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1 FACULDADE ASSIS GURGACZ DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO PRE/PROBIÓTICOS CASCAVEL 2015

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FFAACCUULLDDAADDEE AASSSSIISS GGUURRGGAACCZZ

DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO

DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO PRE/PROBIÓTICOS

CASCAVEL

2015

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JAQUELINE COSTA VALE

DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO

DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO PRE/PROBIÓTICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito de avaliação da disciplina de TCC II do curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz.

Profa. Orientadora: Suzana Bender

CASCAVEL

2015

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JAQUELINE COSTA VALE

DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO DERMATOLÓGICOA PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO

PRE/PROBIÓTICOS

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora

Suzana Bender.

BANCA EXAMINADORA

Suzana Bender

Especialista

Giovane Douglas Zanin

Mestre

Yara Jamal Mestre

Cascavel, 20 de Junho de 2015.

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Sumario

1 - REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 5

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 21

2 - ARTIGO .................................................................................................................. 27

NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

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1 – REVISÃO DE LITERATURA

1.1 RADICAIS LIVRES

Os radicais livres são qualquer espécie química capaz de existir

independentemente que apresente um ou mais elétrons não pareados e contenham

um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Em geral, essas

espécies são instáveis, tem uma meia-vida curta, e reagem rapidamente com

diversos compostos e alvos celulares, podendo ser formados quando eles cedem o

elétron solitário, oxidando-se, ou recebem outro, reduzindo-se. Portando, os radicais

livres são resultantes ou provocados pelas reações de óxido-redução (DATTNER,

1999).

A sua produção pode ocorrer de forma endógena no citoplasma, nas

mitocôndrias ou nas membranas e o seu alvo celular (proteínas, lipídeos,

carboidratos e DNA) estando relacionado com o seu sítio de formação. Outra forma

de produção é a exógena devido à radiação ultravioleta, em especial o UVA que

reage com fotos sensibilizadores e com cromóforos da pele como a melanina. Sendo

assim, o processo do fotoenvelhecimento ocorre devido ao excesso de radicais

livres formados neste processo. Quanto mais expostos ficamos a essa radiação

maior é a quantidade de radicais livres que se acumulam, sem a capacidade de

neutralizar ou eliminá-los podem ocorrer alterações irreversíveis nas células ou

mutações como rugas, flacidez, desenvolvimento de células cancerosas e outras

doenças patológicas. Outras fontes exógenas são ambientais como pesticidas,

poluição, cigarro, medicamentos antitumorais e estilos de vida não saudáveis, que

também podem provocar estas alterações (OGA, 2003; FERREIRA & MATSUBARA,

1997).

O oxigênio molecular e seus radicais são os reagentes mais importantes nas

células aeróbicas. O termo “espécies reativas de oxigênio” (ERO) inclui os radicais

livres contendo oxigênio, como o ânion superóxido (O2-), o radical hidroxila (OH-), o

hidroperóxido (H2O) e espécies não radicalares como o peróxido de hidrogênio

(H2O2) e o oxigênio singlete (1O2), os quais são frequentemente gerados como

subprodutos de reações biológicas ou por fatores exógenos (ANDRADE et al.,2007).

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As ERO´s são produzidas no organismo por fagocitose e como consequência

do metabolismo celular normal. Já que 95% do oxigênio consumido pelas células

seguem para a cadeia transportadora de elétrons e os 5% restantes, apresentam

erros no processo de redução do oxigênio, dando assim, origem as ERRO

(CANTERLE, 2005). Estes por sua vez atuam no processo de lesão tecidual de

patologias, tendo como fontes, a cadeia transportadora de elétrons das

mitocôndrias, leucócitos ativados, a enzima xantina oxidase, além dos produtos da

auto-oxidação das catecolaminas e os metabólitos da degradação do ácido

araquidônico (SCHIMITZ et al., 2005).

Segundo Morais-de-Souza (2007) os danos que as ERO´s podem causar em

organismos vivos são divididos em cinco categorias; citotoxicidade ou morte celular;

mutagênese, causada devido aos danos aos ácidos nucleicos ou as suas enzimas

ativadoras; estresse mecânico endotelial, possibilitando o aparecimento de

aterosclerose; inativação de antiproteases; desagregação de polissacarídeos no

tecido conjuntivo, que gera processos degenerativos na cartilagem articular.

Sua produção é controlada nos seres vivos por diversos compostos

antioxidantes, os quais podem ter origem endógena como a dismutase e peroxidase,

ou serem provenientes da dieta alimentar. Destas últimas destacam-se tocoferóis e

carotenoides, além disso, os antioxidantes podem ser produzidos de forma sintética

como é o caso do PG e do BHT (SOUSA et al., 2007).

1.2. FOTOENVELHECIMENTO

A pele é o maior órgão do corpo humano e corresponde a 15 % do peso

corporal, estando diretamente exposta ao estresse oxidativo especialmente o

causado pela radiação ultravioleta (BORGES, 2010).

Os raios solares possuem em sua constituição a radiação ultravioleta A, B e

C. Os raios UVC's incidem em um comprimento de onda entre 180 nm e 290nm,

sendo chamados de comprimento de ondas curtas, os UVB's incidem entre 290 e

320 nm, e são comprimento de ondas médias já os UVA's atuam entre 320 e 400

nm, e são denominados comprimento de ondas longas. A radiação UVC tem pouca

incidência na superfície terrestre, sendo está retida pela camada de ozônio. Já as

radiações UVA e UVB estimulam a formação de radicais livres, não se tem certeza

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qual das duas provoca mais o aparecimento destas moléculas. No entanto sabe-se

que juntas são mais danosas que isoladamente e que o estresse oxidativo

provocado por elas nas camadas da pele depende da penetração dos raios

ultravioletas que por sua vez levam ao fotoenvelhecimento (MAGALHÃES, 2000).

A exposição crônica ou excessiva à radiação UV, gera radicais livres que se

sobrepõem a capacidade de defesa da pele, causando a inativação de antioxidantes

enzimáticos e depleção dos não enzimáticos, imediatamente após a irradiação, o

que pode levar a morte celular por apoptose ou necrose (RITTIE; FISHER, 2002)

O fotoenvelhecimento ocorre quando o indivíduo se expõe à radiação solar

em excesso. Seu grau e intensidade podem variar de acordo com o tipo da pele e

tempo de exposição. Quando a luz penetra na pele, a radiação pode danificá-la

interagindo a um nível molecular com cromóforos, alterando a sua estrutura química,

ou a um nível subatômico criando um estresse oxidativo. (ORIÁ et al; 2003;

TESTON, 2010).

Desta forma destaca-se o uso de antioxidantes como preventivo tanto por

via oral, como por via tópica, visando à prevenção ou correção das lesões

resultantes dos radicais livres produzidos pela radiação UV.

1.3. ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

Os antioxidantes podem ser definidos, do ponto de vista biológico, como

compostos que protegem os sistemas biológicos contra efeitos potencialmente

danosos causados por processos ou reações que promovem a oxidação de

macromoléculas e estruturas celulares (SOUSA et al., 2007).

É imprescindível para o antioxidante ser considerado de qualidade, possuir as

seguintes propriedades, presença de substituintes doadores de elétrons ou de

hidrogênio ao radical; função de potencial de redução; capacidade de deslocamento

do radical formado em sua estrutura; capacidade de quelar metais de transição

implicados no processo oxidativo e acesso ao local de ação este dependendo de

sua hidrofilia ou lipofilia e de seu coeficiente de partição (MANACH et al., 2004).

A atividade antioxidante possui várias linhas o sistema primário é formado por

substâncias que impedem ou interrompem a geração de espécies reativas, ou

sequestradores evitando a interação com seus alvos. Já os sistemas secundários

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são formados geralmente por compostos fenólicos, que bloqueiam a etapa de

propagação da cadeia radicular, sequestrando radicais livres secundários. A terceira

linha é constituída pelos sistemas de reparo do DNA, proteínas e lipídeos (OGA,

2003).

