Facomnews 2013.2 Edição I

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#FacomEmObras #CemDiasSuzana #OficinaDeModa

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#FacomEmObras#CemDiasSuzana #O�cinaDeModa

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#editorial ExpedienteFaculdade de Comunicação da Universidade Federal da BahiaProduto da Oficina de Comunicação Escrita do 1o Semestre de Jornalismo 2013.2

Reitora da UFBA: Prof. Dora Leal Rosa

Diretora da Facom: Prof. Suzana Barbosa

Professora responsável: Lia Seixas

Editores-chefe: Thiago Freire e Juliana Rodrigues

Editores: Sophia Morais (Acadêmico), Luana Lima (FacomFaz), Raí Guerra (Facom-en-scéne), Mariana Farias (Infra)

Chefes de reportagem: Heitor Oliveira, Renato Cerqueira, José Cairo, Woston Mendes

Repórteres: Bianca Bomfim, Cristina Fernandes, Ellen Chaves, Gabriela Fragoso, Genildes Azevedo, Heitor Oliveira, Ilma Gomes, Janmoliva Belmonte, José Cairo, Juliana Rodrigues, Laís Andrade, Lara Valente, Letícia Oliveira, Luana Lima, Luana Silva, Marcos Maia, Mariana Farias, Milena Teixeira, Paloma Oliveira, Raí Guerra, Rebeca Bhonn, Renato Cerqueira, Sophia Morais, Thiago Freire, Victoria Goulart, Welldon Jorbert, Woston Mendes

Coordenadora de Fotografia: Laís Andrade

Repórteres fotográficos: Paloma Oliveira, Sophia Morais, Woston Mendes

Coordenadores de Diagramação: Bianca Bomfim e Woston Mendes

Coordenadores de Blog: Luana Carmo e Rebeca Bhonn

Coodenadores de Mídias Sociais: Genildes Azevedo e Gabriela Fragoso

Agradecimentos: Michele Vivas, Petcom, Labfoto, Ygor Souza, Alexandre Galvão e Filipe Moraes

Aqui está o Facom News de novo. Aqui estamos nós pela pri-meira vez. Depois de aulas, leituras, análises de textos e rela-tiva facilidade nas tarefas cumpridas, eis que a coisa começa a ficar séria. A rotina jornalística nos pegou, e não conseguimos escapar. Nem tentamos, é verdade. Afinal, não queríamos.

Não sabíamos bem por onde começar. Onde estavam as notí-cias? O que, afinal, seria notícia? Fomos tentando descobrir, sugerimos pautas mil. Algumas foram derrubadas por serem frias – “geladas”, nas palavras da professora – ou por serem inadequadas para o boletim. Outras boas ideias foram aceitas e seguiram seu caminho rumo à lapidação. Aí começou a cor-reria. E, na maioria das vezes, o conselho que ouvimos era “se vire”. Nos viramos. Fotografamos, entrevistamos, escrevemos, corrigimos... Em alguns momentos, nos desesperamos. Mas a angústia chegou ao fim, e trazemos boas notícias.

Nesta edição, mais uma vez o tema da reforma surge, agora com novos desdobramentos: o problema do barulho, a ques-tão da acessibilidade e os impactos da Ala Nova, a ser inaugu-rada em janeiro. Investigamos os motivos por trás da pouca participação dos calouros no trote, entrevistamos a diretora Suzana Barbosa a respeito dos seus quase cem dias de gestão. Mas não é só isso: também fomos a fundo para descobrir da-dos e fatos sobre a homossexualidade na Facom. Trouxemos um perfil de Ednilson Sacramento, estudante que vence várias barreiras em seu cotidiano.

Aprendemos que boas notícias nem sempre são positivas. São aquelas que interessam à comunidade, que parecem relevan-tes. Aprendemos que o trabalho jornalístico pode ser cansa-tivo, mas também é apaixonante. E, em meio aos ruídos da reforma e aos pequenos contratempos, está pronto o primeiro Facom News do semestre 2013.2.#

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ADRENALINA NO ARRadiojornal ao vivo, produzido pelos estudantes toda semana, completa 20 edições

Thiago Freire

Toda sexta, 11h, na Rádio Facom, vai ao ar o Jornal da Facom, pro-duto da disciplina optativa Temas Especiais em Radiojornalismo, do professor Maurício Tavares. Três horas antes, a turma se reúne no LabRádio para fechar a edição do jornal, com notícias da UFBA e da Facom, além de quadros espe-ciais. O FacomNews acompanhou a produção da 20ª edição do jor-nal, que foi ao ar no último dia 06.

DIA-A-DIA A partir das 8h, os es-tudantes chegavam para terminar as reportagens. Mudanças são feitas até o último segundo. Um dos estudantes não foi e nem enviou sua gravação. Após uma rápida adaptação do editor, Vic-tor Pinto, o quadro foi apresen-tado ao vivo. Com tudo pronto, às 10h55, os estudantes subiram para a Rádio Facom aos gritos de “Corre, corre!” de Maurício Ta-vares. Ainda falharam, ao vivo, um microfone e o computador do operador, que controla a sa-ída de áudio, alternando micro-fones e executando as inserções sonoras. Função esta que tam-bém fica com Victor, estudante do 7º semestre de Jornalismo e monitor da disciplina. “Eu pre-firo fazer ao vivo, por causa da adrenalina”, afirma, já acostuma-do com a tensão.

Todos os estudantes da discipli-

na são repórteres, apuram notí-cias e contribuem para a pauta do radiojornal. A linha editorial tem notícias da UFBA e da Fa-com, como a reabertura do RU e o Prêmio Telefônica Vivo, que alguns estudantes ganharam. Eles também gravam seus qua-dros e escrevem, em conjunto com o editor, o espelho – tex-to que serve de roteiro para a apresentação. Na sexta-feira, o jornal é apresentado por dois e s t u d a n -tes, esco-lhidos no dia.

DESAFIOS O Jornal da Facom sur-giu da ne-cessidade, identificada pelo pro-fessor Mau-rício, de um radiojornal frequente. No semes-tre passado, ele decidiu utilizar a disciplina para criar um radiojornal como produto. O jornal já passou por algumas reformulações. Atu-almente, não há notícias de Salva-dor, além de sua duração ter sido reduzida a 30min. A intenção do

professor não é somente aumen-tar a prática dos estudantes, mas também promover inovações.

Um exemplo de inovação é o qua-dro Pisando Onde Não Deve, em que a estudante do 6º semes-tre de Jornalismo, Suely Alves, faz entrevistas humorísticas com pessoas da Facom. “Foi Maurício que descobriu meu talento para humor”, revela Suely. O Jornal da Facom também promete oferecer

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um final feliz para a carreira dos estudantes da disciplina. Todos os estudantes entrevistados acredi-tam que a disciplina é raridade na Facom: “Disciplina prática é o que falta aqui”, diz Tiago.

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Estudantes apresentam o Jornal da Facom

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falando de modaProdutora Jr. realiza Oficina de Moda com palestras de Phaedra Brasil

Luana Lima e Renato Cerqueira

OFICINA Estudantes, profissionais e admiradores de moda tiveram a oportunidade, nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, de participar da Ofi-cina de Moda, na Facom. Diante de uma pesquisa de demanda, a Pro-dutora Junior identificou a escassez de eventos voltados para essa mo-dalidade de público na faculdade. Com isso, foi organizada a Oficina de Moda, no intuito de promover capacitação aos estudantes envol-vidos na produção do evento. As palestras foram ministradas pela convidada Phaedra Brasil, profes-sora e pesquisadora de moda, refe-rência na Bahia.

