afetam esses fluxos de calor, como pode ser visto em von Randow et al. (2001).Em estudos anteriores, na estação seca, havia sido mostrada uma diferença grande nos fluxos entre apastagem e a floresta, especificamente em Rondônia, implicando em diferenças grandes na altura da cama-da de mistura. Fisch et al. (2001) comparam a evolução da camada de mistura na estação seca e na estaçãochuvosa e mostram que na estação seca a camada de mistura em pastagem chega a ter 1600 m de alturaenquanto que na floresta chega a 1000 m. Na estação chuvosa a camada de mistura chega a 1000 m, tantona pastagem como na floresta. As características da turbulência são distintas na pastagem e na floresta. Nafloresta, a presença da camada abaixo da copa torna o problema bastante complexo com interações diversas.Sá et al. (2000) mostram que a temperatura não é afetada pela presença das árvores, isto é, a natureza dasflutuações térmicas turbulentas é a mesma acima e abaixo da copa. Para o caso do vento, no entanto, háuma influência marcante da copa através da rugosidade. A copa das árvores atua como um filtro passa-baixa,conforme já havia sido visto em experimentos anteriores, como por exemplo, o ABLE 2B, na região deManaus.

Uma grande contribuição dos dados da campanha WETAMC/LBA está em fornecer dados para cali-bração de modelos numéricos. Em particular, de grande importância nas regiões tropicais é a transferênciaradiativa na atmosfera na presença de grandes quantidades de vapor d’água, problema este enfocado para ocaso de Rondônia por Plana-Fattori et al. (2001) e para o caso específico da transmissão de radiação para afloresta, abaixo da copa das árvores, por Manzi et al. (2001).

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CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

O esforço conjunto do LBA e do TRMM produziu o mais completo conjunto de dados existente sobreum continente tropical nas ciências atmosféricas e ciências relacionadas, numa abordagem essencialmenteinterdisciplinar. Os resultados preliminares acima relatados motivam um esforço adicional em procurarrespostas para as inúmeras questões levantadas e para um esforço geral de modelagem integrada dos diver-sos processos. Essa modelagem integrada é o principal legado esperado do LBA, além da formação de umageração nova de pesquisadores na área ambiental. Os resultados dessas pesquisas sobre aspectos de interaçãobiosfera-atmosfera dentro da questão amazônica baseados em conhecimento profundo dos processos e nasua modelagem, permitirão uma contribuição efetiva para a elaboração de políticas públicas na área ambi-ental da Amazônia.

AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

As pesquisas do Projeto LBA são financiadas pela FAPESP, CNPq/MCT, NASA/EUA, NSF/EUA eComunidade Européia.

RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS

Betts, A. K.; Gatti, L. ; Silva Dias, M. A. F.; Fuentes, J. Transport of ozone to the surface by down draftsat night. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Fisch, G.; Tota, J.; Machado, L.A.T.; Silva Dias, M.A.F.; Nobre, C.A.; Dolman, A.J.; Halverson, J.;Fuentes, J.D.; Culf, A.D. Convective Boundary layer over pasture and forest sites in Amazonia.Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Machado, L. A. T.; Laurent, H.; Lima, A. A. The diurnal march of convection observed during TRMM-WETAMC/LBA. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Manzi A. O. et al. Observations of Radiation above and inside the Rebio Jaru canopy. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Marengo, J.; Fisch, G.; Vendrame, I.; Cervantes, I.; Morales, C. On the diurnal and day-to-day variability of rainfall in Southwest Amazonia during the LBA-TRMM and LBA-WET AMC Cam-paigns of summer 1999. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Pereira Filho, A. P.; Silva Dias, M. A. F.; Albrechet, R. I.; Pereira, L. G. P.; Gandú, A. W.; Massambani, O. Multi-sensor analysis of a squall line in the Amazon region. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Petersen, W. A.; Rutledge, S. A.; Cifelli, R.; Blakeslee, R. Convective regimes observed during TRMM/LBA: an integrated view from TRMM satellite and brazilian lightnning detection network. TRMMWorkshop, 2000.

Plana-Fattori, A.; Sievert da Costa, S.M.; Corrêa, M.P.; Ceballos, J.C.; Fomin, B.A.; Brogniez, G.Comparing computations and measurements of the atmospheric irradiance. Part I: nighttimeconditions, TRMM/LBA-WETAMC field campaign 2001. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

Rickenbach, T.M., Nieto Ferreira, R.; Silva Dias, M. A. F.; Halverson, J. Modulation of convection in the west ern Amazon basin by extratropical baroclinical waves. Submetido J. Geophys. Res., 2001.

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Rosenfeld, D. TRMM observed first direct evidence of smoke from forest fires inhibiting rainfall.Geophys. Res. Lett., 26:3105-3108, 1999.

Sá, L.D.A.; Pacheco, V.B.; von Randow, C.; Manzi, A.O; Prasad, G.S.S.D.; Sambatti, S.B.M. An Inves-tigation about Wind Velocity and Potential Temperature Profiles Above and Below the AmazonianForest in Rondonia. Submitted Agricultural and Forest Meteorology, 2000b.

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O PROGRAMA DE MONITORAMENTO CLIMÁTICOEM TEMPO REAL NA ÁREA DE ATUAÇÃO DA SUDENE

PROCLIMA

Solange Silva Souza, Javier Tomasella, Milagros Garcia de Gracia,

Marcelo Cid de Amorim, Paulo Cesar Pires Menezes

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC/INPE

Cx Postal 01. 126300-000 Cachoeira Paulista/SP-Brasil

Carlos Almiro Moreira Pinto

Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Praça Ministro João Gonçalves de Souza, S/N.

Edf. Sudene - Engenho do Meio. 50670-900 Recife-PE

O Programa de Monitoramento Climático em Tempo Real na Região Nordeste (PROCLIMA)é uma iniciativa do Governo Federal para monitorar a estação úmida do Nordeste Brasileiro,através da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). O programa é exe-cutado pelos Centros Estaduais de Meteorologia dos Estados do Nordeste, Minas Gerais eEspírito Santo, liderados pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais - CPTEC/INPE, e conta ainda com a colaboração da EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). O monitoramento climático ajuda a identi-ficar áreas onde os níveis de umidade do solo podem ter afetado as culturas de subsitência, ouonde a falta de precipitação impede a produção agrícola. Os mapas diagnósticos, que refletema situação climática em tempo real, juntamente com outras ferramentas tal como a previsãosazonal, são um subsídio técnico nas tomadas de decisões do governo em ações emergenciais decombate às secas ou às enchentes.

PROCLIMA, Northeast Real Time Monitoring Programme, is an initiative of the FederalGovernment, through SUDENE - Superintendence for the Northeast Development, to monitorthe wet season in the Brazilian NE. The programme is carried out by meteorological centres ofthe Brazilian NE States, Minas Gerais and Espírito Santo, partners of the Weather, Climate andWater Resources leaded by CPTEC/INPE (Weather Forecast and Climate Studies Center), andwith the collaboration of Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Permanentmonitoring by CPTEC and the NE States, helps to assess those areas were critical levels of soilmoisture might affects subsistence agriculture, or where the absence of rainfall precludes agricul-ture production. The diagnosis maps, that reflects the climatic situation on real time producedby Proclima, together with other tools like seasonal climate forecast, are a technical element forplanning and implementing governmental drought or flood mitigation programs.

