Extra Ano 18 n. 2

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Acadêmico conta a sua experiência no evento que recebeu o Papa artigo Pag 2 TUBARÃO :: ANO 18 :: NÚMERO 2 :: NOVEMBRO DE 2013 FOTO: DIVULGAÇÃO Mário Motta concede entrevista ao Extra Pag. 10 Um dos maiores nomes da comunicação catarinense fala sobre a infância, no circo da família, e da vida profissional A arte de comunicar e estar presente na vida das pessoas são características que se destacam em Mário Motta. Água: uma aliada no tratamento de diversas doenças saúde Pag 8 Como é a rotina de quem doa sua vida para salvar outras geral Pag 3 Memórias da enchente de 1974 permanecem vivas nos moradores especial Pag 6 Cidadãos e empresas podem obter incentivos para ações culturais cultura Pag 12

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Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Unisul - Campus de Tubarão/SC

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Page 1: Extra Ano 18 n. 2

Acadêmico conta a sua experiência no evento que recebeu o Papa

artigo

Pag 2TUBARÃO :: ANO 18 :: NÚMERO 2 :: NOVEMBRO DE 2013

FOTO: DIVULGAÇÃO

Mário Motta concede entrevista ao Extra

Pag. 10Um dos maiores nomes da comunicação catarinense fala sobre a infância, no circo da família, e da vida profi ssional

A arte de comunicar e estar presente na vida das pessoas são características que se destacam em Mário Motta.

Água: uma aliada no tratamento de diversas doenças

saúde

Pag 8

Como é a rotina de quem doa sua vida para salvar outras

geral

Pag 3

Memórias da enchente de 1974 permanecem vivas nosmoradores

especial

Pag 6

Cidadãos e empresas podem obter incentivos para ações culturais

cultura

Pag 12

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Novembro de 20132 Editorial

N ome, idade, e qual área do jornalismo quer seguir? Três perguntas básicas que nos foram feitas nas

primeiras semanas de aula do curso, de lá para cá, quantas mudanças... O nome, antes respondido completo, ou só o primeiro mesmo, hoje é o “nome de guerra”, a idade avançou, mas é na área do jornalismo que se percebe as maiores mudanças. Da assessoria de imprensa ao rádio, da TV à assessoria, do jornalismo especializado à TV, aos poucos os meios de comunicação foram ganhando, ou perdendo adeptos, fruto das nossas experiências e experimenta-ções em sala de aula. O Extra do oitavo semestre, traz consigo, a identidade dos 15 sobreviventes daquela turma de jo-vens que 4 anos atrás entravam tímidos no bloco H, Cettalzinho para os ínti-mos. Uma turma ativa na universidade, que não se conformou com o aprendi-zado em sala de aula e aprendeu rápido a lição de que jornalismo se faz na rua. Fomos para rua, trabalhando e/ou esta-giando em veículos de comunicação por todo o sul do estado, nas mais diversas áreas, nos diferentes setores, coman-dando programas de TV, na sonoplastia do rádio, na diagramação do jornal di-ário, no portal da internet, lá estávamos nós, trabalhando e contando, sempre, com o suporte dos professores que nos ensinaram e nos ensinam até hoje o que é ser e como fazer o jornalismo correto, com ética e responsabilidade. O último semestre, o TCC, não nos impediu e as-sumimos junto à coordenação do curso a missão de entregar em tempo recorde o curta metragem “Zumblick, eterno Willy” e a Revista Em Pauta, que tam-bém homenageia o artista tubaronense. Unimos forças, reunimos talentos e ha-bilidades, e olha que dessa nem o co-ordenador do curso escapou, virou ator por um dia. O jornal que está em suas mãos, mostra um pouco de cada um de nós, jornalistas, colegas e amigos.

O s olhares do mundo se diri-giram para o Rio de Janeiro durante os dias da Jornada

Mundial da Juventude, que aconteceu de 23 a 28 de julho, e com muito su-cesso! Evidentemente que a mídia em geral enfocou principalmente, como não poderia deixar de ser, a presen-ça, os gestos e as palavras do Papa Francisco em sua primeira viagem pastoral, e justamente à “sua” Amé-rica Latina. O Cristo Redentor nos recebeu de braços abertos! Foi uma oportunidade para alargarmos nos-sos horizontes e conhecermos outras culturas e línguas, além de perceber como outras nações vivenciam sua fé. Saltou aos nossos olhos a fi rmeza na fé da juventude que verdadeiramente ama a Igreja e procura ser fi el a Jesus.

Essa JMJ foi, sem dúvida, uma ação de Deus na vida de todos nós! Para quem organizou nesses quase dois anos com todos os detalhes e dis-cutiu todas as possibilidades, tudo o que houve não se pode atribuir a nós. Creio que foi o evento que mais teve mudanças que podemos saber: des-de a mudança da base aérea de Santa Cruz, passando pela renúncia e elei-ção do Papa, até a mudança do local das celebrações fi nais. Nesse mesmo contexto tivemos a difi culdade fi nan-ceira da Europa, as manifestações no Brasil, acontecimentos que mudaram as questões de segurança, como o in-cêndio da casa de espetáculos no sul e o atentado nos EUA, que fi zeram com que as normas se modifi cassem a cada momento, com novas exigências.

Claro que as pequenas manifesta-ções de pessoas que não concordam com os valores da Igreja também es-tiveram presentes, mas foram respon-didas com paz e fraternidade de quem não estava para brigar, mas para dar as mãos e anunciar a paz. A colaboração de todas as autoridades e organiza-ções trouxe a certeza de que o Senhor conduz a história. Não teria como fa-zer tantas mudanças e continuar tudo tão em paz, inclusive com a limpeza inédita da praia de Copacabana após um grande evento, e a não ocorrência de violência em uma concentração de mais de três milhões e meio de pessoas no mesmo lugar. Num espaço em que se falavam todas as línguas, a “lingua-gem do amor” prevaleceu. Contagiou os moradores de Copacabana, que estão acostumados a ver sua região ter grandes eventos, e viram naqueles

dias que algo novo estava no ar.Durante a programação da JMJ

percebemos uma inundação de jovens no Rio de Janeiro e, no entanto, não houve nenhuma depredação, não ob-servamos nenhum grupo fazendo uso de bebida alcoólica, nem mesmo briga ou desentendimento. Naquele ambien-te de diversidade linguística havia co-munhão e unidade. Outra caracterís-tica desses jovens é a alegria, de cara limpa estavam cheios de entusiasmo. Vendo o entusiasmo deles nas ruas, no metrô, mesmo em meio ao des-conforto, lembramo-nos do signifi ca-do da palavra entusiasmo: vinda do grego en-théos, que quer dizer cheio de Deus. Quem está cheio de Deus mantém a alegria mesmo em meio ao sacrifício e desconforto.

As difi culdades para chegar perto do Santo Padre são naturais, pois ele é um só para milhares de pessoas, mas de uma forma ou outra ele se aproxi-mou o mais possível. Até mesmo a segurança, tão preocupada, viu que a única ameaça que havia era o “gran-de amor” do povo para com o Santo Padre. Infelizmente, em algumas cele-brações, na entrada de sacerdotes pre-valeceu mais a força que a caridade, mas tenho certeza de que eles saberão perdoar esses momentos mais difíceis. Em geral, a alegria era contagiante.

A presença do Papa Francisco foi uma bênção. O Papa, com seu caris-ma franciscano, apesar de ser um je-suíta, conquistou a todos. A palavra do sucessor de Pedro foi sempre breve e profunda, trazendo unção e encora-jamento. O Santo Padre soube intera-gir, prender a atenção e levar todos à refl exão. Em uma de suas homilias perguntava: quais serão os frutos da JMJ? Esta pergunta continua ecoan-do em nossos corações. Creio que o principal fruto é o despertar da Igreja que precisa, mais do que nunca, ir às periferias existenciais, sair às ruas, ir ao encontro das pessoas. Diria mais, precisamos investir na juventude que, tantas vezes, é vítima de armadilhas e contra-valores apregoados pelo mun-do moderno.

Esses jovens são responsáveis por um mundo mais justo e humano. Es-tão dispostos a ir às ruas, como pediu o Papa, também para testemunhar que um mundo novo, sem violência, sem guerras, sem divisões – é possível. Vieram de todos os tipos de regime de governo e sabem o que é cada si-

tuação, ou de exclusão ou de ditadura. Sabem também de sua responsabili-dade no mundo de hoje e de amanhã. Essa experiência de troca universal que houve aqui no Rio de Janeiro per-manecerá em seus corações e, tenho certeza de que já os entusiasmou para viverem ainda mais sua vocação e sua missão.

BASTIDORES DA JMJ

Eu estudante de Jornalismo da Unisul de Tubarão, 21 anos, arrumei as malas com destino a Madri, Es-panha, em 2011. Acompanhado com mais duas jovens da Diocese de Tu-barão. Juntos viveríamos uma expe-riência nunca antes vivida nas nossas vidas: a Jornada Mundial da Juventu-de. O objetivo era vivenciar todos os momentos com milhares de jovens do mundo inteiro, com a presença do até então papa Bento XVI.

No encerramento da Jornada es-panhola, as palavras do Santo Padre foram “Tenho o prazer de anunciar agora que a sede da próxima jorna-da mundial da juventude será Rio de Janeiro, Brasil”. Já sabíamos dessa informação, até porque fomos como delegados da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, e iríamos ajudar a prepara a JMJ no Rio de Janeiro.

Desde então, dois anos se passa-ram, muitos trabalhos realizados, tan-ta coisa boa vivida. As inscrições para a jornada começam pelo site, os even-tos por aqui com relação à JMJ co-meçando. Será que seria a hora de me inscrever como voluntário? Sim, seria, então fi z minha parte com um ano de antecedência, em julho de 2012.

