Facom News Edição 2 2012.2
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#CompsNaFacom #LabfotoModelo #NovaCantina
de cinema que eles gostam mais
Criao de 4 ano opcional permite graduao em cinema na UFBA
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Facom News 2012.2 - Edio II
editorialEXPEDIENTE
Faculdade de Comunicao da Universidade Federal da BahiaProduto da disciplina de Oficina de
Comunicao Escrita de Jornalismo 2012.2
Reitor da UFBA: Prof. Dora Leal Rosa
Diretor da Facom: Prof. Giovandro Ferreira
Professor responsvel: Lia Seixas
Editores-Chefe: Bruno Rubeiz e Diogo Costa
Editores: Mariana Sales, Mariana Trindade, Vilma Martins, Thamires Santos
Chefes de Reportagem: Lucas Pacheco(Acadmico), Vilma Martins
(Facom-En-Scne), Milena Abreu (FacomFaz), Vincius Nunes (Infra)
Reprteres: Ailma Teixeira, Alana Caiusca, Ananda Brasileiro, Bruno Rubeiz, Caque Bouzas, Camila Fiza, Devison Mendes, Diogo Costa, Isadora Sodr, Jade Meireles, Lorena Correia, Lucas Pacheco, Mariana Trindade, Mariana Sales, Marlia Campos, Michelle Vivas, Milena Abreu, Natlia Arjones, Pollyana Pinheiro, Renata Freire, Sonia Raudys, Taylla de Paula, Thamires Santos, Vilma Martins, Vinicius Nunes,
Ygor Souza
Coordenador de fotografia: Taylla de Paula
Reprteres fotogrficos: Ananda Brasileiro,
Natlia Arjones e Taylla de Paula
Coordenador de diagramao: Ananda Brasileiro
Diagramadores: Ananda Brasileiro, Michelle Vivas, Taylla de Paula e Ygor Souza
Coordenadores do blog Facom News: Lorena Correia, Marlia Campos e Mariana Guedes (tirocinista)
Coordenadores de mdias sociais: Caque Bouzas e Camila Fiza
Agradecimentos: Labfoto
Vict
ria
Lib
rio
Terminamos! Finalmente fechamos mais uma edio do Boletim Facom News e com ele encerramos tambm o pri-meiro ciclo de muitos nesta jornada. Jornada esta que, caros leitores, vem se mostrando um mar, no de rosas, mas pass-vel de enchentes e vazantes. Mas sem problemas. desafio dirio do jornalismo se moldar ao vai e vem das guas. E ns conseguimos.
Muitos foram os percalos. Alguns dos nossos reprteres, a quem aqui saudamos pelo trabalho e companhia na edio passada, seguiram outros caminhos e deixaram lacunas em nossa redao. Pautas que, por um motivo ou outro, insistiam em no aparecer. E, claro, a inspiradora sinfonia matinal dos martelos, serrotes e furadeiras, regidas pelos mestres, estes de obras. Mas ainda assim vencemos.
Esta edio traou um roteiro cinematogrfico. Os rumos do pro-jeto de implantao do curso de cinema na Facom, a Operao Across The Universe, os bastidores do CineFacom. Tudo to cla-ro quanto o acender das luzes ao final de uma sesso de filmes. Acompanhamos a rotina de jornalistas baianos, de faconianos que trabalham, a despedida de tia Del. Entrevistamos o profes-sor Lawrence Grossberg, descobrimos segredos no to sagra-dos da sempre polmica Malu Fontes e mostramos a paixo que faconianos tm por times de futebol. Est tudo a.
Fomos lapidados. Viver a rotina da profisso que escolhemos foi o incio do longo processo que transforma ostras em p-rolas. Agradecemos quelas que coordenaram este ciclo que agora se encerra. So as guas de maro fechando mais uma edio. E se nos for o mrito, por favor, apreciem sem mode-rao.
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Facom News 2012.2 - Edio II
PsCom internacionalInternacionalizao de projetos da PsCom tem conseguido firmar parcerias, atraindo professores e estudantes de diversas universidades.
Lucas Pacheco e Mariana Sales
O Programa de Ps-Graduao em Comunicao e Cultura Con-tempornea da Facom (PsCom) realiza diversos projetos em par-ceria com universidades estran-geiras. Ao todo so dois convnios firmados com as Universidades Beira Interior (UBI) e Paris I. Alm disso, a faculdade participa de atividades de orientao e co--orientao nas universidades de Coimbra e Beira-Interior, em ban-cas de defesa nas Universidades Paris Ouest e Aberta de Lisboa e em redes de pesquisa envolvendo 11 instituies, entre elas Univer-sit de Lyon, Goethe Universitt Frankfurt am Main e Universidad de Valencia.
Segundo o coordenador do progra-ma, Edson Dalmonte, a internacio-nalizao dos projetos consiste em qualificar o quadro de professores e buscar um nvel de excelncia. Um dos nveis de excelncia si-nalizar este tipo de processo, pois se pressupe no s a assinatura de termos de parceria, mas a cir-culao de pessoas, afirmou Dal-monte.
O convnio com a Escola Superior de Jornalismo (Maputo Moam-bique), que ainda est em fase inicial, o mais recente acordo
internacional firmado pela PsCom. O obje-tivo dessa parceria que seja pleiteado um Dinter (Projeto de Dou-torado Interinstitucio-nal) com a instituio, para que um grupo de doutores seja forma-do e capacitado. Como primeiro resultado, foi criada a Revista EHA-PARE, a primeira revis-ta cientfica moambi-cana em comunicao e informao, que ser lanada no prximo ms. A revista ter publicao em duas lnguas (portugus e ingls) e ser apresen-tada apenas em forma-to eletrnico.
CONVNIOS Firmado em 2011, o convnio com a UBI entre a Facom e a Faculdade de Artes e Letras da universidade portuguesa, funciona em regime de cooperao acadmica. Dele surgiram acordos bilaterais que envolvem o desenvolvimento de trabalhos de ensino e orientao e co-orientao com a participao de Marcos Palcios como profes-sor catedrtico visitante e do dire-
tor da Facom, Giovandro Ferreira, como professor visitante. Nos pro-jetos envolvendo co-orientaes foi definido um processo de cotu-tela, na qual, no final do processo, os alunos podero obter diploma com dupla titularidade.
O professor Palcios ministrou, entre 2010 e 2011, duas discipli-nas no doutorado e na graduao da UBI, sendo tambm co-orien-tador em projetos de doutorado.
acadmico
Edson Dalmonte trabalha para que a internacionali-zao melhore a nota do programa
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Essa experincia na universidade portuguesa resultou na publica-o do livro Ferramentas para anlise de qualidade no Ciberjor-nalismo. J Giovandro, atuou no ensino e orientao no Programa de Ps-Graduao em Comuni-cao, tendo como temas de in-terveno Domnios de estudo de Comunicao: determinismo, negociao e novas fronteiras e
Metodologia do trabalho douto-ral.Essa parceria consiste em estabe-lecer um Programa de Cooperao acadmica e cientfica na rea de Comunicao Social para reali-zar conjuntamente atividades de ensino-aprendizagem, pesquisa e extenso, promover o intercm-bio de docentes, pesquisadores e estudantes e estimular, impulsio-
nar e auspiciar projetos de inves-tigao conjunta e atividades de graduao e ps-graduao que colaborem para o avano cientfi-co, tcnico e profissional.
Com a Universidade Paris I, o con-vnio, assim como com a UBI, fun-ciona em regime de cooperao e entre outros projetos estabele-ce o intercmbio de alunos que
Mic
helle
Viv
as
Universidade Beira Interior PARCERIAS Convnio
Credenciamento bilaterais ATIVIDADES Diploma com dupla titularidade
Intercmbio de alunos e professores
Orientao e co-orientao em projetos de doutorado
Seminrios e projetos de pesquisa
PROFESSORES Marcos Palcios
Giovandro Ferreira
Paris 1 PARCERIAS Convnio
ATIVIDADES Intercmbio de professores e alunos
Seminriose projetos de pesquisa
PROFESSOR Jos Serafim
Universid
ade A
berta d
e Lisboa
PARCERIAS Participao em redes de pesquisa
Bancas de desef
ATIVIDADES Centro de estudos das migraes
Bancas de doutorado
PROFESSOR Jos Serafim
Universit LyonUniversit Sorbonne-Nouvelle PARCERIAS Participao em rede de pesquisa
ATIVIDADES Mapeamento de pesquisa em comunicao, estudos culturais e audiovisuais no Brasil
PROFESSOR Itnia Gomes
Internacionalizao de projetos da
PARCERIASConvnio
Paris 1
ATIVIDADESIntercmbio de professores e alunos
Seminrios e projetos de pesquisa
PROFESSORJos Serafim
Universit LyonUniversit Sorbonne - Nouvelle
PARCERIASParticipao em rede de pesquisa
ATIVIDADESMapeamento de pesquisa em comunicao, estudos
culturais e audiovisuais no Brasil
PROFESSORItnia Gomes
Universidade Beira InteriorPARCERIASConvnio
Credenciamentos bilaterais
ATIVIDADESDiploma com dupla titularidade
Intercmbio de alunos e professores
Orientao e co-orientao em projetos de
doutorado
Seminrios e projetos de pesquisa
PROFESSORES
Marcos Palcios
Giovandro Ferreira
Universid
ade A
berta d
e Lisboa
PARCERIASParticipao em redes de pesquisa
Bancas de defesa
ATIVIDADESCentro de estudo das migraes
Bancas de doutorado
PROFESSOR
Jos Serafim
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articipao em redes de pesquisa
Bancas de desefa
ADES Centro de estudos das migraes
Bancas de doutorado
R Jos Serafim
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pleiteiam bolsas de estgio e de professores que desejam minis-trar cursos, de ambas as institui-es. O acordo com a universida-de francesa, assinado em 2012, foi encaminhado pelo professor Jos Francisco Serafim (PsCom) e pela professora Cline Scmama (Paris I).
Segundo Jos Serafim, o convnio,
pensado h mais de dois anos, mas s firmado ano passado, entre o curso de cinema da uni-versidade francesa e o da UFBA. Ainda segundo ele, os convnios firmados anteriormente eram acordos de cooperao guarda--chuva, entre uma universidade e outra, para depois se buscar proje-tos especficos. Hoje, porm, eles j so mais diretos e as atividades a serem realizadas j so definidas desde o incio.
Em setembro deste ano, trs alu-nas viro em intercmbio da uni-versidade francesa para a Facom. J em novembro, tambm como fruto do projeto, ocorrer o Semi-nrio Internacional de Autofico, com participao da professora Cline Scmama. De acordo com Serafim, h planos para que du-rante esse perodo do seminrio, aproveitando a presena da pro-fessora francesa, tambm sejam realizados algum tipo de atelier ou workshop.