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia1 6

IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

A gestão dos recursos hídricos no caso da Região Nordeste do Brasil como um todo e, no caso particulardo semi-árido nordestino, se reveste de uma dificuldade comparativamente maior em relação à outrasregiões do país, devido principalmente:

1) À ocorrência de precipitações concentradas em períodos de 2-5 meses, com alto grau de variabilidade espacial e temporal ao nível de meso-regiões, aumentando os riscos de perdas para a agricultura de se-queiro, decorrente da freqüente ocorrência de veranicos;

2) Às peculiaridades geológicas do semi-árido, que apresentam áreas extensas com recobrimento do cris-talino, às vezes aflorando à superfície, o que aumenta os riscos de perdas de safras devido à baixa capa-cidade de armazenamento hídrico desses solos; e que agravam o problema de abastecimento devido ao baixo potencial hidro-geológico dessa formação;

3) À alta variabilidade interanual da precipitação, motivada por fenômenos de grande escala resultantes da interação da atmosfera com os oceanos tropicais, responsáveis em grande parte pela ocorrência pe-riódica de enchentes ou secas.

As secas e as enchentes vêm acompanhadas da deterioração da qualidade dos recursos hídricos, o queprovoca o aumento de incidência de doenças endêmicas, como o cólera. Além disso, a migração da popu-lação de áreas rurais para grandes centros urbanos, agrava a situação nos centros urbanos com a deficiênciade infra-estrutura e um aumento do desemprego. Este quadro ressalta a importância que a questão climáti-ca e a disponibilidade dos recursos hídricos têm para toda a Região Nordeste do Brasil. A região de atuaçãoda SUDENE, onde se concentram as atividades do monitoramento climático em tempo real, é o denomi-nado semi-árido nordestino, delimitado pela isoieta anual de 800 mm (Figura 1).

Fig. 1 - Localização da área de atuação da SUDENE (a) e da região semi-árida nordestina indicada pela isoetaanual de 800mm (b).

NordesteÁrea de Atuação do SUDENE

(a) (b)

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MMAATTEERRIIAALL EE MMÉÉTTOODDOOSS

O CPTEC/INPE recebe e integra dados em tempo real do Instituto Nacional de Meteorologia(INMET), das estações automáticas da rede de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) e dados diários deprecipitação de 1.000 pluviômetros distribuídos sobre toda a região do nordeste do Brasil, os quais são trans-mitidos via ligações telefônicas (Figura 2). Como a chuva é caracterizada por uma variabilidade espacial alta,é crucial se ter uma cobertura da rede de dados adequada, para que possam ser produzidos mapas muitodetalhados em pequena escala, fundamentais no processo de tomada de decisão. A distribuição espacial destarede de pluviômetros é mais alta no setor nordeste e mais baixa nos setores oeste e sul da região da área deatuação da Sudene. Em áreas com maior densidade de dados, tem-se um pluviômetro a cada 16 km e nasáreas com menos densidade, até um pluviômetro a cada 60 km.

A fim de caracterizar a variabilidade do solo na região monitorada, foi criado um conjunto de dados desolo com base nos levantamentos do Projeto RADAM-BRASIL (RADAM-BRASIL 1973-1986) e nosvários levantamentos realizados nos Estados do nordeste pela EMBRAPA (EMBRAPA, 1981). Cada pontona Figura 3a indica a localização de um perfil de solo descrito sob o ponto de vista pedológico, isto é, infor-mações sobre o tipo de solo, principais características, textura, carbono orgânico, densidade e umidadeequivalente. Considerando que essas informações não incluem os parâmetros hidráulicos do solo,necessários para a estimativa de água no solo, usou-se uma função de pedo-transferência para suas estimati-vas (Tomasella et al., 2000). As funções de pedo-transferência são funções matemáticas que relacionaminformação pedológica (textura, características físicas e/ou químicas) com parâmetros de interesse para a físi-ca de solos. A Figura 3b mostra uma estimativa da máxima capacidade de armazenamento de cada perfil desolo, onde as áreas em cores azuis indicam solos profundos e hidromórficos, enquanto as áreas vermelhas eamarelas são perfis de solos rasos e litossolos. Para derivar esse mapa foram usados mais de 1200 perfis desolo. A variabilidade espacial de solos é da ordem de dezenas de metros. Portanto, a figura 3b é indicativaapenas da capacidade de armazenamento em solos com ocorrência mais freqüentes e não da variabilidadeespacial de solos na micro-escala.

Fig. 2 - Distribuição das estações meteorológicas convencionais, das PCDs, dos postos pluviométricos, com trans-missão via telefone, na área de atuação da SUDENE. Os pluviômetros pertencem às redes estaduais operadas pelosorgãos SECTMA, SEAG, SIMGES, SRH, NMRH, CEPES, SRH, LMSR, EMPARN, FUNCEME, SEAAB epelas redes de instituições federais do INMET e CMDC/INPE. Os significados das siglas estão relacionados noAnexo 1.

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Fig. 3 - a) Localização dos perfis de solo utilizada na estimativa de capacidade de armazenamento; b) estimati-va da capacidade máxima de água no solo disponível para as plantas.

RREESSUULLTTAADDOOSS

A informação sobre a precipitação no CPTEC/INPE é integrada para produzir em tempo real mapasdiário, sazonal e mensal de precipitação. Para ilustrar, apresentam-se as Figuras 4a, 4b e 4c que mostram aprecipitação acumulada durante o mês de abril de 1999, a climatologia da precipitação acumulada de abril(média do período 1961-1990) e a diferença entre estes dois campos, respectivamente, indicando as áreasonde as precipitações foram abaixo e acima da normal.

A previsão climática sazonal (Cavalcanti et al., 2000) é extremamente importante para subsidiar astomadas de decisões. Sob o ponto de vista de gestão, não é necessário apenas um “quadro” preciso da situa-ção climática em tempo real, mas também a perspectiva de evolução futura, para antecipar as ações e mini-mizar os prejuízos. Considerando o enorme impacto social (o semi-árido apresenta os mais baixos Índice deDesenvolvimento Humano do Brasil) e econômico (devido ao montante dos recursos alocados nas ações decombate às secas e às enchentes), a previsão sazonal é um elemento chave no planejamento governamental.A previsão sazonal é baseada em saídas de Modelos de Circulação Global (MCG) que tenta prever aevolução das precipitações (estimando se estas ficarão na média, ou acima ou abaixo da normal climatoló-gica) com uma antecedência de 3 a 6 meses. A versão do MCG em uso no CPTEC/INPE apresenta umaresolução de 200 km e, portanto, os resultados são indicativos de tendências regionais e não permiteminferir resultados com alto nível de detalhamento. A título de exemplo, as Figuras 5a e 5b mostram as anom-alias de precipitação para o trimestre Março-Abril-Maio (MAM) de 1999 segundo a previsão climáticasazonal e a observada, respectivamente. Nesta previsão sazonal, a tendência para o nordeste foi de chuvasabaixo do normal (Figura 5a) e, conforme pode ser verificado nesta figura, o resultado apresentou umagrande concordância com o comportamento observado (Figura5b). A anomalia da precipitação para este

(a) (b)

00 - 05

05 - 10

10 - 20

20 - 30

30 - 40

40 - 50

50 - 60

60 - 70

70 - 80

80 - 90

90 - 100

100 - 110

110 - 120

120 - 130

130 - 140

140 - 150

150 - 200

Capacidade da Água no Solo

PROCLIMANordeste

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trimestre mostrou que grande parte do nordeste esteve com chuvas abaixo do normal. A previsão sazonaltambém acertou nas chuvas acima da média para o estado do Maranhão. As chuvas localizadas, comuns nonordeste, não foram observadas pelo modelo devido a sua resolução espacial pequena, conforme comenta-do anterior-mente.

