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1 PRODUTO FINAL PRD 2014 Amanda de Barros Vieira EXPLORANDO A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM GEOGRAFIA: A CONSTRUÇÃO DE UM JOGO PARA ENTENDER O BRASIL Rio de Janeiro Novembro/2014 PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E CULTURA - PROPGPEC

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PRODUTO FINAL – PRD 2014

Amanda de Barros Vieira EXPLORANDO A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM GEOGRAFIA: A CONSTRUÇÃO

DE UM JOGO PARA ENTENDER O BRASIL

Rio de Janeiro Novembro/2014

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E

CULTURA - PROPGPEC

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Amanda de Barros Vieira

EXPLORANDO A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM GEOGRAFIA: A CONSTRUÇÃO DE UM JOGO PARA ENTENDER O BRASIL

Coordenador: Ana Beatriz Frazão Orientador/Supervisor: Carolina Vilela Campus de atuação no Colégio Pedro II: Humaitá II Área/Disciplina: Geografia Instituição de Origem: Colégio Estadual Governador Roberto Silveira

Rio de Janeiro Novembro/2014

Produto final apresentado ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Docência da Educação Básica na Disciplina Geografia.

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

COLÉGIO PEDRO II / PROPGPEC / BIBLIOTECA DA PROPGPEC

V665 Vieira, Amanda de Barros

Explorando a aprendizagem significativa em geografia: a construção

de um jogo para entender o Brasil / Amanda de Barros Vieira. - Rio de

Janeiro, 2015.

30 f.

Produto Final (Especialização em Docência da Educação Básica na

Disciplina Geografia) – Programa de Residência Docente. Pró -Reitoria

de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Colégio Pedro II.

Orientador: Carolina Vilela.

1. Geografia – Estudo e ensino. 2. Jogos educativos. 3. Atividades

pedagógicas. I. Vilela, Carolina. II. Colégio Pedro II. III. Título.

CDD: 363.7

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Simone Alves da Silva – CRB7 5692

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Amanda de Barros Vieira

EXPLORANDO A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM GEOGRAFIA: A CONSTRUÇÃO DE UM JOGO PARA ENTENDER O BRASIL

Aprovado em: _____/_____/_____.

Profa. Dra. Carolina Lima Vilela

Profa. Dra. Ana Maria Ribas

Prof. Fernando Gama

Produto final apresentado ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Docência da Educação Básica na Disciplina Geografia.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo amparo em todos os meus momentos fáceis e difíceis que

antecederam a conclusão deste trabalho. A meu esposo Fabiano, minha mãe Maria Enilda

e minha irmã Márcia pela dedicação prestada à minha filha nos momentos em que tive de me

ausentar para o desenvolvimento deste Produto Final.

A prestativa e inteligentíssima professora Carolina Vilela pela paciência na orientação

e pela ousada criatividade que lhe compete que me possibilitou a execução e conclusão deste

produto final.

Enfim, a todos os professores que se desdobram para a construção de um ensino

público que ultrapasse as problemáticas nele existente mas que ainda sim acreditam na sua

melhora de forma esperançosa.

Dedico este Trabalho Final aos professores

que já enfrentaram e ainda enfrentam com

coragem e otimismo o cotidiano das escolas

públicas brasileiras, sempre visando sua

colaboração para a promoção pessoal e

profissional de seus alunos.

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RESUMO

Autor: Amanda de Barros Vieira. Título: EXPLORANDO A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM GEOGRAFIA: A CONSTRUÇÃO DE UM JOGO PARA ENTENDER O BRASIL Subtítulo: Estudando as regiões do Brasil com o Supertrunfo. Ano: 2014 Produto Final (Especialização em Docência da Educação Básica na Disciplina Geografia) – Colégio Pedro II, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Rio de Janeiro, 2014. Neste Trabalho Final são abordadas algumas preocupações que dizem respeito ao processo de ensino-aprendizagem que motivam muitos professores em busca de práticas mais atrativas na produção do conhecimento discente. Neste âmbito, também será apresentada uma atividade lúdica desenvolvida em duas turmas do sétimo ano no Colégio Estadual Governador Roberto Silveira. A proposta consiste num jogo de cartas inspirado no modelo de supertrunfo, que foi elaborada mediante observações das aulas de geografia da professora Carolina Vilela no Colégio Pedro II. As cartas do jogo foram confeccionadas pelos alunos, ou seja, eles fizeram parte da produção do próprio jogo que continham informações socioeconômicas sobre as regiões do Brasil. Esse processo iniciou uma relação mais estreita com esses conhecimentos regionais (antes apresentados a eles) que foi aprofundada durante as próprias jogadas. Após o jogo supertrunfo na sala de aula, pode ser percebida uma intimidade maior entre os alunos e o conteúdo explorado, onde eles mencionam com mais facilidade as informações socioeconômicas abordadas, além da percepção sobre as diferenças regionais do Brasil. Palavras-chave: ensino de geografia; jogo; lúdico

“Ensinar não é um processo fácil, muito

menos mágico, principalmente na atualidade

precisa-se de uma busca constante por

formas atrativas para tal fim.”

