Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na...

107

description

apresentam-se desenhos humorísticos que retratam o período final da Monarquia e os inícios da República em Portugal

Transcript of Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na...

Page 1: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 2: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 3: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 4: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 5: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 6: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 7: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 8: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 9: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 10: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Rafael Bordalo Pinheiro (1871). Conferências Democráticas. A Berlinda. Reproduções

dum álbum humorístico, ao correr do lápis, 7ª Página. (Colecção Museu Rafael Bordalo

Pinheiro)

Page 11: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 12: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A questão do regime apresentava-se nos fins do século XIX e inícios do XX como um dos grandes problemas da sociedade portuguesa. O sistema político que vigorava era a Monarquia Constitucional, com dois partidos monárquicos que iam alternando no poder: o Partido Regenerador (do líder emblemático Fontes Pereira de Melo e Hintze Ribeiro) e o Partido Progressista (de Anselmo Braamcamp Freire e José Luciano de Castro), nascido da fusão, em 1876, dos partidos histórico e reformista. Era o chamado ROTATIVISMO. Os reis D. Luís e D. Carlos ajustaram-se bem a este modelo de funcionamento, pouco intervindo na política. As vantagens dessa alternância eram a descompressão das tensões, pois cada um dos partidos sabia que chegaria a sua vez de alcançar o poder. Um dos aspectos negativos do rotativismo era o de funcionar na base de um dualismo partidário, não dando hipóteses a novos partidos de aceder à política oficial, a não ser por compromisso com os grandes partidos. Por outro lado, os governos para se manterem no poder precisavam do apoio das duas Câmaras (a do Senado e a dos Deputados); era portanto necessário que o partido chamado ao governo dispusesse da maioria parlamentar, o que se conseguia dissolvendo o Parlamento e convocando eleições, conduzidas já pelo novo Governo, que ganhava sempre as eleições, devido à influência sobre os eleitores. Em 1875 e 1876, formam-se, respectivamente, dois novos partidos, radicais, opositores da Monarquia: o Partido Socialista (formado por operários, mas devido à fraca industrialização do país, contou com poucos adeptos) e o Partido Republicano (com grande apoio na pequena e média burguesia urbanas). Este último partido vai crescendo, utilizando a imprensa para atacar a monarquia e fazer circular as suas ideias, colando-se às comemorações dos centenários da morte de figuras históricas (Camões e S. António), explorando os escândalos em que estava envolvida a monarquia ou concertando acções com sociedades secretas como a Maçonaria e a Carbonária. A partir da década de 90, o rotativismo entrará num processo acelerado de crise e esgotamento devido aos efeitos do Ultimato Inglês e a dissidências nos partidos monárquicos. Alguns governos apenas se mantêm no poder com as Câmaras encerradas e, quando em 1906, Hintze pretendia adiar mais uma vez a sessão parlamentar, D. Carlos

não aceitou, nomeando João Franco ‒ dissidente do Partido

Regenerador ‒ para chefiar um novo Executivo. Era o fim do rotativismo!

Page 13: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Galeria Clássica do António Maria. O António Maria. Lisboa: Litographia Guedes, Nº 149, pp. [108-109].

Representação da Última Ceia tendo o Zé Povinho como Jesus Cristo e os apóstolos como os notáveis do Partido

Regenerador (à esquerda) e do Partido Progressista (à direita). Fontes Pereira de Melo, o quarto a contar da

esquerda, é representado como Judas e tem do seu lado o próprio rei D. Luís.

Page 14: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Paródia (22 de Janeiro de 1902). Editor Cândido Chaves. 3 Anno, Nº 106, p24.

A Monarquia Constitucional é a soma dos partidos Regenerador (Hintze Ribeiro)

e Progressista (Luciano de Castro). Côco + Côco = ?

Page 15: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Paródia. (29 de Janeiro de 1902). Editor Cândido Chaves. 3 Anno, Nº 107, pp. 36-37.