REDE DE PESQUISA Como ponto de partida para que as parcerias se firmem e sejam selecionadas, a universidade pode ser procurada por outras instituies estrangei-ras, a partir da divulgao de tra-balhos produzidos por membros do programa, uma vez que os in-teresses de pesquisa (Cibercultu-ra, Comunicao e Poltica e An-lise de produtos) so afins. Hoje, uma questo da internacionaliza-o desses programas o cresci-mento dos trabalhos em redes de pesquisas, que vo dar conta do cenrio nacional, conectando v-rias universidades. Em certas oca-sies so colocadas nesse pacote
universidades do exterior, as quais vo lidar com linhas de interesse a partir das linhas de pesquisa. s vezes vai por afinidade, pontuou Edson.
H tambm alunos faconianos no exterior em regime de sanduche, quando o estudante realiza parte dos seus estudos em uma insti-tuio estrangeira. J no caminho inverso, o programa de ps-gra-duao, com respaldo nacional e internacional pela qualidade dos docentes, tem conseguido atrair professores e estudantes de di-versas universidades. Ainda este ano o programa receber um pro-fessor canadense para um estgio de ps-doutorado sob a orienta-o de Andr Lemos.
CRITRIOS DE AVALIAO Para ser criado e se manter, os progra-mas de ps-graduao (mestrado e doutorado) passam por uma avaliao junto CAPES, Coor-denao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior, que consolida e expande esses progra-mas nos estados brasileiros.
As notas variam de 3 a 7 e a ava-liao feita trienalmente, quan-do o programa faz um relatrio de todos os projetos desenvolvi-dos. Na ltima avaliao, do tri-nio 2007-2009, o PsCom obteve nota 5, sendo que na rea de co-municao a nica universidade que ultrapassou essa nota foi a UFRJ, obtendo 6. Esta nota possi-bilita que a universidade concorra em determinados editais de coo-perao acadmica. At abril, o PsCom enviar o relatrio para avaliao do trinio 2010-2012.
Internacionalizao de projetos da
PARCERIASParticipao em redes de pesquisa
Bancas de defesa
ATIVIDADESCentro de estudo das migraes
Bancas de doutorado
PROFESSOR
Jos Serafim
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No tem publicidade? Vai produo mesmoEstudantes escolhem curso da Facom pelo prestgio da federal
Michelle Vivas e Milena Abreu
No ltimo semestre, 22% dos ca-louros ingressaram no curso de Produo Cultural esperando aproveitar o que Comunicao Social tem a oferecer no campo de Publicidade. Embora Produo disponha de matrias relaciona-das comunicao, o curso des-tina-se a formar produtores cul-turais, no publicitrios. Seja por falta de informao ou por querer fazer uma universidade federal, o calouro chega Facom com aspira-es que a faculdade atualmente no pode formar. Ainda assim, ela oferece alternativas que cumprem com a necessidade de abordar pu-blicidade, por ser uma das reas de maior procura no mercado.
Na Bahia, o curso de Publicidade oferecido somente por facul-dades particulares. E o mercado baiano nessa rea s cresce. A nica semelhana do curso de Produo Cultural com o de Pu-blicidade e Propaganda da Uni-facs - um dos mais prestigiados em Salvador - a presena de quatro disciplinas: Teoria da Co-municao, Audiovisual, Teoria da Imagem e Marketing Cultural. A Facom oferece no fluxograma de Produo trs optativas foca-das em anlises e oficinas de pu-blicidade, mas h seis anos no so mais ministradas.
O professor Adriano Sampaio, formado em Relaes Pblicas, diz que a matria de Mar-keting Cultural a nica com temas relaciona-dos publicidade. Para ele, apesar de abordar problemticas comuns a produtores culturais, os contedos podiam ser melhor explorados. O Marketing Cultural vem se apresentando para su-prir a demanda que seria apenas, por exemplo, por patrocnios. Mas marke-ting no s isso.
O plano para a criao de um curso que espe-cializa em Comunicao Integrado Gesto de Marketing e Comunica-o Estratgica j est em pro-cesso de aprovao pela UFBA, sob a coordenao dos profes-sores Adriano Sampaio e Cludio Cardoso. O professor aproxima os seus alunos de Elaborao e Planejamento de Projetos Cultu-rais com a rea de Comunicao Estratgica. Um comunicador estratgico planeja aes de co-municao para a excelncia do processo comunicativo. Para o produtor cultural, comunicao
estratgica de extrema impor-tncia, pois dialoga com alguns conceitos de administrao e ou-tras habilitaes, potencializando os resultados de um projeto vin-culado cultura.
FEDERAL Grande parte dos alunos pe em primeiro lugar a escolha de estudar em uma federal em vez do curso desejado. Todos os entrevistados atestaram isso, con-firmando que o peso do nome da
Professor Adriano Sampaio planeja novo curso de especializao em publicidade
Jade
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universidade no currculo mais importante do que fazer o curso especfico de Publicidade e Propa-ganda em uma faculdade particu-lar. Larissa Lima, 1 semestre de Produo Cultural, teve dvidas entre Engenharia Eltrica e Pro-duo, mas foi conquistada pela grade das matrias. A minha vida toda sempre tive muita afini-dade com as exatas, mas sempre gostei de criao e marketing, confessa. Ao ingressar na facul-dade, Larissa foi surpreendida ao descobrir que a maioria das opta-tivas ligadas publicidade no es-tavam sendo mais ministradas. difcil para um aluno do terceiro ano de ensino mdio entender o funcionamento de um curso. Fui convencida pelo fluxograma, mas quando cheguei na Facom vi que no era bem assim.
A permanncia de Larissa no cur-so est condicionada ao seu cargo na Produtora Jnior, considera-da por ela uma das instncias mais interessantes para quem gosta de Publicidade. Na Pro-dutora, trabalhamos em reas completamente diferentes do curso. Estou tendo experincia em gesto, que ajudar no meu sonho de abrir a minha prpria empresa de Publicidade. A PJr oferece experincias com o mercado de trabalho de Publi-cidade e Propaganda, prestan-do servios para empresas de mercado. Os membros traba-lham diretamente com noes bsicas da rea, como criao de marcas e identidade visual. Victria Andressa, 3 semestre
de Produo Cultural, trabalhou na Produtora e afirma que a ex-perincia acrescentou conheci-mentos prticos. Na Produtora fiz o processo inverso. Antes de aprender as teorias, trabalhei com clientes e aprendi na prti-ca.
OBSERVATRIO Outra instncia que oferece conhecimentos de Publicidade aos alunos interessa-dos no assunto o Observatrio de Publicidade, grupo de pesquisa em parceria com a Propeg. Vict-ria refora a importncia do Ob-servatrio para quem quer traba-lhar na rea: uma experincia que conta no seu crescimento e no seu currculo. Voc poder ser a nica pessoa de Salvador espe-cializada em uma ferramenta por causa de uma pesquisa feita.
Embora tenha um nome sugestivo, o Observatrio no produz pro-paganda, mas realiza pesquisas e anlises de campanhas publicit-
rias digitais e de ferramentas uti-lizadas por sites. Victria faz parte do grupo h um ano e est pesqui-sando sobre o HTML5, agregando a pesquisa prtica: Eu j sabia um pouco de HTML. Sempre me interessei por criar sites e blogs e sei que ser algo que usarei no futuro. Outras pesquisas que es-to sendo feitas paralelas dela so sobre o Youtube, a nova ferra-menta de busca do Facebook e a substituio de outras tecnologias pelo tablet.
Mesmo insatisfeita com o curso e no pretendendo atuar como produtora cultural, no sair da Facom. Eu no troco a formao que eu estou tendo por nenhuma outra. No acho que quem est na Unifacs aprende mais do que eu. No estou aprendendo teori-camente o mesmo que eles, mas estou aprendendo Produo Cul-tural, algumas coisas de Jornalis-mo, que, de uma forma, vo me ajudar, completa Victria.
Observatrio de Publicidade uma opo para alunos que tm interesse na rea
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Facom News 2012.2 - Edio II
Aps 20 Anos, FAcom receber novAmente
Ygor Bahia e Renata Almeida
Facom News 2012.2 - Edio II Facom News 2012.2 - Edio II
O evento, que acontecer em junho, reunir 41 programas universitrios e contar com cerca de 450 convidados
A Facom vai receber, de 4 a 7 de junho, a XXII edio do encontro da Comps (Associao Nacional dos Programas de Ps-Graduao em Comunicao). A reunio da Comps, maior acontecimento de Ps-Graduao da rea de comu-nicao do pas, acontece anual-mente visando estimular a troca entre universidades nacionais e internacionais. O evento reunir
este ano 41 programas de univers-idades filiadas, distribudos em 15 grupos de estudo. Para entreter cerca de 450 convidados, o encon-tro ter festas, coquetis, cursos e a entrega do Prmio Comps de Teses e Dissertaes, tudo pen-sado pela coordenao local do evento.
CONCEITO Uma novidade nesta edio a elabora-o de um conceito de identidade visual que busca eviden-ciar elementos da cultura baiana que dialoguem com o campo da Comu-nicao. Para isso foram escolhidos Ogum, representan-do o Deus da Tecno-logia e Exu, o Deus da Comunicao. A proposta, inicial-mente pensada por Edson Dalmonte, tomou forma mais definida com a in-dicao do trabalho do artista local Ru-bem Valentim pelo aluno da Ps Thiago Falco. J familiar-izado com a obra de
Valentim, Thiago viu na escolha do artista a oportunidade de criar, a partir dela, uma temtica visual nica e popularizar o trabalho do autor. A arte elaborada est pre-sente no site da Comps 2013, desenvolvido pelo aluno Rodrigo Cunha, onde foi criado um logo especial para divulgao do en-contro.
ORGANIZAO Edson, coordena-dor local do evento e do curso de ps-graduao da Facom, revela como a organizao do encontro est sendo planejada: H uma comisso executiva geral que agrega professores e alunos, den-tro dela ns temos as comisses organizadoras de logstica, comu-nicao, social e secretaria. Ele tambm explica como feita a seleo do local que recebe a As-sociao a cada ano: A escolha feita cerca de quatro anos antes. H um rodzio entre regies. No ano anterior foi na Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Na verdade, o critrio mais importante a disponibilidade para receber o evento.
LAWRENCE GROSSBERG Como destaque, o evento ter este ano o professor Lawrence Grossberg da University of North Carolina.
Talyta Singer, da comisso de logstica, com o a camiseta e a bolsa desenvolvidos para a comps
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O convite foi feito pois, alm de o pesquisador ser referncia na rea dos Estudos Culturais, sua obra possui grande relevncia para acadmicos da rea de comu-nicao. Grossberg ministrar um curso aberto a todos os inscritos, com a temtica Estudos Culturais no tempo futuro, tema abordado por seu mais recente livro.