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 08

2 OBJETIVOS.................................................................................................. 09

3 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 10

4 METODOLOGIA............................................................................................ 12

5 EMBASAMENTO TEÓRICO......................................................................... 21

6 RESULTADOS............................................................................................... 26

7 CONCLUSÃO PARCIAL............................................................................... 29

REFERÊNCIAS............................................................................................. 30

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste na etapa final das atividades realizadas no âmbito do Programa

de Residência Docente do Colégio Pedro II, realizado ao longo do ano de 2014, sob a

supervisão da professora Carolina Vilela no Campus Humaitá II da referida instituição. As

experiências obtidas ao longo dessa jornada estiveram sempre em diálogo com minha

atividade como professora do Colégio Estadual Governador Roberto Silveira. A principal

motivação deste trabalho vem da percepção de que nos dias atuais nos encontramos cada vez

mais inseridos num processo de modernização da sociedade muito mais ágil que há alguns

anos, em diversos aspectos, como no modo de se vestir, na forma de se relacionar (hoje temos

as redes sociais), nos equipamentos eletrônicos que são recursos extremamente favoráveis à

comunicação e à informação, entre outros. Esses avanços na sociedade contemporânea

tem nos ajudado muito em diferentes espaços, seja em casa ou no trabalho. No entanto,

no espaço escolar, que particularmente interessa a este estudo, tais avanços tem se mostrado

como um grande desafio ao trabalho dos docentes, visto que, ao mesmo tempo que nos abre

possibilidades, eles competem com o conhecimento tradicionalmente sistematizado.

A falta de atenção dos discentes, o “desapego” pelas aulas de geografia me motivaram

a buscar formas diferentes para chamar a atenção deles e levá-los à compreensão dos temas

abordados, haja visto como tudo ao nosso redor se modifica rapidamente, mostrando que

práticas estagnadas não são mais apropriadas aos alunos de hoje. Por outro lado, abrir mão

dos conteúdos e da relevância para a construção de sujeitos críticos, capazes de refletir sobre

o mundo, não nos parece uma opção interessante. O desafio se mostra ainda maior se

considerarmos a carência de recursos oferecidos aos alunos, assim como a precariedade da

estrutura do espaço físico da unidade escolar que eles se encontram.

Diante desse quadro e tocada por este desafio, percebi ser necessário chamar a atenção

dos meus alunos para as minhas aulas de forma que o conteúdo da Geografia não fosse

perdido. Essa é a minha preocupação; é um desafio que busquei vencer por meio da busca por

aulas mais estimulantes e diferentes que os motivem a uma interação maior com os conteúdos

abordados nas aulas de geografia.

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2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é o de desenvolver metodologias didáticas para o

ensino da Geografia no Ensino Fundamental, a partir da experiência do Programa de

Residência Docente do Colégio Pedro II.

Especificamente, pretende-se explorar a construção de uma atividade voltada para o

sétimo ano do Ensino Fundamental, na qual, buscando de alguma forma tornar as aulas mais

aprazíveis e estimulantes, após longas trocas de experiências com docentes da instituição,

para a construção de um jogo para introduzir a temática das Regiões do Brasil.

O desenvolvimento do jogo foi uma estratégia utilizada para despertar nos alunos um

interesse maior sobre o conteúdo mencionado com o intuito de utilizar uma maneira lúdica e

diferenciada tentando sanar as dificuldades encontradas como a falta de recursos e o próprio

desafio que nós, professores, temos em “disputar” o interesse dos alunos com outros atrativos

como os aparelhos que o cercam dentro e fora da escola.

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3 JUSTIFICATIVA

Como professora de Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual do Rio de

Janeiro encontro determinadas dificuldades no que se refere à garantia do processo ensino-

aprendizagem abrangendo a aquisição dos conteúdos pelos alunos e também a própria relação

professora - alunos. Na unidade escolar em que leciono, percebo que os alunos ficam

dispersos demasiadamente durante minhas aulas, ora devido a conversas entre si, ora devido

ao uso indiscriminado do aparelho de celular.

