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FACULDADE ASSIS GURGACZ POTENCIAL CICATRIZANTE DO MEL DE ABELHA (Apis mellifera L.) EM LESÕES DO TECIDO CUTÂNEO DE RATOS WISTAR Cascavel 2012

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

POTENCIAL CICATRIZANTE DO MEL DE ABELHA (Apis mellifera L.) EM

LESÕES DO TECIDO CUTÂNEO DE RATOS WISTAR

Cascavel

2012

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INGRIDY MAYARA DE CAMARGO

POTENCIAL CICATRIZANTE DO MEL DE ABELHA (Apis mellifera L.) EM LESÕES DO TECIDO CUTÂNEO DE RATOS WISTAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FAG, Curso de Farmácia.

Professor Orientador: Patrícia Stadler Rosa Lucca

Co-orientador: Francine Martins Pereira

Cascavel

2012

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INGRIDY MAYARA DE CAMARGO

POTENCIAL CICATRIZANTE DO MEL DE ABELHA (Apis mellifera L.) EM LESÕES DO TECIDO CUTÂNEO DE RATOS WISTAR

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora Patrícia

Stadler Rosa Lucca

BANCA EXAMINADORA

_______________________________ Prof. Patrícia Stadler Rosa Lucca

Mestre

_______________________________ Nome do Professor Avaliador

Titulação do Professor Avaliador

_______________________________ Nome do 2º Professor Avaliador Titulação do Professor Avaliador

Cascavel, 24 de Novembro de 2012.

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“Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colmeia com medo das picadas das abelhas."

William Shakespeare

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DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos meus pais, Valdomiro e Solange Beatriz Follmann de Camargo, os quais fizeram tornar este sonho uma realidade, unindo todos os seus esforços para que isso fosse possível.

“Acredito sim em amor à primeira vista, pois amo meus pais desde a primeira vez em que abri meus olhos.”

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AGRADECIMENTOS

À Professora e Coordenadora Patrícia Stadler Rosa Lucca, pela brilhante e

competente orientação deste trabalho,

À co-orientadora Jacqueline Godinho, pela motivação e incentivo durante o

desenvolvimento prático,

À co-orientadora Doutora Francine Martins Pereira, pela atenção e esclarecimento

de dúvidas sempre que necessário,

Ao Professor e Coordenador Giovane Douglas Zanin, pela sua grandiosa

contribuição no crescimento pessoal e profissional de todos os acadêmicos,

A todos os Docentes da Faculdade Assis Gurgacz que de alguma forma

contribuíram para a grandiosa obtenção de conhecimento ao longo do curso,

À Bruna, do Hospital Veterinário da Faculdade Assis Gurgacz, pelo atendimento e

disposição para a realização deste projeto,

À Ana Caroline, da Coordenação Geral dos Laboratórios da Faculdade Assis

Gurgacz, pela competência e agilidade para requerimento dos materiais utilizados no

desenvolvimento deste trabalho,

Aos meus pais, por absolutamente tudo. Pelo exemplo de força e perseverança

fundamentais em minha vida e em minhas escolhas, permitindo ser quem sou com

orgulho e dignidade. Por sempre acreditarem e confiarem em mim, pelo amor

incondicional, pela vida, por existirem,

À minha Avó materna, Irene Follmann, que através de sua ampla experiência de

vida e conhecimento popular, fez despertar a ideia tema deste trabalho,

À toda a minha família que sempre compreendeu as minhas ausências durante

estes quatro anos, conferindo sempre apoio e afeto,

Às minhas amigas Luciane Fracaro e Nathany Agnolin que disponibilizaram grande

parte do seu tempo e paciência para contribuir com este trabalho, a vocês a minha eterna

gratidão,

Às minhas amigas e colegas Ana Paula Burato, Andressa Tecchio, Camila Pereira,

Eduarda Bordini, Janaina Pantano, Luiza Manfroi, Luciane Fracaro, Nathany Agnolin, Taís

Pawelak por toda amizade, apoio, companheirismo e compreensão durante estes quatro

anos, que fizeram tudo valer a pena. Diz o ditado: “Vão-se os anéis, ficam os dedos...”

Neste caso eu diria: O tempo passa, a amizade permanece, como um diamante, cada vez

mais lapidado, sem preço! Não existem palavras para demonstrar o tamanho da minha

satisfação em conhecê-las e tê-las sempre ao meu lado,

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À todos os meus colegas de turma, que, de uma forma ou de outra, serão

lembrados e guardados para sempre,

E, finalmente, a Deus por sempre me guiar e me iluminar.

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ÀS COBAIAS Apenas um “agradecimento” aos animais vítimas deste estudo não é o suficiente para redimir ou desculpar a pretensão de usufruir sem o seu consentimento de suas vidas, que falsamente atribuímos valor menor. Fica aqui, com muito respeito, a honrosa menção.

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SUMÁRIO

REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 25

ARTIGO .................................................................................................................. 30

ANEXO 1: NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA .................................................. 45

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REVISÃO DE LITERATURA

HISTÓRIA DO MEL

O Mel é conhecido pelo homem desde a pré-história, e desde então tem sido

amplamente utilizado principalmente na alimentação, sendo muito apreciado pelo seu

sabor característico. Dessa forma, foi provavelmente uma das primeiras fontes de açúcar

conhecidas pelo homem. Durante séculos foi considerado sagrado em virtude da sua

raridade e do seu paladar açucarado, sendo utilizado em cerimônias religiosas para

prestar homenagem aos Deuses e também para embalsamar defuntos (OSTERKAMP,

2009).

Na Idade Média, o Mel era considerado um alimento tão essencial para a existência

humana, que se encontraram alguns testamentos destinando as colmeias de propriedade

como herança para pessoas da família ou Igreja. O roubo de colmeias poderia até mesmo

ser punido com a morte (VARGAS, 2006).

Inicialmente era extraído de forma predatória, mas com o decorrer do tempo, os

Egípcios, considerados pioneiros na apicultura, aprenderam a manejá-lo de forma

sustentável, sem causar prejuízos às abelhas. Nesta época, cerca de 2.400 anos a.C. as

abelhas eram consideradas sagradas para algumas civilizações, e atualmente o Mel

representa uma importante fonte econômica para vários países. (EMBRAPA, 2003).

Pode ser definido como Mel, de acordo com a Resolução 12 de 1978, da ANVISA,

como um produto natural elaborado por abelhas, podendo ser produzido a partir do néctar

de flores ou exsudatos de plantas.

Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na Instrução

Normativa Nº 11 de 20 de Outubro de 2000, o Mel é designado como um produto

alimentício produzido por abelhas melíferas, podendo ser elaborado por diferentes

substâncias, como pelo néctar das flores, excreções de insetos ou secreções de plantas,

as quais são recolhidas pelas abelhas que as transformam em mel, através de

substâncias específicas próprias, armazenam nos favos até sua maturação.

Dos produtos elaborados pelas abelhas, o Mel é com certeza o mais conhecido e

utilizado em todo o mundo, não só como alimento, mas também pelas suas propriedades

terapêuticas. Foi um dos primeiros alimentos conhecidos pelo homem em quase todas as

civilizações já conhecidas, sendo considerado como uma solução supersaturada de

açúcares, principalmente D-glicose e D-frutose, além de ser um composto rico em

vitaminas, sais minerais, fenóis e enzimas (MAIA et al., 2006).

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O MEL

O mel é um alimento de extraordinário valor energético e medicinal (WOLFF,

2007), apreciado pelo homem como alimento por ser uma substância natural, com alto

valor nutritivo, possuir sabor característico, ser uma fonte de energia para o organismo e

também por contribuir pra o equilíbrio dos processos biológicos do corpo humano. Vários

autores evidenciam a importância da ingestão regular deste produto, já que possui

proporções adequadas de vitaminas, aminoácidos, fermentos e substâncias aromáticas

(OSTERKAMP, 2009).

