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FACULDADE 2 DE JULHO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ROBERT CERQUEIRA SILVEIRA
A Influência das Redes Sociais no comportamento do Consumidor:
um estudo sobre as decisões de compra do consumidor nas comunidades virtuais
S alvador
2010
ROBERT CERQUEIRA SILVEIRA
A Influência das Redes Sociais no comportamento do Consumidor:
um estudo sobre as decisões de compra do consumidor nas comunidades virtuais
Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade 2 de Julho como pré-requisito para
obtenção do grau de bacharel em Administração, sob orientação da
Professora Thereza Olívia Rodrigues Soares.
S a lvador
2010
ROBERT CERQUEIRA SILVEIRA
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR: um estudo sobre as decisões de compra do consumidor nas comunidades virtuais
Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade 2 de Julho, como pré-requisito para obtenção do grau de Bacharel em Administração Geral pela
Banca Examinadora composta pelos membros:
( ) Aprovado
Data / /
________________________________________________________________
Professora – Orientadora: Thereza Olívia Rodrigues Soares
_________________________________________________________________
Professora – Orientadora: Barrige Zacharias Mazza
Mestre em Marketing e Comercio Internacional pela Universidade da Extremadura -
Espanha
OBS:
Dedico este trabalho a minha família, meus colegas, a minha
orientadora que me apoiou durante todo o percurso.
Agradeço a Deus que me deu força
durante todo esse tempo para continuar lutando.
Agradeço a minha família que me apoiou em minhas decisões.
Agradeço aos professores e colegas que estiveram comigo durante esse
tempo e me ajudaram a crescer cada vez mais.
Agradeço a Thereza Olívia, minha orientadora, sem ela esta monografia
não teria acontecido e também a Barrige Mazza que também teve sua
contribuição neste percurso. Agradeço a todos os que
responderam o questionário de pesquisa com seriedade e também a
Karol que me ajudou com algumas dificuldades que tive.
“A arte é 20% inspiração e 80%
transpiração” Pablo Picasso
RESUMO
SILVEIRA, Robert Cerqueira. A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: um estudo sobre as decisões de compra do consumidor nas comunidades virtuais.
Orientador: Thereza Olívia Rodrigues Soares. Salvador: Faculdade 2 de Julho, 2010. Monografia (Graduação em Administração de Empresas).
Este trabalho tem como objetivo geral analisar as influências das redes sociais na decisão da compra dos consumidores. Para isso, os objetivos específicos
delineados foram: conhecer os tipos de marketing realizado nas comunidades virtuais, questionar junto aos usuários das comunidades virtuais as influências da
publicidade que é feita nas redes sociais e investigar como se dá a efetivação do consumo. O referencial teórico utilizado discutiu os seguintes fundamentos: comportamento do consumidor, grupos de referência, redes sociais, marketing
virtual e comunidades virtuais. A metodologia utilizada foi uma pesquisa quantitativa, onde foi feito um levantamento, com a aplicação de 30 questionários. Foram
aplicados questionários aos consumidores acerca de questões referentes a marketing virtual, sua relevância e reflexos, como também questões acerca de como o grupo pode influenciar a decisão dos consumidores. Os principais resultados
obtidos foram: uma parcela significativa da amostra afirmou que fez compras online devido a influência da publicidade, e quase a metade dos entrevistados afirmou que
concretizou uma compra por influência do grupo que pertencia numa rede social. Pode-se concluir que as redes sociais são favoráveis na tomada de decisão dos consumidores, tanto na influencia por marketing direto, quanto na formação de
opinião dos consumidores.
.
Palavras-Chave: Redes Sociais, Comportamento do Consumidor, Marketing Virtual, Grupos de Referencia
ABSTRACT
SILVEIRA, Robert Cerqueira. A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: um estudo sobre as decisões de compra do consumidor nas comunidades virtuais.
Orientador: Thereza Olívia Rodrigues Soares. Salvador: Faculdade 2 de Julho, 2010. Monografia (Graduação em Administração de Empresas).
The present work aims at analyzing of the influence about social networks in the purchase decision of consumers. For this, specific goals were outlined: to know the types of marketing carried out in virtual communities, interview users of virtual
communities, questioning the influences of advertising that is elaborated in social networks and investigate how the effectiveness of consumption works. The
theoretical framework used discussed the following fundaments: consumer behavior, reference groups, social networking, online marketing, and virtual communities. The methodology brings an analysis of a quantitative research, where a survey was made
with the application of 30 questionnaires. They were given to consumers bringing issues related to online marketing, its relevance and reflexes, but also contained
questions about how the group can influence the decision of consumers. The main results were: a significant portion of the sample said that they shopped online due to the influence of advertising, and nearly half of respondents bought because of the
influence that belonged to a social network. It can be concluded that social networks cause greater effects in the decision of consumers, in the influence by direct
marketing, such as in the formation of consumer's opinion.
Keywords: social networks, Consumer Behavior, Virtual Marketing, Reference
Groups
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Processo de Decisão de Compra................................................................09
Figura 2 – Desenvolvimento de Relacionamento .......................................................35
Figura 3 – Exemplo de Banner por palavra chave .....................................................36
ANEXOS
Anexo A – Dados Demográficos Orkut ..........................................................................42
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Marcas ............................................................................................................49
Tabela 2 – Marcas 2 .........................................................................................................57
Tabela 3 – Marcas 3 .........................................................................................................63
Tabela 4 – Marcas 4 .........................................................................................................64
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Faixa Etária dos Entrevistados ...................................................................44
Gráfico 2 – Renda Familiar dos Entrevistados .............................................................44
Gráfico 3 – Nível de Escolaridade dos Entrevistados .................................................45
Gráfico 4 – Opinião sobre a Publicidade nas Redes Sociais ....................................45
Gráfico 5 – Compra de produtos ou serviços por Influencia de publicidade nas redes
sociais .................................................................................................................................46
Gráfico 6 – Categorias dos produtos comprados por meio de publicidade em redes
sociais .................................................................................................................................47
Gráfico 7 – A compra foi feita pela internet ou em meio físico ..................................48
Gráfico 8 – Marcas............................................................................................................48
Gráfico 9 – Redes sociais................................................................................................53
Gráfico 10 – Satisfação dos Consumidores..................................................................54
Gráfico 11 – Compras feitas por indicação do grupo ..................................................55
Gráfico 12 – Categorias de produtos comprados por indicação ...............................56
Gráfico 13 – Marcas 2 ......................................................................................................57
Gráfico 14 – Redes Sociais 2..........................................................................................58
Gráfico 15 – Compra por confiança no grupo ..............................................................59
Gráfico 16 – Importância da opinião do grupo .............................................................59
Gráfico 17 – Defesa das marcas e intensidade ...........................................................60
Gráfico 18 – Defesa das marcas e motivos ..................................................................61
Gráfico 19 – Critica das marcas e intensidade.............................................................62
Gráfico 20 – Critica das marcas e motivos ...................................................................62
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................13
1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 15
2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS COMUNIDADES
VIRTUAIS...................................................................................................18
2.1 CONCEITOS DE CONSUMO ...................................................................................... 18
2.2 GRUPOS DE REFERÊNCIA ........................................................................................ 20
2.2.1 Tipos de Grupos de Referência ........................................................................ 21
2.3 COMUNIDADES VIRTUAIS COMO GRUPOS DE REFERÊNCIA........................ 22
2.4 OS PROSUMERS: OS NOVOS CONSUMIDORES INTERATIVOS .................... 24
2.4.1 Características dos Prosumers......................................................................... 26
3 REDES SOCIAIS....................................................................................28
3.1 ELEMENTOS DAS REDES SOCIAIS ........................................................................ 29
3.2 COMUNIDADES VIRTUAIS ......................................................................................... 34
3.2.1 Orkut ......................................................................................................................... 36
3.2.2 Twitter ...................................................................................................................... 37
3.3 REDES SOCIAIS NOS NEGÓCIOS ........................................................................... 39
4 MARKETING VIRTUAL ........................................................................43
4.1 TIPOS DE MARKETING VIRTUAL ............................................................................. 45
5 ANÁLISE DA PESQUISA COM OS CONSUMIDORES VITUAIS ......49
6 CONCLUSÃO .........................................................................................68
ANEXOS ....................................................................................................71
REFERÊNCIAS .........................................................................................72
APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO DA BIBLIOTECA ...............................75
APENDICE B - QUESTIONÁRIO .............................................................76
1 INTRODUÇÃO
Esta monografia propõe uma reflexão acerca do perfil do consumidor virtual focando
na influencia das comunidades virtuais na formação da escolha na hora da compra.
Diversos autores acreditam que por volta de 2017 a população estará muito mais
conectada entre si e em grupos que sejam do seu interesse. A comunidade virtual é
a cada dia mais presente no cotidiano, seja na vida pessoal ou no trabalho. A
administração contemporânea é notadamente integrada a essa evolução
tecnológica, cabendo então se pensar como o perfil do consumidor atual se encaixa
nesse mundo da tecnologia e na era da informação.
Diante do crescente aumento do uso internet no dia a dia da população mundial,
deve-se pensar em relação à importância da qualidade da informação assimilada
pelo usuário, ao tempo de resposta, à acessibilidade da rede e à facilidade de uso,
como determinantes da intenção comportamental para a adoção dessa tecnologia,
e, em conseqüência, para a participação em comunidades virtuais. As comunidades
são as categorias de web-site que mais rápido crescem na rede.
O consumidor está entre os stakeholders mais importantes para uma empresa, pois
ele é quem possibilita a sobrevivência da mesma. Conquistar um consumidor é uma
das tarefas mais árduas que os empresários têm que enfrentar no mundo
globalizado e altamente competitivo, portanto entender o comportamento do
consumidor é crucial para que uma empresa consiga êxito em qualquer área de
atuação. No cenário atual, o consumo se tornou muito mais rápido e intenso,
surgiram novas tecnologias e com isso o consumo virtual, dessa forma é preciso
entender acerca desse consumidor virtual e como ele se comporta nas comunidades
virtuais.
14
As comunidades virtuais podem ser vistas como grupos de referência, que, segundo
Karsaklian(2008), podem ser entendidas como união de pessoas que interajam e
sirvam de parâmetro para escolhas dos participantes dos grupos, influenciando os
membros do grupo nas suas escolhas.
Nesse contexto têm-se os prosumers1, que são os consumidores virtuais que, além
de consumir os produtos, criam valor, eles estão interados com os produtos:
sugerindo, opinando, criticando, ou seja, dando o feedback para as empresas acerca
dos produtos que elas vendem. Mas, além disso, os prosumers também criam
tendências, eles influenciam outros consumidores e nesse ponto também é muito
interessante para as empresas que eles tenham uma concepção positiva acerca das
mesmas.
Visto que as relações de consumo estão mudando, os consumidores cada vez mais
estão mais exigentes e querem o melhor pelo menor preço. O marketing tem que
estar interado com essas mudanças e entender como funciona o comportamento do
consumidor do século XXI. Para tanto, é preciso buscar os novos meios de
comunicação para alcançar esse novo consumidor que utiliza redes de
relacionamento para trocar experiências de compra e opiniões. Dessa forma, a
questão-problema desta pesquisa é: de que maneira as redes sociais exercem
influências sobre a decisão de compra dos consumidores?
O pressuposto que norteia esse trabalho é que as redes sociais, através de
comunidades virtuais, influenciam diretamente a decisão de compra dos
consumidores. Diante do que foi apresentado objetiva-se com esse trabalho analisar
as influências das redes sociais na decisão da compra dos consumidores e para
tanto devemos conhecer os tipos de marketing realizado nas comunidades virtuais,
questionar junto aos usuários das comunidades virtuais as influências da publicidade
que é feita nas redes sociais e investigar como se dá a efetivação do consumo.
1 Prosumers são consumidores engajados no processo de co-produção de produtos, significados e identidades.
15
A relevância deste estudo é atualidade do tema, pois é um processo que está
acontecendo e que tem importância no que diz respeito a marketing e a relações
sociais. Pretende-se também trazer contribuição no meio acadêmico sobre as
mudanças dos consumidores e de como se dá a relação de consumo na atualidade
com a difusão da internet como meio de comunicação e interação social.