Também constatei que a estrutura física da escola pode influenciar negativamente em

minhas aulas, pois as salas são muito pequenas e o número de alunos é grande, havendo assim

uma superlotação, uma concentração muito grande de vozes num pequeno espaço físico, além

disso, o uso da quadra (espaço destinado à Educação Física e ao recreio) pelos alunos de

algumas turmas desvia a atenção daqueles que estão na sala de aula. Sem falar dos

poucos recursos que temos para proporcionar aos alunos uma aula mais interativa e diferente,

por exemplo, a falta de atlas em grande quantidade, a falta de suporte para levar os alunos a

um espaço diferente da sala de aula para o desenvolvimento de um trabalho de campo, a falta

também de um espaço exclusivo para a sala dos professores, pois atualmente tal espaço

também é destinado à biblioteca da escola. Outro fator que eu considero negativo é a falta de

acesso à internet no colégio, para desenvolvermos com os alunos uma atividade de pesquisa

no laboratório de informática que não comporta todos os alunos de uma mesma turma, e

também até para se tentar passar um vídeo no aparelho de Data Show. Ademais, vale ressaltar

que o bairro onde a escola está localizada apresenta um alto índice de violência onde o tráfico

de drogas se encontra presente e onde ocorreram muitos assaltos e até chacinas, tanto no

próprio bairro como em bairros vizinhos.

Diante de todas as circunstâncias aqui apresentadas, eu, como professora de geografia,

tenho muitos desafios pela frente, entre eles encontram-se, segundo Souza (2011), os que mais

afligem os docentes nos dias atuais como despertar a atenção dos alunos para as aulas assim

como o seu respeito. Além disso, a geografia é uma disciplina comprometida com a

transformação social na qual o nosso aluno está inserido, nesse aspecto Oliveira (2006) nos

adverte que os estudos geográficos exploram a conscientização de uma cidadania atuante a

partir da realidade do mesmo.

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Dessa forma, na sala de aula, também tenho a responsabilidade de estimular em meus

alunos, através do estudo da geografia, uma consciência cidadã que os tornem capazes de

reconhecerem as problemáticas de sua realidade local e a fim de se perguntarem sobre uma

possível mudança. Tendo em mente o papel que eu devo desempenhar como professora de

tal disciplina, irei expor neste trabalho a realização de uma atividade que desenvolvi com os

meus alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental. Essa é fruto de diversos diálogos

travados ao longo da experiência da Residência Docente, pela busca de novas práticas do

ensino da geografia visando não uma fórmula mágica, que muitas das vezes buscamos

naqueles momentos de cansaço e até desespero, mas sim visando a uma nova forma de

envolver meus alunos, de despertar neles o anseio pelos estudos da geografia.

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4 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho foi se desenhando ao longo do ano, durante toda a

experiência da residência docente. Devo mencionar que todo o acompanhamento do

trabalho dos docentes do Pedro II serviu como etapa para a elaboração metodológica do meu

trabalho.

Tendo em vista a preocupação na busca por estratégias que proporcione aos alunos um

maior prazer nos estudos de geografia, assim como um maior interesse nos mesmos, todo

professor de geografia deve sempre buscar a sua qualificação, se especializando e estudando

novos métodos que se aproximem mais do interesse dos seus alunos. Desse modo, a forma

que busquei para melhorar a qualidade das minhas aulas de geografia foi, em grande parte,

inspirada nas observações feitas durante as aulas da professora Carolina Vilela e seus colegas

de trabalho, os professores Stella, Agni, Eliane, Arthur, Thiago e Cristiane. Essas

observações foram realizadas em todas as turmas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio

no Colégio Pedro II, uma instituição educacional de alta qualidade com profissionais

altamente capacitados.

Eu notei um esforço muito grande dos profissionais em atingir o aluno de modo que

este se interessasse mais e se motivasse mais na produção do seu próprio conhecimento.

Dentre muitas estratégias dinâmicas que presenciei, irei citar algumas que não as mais

importantes porém que me chamaram mais a atenção.

A professora Stella e o professor Agni utilizaram o Data show em algumas de suas

aulas com a apresentação de slides e imagens onde os alunos visualizavam as imagens e o

próprio conteúdo o que facilitara seu entendimento. Eliane realizou um projeto que culminou

com a “Feira dos Países”, estimulando o hábito de pesquisa entre seus alunos do oitavo ano.

O professor Arthur organizava suas turmas de forma diferente, em círculo, com aulas repletas

de provocações e textos informativos proporcionando aos alunos um senso crítico de forma

construtiva.

Para o desenvolvimento específico deste produto final, destaco que entre tantas

práticas criativas, percebi nas aulas da professora Carolina uma maneira muito eficiente e

estimulante nesse processo tão complexo que é o de ensino-aprendizagem. Complexo porque

envolve não somente a relação entre aluno e conteúdo, mas também entre aluno e professor.

Trata-se da confecção artesanal de um jogo de confronto de dados para o trabalho com

os dados socioeconômicos dos diferentes estados brasileiros. Essa atividade serviu como uma

etapa inicial para o trabalho com o conteúdo das diferentes regiões brasileiras. A partir da

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experiência do Colégio Pedro II, depois de várias trocas de experiências e conversas,

desenvolvi uma atividade similar na escola onde trabalho.