Aparentemente simples, o mel é um dos produtos biológicos mais complexos já

estudados, pois tem sido reportado por conter em torno de 200 substâncias como

proteínas, vitaminas, minerais, ácidos orgânicos, flavonoides, ácidos fenólicos, enzimas e

outros fitoquímicos. Seu valor comercial está diretamente relacionado com a sua origem

floral, que é um dos principais parâmetros de qualidade, sendo os mais apreciados os

méis monoflorais, aqueles produzidos a partir de uma única espécie de planta (PEREIRA,

2010).

A composição do mel depende de vários fatores, como por exemplo, das fontes

vegetais de onde é derivado, solo, espécie da abelha que o produz, estado fisiológico da

colônia, estado de maturação do mel, condições meteorológicas, entre outros (ALVES et

al., 2005).

A Legislação Brasileira estabelece os requisitos mínimos para a qualidade do mel

destinado ao consumo humano. Para isso, as análises do mel floral devem seguir aos

seguintes padrões: açúcares invertidos com quantidade mínima de 65%; umidade máxima

de 20%; sacarose máxima de 6%; cinzas máximo 0,6%; devendo apresentar

necessariamente grãos de pólen e não ter indícios de fermentação (MAPA, 2000).

AS ABELHAS

As abelhas são consideradas insetos sociais, tendo em vista suas características

de ordem e especialização do trabalho (LIMA, 1997). São extremamente importantes na

natureza, pois através das etapas para a elaboração do mel, trabalham como agentes

polinizadores de diversas espécies de plantas, contribuindo assim para o equilíbrio do

ecossistema natural, bem como das populações nele presentes (OSTERKAMP, 2009)

Além da polinização, a qual garante melhor produção de pomares e lavouras, as

abelhas exercem outras atividades de extrema importância para o homem, como a

produção do mel, cera, própolis, geléia-real, pólen e apitoxina. (WOLFF, 2007) Esta

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última, é uma substância química muito complexa presente no ferrão das abelhas,

conhecida como “veneno”, a qual possui grande importância comercial, principalmente na

manipulação de medicamentos. (SEBRAE, 2006)

Estes insetos são pertencentes à ordem dos himenópteros, ou seja, possuem

quatro asas membranosas nuas, incluídos na família Apidae. As espécies mais

conhecidas são do gênero Apis, a qual se caracteriza pela presença do ferrão. Neste

gênero, está presente a abelha doméstica, mais conhecida e utilizada na produção do

mel, a Apis mellifera (LIMA, 1997).

Apesar da grande variedade de espécies de abelhas produtoras de mel, o gênero

Apis mellifera tem se destacado e é considerado o mais importante na comercialização

devido à sua facilidade de domesticação e por estar presente em diversos países

apreciadores do mel (ALVES et al., 2005).

O gênero Apis mellifera é dividido em diversas subespécies. A primeira delas, a

Apis mellifera mellifera, popularmente conhecida como Nigra ou Alemã; Apis mellifera

carnica também chamada de Carniola; Apis mellifera ligustica, conhecida como abelha

Italiana; e por fim Apis mellifera adansoni, a abelha Africana. Existem ainda várias

subespécies do gênero Apis, porém não são tão conhecidas e difundidas comercialmente

(LIMA, 1997).

APICULTURA

De acordo com APACAME – Associação Paulista de Apicultores Criadores de

Abelhas Melificas Européias, a apicultura consiste na criação de abelhas em

confinamento, alojadas em colmeias artificiais, sob os cuidados do homem, utilizando-se

equipamentos e métodos para melhor explorar as capacidades naturais desde inseto.

Dessa forma, a apicultura é definida como uma atividade que envolve a

manipulação de abelhas, para que estas produzam mel e seus derivados a partir do

néctar das flores ou outras fontes. É considerada uma importante atividade comercial a

nível nacional, que cada vez mais vem despertando o interesse de criadores em diversas

partes do Brasil, conseguindo-se obter bons resultados econômicos (WELKE et al., 2008).

A criação de abelhas é vista como uma fonte de renda sustentável, já que do ponto

de vista econômico e social é uma alternativa de geração de renda para o homem,

propiciando a produção durante todo o ano, melhorando a qualidade de vida dos

apicultores. Por outro lado, contribui para a preservação do meio ambiente devido à

atuação das abelhas como agentes polinizadores naturais, favorecendo o equilíbrio e

manutenção da biodiversidade (KHAN et al., 2009).

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De acordo com Sabbag e Nicodemo, (2011), a vasta biodiversidade da flora

brasileira proporciona a obtenção de diversos tipos de Mel provenientes de inúmeras

floradas durante todos os meses do ano, com cores, aromas e sabores únicos. A

apicultura tem se mostrado uma importante atividade econômica e encontra-se difundida

em diversas regiões do Brasil, como Amazônia, Pantanal, Caatinga, Cerrado e Pampas

Gaúchos. Além da facilidade de adaptação, a apicultura gera pequeno ou nenhum

impacto ambiental e favorece a manutenção dos ecossistemas através da polinização.

Além da apicultura ser considerada uma atividade bastante rentável, o apicultor

não necessita ter suas atividades totalmente voltadas para o apiário, já que este não

necessita de cuidados diários, dessa forma, o criador pode ter outras atividades

secundárias geradoras de renda. Além disso, a produção do mel não gera gastos com a

alimentação das abelhas, já que as próprias fazem a coleta do seu alimento na flora

disponível (INSTITUTO CAMPINEIRO DE ENSINO AGRICOLA, 1982).

Em virtude da sua flora amplamente diversificada e uma grande biodiversidade,

sua vasta extensão territorial e a variabilidade climática, o Brasil possui um grande

potencial apícola, o que possibilita a produção do Mel durante todo o ano, diferente dos

demais países, que geralmente colhem mel apenas uma vez ao ano (PEREIRA, 2010).

DERIVADOS DO MEL

Além da produção do Mel, as abelhas também são responsáveis pela elaboração

de outros produtos, como: própolis, geléia-real, pólen, cera, apitoxina, entre outros. Todos

com características únicas e importante utilização no dia-a-dia do homem.

PRÓPOLIS

De acordo com a Resolução 24 de 2010, a própolis é definida como um produto de

características físicas resinosas, tendo uma composição variável, sendo elaborada por

abelhas, através da coleta em diversas espécies vegetais, as quais sofrem adição de

secreções. Dessa forma, é considerada pela ANVISA na Resolução 10/78, um

Medicamento Opoterápico, ou seja, substâncias obtidas a partir de glândulas, tecidos,

outros órgãos ou secreções animais.

A própolis é uma palavra de origem grega, pró (defesa) polis (cidade), ou seja,

“defesa da cidade” (SILVA et al. 2008), é assim definida devido ao seu emprego na

colmeia, já que é utilizada para a proteção do mel contra micro-organismos, mantendo-o

saudável e de boa qualidade (PONTE, 2003).

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A resina coletada pelas abelhas para elaboração da própolis é proveniente

geralmente da casca das árvores, gemas apicais, brotos, flores, exsudatos de plantas e

até mesmo nas folhas. Dependendo do material coletado, a qualidade da própolis é

definida, além disso, pode interferir na atividade biológica e no seu uso medicinal (SILVA

et al. 2008).

É um produto amplamente utilizado na terapêutica tradicional, alguns estudos

apontam que já é empregado a mais de 5000 anos. Os primeiros indícios demonstram

que os egípcios deram início à utilização da própolis para embalsamar os mortos.

Posteriormente passou a ser utilizada na forma de unguento pelos gregos. (SILVA et al.

2008).