1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para esta pesquisa foi usada a abordagem quantitativa, que pode ser definida como
uma metodologia que é usada pra comparar grandes amostras, como o nome já diz
utiliza uma grande quantidade, mas, além de comparar, a pesquisa quantitativa tem
a característica de medir as relações entre as variáveis.
A pesquisa quantitativa tem como algumas características: apurar opiniões e
atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, realizar projeções para a
população representada, testar, de forma precisa, as hipóteses levantadas e
fornecer índices que podem ser comparados com outros.
Por esse motivo se aplica a pesquisa que foi realizada neste trabalho, onde
avaliaremos as relações existentes entre as variáveis das decisões de compra
relacionadas com as influencias sofridas pelos consumidores virtuais.
O tipo de pesquisa que foi utilizado nesse trabalho foi levantamento, pois foi
considerado o método que melhor se adéqua a pesquisas que buscam saber
questões como “o que?”, “por que?”, “quando?”, “como?” de forma d ireta. Sendo
assim, é o tipo de pesquisa ideal para o trabalho de caráter comparativo que nos
propusemos a fazer.
O levantamento foi feito com a interrogação direta das pessoas, através de
questionários, buscando saber informações significativas sobre determinadas
questões acerca do problema estudado. Levantou-se um número significativo de
pessoas através de uma amostragem aleatória.
16
A pesquisa foi de caráter exploratório, pois teve como objetivo testar uma teoria e as
relações causais; estabelecer a existência dessas relações e questionar o porque da
relação existir, dessa forma, explanaremos acerca das variáveis da decisão de
consumo e como elas operam no ambiente de uma comunidade virtual.
A coleta de dados foi feita através de um questionário com questões de múltipla
escolha e questões discursivas, onde não foi necessário um entrevistador para
auxiliar o publico alvo do questionário, ou seja, ele foi auto-explicativo e com
características de um questionário tipo sistema. Esse questionário foi aplicado por
meio on-line através de uma ferramenta que proporciona ao usuário criar
questionários que são apresentados em forma de web-site. Foi enviado através de
e-mail, publicação em redes sociais como Twitter, Orkut, MSN. Também foi entregue
presencialmente, buscando ter uma amostragem o mais aleatória possível. Para
evitar que as questões sejam tendenciosas ou que levem a dúbias interpretações foi
feito um pré-teste com um grupo de teste e os respondentes foram questionados a
respeito do que acharam do questionário, buscamos enxergar nas respostas se
houve alguma interpretação errônea ou se alguma questão foi tendenciosa, e
também se houve dificuldades em responder as questões. Ao total, foram enviados
44(quarenta e quatro) questionários, onde 30(trinta) deles foram selecionados para
tabulação e análise dos resultados.
O trabalho está apresentado da seguinte forma:
No capitulo inicial, a Introdução, está explanado o resumo do trabalho, como o
objetivo geral e os específicos e a proposta do trabalho.
No segundo capítulo, O comportamento do consumidor nas comunidades virtuais foi
apresentado características dos consumidores e seu comportamento no âmbito das
comunidades virtuais.
No terceiro capítulo, Redes Sociais, falou-se sobre o conceito das redes sociais e
como eles estão inseridas no cotidiano e também suas utilizações para fins
comerciais.
17
No quarto capítulo, Marketing Virtual, trata-se da utilização das redes sociais para
fins de Marketing, a nova pratica do marketing no âmbito da internet 2.0 e concei tos
e características desse modelo de propagando e Marketing.
No quinto capítulo, Análise da pesquisa com os consumidores virtuais, traz a análise
dos questionários aplicados aos consumidores virtuais, de diversas faixas etárias e
faixa de renda, buscando levantar a impressão dos consumidores sobre o tema
estudado e confrontar com a teoria.
E por fim a conclusão, onde estarão as considerações finais do trabalho, debatendo
com a hipótese inicial do trabalho e sugestões para debates futuros
18
2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS COMUNIDADES
VIRTUAIS
2.1 CONCEITOS DE CONSUMO
Entende-se como comportamento do consumidor, “o estudo das unidades
compradoras e dos processos de troca envolvidos na aquisição, no consumo e na
disposição de mercadorias, serviços, experiências e idéias.” (MOWEN e outros
2003, p.3).
Um fator importante a se pensar acerca do consumo é que ele se baseia na troca,
sempre parte de algo em troca. Um prestador de serviço faz seu trabalho por um
determinado preço que ele acredita ser justo para remunerá-lo pelo seu esforço. A
troca pode ocorrer não somente quando há dinheiro envolvido ou necessariamente
entre empresa e consumidor. A troca ocorre até entre vizinhos em que um empresta
um determinado item ao outro. Mesmo podendo ocorrer de diversas formas, os
fatores para se estudar a relação de consumo é basicamente o mesmo em todas as
suas formas de manifestação.
O consumo pode ser definido em três fases: fase de aquisição, fase de consumo e
fase de disposição.
A primeira é quando a unidade compradora (pois pode ser mais de uma pessoa, no
caso de empresas e outros) analisa os fatores que influenciam a escolha de um
determinado produto (MOWEN e outros, 2003). A fase de consumo é o que
19
efetivamente acontece depois de adquirido o produto, ou seja, como é efetivamente
usado o produto/serviço e as experiências obtidas com esse uso. Essa etapa é
muito aplicada em empresas de serviço, como parques, restaurantes entre outros
que a experiência é na verdade a razão da compra. (MOWEN e outros, 2003). A
fase de disposição é a terceira fase, é a etapa pós consumo, as impressões que os
consumidores têm depois de ter se cansado de usá-lo, e também o nível de
satisfação do cliente, um exemplo disto é o pós-venda característico de algumas
concessionárias de automóveis que ligam para os clientes para saber se eles estão
satisfeitos com o produto.
O esquema visual utilizado a seguir demonstra quais fatores influenciam as decisões
de compra do consumidor.
PROCESSODE DECISÃO
Estímulos
Marketing
Preço
Promoção
Produto
Qualidade
Outros
Econômicos
Tecnológicos
Políticos
Culturais
Características
pessoais
Idade, sexo, grupo étnico,educação, estilo de vida,características psicológicas,conhecimento, valores,personalidade
Características
ambientais
Sociais, culturais/da comunidade,outras (jurídicas, institucionais,regulamentações governamentais)
Decisões dos compradores
Comprar ou não comprar
O que comprar
Onde (loja)
Quando
Quanto gastar
Compras regulares
Sistemas sob responsabilidade das empresas vendedoras
Suporte logístico
Pagamentos,entrega
Suporte técnico
Projeto Web,agentesinteligentes
Atendimento ao cliente
Perguntas e respostasmais freqüentes(FAQs), e-mail, centraisde atendimento um-a-um
Fonte: TURBAN, E.;KING, D. 2004
Figura 1: Processo de Decisão de Compra
Segundo Turban, A figura 1 pode ser explicada da seguinte forma:
20
[...]quando os consumidores analisam a necessidade da compra, dois tipos
de fatores influenciam o processo da decisão de comprar(centro): as características individuais(no topo, à esquerda) e os fatores ambientais(no topo, a direita). Diversos outros fatores influenciam a decisão dos
compradores no comércio eletrônico. Controlados pelo vendedor e/ou pelo intermediário, esses fatores abrangem desde a tecnologia até o serviço ao cliente. O modelo demonstra que a compra no espaço cibernético é um
processo complexo. Fica claro que os vendedores têm muito a aprender a respeito dos consumidores, pois o vendedor controla todos os fatores mostrados na parte inferior da figura, como tem igualmente capacidade de
influir sobre alguns dos fatores de estímulo (por exemplo,por meio da publicidade)(TURBAN, 2004, p 172)
Ainda observando a figura 1 pode-se notar que, desde características pessoais, até
influencias externas, como, marketing e sistemas das empresas tem sua relevância
para o processo decisório, por esse motivo cabe ao administrador entender como
utilizar essas ferramentas de modo a conseguir os melhores resultados, para tanto
se deve procurar saber o que anseia o seu consumidor e temos nas redes sociais
uma ferramenta muito importante, pois nesse ambiente existe uma liberdade que
permite ao consumidor, muito mais confortável para falar abertamente sobre os
fatores positivos e negativos das empresas em questão.
Como mostrado na figura 1, o processo de compra também leva em consideração o
ambiente em que o consumidor está inserido. Nesse ambiente estão inseridos os
grupos de referencia, que fazem o papel de parâmetro para a imagem ideal que os
consumidores querem passar, dessa forma influem no consumo criando um valor de
inclusão social através do consumo, na medida em que nos sentimos parte da
sociedade quando utilizamos os produtos ou símbolos do grupo de referência.
2.2 GRUPOS DE REFERÊNCIA
O ser humano é um ser social, nós pertencemos a grupos e tentamos a todo o
momento conseguir a aceitação dos outros, buscamos sinais de como agir seguindo
a referência do outro. Na verdade, nosso desejo de adequarmos ou nos
identificarmos com os indivíduos ou grupos desejáveis é a motivação primeira para
muitas de nossas compras e atividades. Com certa freqüência, fazemos de tudo
para agradar as pessoas de um determinado grupo cuja aceitação nos interessa.
21
Esses grupos que buscamos a aceitação podem ser definidos como Grupos de
Referência, e segundo Ribeiro, são definidos como: “um indivíduo ou grupo reais ou
imaginários, concebidos como tendo relevância significativa sobre as avaliações,
aspirações ou comportamento de um indivíduo” (2002, p. 257).
O autor cita ainda que as influências podem ser definidas como informativas,
utilitárias e expressivas de valor. Basicamente, a influência informativa pode ser
definida como sendo aquela que é gerada através da busca por informações sobre
determinado produto com alguém que o indivíduo considere confiável, por exemplo,
perguntar a amigos vizinhos que tenham informações sobre a marca, ou para
especialistas no assunto entre outros. A informação utilitária pode ser exemplificada
como as compras que são influenciadas, pois é um produto do gosto de todos que
fazem parte do grupo de referência, por exemplo, quando se compra uma
determinada roupa porque todos os seus amigos a usam. Já a influência expressiva
de valor é quando o individuo acredita que vai adquirir determinado valor com aquele
produto, seja por promoção da imagem ou por aquisição de uma certa característica
que mostra quem a pessoa gostaria de ser.
2.2.1 Tipos de Grupos de Referência
Segundo Ribeiro(2002, p 257), apesar da palavra grupo trazer a concepção de que
são duas ou mais pessoas, a terminologia grupo de referência é utilizada por
convenção para definir “qualquer” influência externa que fornece sugestões sociais.
Por exemplo, um ator de cinema ou novela causa influência na decisão dos seus
fãs.
As influências também podem ser divididas como normativa ou comparativa. A
influência normativa é aquela que afeta diretamente sobre decisões mais
importantes como escolha de universidade a cursar, geralmente são pessoas mais
próximas, com que o indivíduo tem uma convivência diária. A influência comparativa
é exercida geralmente por grupos que não tem a mesma proximidade como grupos
de xadrez e tem influencias sobre decisões menos importantes como atividades
exercidas ou marcas a escolher.
22
Os grupos podem ser formais ou informais, os grupos formais são aqueles que estão
melhor organizados, onde existe uma estrutura reconhecida, encontros regulares,
alvará de funcionamento e diretores. Já os grupos informais podem ser grupos de
amigos, estudantes que moram junto, família. É muito mais simples para os
profissionais de Marketing influenciar os grupos formais pois eles são mais fáceis de
identificar, todavia os pequenos grupos informais são muito mais influenciadores
pois geralmente estão presentes no cotidiano do consumidor e exercem influência
normativa.
Segundo Ribeiro( 2002, p. 259), os grupos podem ser de referência positiva ou
negativa:
Na maioria dos casos, os consumidores moldam seu comportamento de modo que este seja coerente com o que pensam que o grupo espera deles. Em alguns casos, no entanto, os consumidores poderão tentar se distancia
de outras pessoas ou grupos que funcionam como grupos de evitação. Os consumidores podem avaliar cuidadosamente o modo de vestir e os maneirismos de um grupo que não apreciam( por exemplo, “sem graça”,
“drogados” ou “arrumadinhos”) e de forma escrupulosa evitam comprar qualquer coisa que possa identificá-los com aquele grupo.