Então, no dia, 15 de julho, embar-co em Florianópolis e rumo ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude 2013. Fui um dos res-ponsáveis pelo setor de comunicação do evento no Rio de Janeiro. Por ser voluntário, tive que estar alguns dias antes, onde foram defi nidos os locais para trabalhar

Em 2011 fomos em três pessoas. Desta vez, foram mais de 800 de nossa Diocese e isso é uma vitória, é muito gratifi cante. Os outros foram apenas como participantes, mas todos se en-gajaram em diversos trabalhos para poder estar na jornada. Foram muita pessoas vendendo rifa, almoços, janta-res e tantos outros. Mas o que valeu a pena foi o envolvimento da juventude.

Ecos da Jornada Mundial da JuventudeMurilo Medeiros .:. Acadêmico de Jornalismo

Artigo

ExpedienteExtraJornal Laboratório doCurso de Jornalismo UnisulCampus de Tubarão

Coordenação GeralMário Abel Bressan JúniorCoordenador do Curso deComunicação Social

SupervisãoProfessora Cilene MacedoLaboratório de Vivência: Mídia Impressa

Planejamento VisualJoão Paulo De Luca JrJornalista

TextosAlunos do 8º Semestre de Jornalismo

Impressão: Gráfi ca e Editora SollerTiragem: 500 exemplares

Telefone para contato: 48 3621-3092

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Novembro de 2013 3Geral

Voluntariado Como é a rotina dos profi ssionais que doam a vida para salvar outras, um dia de glória para os anjos que zelam pela vida

S irenes nos dias de chuva, na madruga-da, nos domingos e feriados. Basta o tele-

fone tocar e lá vão os anjos da vida: os bombeiros. O plantão inicia muito cedo, os bombei-ros militares acordam às 6h da manhã e se deslocam para o quartel onde prestam servi-ço. Tudo se inicia às 8 horas da manhã com a conferência de material, viaturas e inserção da guarnição no sistema 193. Após a limpeza e manutenção dos equipamentos, agora é a vez da limpeza do quartel.

Independente do horário ou o que estão fazendo, ao soar o alarme os bombeiros saem as pressas para prestar socorro. Na parte da tarde, diariamen-te, é realizado um treinamento operacional, uma mistura de prática e teoria. O dia do Bom-beiro é assim, com alternân-cias, sustos e alegrias.

ENQUANTO A CIDADE DORME ALGUÉM VIGIA A NOITE E

ZELA PELA VIDA

Ao anoitecer os militares preparam o jantar, e às 21 horas, é realizada uma reunião onde são abordados pontos positivos e negativos do atendimento nas ocorrências do dia. Após esse horário, o chefe de socorro que é o militar mais antigo ou de maior grau hierárquico, realiza a escala de hora para a central telefônica e guarda do quartel. Os horários são revezados para que todos possam descansar e estar preparados para o atendi-mento da população.

O APOIO DOS BOMBEIROS COMUNITÁRIOS -

VOLUNTÁRIOS

O curso de formação de Bombeiros Comunitários

Um gesto de solidariedade e amor com o próximo

FOTOS: ARQUIVO DO CORPO DE BOMBEIROS

Equipe do corpo de bombeiros de Braço do Norte se prepara para mais um dia de trabalho.

acontece de acordo com a ne-cessidade do efetivo e a função do voluntário é auxiliar nos serviços do bombeiro militar nas diversas atividades desen-volvidas. Os “heróis” da vida real recebem auxilio dos vo-luntários em serviços prestados como atendimento pré-hospita-lar, combate a incêndio, resgate veicular, limpeza de pista após acidente, salvamento aquático, busca terrestre, salvamento em altura, resgate de pessoas pre-sas em elevadores, entre outras.

Para o chefe de socorro e Cabo Antônio César Scremin Martins, o trabalho do voluntá-rio é de suma importância para o efetivo do bombeiro, e ajuda no tempo resposta à comunida-de, além de agilizar o trabalho realizado na ocorrência. Atu-almente a 3° Companhia do Bombeiro de Braço do Norte possui um efetivo de 22 bom-beiros militares e conta com o auxilio de cinco voluntários

ativos, sendo destes três mu-lheres e dois homens além de dois Bombeiros Comunitários Profi ssionais (BCP).

Para o coordenador do ser-viço voluntário do Vale, o 3° Sargento Pedro Mendonça, é estrategicamente importante para o CBMSC ter cada vez mais pessoas preparadas para o 1º enfrentamento a emergên-cias diretamente no local da ocorrência, além de possibili-tar a expansão do Bombeiro a mais municípios Catarinenses. “O projeto Bombeiro Comu-nitário visa à extensão de co-nhecimentos a toda comuni-dade através de capacitações e cursos e busca a excelência nos serviços prestados pelo Bom-beiro Militar junto à comunida-de”, revela Mendonça.

Há 10 anos Fernando Lehmkuhl Longuinho iniciou a vocação bomberil como bom-beiro mirim, e quando comple-tou 16 anos de idade passou

para classe de bombeiros co-munitários na qual atua hoje. Ao longo deste tempo, muitas foram as ocorrências atendidas entre elas a de um parto emer-gencial. “Por volta de 2 horas da madrugada fomos aciona-dos para atendimento de uma mulher já em trabalho de par-to. Quando chegamos ao local verifi camos que não havia mais a possibilidade de conduzir essa pessoa ao hospital e en-tão resolvemos fazer o parto ali mesmo”, lembra o bombeiro. Emocionado, Fernando rela-ta que tudo ocorreu de forma tranquila e enfi m foi mais uma vida salva e desta vez trazida ao mundo. Fernando pretende se-guir carreira militar, pois desde criança se identifi cou com a profi ssão.

O VOLUNTARIADO TORNA SERES HUMANOS MELHORES

Eu, Adriane Silva, a jorna-

lista que escreve esta matéria, faço parte desta grande equi-pe há seis anos. Temos como lema “vidas alheias, riquezas a salvar”. Ser bombeiro é nunca saber o que nos espera. A úni-ca certeza de cada trabalho é que nunca se sabe como será o plantão e que tipos de emoções vamos compartilhar. Todos têm algo a contribuir. Ser voluntá-rio é gratifi cante para aquele que doa e para quem recebe. Mesmo convivendo a todo ins-tante com emoções diferentes é muito triste quando não se consegue salvar uma vida, mas em contrapartida quando uma vida é salva não há recompen-sa maior, pois o dinheiro não compra a gratifi cação que sen-timos ao cumprir uma missão com êxito. Toda ação voluntá-ria é fundamental para a contri-buição no desenvolvimento da comunidade. Hoje divido meu tempo entre a família, o volun-tariado e o jornalismo.

Adriane da Silva

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Novembro de 20134 Geral

Programas de Intercâmbio

Os programas de intercâmbio estão crescendo e se diversifi cando. Existem diversos tipos, e cada um deles pode ter objetivos diferentes

E mbora tenha se popu-larizado no Brasil a partir dos anos 90, o

Intercâmbio Cultural é uma prática realizada ao redor do mundo desde que o homem tomou consciência de que não estava sozinho em seu grupo. A partir desse momento, a tro-ca de informações, de experi-ências, de conhecimentos, a busca pelo novo e a aventura através do desconhecido se ini-ciou. A ideia de séculos atrás continua a mesma: viajar para um país estrangeiro no intuito de adquirir uma nova bagagem cultural, seja estudando numa high school (escola de ensino médio) ou trabalhando como au pair (babá).

O primeiro intercâmbio re-alizado da maneira tradicional foi organizado em 1929 pelo Rotary Club de Copenhague (Dinamarca) com participantes europeus. Com o início da 2ª Guerra Mundial os intercâm-bios europeus cessaram, mas foram reiniciados ao término dos confl itos, em 1946. A par-tir dos anos 80, os programas se diversifi caram e atualmente o termo designa qualquer perí-odo de estudo de uma pessoa em país estrangeiro para seu aperfeiçoamento educacional ou profi ssional.

Inicialmente o termo “in-tercâmbio cultural” – hoje tam-bém chamado de intercâm-bio estudantil ou educacional - designava a troca mútua de estudantes de um determinado país para outro. Em geral, o estudante do país “A” era aco-lhido pela família do estudante do país “B” e vice-versa. Con-tudo, a realidade atual trans-formou e multiplicou essas possibilidades. Hoje dispõe-se de cerca de dez tipos de inter-câmbio, adaptados a diferentes

Portas que se abrem e horizontes que se ampliam

FOTOS: IVIE PIRIS

Luiza, ao centro, na cidade de Victoria- Canadá, com amigos que fez na viagem.

propósitos, faixas etárias e con-dições fi nanceiras.

O Intercâmbio tipo High School propõe que jovens de 14 a 18 anos com boas notas e domínio do idioma local fa-çam parte de seu Ensino Mé-dio num país estrangeiro, num período de geralmente um ano. O Intercâmbio Profi ssio-nal, por outro lado, é projetado para empresários, profi ssionais executivos e especialistas que buscam melhores posições e qualifi cações dentro das suas áreas e duram até três meses. Já o Intercâmbio Universitário consiste em oferecer a estu-dantes universitários oportu-nidades de ter uma experiência acadêmica e de vida em uma instituição estrangeira durante um trimestre, semestre ou ano.

Outro tipo popular de inter-câmbio é o Au Pair, em que jovens mulheres trabalham como babás em uma família com crianças e recebem mo-radia e bolsa de estudos, além de um salário. Já no Intercâm-bio de Trabalho, viaja-se sem a

intenção de estudar – o inter-cambista apenas trabalha tem-porariamente numa empresa no exterior.

Outras modalidades menos comuns são o Intercâmbio de Idioma – em que apenas se estuda língua do país, Inter-câmbio Científi co - o aluno já com elevado conhecimento estuda ou trabalha em grandes empresas, ou Intercâmbio de Férias – programas de menor duração no qual não se traba-lha ou estuda.

As opções são diversas e atendem as mais variadas ne-cessidades, no que se refere a objetivos, preços, acomoda-ções ou duração. Segundo a agente internacional Rosa Pereira, responsável pelos pro-gramas de intercâmbio da es-cola de idiomas Yázigi, a pro-cura por esse serviço aumenta a cada ano. “Recebo interes-sados de todas as idades, ge-ralmente a partir dos 16 anos. Eles vêm até aqui ansiosos para conhecer um país novo, uma cultura diferente”, diz.

