Extensão Vocal de Cantores de Coros Evangélicos Amadores

12
Revista CEFAC ISSN: 1516-1846 [email protected] Instituto Cefac Brasil Jovazino Bastos Medrado Costa, Priscila; Lumatti Ferreira, Kennia; Camargo, Zuleica Antonia de; Rebelo Pinho, Sílvia Maria EXTENSÃO VOCAL DE CANTORES DE COROS EVANGÉLICOS AMADORES Revista CEFAC, vol. 8, núm. 1, enero-marzo, 2006, pp. 96-106 Instituto Cefac São Paulo, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=169320516015 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

description

Fono

Transcript of Extensão Vocal de Cantores de Coros Evangélicos Amadores

  • Revista CEFACISSN: [email protected] CefacBrasil

    Jovazino Bastos Medrado Costa, Priscila; Lumatti Ferreira, Kennia; Camargo, Zuleica Antonia de;Rebelo Pinho, Slvia Maria

    EXTENSO VOCAL DE CANTORES DE COROS EVANGLICOS AMADORESRevista CEFAC, vol. 8, nm. 1, enero-marzo, 2006, pp. 96-106

    Instituto CefacSo Paulo, Brasil

    Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=169320516015

    Como citar este artigo

    Nmero completo

    Mais artigos

    Home da revista no Redalyc

    Sistema de Informao CientficaRede de Revistas Cientficas da Amrica Latina, Caribe , Espanha e Portugal

    Projeto acadmico sem fins lucrativos desenvolvido no mbito da iniciativa Acesso Aberto

  • 96 Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    (1) Fonoaudiloga do Ncleo de Otorrinolaringologia e Cirurgiade Cabea e Pescoo de So Paulo, Especialista em Voz eem Audiologia.

    (2) Fonoaudiloga da Clinica Escola do Centro de Especializa-o em Fonoaudiologia Clnica. Especialista em Voz.

    (3) Fonoaudiloga Professora Assistente-Doutora do Departa-mento de Lingstica da Faculdade de Comunicao e Filo-sofia da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. Dou-tora em Lingstica Aplicada e Estudos da Linguagem pelaPontifcia Universidade Catlica de So Paulo.

    (4) Fonoaudiloga Diretora do Invoz Comunicao e VozProfissional. Doutora em Distrbios da Comunicao Hu-mana pela Universidade Federal de So Paulo.

    Extenso Vocal de Cantores de Coros Evanglicos Amadores

    Vocal range in amateur gospel choir singers

    Priscila Jovazino Bastos Medrado Costa (1), Kennia Lumatti Ferreira (2), Zuleica Antonia deCamargo (3), Slvia Maria Rebelo Pinho (4)

    RESUMO

    Objetivo: comparar a extenso vocal de cantores evanglicos com os dados oferecidos pela literaturareferentes a cantores profissionais e comparar os sujeitos entre si, relacionando extenso vocal comidade e tempo de canto. Mtodos: 80 coristas evanglicos (igrejas Batistas e Presbiterianas) de SoPaulo, maiores de 18 anos, com mais de um ano de prtica no coral e sem aula de canto foramavaliados quanto extenso vocal com o uso de teclado musical e afinador eletrnico. Resultados: amdia de oitavas foi de 2,5, diferenciando-se entre as idades e o tempo de canto no coro. Todas asrelaes avaliadas revelaram significncia estatstica. Houve divergncias entre extenso vocal doscoristas evanglicos avaliados nesta pesquisa e dos profissionais descritos na literatura. Concluso:a relao entre o tempo de experincia dos cantores e a idade foi diretamente proporcional, assimcomo a relao entre o tempo de experincia no canto coral e o nmero de notas alcanadas. Arelao entre idade e nmero de oitavas foi inversamente proporcional.

    DESCRITORES: Voz; Avaliao; Percepo Auditiva

    n INTRODUOA maior parte dos corais em todo o mundo for-

    mada por cantores amadores, encontrados em esco-las, igrejas, faculdades, bancos, comunidades, clu-bes e outras organizaes.

    Diferentemente dos cantores profissionais, que docanto obtm seu sustento, fama e reconhecimento, ocantor amador canta apenas por prazer. Ele ama ocanto incondicionalmente e seus nicos interesses soaceitao, companhia, aprendizado e aventura, e porisso so chamados de amadores ou voluntrios.

    Enquanto canta com outros que tm os mesmosinteresses, o cantor amador se liberta de toda inibioe julgamento e usa suas habilidades individuais. Ocantor amador no canta apenas em apresentaes.Ele canta em qualquer lugar: em casa, nas ruas e nochuveiro. Cantar alivia as tenses e tristezas do dia adia, uma forma de terapia, uma oportunidade de ex-plorar e dar sentido vida 1. Em estudo realizado comum coro amador, os resultados sugeriram que o cantocoral influencia positivamente tanto o estado emocio-nal como a competncia imunolgica 2.

    Em igrejas evanglicas esse fenmeno no di-ferente. A msica cantada faz parte das atividades,tendo o objetivo de preparar a congregao para mo-mentos especficos, como: contrio (arrependimen-to), leitura bblica, santa ceia, sermo e encerramen-to do culto. Seu nico e grande propsito deve ser aaplicao da arte na adorao, em aes de graas,orao e splica.