De forma mais detalhada, a construção do jogo se deu seguindo as etapas destacadas

na tabela 1:

Tabela 1: Etapas da elaboração da atividade

ETAPA DESCRIÇÃO

1. Levantamento dos

dados

Pesquisa dos dados que irão compor as cartas do jogo

(ATLAS Maria Elena Simieli. Editora Ática)

2. Confecção das cartas Com cartolinas e pedaços de papel cortados do mesmo

tamanho, cada carta corresponde a um estado brasileiro. Em

cada uma delas, são escritos os dados pesquisados: PIB,

IDH, Superfície, População, Expectativa de vida, População

Economicamente Ativa, Analfabetismo, Renda Per Capita.

3. Definição das regras O baralho completo é dividido entre os integrantes do grupo,

que podem coloca-las na ordem de sua preferência. Depois

de iniciado o jogo, não se pode mais modificar. A cada

jogada, o jogador da vez deve escolher o indicador que

considera mais “competitivo” na sua carta para confrontar

com as cartas dos colegas. Quem tiver o melhor indicador,

fica com as cartas dos demais jogadores. O objetivo do jogo

é terminar com o maior número de cartas.

Praticamente todas as etapas foram feitas em sala de aula com supervisão da

professora. O relato detalhado de todo o processo está explicitado a seguir.

Descrição da atividade:

Ao início do mês de agosto, a professora Carolina começou com seus alunos a

confecção das cartas do Jogo Supertrunfo, do qual já conversávamos bastante a respeito.

Aos dezenove dias do mês de agosto participei de uma aula onde a docente organizou seus

alunos em grupos e estes deveriam preencher uma atividade mostrando as diferenças entre os

estados brasileiros representados nas cartas. Percebi que seus alunos tiveram muita facilidade

em diagnosticar a diferença de “forças” entre os estados.

Ao longo do bimestre trabalhei com minhas turmas do sétimo ano a respeito das

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regiões do Brasil enfatizando a regionalização do IBGE. Nessas aulas analisamos as

características fisiográficas de cada uma assim como suas características socioeconômicas.

Em todas as aulas utilizei o Data Show para a apresentação de figuras e vídeos relacionados

ao tema.

Aos vinte e seis de agosto iniciei o processo de confecção das cartas na turma 701,

onde primeiramente houve uma explicação sobre as informações que deveriam estar nas

cartas. Após a explicação, deixei exposto no quadro branco um modelo de como deveria ser

todas as cartas e pedi aos alunos que se organizassem em grupos de quatro a seis integrantes.

Já com a divisão da turma em grupos, distribuí o material contendo vinte e sete cartões

e mais duas ou três cópias extraídas do Atlas GEOATLAS de Maria Elena Simielli da Editora

Ática, cedido pela professora Carolina, como mostra a foto 1. Ao longo dessa aula fui

orientando todos os grupos em suas confecções, onde notei uma preocupação em não cometer

erros. Ao término do tempo, nenhum grupo havia concluído e todos optaram por levar as

cartas e as concluírem em suas casas.

Aos vinte e sete dias do mesmo mês, iniciei a atividade na turma 702, onde o

procedimento foi o mesmo que na turma 701. Expliquei os itens que deveriam constar

nas cartas explanando seus significados e importância, onde em seguida distribuí os vinte e

sete cartões e o material extraído do atlas citado anteriormente aos grupos já formados.

Na turma 702 notei uma dificuldade maior em dividir as tarefas em grupo, então

intervi em todos eles, separando as cartas que cada integrante deveria confeccionar. Todas as

cartas foram feitas com tranquilidade (fotos 2 e 3), onde o tempo foi suficiente para concluir

as tarefas e ao término da aula alguns grupos decidiram deixar suas cartas na escola e outros

preferiram levar para suas casas, acatei a decisão de todos.

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Foto 1

Foto 2.

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Foto 3

Ao segundo dia do mês de setembro, alguns grupos da turma 701 apresentaram todas

as suas cartas prontas e outros me problematizaram o déficit de cartas consequente do

esquecimento de uns e pela ausência de outros, diante deste quadro combinamos um tempo

para concluir as cartas que faltavam para em seguida iniciarmos o jogo.

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Imagem 1: exemplo de uma carta de supertrunfo.

Ao término do tempo estipulado, me certifiquei que todos os grupos haviam

completado suas cartas e partimos para o início do jogo. Com a ajuda de alguns

meninos, expliquei as regras onde estas são semelhantes a um jogo que eles costumam

brincar. Deixei que cada grupo estipulasse o número de jogadas e alertei que no grupo

deveria sair somente um vencedor, sendo assim onde houvesse três jogadas com vencedores

diferentes estes jogariam entre si mais uma vez para desempatarem. No decorrer das

partidas (foto 4) eu notava o entusiasmo de muitos alunos e fiquei muito satisfeita ao ouvir

deles os termos IDH, Renda per capita, expectativa de vida de uma forma muito natural,

apontando para uma significação positiva do processo de aprendizagem. Alguns

grupos acabaram por jogar além do número de jogadas estipuladas. No final do jogo,

quatro alunos saíram vencedores já com o desempate, os outros dois grupos iriam desempatar

na aula seguinte.