PROGRAMAO Com a program-ao j definida, o primeiro dia do encontro ser no auditrio do Hotel Villa Gal, em Ondina, onde os participantes da Comps fi-caro hospedados. O mestrando Paulo Victor, responsvel pela co-ordenao de comunicao e en-carregada por divulgar dicas de entretenimento e lazer para os participantes do encontro, afirma que foram criados dois roteiros que serviro aos convidados. Cri-amos mapas mostrando a localiza-o dos estabelecimentos explica Paulo.
A abertura oficial acontecer no Teatro Castro Alves. Elaborada pela Comisso Social, o encontro oferecer aos convidados um co-quetel de boas vindas e um nme-ro musical. A abertura tambm ter a entrega do Prmio Comps de Teses e Dissertaes, que acon-tece todo ano.
A partir do dia 5 o encontro vai ser sediado na Facom, que rece-ber as sesses dos GTs (Grupos de Trabalho). So 15 GTs ao todo, cada um tratando de um tema es-pecfico. Uma mdia de 29 trab-alhos foram inscritos em cada GT, dos quais dez sero selecionados. Joo Batista, professor da USCS, coordenador do GT de Prticas Interacionais e Linguagens na Co-municao, sobre suas expecta-tivas acerca do evento, afirma: Minha expectativa, e do vice-coordenador, Kleber Mendona (UFF), so as melhores possveis. O GT muito novo, estamos em
nossa terceira edio, mas j es-tamos conseguindo reunir pes-quisadores de diversas regies do Brasil. Neste ano tivemos 20 trab-alhos inscritos, o que permite mel-horar a qualidade das discusses no evento.
Segundo Edson, o fato de rece-ber um acontecimento de grande porte como a Comps traz um de-staque para a Facom: A Comps coloca o programa de ps-gradu-ao da universidade em evidn-cia. Faltando trs meses para re-unio, alunos e professores esto trabalhando para que o evento ocorra dentro do prazo estabelec-ido e de forma organizada. Talyta Singer destaca o envolvimento do curso de ps-graduao com a Comps: bastante trabalho, mas temos muitas pessoas aju-dando. O que permite uma distri-buio equitativa das atividades para que o encontro ocorra dentro do cronograma.
Material grfico da Comps
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Facom News 2012.2 - Edio II Facom News 2012.2 - Edio II
Lawrence Grossberg
Convidado de destaque da 22 edi-o do encontro Nacional da Comps, Lawrence Grossberg, da Universidade da Carolina do Norte, umas das prin-cipais referncias mundiais na rea de Estudos Culturais. Aps ter feito ps--graduao no Centre for Contempo-rary Cultural Studies na University of Birmingham, teve seu trabalho forte-mente influenciado por Stuart Hall e Richard Hoggard. Autor tambm de centenas de artigos e cerca de 25 livros
publicados, Lawrence ficou amplamen-te conhecido nos anos 90 por estudar a poltica da juventude pela perspecti-va da msica popular. Atualmente, seu trabalho est focado na necessidade de repensar os Estudos Culturais den-tro de diferentes conjunturas geopol-ticas. Nesta entrevista concedida por e-mail equipe da Facom News, Law-rence fala sobre essa e outras ques-tes relacionadas ao seu trabalho e sua participao na Comps.
De onde surgiu o convite para participar da Comps? Por que aceitou o convite?
Eu recebi um e-mail com a pro-posta. Como sou muito interes-sado em trabalhos de Estudos Culturais em toda a Amrica do Sul, aceitei ir ao evento. Meus amigos de outros pases, como a Colmbia, me dizem que existem alguns trabalhos muito interes-santes acontecendo no Brasil.
O quanto a compreenso dos Estudos Culturais importante para os estudantes de comuni-cao?
Acredito que a compreenso in-terdisciplinar das questes e o uso de ferramentas e conceitos dos Estudos Culturais, apesar
Professor da Universidade da Carolina do Norte fala sobre expectativas para a Comps
de no serem disciplinarmente obrigatrios para a comunica-o, podem ajudar a ter uma vi-so mais ampla.
Voc falar, no curso da Com-ps, sobre os Estudos Culturais no tempo futuro, tema do seu ltimo livro. Qual o conceito por trs deste trabalho?
Meu livro tenta argumentar que muito dos conceitos que defi-nem e envolvem os Estudos Cul-turais foram formados em dife-rentes momentos geopolticos e que podemos agora revisit-los, usando as melhores ferramentas tericas que temos para nova-mente pensar sobre moderni-dade, cultura, economia, poder, etc. Consequentemente pode-remos, tambm, refletir sobre
como ns entendemos a inter-disciplinaridade, a educao e o trabalho intelectual. um proje-to um tanto ambicioso.
Nos anos 70, os Estudos Cultu-rais eram muito influenciados pelo marxismo. Voc conside-ra que a ideologia de esquerda ainda seja marcante nos Estu-dos Culturais?
Bom, havia sim muitos marxis-tas nos Estudos Culturais nos anos 60 e 70, mas tambm havia anarquistas, socialistas, pragma-tistas e, eu acrescentaria, vrios conservadores. Ento, enquanto algumas das pessoas que formu-laram os Estudos Culturais nesse perodo partiram de reflexes marxistas, outras foram por ca-minhos diferentes. claro que os
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Facom News 2012.2 - Edio IIFacom News 2012.2 - Edio II
O problema que a viso que alguns tm sobre o anti--capitalismo acaba por reduzi-lo.
marxistas eram evidentes, pois Marx, afinal de contas, foi um nome extremamente importan-te na compreenso do contexto histrico e poltico. O problema que a viso que alguns tm so-bre o anti-capitalismo acabam por reduzi-lo. Porm, ainda acho sim que sua ideologia influen-te nos Estudos Culturais, assim como as polticas de esquerda, em um sentido mais amplo.
Como os Estudos Culturais po-
dem influenciar a poltica?
Pessoas compro-metidas, como eu, com certos ideais, como o de liberdade, justia, o direito a uma vida digna, e que se opem a siste-mas totalitrios, e aos abusos de poder, precisam por meio de teo-rias, dizer o que est acontecen-do no mundo. Caso contrrio, esse papel ficar restrito somente poltica, e ela cumprir esse papel intelectual.
Para se opor a isso precisamos contar melhor nossas histrias, compreender a nossa comple-xidade, e quem sabe entender como ela enche de incertezas, de forma to poderosa, as vidas de tantas pessoas.
Voc acha que o atual estado de niilismo e ceticismo das pessoas refletem um desapontamento com as antigas polticas de es-querda? Esse estado de insatis-fao decisivo para mudar a forma como as pessoas enxer-gam a poltica e a cultura popu-lar?
A afirmao de que existe atual-mente um grande estado de nii-lismo e ceticismo, apesar de sim-plista muito verdadeira. Acho
Todavia, acho que precisamos nos questionar, durante nossas prticas, so-bre as nossas rela-es com a poltica e com o popular, en-tender o nosso papel nesse mundo que se transforma.
que a maneira como as pessoas se relacionam com o futuro est mudando. Muitos acontecimen-tos esto contribuindo para isso, como os prprios sentimentos de desapontamento, impotn-cia, simulao e ceticismo. No acho que isso seja resultado do fracasso das polticas marxistas, j que elas nunca existiram de uma forma concreta. Vejo uma contribuio maior, nessa conjun-tura, dos intelectuais marxistas. Eles faracassaram ao insistir em repetir a mesma velha histria poltica de sempre, sem levar em conta o que acontece no mundo, como ele se transforma. Da mes-ma forma, acho que houve uma contribuio tambm de quem toma a opo contrria. Ambos os pontos de vista foram equi-vocados. Todavia, acho que pre-cisamos nos questionar, durante nossas prticas, sobre as nossas relaes com a poltica e com o popular, entender o nosso papel nesse mundo que se transforma.
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Facom News 2012.2 - Edio II
capa
Est sendo pleiteada a implemen-tao de um quarto ano no cur-so de cinema da UFBA no qual o aluno poder escolher uma rea de especializao entre roteiro, direo, ps-produo de imagem e de udio, produo ou direo de fotografia e iluminao. A for-mao complementar, opcional, torna o aluno bacharel em cinema e no mais bacharel em arte com rea de concentrao em cinema.
A comisso para a implementao do quarto ano analisa a possibili-dade de que alunos j formados possam curs-lo atravs de um processo seletivo. Talvez nem to-dos vo querer complementar a formao, aqueles que quiserem
vo ter sim esse perodo de adap-tao dos dois regimes, porque tem aqueles que j vo saindo e podem entrar e os outros que j saram, explica Jos Serafim.
Ainda neste ano se iniciar a cons-truo de uma nova ala na FACOM destinada apenas locao dos estdios com capacidade, inclusi-ve, para a entrada de caminho, afirmou Serafim: A nova ala da fa-culdade ser destinada a estdios, laboratrios de edio, de udio, e de audiovisual. Hoje h pelo me-nos cinco professores na faculda-de concursados para ministrar au-las durante o quarto ano do curso de cinema e que esto totalmen-te voltados para essa rea. Alm
disso, h alguns outros professores que atuam como colaboradores, a exemplo dos pro-fessores Fbio Sa-dao e Maria Car-mem.
ANDAMENTO Se-rafim acredita que ainda falta um cur-so de cinema com-pleto. H dficits de professores em reas muito pre-cisas e tcnicas. Ns precisamos de professores para roteiro, que
uma das disciplinas pesadas do curso, obrigatria, e, sobretudo, para edio e finalizao. Ou seja, talvez a gente precise de mais trs professores ou quatro especficos. A partir da, podemos pensar em um curso bacana, concluiu.
OPINIES DIVERGENTES rika de Paula, estudante do 2 semestre do Bacharelado Interdisciplinar de Artes, apesar de ainda no ter muito conhecimento do cur-so como um todo, ao estabelecer contato com pessoas que j se for-maram, constatou que o curso de cinema pelo B.I. bom e contem-pla caminhos interessantes para que aluno aprenda o contedo. Falo caminhos, porque acredito que depende mais do aluno do que da prpria universidade a de-dicao, o interesse e a motivao para o aprendizado, opina.
Em contrapartida, Adriano Soares (Big), aluno do ltimo semestre do curso, cr que, apesar do curso abarcar diversos nichos do cine-ma, no h a formao de profis-sionais generalistas. Alm disso, em sua concepo, no importa se a graduao dure um ano e meio ou dez anos, o cinema no se aprende s na faculdade, mas tambm na prtica. Ele ainda diz que a quantidade de tempo no algo que venha a ser determinan-te na carreira do profissional ou que isso v refletir, por exemplo,
Adriano Big no cr que possa haver uma formao de profissionais generalistas
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Curso de Cinema ganha um quarto anoEstudantes agora podero ter bacharelado em cinema
Sonia Raudys e Ananda Brasileiro
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Facom News 2012.2 - Edio II
Curso de Cinema ganha um quarto anoEstudantes agora podero ter bacharelado em cinema
Sonia Raudys e Ananda Brasileiro
na qualidade de seus trabalhos.