Fig. 4 - a) Precipitação acumulada durante o mês de abril de 1999, b) climatologia da precipitacação acumula-da de abril (média do período 1961-1990); c) diferença entre estes dois campos.

Fig. 5 - Comparação entre as anomalias de precipitação (mm/dia): a) prevista pelo MCG do CPTEC/INPE parao trimestre MAM/1999 e b) observada.

(a) (b)

S U D E N E - C P T E C - I N P EPrecipitação Acumulada em Abril (mm)

Observada01 a 30/04/1999

ClimatologiaMedia entre 1981 a 1990

AnomaliaObservada - Climatologia

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As informações meteorológicas obtidas de estações meteorológicas convencionais e de PCDs são usadaspara estimar a evapotranspiração de referência, calculada através do método de Penman-Monteith(Monteith, 1965) com a parametrização sugerida por Smith (1991), que é a recomendada pela Organizaçãodas Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Como as estações meteorológicas conven-cionais não fornecem a radiação solar em tempo real, foram utilizados estimativas deste parâmetro baseadasem imagens do satélite GOES-8 (Bastos et al., 1996). O armazenamento de água no solo foi estimado usan-do um modelo simples de balanço de água. O modelo assume que a transpiração real é igual à taxa de evapo-transpiração sempre que o armazenamento de água está entre um limite crítico (C) e a Capacidade deCampo convencional (CC), como mostrado na Figura 6. Abaixo deste valor, a razão entre a evapotranspi-ração real (ETR) e a evapotranspiração potencial (ETP) diminui linearmente com o armazenamento, até sefazer nula no Ponto de Murcha (PM). O modelo supõe que quando o armazenamento de água no solodiminui abaixo do valor crítico, a situação de déficit hídrico fica caracterizada. Quando o armazenamentode água no solo é maior do que o valor de CC, a diferença entre o armazenamento e CC define o excessode água no solo. Os valores para CC e PM foram definidos como o valor de água no solo retidos a umpotencial de -20 kPa e -1500 kPa, respectivamente (Cassel e Nielsen, 1986). Foi assumido que o ponto críti-co é o conteúdo de água no solo retido a -60 kPa (Feddes et al., 1988).

O armazenamento de água no solo foi calculado combinando a informação meteorológica com as infor-mações de solo em um ambiente georeferenciado. O Sistema de Informações Geográficas (SIG) utilizado éo SPRING, desenvolvido pelo INPE e disponível no site http://www.dpi.inpe.br/spring (produto de livreacesso). No SIG, os mapas das variáveis ambientais são integrados a uma base de dados sócio-econômicos,que inclui informações dos censos demográficos e agropecuários do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) e o número de frentes de trabalho fornecidos pela SUDENE. Estas informações per-mitem avaliar o perfil econômico de cada município em combinação com a informação climática (Figura 7).

As áreas críticas são mapeadas com base no número de dias com déficit de água no solo. Considera-sedéficit hídrico toda vez que o armazenamento de água no solo é menor do que o valor crítico definido naFigura 6. Para contabilizar o número de dias com déficit hídrico, a série temporal de precipitação é agrupa-da em trimestres, uma vez que as culturas de subsistência do semi-árido nordestino (milho e feijão) apresen-tam ciclo de 90 dias. Escolhendo o trimestre chuvoso, que corresponde à época de semeadura até a colhei-ta, pode-se contabilizar o número de dias com déficit hídrico usando a precipitação observada. Quando aschuvas no trimestre chuvoso são bem distribuídas e suficientes, o número de dias com déficit tende a serpequeno. Quando as chuvas são escassas ou mal distribuídas no tempo (veranicos), o número de dias comdéficit é grande. Portanto, o número de dias com déficit hídrico é um indicativo da regularidade das chu-vas no trimestre chuvoso, com impacto direto na safra agrícola.

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Fig. 6 - Armazenamento de água no solo: a) Diagrama esquemático e b) resultados obtidos no PROCLIMA.

Fig. 7 - Sistema de Informações Geograficas, SPRING.

Como a região Nordeste do Brasil apresenta regimes climáticos distintos em cada micro-região, otrimestre chuvoso é diferente em cada uma destas áreas: as chuvas se iniciam em Outubro-Novembro (ON)no norte de Minas Gerais e Espírito Santo e Sul do nordeste, na região próxima ao cerrado, e se concen-tram no período de abril a agosto no litoral leste do Nordeste do Brasil. A fim de gerar um mapa que refli-ta a situação de toda a região Nordeste, a análise abrange um ano hidrológico, que se estende entre 01 deoutubro a 31 de setembro do ano próximo. O ano hidrológico compereende 12 meses, sendo que oprimeiro mês é definido a partir do mês a qual se inicia a estação chuvosa da região. Na área de atuação daSUDENE, as chuvas se iniciam no mês de outubro. Contabilizando o número de dias com déficit hídricono trimestre chuvoso de cada micro-região e combinando essa informação (o que pode facilmente ser obti-do em um SIG), obtém-se o mapa da Figura 8a, no qual as áreas com um número relativamente pequenode dias com déficit hídrico são indicadas pelas cores esverdeadas (onde as chuvas são bem distribuídas e seespera uma safra agrícola normal), enquanto que as áreas com um número significativo de dias com déficithídrico são mostradas em cores avermelhadas (o que sugere perda total de safra agrícola). A Figura 8 com-para estimativas do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (IVDN) (Figura 8b) com o mapa dedias com déficit produzido baseado nas simulações de umidade do solo (Figura 8a). Comparando-se as figu-ras 8a e 8b verifica-se que há similaridade entre estes. Entretanto, deve-se salientar que as estimativas do

(a) (b)

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IVDN têm limitações quando ocorrem chuvas irregulares, pois, a vegetação verde não indica necessaria-mente uma boa colheita (fenômeno conhecido na região como “seca verde”). Todavia, o balanço hídricoreflete a ocorrência desse fenômeno.

Fig. 8 - a) Número de dias com déficit de umidade do solo e b) Índice de Vegetação por Diferença Normalizadano mês de Junho de 1999.

Como o mapa diagnóstico é produzido no SIG, o resultado final pode ser apresentado em bases munici-pais (unidade de decisão política), o qual é um formato acessível aos tomadores de decisão. Os resultadostambém podem ser gerados em tabelas hierárquicas, indicando onde deve ser priorizada a ação do governo.

CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

O programa mostra como a combinação de monitoramento e a ferramenta de modelagem pode ajudar asubsidiar tomadas de decisão por parte do governo. A metodologia utilizada no projeto faz uso de ferra-mentas de hardware e modelos matemáticos bem conhecidos e já consagrados na área científica. Entretanto,o maior mérito é o de mostrar de que maneira a pesquisa científica moderna pode contribuir para direcionare apoiar ações concretas dos governos federal e estadual, com impacto direto sobre a população e, eventual-mente, subsidiar a formulação política de desenvolvimento regional.

A informação apresentada neste trabalho está disponível na homepage do CPTEC/INPE:http://www.cptec.inpe.br/products/Proclima.

AANNEEXXOO 11:: IINNSSTTIITTUUIIÇÇÕÕEESS EESSTTAADDUUAAIISS PPAARRTTIICCIIPPAANNTTEESS

1) CMDC/INPE

2) NMRH- Secretaria de Recursos Hídricos. Núcleo de Meteorologia e Recursos Hídricos de Alagoas - Maceió, AL.

(a) (b)

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2) SRH - Superintendência de Recursos Hídricos da Bahia - Salvador - BA.

3) FUNCEME - Secretaria de Recursos Hídricos - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - Fortaleza, CE.

4) SEAG - Secretaria de Agricultura do Estado do Espírito Santo- Vitória, ES.