Antes da oficina, Phaedra adian-tou: “Eu quero deixar todo mundo com a cabeça cheia de perguntas. Nada do que eu falar aqui é a mais pura verdade, estou sempre em construção”. Os 10 participan-tes do primeiro dia assistiram a palestra “O que foi, como está e para onde caminha a moda”. Para a professora, a visão que as pessoas têm sobre moda ain-da é muito limitada ao que está nas passarelas e nas novelas. A proposta, então, foi pensar a moda como expressão da identidade de cada indivíduo, que vai muito além da roupa que ele veste.

Para o segundo dia, as expecta-tivas eram positivas. A palestra teve como tema “Marcas, pro-dutos, identidade são ou estão na moda?”. Conceitos da área de moda foram discutidos e o mo-mento foi de troca de experiências. Laraína Souza, estudante de moda da UNIFACS, conta que foi muito in-teressante a iniciativa e que o tra-balho, na opinião dela, foi “super competente”. Destacou, ainda, que a produção dos alunos da Facom a surpreendeu. Ela, que conhecia o trabalho de Phaedra, ansiava pe-los próximos momentos da oficina e elogiou a participação da convi-dada. “Ela é realmente tudo o que dizem”, admirou-se.

O terceiro dia contou com uma atividade na qual os participan-tes pesquisaram em revistas uma marca. A partir disso, verificaram os códigos, a identidade e a he-rança da mesma; por último, se-lecionaram imagens relacionadas à marca e pensaram produtos para a mesma. Essa parte prática foi a mais aguardada pelo públi-co. Nela, os participantes pude-ram usar o que foi discutido ao longo da oficina e aplicar em uma marca. Renata Lopes, estudante de Jornalismo na Faculdade Social da Bahia, disse que sempre teve interesse em moda. Ao longo das palestras, aprendeu “vários con-

No terceiro dia, participantes colocam em prática o que aprenderam

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“As pessoas ainda têm uma visão muito limitada de moda, acham que está muito ligada ao que é tendência, ao que está nas pas-sarelas ou ao que a protagonista da novela está usando”

Quando se fala em moda na Bahia, um dos nomes mais for-tes é o de Phaedra Brasil. Pro-fessora e pesquisadora da área, Phaedra é um mix de informa-ções e pontos de vista. Ex-estu-dante da UFBA, ela acredita que não existe mais o padrão de que o professor está em sala de aula simplesmente para passar o que ele sabe: "Existe a troca de in-formações. A academia é o lugar onde se encontra mais informa-ções e informações mais novas. Dentro da faculdade, que é um lugar onde precisamos sempre está trocando informações, a sala de aula é o lugar perfeito". Para ela, a iniciativa dos alunos em realizar a oficina é válida porque aproxima o estudante do mercado de trabalho.

Phaedra é direta quando se tra-ta de referên-cias em moda: “Não tenho referências re-lacionadas à área. Grandes mulheres que conseguem ter um estilo muito próprio, que vai muito além das roupas que elas

ceitos” e que a prática, no terceiro dia, foi “uma experiência diferen-te, muito bacana”.

PRODUÇÃO A Oficina de Produ-ção Cultural acontece há cerca de 4 anos. O evento busca suprir as necessidades do público da Facom e de outras instituições de ensino acerca de determinada temática, bem como promover capacitação dos alunos envolvidos.

Para Larissa Novais, estudante do 4º semestre de Produção Cultural e gerenciadora do Núcleo de Pro-dução Cultural, departamento res-ponsável pela execução do projeto, é importante estar na produção de eventos como esse. “A faculdade só oferece uma oficina a cada se-mestre e os estudantes acabam sem saber como realmente acon-tece uma produção de eventos”, declarou. Para ela, como estudan-te, é muito importante estar na Produtora, pois as necessidades profissionais que a faculdade não supre, ela encontra com o trabalho junto à empresa.

Com as expectativas alcançadas, a previsão é que o projeto seja realiza-do anualmente, de acordo com as de-mandas sinalizadas pelo público.

phaedra brasilvestem. Acho que isso está muito atrelado, não é só a embalagem. A embalagem tem que ser algo a mais na personalidade. Então, sou muito fã de Frida Kahlo. Ela é, esteticamente, uma mulher perfeita, pois nunca teve medo de ser chamada de ridícula, es-quisita. Ela é uma referência de que o corpo é seu e você não precisa seguir tendências para ser aceita”.

Como profissional de referên-cia em Salvador, Phaedra relata as dificuldades que encontra ao trabalhar com moda "Não só em Salvador, mas no Brasil, em geral, é matar um leão por dia. As pes-soas ainda têm uma visão muito limitada de moda, acham que está muito ligada ao que é tendência, ao que está nas passarelas ou ao que a protagonista da novela está usando", dispara.

O amor pela moda surgiu quan-do ela viu a embalagem do sa-bonete Alma de Flores. “Eu não sabia o nome, mas eu já dizia, eu quero fazer aquilo”, contou. Primeiro, fez Engenharia para agradar o pai e a mãe, depois cursou Belas Artes, onde apren-deu tudo sobre textura, cor e forma, sempre direcionando à moda. Como hobbie, ela consi-dera importante observar as pe-soas em qualquer local, seja no shopping, no ônibus, nos shows mais diversos, pois se tratam de consumidores com hábitos dife-rentes.

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cadê os calouros?Baixa participação dos calouros no trote desse semestre aponta para a renovação da prática

Juliana Rodrigues e Rebeca Bhonn

O trote é visto como uma ativida-de de integração, como um rito de passagem que representa a entra-da na universidade. No entanto, o trote 2013.2 na Facom, ocorrido no último dia 4, repetiu uma tendência que já vinha sendo observada nos três últimos semestres: o baixo índi-ce de participação dos estudantes. Neste semestre, menos da metade das turmas de calouros de Jorna-lismo e Produção Cultural estavam presentes.

JUSTIFICATIVAS Os motivos apre-sentados pelos calouros para justifi-car a ausência são os mais diversos. Houve quem trabalhasse à tarde, quem tivesse problemas a serem resolvidos naquele dia, quem estivesse atuando em alguma instância. Alguns alunos, inclusive,

se recusaram a participar por con-siderar a prática injusta e agressiva. Para eles, o trote é movido por um espírito de vingança e alimenta um ciclo de “fazer com o outro o que fi-zeram com você”.

Ailma Teixeira, estudante de Jorna-lismo do terceiro semestre e inte-grante da comissão organizadora do trote, afirma que o baixo número de participantes foi uma constante nos últimos semestres, mas que alguns fatores foram cruciais para o suces-so ou o fracasso dos trotes. “Na tur-ma de 2013.1, os alunos estavam mais animados, embora sóhouvesse 15 pessoas presentes. Neste semestre, havia um clima de desânimo”, analisa Ailma. Ela acredita que a comissão tenha

uma parcela de culpa em relação ao à apatia dos alunos, pois alguns pro-blemas impediram que tudo corres-se como planejado: “A gente mar-cava o trote e tinha que desmarcar porque os horários das turmas eram incompatíveis. Já íamos desistir de fazer, marcamos de última hora e foi meio às pressas.” Isso teria influen-ciado para a dispersão dos alunos, que não se envolveram no clima do trote.