O que podemos tirar desse trecho é que os grupos de referência são como os
indivíduos tendem a se mostrar para o mundo, tenta-se criar uma imagem de quem
é através do consumo e da adequação com certa referência que gostamos e
distanciamento daquilo que não gostamos. Dessa forma, é imprescindível para o
profissional de marketing saber como falar com o grupo, pois assim vai atingir um
grande numero de pessoas.
2.3 COMUNIDADES VIRTUAIS COMO GRUPOS DE REFERÊNCIA
Com o avanço da Web 2.0 os grupos de referência passaram a existir até quando
não existe a proximidade geográfica, surgiram às comunidades virtuais de consumo,
que, segundo Ribeiro, é:
[...]um grupo de pessoas cujas interações on-line estão baseadas no entusiasmo e conhecimento compartilhados de uma determinada atividade de consumo. Esses grupos anônimos crescem em torno de um conjunto de
interesses incrivelmente diversos, incluindo tudo, desde bonecas Barbie até vinhos finos.(2002, p 260)
23
Quanto a forma, a autora entende que as comunidades virtuais de consumo podem
ser classificadas como: Ambientes de vários usuários(MUD), Salas, rings e Listas e
os boards.
Ambientes de vários usuários(MUD) refere-se a ambientes gerados por computador,
onde cada usuário representa seu papel em um jogo e milhares de pessoas se
relacionam criando vínculos, pela quantidade de usuários e o tempo gasto nos
jogos(em média 17 horas por semana) empresas como a Sony, Microsoft e Sega
buscam se inserir nesse ambiente para conseguir uma fatia dessa ação.
A Salas, rings e Listas, que consistem em salas de bate papo, relação de home
pages relacionadas e listas de correspondência que compartilham informações. Por
fim os boards que são comunidades on-line organizadas em torno de informativos
eletrônicos de interesse específico onde os membros mais ativos lêem e enviam
mensagens classificas por data e assunto, eles existem-nos mais variados temas
como: grupos musicais, historias em quadrinhos, carros, filmes entre outros.
Ribeiro(2002, p. 261) também cita como os usuários são atraídos para as
comunidades de consumo, ela expõe que os usuários progridem gradativamente até
se tornarem participativos, inicialmente somente observando e com um tempo
podem passar a ser membros participativos da mesma.
Dois são os fatores que influenciam a participação de um usuário em uma
comunidade, são eles: 1)a importância da atividade para o autoconceito da pessoa e
2)a intensidade de relações sociais que a pessoa forma com outros membros da
comunidade virtual. Partindo desses fatores o autora afirma que podemos criar
quatro tipos de usuários: o turista, sociáveis, dedicados e envolvidos. Os turistas são
aqueles que não têm ligações fortes com o grupo e mantêm um interesse temporário
na atividade. Os sociáveis, que mantêm fortes relações, mas não estão muito
interessados na atividade central de consumo. Os dedicados expressam forte
interesse na atividade, mas tem poucas ligações sociais com o grupo. Os envolvidos
que demonstram tanto ligações sociais fortes e forte interesse na atividade.
24
Neste contexto de interatividade social, temos as figuras dos prosumers, que são
consumidores engajados nas comunidades virtuais, mas que, além disso, são
criadores de valor, interagindo e influenciando a decisão de todo o grupo, eles
possuem a característica de líderes de opinião e de gerar valor, geralmente são
caracterizados como os donos de blogs, comunidades do Orkut, sites, pois utilizando
esses veículos conseguem gerar valor no ambiente intermediado por computadores.
2.4 OS PROSUMERS: OS NOVOS CONSUMIDORES INTERATIVOS
Nos grupos sociais sempre existem indivíduos que são definidos como lideres de
opinião enquanto os outros são os seguidores, esses líderes são geralmente
escolhas espontâneas do grupo e eles conseguem exercer uma influência forte e
dissimilar uma determinada tendência no grupo. Por existir essa característica de
espontaneidade não existe uma pessoa que sempre será líder de opinião, cada um
pode atuar como líder ou seguidor em situações diferentes, entretanto existem
algumas características de personalidade que fazem com que determinada pessoa
seja propensa a se tornar líder constantemente.
É possível se identificar um líder de opinião num pequeno grupo através de
perguntas diretas a alguém que seja detentor de informações do grupo e pergunta-
se diretamente sobre as relações de liderança do grupo e com as respostas é
possível identificar o líder do grupo. Já com grupos maiores esse método é falho,
então é preciso fazer uma pesquisa com questionários com perguntas do tipo
“Quando se trata de comprar um novo produto, muitas pessoas de seu
relacionamento o procuram para pedir sua opinião?” (KARSAKLIAN, 2008, p. 112).
Então, com base nas respostas podem se tirar conclusões, apesar de algumas
vezes este método gerar distorções ele é o mais utilizado, pois é o mais pratico
modo de identificar os líderes de opinião.
O desenvolvimento dos meios de comunicação cria novas forma de ação e
de interação e novos tipos de relacionamentos sociais. E assim, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, a interação se dissocia do ambiente físico, de tal maneira que indivíduos podem interagir uns com
25
outros ainda que não partilhem do mesmo ambiente espaço-
temporal(THOMPSON, 2002 Apud ABREU; BALDANZA. 2007, p 1)
Com o advento da era da comunicação e da informação veio também a ser difundida
uma nova modalidade de consumidor, os prosumers.
Prosumers são consumidores engajados no processo de co-produção de produtos, significados e identidades. São consumidores proativos e dinâmicos em compartilhar seus pontos de vista. Eles estão na vanguarda
em relação à adoção de tecnologias, mas sabem identificar valor nos produtos escolhidos. Distinguem-se dos early adopters pelas suas atitudes interventoras relativas a marcas, informação e meios de comunicação
(TROYE; XIE; 2007; XIE; BAGOZZI; TROYE, 2008 apud FONSECA e Outros, 2008, p. 4).
A definição de prosumers é próxima a de líder de opinião podendo-se falar que eles
seriam os lideres de opinião nascidos no meio virtual. E tendo como meio de
atuação um grupo de referencia que não enfrenta barreiras geográficas, por meio da
internet o mundo todo está conectado através de comunidades virtuais.
COX fala que prosumer é um termo em inglês que deriva da união das palavras
“Producer” e “Consumer”, que seria traduzido literalmente para produtor consumidor.
No ambiente on-line essa produção é referenciada como o consumo de informações
e a produção de conteúdo. Podemos citar o exemplo da Wikipedia2, a enciclopédia
eletrônica é um dos exemplos, lá os usuários podem colocar informações relevantes
sobre diversos assuntos desde que esteja devidamente referenciado para que
ganhe confiabilidade criando uma enciclopédia gigantesca com conteúdo criado
somente pelos usuários. Esse conceito de Prosumers também pode ser levado para
o âmbito dos negócios através dos consumidores que utilizam os canais de
comunicação da empresa para que dêem sugestões e influenciem no processo
produtivo. Segundo a Wikipédia, existem também os produtos prosumer que são
caracterizados como:
Produtos que apesar de serem vendidos para o consumidor final, são
destinados a usuários avançados. Trata-se, portanto, de um segmento de clientes com foco em produtos de tecnologia de ponta cujos recursos são mais extensos que os disponibilizados ao restante do mercado de massa.
(WIKIPEDIA.ORG).
2 www.wikipedia.org
26
Esse trecho evidencia a diferenciação existente entre os consumidores engajados e
o publico geral, mostrando uma já existência de uma preocupação do mercado em
atender as necessidades desse publico.
De acordo com Fonseca:
A compreensão de que os consumidores estão ativamente envolvidos na criação de valor e benefícios para seu próprio consumo está alinhada com a visão pós-modernista de que o consumidor é um participante da
personalização de seu próprio mundo, agindo e determinando os significados e as funções dos objetos, baseado no seu sistema simbólico (FIRAT, DHOLAKIA e VENKATESH, 1995 Apud 2008, p. 8).
Pode-se ainda falar sobre o consumidor estar passando a evidenciar que não
somente aceita o que se é vendido e sim busca um dialogo a respeito do que é
produzido pelas empresas, tornando-se assim efetivamente um co-produtor dos
produtos e serviços.
2.4.1 Características dos Prosumers
Segundo Fonseca (2008, p 9-10), os prosumers podem ser reconhecidos através
das seguintes características: criam seu próprio estilo de vida, não se deixam
prender por estereótipos, fazem escolhas inteligentes, abraçam a mudança e a
inovação, vivem aqui e agora, estão conectados e interagem Prosumers se
valorizam, escolhem o design, preocupam-se com a saúde, valorizam o que
funciona, são árbitros das marcas e querem saber como fazer.
Dentre essas características citadas serão ressaltados algumas para ajudar a
delimitar o perfil dos prosumers:
a) Criam seu próprio estilo de vida: “gostam de se sentir no controle da suas
vidas e são proativos.Procuram dicas e palpites de todas as fontes e montam
seus estilos de vida em função de suas necessidades” (FONSECA, 2008 p.
9).
b) Fazem escolhas inteligentes: Eles buscam através de rede de contatos saber
quais são os produtos que terão melhor custo e beneficio, por esse motivo
27
costumam errar menos nas escolhas, pois fazem as mesmas com uma
bagagem de informação.
c) Abraçam a mudança e a inovação: “São os primeiros em adotar as novas
tecnologias, mas não as aceitam de forma incondicional; eles querem ser os
primeiros a aderir às novidades que acrescentam valor” (EURO
RSCGWORLDWIDE, 2004; LANGER, 2007 Apud FONSECA, 2008 p. 9 ).
d) Estão conectados e Interagem: Segundo Fonseca, “São capazes de acessar
a informação sem limitações de espaço e de tempo. Possuem a capacidade
de enviar sugestões, reclamações e trocar informações e opiniões. Possuem
enorme capacidade de influenciar quem os rodeia” (2008, p. 8).
e) São Árbitros de Marcas: São consumidores que não se prendem a marca e
sim a qualidade, do produto. Valorizam mais um determinado produto ou
serviço pelo seu valor e alertam os outros disso.
f) Querem saber como fazer: “procuram saber como fazer as coisas em lugar de
confiar em outros para fazer isso. São afiados em aprender, afiados em
compartilhar seu conhecimento com os outros” (XIE, BAGOZZI e TROYE,
2008 Apud FONSECA, 2008 p. 10).
Depois caracterizarmos os prosumers, falaremos no próximo capitulo sobre redes
sociais. Um conceito antigo, mas, que ganhou uma nova roupagem com a revolução
da internet. Os prosumers e as redes sociais possuem uma relação muito próxima,
muitos deles utilizam a rede para expor opiniões acerca de produtos e pra gerar
conteúdo, assim podemos dizer que a popularização da internet pode ser
considerada um dos fatores para criar um ambiente propicio para que os novos
consumidores apareçam.
28
3 REDES SOCIAIS
Delimitado alguns fatores sobre o estudo do consumo é importante se falar como
este acontece no âmbito social. A contemporaneidade é marcada pela
caracterização do consumo como meio de afirmação social e também de
demonstração de cidadania. Os grupos sociais são um modo de definição de
personalidade, estar inserido em determinado grupo lhe confere personalidade e até
status. Para se caracterizar o assunto é fundamental se definir conceitos, entende-
se por interação social:
Entende-se por interação social o processo que se dá entre dois ou mais indivíduos, em que a ação de um deles é, ao mesmo tempo, resposta a
outro indivíduo e estímulo para as ações deste. Na realidade, as ações de um são, simultaneamente, um resultado e uma causa das ações do outro. Assim, motivações, percepções e atitudes do consumidor constituem um
ponto de partida lógico, mas insuficiente para explicar seu comportamento. Lógico, porque as decisões de compra são sempre fatos ligados a indivíduos. Insuficiente, porque elas explicam, antes de tudo, as
preferências e intenções, mas não necessariamente o comportamento que seguirá (KARSAKLIAN, 2008, p. 99).
O parágrafo citado tenta explicar como o processo de compra é muitas vezes
motivado pela interação social, o indivíduo ao comprar algo tenta além de
simplesmente desfrutar do produto afirmar-se socialmente.