Os antioxidantes oriundos de fontes naturais enquadram-se na linha de

defesa secundária, que podem atuar como agentes redutores, sequestradores de

radicais livres, inibidores de enzimas e como quelantes de metais possuindo assim a

capacidade de interromper a formação de radicais livres. Neste contexto, vários

estudos têm demonstrado que estes antioxidantes provenientes de fontes naturais,

como por exemplo, os obtidos através de alimentos, apresentam uma grande

importância na prevenção de doenças crônicas, tais como doenças

cardiovasculares, câncer e desordens cerebrais degenerativas relacionadas ao

envelhecimento, sendo assim podem ser considerados antioxidantes por excelência

(CATANEO et al., 2008; MORAIS-DE-SOUZA, 2007).

Pesquisas realizadas tem sua fundamentação relacionada á atuação dos

antioxidantes, comprovando assim a eficácia do seu uso no processo de

envelhecimento, já que os mesmos atuam nos mecanismos de defesa contra os

radicais livres e impedem a sua formação, principalmente pela inibição das reações

em cadeia com o ferro e o cobre. Além destas atuações eles também, interceptam

os radicais livres gerados por fontes exógenas ou pelo próprio metabolismo,

impedindo assim o ataque aos lipídeos, aminoácidos, duplas ligações dos ácidos

graxos e as bases de DNA, com isso evita a formação de lesões e a perda da

integridade celular, além disso realizam a proteção e o reparo de lesões causadas

pelos radicais estando esses relacionados a remoção de danos da molécula de DNA

e a reconstituição de membranas celulares danificadas, sendo alguns antioxidantes

obtidos da dieta, como as vitaminas C, E e A, os flavonóides e carotenoides

extremamente importantes na intercepção dos radicais livres (SOUSA et al., 2007).

Para determinação da atividade antioxidante uma das metodologias mais

comum, prática, rápida e sensível é a que envolve um radical cromóforo estável, que

estimula as espécies reativas de oxigênio (EROs), sendo o radical livre DPPH (1,1 -

difenil-2- picrilhidrazina) um dos mais utilizados. Este método consiste em avaliar a

capacidade antioxidante via sequestro do radical livre através de espectrofotometria,

com um pico de absorção no comprimento de onda de 515- 518 -nm, em meio

metanólico ou etanólico. No teste de captura com DPPH ocorre uma reação de oxi-

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redução, onde o DPPH, que apresenta coloração violeta, é reduzido, ou seja, o

elétron desemparelhado do nitrogênio se emparelha com o elétron cedido por um

radical hidrogênio de um antioxidante, tornando a solução amarela e ocorrendo a

formação do DPPH-H, reduzido e estável. É essa característica de mudança de

coloração que permite o acompanhamento visual da reação. (ANDRADE et al.,

2007).

A avaliação da atividade antioxidante se da através da monitorização do

consumo do radical livre pela amostra através da medida do decréscimo da

absorbância. (SOUSA et al. 2007).

1.4. PROBIÓTICOS COMO ANTIOXIDANTES

O interesse no papel das bactérias ácido lácticas na promoção da saúde

humana remota pelo menos ao ano de 1908, quando Metchnikoff sugeriu que o

consumo de leite fermentado com lactobacilos iria prolongar a vida. Esta crença

fortaleceu o marketing de muitos alimentos contendo culturas vivas de bactérias

lácticas, denominados como probióticos, pois inúmeros estudos subsequentes

comprovaram que seu consumo é seguro e proporciona efeitos benéficos à saúde.

(RICHARDSON, 1996).

Desde então estas bactérias são utilizadas na produção de laticínios tais

como leite ou iogurte e atualmente possuem grande importância na indústria,

principalmente por sua capacidade de inibir o crescimento de patógenos nos

alimentos fermentados e no intestino do hospedeiro quando ingeridos.

O termo “probiótico” foi introduzido pela primeira vez em 1965 por Lilly e

Stillwell, definindo-se como o fator de origem microbiológico que estimula o

crescimento de outros organismos. Em 1989, Roy Fuller introduziu a ideia de que o

mesmo tem um efeito benéfico para o hospedeiro.

Schrezenmeir & De Vrese (2001) propuseram que o termo probiótico deveria

ser usado para designar preparações ou produtos que contêm microrganismos

viáveis definidos e em quantidade adequada, que alteram a microbiota própria das

mucosas por implantação ou colonização de um sistema do hospedeiro.

As bactérias probióticas proporcionam benefícios à saúde que incluem o

balanço da flora intestinal, influenciando beneficamente seu equilíbrio , competindo

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com microorganismos patógenos, melhorando a digestão e reforçando o sistema

imune, além de estimular a produção de vitaminas, quando ingeridos (BAETS

et.al.2008).

Inúmeras evidências indicam que os probióticos podem ser úteis como

agentes antioxidantes, pois nos últimos anos várias investigações foram conduzidas

para elucidar e comprovar estas propriedades das bactérias ácido lácticas in vitro e

in vivo, sendo os Lactobacillus um dos probióticos existente mais pesquisado.

Sugere-se que os Lactobacillus podem melhorar a defesa antioxidante do

hospedeiro, pois possuem sistemas para manter os radicais livres em níveis que não

são tóxicos para as células. (STECCHIN et al. 2001; AHIRE et al. 2013).

Em 1993, Kaizu et al relataram pela primeira vez a atividade antioxidante das

bactérias ácido lácticas em ratos com deficiência de vitamina E é demonstraram que

o tratamento com Lactobacillus sp. diminuiu potencialmente o risco de estresse

oxidativo. Além disso, Sanders et al. (1995) verificaram que os Lactobacillus

Lactococcus demonstram atividade da enzima superóxido dismutase importante na

defesa antioxidante na maioria das células expostas ao oxigênio.

Posteriormente, Lin e Yen (1999) e Lin e Chang (2000) observaram que

cepas diferentes de Lactobacillus e Bifidobactérias, na forma de células intactas e

extratos livres, foram capazes de inibir a auto-oxidação do ascorbato, quelar íons

metálicos dimunir os íons superoxidos e outros ERO's e a peroxidação lipídica in

vitro.

A defesa microbiana contra os efeitos danosos das espécies reativas de

oxigênio envolve componentes enzimáticos e não enzimáticos (STECCHINI et

al.2001).

As maiorias das bactérias ácidas lácticas reagem através da produção de

enzimas superóxido dismutase (STECCHINI et al. 2001), que catalisam radicais

superóxido a oxigênio e peróxido de hidrogênio e da glutationa peroxidase que

elimina peróxido de hidrogênio e os radicais hidroxila (AMANATIDOU et al., 2001b).

Algumas bactérias ácido lácticas podem também produzir antioxidantes não

enzimáticos, com atividade de redução e capacidade quelante de íons metalicos

(SAIDE E GILLILAND, 2005; LEE et al, 2005). O uso de cepas específicas pode

demonstrar diferentes mecanismos de ação.

Em estudos anteriores o Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium longum,

Lactobacillus fermentum e Lactobacillus sake (LIN E CHANG, 2000c; KULLISAAR et

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al, 2002; AMANATIDOU et al, 2001a) demonstraram possuir atividade

antioxidante, e foram capazes de diminuir o risco de acumulação de ROS, inibindo a

peroxidação do ácido linoleico e a capacidade de varrer os radicais livres

DPPH.Lee et al. (2005) descobriram que o L. casei KCTC 3260 parece remover íon

metálicos, o que resulta no bloqueio da cadeia oxidativa.