5) SEMARH/LMRS - Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais-Laboratório de Meteorologia, Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba - CampinaGrande, PB.

6) SECTMA/DMRH - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - Departamento de Meteo-rologia e Recursos Hídricos - Recife, PE.

7) SIMGE - Secretaria de Ciência e Tecnologia e Secretaria de Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável. Sistema Meteorológico e Recursos Hídricos de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG.

8) SEAAB - Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Irrigação do Piauí - Teresina, PI.

9) EMPARN - Secretaria de Agricultura - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte/Departamento de Meteorologia e Recursos Hídricos (DMRH) - Natal, RN.

10) CEPES - Centro de Pesquisas Espaciais do Estado de Sergipe - Aracaju, SE.

RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS

Cassel, D.K.; Nielsen, D.R. Field capacity and available water capacity. In: PAGE, A. L., ed., Methods on soil analysis. Part 2. Agron. Monog., 9, p. 901-926, 1986. Soil Science Society of American Journal,. Madison, WI.

Cavalcanti, I.F.A.; Orsini, J. A. M.; Camargo, H.; Castro, C. A. C.; Sanches, M. B.; Sampaio, G.O. Climate Prediction of Precipitation for the Nordeste Rainy Season of MAM 1999. Experimen-tal Long-Lead Forecast Bulletin, 9(1), 49-52, Mar. 2000.

Bastos, E.J.B.; Funatsu, B.M.; Bonfim, A.; Moraes, E.C.; Ceballos, J.C. Estimativa da radiação solar glo-bal para a América do Sul via satélite. In: Congresso Brasileiro de Meteorologia, IX, Campos de Jor-dão, SP, Anais. Vol. 1, p. 596-600, 1996.

EMBRAPA. Mapa de solos do Brasil, escala 1:5000000. Serviço Nacional de Levantamento e Conserva-ção de Solos. Rio de Janeiro, 1981.

Feddes, R.A.; P. Kabat, P.; Van Bakel, P.J.T.; Bronswijk, J.J.B.; Halbertsma, J.M. Modelling soil wate dy-namics in the unsaturated zone: state of art. J. Hydrology, 100:69-111, 1988.

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METEOROLOGIA E A MÍDIA

A meteorologia amplia seu espaço no jornal, no rádio, na televisão e na Internet. Umamiríade de produtos e serviços meteorológicos estão disponíveis nestes meios de comunicaçãoem virtude do interesse crescente do público, do setor de comércio, da indústria, de serviços, edos governos. Estes produtos e serviços são utilizados num amplo espectro de atividades que vãoda organização do guarda-roupa até a operação de grandes sistemas de recursos hídricos. Osprofissionais de meteorologia podem e devem ampliar sua participação nesse emergente merca-do de trabalho. Em particular, ressalta-se a previsão do tempo nos programas jornalísticos tele-visivos. Para discutir este assunto, a SBMET promoveu uma mesa redonda durante o XICBMET realizado na Cidade do Rio de Janeiro em outubro de 2000. Participaram da mesaredonda Meteor. Valdo da Silva Marques (SBMET), Meteor. Francisco de Assis Diniz(INMET), Meteor. Gilvan Sampaio (CPTEC), Engo. João Bosco Nunes Romeiro (PMSP),Meteor. Tércio Ambrizzi (WSI Brasil), Meteor. Marcos Massari (SOMAR), Físico ViníciusNóbrega Ubarana (TWC) e Meteor. Carlos Magno (CLIMATEMPO). Diante de um grandenúmero de alunos, professores, profissionais e congressistas, os palestrantes, além de fazerem umrelato sobre as suas instituições e respectivas atividades de mídia, falaram sobre a importânciada meteorologia nos meios de comunicação, da qualidade dos produtos oferecidos, de cursos degraduação e especialização em mídia, da apresentação do tempo por meteorologistas, da edu-cação do público por meio da mídia e de eventos de meteorologia e mídia no âmbito daAmérica Latina. Os participantes responderam também questões formuladas pela audiênciarelacionadas com a imprensa escrita, o meio ambiente e a mídia, ética e fiscalização profissional,padronização de informações visuais, cursos de treinamento e materiais de divulgação. Este even-to mostrou que o assunto é de relevância para a SBMET, e ela vai atuar para aumentar as oportu-nidades profissionais na mídia e melhorar a divulgação da meteorologia, alguns dos compromissosda nova diretoria para continuar o excelente trabalho realizado pela diretoria anterior.

Augusto Pereira

Diretor Profissional SBMET

USP/IAG - Departamento de Ciências Atmosféricasm

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CENTRO ESPACIAL PARA O MEIO AMBIENTE - C E M A

Durante o XI Congresso Brasileiro de Meteorologia, realizado no Rio de janeiro, o Comitêde Meteorologia por Satélites e Radiação Atmosférica promoveu uma mesa redonda sobre oTema “a Criação de um Centro Espacial para Aplicação ao Meio - Ambiente”. A coordenaçãodesta mesa coube ao Dr. Luiz Augusto Toledo Machado (CTA/IAE), e estavam participandocomo debatedores o Dr. Carlos Nobre (CPTEC), o Ms. Nelson Arai (AEB/CPTEC) e o Sr.Raimundo Nonato F. Mussi (AEB). O INMET foi convidado, porém, não enviou nenhum re-presentante. Abaixo são descritos alguns pontos discutidos nesta Mesa Redonda e uma visãogeral dos autores sobre o assunto em questão.

O crescimento populacional e o desenvolvimento econômico estão gerando maiores deman-das e pressões sobre os recursos naturais do ambiente terrestre. Isto está ocorrendo através doaumento no consumo de várias fontes naturais como alimentos, água, minerais, óleo, gás e ou-tros materiais; da poluição ambiental da terra, mar e ar; de mudanças de larga escala no uso daterra pela urbanização e desflorestamento; e da possibilidade de mudanças climáticas por açõesantropogênicas.

Apesar do desconhecimento dos detalhes desses efeitos e das perspectivas das necessidadeshumanas globais futuras, o desenvolvimento não pode ser parado, antes, precisa se tornar sus-tentável e menos destrutivo ambientalmente, de modo que o desenvolvimento de hoje nãosolape o desenvolvimento e o ambiente das gerações futuras.

Fatores pertinentes ao desenvolvimento sustentável cobrem virtualmente todas as atividadeshumanas. Para se entender esses fatores e suas complexas inter-relações, mais informação érequerida, nos aspectos social, econômico e ambiental da atividade humana.

A preocupação global acerca dos requisitos para o desenvolvimento sustentado tem se refleti-do na formulação de diversos acordos internacionais, muitos dos quais explicitamente pedempor observações sistemáticas da Terra, para aumentar nosso entendimento sobre os seus proces-sos e a nossa capacidade de monitorá-los. Entre estes acordos podem ser citados a Agenda 21 eo trabalho da Comissão de Desenvolvimento Sustentável; a organização da Convenção deMudança Climática; a Convenção Internacional para Combate da Desertificação; a Convençãoda Biodiversidade e a Convenção de Viena com o Protocolo de Montreal, entre outros.

Estas observações sistemáticas devem ser feitas com cobertura global, abrangendo diferentesmedidas geofísicas e em diferentes escalas espaciais, temporais e espectrais, para atender amiríade de necessidades que demandam o conhecimento integrado do meio ambiente.Observações locais, regionais, nacionais e globais são necessárias para a elaboração de propostasde projetos ambientais e para fornecer subsídios a tomadores de decisão nacionais em setores

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sócio-econômicos ambientalmente sensíveis, incluindo água, energia, agricultura, florestas,pesca, construção, transporte e indústrias de manufatura e lazer; para fornecer informações paraalertas de desastres naturais e adoção de medidas mitigadoras.