Page 16: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Paródia (5 de Fevereiro de 1902). Editor Cândido Chaves. 3 Anno, Nº 108, p.41.

O poder é um exercício de equilíbrio. A estabilidade dos governos dependia do apoio das Câmaras do Senado e dos Deputados. Sempre que este faltava o governo caía, dando lugar a um novo.

Page 17: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A corja! Semanário de caricaturas (29 Jun. 1898). .Ano I, Nº 1, p.1.

D. Carlos ‒ O rei desde 1889 ‒ deixou-se encadear pelo rotativismo partidário entre Progressistas e Regeneradores, cujo modelo de funcionamento começava a dar sinais de exaustão. O novo partido é o Regenerador-Liberal de João Franco.

Page 18: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Corja!: periódico de caricaturas (11 de Setembro de 1898). Lisboa: Litografia Artistica. Ano I, Nº 10, p.1.

O Bacôco é José Luciano de Castro que dá graxa nas botas ao mesmo tempo que beija a mão do rei. O servilismo, considerado uma das causas da nossa ruína, caracterizou o comportamento dos políticos do rotativismo.

Page 19: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 20: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Vol. 1, Nº 52 (27 de Maio de 1880), p.176-177.

A Coroa não vibrou com as comemorações cívicas de Camões devido ao grande empenhamento dos republicanos e aos

rumores de um pronunciamento revolucionário. Pretendia, por isso, passear em vez de assistir ao cortejo.

Page 21: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Vol. 1, Nº 52 (17 de Junho de 1880), p.197.

O cortejo das comemorações, organizado por Teófilo Braga, procurou mobilizar todos os sectores da opinião pública, não ficando confinado aos republicanos. Todavia, o divórcio entre a população e a monarquia verificado no Terreiro do Paço, em que cada uma das partes se ignora mutuamente, é aproveitado pelos republicanos. Na imagem, Camões, de barrete frígio, agradece a D. Luís e a Hintze Ribeiro terem-no feito republicano.

Page 22: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Vol. 1, Nº 56 (24 de Junho de 1880), p.207.

O Governo Progressista aderiu a custo às cerimónias cívicas de Camões, receando que os festejos encobrissem propósitos

revolucionários. Só depois de muito pressionado e de se convencer da falsidade dos boatos que corriam, veio a aderir. O

medo manteve-se após os festejos.

Page 23: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Vol. 1, Nº 154 (11 de Maio de 1882), p. 148-149.

Em 1882, republicanos e anticlericais promoveram as comemorações em honra do Marquês de Pombal. Na imagem o Zé Povinho/Pombal, rodeado de jornais republicanos e de textos com palavras de ordem, ri-se da expulsão dos jesuítas, que seguem viagem com a Família real e os membros do governo.

Page 24: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 25: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

MAPA COR-DE-ROSA

Cor-de-rosa foi o nome dado ao mapa representativo das pretensões portuguesas em

África. Em 1877 realizaram-se viagens de exploração ‒ como as de Hermenegildo

Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto ‒ destinadas a conhecer a zona que separava as

colónias de Angola e Moçambique, integradas numa nova estratégia portuguesa que

privilegiava a ocupação efectiva em detrimento do simples direito histórico.

Page 26: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii:. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. (20 de Novembro1890).Nº 282, p. 372

A Inglaterra, representada pela figura anafada de John Bull, envia um Ultimato a Portugal, dando-lhe um prazo para evacuar as tropas do Chire e dos países dos Macololos e dos Machonas. O Ultimato causou uma tempestade política em Portugal.

Page 27: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. (16 de Janeiro de 1890.Nº 238, p.23.

Barros Gomes, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo progressista de Luciano de Castro, é confrontado com o Ultimato, vindo a cair dias depois, por má condução das negociações. Na parte superior da imagem é evidente o interesse da Companhia Britânica da África do Sul pelos territórios portugueses em África.