Outros alunos apontam que a inte-ração prévia entre calouros e vete-ranos ajuda bastante para o sucesso do trote. É o caso de Júlia Nazaly, do quarto semestre de Produção Cul-tural, que conta: “A gente conversa-va bastante pelas redes sociais, os veteranos eram amistosos, faziam a gente se sentir bem”.

Os calouros presentes no trote des-te semestre reclamam que havia uma intenção de “castigo”, de ser malvado. Essas reclamações, inclu-sive, levaram a comissão do trote a retirar algumas atividades, como o “leilão de calouros”, considerado abusivo.

MUDANÇAS Fora essas raras altera-ções, o modelo do trote se mantém basicamente o mesmo há um bom tempo, segundo relatos dos alunos. Amarrar os calouros, sujá-los de tinta, sugerir que eles passem uma

Trote de 2013.2: poucos alunos e muita tinta

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Trote: sempre mais do mesmo?

Uma breve história da prática e das polêmicas no Brasil e no mundo

Não é novidade a tendência vio-lenta dos trotes estudantis no Brasil. Este ano, na faculdade de Direito da UFMG, o trote, de teor duvidoso, gerou polêmica. Não foi registrada violência fí-sica grave, porém, os calouros foram submetidos a situações que envolviam saudações na-zistas e referências à escravidão no Brasil, tópicos delicados que foram considerados ofensivos.

Em 2010, outro caso ganhou projeção nacional: o “rodeio das gordas”, ocorrido nos jo-gos universitários da UNESP, no qual os estudantes eram incentivados a agarrar e mon-tar em jovens obesas. Já em 1999, o calouro de Medicina da USP Edison Tsung Chi Hsueh, 22 anos, morreu afogado em uma piscina durante o trote; o processo contra os acusa-dos foi arquivado em 2006.

De acordo com o site AntiTrote.org, responsável pelo combate à prática, o primeiro registro de descontrole durante a brinca-deira ocorreu em 1831, na ci-dade de Olinda, e culminou na morte de um estudante. Ao que parece, nas faculdades Medie-vais, esse momento de “recep-

ção” já era comum e carre-gava um toque de crueldade a mais. No século XIV, foram registrados atos de “domesti-cação” de novos estudantes, chamados “bixos” e “bixas”, na Universidade de Heidel-berg, Alemanha, em 1491. “A posição de superiorida-de e poder que os veteranos têm em cima dos calouros pode levar ao descontrole”, diz Naiana*(nome fictício), estudante do terceiro se-mestre de Produção Cultural.

Antonio Zuin, professor da UFSCAR, escreve em um artigo sobre o sentimento de perten-cimento que impulsiona os jo-vens a participar do trote. “No caso dos trotes, parece preva-lecer, nesse processo de apro-ximação e de distanciamento do outro, a internalização de atributos que condizem com o incentivo à projeção da libido nas representações daqueles que já são identificados como membros do grupo. Já os que são identificados como não--participantes tornam-se alvo da exteriorização da agressão, que teve de ser internalizada durante o desenvolvimento do trote feito no próprio curso”.

bala de uma boca para outra, fazê--los recitar o juramento – que con-siste em frases como “não deixarei que os meus estudos atrapalhem minha faculdade” e “sou um calouro buro e idiota” –, levá-los para pedir esmola... Será que o baixo compare-cimento implicaria uma necessida-de de renovação na prática?

Sara Prado, estudante do sétimo semestre de Jornalismo e integran-te do Centro Acadêmico Vladimir Herzog (CAFacom), é contra o trote tradicional. Ela acredita que o pro-blema esteja nas atividades pejo-rativas, que afastam os alunos: “O trote é uma brincadeira que não é ofensiva em seu conjunto, mas é tornada ofensiva por pessoas em particular que pensam em ativida-des violentas”, afirma Sara. Para ela, um trote solidário, com arrecadação de brinquedos e doação de sangue, seria a solução ideal para a renova-ção.

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Sara Prado, do CAFacom, tem críticas ao trote tradicional

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#en-scènemuro branco é telaManifestações artísticas pelos corredores da faculdade

Laís Andrade e Paloma Oliveira

Neste semestre, a faculdade ga-nhou novos grafites, desta vez entre seus corredores. Dois estu-dantes da UFBA resolveram tingir as paredes cinzas do interior da Facom, preenchendo de subje-tividade o espaço institucional. Anderson A.C, artista visual e es-tudante da EBA, e Daniel Cruz, estudante do segundo semestre de produção cultural, são os res-ponsáveis pelos dois desenhos.

No semestre passado, quando a varandinha foi pintada de bran-co, um espaço que anteriormen-te era conhecido por possuir belos trabalhos artísticos virou

uma tela vazia. Desde então, de-senhos, grafites, frases e poemas escritos por aqueles que transi-tam pelo ambiente acumulam-se.

Segundo Daniel, esse foi o pri-meiro espaço de ocupação que surgiu. “Depois que a varanda foi pintada de branco gerou esse es-paço que apesar de possuir uma estética agressiva, foi positivo só em ter sido criado, mesmo que sem querer”. Sobre a varanda, Taylla de Paula, quarto semestre de jornalismo, diz sentir falta dos grafites antigos. “Pichação e arte são coisas diferentes. O que tem hoje na varandinha é pichação, é muito chato você estar num es-paço com palavras de ódio, coi-sas que não são legais escritas.”

Daniel conta que ele e Anderson foram à Facom planejando utilizar

“Se em uma univer-sidade existem duas faculdades, uma que trabalha com produ-ção cultural e a outra com criação artística, tem que haver essa interação. Se ela não ocorre pelos meios institucionais, nós mesmos temos que criar esse processo”

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Grafite de Anderson A.C. no corredor

“Quanto vale a sua arte?”

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a varanda como su-porte de manifesta-ção, mas ao chegar lá perceberam que não havia nenhum espa-ço para a arte deles. “Todo mundo queria que fosse feito algu-ma coisa na varandi-nha, mas eu senti que a mensagem era que fosse feita na Facom. Está tudo em reforma, tudo acontecendo, e porque não se apro-priar da faculdade?”.

A arte localizada em frente às salas de aula no segundo andar foi feita por An-derson. Além de divulgar seu trabalho, ele queria promover um diálogo en-tre a EBA e a Facom. “Se em uma universidade existem duas facul-dades, uma que trabalha com pro-dução cultural e a outra com cria-ção artística, tem que haver essa interação. Se ela não ocorre pelos meios institucionais, nós mesmos temos que criar esse processo”.

O respeito às manifestações da va-randinha foi um fator importante para a escolha do local do grafite. “A gente resolveu fazer em outro lugar para não passar por cima desses trabalhos. Porque eu posso ver e não gostar, mas a pessoa está ali fazendo o mesmo que eu”. Para ele, a arte precisa criar tensões e promover questionamentos. “Eu optei por pintar na pilastra como se ela fosse uma extensão das ár-

vores que tem por perto, por isso escolhi o verde e o preto, queria humanizar mais o ambiente, criar essa conexão en-tre o exterior e o interior.”

