FA ACCUULLDDADDEE ZAASSSSIISS GGUURRGGAACCZ · Trabalho de conclusão de curso apresentado a...

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FACULDADE ASSIS GURGACZ DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE RENASCENÇA-PR CASCAVEL 2013

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FFAACCUULLDDAADDEE AASSSSIISS GGUURRGGAACCZZ

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE

RENASCENÇA-PR

CASCAVEL 2013

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GIOVANA PAOLA MATIAS

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE

RENASCENÇA-PR

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FAG, curso de Farmácia.

Prof. Orientador: Claudinei Mesquita da Silva.

Prof.ª coorientadora: Leyde D. de Peder.

CASCAVEL 2013

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GIOVANA PAOLA MATIAS

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE

RENASCENÇA-PR

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da Faculdade Assis

Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em

Farmácia, sob a orientação do Professor Claudinei Mesquita da Silva.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________

Claudinei Mesquita da Silva Mestre

_______________________________

Emerson da Silva Machado Especialista

_______________________________

Maria das Graças Hirata Takizawa Mestre

Cascavel, 01 de Novembro de 2013.

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que contribuíram

direta ou indiretamente em minha formação

acadêmica.

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram no decorrer desta jornada,

especialmente a Deus, a quem devo minha vida;

A minha mãe Soeli e meu padrasto Derly que sempre me apoiaram nos

estudos e nas escolhas tomadas;

Aos meus avós maternos pelo apoio, incentivo e compreensão;

Ao orientador Prof. Claudinei Mesquista da Silva que teve papel

fundamental na elaboração deste trabalho;

À professora coorientadora Leyde D. de Peder pela atenção e

esclarecimento de dúvidas sempre que necessário;

À professora e coordenadora Patrícia Lucca pela competência e

incentivo durante o período acadêmico;

À enfermeira Cleide Soster pela disposição em ajudar e colaborar direta

e indiretamente para a realização de algumas etapas desta pesquisa;

A todos os pacientes, muito obrigada pela disponibilidade e paciência

durante a coleta de dados e realização do estudo;

Aos meus colegas pelo companheirismo e disponibilidade para me

auxiliar em vários momentos;

Por último, manifesto um profundo reconhecimento à minha família pelo

apoio incondicional ao longo destes anos. Expresso sentimento idêntico em

relação a todos os meus amigos de longa data;

A todos que me ajudaram a ser quem sou que depositaram confiança

em mim e para os quais sou uma esperança. Muito Obrigada.

5

SUMÁRIO

REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 06

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 21

ARTIGO .................................................................................................................... 26

NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA ....................................................................... 38

`

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REVISÃO DA LITERATURA

GLÂNDULA DA TIREOIDE

A tireoide é uma glândula endócrina importante que proporciona

harmonia no funcionamento do organismo. É a maior das glândulas endócrinas

e está localizada na parte anterior do pescoço. Mede cerca de cinco cm de

diâmetro e pesa cerca de 30 gramas, mas com grande possibilidade de

crescimento, uma vez que há relatos na literatura médica da presença de

bócios com mais de um quilo (SAAD et al., 2007).

A tireoide que produz hormônios responsáveis pela regulação de todo o

metabolismo do nosso organismo. Os hormônios produzidos são regulados

pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, através do feedback positivo e negativo.

A tireoide produz a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) pela estimulação do

hormônio tireoestimulante hipofisário (TSH) produzido na hipófise, que por sua

vez é regulada pelo hormônio liberador da tireotrofina (TRH) produzido no

hipotálamo (BLATT et al., 2007).

O que garante o funcionamento regular da tireoide é a glândula hipófise,

que se localiza na base do cérebro. Essa glândula produz uma substância

denominada TSH, ou Hormônio Estimulador da Tireoide que, pelo sangue,

chega à tireoide e a estimula para que produza mais T3 e T4. O TSH é um

hormônio glicoproteico. Também pertencem a essa família de hormônios

glicoproteicos o hormônio luteinizante (LH), o folículo-estimulante (FSH) e a

gonadotrofina coriônica (HCG). Estes são compostos por duas subunidades, a

subunidade α e a subunidade β que confere especificidade biológica a cada

hormônio. Além da especificidade que confere ao TSH, a cadeia β é também

responsável pela sua ligação ao seu receptor (TSHr). Quando a hipófise

secreta o TSH, ela o faz para regular a secreção de T4 (tiroxina) e T3

(triiodotironina) (GRAF E CARVALHO, 2002; SAAD et al., 2007).

Qualquer alteração nesta regulação pode provocar distúrbios na

glândula tireoide, podendo ocasionar tanto um hipotireoidismo, causado pela

diminuição dos níveis dos hormônios tireoidianos, quanto um hipertireoidismo,

causado pelo aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos (MILHORANSA;

SOARES, 2009).

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A prevalência de hipotireoidismo no Brasil não é conhecida com precisão

devido à falta de estudos nesta área, mas estima-se que esteja entre 5% e

10%, sendo mais frequente no sexo feminino. A prevalência de hipertireoidismo

no Brasil está em torno de 6,5%, mas pelo excesso de iodo na dieta

provavelmente essa doença deve estar se tornando mais prevalente (DUARTE

et al., 2009).

HIPOTIREOIDISMO

O hipotireoidismo se caracteriza pela produção diminuída de hormônios

tireoidianos (HT), ou raramente, como um estado clínico resultante da

produção de uma ação inadequada destes hormônios em nível celular.

Dependendo do aumento ou diminuição na produção desses hormônios,

variações no quadro clínico do paciente podem ocorrer com maior ou menor

gravidade. Os hormônios tireoidianos são importantes reguladores metabólicos

durante a vida toda; porém, durante o início da vida é que sua atuação é de

fundamental relevância para o desenvolvimento do indivíduo (MURAHOVSCHI,

1994; SETIAN, 2002).

Um número considerável de medicamentos pode contribuir para o

hipotireoidismo, sendo que um dos mais comuns é o Lítio, usado no tratamento

de algumas desordens psiquiátricas. Outra causa do hipotireoidismo é a

deficiência de iodo, essencial para a produção dos hormônios da tireoide, que

se dá ou pela carência de exposição ao iodo ou por seu excesso (GÜELL,

1998; LA FRANCHI, 1998).

Muitas mulheres desenvolvem o hipotireoidismo transitório durante ou

depois da gravidez, havendo risco de nascimento prematuro e pré-eclampsia

com maior risco durante os últimos três meses, onde pode ocorrer uma forte

pressão sanguínea da mãe e afetar o feto. Este tipo de hipotireoidismo

transitório tem se mostrado mais comum na Europa onde as mães estão

menos expostas ao iodo do que as mães norte-americanas (LA FRANCHI,

1998).

A principal forma de hipotireoidismo pode ser causada por cirurgia ou

por tratamento com iodo radioativo. A forma primária idiopática desta doença

está associada a anticorpos circulantes antitireoidianos, que pode bloquear o

8

receptor de hormônio estimulante da tireoide (BARZEL EUA, 1995; KHAIRA

JS, 1999).

Em alguns casos, medicamentos, como amiodarona e lítio podem agir

como esses anticorpos. O hipotireoidismo pode coexistir com outras doenças

auto-imunes como Diabetes Mellitus, doença de Addison, anemia perniciosa,

vitiligo e hepatite crônica. Ele também pode ser associado a anomalias

renais (FRANKLYN et al.,1998).