Page 28: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii: Suplemento ao nº 237 de 9 de Janeiro de 1890. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora.

A Monarquia portuguesa cedeu aos interesses ingleses, como o demonstra a atitude de subserviência do rei D. Carlos à rainha Vitória. O espezinhamento do Zé Povinho, significa o total desprezo pelos interesses de Portugal.

Page 29: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii: Suplemento ao nº 237 de 9 de Janeiro de 1890. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora.

A “guerra de Portugal ao inglês” está patente na atitude determinada do Zé Povinho, que expulsa do país, com um chicote, todas as marcas de dominação económica britânica.

Page 30: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. (17 de Abril de 1890). Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. Nº251, p.123

Bordalo ilustra os versos, “O caçador Simão”, de Guerra Junqueiro que ridicularizam o rei. Ao fazê-lo procura reproduzir a atmosfera hostil à monarquia e a um rei que, nos momentos mais graves da Nação, prefere ocupar-se da caça em vez dos negócios do Estado.

Page 31: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Portuguesa, escrita por Henrique Lopes de Mendonça e musicada por

Alfredo Keil, surgiu no rescaldo dos protestos contra a Inglaterra decorrentes

do Ultimato. A Portuguesa será adoptada pelos republicanos como hino

nacional, em 1911.

Page 32: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. (27 de Fevereiro de 1890). Nº244, p.65.

A “Grande Subscrição Nacional”, presidida pelo Conde de Pomares, integra-se no movimento nacionalista e destina-se à compra de um couraçado (o Adamastor) para defesa da pátria. Para esta subscrição contribuíram muitos civis, a Igreja, o exército, a Marinha, corpos militarizados, corporações da polícia, colectividades de recreio e do desporto, o Jardim Zoológico, etc…

Page 33: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. (10 de Abil de 1890). Nº250, p.113.

Referência ao decreto de 29 de Março de 1890, que, no rescaldo do Ultimato, responsabilizava editores e redactores pelos ataques à Monarquia e ao Parlamento. A imprensa era encarada como elemento de agitação, pelo que o governo pretendia prevenir alguns excessos. Bordalo interpretava o decreto como uma nova “lei da rolha”.

Page 34: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Litographia da Companhia Nacional Editora. (2 de Outubro de 1890). Nº275, p. 317

Alusão ao Tratado de Londres (Agosto de 1890) efectuado entre Portugal e a Inglaterra e assinado por Barjona de Freitas, que estabelece as fronteiras de Angola e Moçambique.

Page 35: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 36: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 37: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Lithographia Guedes, 5 de Fevereiro de 1891, Nº 293, p. 41.

A revolta do Porto de 31 de Janeiro de 1891 efectuada por sargentos, descontentes

com a situação profissional, foi apoiada por alguns republicanos. Os revoltosos

marcharam ao som da Portuguesa e deram vivas à República, embora, por escassas

horas.

Page 38: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Lithograpia Guedes, 5 de Fevereiro de 1891, Nº 293, p. 41.

Rapidamente debelada, a revolta pode considerar-se um fracasso. No entanto, pôs em evidência que o exército não pode

ser visto como uma esperança, caso a monarquia seja atacada; provou também que os republicanos não estão ainda

suficientemente organizados e que não podem tomar atitudes avulsas para conquistar o poder.

Page 39: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 40: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Nº 294 (5 de Março de 1891), p.43.

Em 1891, o Estado Português não conseguia obter crédito nos mercados financeiros internacionais. A assinatura do contrato do tabaco assinado nesse ano, fez, então, depender da sua adjudicação um empréstimo que o contratante devia fazer ao Estado. O contratante vencedor foi o banqueiro Henry Burnay, que exigiu que o Parlamento abrisse antes de 24 de Março para aprovação do contrato pelos representantes nacionais.

Page 41: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Nº 296 (19 de Março de 1891), p. 21.