A própolis possui em sua composição 50 a 55% de resina bálsamo; 5 a 10% de

pólen; minerais; vitaminas; enzimas; 30 a 40% de cera e 10% de óleos voláteis. Além

disso, podem ser encontrados flavonoides; terpenos; ácidos aromáticos; ácidos orgânicos;

cumarinas e vitaminas (BERNARDO, 1990, apud PONTE, 2003). Em alguns estudos, já

foram identificadas várias propriedades da própolis, como antimicrobiana, cicatrizante,

antiviral, fungicida, antiulcerogênica, anti-inflamatória, imunoestimulante e antioxidante

(PONTE, 2003).

GELEIA REAL

A geleia real é uma substância produzida e secretada pelas abelhas operárias

entre o 5º (quinto) e 14º (decimo quarto) dia de vida, através das glândulas mandibulares

hipofaríngeas. Apresenta cor branco-acinzentada, com aparência viscosa, de odor

característico e não desagradável. É um dos produtos mais importantes da colmeia

(AMOEDO, 2001), pois serve como alimentação para as larvas de abelhas operárias nas

primeiras 90 horas de vida, alimentação de toda a fase larvária dos zangões, e

alimentação da abelha rainha durante toda a sua vida (TOLEDO, 2005).

Por ser um produto com muitos benefícios atribuídos e de difícil obtenção, já que é

encontrado nas colmeias em pouquíssima quantidade, possui um alto valor comercial,

assim, para aumentar o volume de geleia real, esta se torna alvo de adulteração e

falsificação, principalmente com adição de água. Os benefícios atribuídos à geleia real

são: aumento da fertilidade, atividade antileucêmica, atividade antibiótica e

hipocolesterolemiante (AMOEDO, 2001).

A maioria dos seus benefícios estão atribuídos à complexa composição da geleia

real, a qual possui proteínas, aminoácidos, ácidos orgânicos, hormônios esteroides,

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fenóis, minerais e açúcares, sendo um dos mais valorizados produtos apícolas

(PAMPLONA et al., 2004 apud MORAIS et al., 2009).

O uso da geleia real teve despertado interesse devido aos efeitos na abelha rainha,

que possui sua alimentação rica em geleia real, por isso acredita-se que sua ação seja

similar em seres humanos. Muitos estudos avaliam o aumento do processo reprodutivo de

animais, o que geralmente resultou na melhora da fertilidade e do desenvolvimento do

embrião (HUSEI E HADDAD, 2006 apud MORAIS, 2009).

PÓLEN

O pólen é outro elemento apícola que vem sendo utilizado há muitos anos como

suplemento da dieta humana em virtude a sua alta concentração de proteínas, lipídeos,

vitaminas e sais minerais (SOUZA et al., 2003). É coletado pelas abelhas nas anteras das

flores, o qual representa o gametófito masculino, e é essencial para nutrição desses

insetos, tanto na fase de larva como na abelha adulta, pois se sabe que as abelhas só

elaboram a geleia real a partir da digestão do pólen (MODRO et al., 2007).

Ainda de acordo com Modro (et al., 2007), são atribuídos diversos benefícios ao

consumo de pólen, como por exemplo, atividade fortificante e estimulante, além de

proporcionar bem estar e vigor físico.

APITOXINA

A Apitoxina é o “veneno” produzido pelas abelhas, a palavra tem origem no latim

“apis”, que significa apelha, e “toxikon”, veneno. É considerada uma neurotoxina, sendo

uma substância complexa produzida por glândulas presentes no abdômen da abelha

operária. Diversos estudos apontam que a Apitoxina em pequenas doses pode ter ações

terapêuticas, como por exempl,o a sua propriedade antiartrítica, que já é conhecida há

muitos anos (CALLEGARI et al., 2006).

Atualmente, já existem no mercado medicamentos preparados à base de apitoxina,

sendo comercializados em diversos países. Este princípio ativo tem se mostrado eficaz na

redução de inflamações reumáticas e sinusites. Acredita-se que seu mecanismo de ação

baseia-se na estimulação da glândula suprarrenal, levando a uma aumentada produção

de cortisol, considerado um poderoso anti-inflamatório fisiológico (CALLEGARI et al.,

2006).

Uma das vantagens do uso da Apitoxina é a sua capacidade de substituir os

corticoides em alguns casos, pois se sabe que o uso destes medicamentos pode produzir

sérios efeitos adversos devido à demasiada produção de cortisol, ao contrario da

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Apitoxina, que induz a produção apenas da quantidade necessária ao organismo. Devido

ao seu importante emprego na terapêutica, a Apitoxina tem agregado um alto valor

comercial e tem sido amplamente procurada por diversos países, assim sendo, se

explorado da maneira correta e em potencial, pode trazer grande lucratividade para o

Brasil (CALLEGARI et al., 2006).

CERA

A cera de abelha é produzida a partir de glândulas cerígenas, localizadas no

abdômen do inseto. É um importante produto na colmeia, já que é utilizada na construção

de favos, os quais serão utilizados para o depósito do mel. Além disso, a cera é

amplamente utilizada industrialmente, seja como componente na produção de

medicamentos e cosméticos e também na medicina (SILVA et al., 2000).

A PELE

A pele, também chamada de cútis, é um órgão vital para o organismo humano, a

qual possui uma complexa estrutura de tecidos das mais variadas naturezas, que são

inter-relacionados harmonicamente. (SAMPAIO, 2008, p.1) É um órgão extenso, que

corresponde a cerca de 15% do peso corporal do homem, tendo como função principal

revestir e delimitar o corpo, protegendo-o do meio externo. Além disso, é um tecido

amplamente dinâmico, com ampla e constante capacidade de renovação e reparação

(AZULAY, 2008, p.1). É considerada a primeira linha de defesa contra as agressões do

meio externo, (PEYREFFITE et al.,1998, p.326) e um dos melhores indicadores da saúde

geral ao exame físico (SWARTZ, 1994, apud MOORE, 2001, p.10)

Além de ser envoltória, funcionando como uma barreira a organismos patogênicos,

também desempenha outras funções, como a detecção de estímulos sensoriais devido à

presença de componentes do Sistema Nervoso na derme; conservação da homeostasia

através da termorregulação, controle hemodinâmico; produção e excreção de alguns

metabólitos; impermeabilidade seletiva; preservação dos fluidos corporais; absorção da

radiação ultravioleta e produção de vitamina D (VIVIER, 2004, p.21).

De acordo com Azulay, (2008, p.12) a pele tem origem nos folhetos ectodérmicos,

do qual originam as estruturas epiteliais e neurais, como epiderme, glândulas, unhas,

pelos, melanócitos e nervos; e dos folhetos mesodérmicos, onde ocorre a formação da

derme e hipoderme.

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A pele é composta basicamente por três grandes camadas, uma mais externa, a

epiderme; uma camada intermediária chamada de derme; e por fim, a mais profunda,

conhecida como hipoderme ou tecido celular subcutâneo (SAMPAIO, 2008, p.1)

A epiderme é constituída basicamente por um tecido epitelial queratinizado

(AZULAY, 2008, p.1), tendo em sua composição alguns tipos celulares, como os

queratinócitos, células de Merkel e células de Langerhans (VIVIER, 2004, p. 22).

A epiderme é subdivida em quatro camadas bem definidas, chamadas basal,

espinhosa, granulosa e córnea. Na palma das mãos e na planta dos pés pode haver uma

quinta camada, localizada entre as camadas granulosa e córnea. A camada basal é

conhecida como a camada germinativa da epiderme (VIVIER, 2004, p.22), é composta

por uma fileira de queratinócitos, que em sua maioria possuem características de células

germinativas com capacidade de multiplicação. É a mais profunda camada da epiderme,

sendo responsável pela manutenção e formação da junção dermoepidérmica. Algumas

células resultantes da germinação permanecem na camada basal, outras, chamadas de

pós-mitóticas, perdem sua capacidade de mitose e iniciam um processo de diferenciação,

migrando para a superfície. (AZULAY, 2008, p.3).