Ainda de acordo com Rosa, os destinos mais procurados dos tubaronenses– assim como em todo o Brasil- são os Esta-dos Unidos e o Canadá. “Eles chegam em busca de experiên-cias surpreendentes, diversão e aprendizado. E nunca se de-cepcionam”.

No que se refere aos cus-tos, a faixa de preços varia de acordo com o tipo e duração do programa, sendo que os de curto prazo (programa de fé-rias) giram em torno de 1 mil dólares, e os de maior duração (até 1 ano) podem atingir a fai-xa de até 15 mil dólares.

Com o objetivo de promo-ver intercâmbios gratuitos pos-sibilitando estágios no exterior, o Ministério da Ciência e o Ministério da Educação uni-ram-se na criação do programa Ciência sem Fronteiras. O pro-jeto, que teve início em 2011, prevê a utilização de 100 mil bolsas até o ano de 2014, pro-porcionando a alunos de gradu-ação e pós-graduação um está-gio em sua área de atuação. O

Ciência sem Fronteiras oferece a oportunidade em cerca de 20 países diferentes, com duração de seis meses a um ano. Para se inscrever, é necessário ter sido classifi cado com nota do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, possuir bom desempenho acadêmico e ter concluído no mínimo 20% e no máximo 90% do currículo previsto para o curso.

Por outro lado, o caminho inverso também ocorre. Con-forme dados da Organização Mundial de Turismo, o Brasil ocupa o 37º lugar no ranking mundial de países mais visita-dos por estrangeiros. São turis-tas, em 40% das vezes, vindos da América do Sul, 35% da Europa e 15% da América do Norte.

A estudante de Direito Lui-za Aguiar, 24, passou por essa experiência ao receber em sua casa uma estudante canaden-se, Sheena Taylor. Alguns dias depois, foi Luiza quem viajou até o Canadá, onde fi cou hos-pedada na casa de Sheena na cidade de Victoria, com os familiares da canadense. A troca ocorreu durante um mês, nos quais ambas estudaram os idiomas locais e conhece-ram um novo país. Para Luiza, foi uma oportunidade indes-critível. “Só quem vivenciou um intercâmbio sabe o quão maravilhoso pode ser. Nunca aprendi nem me diverti tanto na minha vida”, conta. Além da chance de mergulhar de cabeça numa rotina totalmen-te nova e uma cultura des-conhecida, os programas de intercâmbio ainda oferecem certifi cados que pesam muito no currículo. “Não consegui ver nenhum ponto negativo: melhorei meu inglês, conheci muitas pessoas e lugares no-vos, passei até a ver o mundo de outra forma”, diz Luiza, animada com a experiência.

Marina Stüpp

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Novembro de 2013 5Futuro

profi ssional

Como se descobre uma vocação? Como decidir a melhor profissão?

Ana Paula Sche� re Peruchi

Geral

A escolha profi ssional é um processo que re-quer descoberta das

aptidões, pesquisa sobre qual curso fazer, em qual instituição de ensino e muitas outras ques-tões. Ainda existe a infl uência da família, da escola, do meio em que se vive, dos amigos e também das informações re-cebidas através dos meios de comunicação. Neste momento o jovem tem que fazer suas próprias refl exões e sínteses pessoais, escolhas que decidi-rão o futuro profi ssional.

Em função da grande ex-pectativa e de toda tensão emocional que envolve o pro-cesso da escolha profi ssional, principalmente quando a via de ingresso se dá pelo vesti-bular, é que se torna impor-tante o apoio que consiste na disponibilização de meios que busquem a clareza de raciocí-nio e o equilíbrio emocional. A escola se propõe a oferecer co-nhecimentos técnicos e forma-ção moral, a família pode ofe-recer apoio emocional, mesmo assim, o sujeito vê-se só, sem caminho, frente ao desafi o da escolha indelegável, do desafi o à ação. Mesmo que, em última instância, a escolha fi nal seja apenas dele, ele pode encon-trar, na Orientação Profi ssio-nal, ajuda no sentido de de-senvolver meios para que suas escolhas sejam gratifi cantes e compatíveis com a realidade.

Por um lado existem milha-res de profi ssões disponíveis no mercado e, por outro, milhares de adolescentes procurando sua vocação. Como esses jo-vens com pouca experiência de vida fazem para descobrir o que cursar?

O jornal Extra conversou com o professor Vanderlei Bra-sil, coordenador do Programa

de Orientação de Carreira da Unisul, campus Grande Floria-nópolis, sobre o tema. Enfi m a pergunta que não quer calar. Como decidir qual profi ssão exercer? “Para escolher uma profi ssão é preciso avaliar os critérios relevantes para a rea-lização profi ssional da própria pessoa. Após ter claro quais são os fatores que cada pessoa julga mais importante para si mesma”, explica Vanderlei.

Vanderlei ressalta que o apoio da família é primordial no auxilio da decisão da car-reia, só que muitas vezes as fa-mílias não sabem os principais métodos para ajudar o jovem a tomar essa decisão. “A famí-lia pode auxiliar conversando sobre os interesses do aluno ou fi lho, sobre suas dúvidas, expectativas quanto ao futuro profi ssional, além disso, pode auxiliar fornecendo informa-ções ou ajudando a coletá-las sobre a profi ssão de interesse e sobre o real mercado de tra-balho das profi ssões”, diz Van-derlei.

Para o professor, as profi s-sões da moda podem infl uen-ciar na decisão e também a pouca idade faz com que a pessoa escolha um curso sem muita clareza do que de fato se faz e quando essa pessoa co-meça a avaliar poderá, depois de formada, se desiludir com o curso que fez.

Várias instituições ofere-cem Programa de Orientação de Cadeira. Na Unisul o pro-grama tem como objetivo criar condições para que os alunos do ensino médio e da educa-ção superior ingressem e se desenvolvam de forma efetiva. Também ajudam os estudantes universitários no processo de construção de suas identidades profi ssionais, bem como no planejamento de suas carreiras e nas possíveis redefi nições de suas escolhas.

E u me perdi em algum ponto, porque virei a esquerda e dirigi duas, sim, duas horas à noite, sozinha, num as-

falto ruim e sem movimento até retornar ao ponto onde tinha saído da BR 101. Aprovei-tei o passeio forçado para conhecer o estilo arquitetônico de uma nova cidade e avaliar as condições das estradas do interior catari-nense. Ok, isso é conversa fi ada, mas se não tivesse virado naquela es-querda, não teria apren-dido a manter a calma, controlar a ansiedade e percebido a importância da música na minha vida.

Me perdi na primeira esquerda, então, pela ló-gica virei a direita e fui para casa dormir, certo? Errado. Eu virei à esquer-da, porque lá estava a surpresa, a festa, a diver-são, o novo. E quer saber? Foi a melhor escolha que eu podia ter feito. Esquer-da é o lado do coração, é o lado da emoção.

Claro que é mais fácil fazer as coisas sem-pre guiadas pela direita, pela razão. Saber onde está indo, o que vai acontecer. Isso é o modo fácil, previsível e convenhamos chato de viver a vida.

Quantas vezes já ouvi - “nossa, viajar da um trabalho, só de pensar em arrumar mala, credo, prefi ro fi car em casa”. Ficar no lugar

comum é viver o lado direito da vida e perder quase toda a diversão.

“Um dia, eu levantei com o pé esquerdo, tropeçando em tudo, bati o pé tão forte no ar-mário da cozinha, que passei dias andando de chinelo e fui para balada de rasteirinha”. A dor e o pé inteiro roxo, não foram nada diver-tidos, mas sabe a história até hoje rende boas gargalhadas nas reuniões de amigos. P.s: não,

eu nunca mais tropecei na-quele armário.

“Aqui está bom, estou estabilizado. Porque vou me mudar para o outro lado do país?”. Ora essa, por amor? Por amor à alguém, a você mesmo ou ao seu trabalho.

Ah, se nada der certo, também tem o tempo, que vai curar tudo. Aliás, você já reparou que esquerda também é a mão do reló-gio, mesmo para os canho-tos? Ok, ok. Você vai dizer que relógio é muito antigo e

que hoje se usa celular. Tudo bem, pare e olhe com qual mão você segura o celular. Viu? Eu falei.

Tudo bem que na vida, o ideal é sempre o equilíbrio entre a direita e a esquerda, entre a razão e a emoção. Agora, convenhamos, a es-querda é mais emocionante. Então, lembre-se na dúvida, sempre esquerda. Ah, e por falar nisso, em qual delas vamos virar hoje?

Sempre esquerdaLilian Demo .:. Acadêmica de Jornalismo

Crônica

Tudo bem que na vida, o ideal é sempre o equilíbrio entre a direita e a esquerda, entre a razão e a emoção. Agora, convenhamos, a esquerda é mais emocionante.

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Novembro de 20136 Especial

Tubarão, 1974 Às vésperas de completar 40 anos da enchente que marcou a cidade de Tubarão, história e relatos sobre a tragédia ainda são lembradas pelos moradores

1974, um ano que Tuba-rão jamais vai esquecer. Ano que deixou marcas quase que irreparáveis na famosa Cidade Azul, que naqueles dias da en-chente acabou se tornando uma cidade cinza, sem cor. Segundo informações ofi ciais divulga-das na época ocorreram 199 mortes e cerca de 60 mil desa-brigados, dos 70 mil habitantes na ocasião. O rio, que dá nome à cidade, subiu cerca de 10,22 m após dois dias de chuva in-tensa e ininterrupta.

“Foi tudo muito rápido. Num dia estávamos na sala aguardando a chuva passar e no outro já estávamos dando lugar na sala para os vizinhos dormi-rem. Nunca vou esquecer da-queles momentos de tristeza”, conta Ana Lúcia de Oliveira Botega, uma das pessoas que viveu essa história. Na época, Dona Ana tinha 13 anos.