Assim, os probióticos podem representar uma ferramenta terapêutica na

prevenção do estresse oxidativo através da via tópica ou por ingestão. Essas cepas

antioxidantes, com propriedades desejáveis, representam um material promissor

para a indústria de alimentos e farmacêutica, considerando o fato de que a

microbiota humana tem que ser tolerante ao estresse oxidativo endógeno e exógeno

(CATANEO et al., 2008; MORAIS-DE-SOUZA, 2007).

1.5. ALPHA-GLUCAN OLIGOSACCHARIDE E POLYMNIA

SONCHIFOLIA ROOT JUICE (AND) MALTODEXTRIN E LACTOBACILLUS.

O princípio ativo é uma combinação original e simbiótica, que contém de β-

frutooligossacarídeo e α-glucooligossacarídeo em conjunto com Lactobacillus

inativados, atomizado em maltodextrina, tornando esta associação mais estável.

Fornece uma ação complementar pré probiótica desencadeando uma melhora na

aparência da pele por confrontar as agressões diárias, mantendo, estimulando e

reconstituindo a ecoflora cutânea. (SOLABIA, 2009).

Os prebióticos afetam beneficamente o hospedeiro, por estimularem

seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis,

possuem capacidade de inibir a multiplicação de patógenos. Fazem parte desta

composição os prebióticos GLUCO-OLIGASSACARÍDEO (GOSα) obtido por um

processo de síntese enzimática a partir de açúcares naturais (maltose de milho,

sacarose de beterraba) e os FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS: fibras dietéticas

solúveis prebióticas, extraída da raiz da chicória. São polímeros de frutose ligados à

glicose, com capacidade de promover o desenvolvimento de microorganismos

probióticos (bifidobactérias), imprescindíveis e benéficos para microbiota (SOLABIA,

2009).

O ativo também tem sua eficácia atribuída aos Lactobacillus casei e

Lactobacillus acidophilus. O Lactobacillus casei, é uma espécie de bactéria lática

fenotipicamente e geneticamente heterogênea. É caracterizado como microrganismo

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gram-positivo, não esporulado, catalase-negativo, desprovido de citocromo,

anaeróbio, mas aerotolerante, ácido-tolerante e estritamente fermentativo. Devido a

sua forma de bastonetes é chamado de “bacilos” e por ter a capacidade de

transformar, através da fermentação o açúcar do leite (lactose) em ácido láctico, é

chamado de Lactobacillus (FERRERO, 1996).

Já Lactobacillus acidophilus possui características muito semelhantes ao

Lactobacillus casei. É um bastonete gram-positivo, não formador de esporos,

homofermentativo de catalase negativa, que habita comumente o trato intestinal do

ser humano. (MERCENIER, 2002).

Aplicações não intestinais de probióticos são pouco investigadas, no entanto,

estes microorganismos são passíveis de serem aplicados a qualquer ambiente onde

existe uma microbiota normal, assim como a pele, embora menos complexa

(TANNOCK, 1995).

Neste sentido o princípio ativo estimula também os mecanismos de defesa

natural da pele ativando células como os queratinócitos a secretar peptídeos

antimicrobianos melhorando a superfície da pele, proporcionando o conforto, bem

estar de uma aparência esteticamente agradável (SOLABIA, 2009).

O mecanismo de ação do princípio ativo, segundo o fornecedor, é bastante

diversificado e compõem no mínimo uma das seguintes categorias: 1) Inibição de

patógenos e restabelecimento da homeostase microbiana. 2) Proteção da barreira

epitelial. 3) Modulação da resposta imune.Sua atividade antioxidante não foi

pesquisada.

1.6. INIBIÇÃO DE PATÓGENOS E RESTABELECIMENTO DA

HOMEOSTASE MICROBIANA

Vários microrganismos probióticos apresentam atividade antagonista contra

espécies patogênicas pela síntese de bacteriocinas, peróxido de hidrogênio, ácidos

orgânicos voláteis, ácido lático e acético (JIN et al, 2000).

No caso dos probióticos, existe na literatura uma ampla gama de trabalhos

descrevendo a ação antagonista destas substâncias, capazes de inibir a

multiplicação de outras bactérias, mesmo em baixas concentrações, contra vários

patógenos, tais como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus

faecalis, Klebsiella pneumoniae, Clostridium sporogenes, Clostridium perfringens

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Staphylococcus aureus, Salmonella enteritidis, dentre outros (JAMUNA et al, 2005;

GARCIA et al., 2006; TODOROV; DICKS, 2007; TODOROV, 2009).

As bacteriocinas, dependendo de sua concentração, são bactericidas ou

bacteriostáticas e atuam permeabilizando as membranas de células sensíveis por

meio da formação de poros, o que causa desequilíbrio iônico e fluxo de íons fosfato.

A consequência da formação de poros é a dissipação da força protônica (PMF), que

está envolvida diretamente com a síntese de ATP, fosforilação e transporte de

proteínas, síntese e rotação dos flagelos (BRUNO; MONTVILLE, 1993).

A produção de bacteriocinas ocorre principalmente na fase logarítmica.

Estudos relataram que todas as bacteriocinas até então conhecidas são sintetizadas

como pré-peptídeos com uma sequencia N-terminal que dirige seu transporte para

fora da célula e é removida antes que uma bacteriocina ativa possa ser detectada.

Na região C-terminal, em alguns casos, o polipeptídeo precursor sofre modificações

pós-tradução. Estas modificações incluem desidratação de resíduos de serina e/ou

treonina específicas, o que resulta na formação de 2,3-dideidroaminoácidos; e

adição de grupos tióis de resíduos de cisteína as ligações duplas de alguns desses

aminoácidos, o que gera resíduos de lantionina e b-metil lantionina. O transporte dos

peptídeos para o ambiente externo é carreado por um efluxo dependente de ATP de

complexos proteicos associados à membrana (PIARD et al., 1992).

Segundo KLAENHAMMER (1993), as bacteriocinas de bactérias láticas

podem ser divididas em 4 classes, de acordo com as propriedades estruturais e

físico-químicas. As bacteriocinas da classe I e II, as mais conhecidas, apresentam

peso molecular inferior a 10 kDa e termoestabilidade. As das classes III e IV não são

bem conhecidas, mas apresentam peso molecular superior a 30 kDa; são

termolábeis e podem ser proteínas hidrofílicas ou complexos formados por

proteínas, fosfolipídios e/ou carboidratos (Tabela 1).

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O peróxido de hidrogênio é importante para a manutenção do equilíbrio da

microbiota, como um antagonista cujo espectro de ação inclui a inibição do

crescimento de bactérias patogênicas Gram negativas, como demonstrado por

Pridmore e colaboradores (2008), que observaram a atividade anti-Salmonella de

Lactobacillus johnsonii NCC533 derivada da produção de peróxido. Além disso, ele

também pode estar impedindo o estabelecimento de patógenos na colonização da

vagina (VALLOR et al. 2001).

O desenvolvimento de certas espécies de Lactobacillus previne o crescimento

de vários agentes patogênicos no trato gastro intestinal, pois reduz o pH local

através da produção de ácidos orgânicos, bem como de ácido lático e acético.

(GARCIA et al., 2006). Um estudo que destaca a relação entre a produção destas

substâncias e a inibição de patógenos é o de De Keersmaecker colaboradores

(2006) que atribui à atividade antimicrobiana da linhagem GG de Lactobacillus

rhamnosus contra Salmonella enterica à produção de ácido lático.

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Figura 1: Resumo do mecanismo de ação dos probióticos.

Fonte: (DE KEERSMAECKER, 2008).

PB: probiótico; PG: patógeno; CEI: célula epitelial intestinal; CD: célula dendrítica; MC: macrófago.

1.7. PROTEÇÃO DA BARREIRA EPITELIAL

A competição por nutrientes e/ou competição entre linhagens patogênicas e

microrganismos probióticos pelos mesmos sítios de adesão (exclusão competitiva),

além da indução da síntese de defensinas e muco são propriedades que promovem

a proteção da barreira epitelial pelos probióticos. (TURNER et al, 2001; OLIVEIRA et

al., 2002; SAAD, 2006).