Ian Fraguas, que se formou em novembro do ano passado, acha tima a ideia da implementao e, se tiver a oportunidade, far o curso. A sensao no final do cur-so de que faltou alguma coisa. Eu, por exemplo, fico inibido de atuar na rea por saber que meu conhecimento restrito, afirma o ex-estudante que considera o curso muito curto e terico, admi-tindo tambm que j teve vontade de fazer outro curso de cinema em uma universidade diferente.
CPL NA UFRB X B.I. NA UFBA O professor Guilherme Maia que ministrava, h um ano, aulas de ci-nema na Universidade Federal do Recncavo da Bahia (UFRB) e que hoje d aulas no B.I, comenta: Na UFRB foi criado um curso de cine-ma linear, seriado. O curso de ci-nema nasceu com uma cara ntida, uma cara comum universidade e, pelo fato da UFRB ser uma insti-tuio em fase de implementao, ela tem acesso a mais recursos, ento um curso de cinema equi-pado.
O professor admite que o curso de cinema no fcil de estrutu-rar porque, alm de precisar de profissionais muito especficos e tcnicos, necessrio equipa-mento de ponta, bem como a sua manuteno. Um dos grandes
problemas daqui a falta de equi-pamento, um curso de cinema no existe se ele no tiver um parque tecnolgico grande, como voc no pode fazer um curso de qumi-ca sem laboratrio. Precisa de um investimento alto, conclui.
MERCADO DE TRABALHO Eu acho que um curso de cinema numa instituio contribui demais pra instituio como um todo. Produtos geram muita visibili-dade, circulando pelo Brasil nos festivais, mesmo os curtas que os alunos fazem academicamente. Isso reverbera no Brasil a fora e todo mundo se beneficia disso, enfatiza Guilherme Maia na defe-sa da efetivao do quarto ano na formao de cinema na UFBA.
Ele admite que o mercado de tra-balho ainda est muito concen-trado no Rio de Janeiro e em So Paulo, mas tambm percebe que h um movimento crescente de produo audiovisual na cidade. O mercado local baiano melho-rou muito, mas eu acho que ainda muito concentrado nas reas de publicidade e campanhas eleito-rais. Ao mesmo tempo, voc v um monte de incentivos por parte dos governos federal ou estadual atravs de editais, de produo audiovisual, isso tambm movi-menta muito o meio. Fora isso, iniciativas independentes. Ainda um mercado fechado, analisa.
Ian Fraguas v o mercado de tra-balho restrito, principalmente em
Para o professor Jos Serafim, falta um curso de cinema com professores especializados em Salvador
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Salvador, no s na rea de cine-ma, mas arte em geral. No estou dizendo que aqui no existe rea de atuao para cinema. Existe, mas eu acho muito restrito. No dada credibilidade a quem est comeando e sim a quem j tem experincia na rea. S que para ter experincia eu preciso ter oportunidade e se eu no tenho oportunidade eu s tenho como procurar em outros lugares o que aqui ainda precrio.
O estudante de artes cnicas e diretor, Klaus Hastenreiter acha que o mercado de audiovisual na Bahia tende a crescer. Ele acredita que a internet trouxe outra din-mica para os trabalhos com vdeo e novas demandas, e adiciona que, no apenas Salvador, mas o estado como um todo sente esse efeito de uma forma tardia e gra-
dual. Acredito que seja um dos melhores momentos para quem quer comear e no h forma me-lhor de conseguir certo destaque
ENTENDA COMO FUNCIO-NA HOJE O curso realiza-do em dois ciclos: primeiro os alunos iniciam o Bacha-relado Interdisciplinar (B.I.) e cursam durante um ano e meio disciplinas gerais sobre cultura e artes. Aps esse perodo, os estu-dantes podem optar por reas de concentrao es-pecficas, incluindo cinema e audiovisual com discip-linas mais prticas (como planejamento e produo, roteiro, som, direo, final-izao e edio) e durao de um ano e meio.
HISTRICO DO CURSO In-augurado em 2007 atravs do B. I. de Arte, o curso foi idealizado pelos professores Jos Serafim e Umbelino Brasil. Albino Rubim, ex-diretor da faculdade, per-cebeu que a instalao do curso fazia-se necessria, tendo em vista que, dos cur-sos relacionados s artes da UFBA, cinema era o nico que faltava. Alm disso, era significativa a quantidade de estudantes graduandos em comunicao que pretendi-am, no futuro especializar-se em cinema.
na rea do que se juntando s pes-soas certas, com ideais em comum e bastante criatividade. No h ci-nema sem grupo, conclui.
Guilherme Maia afirma que a produo audiovisual vem crescendo em Salvador
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Facom News 2012.2 - Edio II Facom News 2012.2 - Edio II
cinema para todos A gesto Outras Palavras lana o projeto Cinefacom
Bruno Rubeiz e Taylla de Paula
Duas vezes por ms o auditrio da Facom ser espao para exibi-es de filmes feitos por alunos da UFBA. A ideia da gesto Outras Palavras divulga as produes au-diovisuais de alunos e promove de-bates com os diretores. O evento acontecer quinzenalmente, sem-pre s quartas-feiras noite.
Cinema uma rea de grande in-teresse por uma parcela de alu-nos da Facom. Valdria Souza, da Coordenadoria de Cultura da ges-to Outras Palavras, acredita que o projeto essencial para os tra-balhos irem alm da sala de aula: Esses estudantes querem mostrar seus trabalhos, que muitas vezes por serem feitos em disciplina, no tm grande visibilidade. Daniel de Farias, coordenador administrati-
Realizadores discutem a produo dos curtas no debate na segunda edi-o do Cinefacom.
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vo, afirma que no h um carter competitivo no projeto. O Cinefa-com busca fortalecer as produes audiovisuais dos estudantes, no para selecionar o que bom ou ruim. Todas as inscries sero exi-bidas, afirma ele.
Apesar do evento ser organizado pela Facom, a maioria do pblico vem de outros cursos, como o Ba-charelado Interdisciplinar, que tem uma rea de concentrao em ci-nema. A gesto espera um alcan-ce maior no futuro do projeto: O Cinefacom um evento que pode trazer alunos de outras faculdades. Pretendemos transformar o proje-to em uma mostra universitria de audiovisual, diz Valdria.
As duas edies j realizadas exibi-
ram cinco curtas com diretores da Facom, BI de Artes, BI de Humani-dades e Teatro. A primeira edio teve um pblico de 52 pessoas, en-quanto a segunda, 38. Milena dos Anjos, aluna de Produo Cultural, que exibiu o documentrio Adeus, lamenta a falta de participao da audincia: O debate necessrio para entender o lado de cada um, eu acho que mais importante do que a prpria exibio.
OPINIES Em geral, as opinies so-bre o Cinefacom so positivas. Da-niel Fres, professor substituto das disciplinas Cinema Internacional e Oficina de Comunicao Audiovi-sual, exibiu o curta 13 de Dezem-bro. Ele acredita que a exibio de produes feitas na faculdade essencial: Filmes so feitos para serem vistos, enquanto eles ficam guardados no servem para nada.
O evento tambm conta com a presena de um mediador durante o debate, papel que foi preenchido pelo professor de Roteiro e Semi-tica, Fbio Sadao na primeira edi-o e pelo professor Jos Francisco Serafim, coordenador do Ncleo de Anlise do Cinema Documental, na segunda. Daniel de Farias acredita que o papel do mediador funda-mental e afirma que o Cinefacom buscar a participao de outros mediadores nas prximas edies.
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en-scne
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Luz, cmera e produo
Vilma Martins e Mariana Trindade
Os alunos do 1 semestre do cur-so de Produo Cultural tm a oportunidade de criar, adminis-trar e divulgar o relanamento de um filme no auditrio da Facom. A atividade avaliada pelo pro-fessor Marcos Palacios de acordo com o pblico atingido na sesso, pois segundo ele, este o objeti-vo fundamental de uma ativida-de cultural. O projeto de Oficina de Comunicao Escrita concluiu sua segunda edio no dia 21 de
Alunos de Produo Cultural experimentam prtica profissional produzindo relanamento de filme
maro e exibiu o filme Across the Universe, contando com a pre-sena de 131 pessoas.Segundo os organizadores, mais da metade do pblico no era da Facom.
O professor Palacios destaca o objetivo da disciplina enquanto uma oficina que trabalha a escrita em funo de futuras necessida-des profissionais: interessante ter atividades em que a prtica de texto acontea numa situao
semelhante realidade que um produtor cultural pode enfrentar. Quanto realizao da disciplina no 1 semestre o professor afirma que importante que os calouros tenham, logo no incio, contato com aquele que ser o seu merca-do de trabalho.
Mariana Amoedo cursou a dis-ciplina no semestre passado e concorda que o projeto impor-tante para o futuro profissional:
Exibio do filme Across the Universe lotou o auditrio da Facom
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Quanto mais cedo entrarmos em contato com a maior quantidade de intempries nesse tipo de ini-ciativa, mais tempo teremos para aperfeioar nosso trabalho. Nes-te semestre 28 estudantes cursam a disciplina. Um deles, Melvyn Caires, pensa no projeto como um exerccio de reflexo: Algumas pessoas tm uma certa noo do que vero pela frente e se colo-cam prova. bom tambm para refletir se isso o que voc quer ou no para sua vida.
Alunos que no participaram das nicas duas verses do projeto reconhecem a sua importncia. Hoje estudante do sexto semes-tre, Sara Prado, no teve a expe-rincia quando cursou a disciplina. Ela afirma que esse tipo de proje-to uma fonte importante para a formao acadmica e profissio-nal, uma vez que o mercado de trabalho vai exigir do estudante de comunicao uma bagagem de conhecimentos diversos.
CINEMA & COMUNICAO Mui-tos estudantes da Facom demons-tram interesse por cinema. Prova disso so as 100 pessoas inscritas nas trs disciplinas optativas rela-cionadas rea que fazem parte da grade curricular. Trabalhar na produo de uma sesso de filme agradou aluna Mariana, que pre-tende se especializar em cinema e conta que o projeto foi uma inicia-o acadmica neste universo.
O filme escolhido para a exibio deste ano, Across the Universe (2007), faz referncia banda The Beatles, que est celebrando 50 anos desde o lanamento de seu
1 lbum. Envolvido na produo do evento, caro Palmeira conta que o filme foi escolhido porque contextualiza um universo jovem, que em plena Guerra do Vietn, deve enfrentar a escolha entre a realizao dos seus sonhos ou aceitao de suas obrigaes.No semestre passado a pelcula exi-bida foi Somente Deus Por Teste-munha (1958) e a turma tinha a inteno de ilustrar o centenrio do desastre do Titanic, alm de resgatar o interesse pelo cinema dessa poca.