As observações requeridas, sejam locais, regionais ou globais, podem ser feitas usando umavariedade de instrumentos e plataformas. Em geral, uma combinação de observações locais(estações meteorológicas e navios) e uma variedade de sensores montados em plataformas espa-ciais, tendem a suprir as necessidades da maioria das aplicações ambientais.

No que tange a observações através de plataformas espaciais, os satélites de observação daTerra são fontes de informação essenciais desde a década de 60. Cabe ressaltar que no decorrerdos próximos 15 anos, as agências civis do globo planejam aproximadamente 80 missões car-regando acima de 200 diferentes instrumentos, fornecendo medidas de vários parâmetros deinteresse para aqueles que estudam o ambiente terrestre. Estas missões planejadas propor-cionarão um aumento significativo nos dados e informações obtidas dos satélites atualmente emórbita, fornecendo um panorama global ambiental muito mais completo e preciso.

Neste contexto, com o lançamento do SCD-1, o Brasil entra de forma definitiva e irrever-sível na comunidade de lançadores de satélites e inicia incursões na área de colocação de sen-sores próprios em satélites ambientais, caso do Humidity Sensor for Brazil- HSB, que deverávoar a bordo do satélite EOS-PM1 (AQUA), com previsão de lançamento para julho de 2001.Trata-se do primeiro passo em direção ao lançamento de satélites meteorológicos próprios. Estespodem seguir um caminho diferente ao dos americanos e europeus, adotando tendência já uti-lizada por indianos e japoneses em plataformas geoestacionárias que compartilham ambientespara comunicação (tipicamente comerciais) e para imageamento e sondagem (tipicamente cien-tíficas).

Plataformas e sensores próprios são certamente um caminho a ser seguido, tendo em vista asdemandas surgidas no país e as restrições naturais que vem surgindo com relação aos satélitesestrangeiros que cobrem o país - caso dos satélites americanos e europeu. Os primeiros refletemnaturalmente a preocupação com fenômenos que afetam os EUA e oceanos adjacentes (ossatélites geoestacionários atuais permitem coberturas de áreas limitadas com resolução tempo-ral de até 10 minutos, sendo que nestes eventos não é feito o monitoramento do HemisférioSul); e no caso do satélite europeu METEOSAT, que transmite imagens codificadas nos inter-valos das transmissões normais (6 horas), limitando a utilização científica e comercial intensivadeste tipo de informação.

Portanto, a autonomia na operação e controle de satélites próprios reveste-se de necessidadesnão somente científicas e sócio-econômicas, como também estratégias para o desenvolvimentodo país, a proteção do meio ambiente e a melhoria na qualidade de vida.

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Atualmente existe um grande número de satélites que realizam medidas ambientais. Essasmedidas, depois de processadas, fornecem informações sobre a atmosfera, a superfície conti-nental e os oceanos. Por exemplo, estas informações servem para quantificar a concentração depoluentes, monitorar a ocorrência de queimadas, estimar a precipitação, conhecer a temperatu-ra da superfície continental e oceânica, conhecer a quantidade de radiação solar na superfície,extrair a direção e velocidade do vento, mapear regiões com deficiência hídrica, acompanhar aevolução do buraco do ozônio, entre outras aplicações.

Paralelamente, estes produtos são utilizados como dados de entrada em modelos de previsãonumérica de tempo, complementando dados em áreas oceânicas e de difícil acesso; fornecendodados globais para pesquisas em mudança climática; no auxílio de serviços de agricultura e sivi-cultura no mapeamento, estatística da saúde de plantações, previsão de safras, otimização de co-lheita; no mapeamento de recursos naturais; no monitoramento de áreas de risco de desliza-mentos ou alagamentos; no gerenciamento da zona costeira com identificação da qualidade daágua e sedimentos suspensos e em aplicações oceanográficas que tratam de rotas de barcos, pescae manchas de óleo; entre outras aplicações.

Um pensamento recorrente que acompanha este tipo de preocupação é de se ter uma estru-tura que sirva de base para suportar não somente a demanda que deverá surgir com os satélitesa serem lançados, mas também as necessidades que já existem em função dos satélites ora emórbita.

A preocupação tem emergido no cenário meteorológico nacional não somente em encontrose workshops do meio científico mas também através de tentativas de estabelecimento deCentros, como foi o caso do Centro de Aplicações de Satélites Ambientais, em 1988, peloInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. Assim, no sentido de se discutir necessidades,diretrizes e opções, para evitar duplicação de esforços em pesquisa e desenvolvimento, gastoscom equipamentos para atividades semelhantes, e para se estabelecer uma política integrada depesquisa e desenvolvimento dos diversos grupos e instituições que atuam na área, foram orga-nizados dois encontros nacionais de meteorologia e oceanografia por satélites. O primeiro foirealizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1996 e, o segundo, no Centrode Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), no INPE em Cachoeira Paulista, SP em1999. Do segundo, que contou com a participação de pesquisadores de todo o Brasil, resultouum documento propondo a criação de um Centro Espacial para o Meio Ambiente, o CEMA,que teria como objetivo principal servir de arcabouço para o provimento de dados de satélitesambientais padronizados e de qualidade para os diversos tipos de usuários. Serviria igualmentepara o acompanhamento de pesquisas e desenvolvimentos na área de meteorologia eoceanografia por satélites no país.

Este cenário se apresenta de forma mais auspicioso, quando se verifica um esforço no âmbitodo governo brasileiro de se organizar a meteorologia no Brasil com a criação da AgênciaNacional de Meteorologia - ANAMET.

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Estes fatores sinalizam que um Centro desta natureza deva trazer benefícios sócio-econômi-cos muito além daqueles que se descortinam de imediato, mas que se abrem como um leque àmedida que novas pesquisas são desenvolvidas e novos sensores e satélites são lançados.

Nelson Arai

Colaborador da AEB - lotado no INPE/CPTEC

Divisão de Satélites Ambientais

Luiz Augusto Toledo Machado

Vice - Presidente da SBMET

CTA/IAE - Divisão de Ciências Atmosféricas

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 3 1

ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

METEOROLOGIA NO BRASIL

Esta mesa redonda foi realizada durante o XI Congresso Brasileiro de Meteorologia, realiza-do no Rio de janeiro, no auditório principal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em20 de outubro de 2000, entre 09h e 12h. Coube ao Prof. Artemio Plana Fattori (USP) a coor-denação dos trabalhos e às Profas. Maria Gertrudes Alvarez Justi (UFRJ) e Ana Catarina F.Perrela (UNIVAP), o relato das discussões bem como do material apresentado pela palestrante,Profa. Maria Assunção Faus da Silva Dias (USP). Além destas quatro pessoas, a mesa incluiurepresentantes de cada Programa de Pós-Graduação em Meteorologia: Prof. Adilson WagnerGandu (USP), Prof. Luis Carlos B. Molion (UFAL), Prof. Paulo Foster (UFPel), Prof. RamanaRao (UFPB), Profa. Regina Célia S. Alvalá (INPE), e Profs. Isimar Azevedo Santos e CláudioNeves (COPPE-UFRJ).

Os trabalhos desta mesa-redonda tiveram início com a palavra do coordenador, Prof.Artemio, enfatizando a importância deste tipo de evento enquanto possibilita a discussão dire-ta entre os coordenadores dos diferentes programas.