Para os psicossociólogos, tal reunião de pessoas deve ainda compartilhar um objetivo. O conjunto de passageiros de um vôo não constitui em si próprio um grupo. Ele torna-se um grupo quando algum acontecimento
(seqüestro, acidente ou atraso) se produz e desencadeia uma toma de consciência coletiva. (KARSAKLIAN, 2008, p. 100).
Partindo desse conceito entende-se que um grupo de referência não é somente um
aglomerado de pessoas e sim uma sociedade com significância, ou seja é
29
necessário que haja um entendimento da existência do grupo para que o mesmo
passe a existir.
“Entende-se por grupo de referência toda a agregação de interação pessoal que influencia as atitudes e os comportamentos de um individuo. É fundamental saber que o grupo de influencia a concepção que o individuo
tem de si mesmo, constituindo-se em seu ponto de referência” (KARSAKLIAN, 2008, p. 101).
Esses grupos que são citados podem ser entendidos como um modo de aceitação
social. Os consumidores de certa forma cedem de maneira mais fácil a uma
determinada compra por ela ser aceita pelo grupo e são até incentivados a
comprarem um determinado item para ser aceito.
Um determinado grupo pode ser tão influente que leva ao sujeito negar a sua
liberdade de escolha para estar inserido no senso comum do grupo:
[...] o qual tinha demonstrado que um indivíduo, confrontado com uma
norma de grupo, pode chegar ao ponto de admitir um resultado totalmente contraditório com relação a suas próprias percepções (nesse caso, reconhecer que uma linha reta é mais longa do que outra, notoriamente
idêntica, somente porque todos os demais integrantes do grupo tinham ditado essa escolha). (ASCH, 1994 Apud KARSAKLIAN, 2008, p.106).
As comunidades virtuais são grupos de interesses que tem como objetivo reunião de
pessoas que procuram desde uma simples troca de informações até pessoas que
procuram amizades, namoros entre outros.
O desenvolvimento dos meios de comunicação cria novas formas de ação e
interação e novos tipos de relacionamentos sociais. E assim, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, a interação dissocia do ambiente físico, de tal maneira que os indivíduos podem interagir uns com
outros ainda que não partilhem do mesmo ambiente espaço-temporal.(THOMPSON, 2002 Apud ABREU; BALDANZA 2007).
3.1 ELEMENTOS DAS REDES SOCIAIS
Neste capitulo serão explicitados os elementos que compõem as redes sociais e o
papel de cada um desses elementos nas mesmas. Segundo Recuero(2009), as
redes sociais podem ser subdivididas em dois pilares, os Atores e as Conexões.
30
Os atores podem ser definidos como: “[...] pessoas envolvidas na rede que se
analisa. Como partes do sistema, os atores atuam de forma a moldar as estruturas
sociais, através da interação e da constituição de laços sociais.” (RECUERO, 2009
p.25). Assim sendo, pode-se avaliar que eles tem uma participação atuante nas
redes sociais como aqueles que representam seu papel para que o todo seja
formado.
Os atores não necessariamente precisam ser uma pessoa, eles podem ser vistos
como um elo do todo que é formado por mais de um individuo, como, por exemplo,
um blog, que é atualizado por diversas pessoas, nem por isso ele representa
diversos atores, mas sim um só ao contrario do que acontece com um perfil do
Orkut, em que cada um tem o seu próprio e cada perfil é uma identidade e cumpre
seu papel.
Os Atores no ciberespaço podem ser caracterizados como indivíduos que interagem
por meio de seus fotologs, weblogs e páginas pessoais, como também através de
seus nicknames. A utilização de links também pode ser considerada como uma
forma de criação de laços e de identificação que os atores utilizam para estabelecer
relações nos meios virtuais ( Marlon, 2004 apud Recuero, 2009, p. 28).
Os atores são compostos de uma serie de fatores que são usados para formar seu
“eu” digital como cita Recuero:
[...]sustenta que a percepção do Outro é essencial para interação humana. Ela mostra que, no ciberespaço, pela ausência de informações que geralmente permeiam a comunicação face a face, as pessoas são julgadas
e percebidas por suas palavras. Essas palavras, constituídas como expressões de alguém, legitimadas pelos grupos sociais, constroem percepções que os indivíduos têm dos atores sociais. É preciso, assim,
colocar rostos, informações que gerem individualidade e empatia, na informação geralmente anônima do ciberespaço. (DONATH, 1999 Apud RECUERO, 2009. p. 27).
Essa ausência de informações faz com que a interação social seja feita através até
de pequenos elementos, como amizades em comum, gostos em comum, opiniões
parecidas acerca de determinado assunto. A criação desses vínculos pode ser de
certa forma benéfica para a formação de opinião sobre determinado produto ou
serviço.
31
As conexões podem ser caracterizadas como o principal foco do estudo das redes
sociais. São definidas, segundo Recuero(2009) como sendo “[...]constituídas de
laços sociais, que , por sua vez, são formados através da interação social entre os
atores”. Sendo assim, elas podem ser vistas como a própria interação dos mesmos e
no ciberespaço tem a peculiar característica de permanecerem constantes até que
sejam alteradas. Por exemplo, uma postagem no Orkut permanecerá lá até que
alguém a apague, criando assim um processo de interação que não é limitado nem
pelo espaço, pois qualquer pessoa pode enxergá-la em qualquer lugar do mundo e
nem pelo tempo, pois estará lá mesmo após anos.
Para que se possa falar do como se dá as conexões, é preciso falar sobre interação
social. Para Recuero, “a interação é, portanto, aquela ação que tem um reflexo
comunicativo entre o indivíduo e seus pares, como reflexo social”(2009, p 31.).
Portanto, estudar interação seria entender como se dá a comunicação entre os
atores. Agora, procuramos entender como acontece a interação social na internet.
Para se pensar nisso primeiramente é preciso compreender que nesse tipo de
comunicação não há um conhecimento imediato dos atores, nem existem pistas não
verbais e interpretação do contexto da interação. Posteriormente, é preciso saber
das possibilidades das ferramentas utilizadas pelos atores. Pois há uma gama de
ferramentas e a possibilidade que a interação permaneça mesmo após o ator ter se
desconectado. Quanto a isso, podemos definir a comunicação como síncrona e
assíncrona, a primeira sendo aquela em que os autores estão conectados e
esperam uma resposta quase que imediata; já a segunda, como sendo aquela que
não necessariamente a resposta virá no mesmo momento, podendo em alguns
casos isso acontecer, mas não sendo algo comum. Segundo Recuero, existem
basicamente duas formas de interação mediada por computador, a interação reativa
e a interação mútua. Assim:
(...)interação mútua é aquela caracterizada por relações interdependentes e processos de negociação, em que cada interagente participa da construção
e inventiva a coopera da relação, afetando-se mutuamente; já a interação reativa é limitada por relações determinística de estímulo e resposta.( PRIMO, 2003. P. 62 Apud RECUERO,2009. p. 32)
Exemplificando melhor o que foi falado, pode-se dizer que a interação reativa seria
como um link, que leva o ator somente a um lugar, e onde não há uma escolha de
32
se onde deseja ir e sim somente seguir o caminho que aquele link te levar; já a
interação mútua seria mais como um blog, em que é possível se realizar um dialogo
com os integrantes da interação.
Outro conceito importante para que se possa compreender as relações existentes
nas redes sociais é o de capital social. Não existe um consenso entre os autores da
definição de capital social, mas o que há em comum é que se refere ao valor criado
a partir das interações sociais entre os atores. Entre os conceitos sobre o capital
social, encontra-se o de Coleman:
O capital Social é definido por sua função. Não é uma entidade única, mas
uma variedade de entidades, com dois elementos em comum: consistem em um aspecto das estruturas sociais, e facilitam certas ações dos atores – tanto corporações quando pessoas- dentro da estrutura. Como outras
formas de capital, o capital social é produtivo, fazendo com que seja possível atingir certos fins que, em sem ele, não seriam possíveis de ser atingidos(1988. P. 59 Apud RECUERO, 2009. p.47)
Dessa forma, o capital social não habita nos atores e sim nas relações produzidas
por eles, sendo que cada autor possuí o domínio sobre certos recursos e almeja
outros e essa relação de troca é que forma as bases para a existência do capital
social.
Coloca-se em discussão também a definição de Putman sobre capital social:”refere-
se à conexão entre indivíduos – redes sociais e normas de reciprocidade e confiança
que emergem dela”(2000, p 19 apud Recuero, 2009, p 45). Para Putman o capital
social está ligado a: virtude cívica, moralidade e fortalecimento dos mesmos através
de relações recíprocas. Além disso, ele envolve a este conceito, três elementos
centrais para o mesmo: a obrigação moral e as normas, a confiança e as redes
sociais (Siisiäinem, 2000 apud Recuero, 2009, p. 45). Putman(2000) entende que a
confiança vem da crença da reciprocidade, do consenso, do senso cívico que
decorrem de escolhas no nível interpessoais e interações que acabam por gerar
confiança e dessa forma criam a base para as sociedades “saudáveis”. Já as redes
sociais, em especial, as de associação voluntária, seriam a base para criação de
confiança e da reciprocidade e acabariam por estimular a cooperação e emergência
de valores sociais.
33
Outro conceito bastante conhecido é o de Bourdieu(1983);
O capital social é o agregado dos recursos atuais e potenciais, os quais estão conectados com a posse de uma rede durável, de relações de conhecimento e reconhecimento mais ou menos institucionalizadas, ou em
outras palavras, à associação a um grupo – o qual provê cada um dos membros com o suporte do capital coletivo (...) (p. 248-249 Apud Recuero, 2009 p. 46).
Para o autor o capital social está mais ligado a consciência de grupo, tendo
influencias marxista no seu conceito. Bourdieu acredita que o capital social deriva do
reconhecimento de um igual no outro, e portanto, criação de capital simbólico
relacionado à rede social em que o individuo está inserido. Ele ainda cita que
existem três meios de capital: o econômico, o cultural e o social e, permeando os
três existe o capital simbólico, que é capaz de dar legitimidade a cada um dos
três(Bourdieu, 1983 apud Recuero, 2009, p. 47).
Apesar dos três autores serem utilizados em trabalhos que lidam com a perspectiva
de redes sociais existe certa dificuldade em operacionalizar os mesmos, pois cada
um tem pontos que se tornam conflitantes quando se tenta aplicá-los, por exemplo:
Putman é bastante positivista, não levando em consideração a não cooperação e o
não conflito, e também não considera a marginalização quando valoriza o
engajamento cívico. Já Bourdieu, foca exacerbadamente na perspectiva da luta de
classes, e é criticado por ter um caráter individualista, a partir do momento que foca-
se na capacidade de um indivíduo em contribuir e utilizar os recursos coletivos para
seus próprios fins. (Recuero, 2009 p 49). Além disso, o conceito de Coleman é o
mais “neutro”, ou seja, focado apenas na sua constituição na estrutura
social(Recuero, 2009, p 49).
A diferença mais percebida entra os três autores é que para Putman o capital social
está nas pessoas e grupos, já para Bourdieu e Coleman ela habita nas relações
existentes entre elas.
A partir da discussão sobre o conceito, consideraremos o capital social
como um conjunto de recursos de um determinado grupo(recursos variados e dependentes de sua função, como afirma Coleman) que pode ser usufruído por todos os membros do grupo, ainda que individualmente, e que
está baseado na reciprocidade(de acordo com Putman). Ele está embutido nas relações sociais( como explica Bourdieu) e é determinado pelo
34
conteúdo delas(Gyarmati & Kyte, 2004; Bertolini & Bravo, 2001 Apud
Recuero, 2009, p 50).
Dessa forma, o capital social pode ser visto como um conglomerado de elementos
que são criados a partir das relações dos atores sociais e que são criados por elas e
por suas conexões.
3.2 COMUNIDADES VIRTUAIS
Uma das características mais significativas da comunicação por meio de
computadores foi a transformação da noção de localidade geográfica.
Com o advento da comunicação, as barreiras que limitavam as pessoas ao espaço
no qual elas estavam inseridas foram transpostas sobre maneira. Sócio e
economicamente o ser humano se desenvolveu, expandindo horizontes, e com isso
adquirindo uma gama de conhecimentos e experiências.