O segundo traba-lho, feito na esca-da da faculdade, foi a estreia de Daniel Cruz no grafite. Denomi-

nado como “Quanto vale a sua arte?” foi, segundo ele, uma men-sagem para as discussões da va-randa. “Muita gente incomodada, discutindo se é ou não arte sem entender o valor daquilo”. Ainda sobre a ocupação de espaços pú-blicos Daniel comenta: “Você tem que colocar a faculdade como par-te de sua casa. Estou todo dia aqui na Ufba e sinto que não quero ser só um passante. A gente vai fa-zendo história aqui dentro”. Para Pollyana Couto, 4º semestre de Jornalismo, os dois novos grafites são bem vindos. Ela acredita que, se tratando de Facom, a liberda-de de expressão é essencial e que não há limites para a apropriação artística, seja no exterior ou no interior do prédio. Para Anderson Tito, funcionário terceirizado de serviços gerais, os grafites foram bem recebidos pelos colegas, que elogiaram a ideia. “É interessante, uma coisa diferente. Eu ando em várias unidades e não vejo isso”, ressalva.

Intervenções na varandinha

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Fraudando preconceitosLançada a 11ª Fraude, em formato digital, durante a comemoração de 10 anos

Paloma Oliveira e Sophia Moraes

“Não há uma mudan-ça na linha editorial. A fraude continua “frau-dando” e permanece sendo uma publicação especializada na abor-dagem de diferentes ângulos para conheci-dos assuntos”

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Tradição mundo afora, as fes-tividades de fim de ano, para muitos, remetem a Celebra-ção, renovação, recomeço. Aderindo a este clima, o Pe-tcom comemorou 10 anos e 11 publicações do seu mais conhecido produto, a revista Fraude. Foi lançada apenas a versão digital, devido a pro-blemas financeiros. Financia-da pelo “cofrinho do petcom”, a festa, que reuniu cerca de 200 pessoas, custou a cada interessado 10 ou 5 reais. O evento aconteceu neste sába-do (21), às 19h, no Cine Tea-tro Solar Boa Vista (Engenho Velho de Brotas).

Quem compareceu foi brinda-do com o QR Code, que possi-bilita o acesso à versão digital da revista, e a programação, previamente divulgada. An-tes de entrar no auditório, havia o “Espaço Transformis-ta”, onde aqueles que assim desejassem, poderiam des-frutar de um palco decorado e uma série de adereços para se travestir e registrar o mo-mento.Ainda de casa vazia, o DJ Berg Benonni iniciou os trabalhos. Em seguida, as per formát icas Tr a n s f o r m i s -tas: Ayana Vi-tória, Rainha Loulou e Sfat A u e r m a n n , animaram os presentes, que r e s p o n d e r a m com vigorosos aplausos. Aila Menezes fina-lizou a noite com um show à parte, trazen-do 28 músicas. Valdíria Sou-za, 4º semes-tre de Produ-ção Cultural, gostou: “Achei

legal o show. Aila trouxe de tudo. Foi um repertório bem eclético, não apenas voltado para o público gay”.

EXPECTATIVA Conforme o dia se aproximava, a expectativa aumentava. Lucas Gama, um dos petianos responsáveis pela festa, revelou: “Como é final de ano, nós [Petcom] sabemos que não é o melhor momento, mas já há certa re-percussão. As pessoas, liga-das à Facom ou não, vêm, se mostram empolgadas, curio-

Distribuidos durante a festa, QR codes dão acesso a revista

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sas, querendo saber como está a revis-ta”. Já André Oliveira, 6º se-mestre de pro-dução cultural, d e m o n s t r o u sua ansiedade com as modi-ficações na re-vista : “ Tenho receio do que vai vir. Estou ansioso para saber como é que vai ficar, mas é sempre válido renovar, até porque a faculdade como um todo passa por um mo-mento de mudança”.

Não há uma mudança na li-

nha editorial. A fraude con-tinua “fraudando” e perma-nece sendo uma publicação especializada na abordagem de diferentes ângulos para conhecidos assuntos, mas ausentes dentro dos grandes produtos jornalísticos baia-nos. O público alvo, com inte-resse por jornalismo cultural e de pessoas na faixa dos 18 a 35 anos, também não se al-tera.

COLORIDO Afinal, o que há de novo na Fraude? Lucas Gama, integrante do Petcom, responde: “A grande mudan-ça é a questão da cor, uma revista ganha cor ”. Sua cole-ga, Carolina Leal, completa: “Para inserir a cor no veículo, você tem que adaptar todo seu projeto gráfico. Não é simplesmente tirar a escala

de cinza e colorir. O conceito da revista passa a ter outro sentido. As cores passam a dizer mais do que o texto e a imagem em preto e branco”. A reforma ainda vai um pou-co adiante, além da revolu-ção estética no corpo. A tra-dicional logomarca também sofreu mudanças: antes preta e branca, agora transmite o espírito da mutação da revis-ta e ganha cor. Também foi inaugurada uma nova seção: “Decifraudando a cidade”. O objetivo é trazer nomes do cenário cultural soteropolita-no, que vão expor seu ponto de vista sobre diversos as-pectos da cidade. Desta vez, quem soltou o verbo foi o célebre sambista soteropo-litano Riachão, comentando temas como segurança, desi-gualdade e religião.

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Animada performance precede show de Aila Menezes

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Prevista para o começo de 2013, a inauguração da Ala Nova da Facom, também conhecida como “anexo”, será em janeiro de 2014, garantiu a diretora Suzana Barbosa em entrevista ao boletim. A engenheira civil responsável pela obra, Ana Paula Maia, explica: “Tivemos atrasos da própria UFBA, tivemos que parar para definir planilhas que não estavam totalmente definidas”. O novo prédio surgiu com a criação do Curso de Cinema, ligado aos

Desculpe o transtorno, estamos em obrasEm reforma desde 2012, serviços e rotinas no prédio da Facom continuam comprome-tidos de forma direta e indireta

Bianca Bomfim e Laís Andrade

Bacharelados Interdisciplinares. A partir daí, conseguiu-se a verba com a aderência ao Programa de Apoio a Planos de Reconstrução e Expansão das Universidades (Reuni).

O projeto de ampliação, em sua etapa final, custou cerca de R$ 2,6 milhões. A empresa Teknik, responsável pela construção, já finalizou sua parte do contrato. Agora falta a parte elétrica, que engloba os quadros de energia, ar-condicionado e internet.

Esse serviço ficará a cargo da Superintendência Tecnológica da UFBA (STI), antigo CPD. A parte de telefonia é responsabilidade da TeleUFBA, que afirma já ter finalizado sua tarefa essencial de cabeamento da fibra.

PLANTA Alunos, funcionários e professores contam que um dos principais problemas da universidade é o fato da quantidade de salas não atender a demanda de aulas. “Existe uma dificuldade muito grande para uma reposição de aulas, uma vez que há choque de horários”, afirma Eduardo Silva, porteiro da Facom há oito anos. Essa é uma das necessidades que o novo anexo propõe-se a suprir. Com 1700 m² de área, o anexo abrigará departamentos, grupos estudantis, além de setores da administração. No térreo ficarão os Departamentos de Fotografia e Rádio; no primeiro piso, algumas salas de aula; no segundo, o Centro Acadêmico, o Pet, a Produtora Júnior, a Diretoria, o Colegiado, a

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Inauguração deve ocorrer em janeiro

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Secretaria e o refeitório. Além disso, em todos os andares haverá banheiros, atendendo uma antiga exigência de quem passa muito tempo na Facom.