Em seguida, a Profa. Maria Assunção apresentou a palestra “Pós-Graduação emMeteorologia: Demanda e Perspectivas”. Além de indicar planejamento e eficiência comopalavras-chave no presente contexto global, a palestra resumiu resultados recentes sobrepesquisas em meio-ambiente, campo de trabalho tradicionalmente explorado por outros profis-sionais. Por fim, a Profa. Assunção apontou aquelas que seriam as características desejadas deum (bom) Pós-Graduando em Meteorologia ou em Ciências Atmosféricas: sólida formaçãobásica, cultura geral em ciências da terra, espírito crítico, capacidade de aprender, capacidadede gerenciar informações, e capacidade de trabalhar em equipe.

A segunda parte da mesa redonda envolveu relatos por parte dos representantes dosProgramas de Pós-Graduação em Meteorologia. Alguns dos representantes apresentaram autên-ticos seminários; outros preferiram descrever de forma resumida e oral, o respectivo Programa.Quase todos os representantes indicaram problemas na seleção (nível dos ingressantes) e sobre-tudo na obtenção de bolsas em número suficiente. O Prof. Molion (UFAL) alertou a poucaatenção conferida à climatologia urbana; onde os poucos estudos têm sido tradicionalmenteefetuados por geógrafos e, portanto, carecem de sólida física básica. Um segundo alerta tambémfoi dirigido ao uso excessivo de modelos numéricos, por vezes menosprezando-se a análise críti-ca de resultados. O Prof. Foster (UFPel) ressaltou a importância de professores estrangeiros (rus-sos) no estabelecimento do Programa, iniciado em 1995. O Prof. Ramana Rao (UFPB) resu-miu a história do Programa sediado em Campina Grande, um dos três mais antigos do Brasil,e a sua recuperação após um período de resultados insatisfatórios aos olhos da CAPES. O Prof.Cláudio (COPPE) apresentou diversos aspectos sobre a Pós-Graduação na UFRJ, numa visãofilosófica mais ampla que aquela tratada pelos demais representantes; além de enfatizar pontos

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indicados na palestra da Profa. Assunção, propôs que os problemas de Pós-Graduação fossemtratados num contexto de educação, não de ensino. O Prof. Gandu (USP) resumiu a históriado único Programa de Pós-Graduação em Meteorologia sediado em universidade estadual; altose baixos de rendimento (número de alunos por professores, tempo requerido para obtenção dodiploma) puderam ser compreendidos em termos da (decrescente) presença de orientadoresexternos e da gradativa titulação do corpo docente. Por fim, a Profa. Regina (INPE) resumiu asituação daquele que é o mais tradicional dos Programas de Pós-Graduação em Meteorologiano país, além de enfatizar o desafio representado pela multi-disciplinaridade nas pesquisas emciências atmosféricas.

A terceira e última parte da mesa redonda envolveu perguntas e respostas. Uma primeirarodada, entre os próprios membros da mesa, indicou que cada Programa tem adotado soluçõesparticulares (mas não necessariamente satisfatórias) para a norma da CAPES segundo a qualalunos de Pós-Graduação devem se envolver com atividades didáticas de graduação. Alguns re-presentantes alertaram para o risco de se atender marginalmente a norma administrativa, sempermitir uma real capacitação do pós-graduando enquanto futuro educador. Uma segundarodada, também entre os membros da mesa, evidenciou que os diferentes Programas têm rece-bido ingressantes das diferentes regiões do país. O Prof. Augusto José Pereira Filho (USP) e oProf. Cláudio (COPPE) sugeriram que a CAPES inclua em suas avaliações um levantamentosobre a situação profissional de ex-pós-graduandos. O Prof. Alfredo (UFRJ) questionou aspec-tos sobre o tratamento de meteorologistas (de graduação) e não-meteorologistas (por exemplo,físicos) em Programas de Pós-Graduação. O Prof. Molion (UFAL) enfatizou que os Programasdevem guardar uma certa liberdade de modificação gradual de disciplinas e ementas, sob penade se “engessar” a formação, levando-se em conta apenas o momento atual ou uma motivaçãoparticular. O Prof. Vicente (UFPB) dirigiu à mesa algumas colocações sobre o financiamentoda universidade, em particular na Paraíba, enfatizando questões como repasse de verbas gover-namentais. O Prof. Alfredo (UFRJ) enfatizou a importância de uma discussão mais ampla sobrea certificação do pós-graduado enquanto profissional, dada a incômoda situação atual (para oCREA, vale o diploma de graduação). Por fim, o Sr. Presidente do XI CBMET, Dr. Valdo daSilva Marques, sugeriu que um documento fosse preparado e remetido à CAPES e às demaisagências de fomento de pesquisa, buscando soluções para os problemas existentes com a Pós-Graduação em Meteorologia no país.

Os trabalhos desta mesa redonda foram concluídos minutos antes do encerramento dopróprio XI Congresso Brasileiro de Meteorologia, na presença de expressiva audiência.

Artemio Plana Fattori

USP/IAG - Departamento de Ciências Atmosféricas

AANNUUNNCCIIEE NNOO BBSSBBMMEETT CCOOMM PPRREEÇÇOOSS EESSPPEECCIIAAIISS !!!!!!

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DISCURSO DE POSSE DA NOVA DIRETORIA DA SBMET

13 DE DEZEMBRO DE 2000

Sr. Presidente Valdo da Silva Marques, Digníssimos Membros da Mesa, Membros da antiga Diretoria,Meus Colegas da Nova Diretoria, Convidados, Membros da SBMET e Senhoras e Senhores:

O livro de sabedoria mais antigo do mundo, compilado três milênios A.C. (RIG-VEDA), diz: “DESE-JE O BEM ESTAR DE TODOS OS POVOS DO MUNDO” (em Sanscrito “Sarve Janaha SukhinoBhavantu”). Ao dizer esta frase “mágica” (ou “Mantra”), os autores sugerem que cada homem e cada mu-lher deve contribuir para a felicidade comum da humanidade.

A SBMET, através de sua atuação como aglutinadora dos profissionais da área de Meteorologia e dasidéias e anseios destes, também preza estes ensinamentos, de forma que se propõe a contribuir para o bem-estar de toda a população do país.

Hoje, o primeiro dever desta nova diretoria é agradecer a todos os membros desta sociedade pordepositarem nesta equipe sua confiança para dirigir tão importante órgão representante da meteorologia dopaís.

Em segundo lugar, parabenizamos os membros da diretoria anterior, representados aqui por seu presi-dente, Dr. Valdo da Silva Marques, pela excelente gestão e organização do CBMET 2000, realizado em ou-tubro nesta cidade do Rio de Janeiro. Na oportunidade, também agradecemos a ele e à sua equipe por todaa colaboração que vem nos dando durante o período de transição entre estas duas gestões, informando-nossobre todas as atividades que a SBMET desenvolve e sempre se colocando à disposição para quaisqueresclarecimentos adicionais. Diante disto, temos certeza que, quando necessário, poderemos contar com osvaliosos conselhos dos membros desta diretoria.

A nossa proposta para a gestão da SBMET 2001-2002 tem como pontos principais:

1 - Dar continuidade às atividades que a SBMET desenvolve, da mesma forma eficiente como vem sendofeita, buscando sempre aprimorar, visando o crescimento desta sociedade. Dentre as atividades que elajá desenvolve, ressalta-se a publicação da Revista Brasileira de Meteorologia, uma revista de reconheci-mento nacional e, desde o início deste ano, também internacional, ao se tornar indexada no Meteoro-logical and Geoastrophysical Abstracts. Este é um feito da antiga diretoria que parabenizamos. As pu-blicações Boletim da SBMET e Informativo serão continuadas. A participação ativa da SBMET nasatividades de FLISMET terá continuidade. Datas importantes como, por exemplo, o Dia Mundial da Meteorologia, será comemorado promovendo a confraternização dos membros da Sociedade.