    A palavra Coro (do grego Khoros) significava, naantiguidade, reunio de pessoas que entoavam can-tos em conjunto e, ao mesmo tempo, danavam. Maistarde, o termo generalizou-se e passou a designarapenas canto coletivo. Essa prtica vem de temposremotos. Entre os antigos Egpcios, Assrios, Caldeuse Hebreus o canto desempenhava funo importante

  • 97Extenso vocal de cantores amadores

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    no apenas nas cerimnias religiosas, mas tambmpara animar as tropas nas batalhas. O Rei Davi, deIsrael, foi notvel compositor de cantos sacros e, reu-nindo o povo em praa pblica, formava coros de maisde mil pessoas. O canto coral tambm modalidadede canto em conjunto. Surgiu no sculo XVI comMartinho Lutero, na Reforma Protestante, que, per-cebendo a importncia da msica no culto divino, res-tabeleceu a prtica do canto coletivo nas cerimniasda igreja.

    O termo coral vem do alemo choral e possui en-tre os germnicos duas diferentes acepes: cantogregoriano dos catlicos romanos e cantocongregacional dos protestantes. O primeiro abran-ge os cantos e hinos executados pelo clero. At osculo VI ou VII o canto gregoriano reduziu o privil-gio da participao dos fiis na liturgia. A Reformaquebrou o monoplio do clero e concedeu aos leigoso direito e o dever de cantar na igreja.

    Martin Luther, poeta e msico de alto gabarito,reconheceu a importncia do emprego da msica emsuas lutas reformistas. Antes de Luther, osanabatistas, espalhados por vrios pases da Euro-pa, cantavam hinos escritos por eles mesmos. Foipublicado em Praga, em 1501, o primeiro hinrio pro-testante do mundo. Luther procurou dar ao povo umrepertrio de cnticos sacros, porm as novas msi-cas usadas para os textos bblicos eram msicasprofanas transformadas em canes crists. Nasceuassim o coral.

    O grande intrprete do pensamento musical daReforma foi, sem dvida, Johann Sebastian Bach. Suagrande paixo foi o cristianismo, que procurou trans-formar em msica. A msica de Bach trouxe o cristi-anismo ao alcance do povo para que todos pudes-sem se chegar a Deus.

    O coral sofreu influncia da escola alem, tendosido moldada liturgia latina. Atualmente os coraisnas igrejas evanglicas (que descendem da igrejaprotestante) cantam msicas de autores de vriospases e sofrem influncia da cultura globalizada.

    Os cantores nesses corais tambm so amado-res e cantam por amor a Deus e pelo servio queest sendo prestado. Seu interesse estar com seusamigos passando mensagens por meio da msica emuitas vezes no do importncia qualidade de seucanto, mas qualidade de seu envolvimento. Essescantores podem participar do canto coral em uma ouvrias igrejas durante anos ao longo de sua vida, semnunca estudarem canto ou fazerem uso de tcnicavocal especfica.

    O canto coral uma atividade que pode ser reali-zada por pessoas de diferentes idades ou estilos,por meio do agrupamento para a realizao da har-monia de vozes. Alm do bem-estar social e cultural,cantar, seja em coro ou no, um excelente exerc-cio para o desenvolvimento fsico do aparato respira-

    trio e auditivo, podendo ser uma influncia positivapara a qualidade vocal, inclusive para indivduosdisfnicos. Estudo, realizado com indivduos normaise disfnicos, sugere que exerccios vocais melhoramo controle da resistncia gltica 3.

    Um dos aspectos vocais mais importantes nocanto coral a extenso vocal, j que, para a forma-o harmnica, necessrio que cada naipe alcan-ce notas de diferentes regies.

    Extenso vocal o nmero de notas que um indiv-duo pode emitir da mais grave mais aguda, no im-portando a qualidade vocal conseguida e o nvel deesforo necessrio para atingi-las 4-9. Ela depende ba-sicamente da constituio de cada aparelho fonador 5.O tipo de voz geralmente corresponde a parmetrosanatmicos da laringe, mas h casos em que essacorrespondncia no to clara 10. Em estudo realiza-do com primatas observou-se que machos adultosso fisicamente maiores que as fmeas e apresenta-ram, assim como nos humanos, diferenas significa-tivas na qualidade vocal. As diferenas foram signifi-cativamente correlacionadas com a altura do falantemacho, mas essa correlao no foi encontrada nasfmeas 11. Tudo possvel nas configuraesanatmicas. Quando existe muita discordncia, a voz,mesmo sendo muito bela, ter extenso curta, compoucos graves ou agudos limitados 5. Porm a vozsofre modificaes durante o estudo do canto e to-das ganham extenso, umas para o grave e/ou parao agudo. Assim, a extenso vocal pode ser ampliadacom o treinamento vocal especfico 5-7.

    A extenso vocal abrange a totalidade dos sonsque a voz pode realizar e um dos fatores predomi-nantes que devem ser considerados na classificaovocal 5, mas no o nico. O indivduo pode emitirtons muito agudos ou graves que fazem parte de suaextenso vocal e, no entanto, no conseguir utiliz-los em sua voz cantada ou falada 4. A extenso vocalrefere-se, ento, ao limite de sons emitidos alm doslimites naturais de sua tessitura 8.