COMO FUNCIONA A dinmica do projeto envolve a diviso da sala em grupos que sugerem um filme para exibio. Aps apresentaes que justifiquem as escolhas dos grupos, feita uma votao na-quele que combine melhor plane-jamento e melhor filme. O aluno Marco Antnio, um dos organiza-dores do evento deste semestre explica: Aps a escolha do filme comea a produo da sesso. Novamente somos divididos em equipes: criao, divulgao, or-
amento e produo executiva. Os alunos ficam livres para escolher a rea em que preferem traba-lhar.
A turma recebe uma verba de 100 dlares para trabalhar o lan-amento. O professor Palacios d exemplos de como os recursos so utilizados: Eles produzem reale-ses, produzem sites, pginas no Faceboook, Twitter, vo atrs de patrocnio.
A ltima turma de produo tam-bm conseguiu bons resultados, atingindo uma audincia de cerca de 90 pessoas. Segundo Palacios, a greve de nibus, que coinci-diu com a data da sesso, serviu como um aprendizado, pois um incidente possvel da prtica pro-fissional. Devido aos resultados satisfatrios de ambos eventos, o professor confirma a manuteno do projeto para os semestres se-guintes: Eu acho que uma das atividades dentro da disciplina que est sendo bem sucedida, en-to deve ser mantida.
Marcos Palacios, professor da disciplina Oficina de Comunicao Escrita, pretende manter o projeto.
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facomfazA dupla rotina dos faconianosEstudantes enfrentam jornada de trabalhos e estudos para garantir renda extra
Diogo Costa e Isadora Sodr
O ingresso na universidade um momento que marca grandes mudanas na vida de quem est disposto a enfrent-la, principal-mente quando se tem a neces-sidade de conciliar uma jornada dupla entre estudo e trabalho. A reportagem entrevistou sete alu-nos que relataram as causas pela quais so motivados a ingressar no mercado de trabalho durante o perodo da graduao. O conforto da independncia financeira e a necessidade de arcar despesas fa-miliares foram as principais causas destacadas.
Necessidade Entre os entrevis-tados, quatro responderam que o desafio de conciliar a rotina estudantil com o trabalho se d em decorrncia da necessidade de possuir renda extra, devido falta de apoio financeiro efetivo dos pais. Este o caso de Carlos Eduardo, 19, 2 semestre do cur-so de Jornalismo. Em jornada tri-pla, Kadu, como mais conhecido, concilia os estudos com os traba-lhos na Santa Casa e na Assessoria de Comunicao da banda Ara Ketu.
Morando com os avs, Kadu tra-balha para ter sua prpria renda. Eu no ganho mundos e fundos, mas o que eu ganho d para pa-
te: cansativo, mas como eu te-nho um sonho e quero correr atrs dele, tenho que fazer alguns sacri-fcios.
Como sua escala ocorre no turno da noite, ela diz conseguir conci-
Em jornada tripla, Kadu, concilia os estudos com os trabalhos na Santa Casa e na assessoria da banda Ara Ketu
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gar uma oficina, xrox, um livro... Eu j consigo me envolver nas mi-nhas coisas da faculdade sem a ajuda da minha famlia, explica. Com todos os horrios compro-metidos, as manhs de Kadu so reservadas para as aulas, enquan-to as tardes, das 14h s 18h, so ocupadas pelo trabalho na Santa Casa. A assessoria de comunicao do Ara Ketu realizada em horrios alternativos, j que ele coordena as redes sociais da banda e pode trabalhar em casa.
Carine Nascimento, 28, estudante do 5 semestre de Produo Cultural, vive outra realidade. Casada e me de dois filhos, Carine foi a nica en-trevistada que alegou dividir o tempo entre o ofcio como tcnica em enfermagem no Hospital das Clnicas e as aulas na Facom para arcar integralmente com as despesas da casa. Segundo ela, a relao entre trabalho e estudo desgastan-
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liar aula e trabalho, porm a leitura de tex-tos e a produo de trabalhos ficam com-prometidas. Trabalho noite e, normalmen-te, esse o horrio que prefiro estudar, pois o perodo que tem mais tranquilida-de em casa. Nos dias em que eu estou tra-balhando, no d para estudar, conta Carine. Principal mantenedora da casa, a renda obtida (de R$ 2 mil R$3 mil) destinada s despe-sas com alimentao, contas e filhos em ida-de escolar.
Independncia Dois entrevistados informa-ram que embora tra-balhem, o salrio obtido desti-nado para manter o conforto de morar s, pois, segundo com eles, mais vivel. Eduardo Assuno, 24, 6 semestre de Jornalismo, estagia na Rdio Educadora, es-creve para um site local e ser monitor-bolsista da disciplina de Rdio Jornalismo no prximo se-mestre. Tudo isso para conseguir arcar com as despesas mensais, ainda que tenha auxlio dos pais: Como morar sozinho tem um custo elevado, propus a meu pai que assim que comeasse a esta-giar, eu poderia arcar com algu-mas despesas, e at l, ele assu-miria os custos. Em 2011, come-cei a estagiar na Rdio Educadora, e a bolsa que recebia me ajudou a cobrir gastos com transporte e alimentao.
Mesmo com a dupla jornada, cin-co estudantes alegaram que a dificuldade de conciliar a rotina no muito grande. Geralmente cumprem carga horria de apro-ximadamente 6h por dia e mes-mo encontrando dificuldades em momentos pontuais, de um modo geral, conseguem administrar as responsabilidades.
Rafael Raa, 26, 3 semestre do curso de Jornalismo, trabalha com tecnologia digital e como produ-tor, em horrios determinados por ele. Embora as duas coisas sejam igualmente importantes, confesso que h momentos em que a facul-dade fica em segundo plano. Mas, no geral, tem sido possvel conci-liar, explica. Apenas dois dos en-trevistados no sentem a mesma
facilidade. Eles apontaram os ho-rrios apertados e o cansao aps a jornada como motivos que difi-cultam a conciliao.
Opes de Bolsa Embora grupos de pesquisas e instncias da Facom ofeream bolsas com valores que variam entre R$ 400 R$ 500, nenhum dos entrevistados optou por essa possibilidade de garan-tir renda extra. Marlia Campos, 20, estudante do 1 semestre de Jornalismo, trabalha h dois anos na Agncia de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) e diz que prefere se manter no emprego pe-las condies ofertadas: O salrio que recebo maior que as bolsas disponibilizadas pela UFBA e eu j trabalhava antes de passar no ves-tibular.
Eduardo Assuno concilia estudos e trabalho para manter o conforto de morar sozinho
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A saga de uma apurao
Thamires Santos e Vincius Nunes
Uma simples apurao de pauta sobre como funciona o sistema de matrcula, escolha de optati-vas, virou uma jornada intermi-nvel e revoltante. Sabe quando voc vai ao cartrio e jogado de
um lado para o outro? Pois , foi isso que aconteceu conosco.
A via crcis comeou na Secretria Geral de Cursos (SGC). L tivemos uma conversa com a assessora da
direo e veio a surpresa: o SGC no escolhe os critrios de matrcula das optativas e sim o colegiado de cada unidade. Diante do nosso es-panto, ela nos manda procu-rar a direo geral, dizendo que l seria o melhor lugar para conversar sobre o as-sunto.
L fomos ns. Por telefone, se passou uma conversa in-terminvel entre o recepcio-nista e a secretria da dire-o. Fomos obrigados a vol-tar para a assessoria, que nos mandou para a Pr-Reitoria de Ensino e Graduao (PROGRAD). Chegando PROGRAD, quase nada mu-dou. A assessora continuou batendo na mesma tecla da SGC, acrescentando ape-nas que o colegiado escolhe dentro de 14 critrios o mais adequado para o seu curso. Porm, ela no soube dizer nada em relao Facom.
Quando apresentamos os primeiros resultados da apu-
rao professora, o que a gente menos queria aconteceu, ter que voltar ao SGC. Novamente na se-cretaria, descobrimos para nosso total desagrado, que o assisten-te da direo tinha sado de f-
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rias. Com isso, para no voltar de mos abanando, partimos para a segunda opo: consultar a res-ponsvel pela seo de apoio ad-ministrativo. Ela no soube infor-mar o funcionamento do sistema. Indicou um funcionrio do Centro de Processamento de Dados como possvel fonte.
Uma semana se passou e nada de avano na apurao. A nossa nica sada foi falar com a secre-tria do colegiado. E ela nos ti-rou da beira do abismo. Explicou que o score tem peso, o estudan-te pode construir trs opes de grade, que o sistema complexo (ver Box). Conseguimos algum
Todo semestre o colegiado disponibiliza uma lista de disciplinas optativas que sero lecionadas. Em deciso conjunta, professores e coordenao de planejamento fazem uma seleo e as ofertam de acordo com o semestre apropriado e a disponibilidade dos docentes. A Facom no envia critrios de preferncia das matrias, usando apenas mtodos de score e ordem de chegada, dependendo da situao de cada aluno no momento da matrcula.
Segundo Sueli Fontes, secretria do Colegiado da Graduao, o principal critrio para a escolha das optativas na Facom o score. Porm, ter o score alto no o suficiente.
progresso. Mas ainda no saba-mos como funcionava o sistema!
Em busca do ltimo fio de espe-rana, l vamos ns ao CPD en-trevistar o funcionrio indicado pela SGC. Muito ocupado, o ra-paz disse que no poderia nos atender naquele momento, e o engraado que ele estava jus-tamente fazendo aquilo que a gente queria saber. Mas ironias parte, ele sugeriu que envisse-mos um e-mail para a gestora do Sistema Acadmico, e a depen-der da resposta dela, atenderia ao nosso pedido.
Aps dias de espera por algum
contato, fizemos a entrevista por e-mail mesmo. Finalmente, no dia em que a matria deveria es-tar pronta, ele nos mandou uma resposta esclarecedora. Entre outras coisas dizia: Estou aguar-dando uma resposta dos gestores do SIAC a respeito de seus ques-tionamentos. Como a gestora nos disse que caberia diretora da SGC responder questes sobre a matrcula web, enviei para elas as respostas das suas perguntas. Depois desse banho de gua fria, a nica coisa que vinha na cabea era o trecho da msica de Maysa Meu mundo caiu. Nesse caso Minha pauta caiu. Algum me ajude a levantar!
SCORE FUNDAMENTALAo efetuar a matrcula web, o aluno deve montar trs opes de grades. Com isso, a opo que permanecer ser aquela com maior nmero de disciplinas disponveis. Os estudantes que possuem scores altos apenas no conseguem escolher a optativa desejada quando escolhem disciplinas no disponveis ou quando h choque de horrios.