O estado de penúria em que se encontravam as finanças, simbolizado pelo cavalo,

revelam a necessidade urgente do estado obter um empréstimo para auxiliar bancos e

empresas da falência e, assim, garantir os empregos.

Page 42: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O António Maria. Lisboa: Typ. A Editora. Nº 341 (19 de Fevereiro de 1892), pp. 380-381.

A Crise financeira atinge o seu auge nos anos de 1892-1892, arrastando consigo a crise de crédito do estado, a degradação do câmbio, a diminuição dos depósitos nos bancos, o desaparecimento da moeda metálica, as falências e o desemprego. A falta de dinheiro tornou-se um dos principais factores da política portuguesa, na década de 90.

Page 43: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 44: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Nas eleições de Agosto de 1906, ocorridas num clima de tensão e esgotamento do

rotativismo, João Franco ‒ dissidente do Partido Regenerador e fundador do Partido

Regenerador Liberal ‒ ganha sem maioria. Apesar do apoio dos progressistas, o

equilíbrio seria instável e difícil.

Page 45: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A eleição de quatro eloquentes e aguerridos republicanos para a câmara dos deputados – Afonso Costa, João de Meneses, António José de Almeida e Alexandre Braga – fazia prever sessões escaldantes no Parlamento e dificuldades políticas para a Monarquia e para o Governo de João Franco.

Page 46: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Pontos nos ii. Lisboa: Lithographia Guedes. Nº 264, (17 de Julho de 1890), p.229

A “questão dos tabacos”, concedidos para exploração em regime de monopólio era alvo de discussões calorosas no Parlamento. Sempre que se renovam contratos, o Estado tremia e as crises ministeriais sucediam-se. Os republicanos aproveitaram o contrato celebrado em 1906, com o conde Burnay, para atacar duramente a Monarquia.

Page 47: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Na Sessão quente do Parlamento (20 Novembro de 1906) Afonso Costa ataca violentamente a monarquia, explorando os escândalos: dos tabacos e “a questão dos adiantamentos” à família real.

Page 48: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Afonso Costa acabou expulso do Parlamento (sessão 20 Novembro de 1906) por ter chamado ladrão ao rei e ter afirmado: “Por muito menos do que fez o Sr. D. Carlos, rolou no cadafalso a cabeça de Luís XVI !”.

Page 49: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Bernardino Machado, professor da Universidade de Coimbra, demitiu-se de lente da Faculdade de Filosofia em protesto contra a repressão instalada na Universidade, em 1907, na sequência da questão académica. Político regenerador passaria a republicano.

Page 50: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

João Franco fica isolado após a retirada de apoio dos progressistas. Face aos perigos que o

ameaçam, precisa de uma muralha (Policia Civil e Guarda Municipal) para o defenderem.

“Xantar Indixesto” é a refeição que o ditador, com sotaque da Beira, mastiga sofregamente.

Page 51: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Ditadura de João Franco (iniciada em Maio de 1907) é exigente para todos. A Policia Civil e a Guarda Municipal não têm mãos a medir na execução de acções de investigação e na prisão contra conspiradores. Nem sequer têm tempo para ir ver a sopa…

Page 52: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Juiz Veiga, da Policia Criminal, transporta o pendão das suas funções de questor com a

sigla SPQR, às quais foi acrescentado as iniciais”Sabre, Pau, Querela; Revólver”,

instrumentos da justiça mais utilizados no regime de João Franco.

Page 53: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 54: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 55: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Corja!: periódico de caricaturas. Lisboa: Litografia Artística. (16 de Outubro de 1898). Ano I, Nº 16.

A invencibilidade do despotismo de João Franco através do Parlamento encontra na conspiração a via alternativa para derrubar a monarquia. Em Lisboa são introduzidas armas e bombas, enquanto a Polícia procura descobrir uma ponta da conspiração que pressente tramar-se. A Carbonária, associação secreta de origem italiana, desempenhou um papel importante em todo o processo revolucionário, simbolizado, nesta imagem, no golpe ao Mazantini (chapéu), habitualmente usado por D. Carlos.