Para a maioria dos seres humanos, através da história, a filiação a uma comunidade não é o resultado de uma escolha deliberada, mas uma questão de história e tradição. A maioria das comunidades, através dos
tempos, pode ser descrita como ‘comunidades compulsórias’.A comunidade podia rejeitar um membro muito mais facilmente que ele podia rejeitar a comunidade,(GOLDSMITH, 1998 Apud ABREU; BALDANZA 2007, p. 114).
A revolução da comunicação mudou o modo como a interação com a comunidade
acontece, a comunidade local não é mais a única opção de interação social, hoje se
tem a oportunidade de manter vínculos através da internet com pessoas do mundo
todo, criando assim liberdade para escolhas deliberadas sobre qual comunidade
quer estar inserido e também qual é dispensável. O surgimento da comunidade
virtual pode ser definido:
[...] “como um agregado social que surge na Internet, quando um conjunto te
pessoas leva adiante discussões públicas longas o suficiente, e com suficiente, emoção para estabelecerem redes de relacionamento no ciberespaço (RHEINGOLD, 1996Apud ABREU; BALDANZA 2007, p.18).
Hoje existem comunidades que tem o simples propósito de reunir pessoas pra um
bate-papo ou até começar um relacionamento, a cada dia o “real” e o “virtual” estão
se fundindo, dessa forma a confiança que se tem nas comunidades virtuais vem
35
crescendo e conseguintemente se enraizando, e criando influências. Com as
comunidades se tem a “possibilidade de prover os consumidores entre si e, assim,
satisfazer às suas múltiplas necessidades sociais e comerciais.” (ABREU;
BALDANZA 2007, p. 5).
Quanto aos tipos ainda podemos falar que as comunidades virtuais podem ser caracterizadas de acordo com o interesse como: Transações, Propósito ou interesse, relações ou prática e fantasia. As comunidades de transações
podem ser definidas como facilitadoras do processo de compra e venda. Combinam portal de informações com infra-estrutura para comércio, os usuários são compradores, vendedores e intermediários e eles focam numa
área comercial específica. As comunidades de propósito ou interesse são aquelas que os usuários tem interesse comum, mas não são usadas para fins comerciais e sim somente a troca de informações sobre o assunto de
interesse. As comunidades de Relações ou pratica são destinadas a pessoas com experiências de vida em comum, como o site Hongkong.com, que é destinada a comunidade da língua chinesa que vive nos EUA,
comunidades acadêmicas de estudantes e profissionais também se enquadram nesse grupo. E as comunidades de fantasia são aquelas destinadas a compartilhar ambientes imaginários como por exemplo times
de futebol fictícios que se reúnem em ESPN.com.(TURBAN, E.;KING, 2004 p. 391)
Existem três lugares que são importantes na vida de um indivíduo: o lar, o trabalho e
o lugar das relações sociais, que pode ser exemplificado por bares, parques, entre
outros espaços de lazer (OLDENBURG, 1989 Apud RECUERO, 2009, p. 136). Na
contemporaneidade, com a falta de tempo, declínio desses lugares e o medo, a
interação social das pessoas foi se comprometendo. Entretanto, a inserção das
ferramentas de comunicação mediadas pela internet pode ser vista como um esforço
de recriação de tais lugares. Este conceito seria justamente o incentivo para a
existência de comunidades virtuais, estas seriam uma nova forma que as pessoas
buscam para se conectar novamente, num cenário em que a sociedade tenta se
isolar cada vez mais, criando assim ambientes comunitários online.
Segundo Rheinglod(1995, p. 20 Apud RECUERO. 2009, p. 137), as comunidades
virtuais seriam uma certa quantidade de pessoas que se reuniam para discutir
acerca de determinados assuntos por uma certa quantidade de tempo, gerando
sentimentos humanos e formando relações pessoais no ambiente do ciberespaço.
Levando em consideração isto, os elementos formadores das comunidades virtuais
seriam os encontros e reencontros de pessoas, o tempo, os sentimentos e as
discussões que ocorrem.
36
Focarei minha pesquisa principalmente no Orkut e Twitter, pois o Orkut é a rede
social com maior participação do público brasileiro, e o Twitter a rede social que se
destaca por trazer uma gama de oportunidades de negócios ainda inexplorada.
3.2.1 Orkut
Segundo Recuero, o Orkut3 é um site de rede social propriamente dito que alcançou
grande popularidade entre os internautas brasileiros. Foi criado por Orkut
Buyullokten, nas horas vagas, enquanto o mesmo era aluno da Universidade de
Stanford e Funcionário do Google, a partir de uma versão embrionária, chamada
Club Nexus, desenvolvido em 2001(Hampell, 2004 apud RECUERO, 2009. P.166).
Inicialmente era um sistema que só se podia entrar através de convites feitos por
quem já possuía o sistema, criando assim uma valorização da entrada de atores e
inclusive criando um mercado informal de convites que eram vendidos via E-bay. O
sistema rapidamente tornou-se popular no Brasil, que começa a crescer em meados
de fevereiro de 2004 e acaba atingindo a maioria do sistema em junho do mesmo
ano. Do mesmo modo, popularizou-se bastante na Índia a partir de 2006, quando a
ferramenta de idiomas foi criada separando os falantes de cada língua. Embora tal
fato não possa ser percebido como único fator desencadeante do crescimento na
Índia, ele é importante por permitir a entrada de falantes de outras línguas, fato que
a “invasão brasileira” (RECUERO, 2009 p. 167 Apud Fragoso,2006) prejudicou.
O Orkut funciona basicamente através de perfis e comunidades, Os perfis são
criados pelas pessoas ao se cadastrar, que indicam também quem são seus
amigos(onde aparece a rede social conectada ao ator). As comunidades são criadas
pelos indivíduos e podem agregar grupos, funcionando como fóruns, com
tópicos(nova pasta de assunto) e mensagens(que ficam dentro da pasta do
assunto).
Atualmente, o cadastro de novos atores é feito de maneira livre, não mais sendo
necessário o convite por outro usuário que já esteja no sistema. O Orkut também
inovou a partir de 2007, quando abriu parte de sua plataforma para a construção de
3 http://www.orkut.com
37
ferramentas para o uso das redes sociais(de forma semelhante ao que já tinha sido
feito pelo Facebook). Essa abertura através do sistema Open Social permitiu que
novos aplicativos fossem criados, revitalizando, de certa forma, o sistema do
Google.
Falando em números, Floresta, em uma noticia para o site
osnumerosdainternet.com, em maio de 2009 cita que: “dos 25,5 milhões de usuários
residenciais da internet 70% utilizam o Orkut mensalmente e cita ainda que 76% dos
usuários acessam o serviço a cada dois dias, mostrando uma fidelização ao
sistema”(FLORESTA,2009). Ainda quanto a participação o ORKUT divulga que
50,60% dos usuários cadastrados são brasileiros e 53,48% dos usuários possuem a
faixa etária de 18 à 25 anos, seguido de 14,99% que possuem de 26-30 anos(figura
do anexo A).
3.2.2 Twitter
Segundo a Wikipedia, Twitter (pronuncia-se "tuíter") é uma rede social e servidor
para microbloging que permite aos usuários que enviem e recebam atualizações
pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como
"tweets"), através do website do serviço, por SMS e por softwares específicos de
gerenciamento.
As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também
enviadas a outros usuários seguidores que tenham assinado para recebê-las. As
atualizações de um perfil ocorrem através por meio de site do Twitter, por RSS, por
SMS ou programa especializado para gerenciamento. O serviço é gratuito pela
internet, entretanto, usando o recurso de SMS pode ocorrer à cobrança pela
operadora telefônica.
Desde sua criação em 2006 por Jack Dorsey, o Twitter ganhou extensa notabilidade
e popularidade por todo mundo. Algumas vezes é descrito como o "SMS da
Internet".
38
O Twitter vem ganhando cada vez mais importância no mundo dos negócios, as
empresas estão criando perfis para estarem interadas dessa rede social. Os usos
dessa ferramenta são diversos, dentre eles podemos citar: divulgação da Marca
através de promoções, serviços de ouvidoria, analise da força da marca. Renata
Leal(2009, p. 58) cita um caso do estudante Marcos Paulo Pagano de 15 anos que
postou no Twitter a sua insatisfação com os problemas freqüentes da Virtua, a
banda larga que usa em sua casa. Em cinco dias um funcionário da empresa entrou
em contato com ele para solucionar o problema e isto o surpreendeu. Depois do
ocorrido, Pagano postou uma nova mensagens satisfeito com a iniciativa da NET.
Leal ainda cita empresas como a construtora Tecnisa, que comemorou
recentemente uma venda de um apartamento de 500 mil reais pelo Twitter. Ainda
cita que a empresa já tem 27% das vendas iniciadas pela internet em 2008 e em
2009 até maio já está em 31% essa marca. Segundo Romeo Buserello, diretor de
Marketing da empresa: “há um ganho de imagem ao estar no Twitter. As pessoas
comentam. Isso ajuda a construir nossa reputação e a fechar negócios.”
Em uma pesquisa da empresa Bullet aponta que:
[...]o brasileiro padrão do Twitter é homem, tem entre 21 e 30 anos, é solteiro e mora no Sudeste(principalmente em São Paulo e no Rio de
Janeiro). Ele está na universidade ou já terminou o ensino superior. Cerca de 16% concluíram ou estão cursando uma pós-graduação. Além de estudantes muitos estão ligados à tecnologia ou à mídia e passam
aproximadamente 50 horas por semana conectada à internet. A pesquisa também apontou que quase 54% dos twitteiros gostam de ações publicitárias na ferramenta, desde que elas tenham relevância. Metade do
total nunca participou de nenhuma ação, mas tem interesse. Um terço já participou e 70% seguem ou já seguiram perfis corporativos, de eventos ou campanhas. ( LEAL, 2009, p 61)
Esses dados apontam um perfil do consumidor e um terreno fértil para as
organizações adentrarem e utilizarem essa ferramenta como mais um modo de
relacionamento com o cliente.
A utilização da ferramenta para monitoramento, as empresas podem ainda utilizar a
ferramenta para saber o que anda sendo falado sobre ela, ter feedbacks sinceros
sobre sua atuação e ainda, como no exemplo citado da NET, tentar desconstruir
uma visão negativa sobre a mesma.
39
3.3 REDES SOCIAIS NOS NEGÓCIOS
Segundo Teixeira Filho (2002), atualmente é bastante falho os métodos de
comunicação com o consumidor, que são usados há algum tempo, como mala
direta, que são generalistas e estão fadados a irem para as lixeiras dos
consumidores tanto em papel quanto na Web. O ato de responder um questionário
para uma empresa, que antes era visto como privilégio ser escolhido para fazer,
hoje, com a velocidade que tudo acontece é tido como enfadonho e perda de tempo.
Para o autor, os consumidores atuais querem benefícios, como brindes e descontos
para responder questionários ou dar informações desse tipo para as empresas,
Teixeira Filho cita ainda que empresas que promovem o sentido de pertencimento a
uma comunidade é uma das respostas às novas necessidades dos consumidores.
O autor ainda fala sobre a criação de canais de acesso públicos a internet, como os
pontos existentes no aeroporto de Salvador, em que se pode utilizar a internet
gratuitamente enquanto se aguarda o vôo. A importância disto não consiste na
comodidade que se cria para o consumidor, e sim na oportunidade de criação de
uma interação entre a empresa e ele.
A abertura de canais de comunicação com o consumidor é um fator preponderante e
é uma vantagem competitiva que se tem. Essa abertura para que o consumidor
participe pode ser a chave para que ele diga o que deseja e crie laços de fidelização
com a empresa. Na empresas de comércio eletrônico isto já é uma realidade: Na
Amazon4, bem como em muitas outras empresas, o cliente cria um cadastro
eletrônico antes de efetuar uma compra e é através desse cadastro que a empresa
sabe a rotina de compra desse cliente e monta um perfil para o mesmo, gerando
assim um banco de dados que facilita no marketing e evita gastos desnecessários
com publicidade em vão.