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Foto 4

Ao mesmo dia na turma 702 também faltaram pouquíssimas cartas, daí fiz o mesmo

procedimento que na turma 701 e estipulei um tempo menor para a conclusão das cartas na

sala (fotos 5 e 6) e em seguida levei os alunos para o pátio/quadra onde iniciamos o jogo com

a apresentação das regras e a estipulação livre do número de jogadas entre os grupos.

Durante o jogo (foto 7) os comportamentos dos alunos foram iguais aos da turma anterior,

muitos demonstraram entusiasmo e empolgação e minha satisfação foi a mesma. No final da

aula somente um grupo obteve o vencedor, nos demais havia a necessidade de desempate, no

entanto não havia mais tempo e deixamos o desempate para o dia seguinte.

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Foto 5 Foto 6

Aos três dias de setembro iniciei as aulas em ambas as turmas com o mesmo

procedimento, pedindo que os grupos que ainda não tinham um vencedor se organizassem em

afim de um desempate. Após alguns minutos os grupos me apresentaram seus

vencedores onde juntamente aos outros eu os parabenizei e os presenteei com uma caixa de

Bis, onde notei uma satisfação enorme entre eles, principalmente no momento em que os

ganhadores dividiram seu chocolate com os demais integrantes dos grupos.

Em seguida fizemos uma análise da atividade que culminou no Jogo Supertrunfo e

percebi que eles gostaram muito e alguns interviram pedindo um outro jogo. Alguns

alunos comentaram sobre a população do estado de São Paulo e a superfície do estado do

Amazonas. Achei engraçado o entusiasmo de um aluno quando disse que “venceu graças

ao estado de São Paulo”. E outros reclamaram que alguns colegas não ajudaram

devidamente na confecção das cartas, daí percebi que eu deveria ter tido mais atenção. Nas

aulas seguintes concluímos essa atividade com o desenvolvimento nas turmas, de um

exercício onde eles deveriam classificar os estados em: cartas “fortes”, “médias” ou “fracas”,

completando o mapa do Brasil com o nome dos estados e pintando-os de forma diferenciada

para a classificação. Também, na mesma atividade, os alunos explicaram sobre essa divisão

em escala socioeconômica e por fim opinaram sobre a utilização do jogo no estudo sobre o

tema.

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Foto 7

Vale aqui ressaltar uma situação muito lamentável que ocorrera justamente no período de

desenvolvimento dessa atividade, onde infelizmente a violência já instalada em nossa

realidade social mais uma vez “deu as caras” através de uma disputa territorial por ponto de

drogas em nosso bairro, bem próximo do colégio, afligindo nossos alunos e seus responsáveis

tendo por consequência disto uma queda na presença dos alunos de ambas as turmas, o que

não costuma acontecer, principalmente na turma 701, onde raríssimas vezes os discentes se

ausentam.

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5 EMBASAMENTO TEÓRICO

A geografia como ciência recebeu diversas influências ao longo dos anos, como nos

mostra Martins (2011). A autora apresenta um pequeno histórico dos estudos científicos da

geografia mostrando uma evolução das tendências teóricas, iniciando pela clássica e mera

descritiva geografia de influência francesa onde se priorizava os conceitos das ciências

naturais e quantitativas, sendo esta desenvolvida no Brasil de maneira descompromissada com

o desenvolvimento da conscientização política e cidadã nos espaços escolares. A referida

autora aborda as transformações ocorridas no final do século XX e início deste século como

as preocupações com o meio ambiente, a globalização, a integração entre o capital industrial e

o financeiro, entre outras. Todo esse quadro propiciou uma aproximação da geografia com

o pensamento marxista abrindo caminho para o surgimento da Geografia Crítica, que

influenciou muitos geógrafos levando-os a repensar nos moldes de ensino-aprendizagem na

formação de professores de geografia.

No Brasil, particularmente, o processo de abertura política e democratização do país

enlaçados aos mais novos pensamentos geográficos, impulsionaram um repensar em muitos

aspectos da educação, resultando na criação da LDB, dos PCNs, entre outros.

Nesse contexto de mudanças, a Geografia tem um importante papel a

cumprir na escola, que é possibilitar aos alunos um conhecimento de

forma mais sistematizada do mundo, bem como acompanhar suas

transformações. Portanto, ela tem a função de contribuir na formação da

consciência do aluno acerca da sua realidade espacial local, regional e

global, e de que esta organização acontece num processo histórico e

social. (MARTINS. 2011. Pág. 65)

Diante de atualizações das discussões envolvendo um novo paradigma no pensamento

geográfico, a autora ressalta a importância do papel da escola como formadora de uma

consciência política que leva ao cidadão o conhecimento de problemas sociais no espaço onde

o aluno está inserido afim de que haja uma motivação para a transformação necessária de sua

realidade. Desta forma a Geografia Crítica encontra-se compromissada com uma prática

pedagógica realmente voltada para as ações ativas de nossos alunos em seu contexto social de

forma crítica e não a sua passividade calcada numa mera observação de paisagens com

fragmentação de conteúdos.