1.8. DEFENSINAS

As defensinas são pequenos AMPs (peptídeos antimicrobianos), ricos em

arginina com peso molecular de 3 a 5 kDa (BOGEFORS et al, 2012), que podem ser

originadas em diferentes sistemas ou células como os leucócitos, queratinócitos,

melanócitos, pneumócitos e células de Paneth, assim como no sistema nervoso

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central (GANZ, 2002; SELSTED; OUELETTE, 2005; SUN et al, 2005; VAN DAMME

et al, 2009; YANG et al, 1999).

Foram descobertas no início dos anos 80 (ANTCHEVA et al., 2006) e seus

mecanismos de ações incluem vários graus de atividade antimicrobiana contra

bactérias, fungos e vírus. A sua maioria atua ao penetrar na membrana

citoplasmática microbiana por meio de atração elétrica (catiônicas), formando um

poro na membrana que permite o extravasamento de lisozimas. Ferramentas que

poderiam ser usadas para o entendimento de sinais intracelulares frente a várias

enfermidades são: o bloqueio de proteases, reparação e proliferação celular,

quimiotaxia, ativação do sistema de complemento e síntese de citocinas (SELSTED;

OUELETTE, 2005; VAN DAMME et al, 2009).

Estudos recentes demonstram a importância desses peptídeos na pele,

especificamente na epiderme, onde constituem uma importante barreia imunológica

contra bactérias e outros agentes patógenos (ASANO et al, 2008).

1.9. DEFENSINAS E Β-DEFENSINAS

Dentro da bioquimica, as defensinas são consideradas como peptídeos

pequenos (25-49 aminoácidos) que possuem formato anfipática α-hélice ou de

lâminas-β e pontes dissulfeto estáveis entrando em contato com a superfície

microbiana de bactérias, artrópodes, anfíbios, mamíferos, fungos, plantas, moluscos

(STEINSTRAESSER et al, 2011). As diferentes extirpes de defensinas (α, β e θ) são

presentes variavelmente nos mamíferos, sendo expressas por macrófagos,

monócitos, células dendríticas e células epiteliais (CROVELLA et al, 2005;

BOGEFORS et al, 2012).

Sendo formadas por pontes de cisteínas, que são efetivas na resposta imune

contra antígenos-específicos (LYNN; BRADLEY, 2010; BOGEFORS et al., 2012)

além disso destaca-se a sua evidente eficiência na diminuição da incidência assim

como no tamanho e multiplicação de lesões de pele, induzidas pela exposição à luz,

como a ocorrência de carcinomas de células escamosas (HILL et al., 1991).

Na década de 80 entre os três tipos de defensinas existentes, as α-defensinas

foram às primeiras a serem identificadas como moléculas ricas em cisteína,

componentes de neutrófilos e células fagocíticas dos mamíferos. Na sequência, no

início da década de 90 as β-defensinas foram identificadas nos leucócitos e epitélios

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de mamíferos (LEONARD et al, 2012; ANTCHEVA et al, 2006). As defensinas são

moléculas catiônicas (polar) espacialmente carregadas e com regiões hidrofóbi cas

(GANZ, 1999; CROVELLA et al, 2005). Essa estrutura permite a inserção de

fosfolipídios na sua membrana fazendo com que as regiões hidrofóbicas fiquem

ocultas com a sua membrana oleosa interna, assim suas regiões catiônicas

interagem com cabeças de fosfolipídios aniônicos e a água (anfipáticas), atuando

assim como antibióticos e moléculas de sinalização (GANZ, 1999; DIAO et al, 2007;

LYNN; BRADLEY, 2010).

Acontece na superfície da mucosa e na pele a ponte estabelecida pelas β-

defensinas entre a imunidade inata adaptativa (YANG et al, 1999), envolvendo a sua

ação antibacteriana a permeabilização das células-alvo como um passo crucial.

Dentre as suas diversas funções imunológicas e não imunológicas incluem-se:

bloqueio de proteases e transcriptase reversa, ativação do sistema de complemento,

síntese de citocinas, além da diferenciação de tecidos reprodutivos, cor preta na

pelagem dos cães, maturação espermática e propriedades analgésicas (CROVELLA

et al, 2005; CANDILLE et al, 2007; BOGEFORS et al, 2012; LEONARD et al, 2012).

As defensinas são moléculas produzidas por neutrófilos em resposta a

infecção, em questão de minutos a horas alcançando níveis máximos no organismo

em 24 horas (TIZARD, 2000; GANZ, 2002). Suas propriedades quimiotáxicas se

baseiam nos sinais intracelulares transmitidas a outras células de defesa do

hospedeiro estabilizando uma ligação entre elas e o sistema imune adaptativo

(LEONARD et al, 2012). As propriedade quimiotáxica das β-defensinas foram

estudadas principalmente na β-defensinas hBD-1 (β-defensina humana 1) e hBD-2 (β-

defensina humana 1). A hBD1 produzida de forma induzida está expressa nos túbulos

renais e em menor grau no pâncreas e outros sítios epiteliais; a hBD2, e produzida

normalmente e também de forma induzida na pele e outros epitélios durante a

inflamação (YOUNT et al, 2009; STEINSTRAESSERET et al, 2011; BOGEFORS, et

al, 2012). Concentrações micro molares de defensinas são capazes de atrair células

dendríticas e células T de memória, sendo capaz de iniciar a resposta imune

secundária. Como as β-defensinas, os neutrófilos humanos e as α- defensinas

também atraem células T. Além disso, algumas defensinas também bloqueiam

receptores adrenocorticotróficos e podem inibir a produção de hormônios adrenais

imunodepressores numa infecção aguda (SELSTED; OUELETTE, 2005; ERLES et al,

2010; LEONARD et al, 2012).

18

1.10 MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE

Bactérias probióticas são capazes de modular a resposta imune do

hospedeiro por meio da ativação de macrófagos, proliferação de células T e

aumento da produção de imunoglobulinas, anticorpos e citocinas (OLIVEIRA et al.,

2002; PANCHENIAK, 2005).

A modulação imune dos probióticos é um resultado da interação de moléculas

conservadas da parede celular destes microrganismos (MAMPs) com receptores de

reconhecimento do hospedeiro (PRRs), induzindo assim as vias de sinalização

imune, sendo a resposta imunológica gerada dependente diretamente da linhagem

probiótica ingerida e do tipo celular ao qual ela se liga (CROSS, 2002;

OELSCHLAEGER, 2010).

A interação do microrganismo probiótico com as células dendríticas é o fator

que promove a produção de citocinas, principais moléculas do complexo de

histocompatibilidade principal para apresentação de antígenos, e moléculas co-

estimulatórias que polarizam células T em células T regulatórias e auxiliares tipo 1 e

2.

Todos os mecanismos citados são elucidados e comprovados no informe do

fornecedor, porém a pesquisa da atividade antioxidante ainda não foi realizada.

1.11. ANTIOXIDANTES EM COSMETOLOGIA

A procura pela juventude e beleza da pele, cresce constantemente, tanto por

parte das mulheres quanto dos homens, e com esta visão o mercado de produtos

cosméticos tem inovado em sua tecnologia, criando novos produtos, pesquisando

novos princípios ativos e comprovando a eficácia na utilização dos mesmos

(GILCHREST; KRUTMANN, 2007).

Os produtos cosméticos prometem hoje melhorar a aparência da pele, a sua

textura e a sua saúde no geral. Este mercado teve um grande crescimento nos

últimos anos. Segundo a (ABIHPEC, 2014) indústria brasileira de higiene pessoal,

perfumaria e cosméticos apresentou crescimento médio de 10% nos últimos anos,

tendo um faturamento de 34 bilhões de reais em 2012, o Brasil ocupa atualmente a

quarta posição mundial em vendas de produtos para a pele (ABIHPEC, 2014).