    Tessitura em italiano significa tecido, trama, e oconjunto de notas usadas no canto ou na fala, bor-dadas com absoluta comodidade. A tessitura da vozcantada inclui todos os tons que podem ser conse-guidos com qualidade musical e a tessitura da vozfalada inclui todos os sons que so usados na fala,situando-se geralmente na regio inferior da vozcantada 9. Ela pode ser determinada pela cultura, poisalgumas lnguas permitem maior variedade de tonsem suas emisses, e por circunstncias histrico-sociais precisas. Ou seja, uma voz considerada nor-mal na Itlia, onde a voz falada prxima da canta-da, pode ser considerada patolgica na Alemanha evice-versa. Assim como no movimento de liberaofeminina, onde se observam mulheres falando muitograve (sons comuns ao contralto) 4. Nas vozes notrabalhadas, a tessitura mais limitada que a exten-

  • 98 Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    so vocal, mas, medida que a tcnica vocal progri-de, tendem a confundir-se 12. A identificao do tipode voz leva em considerao a freqncia e a compo-sio dos formantes nos tons mais convenientes parao cantor e nas notas de transio de sua extenso. Atessitura, na qual o nmero mximo de semitons alcanado e intensidades mais altas nos formantesso registradas, foi a melhor forma para definir o tipode voz do cantor 10.

    H exerccios que propiciam o aumento e o usoadequado de toda a extenso vocal. Esses exercci-os devem ser associados a exerccios de respiraoe suporte. Muitos cantores se queixam por no con-seguirem produzir sons mais graves. Isto acontece,muitas vezes, devido ao posicionamento alto de la-ringe. Esta posio de esforo impe o fechamentolarngeo e abafa a sonoridade. Utilizam-se, neste caso,sons que facilitem o relaxamento larngeo. Outrosexerccios combinam extenso, agilidade, intensida-de e mudanas de vogais. H ainda exerccios quedesenvolvem a tonicidade em toda a extenso vocalpara evitar que a voz soe velada, destimbrada 5.

    Em pesquisa realizada com um coral amador aapresentao dos resultados das medidas do tempomximo de fonao e do perfil de extenso vocal per-mitiu confirmar que h melhora na performance geralde um grupo de cantores ainda que no profissio-nais, aps o ensaio coral e o exerccio vocal 9.

    A avaliao da extenso vocal permite identificar,objetivamente, a involuo de um quadro orgnico poraumento de massa em pregas vocais, com desloca-mento da faixa de freqncia em direo aos agudos e/ou uma melhor eficcia na atividade muscular 7. O perfilde extenso vocal, compondo-se um diagrama basea-do na completa extenso da voz, um teste bem co-nhecido, que pode oferecer informaes sobre o desen-volvimento de diversos ajustes usados pelo sujeito 13.

    Avaliar a extenso vocal tem ainda outras indica-es como: mapeamento dos limites fisiolgicos domecanismo vocal, avaliao e documentao daspossibilidades da voz cantada, avaliao de limita-es patolgicas, auxlio diagnstico em casos dedistrbios vocais, comparao intra-sujeitos (gnero,idade, classificao vocal) e medida de avaliao noresultado do treino vocal e tratamento teraputico. Oregistro do perfil de extenso vocal, complementadocom os parmetros acsticos de qualidade vocal,pode ser uma forma de avaliar quantitativamente aqualidade vocal diante de patologias. Esse mtodopode ajudar na identificao dos registros, o que otorna importante na avaliao dos cantores e na clas-sificao vocal 9.

    A extenso vocal o critrio mais comumenteempregado na classificao vocal, mas no deve ser onico, pois, depois de trabalhadas, as vozesfreqentemente modificam sua extenso. A classifica-o vocal deve ser feita de acordo com as caractersti-

    cas principais de cada voz 4. Ao classificar uma voz oprofessor de canto no deve se guiar apenas pelo tim-bre da voz falada. A voz tambm no deve ser classifi-cada pela extenso, mas sim por sua tessitura e pelotimbre da voz cantada. Tradicionalmente, timbre de-finido como atributo perceptual que diferencia dois sonsquando sua freqncia e intensidade so iguais e ain-da assim no h similaridade entre eles 14.

    Embora a extenso ampla seja uma das maioresvirtudes da voz, no suficiente para esclarecer aclassificao das vozes, j que existem vozes capa-zes de se estender ultrapassando os limites naturaisda categoria e outras que se mostram distintas ape-sar da extenso ser semelhante. A classificao feita com estudo minucioso de aspectos individuais,considerando-se as notas de maior qualidade. A vozbem classificada ter aproveitamento real e duradou-ro. No o professor nem o aluno quem fabrica avoz, assim importante que o cantor cante com avoz de acordo com sua constituio fsica. A m clas-sificao pode ser danosa, expondo o cantor aos ris-cos de desenvolver disfonia funcional.