De acordo com Sueli, a faculdade no tem problemas com a matrcula web h trs anos, entretanto, devido escassez na oferta de optativas e a presena de notas erradas no sistema, o estudante pode no conseguir efetivar a matrcula. Quando isso acontece, a matrcula passa a
ser presencial. A Facom, por sua vez, somente faz a seleo de matrias para os calouros, enquanto o SGC fornece a grade de acordo com a colocao no vestibular.
Heriton Bacelar, aluno do 4 semestre de Jornalismo, relata que so poucas optativas fornecidas. Com isso, quem tem o score mais alto acaba pegando a matria. Tudo na faculdade score, comenta. Tamiles Alves, do 5 semestre de Produo Cultural, apesar de nunca ter tido problemas com a matrcula, critica a falta de informao sobre as disciplina. Eu acho injusto os alunos no saberem sobre os cursos, no terem o mnimo de informao, afirma.
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infraCantina da Facom sob nova direoAntiga licitante no renovar contrato. Tia Del completaria 15 anos de servio
Deivson Mendes e Vincius Nunes
13 de agosto de 1998: esse foi o primeiro dia que a senhora Edelzu-ta Soares de Oliveira, ou simples-mente Tia Del iniciou as atividades de lanchonete e, posteriormen-te, de cantina na Facom. Foram trs contratos via licitao pblica e mais dois perodos aditivos de prorrogao pela responsabilida-
de sobre o espa-o at o dia 21 de maro desde ano. O novo pro-prietrio assu-miu oficialmente o servio no lti-mo dia 26. Ape-sar disso, devido a uma reforma, a cantina voltar a funcionar aps o recesso. Tia Del perdeu na concorrncia de licitao pblica e pediu recurso para reaver a sua permanncia na cantina.
As regras so bem claras. Ga-nha a concesso de prestao do servio da can-tina aquele que der o maior lan-
ce, enfatiza a Superintendente de Administrao (SAD-Proad), Maria Jos Souza Rodrigues, respons-vel por registrar os contratos de licitao na UFBA. Segundo a su-perintendente, o processo de en-trada do novo proprietrio legal e no h, at o momento, indcio algum que comprove o contrrio.
Tia Del contesta os procedimen-tos conduzidos na hora da disputa pelo uso da cantina. Concorreram apenas dois candidatos licitao: Tia Del e o atual proprietrio, cujo nome no foi divulgado. O lance inicial editado pela universida-de foi no valor-base de R$ 1.197, diferena de menos de R$ 100 para o aluguel que Tia Del pagava (R$1.115,00). Mas, venceu a dis-puta o oponente que ofereceu o lance de R$ 8.870.
Este valor surpreendeu at o di-retor da Facom, Giovandro Fer-reira: uma faculdade pequena,
Tia Del inicialmente vendia artefatos e utenslios domsticos na portaria das faculdades da UFBA
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Aqui tudo na base da lei, garante a superintendente da SAD/UFBA
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tem pouco movimento. So pouco mais de 600 estudantes aqui. No pensei que algum daria um lan-ce to alto assim. O diretor disse que os trmites para a concesso do espao da cantina ocorreram dentro de toda a regularidade exi-gida pela universidade.
Giovandro afirma que a transi-o precisa ser cuidadosamente acompanhada. preocupante quando uma pessoa aposta em um investimento nessas propor-es. O meu medo que expe-rincias parecidas com esta se re-pitam e, no final, o financiador se arrependa e no prossiga com os servios ou que as coisas no fun-cionem bem, destaca.
DETERMINAES Tia Del afir-ma que j fez os seus clculos e chegou seguinte concluso: impossvel algum ter um lucro sequer igual ao valor que o con-corrente sugeriu para a cantina da
Facom. Alm disso, ela garante que cumpriu todas as determina-es exigidas pelo edital de licita-o e que o atual proprietrio no apresentava as condies suficien-tes para ganhar a disputa. Ele no apresentou nem a planilha contendo uma tabela de produtos e preos dos alimentos para que a UFBA e a prpria Facom pudessem acompanhar, relata.
QUILO A superintendente da SAD, Maria Jos, pontua que outras unidades da UFBA j chegaram a dar um lance (e continuam pa-gando) em valor superior aos R$ 12 mil por ms (de aluguel) pelo uso de espao de cantina. No entanto, o proprietrio tende a querer recuperar o investimen-to e lucrar diretamente no valor cobrado pelos servios prestados aos estudantes.No caso da Facom, so os faconia-nos que podero pagar caro se o
novo proprietrio usar essa estra-tgia compensatria. Numa rpida comparao de preos, possvel observar as diferenas entre o que se paga por um caf expresso na Escola de Administrao (EAUFBA) e na Facom: aqui, R$ 3,00 e l, R$ 1,80. Em compensao, o quilo de almoo na EAUFBA custa R$ 23 para o estudante e, na Facom, o peso da mesma refeio marca R$ 15 na balana.
Segundo o diretor da Facom, at o momento, no havia nenhuma demanda levantada pelos faco-nianos em relao aos preos e qualidade de servios da cantina com a direo de Tia Del. Assduo frequentador do local, Luca Scar-tezini, 5 semestre de Jornalismo, logo adverte: Coisas boas e preo acessvel sero os principais moti-vos para que eu escolha continuar aqui ou ir cantina do Instituto de Letras, por exemplo.
Aqui tudo na base da lei, garante a superintendente da SAD/UFBA
ltimo Contrato de Licitao Pblica
Contratos Aditivos
Atual Contrato de Licitao Pblica
Incio Trmino
20 de abril de 2007 07 de dezembro de 2011
20 de abril de 2007 09 de novembro de 2012
23 de novembro de 2012 21 de maio de 2013
26 de maro de 2013
Mximo previsto: maro de 2018
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Labfoto como modelo de produoDinmica de organizao destaca a instncia dentro da Facom
O Labfoto destaca-se na Facom enquanto modelo de produo, organizao e infraestrutura. A dinmica de produo baseada em atividades ligadas ao ensino e a extenso, com destaque no pro-jeto Olhos da Rua, e cursos ofe-recidos pelo Ncleo de Cursos de Fotografia, coordenado por Jos Mamede, regido pelas normas da Proext (Pr-Reitoria de Extenso), e pelo Conselho Universitrio.
Os cursos so a principal forma de captao de recursos e seus preos podem variar entre R$ 130(Fotografia digital bsica) a R$ 330 (Fotografia digital para cme-ras SLR). At ano passado os por-centuais das matrculas eram dis-tribudos da seguinte forma: 10% para a Fapex (Fundao de Apoio Pesquisa e Extenso), 5% para a Proext, 5% para a Proplad (Pr-Reitoria de Planejamento e
Administrao), 10% para a Unidade de Ensino (Facom), 35% para o instrutor do cur-so e 35% para a Gesto dos Cursos e Labfoto.
Segundo Mamede, por causa de mudanas no regimento da univer-sidade, a gesto finan-ceira passar a ficar por conta da Facom e no mais da Fapex. A par-tir deste ano, a Fapex no pode mais receber o pagamento das ma-trculas dos cursos de extenso, como vinha fazendo desde as pri-meiras turmas ofereci-das pelo Labfoto. Agora o pagamento efetua-do por meio de GRU (Guia de Recolhimento
da Unio). Isso significa que os re-cursos captados vo diretamente para a UFBA, que o repassa para a unidade de ensino, no caso a Facom,esclarece.
Atualmente h 26 colaboradores no laboratrio, sendo eles 2 coor-denadores, 2 funcionrios, 20 mo-nitores voluntrios e 2 estagirios que em conjunto trabalham na produo de workshops, palestras
Alana Caiusca e Lorena Correia
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O projeto Olhos da Rua estimula a fotografia como projeo
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e na agncia que realiza cobertura de pautas acadmicas do Jornal da Facom e Lupa, eventos em outros campus e fora da UFBA.
Entre os principais equipamentos, existem 35 mquinas fotogrficas digitais, 10 analgicas, 20 com-putadores e 30 lentes. A quanti-dade de equipamentos est su-prindo a demanda, porm, mais frente, preciso renovar porque o uso intenso, explica Rodrigo Rossoni, coordenador acadmico do Labfoto. Os equipamentos e outros servios podem ser solici-tados por professores e estudan-tes com antecedncia de 48 horas.
A reforma de extenso da Facom ir deslocar o Labfoto, e o local ainda desconhecido. O labora-trio constitudo por escritrio, sala de reunies, estdio fotogrfi-co e uma sala onde ministrada a disciplina Oficina de Comunicao
e ensaios fotogrficos que avaliam a proficincia fotogrfica do moni-tor, permitindo seu avano ao n-vel posterior.
A monitoria voluntria no prev nenhum tipo de remunerao, mas as horas dedicadas podem ser con-vertidas dentro das 300 horas de ACC (Atividades Complementares Curriculares). Em resumo, os monitores do Labfoto recebem um documento que atesta as ho-ras dedicadas ao laboratrio. Por exemplo, um semestre na condi-o de monitor corresponde a 128 horas de atividades de extenso. Este clculo considera a base de 8 horas semanais, durante 4 meses, que a durao mdia do semes-tre na UFBA, explica Mamede.
No primeiro nvel, o monitor em treinamento auxilia os monitores em servio, cumprem uma carga horria de 8 horas semanais e so
Audiovisual, para estudantes do segundo semestre de Jornalismo e Produo Cultural.
FORMAO DE MONITORES Institudo em 2005 por Mamede, o Programa de Formao de Monitores, com durao de dois anos, tem como objetivo sistema-tizar a formao fotogrfica dos estudantes. O processo seletivo, aberto a toda comunidade da UFBA, ocorre na primeira ou se-gunda semana de aula em cada se-mestre. A primeira fase da seleo caracterizada pela avaliao das fichas de inscries e portflio, na segunda fase os pr-selecionados passam por entrevistas. Os mo-nitores voluntrios submetem-se a um roteiro de formao, com quatro nveis, um por semestre. De monitor em treinamento a mo-nitor titular, so realizadas ativi-dades como coberturas de pautas internas e externas UFBA, cursos
Jos Mamede, mentor do Labfoto, em entrevista para a equipe de telejornalismo da Facom
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contemplados com cursos espec-ficos como tratamento de imagem em Lightroom, flash fotografia de espetculo (teatro e dana), foto-grafia de processos criativos e fo-tojornalismo, que alm de auxiliar o processo de aprendizado, ser-vem como pr-requisito ao prxi-mo nvel, juntamente com um en-saio documental.
O monitor assistente realiza ati-vidades semelhantes ao nvel an-terior, sem a obrigatoriedade de carga horria. O trabalho, agora realizado em estdio, ter como mtodo avaliativo o ensaio foto-grfico com still (objetos) auxilia-do por um instrutor experiente.