19

Uma parcela considerável da indústria cosmética, baseando-se em evidências

científicas, desenvolveu produtos utilizando princípios ativos antioxidantes com o

propósito de proteger a pele das radiações solares UVA e UVB. Impedindo assim a

ação dos radicais livres e a oxidação das células, evitando os danos ao DNA e

fibroblastos, retardando os efeitos indesejados do tempo e prolongando a boa

qualidade e aparência da pele (DISTANTE; RIGANO; 2010).

Estudos têm demonstrado o poder de certas vitaminas e bactérias como

antioxidantes em cosméticos, através de testes laboratoriais e clínicos que fornecem

fortes evidências que estes componentes em níveis adequados, têm importante

papel nos processos protetores, corretivos e de renovação da pele. Estas pesquisas

também constatam efeitos na redução do processo de degeneração de células,

ajudando a prevenir o aparecimento de doenças e retardando o envelhecimento do

organismo (ALMEIDA, 2008).

Deste modo, o uso de antioxidantes aumentou, sendo cada vez mais

aconselhados por dermatologistas como complemento de tratamentos, tanto para

uso tópico como oral, de forma individual ou em associação. Independente da sua

via de administração, o objetivo é o mesmo: evitar o estresse oxidativo, prevenindo a

ocorrência de lesões, ou reparando danos já existentes (BARATA, 2002).

Quando usados regularmente os antioxidantes exercem efeitos benéficos em

produtos para cuidados cutâneos, sendo assim eficazes na reparação da pele na

melhoria do aspecto e da qualidade da mesma e capaz de atrasar o envelhecimento

cutâneo (WALTERS, 2008).

1.12. DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO COSMÉTICO

ANTIOXIDANTE

Os produtos cosméticos são substâncias ou misturas destas destinadas a

entrar em contato com as partes externas do corpo humano (epiderme, sistema

piloso, unhas, etc.) ou com os dentes e as mucosas bucais, tendo em vista,

exclusiva ou principalmente a função de, limpar perfumar, modificar o aspecto,

proteger, manter em bom estado ou corrigir os odores corporais, podendo ser

classificados em grau I e grau II (ANVISA, 2005). A principal diferença entre eles

são os dizeres de rotulagem e a composição, os cosméticos de grau I possuem

20

propriedades básicas, cuja comprovação inicialmente não é necessária e não requer

informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições. No entanto

os cosméticos de grau II são produtos com risco potencial, ou seja, produtos com

indicações específicas, que exigem informações e cuidados quanto ao modo e

restrições. Pode conter ingredientes considerados irritantes quando utilizados em

altas concentrações; devem ser registrados na ANVISA e apresentar os testes de

eficácia e segurança. O produto a ser desenvolvido trata-se de um cosmético grau II

com atividade especifica (ANVISA, 2014).

O processo de desenvolvimento de produtos situa-se exatamente na interface

entre a indústria e o mercado, cabendo a ela identificar, e na medida do possível,

antecipar as necessidades e propor soluções para atender de modo adequado o

consumidor. Atualmente, observa-se um crescimento na busca por produtos naturais

para tratar a pele, isto porque existe um grupo considerável de clientes que excluem

o uso de ativos petroquímicos e priorizam os que possuem uma produção

ecologicamente correta, usado como matéria-prima produtos da biodiversidade

natural existente no país (RIBEIRO, 2009).

Nesse sentido, o creme dermatológico a ser desenvolvido vem de encontro

com esta necessidade, uma vez que usa um princípio ativo natural, com poucos

produtos ainda no mercado e com grande potencial de aplicação.

21

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27

2 – ARTIGO

DESENVOLVIMENTO DE UM CREME ANTIOXIDANTE PARA USO

DERMATOLÓGICO A PARTIR DE UM PRINCÍPIO ATIVO CONTENDO

PRE/PROBIÓTICOS.

Jaqueline Costa Vale1*; Suzana Bender2

RESUMO: O presente estudo fundamentou-se na necessidade de explorar o

potencial dos probióticos na pele, avaliando a atividade antioxidante de um creme

dermatológico contendo os mesmos e sua possível utilização no tratamento do

fotoenvelhecimento. Este princípio ativo é o único comercialmente disponível no

Brasil, contendo células bacterianas intactas liofilizadas e atomizadas. O objetivo da

pesquisa foi avaliar a atividade antioxidante do creme dermatológico contendo pré-

probióticos, através do método DPPH, verificando a viabilidade celular e a

caracterização morfo-tintorial e bioquímica das cepas da fração probiótica do

princípio ativo. Em cada 1 grama do princípio ativo foram encontradas em média

4,15.109 UFC, as colônias encontradas apresentaram características morfo-tinturiais

condizentes com as do Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei. No método

do DPPH, o creme dermatológico apresentou atividade antioxidante dose

dependente.O produto desenvolvido possui potencial de inovação e pode ser

utilizado para o fotoenvelhecimento, pois não existem outros no mercado com o

mesmo princípio ativo para a mesma aplicação.

UNITERMOS: Antioxidantes, Creme Dermatológico, Pré/Probióticos, Viabilidade,

DPPH, Lactobacilos,

ABSTRACT: This study was based on the need to explore the potential of probiotics in

the skin, evaluating the antioxidant activity of a dermatological cream containing

them and their possible use in the treatment of photoaging. This active principle is

the only commercially available in Brazil, containing bacterial cells lyophilized and

atomized intact. The objective of the research was to evaluate the antioxidant activity

1* Acadêmica do curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz. Email: [email protected] 2 Docente do cusro de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz.

28

of dermatological cream containing pre-probiotics, through the DPPH method,

checking cell viability and morpho-dyeing and biochemical characterization of strains

of probiotic fraction of the active ingredient. In each 1 gram of active ingredient were

found in average 4,15.109 UFC, the colonies had found morpho-tinturiais

characteristics consistent with those of Lactobacillus acidophilus and Lactobacillus

casei. In the method of DPPH, the dermatological cream was active antioxidant dose

dependent.The product developed has potential for innovation and can be used for

photoaging, for there are no others on the market with the.

KEYWORDS:

1. INTRODUÇÃO

Internacionalmente os probióticos são definidos como micro-organismos

vivos, que quando administrados em quantidades adequadas conferem benefício a

saúde do hospedeiro. Formulações orais e alimentos com probióticos são utilizados

para restaurar o equilíbrio microbiano, principalmente no trato gastrointestinal e

recentemente, para o tratamento de condições inflamatórias e alérgicas, sendo que

bactérias especificas são capazes de modular o sistema imunológico a níveis locais

e sistêmicos (CROSS, 2002).

Nos últimos anos autores levantaram a hipótese de um novo modelo de

unificação, ou seja, eixo intestino-cérebro-pele, sugerindo que a modulação da

microbiota pela implantação dos probióticos poderia exercer profundos efeitos

benéficos sobre a homeostase também da pele, assim como, prevenir e tratar

doenças incluindo os sinais externos do envelhecimento (CATENEO, 2008).

Estudos clínicos publicados na última década sugerem que numerosas

estirpes de probióticos apresentam grande potencial para o uso na dermatologia

além do bem-estar intestinal já consagrado (BARATA, 2002).

Sendo assim os mesmos podem representar uma alternativa para o

tratamento de diversas afecções da pele, além de serem mais seguros ao

consumidor, pois são produtos naturais com melhor tolerância e menor capacidade

alergênica. Fato este que atende a demanda por este tipo de produto, denominado

biocosméticos impulsionando os avanços técnicos e científicos no setor e,

consequentemente, o desenvolvimento de novos cosméticos (BRINEY, 2004).

29

Aplicações não intestinais de probióticos são pouco investigadas, no entanto,

estes microrganismos são passíveis de serem aplicados a qualquer ambiente onde

existe uma microbiota normal, assim como a pele. (TANNOCK, 1995).