No dia 22 de março de 1974 as chuvas se intensifi caram nos costões da Serra, aumentando assim o nível do rio Tubarão. Com esse pequeno aumento de nível, o rio começou a trans-bordar nas áreas mais baixas, fazendo famílias abandonarem as áreas atingidas.

“Nós não tínhamos para onde ir, apenas a certeza de que ali não era um lugar seguro para fi car”, comenta Maria Lú-cia de Oliveira Caetano.

No dia 23 de março a Pre-feitura de Tubarão, juntamente com o Corpo de Bombeiros se mobilizou para ajudar as pesso-as que estavam ilhadas.

“Foi horrível ver que estava ilhado e não tinha para onde

Enchente na cidade azul:a tragédia que mudou a cor da cidade

FOTO: DIVULGAÇÃO

Avenida Marcolino Martins Cabral. Antiga estação de trem. Hoje no local funciona um supermercado.

ir, mas graças ao trabalho dos Bombeiros de Tubarão que consegui sair de minha casa”, relata Antônio Menegaz, outro sobrevivente da enchente.

Vários veículos de comuni-cação noticiavam o fato, mas a Rádio Tubá, líder isolada de audiência na época, dedicava a maior parte da sua programa-ção para informar e alertar a população.

“Nós tínhamos um radinho de pilha e fi cávamos sabendo o que estava ocorrendo na cidade através da Rádio Tubá. Recor-do que meus irmãos e eu não desgrudávamos do rádio. Aon-de íamos o rádio ia junto”, con-ta Dona Ana.

A chuva, na tarde daque-

le sábado, não parava e fi cava cada vez mais forte. Muitos eram os desabrigados e desa-

lojados. As pessoas que esta-vam abandonando suas casas foram para lugares mais altos,

tal como o morro da Catedral.“Nossa casa fi cou lotada

de pessoas. Nunca tinha visto tanta gente como naquele dia. Elas não tinham para onde ir, e como nos-sa casa fi cava no alto do morro, elas se abrigaram lá. É claro, não podíamos negar, afi nal todos nós estávamos na mesma situação”, comenta Albertina Pavanti, uma das tantas sobreviventes da enchente

Apesar de serem avisados e estarem cientes da tragédia, muitas pessoas resistiram e não

deixaram suas casas, sendo que muitas dessas estão entre os 199 mortos registrados ofi cial-mente.

Algumas pessoas iam até a beira rio conferir a situação. Numa dessas idas, muitos fo-ram pegos de surpresa e pre-senciaram a cena da ponte pên-sil sendo levada pelas águas do rio Tubarão.

Devido às várias informa-ções que estavam sendo passa-das para a população, o coman-dante da 3º Cia do Exército, em Tubarão, na época, proibiu a Rádio Tubá de dar notícias so-bre a enchente. Alegaram que a emissora estava querendo promover o sensacionalismo, gerando pânico à população.

“Minha tia, que morava mais na baixada, subiu o morro aos gritos. Dizia que a casa havia sido invadida pela água. Foi horrível”.

Laércio Botega

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Novembro de 2013 7

Tubarão, 1974O comando da 3ª Cia do Exército, em Tubarão, na época, proibiu a Rádio Tubá de dar notícias sobre a enchente. Alegaram que a emissora estava querendo

promover o sensacionalismo, gerando pânico à população

Especial

Diante desta alegação, a pro-gramação foi suspensa e a po-pulação fi cou sem receber as informações jornalísticas.

No domingo, dia 24 de março, a chuva prosseguia e os bairros continuavam alagados. O nível do rio Tubarão estava estável. Na parte da tarde a chu-va voltou, mas com a mesma intensidade da noite anterior. Já à noite, a situação começou a fi car complicada. A água in-vadiu diversas residências. Boa parte da população foi pega de surpresa, pois dormiam no mo-mento que as águas começa-ram a subir e invadir as casas.

“Minha tia, que morava mais na baixada, subiu o morro aos gritos. Dizia que a casa dela estava invadida pela água. Foi horrível”, comenta Maria Lú-cia. Exatamente às nove horas da noite as luzes se apagaram, os telefones se calaram. As pessoas fi caram sem comuni-cação no meio a escuridão. A cidade fi cou desolada. Pessoas que tiveram suas casas invadi-das pelas águas subiram para o forro, e depois para o telhado, na tentativa de não serem leva-dos pela correnteza. Apesar de muitos terem feito isso, não foi sufi ciente para se salvarem.

“A casa de minha tia foi le-vada pela correnteza. Ninguém estava dentro. Ainda bem. Bens materiais nós conseguimos ad-quirir com o tempo, mas uma vida, não”, relata Ana Lúcia.

Na segunda-feira a chuva prosseguia e ainda deixava mi-lhares de pessoas apreensivas, pois a comida estava acabando em várias casas e a fome não dava trégua. Só aumentava.

Um helicóptero fez o traba-lho de salvar algumas pessoas que estavam ilhadas, além de levar comida para algumas fa-mílias. “Nós estavamos quase sem comida. Peguei uma ca-miseta vermelha, coloquei na ponta de um bambu e acenei para o helicóptero. Ele desceu e deixou uma cesta básica. Aju-dou bastante”, relata Albertina Pavanati.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Antigo Cine Lauro Muller, em Tubarão. As águas invadiram um dos atrativos da cidade na época.

Vista ampliada do centro da cidade após a passagem das águas pelas principais avenidas.

Mas nem todas as famílias tiveram essa sorte. Devido a falta de alimentos, alguns mer-cado da cidade foram saquea-dos. Levaram tudo. O Colégio Gallotti, um dos mais antigos da cidade, abrigou várias pes-soas. E nele, se formou um

grupo de professores para or-ganizar tudo. Esse grupo foi até o antigo supermercado Carra-dore solicitar alimentos para os desalojados e foram atendidos.

Aos poucos as águas do rio Tubarão começaram baixar e o sol reapareceu. Porém, mesmo

se tornando um lindo dia, as marcas deixadas pela enchente eram enormes. O número de mortos assustava. As ruas da cidade estavam todas sujas e estragadas. Enormes buracos se formaram.

Apesar de toda tragédia, Tu-

barão se reconstruiu e hoje, cer-ca de 39 anos depois, se mostra forte. A cidade conseguiu, ao poucos, se reerguer. Com pou-co mais de 100 mil habitantes, Tubarão provou para todos que é uma cidade forte e que seu povo é resiste e unido.

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Novembro de 20138 Saúde

Tratamento Através da hidroterapia muitas pessoas encontram alivio para as dores e uma alternativa para promover o bem-estar

Q ue a água é um bem de valor incalculável isso não é novidade.

No entanto, para muitas pesso-as ela tem sido uma importan-te alternativa uma alternativa para aliviar dores e promover a qualidade de vida através da atividade física. Praticada des-de 1960, a hidroterapia - técni-ca de utilização da água como um recurso terapêutico - vem atuando em diversos campos da medicina. “A hidroterapia é uma técnica de fi sioterapia que utiliza a água com temperatura ideal para os pacientes, que au-xilia na promoção do bem es-tar e na recuperação de lesões”, explica o fi sioterapeuta Carlos Victor Rigobello.

Dona Maria Idione Por-tela Somaglio, convive há 20 anos com as sequelas que fi -cou em um de seus pés, após sofrer um acidente doméstico, que lhe deixou com difi culda-des de movimentação e dores constantes. Se o problema não fosse o bastante, ela desen-volveu um quadro de artrite reumatoide. Uma doença sis-têmica infl amatória que afeta principalmente as pequenas articulações.

Idosa e acima do peso, dona Maria não pode praticar exer-cícios em uma academia, ou qualquer exercício de solo. Eles deixaram de ser boas opções para ela e para o esposo, que faz questão de estar ao seu lado todos os dias. Foi aí que a tera-pia com água se tornou uma aliada para o alívio das dores, que a terceira idade trouxe ao casal. “Eu tenho muitas dores, quando eu sinto que não vou aguentar mais, corro para a hidroterapia. Ela tem me aju-dado bastante”, compartilha Mariazinha, como prefere ser chamada.

A terapia aquática é um método complementar a ou-tros recursos terapêuticos. As

seções podem variar de cinco minutos a duas horas e pode ser aplicada em todas as fai-xas etárias da vida. Os bebês a partir dos seis meses, após pre-encherem o calendário vacinal do primeiro semestre de vida, já podem cair na água e se de-leitar nos benefícios que a água traz a eles. “Conseguimos tra-balhar a parte motora, respira-tória, estimulando a glote, de-senvolvendo movimentos dos membros inferiores e superio-res, e a precisão para alcançar um objeto”, elucida Rigobello.

Para os pais que, muitas ve-zes, na correria do dia a dia, não tem um momento de interação com o fi lho, a hidroterapia tam-bém é utilizada como um meio de entrosamento entre eles. “É

muito gostoso, podemos ver o quanto a água contribui para o desenvolvimento dos movi-mentos dele, sem contar que a gente pode fazer parte disso”, compartilha o analista de siste-mas, Everaldo Fabris, enquan-to se diverte com o fi lho na piscina.

Em muitos casos a hidro-terapia ajuda na adequação do bebê a uma rotina e até na bus-ca dos primeiros passos. Rosi-mery Bittencourt Bagio é mãe do pequeno Gabriel, de um ano e dois meses. Ele iniciou a hi-droterapia há 120 dias e na se-mana passada já deu os primei-ros passos. “Coloquei Gabriel na hidroterapia para ajudar no desenvolvimento dele, para in-teragir com outros bebes, para

ter uma qualidade de vida me-lhor e desde cedo ter o gosto pelo esporte”, relata Rosimery, ao ressaltar que o fi lho fi cou mais calmo e tem dormido me-lhor após o inicio das seções.