    A classificao das vozes se refere ao uso da vozna msica erudita com tessituras mais amplas queas usadas na msica popular. De modo geral, o can-tor erudito, pela prpria natureza de seu trabalho,educa a voz de forma mais homognea, tendendo aampliar a tessitura e eficincia vocal. O canto popu-lar mais flexvel que o canto erudito, j que permitemudanas de tonalidade que se adaptam melhor tessitura do cantor. Se este desejar, pode mudar atonalidade de uma msica adequando-a suatessitura 8. O canto coral identificado como cantoerudito, onde no se pode mudar a tonalidade de umamsica. Mesmo que um corista no alcance deter-minada nota, a msica no pode ser modificada. Porisso, o desenvolvimento da extenso vocal dessescantores to trabalhado.

    Para a avaliao da extenso vocal, deve-se soli-citar ao sujeito que realize a emisso mais grave pos-svel (excluindo-se o vocal fry) em oposio outraemisso o mais aguda possvel, sem importar a qua-lidade e utilizando a vogal mais confortvel (geralmentea vogal [o] para grave e [a] para agudo) 7.

    Usando-se um teclado ou um diapaso, poss-vel identificar o tom mais grave que um indivduo podesustentar e o tom mais agudo deve ser pelo menosduas oitavas acima do mais baixo.

    O equipamento instrumental pode ser um geradorde som: um piano ou escaleta. O sujeito deve sus-tentar o tom larngeo na mesma freqncia solicita-da. Os autores recomendam usar as vogais [a], [i] e[u]. Para a avaliao da extenso vocal, o indivduocomea a emitir o som mdio (Inicia-se em Do2 paraos homens e Do3 para as mulheres), descendo at omais grave que conseguir emitir na escala, para ob-ter a freqncia mais baixa. Em seguida, para obten-

  • 99Extenso vocal de cantores amadores

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    o do som mais agudo ele deve subir na escala atemitir a nota mais aguda que for capaz, no impor-tando o registro (inclusive falsete). A qualidade do somno importante. Por razes prticas no levadoem considerao o registro vocal utilizado. Observa-se que muitas pessoas no tm habilidade musicalpara emitir o som solicitado no piano, e s vezes osexaminadores no tm habilidade para reconhecer.Dessa forma, interessante o uso de programas decomputador que registrem exatamente o tom produ-zido em cada emisso 9.

    A voz se modifica ao longo de toda a vida e essefenmeno varivel nas diferentes raas e nos dife-rentes pases. Na idade adulta, a voz adquire a ex-tenso normal, que de aproximadamente 2 oitavas.A extenso vocal, assim como a intensidade e a du-rao da fonao, diminui com a idade. O mximoesplendor da voz ocorre entre os 20 e os 45 anos. Apartir dos 50, a voz comea a perder a beleza e aqualidade, e a extenso vocal reduzida 12.

    A faixa de extenso vocal normal pode variar deuma oitava (13 semitons) a aproximadamente 4,5 oi-tavas 6. Um mnimo de duas oitavas encontrado naprtica, entretanto, tm-se pouco conhecimento arespeito da mdia e do desvio padro da extenso dafreqncia em grandes grupos de homens e mulhe-

    res 9. Um adulto normalmente pode produzir tons quese estendem em uma faixa de freqncia de duasoitavas acima do tom mais baixo sustentvel.

    A extenso vocal abrange geralmente duas oita-vas nos adultos. Porm, existem vozes que atingemat 3 oitavas (Sarah Vaughan) ou at mesmo 4 oita-vas (Mariah Carey), mas isto incomum 8.

    Os dados sobre extenso vocal esperada para asvozes femininas e masculinas, assim como o uso dostermos extenso e tessitura vocal, so divergentes naliteratura e dependem do pas de origem e da culturados autores. A Figura 1 mostra a faixa de extensovocal descrita para cada naipe segundo os autores dediferentes regies: Barcelona 12, Paris 5, So Paulo 15,Nova Iorque 16, Brasil/Itlia 17, Berlim 18. Todos os au-tores apresentados no quadro a seguir usam o termoextenso vocal, exceto a QAVCT que descreve a dife-rena entre tessitura e extenso vocal.

    Tendo em vista a realidade dos coros evanglicosamadores, este trabalho buscou avaliar as vozes doscantores desses coros no que diz respeito exten-so vocal, de forma a comparar os cantores entre sicom relao idade e ao tempo de prtica do cantocoral, verificando se, mesmo sem uso de tcnicasadequadas de canto, serve como exerccio para am-pliao da extenso vocal.

  • 100 Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    Figura 1 Extenso vocal em funo do naipe descrito por autores de diferentes pases

    n n n n n MTODOS

    Foram avaliados 80 sujeitos, cantores de corosevanglicos amadores, sendo 26 homens e 54 mu-lheres. Os sujeitos foram selecionados de forma ale-atria em coros de seis igrejas evanglicas quatropresbiterianas e duas batistas todas situadas naGrande So Paulo. Os critrios para participao fo-ram: ser maior de 18 anos (sem limite mximo deidade), participar regularmente do coro h mais deum ano e nunca ter feito aulas de canto. A presenade disfonia em graus de moderado a severo foi consi-derada critrio de excluso. No foi considerada comocritrio de excluso a presena de disfonia leve, umavez que a presena ou no de disfonia no era oobjetivo deste trabalho. Os examinadores foram res-ponsveis por detectar tal aspecto do ponto de vistaperceptivo-auditivo.