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Esse pensamento é muito importante ao contribuir com os professores em suas salas

de aula, pois ele ajuda a pensar o cotidiano do aluno de uma forma crítica mostrando que este

é capaz de transformar sua realidade local através da negação de determinados

acontecimentos que comprometem a sua qualidade de vida, como por exemplo um fato

envolvendo corrupção em sua cidade.

A geografia envolve diversos assuntos relacionados à sociedade, ao meio ambiente, ao

trabalho realizado pelo homem e suas consequências, entre outros, e para dar conta de todos

eles o professor deve estar sempre buscando a sua atualização, haja visto que ela (a geografia)

não é uma ciência estática, muito pelo contrário torna-se uma ciência em constantes mudanças

por acompanhar as dinâmicas sociais e naturais. Portanto a atualização constante do professor

de geografia faz-se necessária, segundo a própria autora, para que seja garantida a

transformação no ensino da disciplina, considerando que esta última tem o papel de

acompanhar todas as transformações que ocorrem no mundo que não é estático, para isso

Rosa Elizabete sugere que uma formação continuada aos professores é um caminho para tal

mudança. “(...) É preciso compreender a formação continuada como um processo abrangente,

que ofereça elementos teóricos e metodológicos ao professor para que ele possa melhorar a

qualificação e a prática pedagógica (...)” (MARTINS. 2011, pág. 73)

Sabemos que existem muitas problemáticas envolvendo o processo de ensino

aprendizagem. Cavalcanti (2011) levanta uma preocupação muito atual entre os docentes, que

está diretamente ligada à relação aluno-professor e a forma como o conhecimento é explorado

nas salas de aula, abordando o “medo” que os professores têm em diversos aspectos de sua

profissão. Entre eles, destaca a situação em que os docentes duvidam se serão respeitados

por seus alunos, se estão conseguindo despertar a sua atenção etc. A autora também nos

adverte que ensinar é um ato complexo e contínuo, e que devemos estar sempre observando a

realidade escolar e objetivando a construção de um projeto voltado para a própria sociedade,

de alguma maneira. Além disso, menciona que diante de tantos problemas que ocorrem

cotidianamente no âmbito escolar, há de se ter consciência que se ocorrem é devido às

próprias vivências sociais onde são embutidas de diversidade de pensamentos, culturas e

ideologias. Os docentes, além terem o papel de mediar essas relações diversas, focando uma

formação cidadã, individual, comprometida com a busca por soluções de problemas sociais e

ambientais no contexto em que seu aluno se encontra, deve também ter compromissos de

forma global e coletiva. Para tanto, é necessário que o professor de geografia nunca deixe de

estudar e permaneça sempre na busca do seu conhecimento e da maneira como este deverá ser

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passado aos seus alunos.

De acordo com o texto “Teoria da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel”

Pelizzani et al (2002) ressaltam a importância de o professor valorizar os conhecimentos

prévios de seus alunos ou seja valorizar toda a bagagem cultural desenvolvida historicamente

na vida dos discentes, pois desta forma fica mais fácil dos mesmos acomodarem em seu

cognitivo conhecimento que lhe fazem algum sentido, caso contrário a aprendizagem se dará

mecanicamente e será esquecida mais facilmente e o aluno não se aproveitará da mesma.

(...) Quando o conteúdo escolar a ser aprendido não consegue ligar-se

a algo já conhecido, ocorre o que Ausubel chama de aprendizagem

mecânica, ou seja, quando as novas informações são aprendidas sem

interagir com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva.

Assim a pessoa decora fórmulas, leis, mas esquece após a avaliação.

(PELIZZANI ET AL, 2002 p. 38)

O importante é o professor ter a consciência de que tem muita coisa a aprender com

seus alunos e não somente o que ensinar, além disso também é essencial que cada docente

reflita sobre seus métodos e os conteúdos abordados para que não se torne uma mera repetição

do que é visto, mas que realmente tenham um significado na vida dos alunos.

Oliveira (2006) nos adverte sobre a importância do ensino/aprendizagem da Geografia

de forma que esse processo deve estar presente de forma contínua e gradativa desde o pré-

escolar até o Ensino Superior por ser considerada uma disciplina básica para a formação de

qualquer cidadão. Ressalta, ainda, que esta deve ser desenvolvida de forma compromissada

com os diversos profissionais da escola como coordenadores, diretores, técnicos

administrativos etc. A relação de ensino/aprendizagem deve estar relacionada à

conscientização de uma cidadania atuante, e que seja desenvolvida a partir da realidade do

aluno.