A monitora assistente Ana Paula, do 4 semestre de Produo Cultural, conta como ocorre esse trabalho: Fazemos um estudo em estdio, fotografando objetos e produtos. Pegamos uma foto qual-quer, um modelo, e a partir dessa
foto tentamos reproduzir outra igual. Segundo ela, a orientao dada pelo coordenador e por mo-nitores muito importante: Em reunio, quando a foto mostra-da, o coordenador e os outros mo-nitores dizem suas opinies, o que poderia ter sido melhor.
O monitor adjunto trabalha ge-ralmente com modelos. Por isso, o labfoto disponibiliza o curso de fotografia de moda, alm de for-necer orientaes de iluminao em estdio. Nesse nvel as pautas incumbidas a este monitor exigem um maior grau de experincia.
Cumpridas as pautas, coberturas, e realizados os cursos, o monitor titular auxilia os demais, e res-ponsvel pelas pautas com maior grau de dificuldade, tornando--se ento aspirante a estagi-rio. Em entrevista, a estagiria Agnes Cajaiba, 7 semestre de Jornalismo, descreve as atividades
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que realiza: Hoje o trabalho est mais focado na parte de teatro, em que divido as pautas entre os monitores, gerencio o andamento dessa cobertura, trato as fotos e envio para os teatros e produzo os anurios de cada teatro..
PROJETO E PARCERIA O Labfoto tem parceria com os teatros Martin Gonalves, Vila Velha, Gamboa Nova, SESC, SESI e esse ano a novidade o TCA. Os mo-nitores tm acesso aos espetcu-los para produzir os anurios. O projeto Olhos da Rua exibe todo ms trabalhos fotogrficos, ama-dores e profissionais. A primeira exibio de 2013 ocorreu dia 26 de maro no Bar do Gino prximo ao Elevador Lacerda. Carlos Lopes, gestor de projetos do Labfoto, co-menta sobre o evento: Estimula a fotografia como espao de pro-jeo aberta aos palestrantes, ao pblico convidado e aos fotgra-fos participantes do projeto.
O Labfoto possui 35 mquinas fotogrficas digitais, 10 analgicas, 20 computadores e 30 lentes
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perfil Mltipla e nicaMalu Fontes recusa a tutela de ideologia, partido poltico ou religio em nome de sua liberdade de escolha e opinio
Ygor Bahia
instigante ouvir que uma vida com alguns feitos notveis tenha sido conseqncia de uma suces-so de decises impulsivas. Mas assim foi o trajeto de Maria Lu-cineide Andrade Fontes, filha de uma costureira e um agricultor, a quarta de 15 irmos, natural de
Paripiranga, municpio do serto do serto do serto da Bahia; at se tornar Malu Fontes, professora universitria, doutora em Comuni-cao e Cultura Contempornea, semi-enciclopdia humana, in-telectual self-made e voz disso-nante do jornalismo baiano. No,
essa no mais uma histria de superao heroica. Malu no cabe em clichs fceis.
Sua intelectualidade, que parece cuidadosamente cultivada, no tem origem numa infncia de cu-los grossos, leitura assdua e notas exemplares. No por demrito, mas por falta de ambiente prop-cio. Eu venho de um mundo so-cioeconmico onde esses valores no existiam. Minha famlia era muito pobre, de 15 irmos, de um mundo agrrio, onde estudar, ler, sonhar com a profisso, com o que eu seria quando crescesse no era um valor na vida.
Uma relao mais consistente com a leitura e o consumo de informa-o comeou tardiamente. Onde eu nasci, no havia jornal nem re-vista, eu no podia ser leitora des-ses veculos. Eu morei at os 15 anos no interior do interior do in-terior da Bahia. At os meus 12, 13 anos eu no tinha rdio, no tinha TV, no tive uma infncia nem de quadrinhos. A nica coisa que eu lia, alm dos livros de escola, eram cartilhas velhas e livros em preto e branco.
O tempo perdido foi corrigido por um dos traos mais marcantes de sua personalidade: a curiosidade voraz. Acho que eu tenho uma
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espcie de radar com as coisas que me seduzem. E muita coisa me seduz do ponto de vista te-mtico. Seu vasto repertrio cul-tural pode ser percebido em sua surpreendente habilidade de for-mular frases de efeito em fraes de segundo. Malu nunca falha em responder a um estmulo com uma elaborao cheia de referncias. Usando de fatos e personagens da cultura compartilhada, tabus e ar-qutipos, ela as dispara a todo o momento. Seu arsenal parece no ter fim.
Curiosamente, Malu deu seus pri-meiros passos como leitora atra-vs da Igreja, instituio com a qual tem uma relao conflituosa. Quem me criou foi minha av, que era completamente beata, e ela tinha o sonho de me tornar freira. E eu no poderia ser freira se no gostasse de ler. Ento eu ti-nha que aprender a ler a Bblia, o catecismo, ler aquele jornalzinho de domingo da Igreja, ir para mis-sa. Isso por volta dos seis anos. provvel que as nove tatuagens que hoje Malu carrega pelo corpo recebam represso categrica de dona Julia Vieira, ainda viva.
Ainda criana, Malu deixou sua ci-dade natal, e com ela, um destino sem muitas possibilidades. Depois de morar em Aracaju e at mesmo no meio da Floresta Amaznica, se estabeleceu em Salvador, onde prestou vestibular para medicina e jornalismo. Foi aprovada em am-bos e frequentou os dois cursos por algum tempo. At que uma colega de medicina sugeriu que ela passasse a visitar o Hospital Nina Rodrigues. No Nina, fui me
interessando muito mais pelas ro-tinas humanas que aconteciam ali. Famlias que procuravam pessoas desaparecidas e o drama de no ach-las, ou pior ainda, ach-las mortas ou violentadas sexualmen-te. Eu me interesso pela histria humana. Queria saber quem era aquela mulher que foi encontrada morta na rua, quantos anos ela ti-nha, quem estava procurando, se era doente mental.
A medicina, no final das contas, ajudou a reforar a certeza de que sua vocao era mesmo o jorna-lismo. Malu optou ento largar o curso de medicina, para a comple-ta decepo da famlia. Eu costu-mo brincar que gosto mais de fato do que de gente. Gosto de gente
que rende histria. No gosto de gente que bege na vida. Esse povo muito calado, muito sisudo, muito sem expresso. Acho que isso uma espcie de superiorida-de travestida de humildade. Malu carrega sempre na bolsa exempla-res de revistas to diversas quanto Veja, Carta Capital, Joyce Pasco-witch, piau, Caros Amigos e Vo-gue, alm de um iPad pronto para exibir as manchetes dos principais jornais.
Tamanha diversidade reflete tam-bm sua falta de apego ideolgi-co. Malu no sente necessidade de se alinhar esquerdinha ou direitona. Seu compromisso maior com sua prpria liberda-de e com um olhar crtico mesmo
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sobre aquilo que o senso comum aplaude. Eu tenho grande dificul-dade de ter mentores. Eu me criei, eu me forjei intelectualmente, eu constru o meu pensamento sozi-nha, seja ele qual for. Ento nes-se momento eu quero reivindicar meu direito absoluto de no ter donos dos meus pensamentos. Minha cartilha pode ser a mais er-rada do mundo, pode no ter nem numerao de pginas, mas a minha.
A liberdade que a vida acadmi-ca permite o que mais a agrada nesta carreira. Depois de passar pela assessoria do Hospital Sarah, ser reprter no extinto Jornal da Bahia, no A Tarde e coordenar o curso de Relaes Pblicas da FTC,
Malu acredita ter encontrado o equilbrio profissional como pro-fessora universitria. Em nenhum lugar do mundo voc tem tanta li-berdade de expresso quanto den-tro da universidade. Nisso, eu amo e respeito a universidade. Para quem gosta de conhecimento, informao e curioso, isso no tem preo. Nesse sentido, a uni-versidade o meu lugar. O cargo no lhe permite constituir outros vnculos empregatcios, mas existe a possibilidade de colaboraes como a coluna que escreve para o Correio e os dois comentrios se-manais que faz para Band FM.
Ainda assim, sua experincia den-tro do ambiente universitrio no completamente harmoniosa. As opinies sobre academia esto di-vididas em duas vertentes: alguns a consideram fechada demais e desconexa da realidade, enquanto outros que esto dentro da acade-mia classificam os acadmicos que se interessam muito pelo munda-
no como pessoas dispersas, des-lumbradas. E eu me encaixaria nesse segundo juzo de valor. como se eu fosse uma acadmica pouco sria porque perco muito tempo com assuntos que no so devidamente acadmicos. Isso me gera um nus grande. Eu sinto cer-to julgamento em relao a essa minha curiosidade muito aberta.
A insatisfao no parte s dos co-legas de profisso. Seus mtodos didticos tambm so postos em dvida por alguns alunos. O des-prezo pela teoria seca a estimula a ilustrar suas aulas com anedotas e causos, sempre com o seu senso de humor cido. H quem defen-da que suas aulas mais se asse-melham a shows de stand-up co-medy. Mas no difcil perceber que a prpria Malu no tem a pre-tenso de ser objeto de aprova-o unssona. Assim como Nelson Rodrigues, Malu tem a inabalvel convico de que toda unanimida-de burra.
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Jefferson Beltro em estdio encerrando o programa das sete na Globo FM
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O Facom News acompanhou, du-rante um dia, a rotina de profis-sionais de jornalismo que so destaques no cenrio baiano. O que um assessor de imprensa faz? Como a rotina de um radialista e apresentador de telejornal? Como funciona uma editoria de jornal impresso e edio de vdeo? Suely Temporal, Jefferson Beltro, Cassandra Bartel e Bruno Brito responderam essas perguntas e mostram que a vida de jornalista no fcil, mas pode ser recom-pensador.
SUELY TEMPORAL Minha rotina sem rotina. Graas a Deus! Alis, foi tudo o que pedi quando escolhi minha profisso. Acompanhar a rotina de Suely Temporal, jornalis-ta e scia-diretora da Agncia de Textos, empresa que presta ser-
vio de assessoria de imprensa, um desafio frentico e divertido: Odiaria fazer a mesma coisa to-dos os dias, isso no pra mim.
Nos dias em que vai para a Agn-cia de Textos, Suely chega normal-mente s 8h. L encontramos o seu QG, um local fixo de trabalho, com uma mesa, um telefone e um computador. A assessora se atu-aliza sobre os seus clientes atravs das clipagens e dos jornais, par-ticipa de reunies, l e responde emails, atende e faz ligaes. A depender do dia nem vou ao es-critrio, saio de casa direto para o cliente. Mas normalmente do escritrio que partem todas as de-mandas, explica.
Durante o dia ela recebeu jornalis-tas, acompanhou pautas e forne-
ceu informaes sobre a empresa: A assessoria uma ponte entre a empresa e a imprensa. Filtramos, direcionamos e unificamos as in-formaes para atender as de-mandas dos jornalistas.