Para as grávidas a terapia aquática é uma opção a mais para as mulheres, que junta-mente com a yoga conseguem amenizar as dores no corpo e fortalecer a musculatura dos membros inferiores e do pe-ríneo. “São vários benefícios, com as gestantes a gente faz um trabalho mais amplo e in-formativo, que junto com o pi-lates nos permite trabalhar um todo, desde o fortalecimento do corpo como o relaxamento e o alivio das dores”, observa Rigobello.

Daiana Carvalho

FOTOS: DAVI CARRER

Fisioterapeutas e bebês interagem durante sessões na piscina.

Verônica Andrea Freitas Resendes Waterkemper será mãe pela segunda vez. Ela veio de Portugal há oito anos e aqui no Brasil conheceu a téc-nica. Grávida de oito meses, a hidroterapia tem sido a alia-da para reduzir o desconforto nas pernas e a difi culdade de movimentação que surgiram com o crescimento da barriga. “A gravidez é um momento complicado para a mamãe, a hidroterapia e o pilates me ajudam muito, nos problemas das costas, nas dores nas per-nas, me sinto melhor durante as semanas”, comenta a futura mamãe com um típico sotaque português.

Os benefícios são diversos, entretanto algumas particulari-dades individuais de cada pes-soa precisam ser respeitadas para que o tratamento não tra-ga agravos à saúde. “Pacientes com problemas renais crôni-cos, não é indicado a hidrotera-pia, porque a temperatura alta da água vai aumentar o aporte sanguíneo, os batimentos car-díacos e agravar a doença. Os hipertensos também devem evitar a terapia aquática, por-que a pressão pode elevar ao ser estimulada pela tempera-tura da água”, alerta o fi siote-rapeuta.

Condicionada a tempe-raturas próximas a quarenta graus, a terapia a base de água também traz melhorias aos pa-cientes que sofrem de diversas patologias. Atletas conseguem desempenhar exercícios locali-zados sem sobrecarga do local afetado. Pacientes com proble-mas vasculares alcançam me-lhores resultados após fi car um determinado tempo na piscina. “São inúmeros os benefícios, a água tem propriedades que ajudam na prevenção e trata-mento. A viscosidade da água, a pressão hidrostática, por exemplo, aumentam a circula-ção, melhora o aporte sanguí-neo, a digestão, o relaxamento muscular”, complementa o fi -sioterapeuta.

uma aliada no tratamento de diversas doenças

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Novembro de 2013 Saúde

Em dia coma saúde

Treinamento funcional é a tendência em exercícios para quem deseja alcançar resultados rápidos

Força para deixar o corpo em forma

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Késsia Meurer

A busca pelo corpo per-feito tornou-se sinô-nimo de saúde. Cada

vez mais homens e mulheres buscam treinamentos dife-renciados não só para manter a estética, mas sim, para ter qualidade de vida. A menos de dois meses para o verão, as academias e studios de treina-mento induzem as pessoas à corrida pela conquista de uma “barriquinha sequinha” para desfi lar nos meses mais quen-tes do ano. Saindo da rotina das academias de musculação, uma nova tendência que con-quista milhares de adeptos em todo o Brasil, é o treinamento funcional. Indicado para quem deseja qualidade de vida, o método consiste em exercícios desafi adores com uso de equi-pamentos específi cos e que agrega resultados rápidos. O educador físico e proprietário de um Studio de treinamento, Huelton Farias, conta à jorna-lista Késsia Meurer as vanta-gens do novo método.

Késsia: Há três meses, você abriu em Rio Fortuna um Studio de Treinamento Funcional. A cidade até en-tão, contava apenas com uma academia de musculação. Os alunos migraram de um méto-do para outro?

Huelton: Hoje contamos com cerca de 150 alunos que fazem duas sessões por se-mana e já vamos mudar para um espaço maior para poder atender a todos em um espaço mais amplo e confortável. Não é que migraram de um método para outro, estão conhecendo as novas vantagens do treina-mento funcional, e quem dese-ja resultados rápidos realmente opta pelo novo método. A in-serção de Studio especializado em exercícios físicos, refl ete na qualidade de vida das pessoas que moram em Rio Fortuna.

Os moradores daqui têm o hábito da prática de exercícios físicos, visto os grupos de ca-minhada. Agora, dispomos de uma nova opção para quem busca resultados rápidos.

K: O treinamento funcio-nal é um diferencial das aca-demias de musculação. Para conquistar tantas pessoas, em que consiste este método? Para quem ele é indicado?

H: O treinamento funcional é nova tendência para quem busca qualidade de vida, não apenas emagrecimento, pois também é ofertado para con-dicionamento físico, fortale-cimento muscular e circuitos especiais. O método é respon-sável por sessões personaliza-das, sem uso de equipamentos de academia convencional.

K: Os freqüentadores das academias de muscula-ção reclamam da rotina, dos exercícios monótonos. Este é o diferencial do treinamento funcional?

H: Neste caso, usamos outros equipamentos, como bolas, cordas, supinos (peso), entre outros. Com a exclusão dos métodos tradicionais, a pessoa usa só o corpo para fa-zer o exercício, movimentando mais grupos musculares, o que implica no alto gasto calórico e consequentemente resultados mais rápidos.

K: E como funcionam as aulas? Quais os exercícios que compõem uma sessão de trei-namento?

H: O treinamento dura em torno de 30 minutos e após os alunos praticam mais 30 mi-nutos de exercícios aeróbicos, como esteira ou bicicleta, lem-brando que a cada sessão as atividades são diferenciadas. Na mesma sessão trabalha-se força, agilidade, fl exibilida-de, equilíbrio, coordenação e velocidade. Essa diversidade de exercício é responsável por conquistar vários adeptos. O desempenho do aluno aliado ao fator motivacional propor-

ciona resultados mais rápidos do que nas academias conven-cionais.

K: Quem pode fazer o trei-namento? Há alguma con-traindicação?

H: Não há restrições para fazer o exercício. O treinamen-to funcional pode ser adaptado para a faixa etária de oito a 60 anos, de acordo com os objeti-

vos e necessidades de cada um.K: A nova tendência impac-

ta na saúde brasileira?H: Com certeza. Como o

método atende desde o ema-grecimento, condicionamento físico, fortalecimento muscu-lar, também ajuda a prevenir lesões, gera melhorias cardio-vasculares, além da redução do percentual de gordura. O

treinamento funcional se ba-seia nos movimentos naturais do ser humano, como pular, correr, puxar, agachar, girar e empurrar, o praticante fortalece a musculatura. Isso correspon-de a pessoas mais saudáveis, com qualidade de vida, com menos chances de desenvolver doenças. Ele ajuda no preparo físico e na boa forma.

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Novembro de 2013

Mário Motta é um dos grandes nomes da imprensa catarinense. É âncora do Jornal do Almoço veiculado na RBS-TV e também é comentarista da Rádio CBN Diário. Além

disso, escreve para jornais que pertencem ao Grupo RBS, como o Hora de Santa Catarina desde seu lançamento. Mediou grandes e importantes debates políticos, coberturas de elei-

ções, carnavais e os mais va-riados eventos no Estado. E até hoje continua dedilhando o te-clado de sua estimada compa-nheirinha de quatro baixos. Só que agora como hobby, é claro.

10 Entrevista

Mário MottaDe família circense, o jornalista Mário Motta se destacou nas atividades humanas e de liderança e hoje é um dos maiores nomes da comunicação em Santa Catarina

T udo começou num olhar discreto e cria-tivo para aquilo que

tendia a ser o mais iluminado e interativo de todos os ambien-tes. Onde os palhaços inspiram risadas e os trapezistas esban-jam espetáculos, formou-se o dono da sanfoninha. O menino que nasceu junto com o grupo circense, em 25 de março de 1952, em Santo André, no es-tado de São Paulo, era fi lho dos donos, os veteranos artistas do rádio paulista, Mário Pinto da Motta e Nair de Campos Mot-ta, conhecidos como Motinha e Nhá Fia.

O circo que levava o apeli-do dos pais de Mário Pinto da Motta Júnior foi a maior facul-dade de vida do pequeno ar-tista. Com o grupo, e o irmão mais novo Gilberto Motta, que viajou o Brasil por quinze anos, o menino teve seu pri-meiro número nos espetáculos defi nido a partir dos quatro anos, quando ganhou uma sanfoninha de quatro baixos, fabricada em Santa Catarina.

Dividindo o estudo primá-rio nas escolas das cidades que passava, o garoto do circo che-gou a trocar de escola quinze vezes por ano. Foram mais de quatrocentas cidades visita-das durante este período. Mas diante da necessidade de se dedicar aos estudos, a família largou as atividades circenses e fi xou residência em Tupã, também em São Paulo. E foi justamente na mesma época que a família adquiriu um ho-tel que seria a fonte de trabalho por muito tempo.

A paixão por interpretar foi tão intensa que fez Mário in-tegrar elencos de cinema. Aos sete anos, estrelou no elenco do fi lme Maria 38, de Wat-son Macedo, junto com Eliana

O dono da sanfoninha

tas da modalidade. E para não fi car distante da comunicação, integrou a equipe esportiva da Rádio Emissora ABC de Santo André, cobrindo o retorno do time do Santo André dirigido por Sebastião Lapola, à Divisão Especial do Futebol Paulista.

Após rápido retorno à Tupã para acompanhar os últimos meses de vida de seu sogro, que faleceu em seguida, voltou a trabalhar como Diretor Ar-tístico na emissora onde havia iniciado sua carreira, a Rádio Piratininga. Mas, Mário con-tinuava insatisfeito por ter dei-xado Lages, cidade pela qual teve tamanha paixão desper-tada. Após receber inúmeras propostas de trabalho, retornou para Santa Catarina no fi nal do ano de 1980. Efetivou-se por concurso no Magistério Público Estadual, cargo pelo qual se aposentou há dois anos

como Consultor Educacional no Conselho Estadual de Edu-cação. Desde que retornou à Lages no início dos anos 80, decidiu priorizar a carreira jornalística transformando-se num dos mais renomados co-municadores da imprensa ca-tarinense.