Page 56: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Carlos Malheiro Dias. Ilustração Portuguesa (10 de Fevereiro de 1808). Lisboa. Série II, nº

103.

Page 57: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 58: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 59: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal O Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora, 1910

Page 60: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

ALFREDO LUIS DA COSTA

Nasceu no Alentejo na aldeia de Casével, Castro Verde, a 24 de Novembro de 1883. Começou a trabalhar como empregado do comércio num estabelecimento que um tio tinha em Lisboa, vindo a presidir à Associação dos Empregados do Comércio de Lisboa. Mais tarde, torna-se caixeiro-viajante por contra própria, correndo o país. Funda em Angra do Heroísmo um jornal para defesa dos empregados do comércio e impulsiona também, nesta cidade, o Núcleo da Juventude Anarco-Sindicalista. Em 1903, em Estremoz, fez intensa propaganda republicana e daí começou a colaborar nos jornais de classe da capital. Fundou, com Aquilino Ribeiro, uma pequena empresa de livraria, A Social Editora, onde foram editados, entre outros trabalhos, alguns folhetos contra o regime. Republicano radical e franco-mação, participou, na noite de 28 de Janeiro de 1908, no movimento abortado para derrubar a monarquia, liderando, com Manuel Buiça, um grupo de vinte homens, que se envolveu em confrontos com a Guarda Municipal, enquanto esperava o sinal da revolução. Na tarde do dia 1 de Fevereiro, Alfredo Costa aguardava no Terreiro do Paço, por debaixo da arcada do Ministério do Reino, o desembarque da Família Real, vinda de Vila Viçosa. Às cinco horas e vinte minutos, quando a carruagem passava à sua frente, aproximou-se dela e desfere dois tiros nas costas do Rei. Este já se encontrava morto, atingido por duas balas disparadas por Manuel Buíça.

MANUEL DOS REIS DA SILVA BUIÇA

Filho do reverendo Abílio da Silva Buíça, pároco de Vinhais, e de

Maria Barroso, nasceu em Bouçoães, concelho de Valpaços,

distrito de Vila Real (Trás-os-Montes), a 30 de Dezembro de 1876.

Ingressou no exército, atingindo a categoria de 2º sargento no

regimento de cavalaria de Bragança, onde também exerceu o cargo

de instrutor da carreira de tiro. Senhor de uma pontaria exímia,

detinha o curso de mestre de armas e uma medalha de atirador de

1ª classe. Demitido do exército, por ter cometido infracções

diversas, sabe-se que a partir de 1898, Buíça se torna professor,

leccionando no Colégio Nacional, ministrava também, a nível

particular, lições de música e francês. Não estão confirmadas

ligações à Carbonária ou à Maçonaria.

Participou no movimento abortado para derrubar a monarquia de

28 de Janeiro de 1908.

No dia 1 de Fevereiro, dispara sobre o monarca alvejando-o

mortalmente, na coluna vertebral. Seguidamente atira duas vezes

sobre o príncipe. O primeiro projéctil falha, mas o segundo atinge-

o na face esquerda, saindo-lhe pela nuca.

Page 61: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Na sequência do regicídio, o ditador João Franco foi demitido pelo rei D. Manuel e partiu para o exílio.

Page 62: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 63: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Xuão: Semanário de caricatura, 24 de Março de 1908. Ano 1, Nº 5.

Ferreira do Amaral, o 1ºchefe de Estado pós-regicídio, está metido numa autêntica

“ camisa-de-onze-varas”, ou seja, uma camisa grande demais para ele. De facto, são

inúmeros os problemas que ele tem para resolver como se pode ver na inscrição do

peitilho.

Page 64: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O rei D. Manuel II, jovem e inexperiente “muito temente a Deus”, causa admiração ao tio D. Afonso Henrique, com a sua beatice. Dizia-se que o rei fora obrigado, por Campos Henriques, a visitar “três fábricas por cada missa que ouvia”.