    Com o objetivo de avaliar a extenso vocal, foisolicitado que cada cantor emitisse a vogal mais con-fortvel (geralmente [a] para tons mdios e agudos e[o] para graves) no mesmo tom apresentado no te-clado musical, iniciando-se em Do3 para mulheres eDo2 para os homens, subindo de 1/2 em 1/2 tom emdireo s freqncias agudas e, em seguida, des-cendo em direo s notas graves. Estudo perceptualrealizado com cantores profissionais mostrou que ainteligibilidade das vogais inversamente proporcio-nal freqncia e cai rapidamente a partir do registromdio. Portanto as vogais tendem a se confundir coma vogal [a], provavelmente devido ao formato do tratovocal que nos registros mais agudos correspondemao dessa vogal 19. A instruo dada foi de que deveri-

    am emitir cada nota at o limite, no importando aqualidade nem o esforo vocal. As vogais foram es-colhidas com o intuito de que os sujeitos utilizassema vogal mais confortvel para que, com comodidade,chegassem aos limites de sua extenso vocal. Fo-ram consideradas todas as notas alcanadas noimportando o registro, incluindo o falsete e excluin-do-se o vocal fry 6-7.

    O material utilizado foi mini teclado musical Cs-sio PK-1 para gerar cada nota solicitada e afinadoreletrnico cromtico QT-12 para verificar se a notaemitida era correspondente nota solicitada. Os da-dos foram registrados em formulrio especfico ela-borado para essa pesquisa que consta de data denascimento, idade, gnero, igreja a que pertence,tempo de experincia no coral e a marcao do testeaplicado sobre extenso vocal. Todos os dados fo-ram registrados de acordo com as respostas dossujeitos. Os dados de extenso vocal foram compa-rados com os apresentados no QAVCT, quadro auxi-liar para avaliao vocal.

    As avaliaes foram realizadas nos dias e horri-os de ensaio dos coros com orientao e informaoprvias e com a autorizao dos regentes. Os sujei-tos foram avaliados aps aquecimento vocal pois oaquecimento pode melhorar a performance vocal epode aumentar a viscosidade da prega vocal assimcomo estabilizar vozes agudas 20 em sala prximaao local de ensaio de cada coro, nas prprias igrejas.Dessa forma no houve necessidade de locomoodos sujeitos nem prejuzo de sua participao nosensaios. Cada avaliao teve durao de 10 a 15 mi-nutos. As informaes foram coletadas por dois exa-

  • 101Extenso vocal de cantores amadores

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    minadores fonoaudilogos, sendo uma nas igrejaspresbiterianas e outra nas igrejas batistas, ambascom conhecimento musical e experincia na prticade canto coral.

    Os dados foram analisados estatisticamente, uti-lizando-se a anlise de correlao de Pearson(p

  • 102 Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    22 M 51 33 si1 re4 2,2523 M 44 24 re2 fa#4 2,3324 M 50 26 re#1 do#4 2,8325 M 54 40 re#1 do4 2,7526 M 27 13 fa1 mi5 3,9227 F 42 15 do2 fa4 2,4228 F 64 56 si1 fa4 2,529 F 40 5 sol1 do4 2,4230 F 50 48 la#1 la4 2,9231 F 59 5 fa2 do4 1,5832 F 37 3 do#2 re#4 2,0833 F 62 16 re#2 sol#4 2,1734 F 48 36 re2 fa#4 2,2535 F 58 3 do#2 la4 2,6736 F 68 30 fa#2 re#4 1,7537 F 62 44 re#2 fa#4 2,2538 F 21 15 re2 si4 2,7539 F 23 15 re2 la#4 2,6740 F 21 5 la#1 la#3 241 F 48 4 re2 la4 2,5842 F 28 4 mi2 sol#4 2,3343 F 42 32 do2 sol4 2,5844 F 54 20 la1 si3 2,1745 F 55 45 do2 la4 2,7546 F 65 17 si1 sol4 2,6747 F 42 1 si1 si3 248 F 59 1,2 re#2 re#4 249 F 44 29 re2 mi4 2,1750 F 57 42 do2 la4 2,7551 F 54 40 re2 do5 2,8352 F 39 30 si1 si4 353 F 51 40 mi2 do5 2,6754 F 52 20 si1 fa#4 2,5855 F 37 1,8 si1 re4 2,2556 F 46 2,5 re2 fa4 2,2557 F 40 23 do#2 re#4 2,1758 F 22 16 do#2 la4 2,6759 F 28 6 re2 la#4 2,6760 F 61 10 fa2 re#4 1,8361 F 61 1,5 do#2 la4 2,6762 F 68 13 mi2 la4 2,4263 F 68 10 mi2 re4 1,8364 F 49 15 sol1 mi4 2,7565 F 66 30 do2 sol#4 2,6766 F 67 1,5 re#2 sol4 2,3367 F 51 1 fa2 re#4 1,568 F 30 5 sol2 la4 2,17

  • 103Extenso vocal de cantores amadores

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    Figura 2 Extenso vocal dos cantores amadores dos coros de igrejas evanglicas avaliados