Em uma matéria para a revista Veja Renata Betti(2009 p. 108-110) fala do novo
desafio para as grandes empresas que é estar inserida nas comunidades virtuais
4 www.amazon.com
40
para divulgar a marca na rede. Ela cita o exemplo da AmBev que criou desde julho
de 2009 uma equipe para divulgar a marca Skoll em oito redes sociais: Twitter,
Facebook, Orkut, YouTube, Flickr, Blip.fm, Dimio e Last.fm . E isto não é uma ação
isolada, muitas das grandes empresas já perceberam as vantagens de uti lizar esse
meio para falar com o consumidor. Mas não é de hoje que as empresas buscam
utilizar a internet como ferramenta, o que realmente impressiona é a dimensão que
isto está tomando. Hoje, segundo uma pesquisa da Universidade de Duke dos
Estados Unidos (Betti, 2009, p. 109), 10% do orçamento em marketing das
empresas é direcionado às redes sociais. Em cinco anos, essa fatia dobrará de
tamanho. ”Independentemente da vontade das empresas, as pessoas vão comentar
sobre elas na rede, para o bem ou para o mal. Quem quiser sair na frente terá de
entender a regra do jogo: fazer com que prevaleçam os comentários positivos”
(Pedro Resende apud BETTI, 2009 p. 109).
Essa afirmação mostra um ponto bastante peculiar desse meio de comunicação, nas
redes sociais a comunicação acontece com um dialogo e não somente o consumidor
assiste algo que estão mostrando a ele, existe uma resposta e uma interação que
pode ou não ter a participação das organizações e por esse motivo estar presente lá
para que tenha sua “voz” é tão importante. Betti ainda cita casos como o da
Starbucks, uma gigante do ramo do café que depois de ter centenas de lojas
fechadas nos EUA resolveu criar uma comunidade no facebook para que as
pessoas sugerissem e discutissem abertamente o que acham da marca, isto
alavancou a marca e ajudou a melhorar as vendas. Outra função das comunidades
virtuais é a de funcionar como uma ouvidoria só que de forma muito mais dinâmica.
Aconteceu com uma cliente que reclamou pelo Twitter Sobre a falta de um produto
no supermercado Extra. Em questão de minutos um funcionário respondeu a
questão mostrando onde o consumidor poderia encontrar o produto, logo depois a
cliente postou uma frase elogiando o atendimento e recomendando o serviço a seus
amigos. Outra grande vantagem é com relação a custo, enquanto campanhas
publicitárias são caríssimas o investimento para inserção no meio virtual é acessível
a pequenas e médias empresas, no meio virtual o maior investimento é o tempo.
Diante do que já foi apresentado aqui, cabe se referenciar sobre a utilização das
redes sociais como meio de agregar valor aos negócios, como as organizações tem
41
utilizado os novos avanços da interação sociais para adquirir um diferencial para os
seus negócios.
Vou utilizar para exemplificar o que estou dissertando uma noticia que foi mostrada
no site do PEGN(Pequenas Empresas & Grandes Negócios), a chamada da notícia
é: “Amigos lançam selo de livros e faturam R$ 220 mil com apenas uma obra”. A
matéria fala sobre um case de alguns amigos que se juntaram pra publicar uma obra
de um deles e conseguiu vender mais de 4.500 copias de um livro, utilizando
somente a divulgação pelo hot site5 deles, por um podcast 6 e redes sociais. Este
exemplo demonstra que até pequenas empresas podem conquistar espaço
utilizando mecanismos das redes sociais para a promoção de produtos e serviços.
Este exemplo é somente um dos vários existentes na internet sobre como a mesma
vem ganhando espaço nos negócios. Em março de 2010, Michael, da Folha de São
Paulo Ilustrada, fez uma matéria sobre como a web vem ganhando espaço e
causando temor nas redes de TV e por esse motivo cada vez mais as emissoras
vem buscando criar conteúdos multiplataforma para tentar trazer novamente esse
consumidor que está abandonando a telinha em busca do monitor.
Na mesma matéria, Michael (2010) fala sobre a mais nova modalidade de atrair os
consumidores da WEB, o real time bidding (leilão em tempo real), A diferença básica
desse sistema para o que já existia antes é que antes as empresas precisavam
fechar um pacote para fazer seu anuncio e agora o sistema vai sugerindo ao
internauta oportunidades de compra em tempo real.
Falando sobre tendências, é pertinente citar Floresta, que em noticia do dia 22 de
janeiro de 2010 cita pesquisa realizada pela empresa Alteriana, nos EUA,
5 Diferencia-se de um site comum por ter um tempo determinado para ficar no ar, um conteúdo menor, mais objetivo e por divulgar produtos e serviços específicos de uma marca. É muito utilizada em lançam entos e promoções. Como parte integrante de uma campanha deve ser considerado seus resultados como parte da eficiência desta campanha (PORTAL FINANCEIRO ADVFN).
6 Podcast é programa de rádio ou arquivo de áudio distribuído pela Web em sistema de transmissão
online que permite a um ouvinte cadastrado receber uma nova edição ao se conectar à Web, sem que ele tenha
de visitar a todo o momento o site em que esse programa é produzido . O podcast pode ser ouvido no próprio
computador e em qualquer outro tocador de MP3. (UOL.COM)
42
apresentando que 66% das empresas pretendem investir em mídia social em 2010.
Por volta de mil pessoas participaram desse levantamento, 40% afirmaram que
pretendem transferir 1/5 da verba de marketing direto para as mídias sociais e 36%
pretendem usar para fazer monitoramento e ferramentas de analise do ambiente
virtual.
43
4 Marketing Virtual
Será discutido agora sobre como as empresas podem se inserir nesse contexto que
é tão diferente do modo tradicional de se fazer marketing, onde a comunicação
deixou de ser somente de massa e passou a existir uma interação, conversação e
participação por parte do consumidor na formação da imagem da marca.
Segundo Turban:
Anunciar é uma maneira de espalhar informações a ponto de influir nas
transações comprador-vendedor. A publicidade tradicional em TV ou em jornais é a comunicação de massa unidirecional e impessoal. Utilizar o telemarketing para contratar clientes individuais personaliza a publicidade e
o marketing. No entanto, quando realizada por telefone ou mala direta, a propaganda corre o risco de se tornar dispendiosa, morosa e em muitas ocasiões ineficaz. A propaganda pela internet redefine o significado da
publicidade. Passa a ser algo dinâmico, multimídia, personalizado e interativo, capaz de atingir um publico muito grande com custo relativamente baixo(2004, p. 165).
Diante disso, temos no ambiente virtual uma forma diferenciada de falar com o
cliente e agregar valor à marca, mas o consumidor da web não é tão disposto a
simplesmente aceitar o que lhe é mostrado, ele possui uma gama de opções e por
isso mesmo não somente absorvendo o que lhe é passado, é preciso que as
organizações encontrem uma forma de entrar nesse meio sem que assuste o cliente
para que o marketing não acabe causando um efeito contrario do desejado.
Uma das primeiras lições que deve-se aprender para estar inserido nesse novo
modelo de marketing é que o consumidor está numa posição em que ele escolhe o
que quer ver, existem infinitas opções de entretenimento acontecendo ao mesmo
44
tempo e o cliente está num local privilegiado onde pode escolher o que realmente o
interessa, então é preciso conquistar a atenção deste cliente. É preciso conhecer
bem esse cliente e manter um espaço sempre aberto para que o consumidor possa
se comunicar abertamente com a empresa. (MORAES. 2009, p. 66).
Moraes cita ainda que o brasileiro está bastante presente nas redes sociais, a cada
4 minutos de acesso a internet pelo menos 1 é gasto em redes sociais, no okurt.com
cerca de 71% dos usuários são brasileiros, são a cada dia 80 milhões de recados e
30 milhões de fotos adicionadas e o reflexo disso é a geração de uma quantidade
enorme de conteúdo(2009, p 67).
É preciso entender antes de qualquer coisa que o consumidor é único, é preciso
falar de forma diferente para cada um, segmentar o marketing. Moraes cita como
exemplo é o portal Cucas da Roche, que começou como um fórum de discussões
sobre acne e hoje é freqüentada por certa de 60 mil jovens. Pela legislação eles não
podem falar dos produtos mas conseguiram a marca de 18% procurarem um medico
depois de lerem informações no site. A Diageo, fabricante de bebidas de marcas
como Smirnoff, Johnnie Walker e Guiness, estabeleceu contato com o publico maior
de 18 anos, no site também não existem propagandas e sim dicas de como fazer um
bom churrasco e está integrado com redes sociais como: Flicker, Facebook,
MySpace e You Tube. Segundo seu diretor de Marketing:”tem que falar a linguagem
do jovem e evitar ser babaca”(Eduardo Bendzius Apud MORAES, 2009 p. 67).
Outras ferramentas uteis são os aplicativos para as redes sociais, os melhores
exemplos são ferramentas uteis ou que permitem algum tipo de interação. Segundo
o Gloogle, mais de 200 milhões de pessoas usam aplicativos criados com a
plataforma OpenSocial por mês, principalmente no Orkut. Entre os exemplos que
deram certo está o Amozônia.vc, criado pelo portal Globo.com, que permite aos
internautas denunciar a sua indignação com as queimadas e o desmatamento da
floresta. Apenas 17 horas depois de entrar no ar, houve um milhão de protestos
(Moraes, 2009 p. 69).
45
Cliente é expostoao marketing Cliente decide o meio de
marketing para resposta
Cliente toma decisãode compra
Coletados dados detalhados datransação/comportamento
Atualização dobanco de dados
Criação do perfil do clientebaseado em seu comportamento;desenvolvimento dasegmentação de cliente
“Quatro Ps”(Produto, Praça,Preço, Promoção)atualizadosexclusivamentepara o cliente
Escolha de novo meio paramelhor atender/alcançar o cliente
Desenvolvimento
de relacionamento
Fonte: TURBAN, E.;KING, D. 2004
Figura 2: Desenvolvimento de Relacionamento
A figura 3 demonstra como se dá o desenvolvimento do relacionamento com o
consumidor. Que valoriza desde elementos desde os “quatro ps” do marketing até a
criação de um perfil de relacionamento com o cliente. As redes sociais são bastante
propícias para se criar perfil, muito pelo fato de que os clientes divulgam
preferências e dados demográficos sem que haja necessidade de custos com
pesquisa de opinião.
4.1 TIPOS DE MARKETING VIRTUAL
A publicidade na internet é uma fomra muito mais dinâmica e interativa de se
comunicar com o consumidor, cada vez mais as empresas estão buscando entender
o funcionamento da mesma e estar inseridas nesse novo modelo. Será tratado
agora sobre os tipos de propaganda existentes na internet.
Segundo Turban, os principais tipos de propaganda online são: Propaganda com
banner, propaganda via e-mail, propaganda via URL e promoções e eventos
online(patrocínio)(TURBAN, 2004, p 168).
46
O autor ainda cita que(2004 p. 167), a Propaganda com Banner pode ser comparada
a outdoors, durante a viagem pela estrada virtual eles estão lá. Vemos os Banners
por todos os lados, geralmente são pequenos para que não carreguem o site e
façam com que a navegação fique lenta e utilizam mensagens parar chamar a
atenção e ou imagens convidativas. Os designers procuram sempre analisar o
conteúdo do banner e o seu tamanho para que ele se adéqüe ao produto e ao site
que está sendo vinculado. O autor fala que existem basicamente dois tipos de
Banners: os com palavras chave e os aleatórios. Os com palavra chave(figura 4) são
aqueles que aparecem junto com resultados de buscas por determinada palavra,
são mais usados por empresas que querem atingir um publico alvo. Os banners
aleatórios são os que aparecem ao acaso, um dos principais motivos para utilização
desse tipo de banner é quando se quer lançar um produto novo e existe um desejo
de fixá-lo na memória do publico.
Fonte: Cadastrando.com
Figura 3: Exemplo de Banner por Palavra chave
As vantagens da utilização de banners é a possibilidade de personalizá-lo para o
público-alvo, outra vantagem é a da publicidade forçada, isto acontece porque o
publico é forçado a visualizar a publicidade antes do conteúdo procurado. A maior
desvantagem dessa modalidade é o custo, apesar da propaganda na internet ser
mais barata que as modalidades convencionais os banners são o modo mais caro
de se fazer publicidade na internet, além disso, cada vez mais os internautas estão
ficando desinteressados nos banners, isto faz com que eles tenham que ser mais
criativos para que chamem mais atenção do publico.