Page 65: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

José Luciano de Castro, chefe do Partido Progressista, retido pela quase invalidez, foi o grande conselheiro do rei D. Manuel II e o promotor das negociações para a formação e reformulação dos sucessivos governos do seu curto reinado.

Page 66: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A monarquia costura sentada na cadeira do trono. Ao mesmo tempo vai contemplando,

com satisfação, a obra que terminou “aplicar uns fundilhos chamados Campos

Henriques”

Page 67: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Igreja ‒ sobretudo o clero jesuítico ‒ e a acção repressiva da Policia, representada, na

imagem por um agente de fartos bigodes e o nariz avermelhado da pinga, sustentam a

enorme e pesadíssima coroa.

Page 68: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

António José de Almeida, grande orador do Partido Republicano, era defensor da tese do “pronunciamento militar” como forma de implantar a República. Entrou para a Carbonária, fazendo a ponte com o partido, para derrubar o regime.

Page 69: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Nas eleições de 28 de Agosto de 1910 a coligação de Regeneradores de Teixeira de

Sousa, obtém 89 deputados, a coligação monárquica de José Luciano, 45 e os

republicanos, 14 deputados. Apesar do nº reduzido de deputados, as candidaturas

republicanas triunfam nos círculos eleitorais de Lisboa e Porto.

Page 70: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Teixeira de Sousa, presidente do último Governo monárquico, tentou ainda “curar” o regime agonizante, adoptando uma política liberal e de apaziguamento face ao anticlericalismo crescente da sociedade. No entanto, o processo revolucionário seguia uma marcha imparável.

Page 71: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Brito Camacho, médico militar e jornalista, director do jornal A Lucta, tornou-se uma figura central da propaganda republicana, mostrando os desmandos da governação e do regime monárquico. Seria ministro do Fomento em 1910-1911.

Page 72: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

“É O MOMENTO!

A Monarquia achincalha-nos, e

nós temos que nos decidir. Não

posso garantir a vitória, mas

afianço-vos que a revolução,

vencedora ou vencida, não será

uma vergonha”.

(Cândido dos Reis, 29/10/1910, sede do Directório do Partido Republicano)

Page 73: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 74: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal O Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora, Anno 3, 1910.

Cândido dos Reis, o chefe militar que deveria dirigir a revolução republicana, convenceu-se

erradamente que a revolução fora vencida e suicidou-se na madrugada de 4 de Outubro.

Page 75: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal O Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora, Anno 3, nº 1, 1910.

António Machado dos Santos, Oficial da armada, alcança enorme prestígio, sendo

considerado o grande herói da Revolução de 5 de Outubro de 1910 por ter permanecido

irredutível na Rotunda até à vitória republicana.

Page 76: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 77: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal o Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora, Anno 3, Nº 1, 1910.

Page 78: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

lllustração portugueza Empresa do Jornal O Século, ed. com.; Chaves, José Joubert, ed. lit..(17 de Outubro de 1910). Série 2, Nº 243..

Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas proclama a República, da janela da Câmara Municipal de Lisboa.

Page 79: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Século: suplemento humorístico. Lisboa: José Joubert Chaves. 8 de Setembro de 1910.

Alfredo de Morais, vaticina nesta caricatura, vinte e sete dias antes da revolução de 5 de Outubro, o fim da Monarquia. Na imagem, a ama de barrete frígio republicano, pergunta à velha Monarquia, que é empurrada no carrinho de bebé, “quem é uma menina muito linda que vae passear, quem é? …” Ao longe, o iate D. Amélia leva a família real parte para o exílio.