    69 F 48 39 re2 do5 2,8370 F 49 13 si1 sol4 2,6771 F 60 45 mi2 si4 2,5872 F 38 25 si1 do#5 3,1773 F 26 3 fa#2 si4 2,4274 F 32 17 re#2 do#5 2,8375 F 62 3 fa2 la4 2,3376 F 48 8 re2 fa4 2,2577 F 41 14 sol#1 fa#4 2,9278 F 47 5 re#2 fa4 2,2579 F 39 13 si1 la4 2,8380 F 25A 5 do2 do5 3

  • 104 Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    n DISCUSSO

    Os dados obtidos nesta pesquisa oferecem mui-tas vertentes de interpretao, levando necessi-dade de analis-los qualitativamente. Como primei-ro ponto, destaca-se que a classificao vocal parao canto no deve ser feita apenas com base na ex-tenso vocal.

    A Figura 1 mostra o que foi encontrado na literatu-ra para cantores profissionais em diversos pases.Observa-se neste quadro que h discrepncia entreos autores, especialmente entre os autores Perell(Barcelona) 12 e Nadoleszny (Berlim) 18 em relao svozes masculinas, pois no primeiro h um alcancemaior para os agudos e no segundo, para os graves.Ao comparar com o que foi obtido na presente pes-quisa, demonstrado na Figura 2, percebe-se que hsuperao dos sujeitos do gnero masculino nos tonsagudos em relao a todos autores, e nos tons gra-ves s no supera os cantores profissionais descri-tos por dois autores (QAVCT) 18. Alguns cantores al-canaram notas mais agudas que as das mulheresque participaram desta pesquisa (lembrando que fo-ram aceitas emisses em falsete). J nos sujeitosdo gnero feminino, encontraram-se vozes com ex-tenso mdia, no alcanando notas agudas comoas descritas na literatura (Figura 1).

    Outro achado relevante foi que a extenso dasvozes masculinas para os graves no superou o pa-dro do autor que pesquisou em Berlim 18, que com-patvel com a literatura, uma vez que h diferenaquanto lngua, cultura, tcnica e ao clima 4.

    A definio do termo extenso vocal e seu uso sodivergentes na literatura. Todos os autores definem otermo como nmero de notas produzidas pelo sujeitoda mais grave mais aguda, independente do registro eda qualidade da produo. Porm, ao descreverem aextenso vocal esperada para cada naipe, alguns apre-sentam nmero reduzido de notas, dando a impressode se tratarem apenas das notas produzidas com qua-lidade vocal para o canto, ou seja, referentes tessitura.Poucos autores parecem se referir realmente exten-so como a QAVCT e Nadoleszny 18.

    Ao avaliarmos extenso vocal, observamos quemuitos tons produzidos no tm qualidade para ocanto. Encontraram-se situaes semelhantes sdescritas na literatura. Nem todas as notas que fa-zem parte da extenso vocal, tm qualidade para ocanto. Nas avaliaes, observou-se que os sujeitoschegam aos extremos de sua extenso com esfor-o. Alguns tiveram dificuldades s nos agudos e tal-vez, se fossem classificadas adequadamente, suasvozes poderiam ser classificadas como graves; ou-tros, por sua vez, produziram as notas graves comesforo e talvez pudessem ser classificados comovozes agudas. Houve ainda aqueles que apresen-tam dificuldade tanto nos agudos como nos graves

    e talvez fossem vozes mdias. H vozes com ex-tenses semelhantes que cantam em naipes dife-rentes. H vozes que apresentam apenas as notascomuns a todos os naipes de seu gnero e poderi-am ser, a princpio, encaixadas em qualquer umdeles. H tambm vozes com extenso vocal muitoampla e que alcanam tanto notas graves comoagudas. Por isso, o dado da extenso vocal noconfigura isoladamente um parmetro adequado paraa classificao vocal.

    Na Figura 2 observam-se vozes femininas de di-ferentes naipes com extenses vocais semelhan-tes, porm no foi objetivo deste trabalho avaliarconjuntamente a qualidade vocal, o que chama-do de tessitura vocal. Por isso, no se pode preci-sar se houve m classificao (nesse caso todasdeveriam estar cantando no mesmo naipe), ou serealmente as vozes tm extenso semelhante commelhor qualidade em diferentes regies (diferenaapenas na tessitura).

    Nos corais pesquisados, no h seleo para oingresso dos cantores. Nenhum membro da comuni-dade pode ser excludo de participar do coro por faltade aptido, falta de conhecimento musical ou atmesmo por alterao vocal. Este tipo de discrimina-o seria incompatvel com o intuito do canto nasigrejas. Foram encontradas pessoas disfnicas e atafnicas presentes nos ensaios, sem qualquer inter-veno por parte do regente. Houve casos em que oprprio regente apresentava-se disfnico, dirigindo oensaio. O regente geralmente algum que toca al-gum instrumento musical e em algumas igrejas visi-tadas, os regentes regiam ao mesmo tempo em quetocavam piano e, assim, de costas para os coristasna hora do ensaio, no podiam observar eventuaisposturas inadequadas.