47
Propaganda por e-mail, essa modalidade vem se revelando uma ferramenta
eficiente em taxa de retorno e em termos de custos. Os Marqueteiros compram listas
de endereços de e-mails e formam um banco de dados e envia uma infinidade de
anúncios tudo via e-mail. Essas listas são importantes por seus donos possuírem
perfis que se assemelham. Os e-mails podem ser usados como canal de
relacionamento com o consumidor, onde ele manda questões e elas são
respondidas, como meio de publicidade de novos produtos e serviços e também
com propagandas que possuem links onde o usuário é direcionado a um
determinado site em que ele pode imediatamente comprar. O grande problema
desse método de propaganda é que: até que ponto ela pode ser benéfica? Qual o
limite entre uma divulgação por e-mail e um ato de lotar as caixas de e-mail dos
clientes com anúncios e propagandas? Como reagem os consumidores? As
respostam a essas perguntas é que reside o sucesso da utilização desse método de
propaganda, os marqueteiros devem evitar exageros e pensar em longo prazo pois
cada vez mais os usuários da internet estão sendo mais criteriosos com o conteúdo
que ele vai acessar, então cabe aos profissionais de marketing não abusar do uso
dessas ferramentas e tornar os e-mails cada vez mais atrativos para que se possa
construir um bom relacionamento.
Segundo Turban(2004, p. 167), propaganda via URL são quando as empresas se
cadastram nos sites de buscam para que elas apareçam nos resultados das buscas.
A principal vantagem dessa modalidade é o custo que é zero e o fato de poder
atingir um público específico, já que os resultados das pesquisas vêem através de
palavras chaves. A principal desvantagem é a grande concorrência que existem
entre as empresas, que faz com que mesmo que esteja entre os primeiros lugares,
pode, a qualquer momento, mudar de posições nos resultados. A forma de
conseguir bons resultados é registrar-se simultaneamente em diversos mecanismos
de busca, mas como existe certa dificuldade em saber quais se cadastrar para ter
melhores resultados, e como fazer para estar sempre entre os primeiros resultados,
acaba se tornando complicado concretizar a melhor opção. Para isso, existem
profissionais que cobram para ajudar as empresas a otimizar as chances de serem
os primeiros resultados das buscas.
48
Promoções e eventos online(patrocínio), são um modo de incentivar os
consumidores a visitarem o sites das empresas, de modo geral tem as mesmas
características das promoções offline. Recentemente tivemos o exemplo do HSBC,
que fez uma promoção que o participante jogava e o vencedor levaria um Land
Rover. A intenção dessas promoções é que o consumidor visite os sites e conheça o
produto, dessa forma divulgando a marca.
49
5 ANÁLISE DA PESQUISA COM OS CONSUMIDORES VITUAIS
Neste capítulo será analisada a pesquisa realizada com a amostra que respondeu o
questionário. Esse questionário foi aplicado por meio on-line através de uma
ferramenta que proporciona ao usuário criar questionários que são apresentados em
forma de web-site. Foi enviado através de e-mail, publicação em redes sociais como
Twitter, Orkut, MSN. Também foi entregue presencialmente, buscando ter uma
amostragem o mais aleatória possível. Para evitar que as questões sejam
tendenciosas ou que levem a dúbias interpretações foi feito um pré-teste com um
grupo de teste e eles foram questionados a respeito do que acharam do
questionário, buscamos perceber nas respostas se houve alguma interpretação
errônea ou se alguma questão foi tendenciosa e também se houve dificuldades em
responder as questões.
O perfil do universo da pesquisa foi constituído de 63% dos respondentes do sexo
masculino e 37% do sexo feminino. A faixa etária dos respondentes está distribuída
de acordo com o gráfico 1 e é composta por pessoas de todas as faixas etárias,
tendo um maior número de pessoas na idade entre 18 e 30 anos, perfazendo um
percentual de 56%.
A renda familiar da amostra também foi bastante diversificada, havendo uma maioria
de famílias que possuem renda acima de 10 salários mínimos (36,67%), mas não
sendo algo que supere muito a quantidade de pessoas que possuem as outras
faixas de renda. Os questionados em sua maioria possuem ensino superior
cursando ou completo, perfazendo 63% de pessoas com nessa categoria.
50
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 1: Faixa Etária dos Entrevistados.
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 2: Renda Familiar dos Entrevistados.
51
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 3: Nível de Escolaridade dos Entrevistados.
Quando se questionou sobre o que os entrevistados achava da publicidade nas
redes sociais, as respostas estão representadas no gráfico abaixo.
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 4: Opinião sobre a Publicidade nas Redes Sociais.
De acordo com o Gráfico 3 podemos ver que apenas 7% dos questionados acham
que a publicidade é prejudicial nas redes sociais enquanto 66% acredita que ela é
52
eficiente, isso mostra que esse tipo de divulgação é de certa forma aprovada pelos
usuários das redes e que muitos deles entendem que ela funciona para seus fins.
Esses dados estão de acordo com as pesquisas de Floresta, que em noticia do dia
22 de janeiro de 2010 cita pesquisa realizada pela empresa Alteriana, nos EUA,
apresentando que 66% das empresas pretendem investir em mídia social em 2010.
Quando se questionado se os respondentes já haviam comprado algum produto (ou
serviço) porque viu uma propaganda em redes sociais, as respostas obtidas estão
demonstradas no gráfico abaixo.
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 5: Compra de produtos ou serviços por Influencia de publicidade nas redes
sociais.
Esses resultados apontam que 77% dos entrevistaram já compraram produtos ou
serviços por terem visualizado algum tipo de publicidade em redes sociais. Esses
dados revelam a relevância desse tipo de publicidade para a efetivação da compra,
mostrando a eficácia da utilização das redes sociais para o ramo da publicidade.
53
Nas categorias de produtos mais comprados podemos visualizar no gráfico 6, logo
abaixo.
.
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 6: Categorias dos produtos comprados por meio de publicidade em redes
sociais.
No gráfico 6 podemos visualizar que os produtos mais comprados são Eletrônicos e
Informática, seguido de livros/DVDs e celulares. Isso de certa forma mostra uma
tendência dos consumidores que utilizam as redes sociais. São consumidores que
compra mais aparelhos eletrônicos e ligados a informática. Esse gráfico pode ser
comparado também com o gráfico 7 que mostra que 91,30% das compras foram
feitas na internet em algumas das compras feitas. Talvez isso reflita uma tendência
de produtos mais comprados na web.
54
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 7: A compra foi feita pela internet ou em meio físico.
Quando se questionado se os entrevistados lembravam-se das marcas dos produtos
comprados:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
55
Gráfico 8: Marcas
Como mostrado no grafico 8, 70% dos entrevistados lembraram-se das marcas dos
produtos que compraram sendo que dentre as marcar mais citadas estão:
Tabela 1: Marcas
NOKIA - 4(quatro) Referencia
Sony – 3(três) Referencia
Dell – 2(duas) Referencia
TAM - 2(duas) Referencia
Saraiva - 2(duas) Referencia
Gol - 2(duas) Referencia
Entre Outras Marcas
Creative
Azul
Victoris Secret
Swatch
Submarino
Eyo
Samsung
MAC
DIOR
Web Jet
Ocean air
A Cabana
Arno
Nike
Yamaha
Klin
Kalue
HP
Abril
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Essa tabela completa o que foi dito anteriormente, as marcas mais lembradas são as
dos fabricantes de produtos eletrônicos e celulares.
56
Quando questionado quais as redes sociais em que foram vistos os anúncios
publicitários, as seguintes respostas foram dadas:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 9: Redes sociais
Como é visto no gráfico o Orkut(com 52,17%) é a rede social em que mais foram
vistos anúncios, possivelmente isso reflita o fato de ser a rede social mais utilizada
por brasileiros, seguido do mercado livre, que é uma rede especifica para vendas, e
do Twitter, que, como foi dito, tem se destacado como ferramenta para promoções
de vendas.
57
Quando questionado aos respondentes se eles haviam ficado satisfeitos com a
compra efetuada, obtivemos os seguintes resultados:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 10: Satisfação dos Consumidores
Mais de 90% dos respondentes disseram que ficaram satisfeitos, isto demonstra que
a publicidade feita foi de acordo com o que o produto oferecia e que não foi utilizado
de propaganda enganosa e nenhum artificio do tipo, sinalizando credibilidade dos
produtos ou serviços consumidos.
58
Quando questionado aos respondentes se já haviam comprado algum produto ou
serviço por indicação de um grupo ou comunidade virtual que pertencia em uma
rede social, obtivemos os resultados demonstrados no gráfico abaixo:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 11: Compras feitas por indicação do grupo
Como vemos no gráfico, 11, 47% dos consumidores já compraram por indicação do
grupo, sendo que 10% deles tornaram isso um habito. Isto demonstra que já existe
uma iniciativa por parte dos consumidores de buscar informações sobre os produtos
e serviços que vão adquirir nas redes sociais antes de efetuar a compra.
59
Quando questionado quais os produtos e ou serviços comprados pelos entrevistados
obtivemos as seguintes respostas:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 12: Categorias de produtos comprados por indicação
A maioria dos respondentes falaram produtos diversos que achamos mais sensato
unificar em uma única categoria. Vemos aqui algo em comum com o que foi
demonstrado no gráfico 6. A categoria de eletrônicos está entre os mais
consumidos, bem como livros e dvds e jogos e brinquedos. Na categoria de serviços
viagens e passagens aéreas são os mais comprados como visto anteriormente
também no gráfico 6.
60
Quando questionados se os consumidores lembravam as marcas dos produtos
obtivemos as seguintes respostas:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 13: Marcas 2
Podemos ver que 71% dos compradores lembram-se das marcas compradas, e as
marcas que foram mais citadas foram:
Tabela 2: Marcas 2
Marcas Citadas foram
CCE
Sttalion
Polar
Gol
Revista Super Interessante
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Houve muitos consumidores que disseram se lembrar das marcas mas não
chegaram a citá-las.
61
Quando questionado qual foi a rede social que os compradores foram influenciados
para a compra, obtivemos os resultados abaixo demonstrados no gráfico 14:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 14: Redes Sociais 2
Como visto acima, 78,57% das respostas apontam o Orkut como sendo a rede
social em que eles foram influenciados. Talvez isso seja relacionado com o uso
difundido da ferramenta aqui no Brasil. Em segundo lugar vem o MSN, que também
é uma rede social muito utilizada no nosso país e seguindo empatados vem o
Twitter, Facebook e Blogs e fotologs.
Quando questionado a satisfação dos clientes com a compra, todos afirmaram que
ficaram satisfeitos. Isto mostra que a compra por indicação de certa forma é uma
garantia de qualidade do produto. Quando questionados se os compradores haviam
efetuado a compra por ter confiança em alguém do grupo, 79%(gráfico 15) dos
respondentes afirmaram que sim, mostrando que a confiança no grupo é um fator
relevante na decisão de compra, confirmando o que é mostrado na figura 1, que fala
sobre o processo decisório de compra.
62
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 15: Compra por confiança no grupo
Quando questionados qual a importância da opinião do grupo ou comunidade virtual
que você participa na sua decisão sobre determinada compra, foram obtidas as
seguintes respostas:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 16: Importância da opinião do grupo
63
Podemos ver, no gráfico 16, que 86% dos respondentes consideram a opinião do
grupo na tomada de decisão. O que comprova as teorias apresentadas neste
trabalho, mostrando uma relação entre a opinião do grupo de referencia com a
decisão da compra.
Quando questionados se os consumidores já defenderam uma marca nas redes
sociais que acredita ser de qualidade ou que tenha um diferencial sobre as outras,
qual a intensidade dessa defesa e também quais os motivos dessa defesa
obtivemos os resultados apresentados nos gráficos abaixo:
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 17: Defesa das marcas e intensidade
Podemos ver que 50% dos respondentes afirmaram já ter defendido uma marca de
alguma forma, sendo que 30% o fizeram razoavelmente e 14% afirmaram que
defendeu muito a marca. Isto mostra que esses consumidores tentam propagar as
marcas que lhe parecem boas.
64
Quanto aos motivos, como é visto no gráfico seguinte, 18, 80% dos compradores
afirmaram que defenderam as marcas por ela ter confiança, credibilidade ou
qualidade. Isso reafirma o que foi dito anteriormente, os consumidores viram
defensores das marcas quando enxergam um diferencial nas mesmas.