Kaercher (2006) nos propõe refletir sobre a presença da Geografia Crítica nas práticas

desenvolvidas em sala de aula, trazendo à luz de suas experiências como professor do Ensino

Superior, concluindo que tal geografia não foi bem desenvolvida nas escolas. Trazendo a

ideia de que devemos modificar o “esteriótipo” construído ao longo dos anos de que a

geografia é somente uma ciência meramente descritiva da natureza, mas sim “(...) Devemos

fazer com que o aluno perceba qual a importância do espaço, na constituição de sua

individualidade e da(s) sociedade(s) de que ele faz parte (escola, família, cidade, país etc).”

(KAERCHER, 2006, pg. 223)

Assim, o autor aborda a necessidade na orientação ao aluno sobre o conhecimento do

seu espaço geográfico onde ele está inserido, a fim de que tal conhecimento seja fundamental

para a organização desse espaço com uma consciência cidadã de busca e luta pela garantia de

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direitos e o respeito às leis. Abordando também a necessidade de nós, professores de

geografia, estarmos conscientes do que realmente é importante na construção do

conhecimento geográfico, enfatizando um repensar de nossas práticas negativas que acabam

por promover um “desânimo” nos alunos na construção de tal conhecimento.

Tendo em vista que a geografia é uma ciência que promove um conhecimento a

respeito da realidade onde nossos alunos estão inseridos, ela deve ser tratada de forma séria e

desde o início da vida escolar de qualquer cidadão, pois a familiaridade com a disciplina

capacita o aluno para um amadurecimento capaz de promover sua cidadania no seu espaço

geográfico. Além disso, ressalto a importância de estarmos abertos às reflexões sobre

nossas práticas em sala de aula, pois como Kaercher (2006) aborda, não nos basta ter

conhecimento de diversos conteúdos geográficos se não somos capazes de repassá-los aos

nossos alunos de forma fácil e prazerosa.

Ainda que se volte aos estudos sobre o ensino da disciplina História, Seffner (2013)

ajuda a pensar questões que são também pertinentes à Geografia. Ele expõe a preocupação

docente que se remete à aprendizagem de seus alunos onde aborda as questões relacionadas

ao verdadeiro sentido do que se é ensinado destacando duas dessas preocupações, sendo a

primeira, que diz respeito ao próprio aprendizado dos conteúdos pelos alunos, ou seja, se

houve um verdadeiro aprendizado pelos alunos, e a segunda preocupação diz respeito aos

conteúdos abordados na disciplina de História e seu verdadeiro sentido aos alunos, isto é, se

remete ao fato de que, se há algum sentido para a vida cotidiana dos alunos nos conteúdos

abordados em sala de aula.

O referido autor enriquece o tema orientando que, para um melhor resultado no ensino

é positivo ao professor iniciar às indagações de temas presentes mostrando que para

determinadas respostas é imprescindível recorrer ao tempo, ou seja, “viajar” ao passado, além

de não se prender somente a este último. Ele também apresenta algumas propostas de

práticas a serem utilizadas pelo professor como a parceria com professores de outras

disciplinas na execução de um tema; visitas com os alunos a instituições e a coleta de dados; a

valorização do conhecimento prévio do aluno, acumulado culturalmente; a sintonia entre o

tempo com o espaço geográfico, entre outras propostas. Em seu trabalho, Seffner (2013)

defende o uso de jogos como ferramentas para o ensino e atenta para a potencialidade de

estratégias lúdicas no sentido de desconstruir a ideia de que o aprender/ensinar seja sempre

associado a ações como gravar, memorizar, absorver, reter, e assim provocar a questão sobre

“o que seria uma boa definição de ensinar e aprender?”. Nessa perspectiva, também

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devemos nos valer desses questionamentos para pensar o ensino de geografia.

Nós, professores, sempre estamos em busca de um método “mágico” pois deixamos de

reconhecer que não vivemos num mundo estático mas sim num mundo consideravelmente

dinâmico e repleto de estilos de vida diferentes com valores culturais muito diversificados

onde nossos alunos estão inseridos, o que implica uma organização dinâmica bem rigorosa

por parte do corpo docente. Compreendo que algumas vezes nos deparamos com o cansaço

da profissão, afinal de contas tem que ter muita disposição para acompanhar trinta ou quarenta

e “poucas” mentes pensantes e suas personalidades diversificadas, no entanto se não

adquirirmos uma certa dinâmica em nossas aulas e em nossas práticas ficará difícil

alcançarmos o objetivo que condiz no ensino dos alunos. Utilizar práticas diferentes nos

propicia uma atenção maior dos alunos e, além disso, buscarmos constantemente meios que

apresentem um significado maior aos alunos, nos ajudará bastante.