As primeiras atividades de Mário Motta na imprensa, desde São Paulo, foram com rádio, e apesar de seu preparo o qualifi car para a área esportiva, experimentou todas as áreas do jornalismo e do entretenimen-to radiofônico. Dos programas musicais sertanejos, ao de mú-sica jovem ou de calouros em auditórios. A vivência no circo sempre o ajudou muito a en-frentar as plateias com naturali-dade. Em paralelo também es-crevia para jornais impressos. Já, em Santa Catarina, liderou a TV Planalto, afi liada do Sis-

tema Brasileiro de Televisão, o SBT, sendo o coordenador de jornalismo da sucursal da capi-tal, Florianópolis, inaugurada no mesmo período.

Poucos meses depois, dian-te do destaque que obteve nos trabalhos, foi convidado para trabalhar na RBS TV, afi liada da Rede Globo de Comunica-ções no Estado.

A FAMÍLIA

Há 37 anos a também pro-fessora de Educação Física e artista plástica Glória Lúcia Caetano Corrêa Neto Motta, curiosamente fi lha de jornalis-ta, é parceira de Mário Motta nesta longa e brilhante jornada. E para se complementarem por defi nitivo tiveram dois fi lhos, Mário Aleixo, 35, e Maria Ca-rolina, 33, ambos bacharéis em Turismo e Hotelaria.

Heloiza AbreuMacedo, John Herbert, Herval Rossano, Augusto César Va-nucci, Zilka Salaberry, Fran-cisco Dantas e outros tantos nomes.

DO CIRCO PARA O ESPORTE E A IMPRENSA

O contato com as pessoas parecia se tornar ainda mais necessário para Mário. Na Es-cola Superior de Educação Fí-sica da Alta Paulista, o garoto que recém havia saído do circo integrou a primeira turma de formandos daquela instituição no ano de 1973. E em 1974 foi convidado para lecionar na se-gunda turma do curso, sendo escolhido Patrono da turma.

Nesta área, Mário foi pro-fessor e líder de vários setores. Além disso, possui especia-lização em Educação Física Infantil e é técnico diplomado em basquetebol, voleibol, atle-tismo, natação, ginástica olím-pica e futebol.

Ainda em Tupã, o pai vol-tou para as ondas do rádio. Por um hobby, apresentou o programa “No tempo do Mo-tinha”, que trazia as músicas da então velha guarda para o público. Nesta oportunidade e diante das visitas aos estúdios, Mário começou a gravar co-merciais e se identifi car com a atividade radiofônica.

Em 1974, Mário se mudou para a região serrana de San-ta Catarina, fi xando residência por dois anos na cidade de La-ges. Aprovado em um concur-so público em São Paulo, Má-rio Motta deixou as atividades no estado catarinense no início de 1977.

Foi lecionar Educação Fí-sica em Mauá, ABC paulista, fi xando residência em Santo André. Na mesma época trei-nou a equipe masculina de Voleibol do Clube de Regatas Tietê de SP, com o qual dispu-tou dois Campeonatos Paulis-

Mas afi nal, quem é o dono da sanfoninha na imprensa catarinense?

FOTOS: ARQUIVO MÁRIO MOTTA

A paixão por Santa Catarina fez Mário vir morar no Estado há mais de trinta anos.

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Novembro de 2013 11

Por Eddie [email protected]

Injustifi cávelO PlayStation 4, nova geração do videogame da Sony, será

lançando no Brasil em novembro com o preço tabelado de R$ 4 mil. O mesmo lançamento, nos EUA, custará US$ 400, pou-co mais de R$ 870. Segundo comunicado ofi cial da empresa, a diferença se dá por conta da alta carga tributária de importação para o Brasil. Na Argentina, aqui do ladinho, ele será vendido pelo equivalente a R$ 2,4 mil. Quase 50% mais barato que no Brasil.

Novidade 1A Microsoft lançou recentemente um aplicativo que permite

controlar o Windows de um computador remoto por qualquer dispositivo que rode o iOS (iPad, iPhone e iPod Touch). O Micro-soft Remote Desktop é gratuito e está disponível na App Store. Ele serve como um substituto mais limitado de serviços como o TeamViewer e LogMe In.

Novidade 2Falando em Microsoft, usuários do Windows 8 já podem atua-

lizar gratuitamente seus sistemas operacionais para a nova versão. O Windows 8.1 também está disponível para usuários de outras versões, mas custa R$ 410 no modelo mais simples e R$ 700 na versão Pro. A principal novidade é a volta do Botão Iniciar - em-bora agora ele seja bem diferente. Outra diferença, é que agora é possível confi gurar o PC para que exiba a interface desktop sem ter de passar pela Metro.

Do outro ladoO novo sistema operacional para Macs, o OS X Mavericks,

deve ser lançado este mês. O sistema estará disponível apenas para compra online, por meio de download na Mac App Store. Já foi assim nas duas últimas importantes atualizações. Mais uma prova de que os DVD’s de instalação estão se tornando obsoletos.

FuturoCientistas chineses devem apresentar ainda no fi nal deste ano

uma nova tecnologia de internet sem fi o. A “Li-Fi” usa lâmpadas de energia comuns como emissoras de sinal. Um microchip faz todo o serviço. A novidade promete por ser acessível e de baixo custo, e deve substituir os roteadores em um futuro bem próximo.

DICA DE APPSleep Cycle Alarm Clock:O Sleep Cycle promote monitorar os ciclos do seu sono, se-

parando-os em pesados ou leves. A única coisa que você precisa fazer é deixar o seu telefone de baixo do travesseiro. O app tam-bém tem a opção de despertar apenas quando seu sono está no ciclo leve, facilitando a sua hora de acordar. A ferramenta tam-bém oferece opções de gráfi cos e dados do seu sono. Disponível para: iOS.

Evernote:Aplicativo essencial para quem quer se manter sempre or-

ganizado. Com o Evernote, você pode guardar notas, fotos, e até escanear documentos. Todos os dados fi cam disponíveis na nuvem, estando disponíveis em qualquer plataforma que te-nha o aplicativo instalado (incluindo Windows e Mac!). Tudo isso também pode ser sincronizado e compartilhado com outros usuários. Disponível para: iOS, Android, Windows Phone, Win-dows e Mac.

Saída VIPApp promete facilitar a hora de ir embora dos seus programas prediletos

Prestes a sair do forno, o aplicativo “Saída VIP” promete acabar com as fi las em baladas e restaurantes. Recentemente o projeto fi cou entre os seis fi nalistas do Movimento Empreenda da Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, da Editora Globo. Quem conversou com a gente foi o diretor comercial do projeto, Luiz Gustavo Vieira.

- Qual a função do Saída VIP? Existe um diferencial?A função primordial do Saída VIP é facilitar o checkout nas casas noturnas, bares e restauran-

tes. Estamos desenvolvendo nas próximas versões outros diferenciais como reserva de mesa/camarote diretamente pelo aplicativo facilitando inclusive a gestão para a casa. Outros diferen-ciais que podemos destacar:

- Pontos VIP – Sistema de fi delização onde o cliente ganha por consumo e indicação- Funcionalidades como “Dividir conta” e “Pagar mais de uma comanda”- Parcerias estratégicas (DJ́ s, sistemas de gestão, blogueiros(as), promoters)- Operacionalização é simples, ou seja, conseguimos atender um grande número de clientes

com uma equipe compacta- Taxa de conveniência é parametrizável, ou seja, cada estabelecimento escolhe quanto quer

cobrar do seu cliente por essa facilidade.

- De onde surgiu a ideia para o app?A ideia do app surgiu com meu sócio Diogo Maia quando ele estava desenvolvendo um

projeto de pós-graduação. A história completa pode ser vista no nosso canal ofi cial no youtube.com/appSaidaVIP.

- Ele estará disponível para todas as plataformas? Sim, estará disponível para Android, iOS e Windows Phone, futuramente Blackberry. Utiliza-

mos uma tecnologia de ponta que desenvolve com o mesmo código para as três plataformas diferentes. Inclusive essa tecnologia é pioneira no mundo. É importante estar nas diferentes pla-taformas, pois o mercado de smartphones está crescendo absurdamente e existe uma compe-tição muito acirrada por share de mercado.

- O app será gratuito? Qual a vantagem?O aplicativo será gratuito para baixar. A vantagem é ter facilidades, tais como: reservar mesas

e camarotes em apenas 4 cliques, ou sair sem fi la de um estabelecimento com 3 cliques.

- Qual a difi culdade em desenvolver um aplicativo?Desafi o tecnológico, nenhum. Nossa equipe tem um forte background em desenvolvimen-

to de sistemas. Existem alguns passos cruciais no desenvolvimento do nosso projeto que po-demos destacar a integração com solução de pagamento MOIP e Cielo, assim como com os sistemas de gestão das casas noturnas.

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“C ultura é tudo aquilo que in-fl uencia na convi-

vência das pessoas”, diz Fabia-no Zoldan, da Pró- Reitoria de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unisul. Para ele pode ser a forma como vivem, como se relacionam, suas crenças, suas preferências e como estrutu-ram seu cotidiano. “Contudo, penso que é na expressão artís-tica que a cultura atinge o seu ponto máximo, pois é pela su-tileza das artes como a música, literatura, pintura, arquitetura, entre outras que podemos fa-zer uma leitura estética, histó-rica e cultural de uma socieda-de”, enfatiza.

Ana Paula Hemkemeier

de jovens, adultos, idosos e de-fi cientes na sociedade é funda-mental, pois é através da cul-tura, e especialmente por meio de programas e projetos cultu-rais que é possível combater a exclusão. “A própria exclusão está enraizada em uma cultura equivocada de sociedade, que entende que existe um modelo ideal de indivíduo”.

Zoldan acredita que a afi r-mação de projetos que visam à inclusão, considerando a di-versidade, o respeito e os direi-tos fundamentais, é de extre-ma importância para qualquer sociedade. “Somente através de iniciativas inclusivas, prin-cipalmente às que favorecem as minorias excluídas, é que poderemos progredir cultural-mente”.