Neste sentido, o presente estudo fundamenta-se na necessidade de explorar

o potencial dos probióticos na pele, avaliando a atividade antioxidante de um creme

dermatológico contendo os mesmos e sua possível utilização no tratamento do

fotoenvelhecimento. Este princípio ativo é o único comercialmente disponível no

Brasil, contendo células bacterianas intactas liofilizadas e atomizadas.

O princípio ativo em estudo é um insumo original e simbiótico, que contém as

fibras solúveis prebióticas β-frutooligossacarídeo e α-glucooligossacarídeo em

conjunto com cepas de Lactobacillus inativados, atomizado em maltodextrina,

tornando esta associação mais estável. Fornece uma ação complementar

pre/probiótica desencadeando uma melhora na aparência da pele por confrontar as

agressões diárias, mantendo, estimulando e reconstituindo a ecoflora cutânea.

(SOLABIA, 2009).

O ativo também tem sua eficácia atribuída aos Lactobacillus casei e

acidophilus. O Lactobacillus casei, é uma espécie de bactéria lática fenotipicamente

e geneticamente heterogênea. É caracterizado como microorganismo gram-positivo,

não esporulado, catalase-negativo, desprovido de citocromo, anaeróbio, mas

aerotolerante, ácido-tolerante e estritamente fermentativo. Devido a sua forma de

bastonetes é chamado de “bacilo” e por ter a capacidade de transformar, através da

fermentação o açúcar do leite (lactose) em ácido láctico, é chamado de lactobacilos

(FERRERO, 1996).

Já Lactobacillus acidophilus possui características muito semelhantes ao

Lactobacillus casei. É um bastonete gram-positivo, não formador de esporos,

homofermentativo, catalase negativo, que habita comumente o trato intestinal

humano. (MERCENIER, 2002).

O mecanismo de ação do princípio ativo, segundo o fornecedor, é bastante

diversificado e compõem no mínimo uma das seguintes categorias: 1) Inibição de

patógenos e restabelecimento da homeostase microbiana. 2) Proteção da barreira

epitelial. 3) Modulação da resposta imune. Sua atividade antioxidante não foi

pesquisada.

30

O objetivo da pesquisa foi avaliar a atividade antioxidante do creme

dermatológico contendo pré-probióticos, através do método DPPH, verificando a

viabilidade celular e a caracterização das cepas da fração probiótica do princípio

ativo.

Além da inibição de micro-organismos patogênicos, há estudos que procuram

verificar atividades benéficas dos probióticos na pele, como aumento da hidratação,

inibição da melanogênese e antioxidação. O foco do presente trabalho buscou

verificar a capacidade antioxidante de um creme dermatológico contendo

pre/probióticos, de modo a validar essa nova vertente de estudos desse tema (KIM

et al, 2015; TSAI et al, 2013).

31

2. METODOLOGIA

O trabalho foi do tipo prospectivo experimental, onde a atividade antioxidante

de um creme dermatológico contendo pré/probióticos foi avaliada.

O estudo foi desenvolvido nas dependências do campus da Faculdade Assis

Gurgacz (FAG), localizada na cidade de Cascavel – PR.

2.1 Materiais Utilizados

O reativo 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) (Sigma-Aldrich Co.), ferricianeto de

potássio, ácido tricloroacético, cloreto férrico, fosfato de sódio monobásico anidro e

fosfato de sódio dibásico anidro (Vetec Química Fina Ltda) e metanol (Merck)

utilizados no trabalho eram analiticamente puros. O princípio ativo foi adquirido da

empresa Solabia. O ágar e o caldo MRS- De Man Rogosa and Sharpe (Oxoid) e o

caldo TSB - Tryptic Soy Broth (Acummedia) foram adquiridos na empresa Paraná

Labor Comércio de Produtos e Equipamentos para Laboratório LTDA.Os

equipamentos utilizados foram: vórtex (Phoenix Luferco – AP56), centrífuga Excelsa

modelo 280 R (Fanem-Brasil), sonicador-ultra som USC750 (Ultra Sonic Cleaner-

Unique). As medidas de absorção foram realizadas em espectrofotômetro UV-Vis

modelo 1600 (Nova) utilizando cubetas de vidro com percurso óptico de 1,0 cm.

2.2 Ativação da fração probiótica do princípio ativo

A ativação das cepas liofilizadas dos probióticos contidas no princípio ativo é

importante para possibilitar a verificação da viabilidade celular e caracterização das

cepas presentes no produto.

Para ativação das cepas liofilizadas, 1 grama do princípio ativo foi transferido

para tubos contendo 10 mL de caldo TSB (TrypticSoyBroth) 10% (v/v), os quais

foram posteriormente incubados por um período de 24 horas em jarra de

anaerobiose a 37 °C ±1, conforme metodologia de Redondo (2008).

32

2.3 Viabilidade da fração probiótica do princípio ativo

A viabilidade foi realizada segundo Schmitt (2014) com o objetivo de verificar

quantas células viáveis o produto apresentava, pois, esta informação não constava

no laudo do fornecedor. Após 24 horas de incubação foi realizada a centrifugação da

cultura a 5000 rpm por 5 minutos. O sobrenadante foi descartado, e o sedimento

ressuspenso em 10 mL de solução salina fosfatada tamponada, com posterior

homogeneização em vórtex seguida de centrifugação. O procedimento foi realizado

03 vezes, a fim de eliminar todo o caldo do sedimento. Posteriormente,

ressuspendeu-se o sedimento com 9 mL de solução fosfato tampão. A partir desta

suspensão foram realizadas oito diluições sucessivas. A viabilidade celular foi

determinada pela técnica de semeadura em profundidade, utilizando o meio ágar

MRS (De Man Rogosa e Sharp). As análises foram realizadas em triplicata, com uma

repetição.

Para contagem, foram utilizadas placas que apresentaram entre 30 e 300

colônias, multiplicando-se o resultado individual pela respectiva diluição. Os

resultados médios por diluição foram expressos em UFC.g-1 de produto.

2.4 Isolamento das cepas da fração probiótica do princípio ativo

O isolamento das bactérias foram realizados a partir de agar MRS que permite

apenas o crescimento destes probióticos (GARCIA, 1999).

2.5 Caracterização da fração probiótica do princípio ativo

2.5.1 Caracterização morfo-tintorial

A quarta etapa consistiu na caracterização morfo-tintorial do o princípio ativo

liofilizado, com o objetivo de comprovar que o mesmo continha cepas de

Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei. A caracterização morfológica foi

realizada observando o aspecto das colônias na placa contendo meio de cultura. Já

a caracterização morfo- tintorial foi realizada pelo método de Gram conforme Tortora

(2010). Para isso foram preparadas suspensões a partir das colônias isoladas

33

apresentando aspectos morfológicos diferentes em salina fisiológica, com as quais

foram preparados esfregaços em lâminas de vidro. Após coloração pelo método de

Gram, foram observadas as características tintoriais das células ao microscópio

óptico com auxílio de objetiva de 100X (imersão). As amostras bacterianas

caracterizadas como “BACILOS” Gram positivos, aos pares, isolados ou em

pequenas cadeias foram, então, caracterizadas presuntivamente como do gênero

Lactobacillus spp. (GARCIA, 1999).

2.5.2 Prova da catalase

Na quinta etapa foi realizada a caracterização do princípio ativo a partir da

avaliação da presença da catalase, através de metodologia convencional. Uma gota

de peróxido de hidrogênio (H2O2 a 3% (v/v), foi adicionada, em lâmina de vidro,

sobre uma colônia bacteriana, previamente identificada, a fim de se selecionar

bactérias ácido-lácticas catalase-negativo com ausência de produção de bolhas

(GARCIA, 1999).