Doenças auto-imunes ocorrem quando o sistema imunológico produz

anticorpos que atacam o seu próprio tecido. Algumas vezes, vírus ou bactérias

podem produzir essa mesma resposta, apesar de alguns autores acreditarem

que fatores genéticos estejam aí envolvidos (LA FRANCHI, 1998).

Sintomas do hipotireoidismo, como intolerância ao frio, ganho de peso,

pele seca, constipação intestinal ou lentidão mental e física podem ser

confundidos com os sinais normais ou efeitos do envelhecimento (REHMAN et

al., 2005).

Doenças como depressão e demência podem ser causadas ou

agravadas por hipotireoidismo. Pode também ser responsável pela síndrome

do túnel cárpico, problema de pé (fraqueza muscular), reações musculares

mais lentas, ataxia e neuropatia. Em idosos com múltiplas doenças, o uso de

diferente tipo de medicação e seu efeito colateral pode imitar ou mascarar os

sintomas de hipotireoidismo. As anormalidades laboratoriais decorrentes de

hipotireoidismo são bastante variadas: macrocitose com ou sem anemia,

colesterol e triglicerídeos elevados, hiponatremia inexplicável e elevação das

enzimas creatinoquinase e lactato desidrogenase (REHMAN et al., 2005).

Alguns estudos sugeriram que o hipotireoidismo deve ser avaliado em

doentes com anormalidades nos rins. Esta deficiência hormonal pode conduzir

a doenças renais: uma vez que os hormônios da tireoide são responsáveis pelo

crescimento e desenvolvimento dos rins, que têm uma influência no transporte

da substância através membrana e modificar o metabolismo electrolítico. Isto

leva a déficits de função renal, associado com a redução do débito cardíaco

(KATZ, 1975).

Ele também pode causar glomerulopatia (nefrítica e / ou síndrome

nefrótica) e ocorrem em diversas formas de doença renal crônica, inclusive em

pacientes em hemodiálise, assim, piorar o prognóstico. A maioria das

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anomalias renais (estruturais, metabólicas e morfológicas), causada por

hipotireoidismo pode ser revertido após a suplementação com tiroxina

(KAPTEIN EL, 1996).

A avaliação da tireoidopatia como causa de obesidade deve ser

criteriosa. Quando avaliamos o hipotireoidismo como causa de obesidade

devemos verificar um aspecto clínico diferencial importante: o hipotireoideo

apresenta redução no crescimento, enquanto o obeso exógeno é maior.

Analisar a velocidade de crescimento através da curva ponderal e estatural é o

primeiro passo. A seguir, deve-se distinguir entre a simples constatação de

doença presente na tireoide com disfunção do órgão. A presença de

autoanticorpos séricos, por exemplo, indica a ocorrência de provável tireoidite,

mas não que já esteja ocorrendo um hipotireoidismo clínico. A dosagem do T4

livre baixa, acompanhada de elevação do TSH, que caracteriza o

hipotireoidismo (DAMIANI D, 2007).

Para que se possa diagnosticar a presença do hipotireoidismo, basta um

exame de sangue onde se possa dosar o TSH e os hormônios T3 e T4 Livre.

Caracteriza-se o hipotireoidismo quando o paciente apresenta TSH aumentado

e T4 livre baixo no sangue. Em alguns casos desse distúrbio, considerados

mais leves ou iniciais, “pode-se encontrar TSH aumentado com T4 livre normal.

Ou seja, o nível de TSH aumenta antes que o nível de T4 livre caia abaixo do

normal. Essa situação, em que o TSH está elevado com T4 livre normal, é

chamada de hipotireoidismo subclínico” (DIEHL, 2011).

HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO

O Hipotireoidismo subclínico é uma disfunção caracterizada por valor

sérico aumentado do TSH com concentrações normais T3 e T4, na ausência

de sintomas clínicos manifestos. Esta entidade já foi denominada de

hipotiroidismo pré-clínico, diminuição da reserva da tiroide ou mixedema pré-

clínico (EVERED DC, 2002).

Incide mais no sexo feminino, e principalmente em pacientes com mais

de 60 anos de idade, podendo alcançar, nesta faixa etária, índices de 15%. Um

estudo conduzido na comunidade de Whickham, na Inglaterra, a prevalência de

hipotireoidismo subclínico (SHT) foi de 6% a 7,5% no sexo feminino e 2,4% a

10

3% no sexo masculino. Mais recentemente, estudo realizado no Colorado,

Estados Unidos, em 25.862 indivíduos, TSH sérico elevado foi encontrado em

9,5%, comprometendo 20% da população idosa (CANARIS et al., 2000).

A progressão do SHT depende da causa e do grau de dano da função

tireoidiana. Quando a causa do SHT é tireoidite de Hashimoto, a progressão é

mais rápida, isto porque, nestas condições, o dano autoimune para a glândula

tiroide parece ser um processo contínuo. Anticorpo antitiroglobulina (antiTg) e,

principalmente, o anticorpo antiperoxidase tireoidiana (anti-TPO), são

marcadores úteis de progressão para hipotireoidismo clínico (ROSENTHAL MJ,

JAMA, 1987).

As causas desencadeantes do SHT são as mesmas do hipotireoidismo

clínico. As doenças autoimunes são as causas mais frequentes e responsáveis

por mais de 50% dos casos (TUNBRIDGE et al., 1981). A reposição

inadequada para o tratamento do hipotireoidismo clínico é outra causa de TSH

sérico elevado e, algumas vezes, a inadequação da dose é decorrente da

diminuição da absorção intestinal de levotiroxina (TUNBRIDGE et al., 1981).

A hipercolesterolemia ocorre concomitantemente com o hipotireoidismo

clínico, de moderado a severo, sendo um fator de risco para o desenvolvimento

da doença arterial coronariana. Elevação na concentração sérica de colesterol

total (CT) é provocada, principalmente, por um aumento na lipoproteína de

baixa densidade (LDL-c) do colesterol, refletindo uma diminuição no clearance

do LDL-c mais do que um aumento na sua produção. A diminuição na atividade

da lipase lipoproteica produz pequeno aumento dos triglicérides. Alterações

dos valores da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) do colesterol são menos

aparentes e menos consistentes (ALTHAUS et al., 1988).

No SHT, as concentrações de CT e do LDL-c estão, dentro dos valores

da normalidade, somente aumentando no hipotireoidismo clínico. Entretanto,

em alguns estudos, os valores de LDL-c estavam aumentados, enquanto que

os valores de HDL-c estavam diminuídos. Outros efeitos periféricos podem ser

observados no SHT, tais como encurtamento do tempo de reflexo aquíleo e

elevação sérica da concentração de mioglobulina (ROMALDINI et al., 1996).

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TIREOIDITE DE HASHIMOTO

O médico, Hakaru Hashimoto, descreveu pela primeira vez em 1912, a

tireoidite linfocítica crônica. A tireoidite linfocítica é um infiltrado de T células e,

possivelmente, células B. A doença ocorre secundária a anticorpos

peroxidase/tiroglobulina ou ambos. Histologicamente, ela começa com raros

centros germinativos que se transformam em vários centros germinativos

maduros. Esta é também a razão pela qual estes pacientes têm um risco

aumentado de linfomas, geralmente linfoma não-Hodgkin (KAPTEIN EL, 1996;

KATZ, 1975).