Ainda de acordo com Azulay (2008, p.3), as células que migram para a superfície

deixando a camada basal, passam a sofrer uma série de transformações até adquirirem

características das células de malpighi, as quais compõe a camada espinhosa, sendo

dispostas em várias fileiras, que variam de acordo com a posição e localização

anatômica; hormônios; vascularização local; e também alguns fatores externos, como

possíveis traumas.

Migrando em direção à superfície, as células provenientes da camada espinhosa

amadurecem, adquirindo grânulos compostos por cerato-hialina, o que caracteriza a

camada granulosa. Por fim, essas células sofrem achatamento e perda do núcleo

formando a camada córnea, composta por células achatadas de queratina. (VIVIER,

2004, p.22).

A derme, camada intermediária da pele, é composta principalmente por colágeno e

elastina, e é nesta divisão que se encontram os anexos cutâneos; inervações; vasos

sanguíneos; e componentes celulares, como os fibroblastos e células de inflamação. É

dividida em derme papilar e a derme reticular (VIVIER, 2004, p.30).

Para Azulay (2008, p.10) a derme, além de ser divida em papilar e reticular, possui

uma terceira divisão, chamada derme adventicial. A derme papilar, também chamada de

superficial é o local onde predominam feixes finos de colágeno dispostos de forma

vertical. Na derme reticular ou profunda, estão localizados os feixes mais grossos de

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colágeno, dispostos horizontalmente. Por fim, a camada adventicial encontra-se disposta

em torno dos anexos e vasos sanguíneos, e é caracterizada por possuir finos feixes de

colágeno, semelhante à derme papilar.

A hipoderme, também chamada de tecido adiposo subcutâneo é a camada mais

profunda da pele, caracterizada pela presença de grande quantidade de lipídeos, os quais

comprimem o núcleo das células contra a membrana citoplasmática. A hipoderme é a

camada responsável pelo isolamento térmico do organismo, reserva nutricional (VIVIER,

2004, p.32), proteção contra traumas externos, além de proporcionar modelação para o

corpo e mobilidade da pele, ao relacionar com as estruturas subjacentes (AZULAY, 2008,

p. 12).

TIPOS DE FERIMENTOS

Durante toda a vida, os seres humanos estão expostos a vários fatores que podem

interferir na homeostasia do corpo. Um fato comum que pode proporcionar esse

desequilíbrio encontra-se na ocorrência de lesões e ferimentos da pele, podendo estes

ser de natureza física ou química, ocasionados por fatores externos, ou até mesmo de

natureza biológica, proveniente de uma patologia do próprio organismo (BALBINO et al.

2005).

A pele, por ser um órgão de revestimento de superfície, é responsável por proteger

o conteúdo interno das agressões químicas, físicas, mecânicas e bacterianas, é a

primeira barreira de proteção e a principal atingida em casos de lesão (BORGES, 2006,

p.276).

As lesões de pele, geralmente resultam em perda tecidual, podendo atingir

diversas camadas da pele, como por exemplo, atingir alguns pontos ou lesar

completamente a derme, ou ainda, em casos de lesões mais profundas, chegar ao tecido

subcutâneo. Dessa forma, as lesões são classificadas de acordo com as suas

características, a fim de facilitar sua detecção e forma de tratamento (MANDELBAUM et

al., 2003).

A primeira classificação é definida como Ferida de Espessura Parcial, esse tipo de

ferida, atravessa a primeira camada da pele, a Epiderme, atingindo sua segunda camada,

a Derme, porém sem atravessá-la (HESS, 2002, p.172). É ocasionada geralmente por

traumatismos mecânicos ou pela realização de muitos procedimentos dermatológicos,

como peeling, dermoabrasão e alguns tratamentos por laser. A cicatrização desse tipo de

ferimento ocorre geralmente por reepitelização e deixa uma cicatriz praticamente

imperceptível (MANDELBAUM et al., 2003).

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Outra classificação sugerida por Mandelbaum (et al.,2003), são as Feridas de

Espessura Total, as quais atingem a derme de forma completa ou ainda podem se

estender até o tecido subcutâneo. Para Hess (2002, p.172), esse tipo de lesão pode

comprometer tanto o tecido subcutâneo, músculo e até mesmo os ossos. Podem ocorrer

por lacerações de pele, feridas cirúrgicas e úlceras vasculares. Como são lesões mais

profundas, necessitam da formação de um novo tecido de granulação, e a reepitelização

ocorre apenas nas margens da ferida. Nesses casos, a cicatriz deixada é marcante,

geralmente com queloides.

As lesões cutâneas também podem ser classificadas de acordo com a cor que

apresentam, a avaliação da cor pode ser extremamente útil para definir a gravidade da

lesão e direcionar o tratamento de forma correta, para que este tenha o efeito desejado

(HESS, 2002, p.174).

De acordo com o Conceito de Três Cores, se o ferimento apresentar cor

avermelhada, indica que o tecido de granulação está sendo formado de forma limpa e

saudável. Uma cor na escala de amarelo à amarelo esverdeado, indica a presença de

exsudato ou descamação, demonstrando que a ferida necessita de maiores cuidados com

a higiene. Por fim, a cor preta sugere a presença de escara, podendo até mesmo ocorrer

a necrose do tecido. Essa característica torna a cicatrização muito lenta, além de ser um

local propício para a disseminação de micro-organismos. Pode ocorrer a presença de

uma ou mais cores, assim sendo, a intervenção deve ser feita naquela em que apresenta

características mais graves, como a preta (HESS, 2002, p.174).

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CICATRIZAÇÃO

Desde a Antiguidade evidencia-se a preocupação do homem em proteger e tratar

as lesões cutâneas, de forma que se evite a sua progressão e repercussão, evitando

maiores problemas ao indivíduo. Manuscritos da Farmacopeia Egipcia 3000 a.C, revelam

que já eram utilizados curativos à base de mel e graxa, e Hipócrates, nas bases da

medicina científica recomendava a limpeza com água morna, vinho e vinagre, além de

definir os primeiros conceitos de cicatrização. (SANTIS et al., 2005).

Ainda de acordo com SANTIS, (et al., 2005), com o passar do tempo as técnicas

para curativos e cuidados com os ferimentos foram aprimoradas, surgindo em 1860 o

chumaço de algodão envolto em gaze, amplamente utilizado na atualidade. Ao final da

Segunda Guerra Mundial, surgiram os antissépticos, como o iodo, e os primeiros agentes

tópicos antimicrobianos. A partir daí, houve uma avalanche de novos estudos envolvendo

a cicatrização.

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Atualmente, existe uma gama de tratamentos e medicamentos para a cicatrização,

feitos por diversas vias de administração e uma diversidade de marcas. Com o

crescimento da Indústria Farmacêutica e a retenção das patentes pelas Multinacionais,

vários tratamentos para a cicatrização tornaram-se caros e inacessíveis para uma parcela

da população. Dessa forma, é importante que se realizem novos estudos para o

desenvolvimento de tecnologias mais simples e com menor custo, utilizando matérias

primas disponíveis em cada região (SANTIS et al., 2005).

ACOMPANHAMENTO DA PROGRESSÃO DA CICATRIZAÇÃO

A avaliação é um processo fundamental para o tratamento das lesões da pele, pois

só assim pode-se definir o tipo e o estágio das feridas através do acompanhamento das

suas características, como comprimento, largura e profundidade. Através desses dados,

pode-se analisar a contração, área da lesão e os progressos do tratamento

(MANDELBAUM et al., 2003).