    O contexto dos coros profissionais completa-mente diferente. A populao que procura um coroprofissional diferenciada. A grande maioria j apre-senta estrutura orgnica privilegiada para o canto 4-5e geralmente so pessoas com grande potncia eextenso vocal, bem como conhecimento musical.Alm disso, h seleo muito bem definida e criteriosadas vozes, onde o regente, plenamente gabaritadopara esta funo, encaminha os cantores para o nai-pe apropriado, sempre acompanhando sua evoluoe fazendo as devidas mudanas quando necessri-as. Tambm encontramos preocupao com a afina-o e com a qualidade vocal dos coristas.

    Por outro lado, os cantores evanglicos, em suamaioria, cantam h muitos anos na igreja, geralmentetendo participado de coral infantil, coral jovem e posteri-ormente passando a fazer parte do coro principal daigreja. O fato de exercitarem a voz na prtica do canto,sempre no mesmo estilo musical, ainda que sem tcni-ca adequada, d a eles a possibilidade de ampliaremsua extenso vocal, como descrito na literatura 5-7. Os

  • 105Extenso vocal de cantores amadores

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    ABSTRACT

    Purpose: to compare the vocal extension of gospel choristers with the data provided in the literature onprofessional singers; and compare the subjects amongst themselves and relating vocal extension, ageand time of sing. Methods: 80 gospel singers (from Baptist and Presbyterian churches) from SaoPaulo, older than 18 years, who participated in choir activities for at least one year, practicing in choruswith no singing classes. The vocal extension of each singer was evaluated with musical keyboard andelectronic tuner. Results: the mean rate was 2.5 octaves, changing according to the ages and time ofsinging in chorus. There were divergences between gospel singers assessed in this research andprofessional singers vocal extension. The practice of chorus singing may promote vocal extensionincrease. Conclusion: comparatively, the youngest individuals presented greater vocal extension thanthe elders, however the aged ones that have practiced singing since youth presented vocal extensionsimilar to that of the young ones that had entered the choir for a little time. The relationship betweenage and number of octaves was inversely proportional.

    KEYWORDS: Voice; Evaluation; Auditory Perception

    coristas evanglicos se enquadram na faixa de norma-lidade quanto extenso vocal, j que apresentam mdiade 2,5 oitavas. A literatura refere que a extenso vocaldeve ser de 1 a 4,5 oitavas 6,8-9,12.

    Na presente pesquisa observou-se que a mdia dototal de oitavas produzidas por aqueles que cantam hmais de 5 anos no coro superior daqueles que can-tam h menos tempo. Tais achados so coerentes coma literatura, onde resultados indicam que o treinamentovocal afeta significantemente a extenso mxima defreqncia fonatria, a freqncia fundamental e o nvelde presso sonora 21. Os cantores entre 20-30 anos deidade que cantam h mais de 5 anos obtiveram umamdia de extenso vocal elevada, 2,89 oitavas.

    Entretanto, comparando-se indivduos jovens aosidosos, observamos que, com o aumento da idade,h tambm declnio da extenso vocal. Isso podese dar pelos danos prprios do envelhecimento e/oupor conta de m classificao vocal, que ao longodos anos causou-lhe deteriorao. Mas, comparan-do-se a extenso vocal dos idosos, nota-se diferen-a significativa entre os que cantam h anos e osque ingressaram h pouco no coro. Esses dadosmostram que o canto coral, por si s, mesmo semuso adequado de tcnicas, pode ampliar significati-vamente a extenso vocal e amenizar os efeitos daidade sobre a voz. Estudo realizado com 91 mem-bros (41 mulheres e 50 homens) de um coral noprofissional revelou que os valores mdios de inten-sidade e freqncia refletem maior efetividadefonatria na fala, no grito e no canto 22.

    Apesar de no se comparar ao canto profissio-nal, a prtica do canto coral, mesmo sem uso detcnicas adequadas de canto, pode promover o au-mento da extenso vocal, servindo como exercciopara ampliao da extenso vocal. Esses dadoscombinados mostraram que a prtica do canto noimpede o envelhecimento vocal, mas pode ameni-zar seus efeitos.

    Por meio da fibronasofaringolaringoscopia, pos-svel observar que pacientes com disfonia funcionalapresentam anormalidades no biomecanismolarngeo, comumente caracterizado por contraosupragltica. Cantores trabalhando nos limites de suasvozes podem demonstrar transitoriamente padressemelhantes de tenso. Estudo realizado com 100cantores saudveis durante o canto demonstrou quecantores clssicos apresentam nveis de tenso maisbaixos que os no clssicos, sendo o menor nvel detenso observado entre os cantores de msica coral.Foram tambm consideradas as influncias de ndu-los vocais, nvel de tcnica vocal, nmero de horasde treino e apresentaes por semana, prtica deaquecimento, etnia e consumo de lcool e fumo 23.

    Os dados apresentados e discutidos indicam anecessidade de ampliar a casustica estudada. A pr-xima etapa para avanar neste campo de estudos eauxiliar na classificao vocal deveria incluir: diferen-ciao clara entre extenso e tessitura vocal de cadaindivduo, zonas de passagens de registros (registrosde peito, mdio, cabea e falsete), regio de tom ha-bitual e ideal de fala e excluso de indivduosdisfnicos. Tcnicas avanadas de anlise acsticade voz podem oferecer informaes confiveis a res-peito da efetividade do treino vocal 24.

    n n n n n CONCLUSO

    A mdia do nmero de notas alcanadas pelossujeitos da pesquisa foi compatvel com o que des-crito na literatura: aproximadamente 2 oitavas.