A apresentação típica de um paciente com doença de Hashimoto são

mulheres jovens ou de meia-idade com um bócio firme, difuso bilateral. Como é

uma doença auto-imune, é muito mais comum em mulheres e, muitas vezes

associada a outras doenças auto-imunes. Também tem uma história familiar

positiva e componentes genéticos (HLA-DR5 e CTLA-4). Alguns dos sintomas

são: ganho de peso, depressão, transtorno bipolar, sensibilidade ao frio, fadiga,

bradicardia, infertilidade, menorragia, fraqueza muscular e perda de cabelo (O

INST. DA TIREOIDE, 2011).

É importante confirmar o diagnóstico com exames laboratoriais. Em

primeiro lugar, pedir um TSH, T4 livre e T3. Normalmente os níveis de TSH

estarão altos. Após a confirmação do diagnóstico, o tratamento consiste em

levotiroxina e a monitorização frequente da tireoide pelo exame físico. Além

disso, um PAAF é frequentemente recomendado quando há presença de bócio.

Uma ultrassom também é recomendada se um nódulo for percebido (O INST.

DA TIREOIDE, 2011).

O Instituto da Tiroide (2011) informa que iodo em excesso na

alimentação, uso de medicação com iodo, aplicação repetida de contrastes

radiológicos, podem fazer aparecer essa doença. Além desses fatores, o uso

médico de remédios como, por exemplo, o Interferon, “pode levar a maior

agressividade do sistema imunitário e desencadear Tireoidite de Hashimoto”

(INST. DA TIROIDE, 2011).

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HIPERTIREOIDISMO

Este é um distúrbio mais comum em mulheres com idades entre 20 e 40

anos, conforme ensina Diehl, (2011). Os portadores desse distúrbio têm

aumento na dosagem de T3 e T4 e diminuição do TSH. Os principais sintomas

do hipertireoidismo, comumente, são fraqueza muscular; tremores nas mãos;

taquicardia; fadiga e cansaço fácil; perda de peso importante, mesmo

alimentando-se de forma normal; fome excessiva; diarreia ou aumento do

número de evacuações; irritabilidade, agitação, ansiedade; insônia; problemas

nos olhos (irritação, ardência ou dificuldades para enxergar); irregularidade

menstrual; suor excessivo e sensação de calor exagerado; infertilidade (DIEHL,

2011).

O médico Roberto Graves, afirma que também são causas de

hipertireoidismo alguns nódulos da glândula, bócio multinodular, uma doença

que acontece em pessoas mais idosas, geralmente com tireoides aumentadas

há muitos anos; tireoidite subaguda, que é a inflamação dolorosa da tireoide,

devido a uma infecção viral que destrói parte da tireoide e lança no sangue o

hormônio que estava armazenado dentro da glândula; tireoidite linfocítica e

tireoidite pós-parto (tipos de inflamação indolor da tireoide que podem levar a

uma descarga de hormônios tireoidianos no sangue e a um hipertireoidismo de

curta duração) e a ingestão de hormônio tireoidiano em excesso, para

tratamento de hipotireoidismo ou como componente de outras medicações (por

exemplo, “fórmulas” para emagrecer) (CAMARGO, 2011).

Esse distúrbio pode ser tratado com medicamentos os antitireoidianos

destinados a fazer com que diminua a produção hormonal da tireoide e os

betabloqueadores, drogas destinadas não ao bloqueio da produção de

hormônios tireoidianos, mas, sim, ao controle das manifestações como os

batimentos cardíacos acelerados, os tremores, a ansiedade e o calor

excessivo. Alguns casos, no entanto, requerem tratamento definitivo, como a

cirurgia para remoção de parte ou toda a glândula, e o iodo radioativo (DIEHL,

2011).

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DOENÇA DE GRAVES

O hipertireoidismo da Doença de Graves é caracterizado

imunologicamente por infiltração linfocitária da glândula tireoide e por ativação

do sistema imune com elevação dos linfócitos T circulantes, aparecimento de

autoanticorpos que se ligam ao receptor do TSH (TRAb) e que estimulam o

crescimento e a função glandular (ANDRADE VA, 2001).

As razões do desencadeamento deste processo auto-imune ainda não

estão completamente entendidas, mas estão possivelmente envolvidos fatores

como susceptibilidade genética, fatores constitucionais (hormônios sexuais e

alterações da função imunológica) e fatores ambientais (estresse, ingestão de

iodo e a ação dos agentes infecciosos). Do ponto de vista clínico, o

hipertireoidismo da Doença de Graves caracteriza-se por aumento difuso e

hiperatividade da glândula tireoide, associada ou não a oftalmopatia infiltrativa

e, mais raramente, ao mixedema localizado (ANDRADE VA, 2001).

O tratamento envolve o uso de beta-bloqueadores para combater a

hiperatividade autonômica e à utilização de propiltiouracilo (PTU) ou

Methimazole para diminuir a quantidade de hormônios liberados pela tireoide.

PTU é preferido, pois não só funciona para diminuir a liberação do hormônio,

mas também impede a conversão periférica de T4 para T3. O tratamento

definitivo envolve a utilização de iodo radioativo terapia (RAI) ou tireoidectomia.

RAI é claramente menos invasiva, mas demora meses para ter um efeito

completo (DAMIANI D, 2007).

IODO RADIOATIVO

O iodo radioativo foi empregado pela primeira vez em 1941 no

Massachussets General Hospital, quando Hertz e Roberts trataram pacientes

com hipertireoidismo. Esta forma de tratamento já vem sendo utilizada há

aproximadamente 60 anos sendo considerado de fácil administração, efeito

rápido e de baixo custo (WARD et al., 1986).

O tratamento com Iodo radioativo produz uma tireoidite intensa

secundária à radiação, seguida por progressiva fibrose intersticial e atrofia

glandular, resultando em destruição da capacidade de síntese da glândula

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tireoide. Além disso, o tratamento com iodo radioativo pode induzir a alterações

de resposta imune aos antígenos tireoidianos, descritas como inicial e tardia.

Inicialmente, ocorre morte das células tireoidianas e liberação de antígenos na

circulação, associada com elevação das imunoglobulinas e na

imunoreatividade celular contra o receptor do TSH. Posteriormente, pode

ocorrer ablação de todo o tecido tireoidiano e a consequente ausência de

antígenos tireoidianos levaria à redução da autoimunidade (DEGROOT L.J,

1997).

Em estudo comparativo entre custo de tratamento com drogas

antitireoidianas, radioterapia com I131 ou cirurgia, demonstra que o tratamento

com I131 apresenta menor custo, melhores índices custo/eficácia e

custo/efetividade, tanto em pacientes privados como no sistema público.

Apresenta como vantagem adicional à redução do volume glandular, dose

dependente, observada no primeiro ano de tratamento (PETERS H; FISCHER

C. et al., 1996).

OBESIDADE

De acordo com Ballone (2002), qualquer definição de obesidade é

arbitrária dado que não existe um parâmetro que separe com precisão os

indivíduos obesos dos não obesos. Este autor defende ainda que a obesidade

possui duas dimensões: uma antropométrica/fisiopatológica e outra

emocional/psicodinâmica. A primeira define como obeso aquele que possui

uma percentagem de gordura corporal acima de um determinado critério. Nas

mulheres, essa percentagem seria superior a 30% e nos homens a 25%. A

dimensão psicodinâmica define como obeso aquele indivíduo que está

insatisfeito com o seu próprio corpo, por ter o seu peso acima do ideal

antropométrico.