Uma outra realidade vivenciada desde o início desse semestre por alunos e funcionários é a necessidade de se deslocar para outros institutos. A ausência de uma cantina promove a busca de alimentação em prédios como os de Letras e Biologia, os lugares mais freqüentados. Embora existam queixas sobre o preço e a qualidade dos salgados da última cantina, uma lanchonete próxima às salas de aula faz falta.

Jéssica Nascimento, aluna do 4º semestre de jornalismo, ressalta: “Eu utilizava a cantina [da Facom] mesmo depois de Tia Del ter ido embora, porque os intervalos de aula são muito curtos e era mais prático descer e lanchar por ali mesmo. Hoje lancho em Letras ou em Chumbinho no PAF IV, normalmente em Letras, porque é mais perto e consigo lanchar nos intervalos entre as aulas”.

Segundo a diretora, uma nova licitação (procedimento administrativo formal para contratação de serviços ou aquisição de produtos) já foi aberta. “A licitação está na sua fase de inscrições das propostas, e até 7 de janeiro deve ser realizada efetivamente com os proponentes. Daí, vai se decidir

a partir dos critérios que a UFBA coloca, qual a proposta que melhor se encaixa. Isso é com a Secretaria de Administração (SAD)”, explica.

É previsto que até o início do próximo semestre, com o espaço já entregue, uma nova cantina funcione no local. A engenheira Ana Paula afirma que está prevista para o final de janeiro a entrega das áreas da entrada e a cantina, mas, por enquanto, essa parte está em fase de acabamento. A região da cantina será contemplada com refeitório, banheiros novos e um depósito para material de limpeza.

Durante a reforma, ficaram, também, escassos os ambientes de convivência na faculdade. Com a área da cantina fechada e a “varandinha” interditada temporariamente, os alunos ficaram com poucas opções, restando apenas salas de aulas e os corredores do prédio. Júlia Rocha, aluna do 2º semestre de Jornalismo, comenta: “Mesmo que eu não freqüente muito a varandinha, gosto de sentar para ler antes das aulas, descansar, conversar com os amigos. Com ela interditada, ficamos sem lugar para fazer isso”.

A interdição na região da varandinha faz parte da reforma da entrada do prédio. A região está sendo contemplada com pintura e pisos novos, iguais aos que receberão outras áreas, como a cantina e a frente da Facom. Reforma da cantina e en-

trada evoluem rápido#

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Marcos Maia e Woston Mendes

Um mal necessárioReforma na Facom interfere na rotina de alunos e professores

São pouco mais de seis e meia da ma-nhã de uma quarta feira ensolarada. O movimento ainda é tímido na Facom e os sons característicos da obra, que acontece desde 2012, ainda não tive-ram início. Minutos atrás, uma Kombi branca descarregou dois grandes sacos verdes de pão e duas garrafas térmicas vermelhas em frente ao almoxarifado.

“Trabalho nesse ramo desde 1978”, confidencia Josemar Ferreira, enquan-

to degusta um pão com manteiga e café com leite. Sentado em uma espécie de refeitório improvisado, ele não pensa duas vezes quando perguntado sobre o que, mesmo depois de 30 anos como pedrei-ro, ainda o deixa aborrecido no trabalho: “O salário!”.

Junto com os possíveis conflitos gerados pela hierarquia de uma obra, a remuneração é o que

mais incomoda. Não que o ba-rulho, que tanto tem aborrecido docentes e alu-nos, não seja um problema. Mas esse já é consi-derado pelos tra-balhadores como parte inerente.

Evanildo Leite, que se descreve como um “faz tudo”, trabalha há um ano em construções e mostra-se acos-tumado com o trabalho e ruídos causados pelo martelete que di-vide com alguns de seus colegas. “É normal”, afir-ma, prontamen-

te, sobre os transtornos. Todos os funcionários da obra são orientados a utilizar protetores auriculares, entre ou-tros equipamentos de segurança.

“A obra tenta respeitar os horários de aula”, afirmou a engenheira civil Ana Paula Loula. Em entrevista, ela expôs o desafio de não comprometer o cro-nograma das obras, conciliando os serviços com a demanda da faculdade, principalmente quando ocorrem servi-ços mais barulhentos. Ainda assim, re-clamações de alunos e professores não são raras nos corredores da Facom.

É possível constatar a insatisfação em relação aos barulhos causados pela obra em conversas como a que o Fa-com News teve com André Setaro. Ele ministra as aulas da disciplina Lingua-gem Cinematográfica na sala 3 todas as sextas feiras, e sofre com a proximi-dade da sala com a área da cantina, que passou parte do semestre em pro-cesso intenso de reforma.

“Ministro aulas também nas terças e quintas feiras no auditório. Esses são os piores dias. Muitas vezes foi necessário o uso de um microfone e ainda assim com dificuldades”. Em virtude de uma neuropatia (doença no sistema ner-voso que afeta os membros inferiores) na perna direita, usar uma das salas dos andares superiores é uma possi-bilidade pouco confortável para o pro-fessor. Fugir do barulho também acaba sendo uma tarefa difícil pela insuficiên-

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Para pedreiros, barulhos é inerente ao trabalho

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Acessibilidade

A antiga rampa de acesso a Facom não atendia às normas gerais e cri-térios básicos para a promoção da acessibilidade e, por isso, precisou ser reconstruída durante a refor-ma. A mesma era mais íngreme do que a nova e era um desafio su-bi-la empurrando uma cadeira de rodas. O professor André Setaro, que tem dificuldades de locomo-ção, deu sua opinião sobre a nova rampa: “Ajudou muito, subi como um dançarino”.

Com as primeiras peças compra-das no dia 2 de fevereiro de 2010, o elevador da Facom ainda não possui prazo para a instalação. O chefe do apoio da Facom, Claison Aquino, afirma: “Segundo a prefei-tura [do campus], ainda estamos na fila para a instalação dos eleva-dores, mas, provavelmente, quan-do a empresa responsável chegar aqui, irão detectar que o elevador já está bastante deteriorado, pre-cisando trocar muitas peças”.

cia de salas devidamente equipadas. Para os alunos, o incômodo vai além da dificuldade de ouvir, debater e aprender durante as aulas. “Tive de sair daqui e ir para biblioteca ao menos duas vezes porque queria ler e não conseguia”, conta Mateus Costa, 1º semestre de produção cultural.

Ana Paula comenta que, durante suas visitas à reforma, o fiscal de obras da UFBA costuma se queixar sobra a falta de espaço. Essa deficiência impossibili-taria a desativação de um prédio como o da Facom e o deslocamento das ati-vidades para outro espaço.

Situações de coexistência forçada em obras como essa são bastante comuns e não necessariamente geram confli-tos diretos e intensos, afirma o pedrei-ro Rubens Souza, conhecido como “Jah”. “O convívio é respeitoso e as reclama-ções sempre acabam acontecendo”, afirma.

O professor Sergio Sobreira, responsá-vel pelas aulas de Temas Especiais em Publicidade e Propaganda às sextas feiras na sala 04, concorda que o ba-rulho atrapalha. Mas também salienta que as obras são necessárias. Opinião

A estrutura da Facom ainda não segue a norma técnica 9050, que especifica as adaptações ne-cessárias para deficientes. Um exemplo disso são os banheiros, inclusive os novos, que não têm as adaptações necessárias. A ine-xistência de piso tátil e de corri-mões arredondados com pegada mais firme é outro problema, como afirma o aluno da Facom, Edinilson Sacramento, que tem deficienêcia visual.

alinhada à diretoria da Facom. Suza-na Barbosadiz que não há nenhuma orientação quanto aos horários de ba-rulho. “A gente precisa ter paciência. O barulho incomoda, mas é necessá-rio”, afirma.