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 18: Defesa das marcas e motivos
Quando questionados se os consumidores já criticaram uma marca nas redes
sociais, qual a intensidade dessas critica e também quais os motivos da mesma
obtiveram os resultados apresentados nos gráficos abaixo:
65
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 19: Critica das marcas e intensidade
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Gráfico 20: Critica das marcas e motivos
66
No gráfico 19, vemos que mais de 60% dos respondentes afirmaram que já
criticaram alguma marca nas redes sociais, sendo que 20% já o fizeram
intensamente, um percentual maior do que os que defenderam (gráfico 17) e
também com um grau de intensidade maior. E quanto aos motivos a má qualidade
dos produtos está em primeiro lugar mas não existe uma diferença percentual
grande nos resultados. É interessante ver também que existem consumidores que
criticam as marcas a fim de esclarecer duvidas de outros compradores. Mau
atendimento teve relação com compradores que não receberam todas as
informações necessárias do produto, que tiveram atrasos de entrega, descaso com
o consumidor entre outros motivos.
Quando questionados quais foram as marcas de publicidade nos grupos e
comunidades nas redes sociais que mais chamaram a sua atenção e o por que,
muitos dos consumidores não lembraram de nenhuma marca que se destacou,
fazendo um percentual de 43,33% que não se lembraram e 56,67% que se
recordaram de alguma marca, elas estão citadas na tabela abaixo:
Tabela 3: Marcas 3
Marcas Lembradas
Oi
Uol
Saraiva
Mercado Livre
Fator Digital
Compre da China
Nike
Puma
Tam
Ricardo Eletro
Adidas
Natura
kollos make up
Chanel
Victoria Secret
Alienware
Casas bahias
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
67
Os motivos mais citados para as marcas terem chamado a atenção foram:
Propagandas chamativas e preço baixo. Entre propagandas chamativas foi citada
criatividade, quantidade de inserções na mídia, propagandas atrativas. O diferencial
do preço também foi muito lembrado pelos consumidores.
Quando questionados quais as comunidades sobre produtos ou marcas que mais
lhe chamou atenção e o por quê disto, obtivemos um número maior de pessoas que
disseram não lembrar de nenhuma ter lhe chamado a atenção, perfazendo um
percentual de 70% que não lembraram e dos que lembraram as comunidades
citadas foram:
Tabela 4: Marcas 4
Comunidades Citadas
Ebay
Mercado livre
Natura
Avon
Dell
Nikon Brasil
Fonte: Pesquisa de campo Maio 2010.
Os motivos relacionados foram promoções que são feitas através das redes sociais
e também a troca de informações entre consumidores existentes nas comunidades
virtuais. Isso demonstra que as comunidades virtuais cumprem um papel de canal
de comunicação entre consumidor para consumidor e consumidor para empresa.
68
6 CONCLUSÃO
Este trabalho buscou responder à seguinte questão-problema: de que maneira as
redes sociais exercem influências sobre a decisão de compra dos consumidores?
Para isso, foi elaborada uma revisão teórica acerca dos temas: Comportamento do
consumidor, redes sociais, marketing virtual e comunidades virtuais. Também foi
realizada uma pesquisa de campo buscando confrontar o que foi apresentado de
referencial teórico com o que os consumidores praticam efetivamente.
O principal objetivo deste trabalho foi analisar as influências das redes sociais na
decisão da compra dos consumidores e para tanto buscou-se conhecer os tipos de
marketing realizado nas comunidades virtuais, questionar junto aos usuários das
comunidades virtuais as influências da publicidade que é feita nas redes sociais e
investigar como se dá a efetivação do consumo.
A pesquisa de campo mostrou que 77%(gráfico 5) dos usuários já comprou algum
produto por visualizar algum tipo de propaganda em uma rede social, o que
demonstra para fins de publicidade que as redes sociais tem tido um retorno. Não só
isso, conseguimos traçar um esboço de características de compra dos
consumidores, mostrando que aparelhos Eletrônicos/informática, livros/Dvds,
jogos/brinquedos são os produtos mais consumidos em compras virtuais. Dentre os
serviços foi mostrado que passagens aéreas e viagens são os que mais se
destacam. Quanto a fixação da marca vimos que 70%(gráfico 8), lembram-se das
marcas que foram compradas por meio de publicidade em redes sociais com isso
podemos fazer um paralelo com o gráfico 18 que demonstra se os consumidores já
defenderam uma marca em alguma rede social, onde 80% dizem que o fizeram por
69
confiança, credibilidade ou qualidade. Podemos levantar o indicio que existe uma
formação de marketing de relacionamento pelos resultados obtidos.
Vimos também que 47%(gráfico 11) já comprou algum produto ou serviço por
influencia ou indicação de um grupo ou uma comunidade virtual que pertencia numa
rede social. Este resultado tem influência direta com o que foi estudado neste
trabalho, ele demonstra que as redes sociais têm uma influencia relativamente forte
na decisão de compra dos usuários, podemos confrontar esses resultados com os
do gráfico 19 que questiona aos usuários se eles já criticaram uma marca em uma
rede social que ele pertencia e vimos que 60% dos usuários já o fizeram.
Estabelecendo uma relação, vemos que os consumidores utilizam as redes sociais
como canais de referencias sobre os produtos a serem comprados.
Dentre as Comunidades mais lembradas, podemos citar o Orkut, que esteve entre
as mais citadas tanto quando foi perguntado sobre publicidade quanto quando
questionado sobre influencia direta dos outros usuários, acredita-se que isso
aconteça pelo fato de ser a rede social mais difundida no Brasil.
Quanto a satisfação dos clientes, tivemos os resultados mais surpreendentes,
91,30% no gráfico 10, que perguntava a satisfação após a compra por meio de
publicidade e 100% de satisfação quando perguntada a satisfação após a compra
por indicação.
Assim, podemos concluir que: as redes sociais são favoráveis na tomada de decisão
dos consumidores, tanto na influencia por marketing direto, quanto na formação de
opinião dos consumidores, esse processo não reflete somente na decisão de
compra mas também na fixação da marca. Os consumidores estão num processo de
formadores de opinião, participam criticando e defendendo as marcas que eles
consideram boas ou ruins.
O pressuposto que norteou esse trabalho é que as redes sociais, através de
comunidades virtuais, influenciam diretamente a decisão de compra dos
consumidores. Essa hipótese foi confirmada parcialmente, a influencia das redes
sociais foi mostrada, mas pelo que foi visto ainda não é tão forte como
70
acreditávamos que fosse. Acreditamos que ainda esta em fase de maturação, ainda
exista uma boa parcela das pessoas que não tem o costume de utilizar a consulta
pela internet antes de efetuar uma compra. Existe também certo receio quanto ao
uso da internet, que é cultural, e que possivelmente dificulte a familiarização com as
redes sociais para esse propósito. Esse fenômeno é ainda mais visto na região
nordeste, que é marcada historicamente com um certo atraso tecnológico por razões
relacionadas às desigualdades sociais regionais no país, bem como pelas
incipientes políticas públicas de incentivo à ciência e tecnologia.
Esta pesquisa possuiu uma gama de restrições, primeiramente quanto a referenciais
teóricos, por ser um assunto recente existem poucas publicações a respeito do tema
abordado, tornando difícil estabelecer uma discussão entre os autores e fazer um
levantamento teórico mais abrangente.
Este trabalho trouxe uma visibilidade para o meio acadêmico de um assunto atual e
que tem sido pauta de muitos debates no meio do marketing, trouxe uma opinião do
consumidor acerca das redes sociais. É indispensável para as empresas estarem
inteiradas desse fenômeno pois é uma tendência que está acontecendo e que
possivelmente terá resultados muito mais expressivos do que o que se fala hoje.
Recomenda-se para estudos futuros que se fale mais sobre os Prosumers, que é um
fenômeno que vem acontecendo, mas que é muito pouco estudado. Recomenda-se
também mais estudos sobre o tema, trazendo novos enfoques. Atrevo a dizer que
este é um tema vivo e que a cada momento está evoluindo, por isso o estudo dele
para procurar novas tendências é sempre importante e relevante.
71
ANEXOS
Fonte: Orkut.com
Anexo A: Dados Demográficos Orkut
72
REFERÊNCIAS
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como ambiente Potencializados de Estratégias Mercadológicas: Locus de
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73
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com o avanço da web, TVs apostam em conteúdo multiplataforma. Folha SP.
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MORAES. Maurício. Mídias Sociais. Revista Info. Editora Abril: São Paulo. P. 64-69
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Hall, 2004.
Twitter. Wikipikedia.org. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter acessado
em: 18 de abr 2010.
75
APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO DA BIBLIOTECA
BIBLIOTECA BASÍLIO CATALÁ CASTRO
AUTORIZAÇÃO
Eu, Robert Cerqueira Silveira, CI n° 09369558-64, autorizo a Faculdade 2 de Julho a
utilizar minha monografia de Conclusão de Curso no seu Site e na sua Biblioteca – disponibilizando fotocópia para seus usuários.
Salvador, de de 2010.
__________________________________________
76
APENDICE B - QUESTIONÁRIO
Idade: 12-17 [ ] 18-24 [ ] 25-30 [ ] 31-40 [ ] Mais de 40, qual?[ ] ___ Sexo: ( )Masculino (
)Feminino
Nível de Escolaridade:
Ensino Médio: [ ]
Ensino Superior: [ ]Completo [ ]Cursando
Pós-Graduação: [ ]Completo [ ]Cursando
Trabalha ? ( ) SIM ( )NÃO
Área de Atuação Profissional _________________________________________
Qual a sua renda familiar mensal? [ ] De 1 a 3 salários mínimos [ ] De 4 a 7 salários [ ] De 8 a 10
salários [ ] Acima de 10 salários
___________________________________________________________________
O que você acha da publicidade nas redes sociais?
( )Eficiente ( )Atrapalha ( )Indiferente
2 Você já comprou algum produto (ou serviço, como bares, restaurantes,
viagens, mecânicos etc) porque viu uma propaganda em redes sociais(Orkut,
facebook, blogs, msn, twitter, mercado livre, MSN etc.)?
( )Freqüentemente Quantas vezes? ( ) Às vezes. Quantas? ( )Nunca
Caso tenha respondido positivamente à questão acima, responda as
questões 3 a 7
3 Em caso positivo, quais os produtos ou serviços adquiridos?
4 Você se lembra das marcas dos produtos?
5 Qual foi a rede social?
6 Você ficou satisfeito com o (s) produto (s) ou acha que a propaganda foi
enganosa?
7 A compra foi feita pela Internet ou em meio físico?
8 Você já comprou algum produto ou serviço por indicação de um grupo ou
comunidade virtual que pertencia em uma rede social?
( )Freqüentemente . Quantas vezes? ( ) Às vezes. Quantas? ( )Não
Caso tenha respondido positivamente à questão acima, responda as
questões 9 a 14
9 Em caso positivo, quais os produtos ou serviços adquiridos ?
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10 Você se lembra das marcas dos produtos?
11 Qual foi a rede social (Orkut, Twittwer, MSN etc)?
12 Você ficou satisfeito com o (s) produto (s) ou acha que a propaganda foi
enganosa?
13 Você comprou por ter confiança em alguém do grupo?
14 Qual a importância da opinião do grupo ou comunidade virtual que você
participa na sua decisão sobre determinada compra?
( )Pouco ( )Razoável ( )Muito
_________________________________________________________________
15 Você já defendeu uma marca nas redes sociais que acredita ser de qualidade
ou que tenha um diferencial sobre as outras, qual a intensidade dessa
defesa?
( )Intensamente ( )Muita ( )Razoavelmente
( )Pouco ( )Nunca
Qual foi o motivo?
16 Você já criticou uma marca nas redes sociais?
( )Intensamente ( )Muita ( )Razoavelmente
( )Pouco ( )Nunca
Qual foi o motivo ?
17 Quais as marcas de publicidade nos grupos e comunidades nas redes sociais
que mais chamaram a sua atenção? Por que?
18 Quais as comunidades sobre produtos ou marcas que mais lhe chamou
atenção? Por quê?