Borges, Guarisi, Giatti, e Bastos (2000) consideram que as definições de

obesidade deveriam basear-se em critérios de saúde, sobretudo em

estatísticas de morbilidade e mortalidade. Já segundo Lemos (2002), a

obesidade pode ser definida como um excesso de gordura corporal que leva,

com frequência, a uma perda significativa de saúde. A própria OMS considera-

a uma doença por diminuir tanto a qualidade de vida como a esperança média

15

de vida dos indivíduos.

A OMS (2002) refere que a obesidade pode ser definida de uma forma

simples como uma condição de acumulação anormal ou excessiva de gordura

no organismo, o que acarreta um comprometimento da saúde.

No entanto, entre os indivíduos obesos, o grau de excesso de gordura, a

sua associação, distribuição e consequências para a saúde variam de indivíduo

para indivíduo. A obesidade é, deveras, uma situação grave, uma vez que

traduz uma acumulação excessiva, mais ou menos generalizada, de tecido

adiposo, induzindo um aumento de peso acima do valor considerado normal,

numa fração superior a 25% (GUERREIRO, 2011).

Também Czepielewski (2001) afirma que “a obesidade é uma

enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal,

associada a problemas de saúde”. Esta definição foi partilhada e defendida no

Congresso de Obesidade, Nutrição e Alimentação onde se definiu esta

patologia como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada

pode atingir graus capazes de afetar a saúde, tanto mais que, uma vez

instalada, tende a autoperpetuar-se, constituindo-se como verdadeira doença

crônica (CONEA, 2001).

A obesidade é uma realidade que atinge todos os estratos etários da

população, daí ser considerada como um dos maiores problemas de Saúde

Pública. Lioret et al., (2001) afirmam que, a obesidade é particularmente

preocupante nas crianças e nos adolescentes, pois estes estão em risco de se

tornarem, também, adultos obesos. Segundo Wang, Monteiro e Popkin (2002)

estima-se que 30% da população adulta esteja acima do peso normal, dos

quais 6,8 milhões são obesos. Esta doença alcança níveis epidêmicos em

vários países, como é o caso dos EUA em que 40% da população é obesa.

Ainda nos EUA, morrem por ano cerca 300.000 pessoas direta ou

indiretamente devido à obesidade.

A prevalência da obesidade na população adulta dos países ocidentais

varia entre os 20% e 50%, dependendo da região, sexo, idade e raça. Segundo

dados do NHANES III, nos EUA, 63% dos homens e 55% das mulheres com

idade superior a 25 anos, têm excesso de peso ou são obesos. (MUST A,

SPADANO J et al., 1999). Mais é importante salientar que a percentagem de

indivíduos obesos tem vindo a aumentar nas últimas décadas (STRAUSS et

16

al., 2001).

Estudos epidemiológicos sugerem uma marcada variabilidade individual

na susceptibilidade para a ocorrência de excesso de peso e de obesidade. Os

fatores genéticos determinam a susceptibilidade dos indivíduos para o excesso

de peso e para a obesidade quando expostos a determinados fatores

ambientais (OMS, 2004). Assim, os valores do IMC podem ser influenciados

de modo variável por fatores genéticos e ambientais. Separar o peso relativo

de cada um destes fatores é uma tarefa complicada devido ao fato de os

familiares partilharem uma herança genética, mas, simultaneamente,

partilharem um conjunto de exposições de natureza ambiental (OMS, 2004).

HORMÔNIOS TIREOIDIANOS

Frente ao importante papel dos hormônios tireoidianos na regulação da

termogênese, a dinâmica do eixo hipotálamo-hipófise-tireoidiano na obesidade

já foi amplamente estudada. Quando se avalia a função tireoidiana no indivíduo

obeso, devem-se considerar os efeitos do balanço energético atual, caso esteja

submetido à dieta hipocalórica ou em plena hiperalimentação (ALVES RL,

2007).

Vários estudos foram conduzidos com administração de hormônios

tireoidianos em obesos com dieta restrita, na tentativa de reverter às alterações

metabólicas que conduzem à redução da taxa metabólica basal (TMB).

Diversos estudos utilizaram doses elevadas de T3, obtendo-se aumento do

nível sérico de T3 e correlação negativa com o peso final (ALVES RL, 2007).

Pacientes com hipotireoidismo pesam, em média, 15% a 30% mais que

indivíduos eutireoidianos. Mesmo após terapia adequada, cerca de 7% ainda

permanece acima do peso. Em estudo transversal, foi encontrada uma

associação discreta entre hipotireoidismo subclínico e IMC em mulheres, mas

uma associação em direção oposta em homens. Hipotireoidismo clínico ou

subclínico parece não ser mais comum em obesos do que indivíduos de peso

normal (ALVES RL, 2007).

Apesar disto, numa casuística de 72 indivíduos com obesidade mórbida

com indicação cirúrgica de derivação gastrojejunal, a incidência de

hipotireoidismo subclínico foi de 25%, tendo o TSH normalizado um ano após a

17

cirurgia em todos os indivíduos. Pacientes hipotireóideos em reposição com

levotiroxina apresentam variações na TMB quando se apresentam em

eutireoidismo, hipertireoidismo leve ou hipotireoidismo. As implicações destas

variações da TMB no IMC não estão definidas (IOSSA S; LIONETTI L, 2001).

Estudos nos quais T4 foi administrado à pacientes com hipotireoidismo

leve não mostraram mudança significativa de IMC em seguimento de até 6

meses. A leptina influencia a regulação central da função tireoidiana, através

do estímulo hipotalâmico do TRH. No hipotireoidismo, os níveis de leptina são

elevados, talvez como forma de contrapor ao acúmulo de lipídeos e energia na

ausência de T3 (IOSSA S, LIONETTI L, 2001).

O feedback negativo dos hormônios tireoidianos sobre a secreção de

TSH é exercido de várias formas: bloqueio da produção de TRH ou redução da

expressão de seus receptores de membrana no tireotrófico (REICHLIN, 1992;

KAKUCSKA, 1992), estímulo da secreção de outras substâncias hipotalâmicas

inibidoras do TSH, como a somatostatina (SCALON, 1991) e, a mais

importante, inibição da secreção de TSH por ação direta de T3 no tireotrófico

(SHUPNIK et al., 1986), sendo este proveniente principalmente da desiodação

intra-hipofisária do T4 circulante. Além disso, existe um efeito inibitório indireto

através da neuromedina B ou do GRP, que tem sua importância fisiológica

comprovada através de estudos que utilizaram inibidores da ação destes

peptídeos (MOURA et al., 2004).

A maior parte dos hormônios tireoidianos circula acoplada a proteínas

transportadoras, que são: a TBG (globulina ligadora de tiroxina), a TTR

(transtirretina) e a albumina. No homem aproximadamente 70% de T3 e T4

estão ligados a TBG, 10% do T4 é ligado à TTR e 15% são carreados pela

albumina. Enquanto uma pequena fração de T3 plasmático encontra-se ligado

à TTR e cerca 25% à albumina (UTIGER, 1996).

Os hormônios tireoidianos regulam a atividade de algumas enzimas

importantes no transporte de lipoproteínas. A HMGCoA redutase tem sua

síntese estimulada pelos hormônios tireoidianos. No hipertireoidismo não

ocorre aumento do colesterol sérico porque o T3 também induz a degradação

de LDL e Apo B, ao estimular a expressão dos receptores de LDL (DUNTAS,

2002).