Quanto à falta de interesse das pessoas pela cultura Zol-dan enfatiza que o interesse pelo desenvolvimento cultural será motivado pela discussão. “O debate de assuntos que abordam o homem, a socieda-de, suas estruturas, sua políti-ca, seus hábitos, seus valores e suas crenças é o primeiro pas-so para mostrar a importância da cultura para uma nação. Da mesma forma, promo-ver a educação de qualidade, oportunizar o acesso às artes, fomentar a leitura e a crítica são passos importantes para o despertar cultural”.

Zoldan relata que é impos-sível atribuir a responsabilida-de pela cultura a um só setor como estado, empresários, en-tre outros. “A promoção cul-tural pode, e é obrigação, ser desencadeada pelo Estado. A Constituição Federal em seu artigo 215 afi rma que o Esta-do garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incenti-vará a valorização e a difusão das manifestações culturais. O texto constitucional é muito

Fabiano, que também faz parte do Programa de For-mação Continuada – Profoco da Unisul – ainda comenta. “Basta olhar para a arte con-tida nas catedrais e na músi-ca sacra do século XVII para perceber a religiosidade vivi-da pelo povo naquela época. Olhando radicalmente, por outro lado, podemos perceber que o funk, no Brasil, traz a tona uma cultura vivida pela comunidade dos morros, prin-cipalmente do Rio de Janeiro. Estes dois exemplos são sim-plórios e pontuais, mas assim poderíamos comentar várias outras situações”.

“Lembro que em uma aula do mestrado um professor me dizia “cultura é aquilo que fi ca quando todo o resto já se foi”.

Ou seja, cultura é um ele-mento arraigado em uma so-ciedade, é aquilo que se torna hábito, é o que caracteriza os membros de uma comunida-de”, fi naliza Zoldan.

Já, a regente do Coral da Unisul (maestrina), Maria Miranda, defi ne cultura como tudo aquilo que podemos de alguma forma, compartilhar com os outros, seja para per-petuar a história ou pelo sim-ples prazer de fazê-lo.

Maria acredita que a cul-tura é importante para todas as faixas etárias sejam elas portadoras ou não de necessi-dades especiais. “O que falta é acessibilidade. A Cultura, ou a difusão dela, tem o poder de estimular a criatividade hu-mana. Os ganhos são inúme-

ros”, enfatiza.Para a maestrina falta di-

vulgação para que as pessoas despertem o interesse pela cultura. “Além da divulgação precisamos de uma mudança na política educacional inse-rindo-se de fato e de direito a arte e a cultura nas escolas”.

Maria ainda relata que para promover a cultura muita coisa depende do estado e de um mínimo de recurso para ser realizado. “Mas com boa vontade e ajuda de entidades e empresários parceiros, tam-bém podemos realizar grandes espetáculos, a exemplo disso temos o “Amor em canção” que realizamos todos os anos aqui na universidade”.

Já para Zoldan, a importân-cia da cultura para a inclusão

Cultura

Impulso Com mecanismos legais como a Lei Rouanet, cidadãos e empresas que tenham atuação cultural podem obter incentivos para projetos culturais

Cultura é aquilo que fica quando todo o resto já foi

FOTO: CLEBER TOMAS

Concerto da Orquestra da Unisul na Catedral Metropolitana de Florianópolis em 2012.

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C om a Lei de Incentivo a Cultura popularmen-te conhecida como Lei

Rouanet cidadãos e empresas que tenham atuação cultural comprovada tem a oportuni-dade de obter incentivos para projetos culturais.

De acordo com o site do go-verno (cultura.gov.br) podem apresentar propostas pessoas físicas com atuação na área cul-tural como artistas, produtores culturais, técnicos da área cul-tural, entre outros. As pessoas jurídicas públicas como as fun-dações culturais e as pessoas jurídicas privadas com ou sem fi ns lucrativos como empre-sas, cooperativas, fundações, ONGs, organizações culturais, entre outras, também podem apresentar propostas.

De acordo com a sócia da Pfad- Treinamento, Assessoria e Consultoria, Larisa Hemke-meier, a lei é de suma impor-tância para promover a cultura do país. “Com ela, empresas e pessoas física, pagadoras do Imposto de Renda podem des-tinar um percentual para apoio a cultura - 4% para empresas e 6% pessoa física”.

Larisa ainda acredita que a lei tem contribuído para pro-mover a cultura destacando que no ano de 2012, incenti-vados do Estado de Santa Ca-tarina apoiaram 30.659.714,65 em projeto culturais. “Este va-lor é o que o Governo Federal deixou de arrecadar e o contri-buinte decidiu onde investir”, enfatiza.

Pessoas ou empresas inte-ressadas em receber o incen-tivo devem apresentar uma proposta cultural ao Ministério da Cultura (MinC) e caso seja aprovada, o autor do projeto é autorizado a captar recursos junto às pessoas físicas pagado-ras de Imposto de Renda (IR) ou empresas tributadas com base no lucro real para a execu-ção do projeto.

As propostas culturais de-vem ser apresentadas entre 1º de fevereiro e 30 de novembro de cada ano. O interessado deve se cadastrar no Sistema

de Apoio às leis de Incentivo à Cultura (SalicWeb), disponível no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br) e enviar a proposta pelo site para análise.

Pessoas físicas podem ter até dois projetos. Já as pessoas jurídicas podem inscrever até cinco projetos ativos no Siste-ma de Apoio as Leis de Incen-tivo (Salic).

Sobre a importância da lei o maestro da orquestra da Uni-sul, Patrick Cavalheiro, relata que como artista, pode decla-rar que a Lei Rouanet valoriza a cultura e o fazer artístico em sua essência. “Já como agente cultural em diversas cidades do Estado de Santa Catarina, pude constatar leis intituladas como “incentivadoras à cultura”, mas que sucumbem às burocracias e difi culdades criadas pelas análises técnicas, interesses po-líticos, ou então que visualizam apenas o aspecto econômico, classifi cando o incentivo como se fosse um dano causado ao cofre público sem perceber que investir em cultura é investir no desenvolvimento humano e nos valores de uma sociedade”, enaltece.

Ainda de acordo com Cava-lheiro muito vem sendo discu-tido sobre a Lei Rouanet, inclu-sive a tramitação de um projeto de Lei (o Pró-cultura) que po-deria extinguir a atual. “E a este respeito não nego meu medo de que o atual sistema seja preju-dicado, pois atualmente, a Lei Rouanet tem salvado muitos grupos culturais e artistas que conseguem expressar a sua arte subsidiadas pelos patrocínios através do incentivo fi scal”.

Cavalheiro acredita que a grande difi culdade ainda é con-seguir a captação dos recursos junto aos patrocinadores. “Pen-so que as empresas tributadas pelo Lucro Presumido deve-riam ter o direito de abater do imposto de renda assim como as de Lucro Real e pessoas físi-cas, além de que deveria haver uma maior conscientização das pessoas em auxiliarem projetos culturais através deste meca-nismo”, fi naliza.

Cultura

Lei Rouanet facilita o acesso à cultura

FOTO: CLEBER TOMAS

bonito, mas a grande verdade é que o desenvolvimento cul-tural de uma nação somente se dará partindo da união dos atores da sociedade, ou seja, cada um fazendo a sua parte, contribuindo principalmente com atitudes”, complementa.

De acordo com Zoldan existem muitos projetos cul-turais de grande valor sendo desenvolvidos nos bairros de muitas cidades. Por exemplo, projetos de incentivo à leitura, de formação de grupos de mú-sica, de dança, de teatro, pro-jetos que apoiam o folclore e as culturas populares, e tantos

outros. “O diferencial destes projetos é que eles não aconte-cem somente porque o gover-no quer, mas acontecem tam-bém porque há o engajamento real destas comunidades e, em muitos casos, o reforço no fi -nanciamento por parte da ini-ciativa privada”, fi naliza.

O auxiliar administrativo Ronei Duarte Guimarães des-pertou o gosto pela arte na ado-lescência e entre teatro, fi lme, músicas é apaixonado mesmo pelos livros. “Não existe um incentivo muito grande nessa área, então como toda criança brasileira não cresci com muito

contato com literatura e teatro. Esse interesse foi despertado na juventude mesmo quando tive que descobrir sozinho o valor dessas coisas”, relata.

Ronei acredita que a cul-tura é a forma mais clara de conhecer a identidade de um povo e um dos meios mais importantes e efi cazes de con-servar essa identidade através das gerações. “Eu acredito que existe um incentivo às áreas culturais que podem dar certo retorno aos investidores, mas de uma forma geral não existe um investimento satisfatório ou de qualidade”, conclui.

Saiba mais

Concerto Orquestra Unisul na Paróquia N. Sra de Fátima em Florianópolis.

FOTO: CLEBER TOMAS

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Novembro de 201314 Estilo

Maquiagem Maquiadora ensina dicas para arrasar na make na nova estação

Larissa é defi ciente auditiva e apaixonada por maquiagem. Hoje, ela é sucesso no Youtube, onde posta vídeos em libras, ensinando outras meninas surdas a se maquiar.

A primavera chegou e coloriu o mundo a nossa volta. Seja nas

fl ores, nas roupas e até mesmo na maquiagem. Mas qual será o segredo para ar-rasar na hora da maquiagem nesta nova estação? A maquiadora Ana Raíssa Joaquim conta que assim como na moda, as tendências para maquiagens tam-bém são renova-das de estação para estação. A inspiração vem, na maioria das vezes das passare-las.

Com a chegada da prima-vera, e daqui alguns meses o verão, Ana diz que a aposta são as cores, tanto nos lábios quanto nos olhos. “Este verão promete trazer muitas cores, o rosa e laranja são os queridos

da estação para estampar os lábios da mulherada. Os olhos serão marcados por lindos tra-ços de delineador, vale a pena ousar nas cores dos delineados também”.