2.6 Elaboração do creme dermatológico

A sexta etapa resumiu-se na preparação do creme dermatológico. O princípio

ativo foi adicionado a uma concentração de 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0 % à base creme.

A preparação consistiu no aquecimento, separadamente, fases 1 e 2 até 75°C.

Após, verteu-se fase 1 sobre fase 2, deixando atingir a temperatura de 45°C.

Separadamente, dispersou-se o princípio ativo em suas concentrações 1%, 1,5%,

2%, 2,5% e 3% no dimeticone e incorporou-se as respectivas bases cosméticas

q.s.p. para 100 gramas, em seguida as mesmas foram invasadas e rotuladas.

2.7 Determinação da atividade antioxidante do creme dermatológico

2.7.1Varredura da solução metanólica do DPPH

Foi realizada a varredura espectrofotométida da solução metanólica do

DPPH, a fim de determinar o comprimento de onda de máxima absorção da

solução. A varredura espectrofotométrica foi realizada na região do UV visível, na

faixa de 430 a 650 nm.

34

2.7.2 Avaliação da Atividade Antioxidante do creme dermatológico

A metodologia foi realizada conforme Mensor (2001) com algumas

modificações. Foram pesadas 0,2 g de cada amostra de creme nas diferentes

concentrações (1,0;1,5;2,0;2,5 e 3%), as quais foram adicionadas 1,8mL da solução

metanólica de DPPH 50 mg L-1.. Em seguida, as amostras foram centrifugadas

por 15 minutos e deixadas em repouso no escuro por mais 15 minutos.

A absorbância da solução foi mensurada em espectrofotômetro em um

comprimento de onda de 517nm. O branco foi preparado utilizando os cremes em

suas diferentes concentrações acrescidas de 1,8 mL de metanol sem a adição

de DPPH. O controle negativo consistiu em creme base adicionado de solução

metanólica de DPPH.

Os experimentos foram realizados em duplicata, com uma repetição, à

temperatura ambiente e ao abrigo da luz.

O percentual da atividade antioxidante foi calculado conforme a seguinte

equação:

% AA=

2.8 Análise estatística

Após tabulação dos dados obtidos, foram calculados a média das duplicatas

com uma repetição (n=4) e o desvio padrão da média (±S). Os valores encontrados

para as duplicatas das amostras foram verificados estatisticamente pelo teste de

variância (ANOVA) e pelo teste de Tukey usando o software SISVAR versão 5.3. As

diferenças que apresentaram níveis de probabilidade menores e iguais a 5%

(p≤0,05) foram consideradas estatisticamente significativas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A importância das bactérias probióticas na manutenção e melhora da saúde

humana em todas as faixas etárias estão cada vez mais comprovadas (BOTELHO et

al, 2008; KOMATSU et al, 2008).

Atualmente admite-se que os efeitos benéficos dos probióticos vão muito

além dos relacionados com as atividades metabólicas e fisiológicas do trato

gastrintestinal, incluindo pele e mucosas, onde os probióticos podem ter efeito

protetor natural contra micro-organismos. O conceito de probióticos começa a não

serem mais restrito as bactérias que habitam o cólon, mas também as comunidades

35

microbianas de outras partes do corpo, como pele e mucosa vaginal, onde a

microbiota regional impede a proliferação de bactérias patogênicas (SOUZA et al,

2010; MARTINEZ, 2008).

A nível dermatológico, novas evidências dos efeitos benéficos dos micro-

organismos probióticos, assim, como de aplicações de produtos simbióticos

(associação de prebióticos e probióticos), estão apresentando resultados

interessantes. Tem-se como exemplo, o trabalho que utilizou metabólitos

Lactobacillus para reprimir a atividade patogênica oportunista de Staphylococcus

epidermidis (LAU; LIONG, 2014).

Viabilidade da fração probiótica do princípio ativo

A avaliação da viabilidade celular é importante por considerar que a microbiota

bacteriana de um produto é realmente viável, ou seja, que realmente há micro-

organismos presentes para realizar os efeitos esperados. Através dos dados

obtidos foi possível determinar que em 01 grama do princípio ativo analisado, estão

presentes em média 4,15.109 UFC.g-1

As contagens das colônias não apresentaram diferenças estatísticas

significativas, com coeficiente de variação de 3,52%, como demostrado na Tabela 2.

TABELA 2: Contagem de colônias de Lactobacillus spp.

Número de colônias bacterianas Repetição

Placa 1 4.109 UFC.g-1 4.3 109 UFC.g-1

Placa 2 4.5 109 UFC.g-1 3.5 109 UFC.g-1

Placa 3 3.7 109 UFC.g-1 3.9 109 UFC.g-1

Média das triplicatas com uma

repetição

4.15 109 UFC.g-1

Coeficiente de variação 3,52%

*Ensaio realizado em triplicata com uma repetição

Caracterização da fração probiótica do princípio ativo

Os resultados encontrados estão expressos na Tabela 3:

36

TABELA 3: Caracterização da fração probiótica do princípio ativo.

Caracterização Tintorial das colônias Prova da

Catalase

Caracterização morfológicas das

colônias

Colônia 1

Bacilos medianos Gram positivos, aos pares,

isolados ou em pequenas cadeias.

Negativa Colônias pequenas, profundas e

brancas;

Colônia 2

Bacilos medianos Gram positivos, aos pares,

isolados ou em pequenas cadeias.

Negativa Colônias medianas convexas

amarelas com aspecto cremoso.

Após análise dos resultados e comparação com dados obtidos na literatura,

foi possível presumir que as bactérias analisadas eram do gênero Lactobacillus,

espécie L. acidophilus (colônia 1) e L. casei (colônia 2).

Avaliação da Atividade Antioxidante do creme dermatológico

A média das absorbâncias, das duplicatas com uma repetição e o desvio padrão

das mesmas estão demonstrados na tabela 4.

TABELA 4: Média das absorbâncias das duplicatas com uma repetição e o desvio padrão.

Concentração 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%

Primeira Leitura 1 0,922 0,893 0,83 0,825

Segunda Leitura 1 1,004 1 0,964 0,863

Primeira repetição 0,9424 0,9248 0,8928 0,8384 0,8272

Segunda L. da repetição 0,9416 0,9008 0,8976 0,8952 0,8232

Desvio Padrão 0,08018379 0,04535063 0,05281322 0,06192242 0,01900386

Média 1 0,9234 0,8953 0,8668 0,8261

A partir dos percentuais calculados da atividade antioxidante foi construído o gráfico

da porcentagem da atividade antioxidante versus concentração para cada amostra. Os

resultados estão apresentados na figura 2.

Figura 2: Porcentagem da atividade antioxidante nas diferentes frações do creme dermatológico.

Diferenças significativas (P<0,05) estão indicadas com letras diferentes.

37

Observou-se que a atividade antioxidante do princípio ativo foi dose-

dependente, ou seja, demonstrou ter maior atividade antioxidante quanto maior a

concentração.

As formulações nas concentrações de 1,5%, 2% e 2,5% apresentaram

atividade antioxidante superior a 20%. Entretanto, entre si, estas três formulações

não apresentaram diferenças estatísticas significativas, o que explica as letras

semelhantes no gráfico.

Contudo, essas formulações apresentaram diferenças estatísticas na atividade

antioxidante em comparação com a formulação que continha 1% do princípio ativo.

Neste caso a atividade antioxidante foi superior.

A formulação do creme dermatológico na concentração de 3% apresentou a

maior atividade antioxidante em relação às demais concentrações. Este resultado foi

estatisticamente diferente (P<0,05) em comparação com as formulações contendo

concentrações inferiores.

A atividade antioxidante dose-dependente também foi observada no trabalho

de Gusmão et al (2013), ao avaliarem um fluido hidratante facial contendo ácido

ascórbico (vitamina C), utilizando o método do DPPH. A atividade antioxidante

encontrada variou de 0,2% a 1%, conforme aumentou a concentração de ácido

ascórbico.