Page 80: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 81: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 82: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 83: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

ALGUNS DOS ROSTOS DA NOVA CLASSE POLÍTICA

O Político Afonso Cos ta

O tribuno António José de Almeida

O Intelectual Brito Camacho

O Inconformado Machado dos Santos

O Diplomata Bernardino Machado

O Cosmopoli ta João Chagas

O Erudito José Relvas

O Idealista Manuel de Arriaga

O Patriarca – Sebastião de Magalhães Lima

Page 84: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura
Page 85: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Proclamada a República, os governadores civis provinciais que até à data tinham servido a Monarquia, fazem a sua declaração de princípios e de adesão ao novo regime. São os “adesivos”. Realmente, na nova República entrava quase toda a Monarquia.

Page 86: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

As cores da bandeira, símbolo nacional, estão na origem de uma polémica

protagonizada por Guerra Junqueiro ‒ defende as cores azul e branca ‒ e Teófilo

Braga ‒ defende o verde e o vermelho. Em 19-6-1911, o Governo aprovava que a Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores: verde-escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.

Page 87: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Governo Provisório promulga, em pouco tempo, uma série

de Decretos e Leis que procuram corrigir “injustiças sofridas”

ou cortar com o período anterior. É publicada legislação no

âmbito da assistência social, do ensino, do trabalho, das

liberdades individuais, como a Lei da liberdade de imprensa, a

Lei do direito à greve e a nova lei eleitoral; são reorganizadas

as forças militares e militarizadas, é adoptada uma nova

Bandeira, um novo hino (A Portuguesa), uma nova moeda

(escudo).

As medidas tomadas com vista à laicização do Estado

penalizam severamente o Clero que é atingido com a expulsão

das ordens religiosas; encerramento dos conventos,

privatização dos bens da Igreja; extinção das Faculdades de

Teologia e Direito Canónico; abolição do ensino da doutrina

cristã; Lei da Separação da Igreja do Estado; registo civil; Lei

da família; Lei do divórcio, abolição do delito de opinião em

matéria religiosa, legalização das comunidades religiosas não

católicas, proibição das procissões fora do perímetro das

igrejas, proibição do uso das vestes talares fora dos templos,

etc., etc.

Page 88: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Os Ridículos: bi-semanário humorístico, 191?

Page 89: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Afonso Costa, ministro da Justiça e dos Cultos no Governo Provisório, recebeu, dos seus opositores, a alcunha de "mata-frades", pela numerosa legislação anticlerical que mandou publicar.

Page 90: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Em 28 de Maio de 1811 realizam-se as eleições para a Assembleia Constituinte e em

Agosto de 1911, a Assembleia Nacional aprova a Constituição Política da República.

Page 91: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

C Canalejas, Ministro do Governo espanhol, empurra os exilados portugueses em Vigo

procurando mostrar a Bernardino Machado que tudo faz para os conter. Todavia, de acordo

com as suas simpatias parece estimulá-los a invadir Portugal, dizendo: Hombres, marchanse

vostedes “lá para diente” como suele dicirse en su tierra…

Page 92: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A Igreja, fortemente atacada pela República, torna-se uma força de resistência ao regime e procura puxar os monárquicos para a

defesa da sua causa, apesar de alguma resistência oferecida pelo burro (Paiva Couceiro).

Page 93: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Os exilados portugueses em Vigo e Tui, vítimas das perseguições republicanas, preparam várias incursões monárquicas, a partir da Galiza, para derrubar a República. Ficaram conhecidas, entre outras, as incursões de Paiva Couceiro, em 1911 e 1912.

Page 94: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A “coluna Couceiro” é obrigada a regressar ao exílio em Vigo depois de gorada a tentativa de proclamar a monarquia, no Norte do

país. O desânimo nas tropas é visível em virtude da fraca adesão popular e da rapidez com que as forças republicanas os obrigam a

retirar.

Page 95: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal o Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora. 4 º Anno, Nº 81 (8 de Maio de 1912).

Os monárquicos exilados na Galiza prepararam, ao longo da 1ª República, várias incursões para derrubar o novo regime. Ficaram conhecidas as incursões de Paiva Couceiro em 1911 e 1912. Na imagem, os conspiradores são o príncipe D. Afonso, (condutor) Paiva Couceiro (bigode loiro), O rei D. Manuel II (casaco castanho), D. Amélia e elementos do clero.