Rampa menos inclinada para deficientes físicos

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74%Heteros

12%Bissexuais

10%Homosexuais4%

Não declarados

#capaA liberdade é mais que azul

100% dos estudantes se sentem livres em expressão sexual

Luana SIlva e Gabriela Fragoso

De acordo com sondagem realizada entre os dias 4 e 5 de dezembro passado, 100% dos alunos da Facom dizem sentir total liberdade para expressar sua sexualidade. Foram distribuídos 50 ques-tionários para alunos dos 3º e 4º semestres dos cursos de jornalismo e produção cultu-ral, que deveriam responder perguntas relaciona-

das à orientação sexual, se já haviam sofrido algum tipo de preconceito e se achavam que a faculdade era um ambiente de livre expressão. Dos 50, 76% se declara hetero e ape-nas 22%, homossexual ou bis-sexual.

Desse percentual, metade afirmou já ter se envolvido com alguém da faculdade.

Melvyn Caires, aluno do 3º semestre

de produção c u l t u r a l ,

se en-

caixa nesse percentual e assu-me sua orientação tranquila-mente: “As pessoas não estão muito preocupadas com a aparência, não ligam se estão sendo julgadas. Não me sen-tiria tão à vontade em outros lugares para me comportar do mesmo jeito que me compor-taria aqui, caso estivesse fi-cando com alguém. Acho que a Facom é mais propícia para esse tipo de atitude”.

Uma aluna do 5º semestre de produção cultural, que pre-feriu não se identificar, já namorou durante dois anos com outra estudante do mes-mo sexo. Ela afirma também se sentir confortável para expressar sua orientação se-xual: “As pessoas se libertam na Facom. Quem ainda não se descobriu, se descobre”.

LIBERDADE Todos os alunos que se declararam homo ou bissexuais concordaram que se sentem mais livres aqui em comparação a outros ambien-tes. Luana Ribeiro, recém-for-mada em jornalismo, já fez uma matéria para o programa Jornalismo de Futuro, do Jor-nal Correio, cujo tema era jo-vens que se permitem experi-mentar sem a necessidade de

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A liberdade é mais que azul 100% dos estudantes se sentem livres em expressão sexual

Luana SIlva e Gabriela Fragoso

um rótulo. “Talvez algumas áreas sejam tradicionalmen-te conservadoras, geralmente aquelas que são predominan-temente dominadas pelo sexo masculino. As pessoas de hu-manas geralmente são mais abertas, até porque discutem esse tipo de assunto. Acho que na Facom é uma coisa tão na-turalizada que quando vamos para fora percebemos, de fato, uma mudança”, opina Luana.

A fala de Luana e a de Sérgio Sobreira, professor da Facom e homossexual assumido, pare-cem combinar perfeitamente. “Aqui você consegue desenvol-

ver o sentido de comunidade, as relações são mais próximas. Acho que isso pode criar um ambiente de confiança, além do fato de que tradicionalmen-te a Facom sempre seprojetou como um lugar de tolerância, um espaço com-preensivo. Isso talvez encoraje ou permita alguns a expressar melhor a sua sexualidade ou o seu desejo”, diz Sérgio.

Eduardo Alves, porteiro da fa-culdade há oito anos, diz no-tar aumento de casais homos-sexuais. Luana considera que não é o número de homosse-xuais que está aumentando, e

“A Facom sempre se projetou como um lu-gar de tolerância, um espaço compreensi-vo. Isso talvez encora-je ou permita alguns a expressar melhor a sua sexualidade ou o seu desejo”, acredita Sérgio Sobreira.

sim a liberdade de expressão.

Marco é aluno do 3º semestre de produção cultural e não vê problemas com a exposi-ção. “A convivência com as pessoas aqui favorece você a ser o que realmente quer ser. Eu sou tranquilo com a expo-sição, estou ficando com uma pessoa e não tenho receios ao demonstrar minha homosse-xualidade, independente do ambiente. Enxergo o meu re-lacionamento como o de qual-quer outro casal hétero. Mas é sempre bom ter bom senso, independente da orientação sexual”.

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PRECONCEITO De acordo com a pesquisa, nenhum aluno declarou ter sido vítima de preconceito ou discriminação. Tiago Pinto, aluno do 4º semestre de Produção Cul-tural, que se declara bissexual, é um deles “Com certeza eu me sin-to mais livre na Facom. Em outros lugares, até na universidade, se você for nos PAFs ou nas faculda-des mais tradicionais, o preconcei-to deve ser maior e mais eviden-te”. Contudo, o professor Sérgio relata já ter presenciado um epi-sódio de tratamento discriminató-rio entre alunos em sala de aula. O educador afirma também já ter vivenciado uma situação descon-fortável em outra instituição aca-dêmica devido a sua opção sexual, mas diz que isso nunca aconteceu na Facom.Tiago acredita que as nomen-

claturas, ou rótulos, colaboram para a legitimação de conceitos pré-estabelecidos. “Acho que isso termina gerando mais pre-conceito. Se você ficou com ho-mem você é gay, se ficou com homem e mulher é bissexual. Acho que não faz sentido. Se temos na vida a liberdade de ser o que queremos, a opção sexual também faz parte desta liberda-de: ser o que a gente quer ou o que a gente nasceu pra ser”.

RÓTULOS Durante a pesquisa, duas pessoas não concorda-ram com as opções que identi-ficariam sua orientação sexual. Valdíria Souza, mais conhecida como Dira, aluna do 4º semestre de produção cultural e membro do Centro Acadêmico, defen-de: “Ninguém é obrigado a sair

por aí dizendo a opção sexual, a não ser que seja um desejo pes-soal de cada um para defender sua bandeira e lutar por direitos iguais”. Já para Sérgio, isso não é um problema. “Existe isso como rótulo, mas existe também uma designação que cumpre com uma função cultural e social de identificar comportamentos. O que eu acho pavoroso é quan-do você toma o todo pela uni-dade, ou seja, você de alguma forma seculariza a pessoa não pelo complexo de coisas que ela é, mas por esse viés, pela se-xualidade. Qualquer forma de redução, qualquer forma de es-treitamento de visão empobre-ce muito. Me incomoda quando vejo a orientação sexual sendo utilizada como um instrumento de controle social”.#

Sim Não

Você já teve um relacionamento com algum estudante da Facom?

Você se sente livre para expressar sua sexualidade na Facom?

Você já sofreu preconceito dentro da faculdade?

63%

100%

0%

37%

0%

100%

100% LIVRE PARA EXPRESSAR A SEXUALIDADE

Pergunta apenas para declarados homo ou bi (11 pessoas)

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Facom News 2013.2 - Edição IFacom News 2013.2 - Edição I

O desafio finalMaiores percalços no TCC envolvem tempo e orientadores

Cristina Fernandes e Heitor Oliveira

Os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), último desafio do estudante da graduação para ser habilitado à vida profissional, têm perfil variado. A preferência tem sido por mono-grafia. Os estudantes, geralmente, se perdem com o tempo. Começa-se a pensar no TCC a um ano da defesa fi-nal, mas muitos mudam de tema no último semestre do curso.