De modo geral, cerca de 10 a 25% dos obesos mostram algum grau de

18

hipotireoidismo. Isso é um índice maior do que a população geral, cuja

incidência clínica fica entre 2% e 5%, sendo mais comum em mulheres. Essa

diferença na prevalência já é por si só, um forte indicativo dessa relação. E

parece haver mesmo uma explicação científica razoável que liga os obesos

com o hipotireoidismo (JIN et al., 2004).

Em uma das explicações possíveis, a leptina um hormônio produzido

especialmente pelo tecido gorduroso e que, logicamente, costuma estar

aumentada nos indivíduos obesos. A leptina, em concentrações acima do

normal, pode interferir negativamente na capacidade da glândula tireoide de

liberar os hormônios tireoidianos vitais na regulação do metabolismo do ser

humano (JIN et al., 2004).

Uma vez que a leptina se correlaciona com o grau de obesidade, quanto

maior for o IMC (Índice de Massa Corpórea), maior a chance de

desenvolvimento da doença, seja com claros sinais e sintomas (hipotireodismo

clínico) ou não tão manifesta (hipotireoidismo subclínico). Diversos estudos

têm mostrado a relação entre leptina e função tireoidea. A ação da leptina pode

ocorrer em todo o eixo hipotálamo-hipófise-tireóide, assim como sobre a

conversão de T3 a T4 (JIN et al., 2004).

A leptina pode regular a função tireoidea direta e indiretamente. Foi

demonstrado que a leptina estimula a secreção de TSH por estimular a

expressão do gene do pró-TRH. Já foi evidenciada a de síntese local de

leptina, sugerindo-se um efeito direto deste hormônio sobre a secreção de TSH

(JIN et al., 2004).

Ortiga-Carvalho (2002) mostrou que a leptina “in vivo” tem um efeito

estimulatório sobre a liberação de TSH, enquanto que “in vitro” inibe a secreção

de TSH, sugerindo uma inibição autócrina/parácrina local. A diminuição da

leptina age como um mediador dessa adaptação do eixo hipotálamo-hipófise-

tireóide no jejum, pois o tratamento com leptina reduz a diminuição na

tiroxinemia observada no jejum (AHIMA et al., 1996; ORBAN et al., 1998;

NILLNI ET AL., 2000).

Legradi et al., (1997) demonstraram que o RNAm para o pro-TRH, que

diminui no jejum, é restaurado com a administração de leptina. Seoane et al.,

(2000) demonstraram haver um estímulo da leptina, na restauração da

secreção de TSH, inibida pelo jejum. No jejum, o mecanismo de regulação da

19

secreção de SHT está alterado, de tal forma que os baixos níveis destes estão

associados a uma resposta sub-normal de TRH e TSH (HERMUS et al., 1992).

A redução da atividade do TSH e do eixo hipófise-tireóide, que ocorre

durante o jejum, tem consequências dramáticas na concentração de leptina e

subsequente diminuição de melanocortina, levando à redução da síntese do

hormônio liberador da tirotrofina (TRH) e da sensibilidade do TSH. Têm sido

encontrados níveis mais elevados de TSH em indivíduos obesos do que em

magros. Entretanto, foi observado que o T3 era reduzido e o T4 e TSH não se

alteravam em crianças obesas após seis semanas de dieta hipocalórica e,

apenas o T3 era associado ao gasto energético de repouso (GER) (HERMUS

et al., 1992).

Em pacientes obesos, o hipotireoidismo subclínico (TSH ”4,38 µU/ml e

T3 e T4 normais) afeta o GER, somente quando o TSH está claramente acima

dos valores normais, e isto não muda a composição corporal e o perfil lipídico.

A dosagem dos níveis de TSH em obesos pode ser útil para avaliar a piora do

GER, em razão da diminuição dos efeitos periféricos dos hormônios da tireoide

(WANG et al., 2002).

O status nutricional pode influenciar a conversão periférica de T4 para

T3, alterando esses valores entre anoréxicos, desnutridos, eutróficos e obesos.

A perda de peso em indivíduos obesos está associada à redução do GER e

dos níveis circulantes de T3, e por outro lado, o exercício intenso aumenta os

níveis de hormônios da tireoide (WANG et al., 2002).

QUIMIOLUMINESCÊNCIA

Quimiluminescência é a produção de radiação luminosa eletromagnética

por uma reação química. Quando esta radiação é emitida a partir de um

sistema químico presente num organismo ou dele derivado, acaba sendo

conhecida como biolumenescência (ALBERTIN, R.; 1998).

O processo químico de quimiluminescência envolve a absorção, pelos

reagentes, de energia suficiente para a geração de um complexo ativado, o

qual se transforma em um produto eletronicamente excitado. Se esta espécie

excitada for emissiva, produz a radiação diretamente, caso contrário, pode

ocorrer à transferência de energia do estado excitado formado para uma

20

molécula aceptora apropriada, resultando na emissão indireta da radiação.

(CORREA FE; ROSSI VA, 2002).

As condições da reação tem um efeito significativo na

quimiluminescência. O tempo de reação e uma duração da radiação emitida

variam de períodos muito pequenos (menores que 1 s) até muitos longos

(cerca de 1 dia). A mudança de parâmetros experimentais como forma de

mistura dos reagentes, temperatura, concentrações de espécies reacionais ou

interferentes, pH, podem modificar totalmente a emissão, podendo até mesmo

extingui-la (CORREA FE; ROSSI VA, 2002).

21

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26

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas RBCF

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA E

TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE RENASCENÇA-PR

MATIAS, P. Giovana1*; PEDER, D. Leyde2 MESQUITA, S. Claudinei2

1 Acadêmica do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz;

2 Docentes do Curso do curso

de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz.

RESUMO

Os hormônios tireoidianos são produzidos na glândula tireoide. A síntese e secreção dos hormônios tireoidianos é regulada pelo TSH através de um sistema de retroalimentação negativo que envolve o hipotálamo, hipófise e a glândula tireoide. As disfunções tireoidianas podem se apresentar de forma insidiosa e com manifestações clínicas sutis. Nestes casos, os testes laboratoriais são de extrema importância para o diagnóstico precoce. Assim, este trabalho tem por objetivo avaliar a dosagem dos níveis séricos de T3 e T4L em obesos para que possa auxiliar na prevenção, detecção e também no estadiamento do hipotireoidismo. Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos Institucional da Faculdade Assis Gurgacz, selecionou-se uma amostra constituída aleatoriamente por 40 voluntários, de ambos os sexos, com IMC acima de 30 kg/m², para a dosagem dos hormônios tireoidianos T3 e T4L. Nos resultados obtidos observou-se alteração nas dosagens de triiodotironina, em apenas 1 caso (2,5%), sendo este homem. Já a diminuição do hormônio tiroxina livre foi encontrada em 4 pacientes (10%), das quais estas eram mulheres. Este estudo apenas enfatizou os distúrbios relacionados ao T3 e T4L, sendo que para uma melhor avaliação das disfunções tireoidianas, seria a dosagem do TSH.

UNITERMOS: hormônios tireoidianos, hipotireoidismo, obesidade.

*Correspondência: Giovana Paola Matias, Curso de Farmácia, FAG – Faculdade Assis

Gurgacz, Avenida das Torres, 500 – Loteamento FAG – 85806-096 – Cascavel – PR, Brasil.

Email: [email protected].