    A relao entre o tempo de experincia dos can-tores e a idade foi diretamente proporcional, assimcomo a relao entre o tempo de experincia no can-to coral e o nmero de notas alcanadas. A relaoentre idade e nmero de oitavas foi inversamente pro-porcional. Todas as relaes avaliadas revelaramsignificncia estatstica.

  • 106 Costa PJBM, Ferreira KL, Camargo ZA, Pinho SMR

    Rev CEFAC, So Paulo, v.8, n.1, 96-106, jan-mar, 2006

    n n n n n REFERNCIAS

    1.Smith B, Sataloff RT. Choral pedagogy. San Diego:Singular Publishing Group; 2000.2.Kreutz G, Bongard S, Rohrmann S, Hodapp V, GrebeD. Effects of choir singing or listening on secretoryimmunoglobulin A, cortisol, and emotional state. JBehav Med 2004; 27(6):623-35.3.Laukkanen AM, Lindholm P, Vilkman E. On the ef-fects of various vocal training methods on glottal re-sistance and efficiency: a preliminary report. FoliaPhoniatr Logop 1995; 47(6):324-30.4.Ferreira LP. Trabalhando a voz: vrios enfoques emfonoaudiologia. So Paulo: Summus; 1988.5.Dinville C. A tcnica da voz cantada. Rio de Janei-ro: Enelivros; 1993.6.Pinho SMR. Fundamentos em fonoaudiologia:tratando os distrbios da voz. Rio de Janeiro:Ganabara Koogan; 1998.7.Pinho SMR, Camargo Z. Introduo anlise acs-tica da voz e da fala. In: Pinho SMR. Tpicos em voz.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.8.Marsola M, Ba T. Canto uma expresso: princpi-os bsicos de tcnica vocal. So Paulo: Irmos Vitale;2001.9.Torres MLGM, Behlau M. Medidas do perfil de ex-tenso vocal, tempo mximo de fonao e relao s/z em cantores de um coral amador, pr e ps-ensaio.In: Behlau M. A voz do especialista. Rio de Janeiro:Revinter; 2001.10.Pavlikhin OG, Meshcherkin AP. The role of spec-tral computer analysis in determination of a singersvoice type and prevention of vocal disease in singers.Vestn Otorinolaringol 2003; (1):9-11.11.Rendall D, Kollias S, Ney C, Lloyd P. Pitch (F0)and formant profiles of human vowels and vowel-likebaboon grunts: the role of vocalizer body size andvoice-acoustic allometry. J Acoust Soc Am 2005;117(2):944-55.

    12.Perell J. Canto e diccin. Barcelona: Cientifico-Medica; 1975.13.Roubeau B, Castellengo M, Bodin P, Ragot M.Laryngeal registers as shown in the voice range profile.Folia Phoniatr Logop 2004; 56(5):321-33.14.Erickson ML. Dissimilarity and the classificationof female singing voices: a preliminary study. J Voice2003; 17(2):195-206.15.Pinho SMR, Bastos PRJ. Quadro para avaliaovocal de correspondentes tonais. Barueri: Pr-fono;2003.16.Hirano M. Clinical examination of voice. New York:Springer-Verlag; 1981.17.Izzo M. Noes elementares de msica. 5. ed.So Paulo: Irmo Vitale; 1946.18.Nadoleczny M. Untersuchungen ber denKunstgesang. Berlin: Springer, 1923 apud Zemlin WR.Princpios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia.Porto Alegre: Artmed; 2000. p. 184.19.Scotto Di Carlo N, Germain A. A perceptual studyof the influence of pitch on the intelligibility of sungvowels. Phonetica 1985; 42(4):188-97.20.Motel T, Fisher KV, Leydon C. Vocal warm-up in-creases phonation threshold pressure in soprano sing-ers at high pitch. J Voice 2003; 17(2):160-7.21.Mendes AP, Rothman HB, Sapienza C, Brown WSJr. Effects of vocal training on the acoustic param-eters of the singing voice. J Voice 2003; 17(4):529-43.22.Hacki T. Vocal capabilities of nonprofessional sing-ers evaluated by measurement and superimpositionof their speaking, shouting and singing voice rangeprofiles. HNO 1999; 47(9):809-15.23.Koufman JA, Radomski TA, Joharji GM, RussellGB, Pillsbury DC. Laryngeal biomechanics of the sing-ing voice. Otolaryngol Head Neck Surg 1996;115(6):527-37.24.Sangiorgi T, Manfredi C, Bruscaglioni P. Objectiveanalysis of the singing voice as a training aid. LogopedPhoniatr Vocol 2005; 30(3-4):136-46.

    RECEBIDO EM: 20/04/05ACEITO EM: 21/02/06

    Endereo para correspondncia:Av. Euclides, 76 Bloco D 81So Paulo SPCEP: 04326-080Fone: (11) 5021-2851E-mail: [email protected]