Page 96: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal o Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora. (1911).

O reconhecimento do direito à greve desencadeou, ao longo da Primeira República, uma onda de greves e um clima de agitação social permanente. Desde o dia da Revolução até Novembro (menos de dois meses) houve 69 greves e em Dezembro mais 26. Muitas delas foram reprimidas com severidade pelas autoridades.

Page 97: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

As greves, por melhores salários e condições de trabalho, foram uma constante ao longo da República, sendo muitas delas reprimidas com severidade e presos os seus organizadores, como os sindicalistas ou dirigentes da União Operária Nacional.

Page 98: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

Miau! Porto. 1º Ano, Nº 5, 18 de Fevereiro de 1916.

Os desentendimentos e as querelas políticas conduziram à divisão do Partido Republicano

(evolucionistas, unionistas e democráticos). Bernardino Machado coloca-se à margem e a sua

actuação oscilará entre um extremo e o outro. É eleito Presidente da República em 1915.

Page 99: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal o Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora. (1911)

As nuvens negras que pairam e ameaçam a República: divisão dos republicanos, greves e conspirações monárquicas.

Page 100: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A República dança ao ritmo pouco afinado dos executantes da orquestra dos partidos ‒ Partido Democrático de Afonso Costa (clarinete), Partido da União Republicana de Brito Camacho (flauta) e Partido Evolucionista de António José de Almeida (rabecão). Cada um procura fazer dançar a República ao ritmo que mais lhe convém.

Page 101: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Zé: sucessor do jornal o Xuão. Lisboa: Tipografia A Editora. 5º Anno, Nº 121, (6 de Março de 1913)

A liberdade de pensamento/imprensa é alvo de censura por parte de Afonso Costa, em virtude da permanente oposição ao Governo.

Page 102: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

As hostilidades entre as diferentes forças políticas em que se dividiu o Partido

Republicano em 1912, não cessam de aumentar. Os deputados insultam-se e batem-se

a murro nos corredores. As armas fazem parte do equipamento do senador e do

deputado.

Page 103: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O agravamento das condições económicas e sociais da população desde 1910 a 1915 ‒ provocado pela agitação social, pela instabilidade política, pela falta de alimentos causada pela

guerra e pela desvalorização do escudo ‒ reflecte-se no empobrecimento gradual e acentuado do Zé Povinho, a quem restam apenas os ossos.

Page 104: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O interesse alemão pelas colónias portuguesas em África, forçou a Áustria a declarar guerra a Portugal. A participação portuguesa no conflito dividiu a classe política, acentuou a carestia de vida e a falta de alimentos, causou muitas mortes e favoreceu a actividade conspiratória contra a República.

Page 105: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Século cómico: suplemento humorístico de O Século. Rocha Vieira.

O estado lastimoso em que estavam as estradas era apenas um dos aspectos do atraso económico em que se encontrava Portugal. A indústria, a agricultura e o comércio apresentavam igual situação.

Page 106: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

A situação que se vivia no país em 1917, desagrada a amplos sectores da população ‒ unionistas, machadistas, monárquicos, exército, sindicalistas, Igreja, Finança, Indústria,

Comércio ‒ reunindo-se no apoio ao pronunciamento militar de Sidónio Pais. A Ditadura de Sidónio durou um ano (Dez. 1917 a Dez.1918).

Page 107: Exposição. Os finais da Monarquia e os inicios da República no desenho humorístico e na caricatura

O Século Cómico, Rocha Vieira (1920).

A instabilidade política era uma característica da Primeira República (45 governos e 8 presidentes em apenas 16 anos). Em 1920, o Presidente, António José de Almeida, deu posse a 7 governos. Na imagem, o presidente-trapezista sem rede, segura numa mão, a chefia do estado e, na outra, o governo.