O comprimento e largura da ferida são medidos pela distância linear entre os

bordos da lesão. O comprimento refere-se à direção da ferida que vai da cabeça aos pés

do indivíduo lesado, enquanto a largura é medida de lado a lado. Esses dados devem ser

registrados pela anotação das medidas ou até mesmo na forma de desenhos, dia após

dia, para que se verifique o quanto está cicatrizando e em qual velocidade. (HESS, 2002,

p.176).

Ainda de acordo com Hess (2002, p.180), a profundidade da ferida deve ser

mensurada de acordo com a distância entre a superfície visível até o ponto mais profundo

da base da ferida. Desse modo, se a profundidade variar na extensão da ferida, deve-se

medir o ponto mais profundo, com o auxílio de um aplicador flexível e estéril.

O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

A cicatrização pode ser entendida como a capacidade do organismo de reconstituir

o tecido lesado, através de boas condições de higiene e desbridamento da ferida, que

nada mais é do que a retirada de materiais estranhos que possam retardar o processo de

reepitelização. (SALGADO et al., 2007).

O processo o qual envolve a cicatrização pode ser dividido em cinco fases

principais, porém que ocorrem de maneira simultânea, as quais envolvem a coagulação,

inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação (MANDELBAUM et al., 2003).

De acordo com Mandelbaum (et al., 2003) a coagulação tem inicio imediatamente

após a integridade da pele ser alterada, a qual depende diretamente da atividade

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plaquetária e cascata de coagulação. Nessa fase, são liberadas várias substâncias, como

proteínas adesivas, substâncias vasoativas, fatores de crescimento e proteases. Segundo

Mendonça (2009), a coagulação sanguínea e a agregação plaquetária formam um tampão

rico em fibrina, que devolve a homeostasia do tecido e forma uma barreira contra a

invasão de agentes externos, organizando a matriz provisória para favorecer a migração

celular, auxiliando para as próximas fases do processo de cicatrização. A matriz provisória

é um componente rico em citocinas e fatores de crescimento, importantes para a

continuidade do processo.

A fase inflamatória tem início em torno de 3 a 5 dias após a lesão. Nesta etapa, a

agregação das plaquetas da fase de coagulação juntamente com a fibrina, forma uma

rede para que outras células possam infiltrar neste processo. É a preparação para a

cicatrização. Em seguida, os linfócitos, neutrófilos e macrófagos migram para o local

lesionado a fim de remover os tecidos desvitalizados (ANDRADE et al., 2010).

No momento da lesão, os leucócitos polimorfonucleados (PMN) são os primeiros a

chegar, e ficam por até cinco dias, sendo responsáveis pela fagocitose das bactérias. Os

macrófagos são considerados as células mais importantes da fase de inflamação, pois

permanecem no locam por até dez dias, sendo responsáveis pela fagocitose de bactérias,

desbridação de material estranho e formação de tecido granuloso. Por fim, a fibronectina,

sintetizada pelos fibroblastos, queratinócitos e células endoteliais, se adere à fibrina e ao

colágeno, proporcionando a consolidação do coágulo e os demais componentes da matriz

(MANDELBAUM et al., 2003).

São características da fase inflamatória a hiperemia, definida como o aumento do

fluxo sanguíneo na área da lesão; edema, pela concentração de agentes inflamatórios no

local; e dor, causada pela liberação de substancias como histamina, prostaglandina e

bradicinina (PEREIRA et al., 2010).

A fase de proliferação compreende três etapas: reepitelização, fibroplasia e

angiogênese. É nesta fase que ocorre o fechamento da ferida (MENDONÇA; NETTO,

2009). Na reepitelização ocorre a migração de queratinócitos provenientes das bordas e

anexos remanescentes. Na fibroplasia os fibroblastos se proliferam e inicia-se a produção

de colágeno, elastina e outras proteínas. Por fim, na angiogênese são formados novos

vasos sanguíneos, os quais aumentam a permeabilidade vascular, dando origem a uma

nova matriz (MANDELBAUM et al., 2007).

Ainda de acordo com Mandelbaum (et al., 2007) a próxima etapa da cicatrização é

a contração da ferida, porém esta fase só está presente em lesões de espessura total,

onde as bordas da ferida realizam um movimento centrípeto.

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Por volta da terceira semana ocorre a fase de maturação, também chamada de

fase reparadora. Esta etapa pode se estender por até dois anos, dependendo do local e

extensão da lesão (PEREIRA et al., 2010). Durante a maturação o ferimento encontra-se

recoberto por um tecido de granulação, que vai sendo enriquecido com fibras de colágeno

até adquirir aparência fibrótica, o que dá a aparência de cicatriz. Assim surgem as

primeiras fibras de colágeno tipo I e a maioria das células desaparecem, podendo-se

observar apoptose de fibroblastos e células endoteliais. Após o fechamento da ferida, os

leucócitos, responsáveis pela produção de fatores de crescimento são atraídos para o

local juntamente com os monócitos (BALBINO et al., 2005). A vascularização é

praticamente inexistente na cicatriz, dessa forma é considerada avascular

(MANDELBAUM et al., 2007). Considera-se uma cicatrização completa quando a

maturação e remodelagem da matriz extracelular é concluída. Assim sendo, uma cicatriz

completamente madura possui em torno de 70% da resistência quando comparada a uma

pele normal (BALBINO et al., 2005).

PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DO MEL E A SUA RELAÇÃO COM A

CICATRIZAÇÃO

A utilização indiscriminada de antibióticos para tratamento de feridas infectadas

tem favorecido ao aparecimento de linhagens de micro-organismos resistentes trouxe a

necessidade do desenvolvimento de novas classes destes medicamentos. Por outro lado,

diversas pesquisas têm contribuído para a utilização de produtos naturais que possam

atuar como terapias alternativas, visando diminuir o uso de antibióticos. O mel é um

suplemento alimentar, que atualmente vem recebendo cada vez mais importância no

consumo comercial devido às comprovações científicas das suas diversas propriedades

terapêuticas. (GONÇALVES et al.,2005).

Para Venturini et al. (2007) o Mel é um fluido viscoso, de coloração que varia do

quase incolor ao marrom escuro, aromático, doce e elaborado a partir do néctar das flores

e de secreções de partes vivas de determinadas plantas ou ainda de excreções de

insetos sugadores de plantas, no qual abelhas melíferas coletam, transformam, combinam

e deixam maturar nos favos das colmeias.

A utilização do mel como forma de tratamento já é conhecida desde a Antiguidade.

Seu uso tópico como cicatrizante e antibacteriano para tratamento de feridas,

queimaduras e lesões ulceradas da pele já foi diversas vezes evidenciado. Além disso,

atua impedindo a entrada de substâncias exógenas e perda de fluidos devido à formação

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de uma barreira viscosa durante a sua aplicação. Acredita-se que a atividade

antibacteriana e bacteriostática ocorre devido ao alto valor do gradiente osmolar, além

disso, apresenta alguns compostos que auxiliam no mecanismo de cicatrização, como por

exemplo, o peróxido de hidrogênio (MALAVAZZI et al., 2005).

O Mel é considerado um produto natural de saúde, devido às suas qualidades

terapêuticas atribuídas, como atividade antimicrobiana, proteção de doenças

gastrointestinais, propriedades antioxidantes e prebióticas, além de uma valiosa fonte de

energia, sendo constituído essencialmente por açúcares, principalmente a D-frutose e D-

glicose, além de outros componentes como ácidos orgânicos, enzimas e partículas

sólidas (Maia et al., 2006).

Apresenta em sua constituição compostos como Polifenóis e Flavonóides, que lhe

conferem propriedades antioxidantes (Venturini et al., 2007). De acordo com Maia et al.

(2006) durante a maturação, o Mel é um produto estéril, devido a presença de uma

enzima chamada glicose-oxidase secretada pelas abelhas, a qual converte a glicose em

ácido glucônico e peróxido de hidrogênio, fortes antioxidantes capazes de atacar o

envoltório dos micro-organismos, mantendo a esterilidade do produto nos favos.