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6 RESULTADOS

A confecção e aplicação do jogo foram o método utilizado na exploração do conteúdo

sobre Regiões do Brasil. A atividade mostrou-se ser uma forma muito eficiente de trabalhar

esse conteúdo, pois levou os alunos a interagirem bastante com as informações obtidas nas

cartas, se familiarizando naturalmente com os termos das mesmas, PIB, IDH, Superfície,

População, Expectativa de vida, População Economicamente Ativa, Analfabetismo, Renda Per

Capita. O jogo contribuiu para que uma acomodação maior sobre o significado dessas

características ocorresse.

Após a rodada do jogo, a conclusão da atividade foi a proposta de se pensar sobre os

dados e sistematizar as informações. Assim, eles deveriam propor uma divisão regional para o

Brasil, com base na classificação das cartas. Nesse processo, eles puderam observar quais

estados e regiões apresentam um maior desenvolvimento socioeconômico, havendo uma

considerável diferença entre as mesmas, identificando os estados do sul e do sudeste como

cartas fortes, os do norte e centro-oeste em sua maioria como cartas médias e os do nordeste

como cartas fracas, conseguindo compreender que há uma discrepância social e econômica

em relação ao desenvolvimento das regiões brasileiras. Como os dados ajudam a construir a

ideia de desenvolvimento econômico, o mapa produzido pelos alunos assemelha-se às

divisões regionais oficiais do Brasil.

A atividade desenvolvida mostrou-se, assim, como um caminho muito interessante

para, a partir da construção de um material feito com base em dados, do manuseio e do jogo

que depende dessas informações, se criar uma familiaridade com termos, assuntos, números e

informações que ajudam a entender a realidade do país.

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7 CONCLUSÃO PARCIAL

Em virtude das informações aqui apresentadas a respeito do processo ensino

aprendizagem no estudo da geografia no ensino fundamental é perceptível a necessidade de

uma atenção maior a novos métodos e práticas que realmente chamem a atenção dos alunos

nesse processo. E que na busca por essas práticas a participação no Programa de

Residência Docente do Colégio Pedro II me proporcionou um novo contato com experiências

novas e diferentes das que estou acostumada a ver e conviver, o que culminou com as

conversas e observações em diversas aulas de diferentes professores mas que, em especial, a

ligação desenvolvida com a professora Carolina Vilela me impulsionou e encorajou a utilizar

o jogo supertrunfo como uma maneira de trabalhar com os meus alunos do sétimo ano as

regiões do Brasil de uma forma mais “leve” e menos cansativa ou monótona.

O desenvolvimento dessa atividade lúdica me levou a questionar sobre os métodos que

venho praticando em minhas aulas: será que o que tenho apresentado aos meus alunos até

agora tem sido suficiente para o sucesso dos meus alunos em sua produção do conhecimento?

A forma como trabalho os conteúdos vem sendo passada de maneira crítica que possa torna-

los críticos também? Estou desempenhando uma boa relação com os discentes a fim de

facilitar o complexo processo de ensino-aprendizagem?

Muitos questionamentos fazem parte da vida de qualquer ser humano, mas no

magistério eles parecem ter um peso maior porque envolve o crescimento e a promoção social

de muitos outros, os nossos alunos. Portanto todo docente deve ter muito cuidado, empenho

e responsabilidade ao desenvolver seu ofício, pois ele ajuda na transformação social de uma

forma muito eficiente, por isso buscar os métodos errados podem levar a um curso contrário a

essa promoção.

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REFERÊNCIAS

KAERCHER, N. A. O ensino de geografia e suas composições curriculares\ organizado por

Ivaine Maria Tonini, Lígia Beatriz Goulart, Rosa Elizabete Militz Wypyczynski Martins,

Antônio Carlos Castrogiovanni. – Porto Alegre: Ufrgs, 2011.

KAERCHER, N. A. O gato comeu a geografia crítica? Alguns obstáculos para superar no

ensino-aprendizagem de geografia. In: PONTUSCHKA, N.N & OLIVEIRA, A.U. (orgs)

Geografia em Perspectiva. Ed. Contexto. São Paulo, 2006

MARTINS, E. M. W. A trajetória da Geografia e o seu ensino no século XXI. In: TONINI,

GOULART, MARTINS, CASTROGIOVANNI E KAERCHER (orgs) O Ensino da Geografia

e suas Composições curriculares. Porto Alegre UFRGS, 2011.

OLIVEIRA, L. O ensino/aprendizagem de Geografia nos diferentes níveis de ensino. In:

PONTUSCHKA, N.N & OLIVEIRA, A.U. (orgs) Geografia em Perspectiva. Ed. Contexto.

São Paulo, 2006

PONTUSCHKA, N. N., PAGANELLI, T. I. & CACETE, N. H. Para ensinar e apreender

Geografia. São Paulo. Cortez Editora, 2009.

SEFFNER, F. Aprendizagens significativas em História: critérios de construção para

atividades em sala de aula. In: GIACOMONI, M Pereira, N.M. (orgs). Jogos e Ensino de

História. Porto Alegre. Evangraf.2013.