Em um estudo que avaliou a eficácia do sobrenadante do Lactobacillus

rhamnosus em cosméticos, comparou-se a atividade antioxidante do sobrenadante

nas concentrações de 10%, 50%, 100% com o butil hidroxi anisol (BHA). Nesse

estudo as amostras que continham 100% do sobrenadante do L. rhamnosus

apresentaram resultados muito próximos ao do BHA, que ficou em um pouco mais

de 70% de atividade antioxidante. Para um estudo preliminar, o resultado obtido foi

considerado promissor. (TSAI et al, 2013).

Cinque et al. (2011) realizaram uma série de experiências, a fim de estudar a

atividade antioxidante de uma estirpe específica de bactéria acido lática, a S.

thermophilus S244. Extratos desta bactéria apresentaram atividade antioxidante

quando comparados à uma substância utilizada como referência desta atividade

(Trolox) de forma dose-dependente. Com base nestes dados os autores avaliaram

ainda o efeito fotoprotetor do lisado desta bacteria e observaram que a mesma foi

capaz de proteger as células humanas da radiação UV também de forma

38

dependente. Os autores atribuiram esta capacidade fotoprotetora à capacidade

antioxidante desta bactéria.

Os probióticos podem ainda ser utilizados na ativação de compostos bioativos

de aplicação em cosméticos dermatológicos, diminuindo o efeito alergênico que

alguns compostos causam, aumentando a eficácia antioxidante, anti-melanogênese

e anti-rugas (LEE et al, 2012).

Fries e Frasson (2010) investigaram a atividade antioxidante de quatro

cosméticos anti-idade comercializados em todo o país pelo método DPPH. Neste

trabalho foi possível constatar que os cremes apresentavam atividade antioxidante,

entretanto a intensidade desta ação foi diferenciada entre eles, devido aos variados

compostos empregados em suas formulações. Ainda, segundo os autores, a

composição dos cremes não estava especificada quantitativamente na rotulagem.

Existem várias moléculas com propriedades antioxidantes utilizadas em

cremes dermatológicos, umas alvo de diversos estudos, tais como a vitaminas

lipossolúveis A e E e outras que demonstram grande potencial, mas que ainda

necessitam de alguns estudos, como os probióticos.

Grande parte dos estudos até o momento, comprovam a atividade

antioxidante das células bacterianas ou dos extratos livres de células como no

estudo realizado por Lin e Yen (1999), tanto pelo método do DPPH como por outras

metodologias. Estes estudos atribuíram a atividade antioxidante das células dos

lactobacilos à composição da sua parede celular. No envoltório destas bactérias,

existem exopolissacarídeos compostos por açucares redutores capazes de reduzir

íons metálicos. Também estão presentes glicoproteínas denominadas S. Layer que

ajudam na manutenção da célula bacteriana e são responsáveis pela sobrevivência

das mesmas às condições adversas, como por exemplo na eliminação dos radicais

livres. Outra substância presente é o ácido lipotecóico que está ligado a membrana

celular. Este ácido possui capacidade de limpar os cátions e conferir propriedades

eletromecânicas à parede celular, mediando a adesão às células epiteliais (Delcour

et al., 1999).

4. CONCLUSÃO

Foi desenvolvido um creme dermatológico antioxidante, contendo pré/probióticos,

no qual 1 grama de princípio ativo apresentou 4,15.109 UFC de Lactobacillus

39

acidophilus e Lactobacillus casei. O produto cosmético desenvolvido representa uma

inovação e possui potencial para ser utilizado no fotoenvelhecimento, pois não

existem no mercado brasileiro outros contendo o princípio ativo para esta aplicação.

40

5. REFERÊNCIAS

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43

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correspondência deve ser identificado com asterisco,

fornecendo o endereço completo, incluindo o eletrônico. Estas

informaç ões devem constar em notas de rodapé.

1.2 Resumo (em português): deve apresentar a

condensação do conteúdo, expondo metodologia, resultados e

conclusões, não excedendo 200 palavras. Os membros da

Comissão poderão auxiliar autores que não são fluentes em

português.

1.3 Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo,

evitando-se os de natureza genérica e observando o limite

máximo de 6(seis) unitermos.

1.4 Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do

trabalho e sua relação com outros trabalhos no mesmo

campo. Extensas revisões de literatura devem ser

substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde tais revisões tenham sido apresentadas.

1.5 Material e Métodos: a descrição dos métodos usados

deve ser breve, porém suficientemente clara para possibilitar

a perfeita compreensão e repetição do trabalho. Processos e

Técnicas já publicados, a menos que tenham sido

extensamente modific ados, devem ser apenas referidos por

citação. Estudos em humanos devem fazer referência à

aprovação do Comitê de Ética correspondente.

45

1.6 Resultados e Discussão: deverão ser acompanhados de

tabelas e material ilustrativo adequado, devendo se restringir

ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados. É

facultativa a apresentação desses itens em separado.

1.7 Conclusões: Quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto.

1.8 Resumo em inglês (ABSTRACT): deve acompanhar o conteúdo do resumo em português.

1.9 Unitermos em inglês: devem acompanhar os unitermos em português.

1.10 Agradecimentos: devem constar de parágrafos, à parte, antecedendo as referências bibliográficas.

1.11 Referências: devem ser organizadas de acordo com as

normas da ABNT NBR- 6023, ordenadas alfabeticamente no

fim do artigo incluindo os nomes de todos os autores.

A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores.

2. Apresentação dos originais

Os trabalhos devem ser apresentados em lauda padrão (de

30 a 36 linhas com espaço duplo). Utilizar Programa Word for

Windows. Os autores devem encaminhar o trabalho

acompanhado de carta assinada pelo autor de

correspondência, que se responsabilizará pela transferência dos direitos à RBCF.

3. Infomaç ões adicionais

3.1 Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem

ser apresentadas no texto pelo(s) nome(s) do(s) autor(es),

com apenas a inicial em maiúsc ulo e seguida do ano de

publicação. No caso de haver mais de três autores, citar o

primeiro e acrescentar a expressão et al. (em itálico)

3.2 Ilustrações: As ilustrações (gráficos, tabelas, fórmulas

químic as, equações, mapas, figuras, fotografias, etc) devem

ser incluídas no texto, o mais próximo possível das

respectivas citações. Mapas, figuras e fotografias devem ser,

também, apresentados em arquivos separados e reproduzidas

em alta resolução(800 dpi/bitmap para traços) com extensão

tif. e/ou bmp. No caso de não ser possível a entrega do

arquivo eletrônico das figuras, os originais devem ser

enviados em papel vegetal ou impressora a laser.

Ilustrações coloridas somente serão publicadas mediante pagamento pelos autores.

As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em

algarismos romanos e as figuras em algarismos arábicos,

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seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem

aparecer em maiúsc ulas na apresentação no texto e na

citação com apenas a inicial em maiúsc ulo.

3.3 Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas,

animais e substâncias químic as devem estar de acordo com

as regras internacionais de nomenc latura. A grafia dos nomes

de fármac os deve seguir, no caso de artigos nacionais, as

Denominaç ões Comuns Brasileiras (DCB) em vigor, podendo

ser menc ionados uma vez (entre parênteses, com inicial

maiúsc ula) os registrados.

Envio de manuscritos

Os trabalhos devem ser remetidos por correio eletrônico, anexando à

mensagem os arquivos correspondentes.

E-mail: [email protected]

Secretaria de edição:

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas/Brazilian Journal of

Pharmaceutical Sciences

Divisão de Biblioteca e Documentaç ão do Conjunto das Químic as/USP

Av. Prof. Lineu Prestes, 950

Caixa Postal 66083

05315-970 - São Paulo - SP - Brasil

Contato telefônico: Fone: (011) 3091.3804 FAX: (011) 3097.8627