27

INTRODUÇÃO

Os hormônios tireoidianos são produzidos na glândula tireoide em um

processo que envolve o transporte ativo do iodo para dentro do folículo através

do transportador transmembrana específico (NIS), sua oxidação e incorporação

em resíduos tirosina na molécula de tireoglobulina. Esta iodinação de tirosinas

resulta em resíduos monoiodinados (MIT) e diiodinados (DIT) que são

enzimaticamente ligados para formar tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). A

tireoglobulina iodinada que contém MIT, DIT, T4 e T3 são armazenadas como

polipeptídeo extracelular no colóide, próximo ao lúmen das células foliculares

da tireoide. A liberação dos hormônios é feita através da endocitose e digestão

lisossomal da tireoglobulina na célula folicular. Embora a tireoide produza

referencialmente T4, o principal hormônio tireoidiano circulante, é o T3 a forma

biologicamente ativa (YEN PM, 2001; FRIESEMA EC et al. 2005).

A síntese e secreção dos hormônios tireoidianos é regulada pelo TSH

através de um sistema de retroalimentação negativo que envolve o hipotálamo,

hipófise e a glândula tireoide. O hormônio liberador de tireotrófica (TRH) é um

hormônio secretado pelo hipotálamo e estimula os tireotrofos da hipófise a

secretarem TSH (hormônio tireotrófico). Tanto a secreção do TRH quanto do

TSH é regulada pelos níveis circulantes dos hormônios tireoidianos, secretados

pela tireoide em resposta ao estímulo do TSH (YEN PM, 2001).

A transformação metabólica do hormônio tireoidiano nos tecidos

periféricos envolve uma série de reações enzimáticas complexas, dentre as

quais a desiodação é o mecanismo para a ativação hormonal. As iodotironinas

desiodases tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2) catalisam esta reação. A iodotironina

desiodase tipo I (D1) catalisa a desiodação tanto do anel fenólico quanto do

anel tirosínico convertendo T4 a T3, T4 a rT3 e T3 e rT3 a T2, enquanto a

desiodase tipo 2 (D2) atua exclusivamente no anel fenólico das iodotironinas,

convertendo T4 a T3 e rT3 a T2 (LARSEN PR,1994).

Quando os níveis de T4 circulantes estão ajustados às necessidades

teciduais, este exerce uma retroalimentação negativa sobre a liberação de

TSH. Os níveis plasmáticos médios de iodeto também exercem um controle

importante sobre a função tireoidiana. Variações da ingestão de iodo em

quantidades fisiológicas modulam sua captação pelas membranas das células

28

folicelulares tireoglobulina. Em doses farmacológicas, o iodo bloqueia a síntese

de tireoglobulina, a liberação de T3 e T4 e o crescimento da tireoide (Efeito

Wolff-Chaikoff) (CAMARGO, 2011).

Em geral, a função tireoidiana está normal na obesidade. Valores

normais de T4 e valores normais ou elevados de T3 são relatados, sendo à

elevação de T3 provavelmente provocada pelo excesso de ingestão alimentar e

não pelo estado de obesidade em si. Os valores basais de TSH são normais e

a resposta ao TRH é imprevisível, podendo estar bloqueada, normal ou

elevada (GUERREIRO, 2009).

A dosagem dos níveis de TSH em obesos pode ser útil para avaliar a

piora do gasto energético de repouso, em razão da diminuição dos efeitos

periféricos dos hormônios da tireoide. O status nutricional pode influenciar a

conversão periférica de T4 para T3, alterando esses valores entre anoréxicos,

desnutridos, peso normal e obesidade (LOPES, 2002).

A ingestão de alimentos e a atividade física modulam a termogênese

basal, sendo que o jejum pode reduzir em até 40% o gasto energético de

repouso (GER). A perda de peso em indivíduos obesos está associada à

redução do GER e dos níveis circulantes de T3, e por outro lado, o exercício

intenso aumenta os níveis de hormônios da tireoide. Uma restrição limitada da

ingestão de alimentos que leve à perda de apenas 10% do peso corporal, está

associada à redução do GER, mecanismo este contraproducente e que está

associado ao chamado efeito ioiô da dieta (LOPES, 2002).

O diagnóstico de hipotireoidismo é especialmente importante quando é

feito durante a gestação, pois a falta de hormônios tireoidianos pode afetar

profundamente o desenvolvimento do bebê, provocando retardo mental e

atraso do crescimento. No entanto, esses problemas para o bebê são

prevenidos pelo tratamento precoce da mãe com a reposição de hormônio

tireoidiano (DIEHL 2011).

As disfunções tireoidianas podem se apresentar de forma insidiosa e

com manifestações clínicas sutis. Nestes casos, os testes laboratoriais são de

extrema importância para o diagnóstico precoce (YEN PM, 2001). Assim, este

trabalho tem por objetivo avaliar a dosagem dos níveis séricos de T3 e T4 livre

em obesos para que possa auxiliar na prevenção, detecção e também no

estadiamento do hipotireoidismo.

29

MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa é de caráter descritivo e exploratório. Após a

aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos

Institucional da Faculdade Assis Gurgacz (parecer no 233/2013), o termo de

consentimento livre e esclarecido foi assinado pelos voluntários. Uma amostra

constituída aleatoriamente por 40 voluntários, de ambos os sexos, com IMC

acima de 30 kg/m², usuários do Sistema Único de Saúde, foi selecionado na

cidade de Renascença-PR.

As amostras foram obtidas através da coleta de sangue em tubo de gel

separador, o material foi centrifugado por cinco minutos a 3000 rpm para a

obtenção do soro, e encaminhado ao laboratório particular na cidade de

Cascavel - PR, para a dosagem dos hormônios T3 e T4 livre, através de

técnica de quimioluminescência (Unissel DxI 800 da Beckman Coulter). Os

valores de referência utilizados para T3 estão entre 0,9 a 2,4 ng/mL e para T4L,

entre 0,7 a 1,8 ng/dL, para indivíduos adultos. Os resultados obtidos foram

tabulados no Microsoft Excel e transformados em gráficos e tabelas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A população do estudo consistiu de 40 pacientes, destes 32 eram

mulheres (80%), sendo a idade média de 55 anos, variando entre 31 a 83 anos,

com um IMC médio de 32,30 kg/m². A população masculina era constituída por

8 homens (20%), com uma idade média de 64 anos variando entre 56 a 82

anos e um IMC médio de 31,46 kg/m².

Observou-se alteração nas dosagens de triiodotironina, em apenas 1

caso (2,5%), sendo este homem. Já a diminuição do hormônio tiroxina livre foi

encontrada em 4 pacientes (10%), das quais estas eram mulheres.

Ao que se refere à diminuição hormonal de T3, este apresentou uma

concentração sérica de 0,7 ng/mL abaixo do limite inferior. Resultados

apresentados na figura 1.

30

Figura 1: Porcentagem de pacientes com T3 diminuído.

Com relação aos pacientes que se submeteram as dosagens do

hormônio triiodotironina (T3) observou-se na figura 1, uma porcentagem de

97,5% de T3 normal, e apenas 2,5% de T3 diminuído, sem haver alteração no

hormônio, tiroxina livre (T4L).

Estas alterações podem ocorrer em situações especiais como, recém-

nascidos, idosos com inanição, doença de graves, usuários de amiodarona. O

que se observa é a transformação do T3 em T3 reverso, níveis normais de TSH

e baixa de T3. Isso também é muito comum na Síndrome do Eutiroidiano.

(CAMPOS, 2003). Em algumas situações, como inanição, por exemplo, as

alterações podem significar uma tentativa de o organismo poupar gasto

energético, numa situação de carência (GOICHOT, 1998).