Nos 44 trabalhos analisados do se-mestre 2012.2 e 22 no período de 2013.1, nota-se que as monografias ainda figuram como o principal ob-jeto de escolha. Foram apresenta-das, em 2012.2, 27 monografias e 17 produtos de natureza técnico--artística. Nos semestre seguinte foram 15 monografias e 7 produ-tos.

TEMPO Recém-formado em jor-nalismo, Renato Oselame acredi-ta que a maior dificuldade é lidar com o tempo: “Um semestre é tempo mais do que suficiente para fazer um TCC, acredite. E esse ex-cesso de tempo acaba prejudi-cando, se você não souber lidar com ele e deixar tudo para última hora”. A sugestão de Renato é que se decida o tema o mais rápido possível, a fim de adiantar leituras e ter mais tranquilidade. Marcelo Lima, roteirista, editor, pesquisador e produtor cultural,

formado pela Facom, também cita o tempo: “As maiores dificuldades que encontrei foram o tempo, pois tive de conciliar a escrita com um emprego em tempo integral, e o tamanho do corpus de análise que escolhi - mais de sete livros de re-portagem em quadrinhos”.

ORIENTADOR A escolha do tema pode ocorrer em função do orien-tador ou da iniciação científica (IC) em grupos de pesquisa. Desde 2012 no Jornal Correio, Oselame revelou: “Decidi analisar o ‘Sem fronteiras’ a partir da metodologia desenvolvida pelo Grupo de Pes-quisa de Análise de Telejornalismo (GPAT) porque sempre gostei do programa e tenho afinidade com relações internacionais”. A pesqui-sa de IC também influenciou Lima afirmou: “Minha escolha temática veio do meu PIBIC, realizado em Letras, sobre Jornalismo em Qua-drinhos. Depois da disciplina de Ita-nia senti que meu projeto tinha a ver com ela, que me indicou leituras”.

Nem sempre se consegue o orienta-dor para o interesse do estudante. “En-contrar um orienta-

dor também pode ser complicado. O ideal é que você já tenha em vista quem vai poder te auxiliar academi-camente nessa jornada, para fazer o convite logo e não correr o risco de levar um ‘não’ de última hora”, alerta Oselame. No último ano, os docentes mais solicitados para orientação foram Itania Gomes, que orientou cinco trabalhos Jor-nalismo, e Adriano Sampaio com sete TCCs.

As disciplinas que auxiliam os es-tudantes na produção do TCC são Elaboração de Projeto em Comu-nicação (COM 116) e Desenvolvi-mento Orientado de Projeto (COM 117), comandada, atual e respec-tivamente, pelos professores Ana-maria Palácios e José Mamede. De acordo com Mamede, o papel do professor aqui é verificar o in-teresse do estudante e ajudá-lo a encontrar seu orientador.

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A maioria dos TCCs é monografia

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#acadêmico

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#perfilUM HOMEM DE VANGUARDA

Raí Guerra

Com sua determinação para vencer limitações, Ednilson Sacramento apos-ta numa vida mais justa, por meio da comunicação e do otimismo. Seus es-tudos, trabalhos realizados e os planos para o futuro são os meios que ele utili-za para atingir esse resultado.

O encontro com José Ednilson Sacra-mento, estudante de Jornalismo da Facom, se realizou numa biblioteca pú-blica, um ambiente que lhe é familiar, diante de livros, pessoas e pesquisas. Ele contou sobre sua infância e adoles-cência, destacando suas brincadeiras e atividades, além de sua deficiência visual e dos obstáculos que enfrentou pelo caminho. Sua rotina diária é mar-cada por seus estudos e pelo trabalho como presidente do Conselho Munici-pal dos Direitos da Pessoa com Defici-ência de Salvador.

Ednilson, baiano de Maragogipe, veio para Salvador ainda criança. Passou di-ficuldades, morando em uma comuni-dade pobre e estudando à luz de velas. Já adolescente, começou a enfrentar os problemas de visão, que surgiam gradativamente. Ele comprava lupas para ler melhor. Mas continuou tra-balhando para ajudar sua família, em empregos como office boy e gerente.

Sua perda total da visão veio a partir dos 20 anos, no momento em que começou a trabalhar como técnico fis-calizador do CREA-BA. Por essa razão,

foi afastado. Para chegar à faculdade fez vestibulares mal sucedidos, até ser aprovado e se graduar em História. Em seguida, Ednilson ingressou no Bacha-relado Interdisciplinar em Humanida-des na UFBA, até escolher a Facom.

Ele teve uma infância e adolescência pobre. No distrito onde morava, só ha-via energia elétrica nas ruas principais, e as residências ficavam às escuras. Dentre as brincadeiras de “criança po-bre” – palavras dele – das quais parti-cipava, estavam as de carrinho de pau, patinete de madeira e bola. Além dis-so, ressalta que esses brinquedos eram puramente artesanais.

Ednilson não perdeu o otimismo em nenhum momento. “Na verdade, com o diagnóstico, me vi dian-te de um desafio. Poderia me incomodar ou não. No entanto os meus planos não eram pu-ramente visuais, e sim mais fu-turistas. Fui descobrindo assim novos caminhos”. Antes mesmo de pensar em entrar numa fa-culdade de Comunicação, sem-pre gostou de ler, de se atualizar, escrever crônicas, críticas e poe-sias. Acha que a partir da revista eletrônica Telefanzine, já “fazia jornalismo”, diz ele, sorrindo.

Bem humorado e falante, sa-lienta que sempre foi um sim-patizante do movimento punk.

Admira também o rock desde os 19 anos, pelo estilo musical e pela postu-ra dos cantores no cenário baiano. Ele afirma que essas composições, déca-das atrás, eram revestidas de margina-lidade e possuíam uma maior carga de crítica social. “Outro fato é que as mães antigamente não deixavam seus filhos escutarem esse estilo musical, por se tratar de denúncias da realidade. Hoje, há apelos do próprio espetáculo. As pessoas vão a shows mais para se di-vertirem, pois essas bandas não põem mais medo”, diz.

Sendo amante do rock, Ednilson falou sobre a cena do gênero em Salvador, cidade dominada pelo axé. “Talvez seja

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Ednilson caminhando pela nova rampa

Ednilson Sacramento fala sobre sua vida e suas contribuições inovadoras na Bahia

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devido à chamada monocultura, que forma blocos monolíticos, onde se fez surgir uma galera nova que resolveu mudar esse cenário”. Em seu livro Rock baiano – história de uma cultura sub-terrânea, ele conta toda a sua análise sobre esse estilo musical na Bahia.

Ao criar o Telefanzine, primeira revista eletrônica por telefone da Bahia, pro-duzia e divulgava conhecimento em áreas como cultura, política e esporte, para toda a cidade. As pessoas admi-ravam bastante e o trabalho era feito com sucesso, em termos de satisfação pessoal e dos ouvintes.

Sobre seus passatempos, Ednilson fala: “Sou uma pessoa sem muita arte por conta da falta de lazer. O lazer são mi-galhas do dia-a-dia, o que deveria ser ao contrário. Mas, sempre que posso, visito espaços culturais”. Sua filosofia de vida: “Acreditar nas pessoas. Perdemos como cidadãos quando não acredita-

mos. É preciso inspirar confian-ça uns aos outros”.