Para Maia et al. (2006), as propriedades antimicrobianas do Mel são atribuídas a

sua elevada pressão osmótica, baixa atividade de água, baixo pH, poucas proteínas,

baixo potencial redox pelo alto teor de açúcares redutores, intensa viscosidade que limita

a solubilidade do oxigênio, entre outros.

Pesquisas relacionadas por Miraglio apud Maia et al. (2006), demonstram que

diversas bactérias patogênicas e alguns fungos são sensíveis à atividade antimicrobiana

do mel, como Escherichia coli (diarreia); Klebsiella pneumoniae (pneumonia); Listeria

monocytogenes (Meningite); Mycobacterium tuberculosis (Tuberculose); Salmonella sp.

(Diarréia, septicemia, febre tifoide) Staphylococcus aureus (Infecções de ferimentos);

Streptococcus sp (Febre reumática, infecção na garganta, meningites, sinusites,

pneumonia); Vibrio cholerae (cólera), entre outros.

As propriedades antimicrobianas do mel foram também evidenciadas em um

estudo realizado por Gonçalves (et al., 2005), Para isso foi realizada semeadura de micro-

organismos em meio ágar e discos de mel foram distribuídos. As amostras foram

incubadas à 35º C e após 24 horas os resultados foram avaliados e comparados com

discos contendo antibióticos comerciais submetidos ao mesmo procedimento. O mel da

abelha sem ferrão Nannotrigona Testaceicornis apresentou significativa atividade sobre

cepas de Escherichia coli, Proteus spp., Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus

pyogenes, e Staphylococcus spp.

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Ao contrário do que dizem alguns conhecimentos populares, o Mel quando utilizado

para o tratamento de feridas, além de ser uma solução acidificada, inibindo o crescimento

de vários patógenos, é uma solução supersaturada de açúcares que possui uma baixa

atividade de água, sendo assim não oferece condições para o crescimento bacteriano

(MOLAN, 1999).

Ainda de acordo com Molan (1999), a atividade cicatrizante do mel refere-se a

estimulação do crescimento de tecido de granulação saudável e limpo, pelo processo de

epitelização, como já foi demonstrado em estudos histológicos com animais. Este fato

pode ser explicado devido à formação de peróxido de hidrogênio, capaz de estimular a

angiogênese a fim de fornecer mais oxigênio no local da lesão, característica importante

para a regeneração do tecido. Além disso, o pH ácido do mel, em torno de 3 e 4, acidifica

a ferida, fazendo com que mais oxigênio seja liberado. Por outro lado, a alta osmolaridade

do mel é capaz de extrair o líquido da ferida para o meio externo, fazendo com que ocorra

um novo fornecimento de linfa e nutrientes para regeneração de tecidos.

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Potencial Cicatrizante do Mel de Abelha (Apis mellifera L.) em Lesões do Tecido

Cutâneo de Ratos Wistar

CAMARGO, I.M.1; LUCCA, P.S.R.2

1Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. da FAG, 750, 85806-095 Loteamento Fag, Cascavel/PR . Email: [email protected]. 2Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. das Torres, 500, 85806-095 Loteamento Fag, Cascavel/PR. Email: [email protected]. RESUMO: Dos produtos elaborados pelas abelhas, o Mel é com certeza o mais conhecido e utilizado em todo o mundo, não só como alimento, mas também pelas suas propriedades terapêuticas. Diversos estudos já evidenciaram grande capacidade do Mel em contribuir para a cicatrização rápida e efetiva de lesões de pele. Seu potencial terapêutico está relacionado com sua concentração supersaturada de açúcares, baixa atividade de água e pressão osmótica, alta viscosidade e pH ácido, não fornecendo condições favoráveis para o crescimento microbiano, além da presença de diversas substâncias como polifenóis e flavonoides, que lhe conferem propriedades antioxidantes. Diante disto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o potencial de cicatrização do Mel de Abelhas Apis mellifera L. em lesões induzidas no tecido cutâneo na região dorsolombar de cobaias. Para isso, foram utilizados 20 ratos machos da linhagem Wistar, submetidos à anestesia e procedimento cirúrgico para obtenção de uma lesão circular de 1x1cm do tipo espessura parcial. Os animais foram divididos em dois grupos contendo 10 animais cada, o Grupo Controle, tratado com aplicação tópica diária de água destilada, e o Grupo Teste, tratado com aplicação tópica diária de Mel de Abelhas Apis mellifera L. As avaliações clínicas e morfométricas foram realizadas até o 24º dia, onde ambos os grupos apresentavam total cicatrização. No grupo tratado, houve aceleração na evolução do processo cicatricial, assim, a utilização tópica do Mel de Abelhas Apis mellifera L. apresentou eficiência significativa no auxílio da reparação cicatricial de feridas cutâneas de ratos.

Palavras-chave: Feridas, Cicatrização, Cobaias, Propriedades terapêuticas.

ABSTRACT: Healing potential of honey bee (Apis mellifera L.) cutaneous tissue injury in wistar rats Of the products produced by bees, the honey is certainly the most known and used throughout the world, not only as food but also for its therapeutic properties. Several studies have shown great ability of the honey to contribute to the rapid and effective cicatrization of skin lesions. Their therapeutic potential is related to its concentration of supersaturated sugars, low water activity and osmotic pressure, high viscosity and acidic pH, not providing favorable conditions for microbial growth besides the presence of various substances such as polyphenols and flavonoids, which confer properties antioxidants. Given this, this work was developed with the aim of evaluating the potential of cicatrization of the honey of bees Apis mellifera L. in induced lesions in the cutaneous tissue in lumbodorsal region of guinea pigs. For this, were used 20 male Wistar rats subjected to anesthesia and surgical procedure for obtaining a circular lesion 1x1cm type of partial thickness. The animals were divided into two groups of 10 animals each, the control group, treated with daily topical application of distilled water, and the test group treated with daily

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topical application of honey of bee Apis mellifera L. The clinical evaluations and morphometric were performed until the 24th day, where both groups had complete cicatrization. In the treated group, there was acceleration in the evolution of the cicatricial process, so the topical use of honey bee Apis mellifera L. showed significant effectiveness in helping to repair scarring of skin wounds in rats. Keywords: Wounds, Cicatrization, Guinea pigs, Therapeutic properties.

INTRODUÇÃO

Ao longo da vida, os seres humanos estão expostos a diversos fatores que podem

interferir na homeostasia do corpo. Um fator comum e que proporciona esse desequilíbrio,

são as lesões da pele, que, embora na maioria das vezes simples, podem causar

desconfortos, dor, e até mesmo inflamação (Balbino et al., 2005).

A pele, sendo considerada a primeira barreira de proteção, está amplamente

susceptível às agressões físicas, químicas, mecânicas e bacterianas do meio externo

(Borges, 2006). Estas lesões podem se caracterizar por serem de espessura parcial,

sendo as mais simples e superficiais, ou ainda, em casos de lesões mais graves, as de

espessura total, que podem chegar a comprometer o tecido cutâneo (Mandelbaum et al.,

2003).

Dessa forma, imediatamente após o processo invasivo da lesão, inicia-se uma

perfeita e coordenada cascata de eventos celulares e moleculares, que interagem

proporcionando reparação tecidual, demonstrando a capacidade do organismo de reverter

os eventos danosos (Santis et al.,2003). Estes processos envolvem desde a coagulação

até a remodelação, onde ocorre o fechamento total da ferida (Mandelbaum et al., 2003).