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2 - Apoiar e/ou subsidiar com idéias a formação da Agência Nacional de Meteorologia, em fase de criação, para coordenar as atividades de Meteorologia nos diversos órgãos do país. Devo mencio-nar que os pronunciamentos do Dr. Valdo sobre o assunto foram bem recebidos por vários grupos demeteorologia do país.

3 - Promover a divulgação ampla da Meteorologia no país. Em especial, realizar estudos de estimativas debenefícios realistas, embasadas nos fatos econômicos, de forma a mostrar à população e às autoridadesa importância da Meteorologia.

4 - Incentivar e/ou colaborar para a atualização dos profissionais da área de meteorologia em tópicos cien-tíficos e ferramentas de informática atuais, visando a reciclagem dos mesmos. Isto será implementa-do através de mini-cursos, workshops, seminários, debates, palestras, entre outros, promovidos pelaSBMET, em colaboração com instituições de renome na área de Meteorologia.

5 - Um dos produtos mais importantes e que mais aparece na Meteorologia é a PREVISÃO DOTEMPO. Neste contexto, propomos informar a população do país, de forma direta e usando lingua-gem adequada ao público alvo, sobre o uso e as limitações das previsões, visando elevar sua confiançaneste produto. Além disso, propomos encorajar os órgãos de Meteorologia do país o uso de tecnolo-gia de ponta para a Previsão de curto e longo prazos, priorizando àquela desenvolvida no Brasil.

6 - Apoiar a divulgação das informações à população sobre os fenômenos meteorológicos e climatoló-gicos que afetam de forma marcante a atividade sócio-econômica do país.

7 - Visando elevar o meteorologista à posição de destaque nas tomadas de decisões municipais, será su-gerido à todas as cidades com população superior a 400 mil criar um núcleo consultivo de Meteo-rologia municipal. Sugestão similar deverá ser feita aos grandes usuários de informações meteoroló-gicas, tais como, companhias de eletricidade, Departamentos de Transporte, PETROBRÁS, BancosRurais e de Crédito (por exemplo, o Banco do Brasil), entre outras.

8 - Incentivar e/ou promover foruns de discussão sobre a forma de divulgação de avisos de alerta sobre fenômenos adversos, de modo a não causar polêmicas e/ou contradições. Estas discussões podem ser-vir de subsídios para elaborar critérios e procedimentos para divulgação de informações meteorológi-cas, os quais poderão ser utilizados por todos os órgãos de meteorologia do país.

9 - Incentivar as instituições de graduação e pós-graduação em Meteorologia e áreas correlatas do Brasil para melhorar cada vez mais a qualidade e o nível acadêmico dos cursos oferecidos.

Para que esta proposta seja implementada, a nova diretoria da SBMET pede encarecidamente a colabo-ração dos diversos órgãos de Meteorologia do país, públicos e privados, das instituições de ensino e de todosos profissionais ligados à área. Este apoio é de suma importância para que possamos viabilizar as mudançaspleiteadas e firmar o papel que o meteorologista desempenha para a solução de problemas na sociedade.

Acreditamos que apenas o interesse direto de cada um dos colegas poderá significar mudanças efetivas nagestão desta diretoria. Assim, solicitamos suas críticas e sugestões, as quais devem ser enviadas para o e-mail

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 3 5

[email protected], para que possamos atingir o objetivo maior da SBMET, que é contribuir para obem-estar de toda a população. Também nos colocamos à disposição de todos para quaisquer esclareci-mentos sobre as atividades da SBMET.

Na oportunidade, pedimos aos órgãos públicos e privados para enviarem informações sobre oportu-nidades profissionais, organização de eventos e demais anúncios importantes que queiram compartilharcom todos os membros da SBMET para publicação no Informativo mensal da Sociedade.

Desejamos a todos aqui presentes e a todos os membros da SBMET um Feliz Natal e Prospero 2001,repleto de realizações. Com certeza o novo século e o novo milênio oferecerão grandes avanços à Ciência eTecnologia, e que a humanidade possa se beneficiar deles com ponderação e igualdade.

Dr. Prakki Satyamurty

Presidente da SBMET

INPE/CPTEC - Laboratório Associado de Meteorologia e Oceanografia

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LISTA DOS TRABALHOS PREMIADOS NO XI CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA

Abaixo são apresentados os trabalhos premiados no XI CBMET, na seguinte forma: a) identifi-cação do trabalho, que pode ser facilmente encontrado no CD - Anais do XI CBMET 2000 (as letras ini-ciais identificam a área temática), b) título do artigo e c) autores.

A Revista Brasileira de Meteorologia (RBMET) estimula os autores dos trabalhos premiados a adaptaremseus artigos do Congresso a uma publicação de um artigo científico a ser submetido a RBMET.

AGROMETEOROLOGIA

AG00049 Comparação de produtividade de soja utilizando quatro índices de vegetação para Região Norte do Estado do Paraná

André Luiz Farias de Souza e William Tse Horng Liu

AG00038 Eficiência do uso da água em uma cultura de feijão, submetida a duas condições de disponi-bilidade hídrica

Anice Garcia, Romísio Geraldo Bouhid André, Norival Ignácio e Carlos Alberto Santa Cápita

AG00057 Balanço de energia e sua relação com a transpiração em pomar de lima ácida -Tahiti

Fábio R. Marin, Luiz R. Angelocci, Nilson A. Villa Nova, Antonio R. Pereira e Paulo C. Sentelhas

CLIMATOLOGIA

CL00034 Estudo da Variabilidade da cobertura de nuvens altas na Amazônia

Maria Aparecida Senauba Alves, Luiz Augusto Toledo Machado e Gannabathula Sri S. D. Prasad

CL00033 La Corriente en chorro subtropical en América del Sur

Pablo Luis Antico e Guilhermo Jorge Berri

CL00101 Monitoramento e previsão climática de geadas no Paraná

Marcelo Brauer Zaicovski, Alexandre K. Guetter e Mário Francisco Leal de Quadro

CL00132 Dinâmica das chuvas no Nordeste Brasileiro

Luiz Carlos B. Molion e Sergio de Oliveira Bernardo

CL00092 O impacto de eventos El Niño sobre as Monções de verão no Brasil

Alice M. Grimm

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CL00108 Classificação e monitoramento de períodos de estresse hídrico e térmico da região Norte do Estado do Paraná via satélite NOAA

André Luiz Farias de Souza e Hugo Abi Karam

HIDROMETEOROLOGIA

HI00005 Análise das condições meteorológicas de superfícies antecedentes à precipitação de origem convectiva na cidade de São Paulo

Alessandro Santos Borges, Augusto José Pereira Filho

HI00011 Modelagem hidrológica utilizando redes neurais artificiais em bacias urbanas

Cláudia Cristina dos Santos, Augusto José Pereira Filho

HI00026 Influência de la temperatura del Atlântico Sur en los caudales del rio Paraná durante los e-ventos El Niño 1982-83 y 1997-1998.