Em termos de definição, frequentemente há referência à diminuição do

T3, aumento do T3 reverso (T3r), uma forma metabolicamente inativa do

hormônio tireoidiano, com ou sem redução de T4, TSH normal ou baixo, em

pacientes criticamente enfermos (VASA, 2001; UMPIERREZ 2002; BURMAN,

2001).

Nos resultados obtidos para os níveis séricos de tiroxina livre, foi

possível observar na figura 2, que 13% da população em estudo, apresentaram

uma diminuição do T4 livre. E 88% apresentaram T4 livre normal.

97,50%

2,50%

T3 Normal

T3 Diminuído

31

Figura 2: Porcentagem de pacientes com T4 Livre diminuído.

A dosagem do T4 livre sanguíneo é o exame que nos dá realmente a

noção de quanto hormônio tireoidiano potencialmente útil há na circulação. Se

houver muito T4 livre circulante, haverá muita produção de T3 nos órgãos,

levando ao hipertireoidismo. Se houver pouco T4 livre circulante, haverá falta

de T3 para os tecidos, provocando o hipotireoidismo. Na prática clínica, a

dosagem de T4 livre acaba sendo, na maioria dos casos, mais útil que a

dosagem de T3 ou T3 livre (EVERED DC, et al., 2002).

Em um estudo realizado por Teixeira SF, et al., (2006), observaram-se,

por regressão linear, que o T4L diminuiu com a progressão da idade, porém,

em análise multivariada, essa associação correlacionou-se de forma

dependente com o TSH.

Brenta G. et al., (2013), determinaram isoladamente T4 livre em

pacientes ambulatoriais, a sensibilidade e especificidade do teste foram

calculadas em 82% e 94%, respectivamente, aumentando a probabilidade de

detecção da doença 22% no hipotireoidismo e para 60% no hipotireoidismo

subclinico. A associação de TSH e T4 livre aumenta a precisão no diagnóstico

de hipotireoidismo.

A tireoide é uma das principais glândulas do sistema endócrino. Os

hormônios tireoidianos (HTs) T3 e T4, atuam em quase todos os tecidos, com

ações sobre o desenvolvimento, crescimento, manutenção da termogênese e

metabolismo. A tireoide não é uma glândula autônoma, sendo a produção e a

88%

13%

T4L Normal

T4L Diminuído

32

secreção dos HTs reguladas pelo hormônio adeno-hipofisário, TSH. Este por

sua vez é estimulado pelo neurohormônio hipotalâmico, TRH. Ambos TSH e

TRH são controlados por um mecanismo de retroalimentação negativa exercido

pelos HTs (BRENT, 1997).

Segundo Santos (2004), as mulheres são afetadas pelo menos cinco

vezes mais que os homens. O inicio dos sintomas manifesta-se com mais

frequência na terceira e quarta década de vida, porém pode aparecer em

qualquer idade.

TABELA I. Pacientes que apresentaram alterações nas dosagens hormonais

de T3 e T4L, por sexo e idade.

IDADE (anos) MULHERES

T4L T3 HOMENS

T4L T3

30 – 35 - - - - 36 – 41 2 - - - 42 – 47 1 - - - 48 – 53 - - - - 54 – 59 - - - - 60 – 65 - - - - 66 – 71 1 - - 1 72 – 77 - - - - 78 – 83 - - - -

Total 4 - - 1

Na tabela 1, pode-se observar a quantidade de homens e mulheres que

apresentaram alterações nas dosagens dos níveis hormonais de T3 e T4L.

Num intervalo de idade de 36 a 41 anos, duas mulheres apresentaram

T4L diminuído, e de 42 a 47 anos e 66 a 71 anos duas apresentaram uma

diminuição do T4L, totalizando 10% das mulheres, sem haver qualquer

modificação na dosagem de T3. Para a população masculina, somente 1

homem (2,5%) na faixa de 66 a 71 anos, apresentou algum tipo de disfunção

tireoidiana sendo essa, pela queda do hormônio T3. E tendo o T4L em

normalidade.

Em um estudo feito por Volpe R, (1993), que verificou a prevalência de

disfunções tireoidianas e teve como resultados que de 2 a 4% dos indivíduos

com mais de 65 anos de idade sofriam alguma disfunção na glândula da

tireoide. Vários fatores estão envolvidos na gênese de disfunções tireoidianas,

33

entre os quais os mecanismos autoimunes, os fatores genéticos relacionados

ao sistema HLA e os ambientais (VOLPÉ R, 1993).

Fatores como, hora da coleta de sangue, ingestão de iodo e diferenças

de sexo são bem aceitos como determinantes para os valores séricos de TSH

hormônios tireoidianos. Enquanto, idade, fase do ciclo menstrual e fumo

parecem influenciar os níveis séricos de TSH, T3 e T4 livres, mas os estudos

não são conclusivos (LAURBERG et al., 2001; HANSEN et al., 2004).

Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas em todo mundo sofram

de algum tipo de doença da glândula da tireoide (MOREIRA TD, 2001).

Em relação ao sexo, as disfunções tireoidianas afetam mais pacientes

do sexo feminino em relação ao sexo masculino. Isto ocorre devido aos

estrogênios aumentarem a concentração de Globulina ligante de Tiroxina

(TBG) e assim elevam as concentrações séricas de T4 e T3 no soro, sendo

que estes efeitos farmacológicos predominam durante a administração de

contraceptivos ou outros usos terapêuticos como reposição hormonal após a

menopausa e, também, durante a gravidez (MOREIRA TD, 2001).

TABELA II: Média do índice de massa corporal (IMC), por sexo e idade, n=40.

IDADE (anos) IMC (ẍ)

MULHERES IMC (ẍ)

HOMENS

30 – 35 31,78 - 36 – 41 32,47 - 42 – 47 31,37 - 48 – 53 31,82 - 54 – 59 32,75 31,31 60 – 65 31,13 - 66 – 71 34,17 31,68 72 – 77 32,79 - 78 – 83 32,42 31,41

Total 32,30 31,46

Pode-se verificar na tabela 2 a média do índice de massa corporal, da

população em estudo, por sexo e idade. Onde houve a diminuição dos HTs,

vistos na tabela 1, verifica-se que os mesmos apresentaram IMC acima de 30

kg/m2.

Frente ao importante papel dos HTs na regulação da termogênese, a

relação entre obesidade e a dinâmica do eixo hipotálamo-hipófise-tireoidiano

34

tem sido amplamente estudada, mas os mecanismos envolvidos permanecem

parcialmente compreendidos (LACOBELLIS et al., 2005).

Disfunção da tireoide esta associada às alterações no peso corporal,

temperatura do corpo, e repouso de energia independente da atividade física.

Além disso, o ganho de peso, muitas vezes desenvolve-se após o tratamento

da disfunção da tiroide. Tanto o hipotireoidismo subclínico e hipotireoidismo

são frequentemente associados ao ganho de peso, diminuição da

termogênese, e da taxa metabólica. (HOOGWERF BJ, et al., 1984).

Os obesos exibiram valor para T3 e T4L dentro do limite de normalidade

e/ou significativamente menor. Corroborando estes achados, Knudsen et al.

(2005) analisaram amostra de mais de 4.000 indivíduos eutireoideos, e

demonstraram que quanto maior o grau de obesidade maior o TSH e menor o

T4L, enquanto que o T3 não se alterou.