Desde a Antiguidade, o homem já vem demonstrando reconhecimento sobre a

importância e o cuidado de proteger as lesões e evitar que estas se compliquem e

causem danos ao paciente, fato este que manuscritos de Egípcios 3.000 anos a.C. já

mencionavam curativos à base de mel, graxa e outros excrementos, os quais faziam parte

dos princípios da farmacopeia egípcia (Santis et al., 2003).

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O Mel, por definição, é um produto natural produzido por abelhas e obtido a partir

do néctar das flores, secreções de partes vivas de plantas ou excreção de insetos

sugadores. Foi um dos primeiros alimentos descobertos e utilizados pela humanidade e

desde então passou a ser utilizado como recurso medicinal (Maia et al., 2006).

Diversos estudos demonstram a importante atividade do Mel nos processos de

cicatrização, enfatizando suas propriedades curativa, antimicrobiana, calmante,

regenerativa de tecidos, entre outras. Estudos experimentais já utilizaram o mel em

aplicações tópicas na pele para o tratamento de queimaduras, tratamento de feridas

cirúrgicas, úlceras de pele, abcessos e ainda para prevenção histológica de enxertos de

pele, tendo sucesso na maioria dos casos (Maia et al., 2006).

Ao contrário do que dizem alguns conhecimentos populares, o mel quando utilizado

para o tratamento de feridas, além de ser uma solução acidificada, capaz de inibir o

crescimento de patógenos, é uma solução supersaturada de açúcares que possui uma

baixa atividade de água, não oferecendo condições para o crescimento bacteriano

(Molan, 1998, apud Maia, 2006).

Além disso, a apicultura, atividade que envolve a criação de abelhas, tem se

mostrado uma importante atividade comercial a nível nacional, a qual traz bons resultados

econômicos (Welke et al., 2008). Dessa forma, é vista como uma fonte de renda

sustentável, sendo uma alternativa de geração de renda para o homem, e contribuindo

para a preservação do meio ambiente devido à atuação das abelhas como agentes

polinizadores naturais, favorecendo o equilíbrio e manutenção da biodiversidade (Khan et

al., 2009).

Embora se acredite que já exista excesso de pesquisas no campo da cicatrização,

ainda há muito que se aperfeiçoar, não só para o melhoramento de recursos, mas

também para torna-los mais acessíveis mediante produção de tecnologias simples e

baratas que aproveitem as matérias-primas presentes em cada região de acordo com a

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sua diversidade, pois sabe-se que muitos recursos utilizados atualmente são importados e

patenteados por multinacionais, tornando muitos tratamentos caros e inacessíveis (Santis

et al., 2003)

Diante disto, sugere-se que o Mel apresenta-se como um importante produto a ser

desvendado, pois além de ser um produto rentável, de fácil obtenção e acesso à

população, possui diversas características que podem evidenciar funcionalidade

terapêutica. Assim, este trabalho tem por objetivo avaliar a eficácia do Mel de abelha Apis

mellifera no processo cicatricial das feridas cirúrgicas quando utilizando topicamente em

lesões cutâneas de cobaias.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta da amostra

O Mel de Abelha Apis mellifera, utilizado no presente estudo foi adquirido de um

produtor da cidade de Marmeleiro, Paraná, o qual foi produzido pelas abelhas diretamente

em um vidro de conserva previamente higienizado, onde se encontravam os favos.

A amostra analisada macroscopicamente possuía coloração marrom translúcido,

sabor característico, sem vestígios de cristalização e livre de materiais estranhos.

Animais

O experimento teve início após aprovação pelo Comitê de Ética no Uso de Animais

da Faculdade Assis Gurgacz, sob o número 012/2012, realizado como o preconizado no

manual Fiocruz, (2005).

Foram utilizados 20 ratos machos, da linhagem Wistar, com 90 dias de idade,

pesando aproximadamente 500 gramas, submetidos a técnicas de manejo idênticas,

alimentados com ração comercial do tipo Nuvilab CR-1 e água ad libitum, em sala com

temperatura (20 ± 2ºC), umidade (65 % a 70%) e ciclo claro/escuro de 12 horas. Para que

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evitasse o contato entre os animais e consequentemente interferência nas lesões, estes

foram mantidos em gaiolas individuais.

Indução das lesões

Para a indução das feridas cutâneas nas cobaias, estas foram anestesiadas de

acordo com o Manual Fiocruz (2005), com Cloridrato de Xilazina (10mg/kg) e Cloridrato

de Quetamina (75mg/kg) misturadas e administradas na mesma seringa via

intramuscular.

Em seguida, os animais foram colocados em decúbito ventral sobre uma prancha

de madeira e fez-se a tricotomia e antissepsia com álcool 70% no local cirúrgico, na

região dorsolombar, e após demarcação da área a ser lesionada, foi realizada com auxílio

de bisturi, lâmina número 15 e tesoura romba, uma lesão circular de aproximadamente

1x1cm de diâmetro do tipo Ferida de Espessura Parcial, definida por Hess, 2002.

Delineamento experimental

Para o delineamento experimental, os animais foram divididos aleatoriamente em

dois grupos experimentais, contendo 10 (dez) animais cada. Dessa forma, foram obtidos

os seguintes grupos: GC (Grupo Controle), tratados somente com água destilada e GT

(Grupo Teste), tratados com Mel. Ambos os grupos foram induzidos à lesão cutânea na

região dorsolombar.

Foi aplicada uma (1) grama de Mel no Grupo Teste (GT) imediatamente após a

cirurgia, e, posteriormente uma vez ao dia, sempre no mesmo horário, com auxílio de

espátulas de madeiras limpas e individuais. O Grupo Controle foi tratado seguindo-se o

mesmo padrão, porém usando água destilada. Ambos os grupos foram mantidos em

tratamento com Paracetamol 36mg/ml via oral, na proporção de 15mg/kg com o objetivo

de reduzir os efeitos dolorosos da lesão.

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A avaliação do processo de cicatrização foi realizada de acordo com a técnica

descrita por Hess, (2002), onde foi medido, com auxílio de paquímetro, o comprimento e a

largura da ferida. A medição foi feita em todas as cobaias, tendo início no dia 0 (W0), ou

seja, no dia da lesão, e posteriormente foi realizada a medição a cada dois dias,

anotando-se os resultados em tabela e fazendo-se fotografias, até o término do

experimento.

No dia 0, e posteriormente a cada 5 dias, até que as feridas estivessem totalmente

cicatrizadas, foi realizado o cálculo de Grau de Contração, definido por Batista (2010),

onde se utilizou a equação A = π. R. r, onde A representa a área (cm²); “R”, o raio maior e

“r”, o raio menor, e por fim, Grau de Contração, expresso em percentual através da

equação GC% = 100x (W0 – Wi)/ w0, onde W0 = área inicial da ferida e Wi = área da

ferida no dia da medida.

Análise Estatística

Os resultados foram analisados estatisticamente por regressão linear (tamanho da

lesão versus tempo), comparação das médias dos tamanhos das lesões e grau de

contração entre os Grupos GC (Grupo Controle) e GT (Grupo Teste) através de Tukey, a

95% de confiança, utilizando o programa Prisma 5.0.

Foram considerados estaticamente diferentes os resultados que apresentaram

probabilidade de ocorrência de nulidade menor que 5% (p<0,05).

RESULTADO E DISCUSSÃO

O desenvolvimento de novas classes de antibióticos, juntamente com a sua

utilização indiscriminada, também no tratamento de feridas infectadas, favoreceu o

aparecimento de linhagens de micro-organismos resistentes, trazendo a necessidade do

desenvolvimento de novos medicamentos. Por outro lado, diversos estudos contribuíram

para a utilização de produtos naturais que atuem como terapias alternativas, que possam

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favorecer de forma significativa a cura de lesões infectadas. Neste âmbito, o mel tem se

mostrado cada vez mais importante, pois, além de um valioso suplemento alimentar tem

se evidenciado suas propriedades terapêuticas, entre elas a inibição do crescimento de

micro-organismos indesejáveis favorecendo o processo de cicatrização (Gonçalves et

al.,2005).