Para fi nalizar, a maquiado-ra diz que a tendência lançada

no último Oscar, de que menos é mais, é referência para as fes-tas de fi nal de ano e eventos sociais. “Invista em olhos na-turais e boca vibrante. A dica para não se perder na hora do make é caprichar na pele, com aspecto aveludado e um batom glamouroso”.

A cada nova esta-ção novas ten-dências são lan-

çadas no mundo da moda. As roupas saem da pas-sarela e passam a estam-par as ruas. Assim como as novidades em preto e branco, moda cropped, rendas e transparências lançadas nas últimas es-tações, a linha do animal print ganhou espaço nas roupas e também nos acessó-rios.

A moda voltou mesmo para fi car! A tendência, que foi sucesso na temporada de outono/inverno, vai continu-ar em alta nas estações mais

quentes do ano. As peças já se tornaram indispensáveis no guarda-roupa feminino. “As estampas de animais deixam o look mais sexy e moderno. E a dica para não errar na produ-ção é a combinação com cores neutras”, comenta a blogueira

Raquel Araújo. Forte tendência para

a estação, o animal print teve sua época cafona, e já simbolizou luxo e riqueza. Hoje, se mostra como básico no guarda--roupa de mulheres e até homens, seja em peças de roupas ou acessórios. As estampas de bichos podem ser usadas tanto durante o dia quanto à

noite. Segundo a blogueira é pre-

ciso cautela na hora de compor o look para não exagerar na produção. Onça, zebra e cobra estão na lista dos animais mais presentes nos visuais.

É algo muito intuitivo, e o mais importante, muito

pessoal. A beleza não é igual para todos e não pode ser pa-dronizada.

Existem inúmeros tipos de belezas. A sociedade dita que uma mulher para ser bonita, deve ser magra, alta e de boa aparência. Mas para quê isto? Quem possui o poder de ditar um padrão de beleza? Por que uma pessoa acima do seu peso sofre com o preconceito dos de-mais. Por que esta pessoa não pode ser aceita da forma que é?

As perguntas são muitas, e as respostas ainda são vagas. Por mais que se lute contra o preconceito que acomete nos-sa sociedade atual, é difícil ver pessoas diferentes em comer-ciais ou em capas de revistas.

Muitas vezes o belo esta invisível aos olhos, é simples ou novo, diferente. Por isso é necessário enxergar mais, não apenas com os olhos, mas prin-cipalmente com o coração.

Hellen - Quando e como co-meçou teu interesse pela ma-quiagem? Larissa - Sempre gostei, desde pequena, só que a minha mãe não deixava eu me maquiar porque eu não tinha idade. Quando cresci, a minha mãe me deu um presentinho: uma paleta simples e pequena. Amei, e agora sou louca por maquiagem. Aprendi sozinha, nunca fi z o curso de automaquia-gem. Descobri que existem muitos vídeos de tutoriais. Assis-ti muito tempo sem parar, até consegui entender. É muito di-fícil para entender o que as meninas explicavam no vídeo, pois eu não conseguia ler os lábios delas porque era muito rápido (sou defi ciente auditiva), mas conseguia entender quan-do elas faziam a maquiagem. Hellen - O que te levou a criar um blog sobre o assunto, e a gravar vídeos em libras com legenda em português? Larissa - O blog Brilho de Diva não foi o meu primeiro blog. Eu tinha um, mas apa-guei e criei outro e comecei tudo outra vez. Na verdade, quando criei o blog eu não es-tava pensando em gravar víde-

os. Após um ano, eu fi z um ví-deo pela primeira vez, mas não fi cou muito bom. Desisti, parei um tempo. Eu mandei muitos e-mails para as blogueiras pe-dindo para colocarem legen-das, mas elas não responde-ram. Desisti, fi quei pensando muito em como poder ajudar

as pessoas surdas, lembrei que amo maquiagem e pensei: pos-so ensinar para as surdas. Hellen - Você teve alguma di-fi culdade que te fi zesse pen-sar em desistir? Larissa - Tive. Quando eu comecei a gravar os vídeos es-tava com vontade de desistir. Mas não desisti. Agora estou muito feliz em ver o meu blog crescendo. A faculdade que é muito difícil, sempre pensei em desistir, mas a minha fa-mília me apoiou muito para eu continuar. Se você quer acompanhar o trabalho da Larissa, acesse: www.brilhodediva.com.br

Cores são destaque paraa primavera/verão

Hellen Amorin

Amor à maquiagem vence dificuldades

Estampas animal print continuam em alta

Mas afinal, o que é beleza?

Exemplo

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Novembro de 2013 15Estilo

Bem-Estar A ioga promove uma nova visão da vida. Muitas vezes um chamado pode transformar os costumes e dar lugar a novos hábitos

É necessário a prática de atividades físicas e uma boa alimentação para se ter uma vida mais saudável. E é aí que o surf se encontra, proporcionando vários benefícios ao praticante.

O lugar calmo e as lu-zes aconchegantes são um verdadeiro

convite a vivenciar novas ex-periências. Entre os tamanhos benefícios, a ioga visa propor-cionar o equilibro físico, men-tal e espiritual. A prática pro-move uma nova visão da vida e contribui para a melhoria da imunidade, do condicionando físico e melhora o estado de saúde em geral. A ioga ocor-re por meio de exercícios que alongam o corpo, momento em que se percebe a quietação da mente e possibilita melho-rias na respiração, no ato de se concentrar e, sobretudo, faz o intermédio com as emoções.

Quem escolhe a ioga, nor-malmente não o faz por simples vontade, mas sim por destino. Foi o caso da instrutora Aline Kalina. Formada em Comércio Exterior, ela não se imaginava na posição que ocupa nos dias de hoje. A ioga sempre esteve presente em sua vida, porém em forma de lazer e condicio-nante para poder viver em paz. Nesta época, Aline imaginava--se trabalhando em uma agên-cia bancária e seguindo seu destino.

“Eu nunca imaginei que pudesse vir a me tornar uma instrutora de ioga. Sempre gos-tei muito desta técnica, mas foi quando viajei ao Chile que me transformei. Costumo di-zer que me encontrei. Aquele momento foi o meu divisor de águas e fez eu perceber que precisava mudar de vida. Hoje tenho hábitos completamente distintos daqueles que tinha quando morava em São Leo-poldo, no Rio Grande do Sul”, revela.

As mudanças foram mui-tas, entre elas, a alimentação mais saudável. Deixou de con-

M oa Soares tem 29 anos e é forma-do em Educação

Física. É um exemplo de qualidade de vida uma vez que concilia diariamente seus trabalhos de bombeiro e surfi sta profi ssional. Leva uma vida saudável com trei-nos todos os dias. Começou a surfar de bodyboard e com a passar do tempo foi fi cando em pé na prancha. A partir daí resolveu pegar uma prancha de surf em-prestada de seu irmão para iniciar nesta modalidade. Desde então evoluiu muito e conquistou alguns títulos ao longo de sua trajetória de surfi sta, como o de campeão junior, mirim, e open regio-nal, campeão catarinense universitário, e o resultado mais importante de sua car-reira, como o brasileiro mais bem colocado no campeona-to Sul-Americano, fi cando com terceiro lugar. Tudo isso junto a treinamentos físicos e uma alimentação muito sau-dável.

“O surf me deixou fi sica-mente mais forte, resistente, preparado para muitas coi-sas. Para enfrentar qualquer situação, até mesmo porque no mar, mesmo sendo um profi ssional pode-se deparar com alguma eventualidade. O mar pode estar pequeno

ou grande ou está storm (de ressaca), enfi m tem que se estar preparado fi sicamente. É algo que caminha junto a sua força física e a sua men-te, e para que isso funcione deve estar sempre com os dois interligados. Indepen-dente da dedicação e da de-terminação, o seu foco é fun-damental. Como o esporte gasta bastante energia, tem que se ter muitas variáveis trabalhando juntas, desde alimentação, preparação físi-ca, condicionamento mental, treinamento prático, isso é super importante”.

Eduardo Dezan de Bona é personal trainer e trabalha com atividades específi cas para profi ssionais que atu-am como surfi stas. Ele ex-plica com mais detalhes os exercícios praticados nesta modalidade. “O treinamen-to funcional veio para suprir algumas necessidades em relação ao treinamento co-mum, alguns exercícios são incrementados no surf usan-do estabilidade, velocidade e resistência muscular. Exer-cícios que fazem rotação do tronco são essenciais, pois o atleta sempre necessita para projetar a prancha no lip, ou para retornar à base da onda. Exercícios de potência e explosão muscular fazem com que o atleta consiga se projetar melhor na onda, ter melhor rotação, e voltar para a base da onda com mais se-gurança e fi rmeza”, afi rma.

sumir carne e também mudou o visual. “Tenho dreads há oito anos. Hoje em dia isto é algo mais comum, acho que ganhou até espaço na moda, contudo, para mim, o meu ca-belo é como um voto que fi z quando abdiquei dos meus antigos costumes para ganhar novos hábitos”, explica.

Atualmente, ela e o marido, Thiago, são donos de um cen-tro de ioga em Tubarão. O es-paço existe na Cidade Azul há cinco anos e aos poucos vem ganhando o seu espaço entre a sociedade. Segundo Aline, muitas pessoas buscam o lo-

cal com ideias erradas do que realmente a ioga proporciona. Muitos vêm da academia e alguns chegam a se tornar bu-distas, outros buscam a tran-quilidade.

Gisele Rodrigues é prati-cante há três meses e viu na ioga uma forma de relaxar. “Vim para cá buscando uma tranquilidade, uma paz interior. A ioga traz muitos benefícios, além disso, ainda consigo ter melhor postura. Desde que co-mecei a praticar já noto diferen-ças. Tenho mais facilidade de me concentrar e até mesmo de encarar a vida”, conta Gisele.

Maria Julia Goulart

Murilo Miranda

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Por meio de meditação e exercícios, a ioga consegue promover um encontro do corpo com a mente.

Bem estar e prazer em plena atividade física

Surf

Ioga:Equilíbrio físicoe espiritual

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