Sari et al., (2003) observaram que mulheres na pré-menopausa com

IMC ≥ 30 kg/m² apresentaram maior TSH e menor hormônios tireoidianos

livres, embora dentro da faixa de normalidade, quando comparadas a mulheres

de mesma faixa etária e IMC entre 18,5 e 25 kg/m².

Um estudo dinamarquês com 4.082 indivíduos eutireoideos mostrou que

o IMC associa-se positivamente com os níveis de TSH e negativamente com o

T4 livre, e que o ganho de peso em cinco anos apresenta correlação positiva

com o aumento progressivo de TSH (KNUDSEN et al., 2005).

Os estudos avaliando a função tireoidiana na obesidade são

controversos. Resultados na literatura demonstram que as concentrações de

TSH e HTs, podem apresentar-se aumentadas, diminuídos ou similares em

obesos comparados a indivíduos eutróficos (KNUDSEN et al., 2005).

CONCLUSÕES

Obesidade e disfunção da tireoide são doenças comuns e,

consequentemente, os clínicos devem estar particularmente atentos à

possibilidade de disfunção tireoidiana em pacientes obesos.

A prevalência de doenças tireoidianas em idosos é aproximadamente

duas vezes maior do que indivíduos mais jovens, ocorrendo mais

hipotireoidismo em relação ao hipertireoidismo, porém este estudo apenas

35

enfatizou os distúrbios relacionados ao T3 e T4L livre, sendo que para uma

melhor avaliação da prevalência do hipotireoidismo na população em estudo

seria a dosagem de outros parâmetros laboratoriais, como por exemplo, a

dosagem do TSH.

Utilizando os dados desse estudo, é conveniente recomendar aos

pacientes que obtiveram alterações nos níveis hormonais de T3 e T4L, que

procurem acompanhamento médico para a realização da dosagem do TSH,

para complementar o estudo, sobre uma possível disfunção tireoidiana, como

por exemplo, o hipotireoidismo.

ABSTRATC

Thyroid hormones are produced in the thyroid gland. The synthesis and secretion of thyroid hormones is regulated by TSH through a negative feedback system involving the hypothalamus, pituitary and thyroid gland. The thyroid dysfunction may present insidiously and subtle clinical manifestations. In these cases, laboratory tests are extremely important for early diagnosis. This study aims to evaluate the dosage of serum T3 and FT4 in obese so you can assist in the prevention, detection and also in the staging of hypothyroidism. After the project was approved by the Ethics and Human Research Institutional Faculty of Assisi Gurgacz, we selected a sample of 40 randomly by volunteers of both sexes, with a BMI above 30 kg / m², for the dose of hormones thyroid T3 and FT4. Results in an alteration in the dosage of triiodothyronine in only 1 case (2.5%), and this man. Already the reduction of free thyroxine hormone was found in 4 patients (10%), which these were women. This study only emphasized the disorders related to T3 and FT4, and for a better assessment of thyroid dysfunction, TSH would be.

KEYWORDS: thyroid hormones, hypothyroidism, obesity.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRENT G. Hormônios da tireoide (T3 e T4) In: Conn P.M & Melmed S.Endocrinology, 1a ed., New Jersey, 19: 291-306,1997. BRENTA G. VAISMAN M, SGARBI J.A, BERGOGLIO L.M, ANDRADA N.C, BRAVO P, ORLANDI A.M, GRAF H. Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotiroidismo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013; 57/4 BURMAN KD, WARTOFSKY L. A função da tireoide na unidade de cuidados intensivos. Critical Care Clin 2001; 17(1): 43-57.

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MOREIRA, TEMIS D. et al. A Incidência do hipotireoidismo correlacionado a alterações lipídicas e a importância da investigação laboratorial. Ano VII no 43 p. 128 e 130. São Paulo: Sky/Anima, 2001. SANTOS, Wesley P. Hormônios Tireoidianos. (2002). Disponível em: www.maringa saude.com. br. Acesso em 15 de outubro de 2013. SARI R, BALCI MK, ALTUNBAS H, KARAYALCIN U. The effect of body weight and weight loss on thyroid volume and function in obese women. Clin Endocrinol 2003; 59: 258– 262. TEIXEIRA SF, REUTERS SV, ALMEIDA PC, FERREIRA MM, WAGMAN BM, REIS AA, COSTA LJ, VAISMAN M. Avaliação clínica e de sintomas psiquiátricos no hipotireoidismo subclínico. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.52 no.4 São Paulo July./Aug. 2006 UMPIERREZ GE. Síndrome do doente Eutireóideo. Southern Med J 2002; 95:506-13 VASA FR, MOLITCH ME. Problemas endócrinos nos pacientes cronicamente criticamente enfermos. Clin Chest Med 2001; 22(1):193-208 . VOLPÉ R. Tireoidite subaguda ou (De Quervain). A Tireoide Hoje 1993; 3:253 YEN PM. Physiological and molecular basis of thyroid hormone action. Physiol Rev. 2001; 81:1097-142.

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NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/

BRAZILIAN JOURNAL OF PHARMACEUTICAL SCIENCES

Forma de apresentação de manuscritos

Estrutura:

Cabeçalho: constituído por: Título do trabalho, que deve ser breve e indicativo

da exata finalidade do trabalho; Autor(es) por extenso, indicando a(s)

instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O autor para

correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço

completo, incluindo o eletrônico. Estas informações devem constar na margem

esquerda do texto e logo após a filiação.

Resumo: deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo metodologia,

resultados e conclusões, não excedendo 200 palavras.

Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de

natureza genérica. Observar o limite máximo de 6 (seis) unitermos.

Resumo em português: deve ser apresentado junto ao resumo em inglês e

ser antecedido do título do artigo em português. O conteúdo deve e

acompanhar o resumo em inglês.

Unitermos em português: devem acompanhar os unitermos em inglês e estar

abaixo do Resumo.

Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação

com outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem

ser substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, nos

quais tais revisões tenham sido apresentadas.

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Material e Métodos: a descrição dos métodos usados deve ser breve, porém

suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do

trabalho. Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido

extensamente modificados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos

em humanos e em animais devem, obrigatoriamente, fazer referência à

aprovação do Comitê de Ética correspondente.

Resultados e Discussão: deverão ser apresentados de forma concisa e em

ordem lógica. Tabelas ou figuras, quando possível, devem substituir o texto, na

apresentação dos dados. Sempre que pertinente, fornecer as faixas, desvios

padrão e indicar as significâncias das diferenças entre os valores numéricos

obtidos. A discussão deve se restringir ao significado dos dados obtidos e

resultados alcançados, procurando, sempre que possível, relacionar sua

significância em relação a trabalhos anteriores da área. Especulações que não

encontram justificativa para os dados obtidos devem ser evitadas. É facultativa

a apresentação desses itens em separado.

Conclusões: quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto.

Agradecimentos: devem constar de parágrafo à parte, antecedendo as

referências bibliográficas, e ser compatíveis com as exigências de cortesia e

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Referências bibliográficas: devem ser organizadas de acordo com as normas

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Apresentação dos originais: Os trabalhos devem ser apresentados em lauda

padrão (de 30 a 36 linhas com espaço 1,5), utilizando o programa Word for

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por todos os autores, devem ser enviados, apenas por via eletrônica.

40

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possível das respectivas citações. Mapas, figuras e fotografias devem ser,

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capa, figura escolhida de um dos trabalhos. As tabelas devem ser

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aparecer em maiúsculas apenas no título ou na legenda, respectivamente.

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