Inés A. Camilloni, Vicente Barros

INTERAÇÃO OCEANO-ATMOSFERA

IO00023 Escalas de variabilidade no Atlântico Tropical inferidas apartir da rede de bóias PIRATA - Resultados preliminares

Gabriel Clauzet; Ilana Wainer

QUÍMICA DA ATMOSFERA E POLUIÇÃO DO AR

QA00032 Características del viento y deposito de material particulado en Buenos Aires (Argentina)

Laura E. Venegas, Paula B. Martins e Nicolás A. Mazzeo

QA00010 Estudo do transporte de poluentes na região da camada de superfície sob diversas condições de estabilidade atmosférica

Márcio Cataldi; Marlon Gonçalves Margalho; Maria Francisca Azevedo Velloso; Luiz Cláudio Gomes Pimentel

METEOROLOGIA DE MESOESCALA

MM00018 Análise das características termodinâmicas das rajadas associadas a sistemas convectivos de meso-escala em Rondônia

Marcos Longo, Maria Assunção Faus da Silva Dias, Demerval Soares Moreira e Paulo Takeshi Matsuo

MM00037 Comparação entre dois casos de linha de instabilidade observados nos dias 25 e 31 de janeiro de 2000 no Rio de janeiro

Leanderson Marcos da Silva Paiva e Wallace Figueiredo Menezes

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METEOROLOGIA POR RADAR E FÍSICA DE NUVENS

MR00003 Análise geoestatística aplicada à integração entre dados de radar meteorológico e postos plu-viométricos

Marisa Carvalho Durão Barbosa , Otto Corrêa Rotunno Filho, Augusto José Pereira Filho e Manoel de Melo MaiaNobre

MR00017 Medidas de chuva com Radar e Disdrômetros

Maurício de Agostinho Antonio

MR00006 Estudo da evolução de tempestades severas na área central do Estado de São Paulo por RadarDoppler

Ana Maria Gomes, Gerhard Held, Maria Andréa Lima e Roberto V. Calheiros

METEOROLOGIA POR SATÉLITES E RADIAÇÃO ATMOSFÉRICA

MS00002 Extração do vento utilizando imagens de satélite no CPTEC: Nova versão e avaliação com dados do WETAMC/LBA

Henri Laurent, Luiz Augusto Toledo Machado, Boris Fomin e Mariglaudio Gondim

MS00024 Comparação entre métodos de detecção de focos de calor para uma região de Cerrado usan-do dados AVHRR/NOAA-14

Wilfrid Schroeder e José Ricardo de Almeida

MICROMETEOROLOGIA

MI00019 Cálculo dos fluxos turbulentos de energia e CO2 à superfície pelos métodos de Ëddy Co-rrelation” e do Co-espectro

Leandro D.V. Oliveira Pinto e Humberto Ribeiro da Rocha

MI00059 Simulation of atmospheric boundary layer flows in short wind tunnels.

Pedro H.A. Barbosa, Marcio Cataldi, Àtila P. Silva Freire

MODELAGEM ATMOSFÉRICA

MN00033 Estudo da zona de convergência do Atlântico sul com simulações estendidas no modelo re-gional atmosférico RAMS.

Fabiola Valeria Barreto Teixeira, Clemente A. S. Tanajura e Elson Magalhães Toledo

MN00015 Modelagem de mesoescala: Uma alternativa de baixo custo

David Garrana Coelho, Maria Gertrudes Alvares Justi da Silva e Isimar de Azevedo Santos

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia4 0

MONITORAMENTO E PREVISÃO DE TEMPO E CLIMA

PT00049 Evento do fenômeno El Niño em casos de atuação do dipolo negativo e positivo no OceanoAtlântico tropical e a precipitação no litoral oriental da região Nordeste do Brasil

Raimundo Jaildo dos Anjos e Atílio Aguilera Moreira

PT00038 Modelos estocásticos de previsão regional da chuva no Ceará: Avaliação para as quadras chu-vosas de 1997 a 2000

Teresinha de Maria Bezerra S. Xavier, Aírton Fontenele Sampaio Xavier, Pedro Leite da Silva Dias e Maria AssunçãoFaus da Silva Dias

PT00008 Sistema Alerta-Rio: Verificação objetiva das previsões de precipitação e temperatura

Maria Gertrudes Alvares Justi da Silva, Marisa Carvalho Durão Barbosa e Mônica Carneiro Alves Xavier

CLIMA E AMBIENTE CONSTRUÍDO

CA00003 Conforto técnico urbano: Estudo de caso do Bairro Floresta em Belo Horizonte, Minas Gerais

Roxane Sidney Resende de Mendonça e Eleonora Sad de Assis

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II Jornada sobre Clima e Aplicações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Este evento realizar-se-á em Maceió-AL - UFAL, Brasil, de 17 a 21 de abril de 2001

VIII Congreso Argentino de Meteorologia e IX.

O VIII Congresso Argentino de Meteorologia e o IX Congresso da FLISMET serão realiza-dos em Buenos Aires, Argentina, no período 7 a 11 de maio de 2001.

American Geophysical Union (AGU) semi-annual Meeting.

Special Session: Biogeochemistry of Land Use Change. O Evento realizar-se-á em Boston,MA, EUA, de 29 maio a 02 de junho de 2000.

Informações: www.agu.org

XII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia.

O XII CBAGROe a III Reunião Latino Americana de Agrometeorologia serão realizados emFortaleza-CE, Brasil, no período de 03 a 06 de julho de 2001.

Informações: http://www.sbagro.org.br

Calmet 2001 - 5th International Conference on Computer-Aided Learning (CAL) andDistance Learning in Meteorology.

Este evento será realizado na cidade de Recife-PE, Brasil, no período de 9 a 13 de julho de2001.

Informações: http://www.met.ed.ac.uk/calmet

IAPSO/IAMAS/CLIVAR Symposium - IC02.

O Simpósio “Role of Oceans on Climate Variability over South America” será realizado emMar del Plata, Argentina, no período de 21 a 28 de outubro de 2001.

Informações: http://www.criba.edu.ar/2001

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sMETEOROLOGIA

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia4 2

3º Congresso Brasileiro de Biometeorologia.

Este evento realizar-se-á em Maringá-PR, Brasil de 22 a 27 de julho de 2001.

Informações: [email protected]

4th International Conference on the Global Energy and Water Cycle.

Este evento realizar-se-á em Paris, França, de 10 a 14 de setembro de 2001.

Informações: http://www.ipsl.jussieu.fr/gewex

Curso de Agricultural Meteorology.

Local: Israel

Data: 7 de maio a 3 de junho de 2001.

Informações: www.dct.mre.gov.br/dce/dce.htm

Curso de Statistics in Agricultural Climatology.

Local: Reading, Inglaterra.

Data: 13 de agosto a 14 de setembro de 2001.

Informações: www.reading.ac.uk/ssc

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Política Editorial do Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia

Instruções aos Autores:

1 Serão aceitos para publicação no Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia (BSBMET), artigos originais na área de meteorologia e áreas correlatas, não publicados anteriormente, versando sobre con-clusões e andamento de Projetos, opiniões sobre pontos de relevância na meteorologia e problemas atuaisda meteorologia e do clima e outros materiais técnicos para divulgação.

2 Os artigos deverão ser submetidos preferencialmente em português, aceitando-se também artigos em inglês e em espanhol. Em qualquer caso deverá ser anexado um resumo em português e em inglês.

3 Os manuscritos submetidos deverão ser enviados ao Editor Responsável do BSBMET, em três vias completas e uma cópia na forma digital.

4 Os artigos deverão ser preparados de modo a conter na primeira folha, o nome do artigo, o nome com-pleto dos autores, as Instituições a que pertencem e o endereço postal e os resumos em inglês e em por-tuguês.

5 As figuras e tabelas deverão estar posicionadas dentro do texto conforme estipulados pelos autores.

6 As referências bibliográficas, as equações e as unidades devem seguir as normas adotadas pela Revista Brasileira de Meteorologia.

7 As páginas não devem ser numeradas e as regras quanto a fonte, espaçamento e margem são as mes-mas adotadas pela Revista Brasileira de Meteorologia.

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