Sobre acessibilidade, um dos temas que Ednilson mais co-nhece, ele dispara: “A cidade em geral não é preparada para isso. Os órgãos da prefeitura não determinam bem os espa-ços que poderiam ter, cumprin-do as leis de forma mais eficaz. Os governantes não pensam que esses deficientes partici-pam, gostam, e são capazes de frequentar esses locais. Existem trabalhos também para os ‘em-pregadores de olhos’, porém, no mercado há um número ínfimo desses, por possuir pou-cas pessoas pesquisando e se interessando mais pelo assunto. Assim, a apreciação estética fica limitada, invi-ável”.

Ao falar sobre a questão da inclusão na universidade, as questões vão dos espaços físicos até as salas de aula, os

materiais de estudo e a adaptação dos colegas, funcionários e prin-cipalmente dos professores, para conduzi-lo bem durante as aulas. “Os professores no início não estão bem preparados. Alguns podem ter tido passagem em alguns pro-jetos para a inclusão de deficientes visuais. Mas no pedagógico não há uma metodologia visada exclu-sivamente a incluí-los, a exemplo de aulas expositivas e leituras. Ao passar do tempo se forma uma melhor relação entre esses alunos e a comunidade”.

As tecnologias que permitem a inclusão são abrangentes. Para

ler, Ednilson usa programas instalados no computador, como leitores de tela, que traduzem o que está escrito. Os co-mandos de voz, lupas eletrônicas e ca-netas especializadas também o ajudam. Ele não se utiliza de todas as tecnologias disponíveis, devido ao alto preço. “Eu utilizo os programas DOSVOX e NVDA”.

Sobre seu futuro profissional, Ednil-son demonstra muito interesse em atu-ar em radiojornalismo, mas também se atenta à redação jornalística. Ainda des-taca disciplinas que poderiam existir no curso, como Tecnologias da Informação e Comunicação e Direitos Humanos.

Sempre otimista e cativante, Ednilson Sacramento é um homem determina-do e confiante em suas escolhas. Leva em seu íntimo um olhar mais profundo das belezas do mundo. Pode parecer muito poético, mas este homem, sem dúvidas, é um grande exemplo para a Facom e para toda a sociedade.

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Ednilson mostra sua felicidade diante da nova rampa

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#especialcem diasDiretora Suzana Barbosa trata de transparência, engajamento estudantil e dos avan-ços da sua gestão

Genildes Azevedo e José Cairo

Maior vitória da gestão até o momento

“Acho que isso é prematuro, ainda vou fazer três meses. Tive que me inteirar de vários processos internos, conhecer a realidade e atender as demandas. Tenho que resolver questões internas da faculdade, nos seus vários setores e instâncias, a todo tempo. O que eu espero é que, passados esses primeiros meses, possa haver um tempo maior justamente para esse outro planejamento de atividades que foram colocadas como propostas no programa. A partir de janeiro, nós vamos trabalhar mais diretamente com essa parte. Ao mesmo tempo, espero resolver outras questões que vão em direção a uma melhor dinâmica de divulgação de informações por

parte aqui da Direção, como uma reformulação do nosso site, para atender as demandas internas. Assim, podemos ter a informação fluindo da melhor maneira pela Facom”.

Transparência

“O que a gente espera é que haja um site mais robusto, que dê conta não só dessas questões de informação da faculdade para sua comunidade, mas que também abarque os seus produtos laboratoriais diversos em um único ponto na web. A ideia é trazer visibilidade para a Facom, para suas atividades e também para aquilo que diz respeito à produção laboratorial. O que a gente quer é integrar isso, e que o site da faculdade dê visibilidade a isso”.

Relação da Diretoria com estudantes e Centro Acadêmico

“O CA tem essa função de atuar como representação para esse segmento dos discentes, que eu acho que necessita de muito mais engajamento dos estudantes da Facom. Durante a conversa da campanha nós nos falamos muito. E temos aqui na direção, desde a gestão anterior, uma relação muito amistosa com o CA. Nessa gestão atual, a perspectiva é que também se prossiga com esse clima amistoso. O papel dos representantes estudantis é muito importante, por isso estou chamando atenção para a minha opinião de que os estudantes precisam se engajar mais, no sentido de participação e de atuação conjunta com o CA. Na medida do possível, vamos atendendo. Nós temos que entender que estamos numa instituição burocrática. Os estudantes têm que ter consciência de que nem sempre a agilidade é aquela que a gente imagina ou quer para atendimento das nossas solicitações. O que foi colocado por eles, na medida do possível, nós vamos atendendo”. Engajamento dos estudantes

“É preciso se preparar mais. Quando eu digo ‘se preparar’, é compreender as estruturas. No caso da faculdade, saber o que é cada instância interna. Porque chegam, às vezes, alunos

Há 10 dias de completar 100 de mandato, o Facom News entrevistou a diretora Suzana Barbosa, diretora da Facom. Jornalista graduada pela UFBA, com mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA, e pós-doutorado pela Universidade de Santiago de

Compostela/Espanha, Suzana tomou posse do cargo no dia 17 de setembro, depois de eleita com 54,8% de 321 votos válidos. Os assuntos abordados foram, dentre outros: “Melhor divulgação de informações”, “Necessidade de engajamento dos alunos” e “Avaliação da gestão de Suzana”.

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Facom News 2013.2 - Edição I

de 5º, 6º semestre, que não tem noção alguma, o que eu acho muito grave. E não sou só eu que acho. Tem muitos outros colegas que também concordam. A gente sempre fala, obviamente, que vocês, alunos, são jovens adultos, então tem também que prezar pela formação de vocês, no sentido de realmente estudar. Ontem (11/12), por exemplo, teve reunião do Consuni (Conselho Universitário), instância máxima da Universidade. Os estudantes estão lá através de representantes, assim como todos os segmentos da universidade. Mas, ainda assim, é pouquíssima a participação dos estudantes da Facom lá. No mínimo, tem que abrir o “UFBA em Pauta” todos os dias para estar minimamente informado das coisas que ocorrem. Tem que conhecer o estatuto. Se não entender, pede explicação, ninguém sabe tudo. Nós precisamos estar sempre dispostos a aprender.”

Queixas sobre teoria e prática

“Temos experiências de modo distinto, pessoas com maior experiência por toda uma vida dedicada a esta instituição. 20, 25 anos de ensino. Nosso corpo docente possui cerca de 97% de professores em regime de dedicação exclusiva, isto é, 36 professores. Temos grupos de pesquisa e extensão, intercâmbio, assessoria de assuntos internacionais. Uma queixa que os alunos sempre colocam é que a Facom é muito teórica e pouco prática. E quem disse que a teoria está dissociada da prática? Esse pensamento é reducionista. Há disciplinas teóricas e práticas. Eu não posso fazer sem saber o que é, sem conhecer.“

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#cachosMilena Teixeira

“Em terra de chapinha, quem tem cachos é rainha”. Essa frase ilustra bem um fato: os cabelos cacheados estão voltando a ser queridos. Seja por uma tendência da moda, por luta contra o padrão de beleza eurocêntrico ou por reafirmação das raízes negras, mais e mais jovens estão usando os cabelos dessa forma.

Crespos, cacheados, ondulados... a diversidade é enorme e o cabelo não é ruim. Nesta edição, o Facom News mostra as madeixas enroladas das nossas “rainhas” facomnianas.#

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