Quando Suely no est acompan-hando uma visita da imprensa, ela pode estar aplicando o media training, capacitao de porta-vozes de empresas para o relacio-namento com a imprensa. A partir de um planejamento estratgico juntamente com sua equipe ela tambm produz notas e releases. Suely tambm organiza coletivas de imprensa para empresas como Salvador Shopping e Braskem.
Inserida em uma rotina incomum Suely compara seu dia-a-dia com sua experincia no jornal: A gente ia para a redao, pegava a pauta e partia para a rua em busca da matria. S que em vez do jornal, vou para a Agncia de Textos e a notcia o cliente.
JEFFERSON BELTRO H mais de 20 anos apresentando o Programa das Sete, da emissora de rdio Globo FM, Jefferson Beltro bate ponto na Rede Bahia antes das 6h da manh.
Antes de o programa entrar no ar, o apresentador gasta uma hora selecionando as notcias do dia que foram publicadas em jornais
Dirio de ProfissoConhea a rotina de jornalistas que atuam nas mais diversas reas
Marlia Campos e Natlia Arjones
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Dirio de ProfissoConhea a rotina de jornalistas que atuam nas mais diversas reas
Marlia Campos e Natlia Arjones
impressos, online e telejornais. Transforma o texto dessas notcias em linguagem coloquial de rdio: Rdio repetio. Nosso obje-tivo nos fazer entendidos, com clareza e objetividade. Entre uma msica e outra, o jornalista l no-tas que vo desde poltica at in-formaes sobre o trnsito e pre-vises do tempo.
Como apresentador e editor-chefe do telejornal BA TV, exibido de se-gunda a sbado, Jefferson passa a maior parte do seu dia dentro da Rede Bahia. Sua rotina de tele-jornal comea por volta das 13h, quando feita a primeira reunio de pauta do jornal. Durante a tarde ele comanda as equipes de editores, reprteres e cinegraf-istas, faz o espelho do que ser apresentado no BA TV, grava offs e por fim realiza o fechamento do jornal. Seu dia de trabalho s ter-mina quando apresenta a ltima matria, por volta das 19h30.
Sua experincia nos diversos veculos permite que faa uma comparao entre rdio, jornal impresso e sua experincia no BA TV: Enquanto no jornal impresso se tem a notcia do dia, no rdio se tem a notcia do momento. J o BA TV apresentado em uma bre-cha da programao da TV Globo, ento no h espao para fazer comentrios, enquanto o rdio ldico. Outra diferena apontada
pelo jornalista entre o rdio e a TV a forma de comunicao com a audincia. Na televiso a sua ex-presso e a sua roupa comunicam, j no rdio voc s tem a sua voz. CASSANDRA BARTEL Editora dos cadernos Empregos, Concur-sos & Negcios e Imobilirio do jornal A Tarde, Cassandra Bartel tem uma rotina de trabalho dife-rente de outros editores. Os cad-ernos editados por ela, apesar de estarem em um veculo de circula-o diria, so publicados apenas nos sbados e domingos. Isto d equipe de reprteres um prazo de apurao das notcias de uma semana.
Cassandra, que chega redao por volta das 15h, recebe por dia
mais de trs mil e-mails de asses-sorias de comunicao. Estas in-formaes so selecionadas a fim de se transformarem em notcias. Nas reunies de pauta, realizadas na segunda-feira, a editora discute com os reprteres a apurao e o andamento das matrias, alm de pedir novas sugestes de pauta.
Encerradas as reunies, Cassandra conversa com os diagramadores das pginas e envia as principais matrias da prxima edio para a secretria de redao. O fecha-mento feito no decorrer da se-mana, mas na quinta-feira, dia em que o jornal vai para impresso, Cassandra edita todas as notcias j nas pginas diagramadas. O dia da jornalista na redao termina quase s 22h.
Suely (de verde) divide sua rotina entre o trabalho como scio-diretora, jornalista e assessora de imprensa
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Facom News 2012.2 - Edio II
entrevista
O SNC tem o intuito de assegu-rar a transparncia e o controle social do setor cultural, a partir da implementao de conselhos, fundos de cultura e outras formas de participao nas polticas p-blicas de produtores culturais e da comunidade em geral. Em que essa aproximao do Governo Fe-deral, dos estados e municpios com a sociedade civil contribui-para o desenvolvimento cultural do nosso estado?Primeiro voc tem o Sistema Esta-dual de Cultura e a partir dele vai normatizando, o que necessrio para que todo o estado e munic-pio faam parte do Sistema Nacio-nal de Cultura. Os municpios so obrigados a ter toda aderncia, por exemplo, a um fundo de cultura, que fundamental. Os conselhos tm que ser representativos de seg-mentos, representativos geografi-camente. Ento voc vai criando o sistema, estudando, normatizan-do. Ns temos o Sistema de Sade que funciona de forma integrada. Temos que ter um Sistema de Cul-tura para que haja transparncia, funcione e organize a classe.
O Vale-Cultura um benefcio que garante ao trabalhador R$50 por ms para ser gasto em cul-tura. Recentemente, a ministra Marta Suplicy confirmou que esse benefcio poder ser usado para pagar contas da TV a cabo. Para voc, isso desvaloriza a iniciativa
do benefcio? complicado fazer um controle muito rgido porque existe uma liberdade que deve ser respei-tada. O objetivo principal desse benefcio que ele atenda s ne-cessidades artsticas e, embora a TV tambm oferea cultura, ela comunicao. Ento, pagando-a com esse recurso, voc tambm est pagando outros programas que so complicados em termos de contedo, o que no ideal. Como o beneficiado tem a liber-dade de escolher o que consumir, o governo no deve impor uma programao, mas informar e esti-mular o consumo cultural, no to associado ao entretenimento.
Quais as consequncias que esse tipo de funcionalidade do Vale--Cultura pode acarretar aos ou-tros meios de cultura?O que falta uma poltica tanto para o Vale-Cultura, quanto para o estimulo cultura nacional. To-mando como exemplo o cinema, eu no vejo as produes nacio-nais terem respaldo. Dificilmente um filme brasileiro consegue ficar em cartaz por muito tempo por-que no h uma poltica de incen-tivo vigente. muito melhor que o trabalhador gaste o Vale indo as-sistir a uma produo brasileira do que americana. No h problema em valorizar a cultura internacio-nal, desde que ele tambm v a um teatro, a um show, que no se
Gisele Nussbaumer, ex-diretora da FUNCEB e professo-ra de Gesto Cultural da Facom, defende a prioridade de uma consolidao cultural interna da UFBA. A pro-fessora acredita que a universidade pode se tornar re-ferncia nacional nesse quesito e discute a efetivao de projetos como o Sistema Nacional de Cultura (SNC), o Vale-Cultura, aprovados com a recente nomeao da nova ministra Marta Suplicy. Gisele aprova o SNC, de-fende uma reformulao nas Leis de Incentivo e sugere uma maior ao colaborativa entre os cursos da UFBA
ligados s reas culturais.
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A UFBA deve resgatar o seu papel culturalAilma Teixeira e Caque Bouzas
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Gisele Nussbaumer, ex-diretora da FUNCEB e professo-ra de Gesto Cultural da Facom, defende a prioridade de uma consolidao cultural interna da UFBA. A pro-fessora acredita que a universidade pode se tornar re-ferncia nacional nesse quesito e discute a efetivao de projetos como o Sistema Nacional de Cultura (SNC), o Vale-Cultura, aprovados com a recente nomeao da nova ministra Marta Suplicy. Gisele aprova o SNC, de-fende uma reformulao nas Leis de Incentivo e sugere uma maior ao colaborativa entre os cursos da UFBA
ligados s reas culturais.
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A UFBA deve resgatar o seu papel culturalGisele Nussbaumer
limite TV e ao cinema. Mas o que se v o entretenimento, o ax, porque o que tem visibilidade. Eu sinto muita falta de campanhas de valorizao cultural.
Frequentemente so aprovados projetos pelo Minc para captar recursos atravs da Lei Rouanet. Cludia Leitte, no ms passado, conseguiu quase R$6 milhes para fazer uma turn no pas e em 2011 houve a polmica com o projeto O mundo precisa de poesia, que captou R$1,35 mi-lho para postar poemas lidos por Maria Bethnia. O que voc pensa dessa concentrao para captao de recursos em um s artista, j consagrado e que pos-sui condies para bancar seus projetos?Discordo, pois as leis de incentivo precisam ser revistas urgentemen-te. Cludia Leitte pode captar via Lei de Incentivo, mas no se pode colocar na mesma condio um show dela com um show de Baia-na System, porque a concorrncia desleal. O estado no deve pri-vilegiar artistas que do retorno iniciativa privada. O certo se-ria: com artistas independentes, o estado entra com os 80%, e os outros 20% ficam com a iniciativa privada. Mas se o artista j reno-mado, o estado d 20% e a inicia-tiva privada 80%. Tem que ter um percentual diferenciado para que a concorrncia fique mais justa.
Em entrevista para a Agncia de Notcias da UFBA, voc afirmou que as escolas de msica, dana e teatro da universidade se desta-cam no Brasil, mas que necess-rio um maior entrosamento entre essas reas. O que voc sugere para a execuo de projetos de Produo Cultural em comunho com algum desses outros? A UFBA tem cursos de todas as linguagens artsticas, audiovisuais, de Produo e Gesto Cultural, mas cada um funciona de forma independente. possvel ter uma poltica cultural e com um inter-cmbio, mas no h dilogos e so poucos os projetos colaborativos. Temos museus, teatros, cinemas, diversos espaos culturais na UFBA que poderiam ter uma gesto compartilhada. Abrir espaos para estagirios de Produo Cultural, usar estudantes de comunicao para um trabalho de divulgao... No seria bacana cada espao cultural ter uma equipe multidis-ciplinar? Vivemos um momento em que a UFBA deve resgatar o seu papel cultural internamente. Ela no pode ficar s opinando na poltica do estado e do municpio, sendo que no tem a poltica cul-tural que deveria ter. J pensou se houvesse um coordenador ou um conselho cultural? A UFBA deveria ter um setor responsvel por essa rea, j que tem pessoal capacita-do, espao e tudo para se tornar uma referncia nacional.
Ailma Teixeira e Caque Bouzas
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especial FC Facom News 2012.2 - Edio i
Santos Carolina Castro Flamengo Renata Farias Grmio Camila Guiliani
Vitria Carlos Eduardo Bahia Luis Fernando Ypiranga Daniel de Farias
Corinthians Leo Moreira So Paulo Dudu Assuno
fotos: Ananda Brasileiro e Taylla de Paula
O amor por um time de futebol algo inexplicvel. Tem gente que torce, briga, xinga e at mesmo chora pelo seu clube do corao. Na faculdade, encontramos apaixonados com os seus mantos sagrados. Esse amor no interferido por distncia, frustrao e nem mesmo diviso. De Grmio a Ypiranga, essas figurinhas carimbadas esto aqui
Caque Bouzas