Alguns estudos experimentais já utilizaram o mel em aplicações tópicas na pele

para o tratamento de queimaduras, tratamento de feridas cirúrgicas, úlceras de pele,

abcessos e ainda para prevenção histológica de enxertos de pele, tendo sucesso na

maioria dos casos (Maia et al., 2006). Assim sendo, neste estudo foi avaliado o potencial

cicatrizante do Mel quando aplicado topicamente em lesões cutâneas de cobaias.

Para isso, foram escolhidos animais da linhagem Wistar devido à facilidade de

aquisição, manipulação devido ao pequeno porte, acomodação, e por apresentarem-se

resistentes a agressões cirúrgicas e processos infecciosos com baixa mortalidade, como

determinou Faleiro et al.(2009). O procedimento operatório e o tratamento pós-operatório

transcorreram de forma natural, não houve óbitos e maiores complicações. Todos os

animais recuperaram-se bem da anestesia, demonstrando bom estado físico e

comportamental normais para a espécie já no segundo dia.

Durante todo o experimento, os animais foram mantidos em tratamento com

Paracetamol gotas, 36mg/ml via oral, na proporção de 15mg/kg com o objetivo de reduzir

os efeitos dolorosos da lesão. Como descrito por Araujo (2008), o Paracetamol é

classificado quimicamente como um AINE, Anti-inflamatório não esteroide, do grupo dos

derivados do p-aminofenol, possuindo efeitos analgésicos e antipiréticos, porém pouca

ação anti-inflamatória devido a sua fraca ação sobre a COX-1 e COX-2.

Desta forma o Paracetamol demonstrou ser o analgésico mais indicado, devido a

sua ação anti-inflamatória diminuída quando comparado aos demais medicamentos do

grupo, procurando interferir da menor forma possível na fase inflamatória da cicatrização.

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Porém, talvez pela ação deste medicamento, não foram observados exsudatos purulentos

ou serosos nas feridas cutâneas de nenhum dos grupos em experimento, ao contrário do

que constatou Parente et al. (2009) em um estudo semelhante onde utilizou Calendula

officinalis como cicatrizante, observou exsudação serosa nos animais do grupo teste até o

4º dia e no grupo controle até o 7º dia pós operatório.

Na análise visual, observou-se grande diferença entre os Grupos Teste (GT) e

Grupo Controle (GC). No GT, já no segundo dia de tratamento as feridas apresentavam-

se recobertas por uma crosta fina e amarelada, nivelada com a pele e sem evidências de

inflamação. Em um estudo semelhante realizado por Batista, et al. (2010), no sétimo dia

pós operatório, o Grupo Tratado com óleo de pequi apresentou lesões recobertas por uma

crosta fina, nivelada com a pele e sem evidências de inflamação.

Parente et al., (2009), observaram a formação de crostas a partir do terceiro dia

pós operatório, onde as crostas do grupo tratado com Calendula officinalis apresentaram-

se mais delgadas e umedecidas em relação ao grupo controle, que se apresentaram

espessas e ressecadas.

A alta viscosidade do Mel é capaz de formar uma barreira sob a lesão impedindo a

entrada do oxigênio e de outros componentes externos, favorecendo no processo de

cicatrização (Maia et al. 2006).

No mesmo dia, no GC, também houve formação de crosta, porém esta encontrava-

se avermelhada e em desnível com a pele, com presença de coágulos de sangue em

70% dos animais. Em seu estudo, Parente et al., (2009), observaram a formação de

crostas a partir do terceiro dia pós operatório, onde as crostas do grupo tratado com

Calendula officinalis apresentaram-se mais delgadas e umedecidas em relação ao grupo

controle, que se apresentaram espessas e ressecadas.

A crosta começou a se desprender no Grupo Teste a partir do quarto dia em 50%

dos animais, e estavam totalmente livres em 100% até o oitavo dia. Por outro lado, no

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Grupo Controle, as crostas começaram a se desprender em 20% dos animais no sexto

dia, caindo por completo em sua totalidade no décimo terceiro dia. A evolução das lesões

pode ser observada nas Figuras 1 e 2. Parente et al., 2009 observou que as crostas

começaram a se destacar no 7º dia pós operatório em ambos os grupos, com sinais de

epitelização da ferida, onde no 14º dia foi verificada a cicatrização completa em todos os

animais.

FIGURA 1 - Evolução das feridas do Grupo Controle (GC) A- Visualização da ferida ao 2° dia de evolução pós-cirúrgica, observando-se crosta rugosa e aderida recobrindo toda a área cruenta, com presença de coágulos de sangue. B- Visualização da ferida ao 6° dia de evolução pós-cirúrgica, observando-se crosta rugosa recobrindo a área cruenta, com presença de coágulos de sangue. C - Visualização da ferida ao 12° dia de evolução pós-cirúrgica, observando-se crosta desprendendo-se do tecido.

FIGURA 2 – Evolução das feridas do Grupo Teste (GT). A- Visualização da ferida ao 2° dia de evolução pós-cirúrgica, observa-se uma película formada pelo Mel e crosta rugosa recobrindo toda área cruenta B - Visualização da ferida ao 6° dia de evolução pós-cirúrgica, observando-se a película formada pelo Mel com coloração amarelada e aparentemente mais aceitável. Nota-se início do desprendimento da crosta. C- Visualização da ferida ao 12° dia de evolução pós-cirúrgica, observando-se cicatrização completa.

Com o desprendimento da crosta, já se pôde verificar grande parte de

reepitelização local. Batista et al., (2006), relata que a crosta passa a se desprender dos

tecidos somente quando inicia-se o seu processo de recuperação.

Observou-se que as feridas dos animais do Grupo Controle, nas condições deste

experimento levaram o dobro do tempo até a completa cicatrização quando comparadas

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ao Grupo Teste, pois enquanto o GT levou apenas 12 dias de tratamento, o GC precisou

de 24 dias.

No décimo segundo dia pós-operatório, enquanto os animais do Grupo Teste já

apresentavam completa cicatrização, a área da lesão para o Grupo controle apresentava

uma média de 0,16cm² apresentando diferença estatisticamente significativa (p<0,001), o

que também ocorreu nos dias 8 e 10 (p < 0,05) como pode ser observado na Figura 3.

FIGURA 3 - Valor médio (cm²) da área das feridas ao dia 0, 5, 10, 12, 15 e 24, de evolução pós-cirúrgica

das feridas cutâneas dos Grupos Controle e Teste. (* p < 0,05; ** p < 0,001).

A atividade cicatrizante do mel, de acordo com Molan, (2005), é explicada pela sua

capacidade de promover a regeneração dos tecidos através da estimulação da

angiogênese e, por consequência, o crescimento de fibroblastos, proporcionando a

reepitelização celular rápida.

Já o grupo controle, no décimo segundo dia, apresentou percentual de contração

de 77,27%, enquanto que o do Grupo Teste foi de 100% (Fig. 4). O percentual de

contração é um parâmetro morfométrico amplamente utilizado como indicador de

resolução do processo de cicatrização (Batista et al., 2010). Esse fenômeno ocorre devido

à diferenciação dos fibroblastos em miofibroblastos que apresentam capacidade contrátil

e promovem força de tensão e união dos bordos da ferida (Oliveira et al., 2010).

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FIGURA 4 - Valor médio do percentual de contração ao dia 0, 5, 10, 12, 15 e 24, de evolução pós-cirúrgica

das feridas cutâneas dos Grupos Controle e Teste. (* p < 0,05; ** p < 0,001).

Batista, et al., (2010), em seu estudo envolvendo o tratamento de lesões de ratos

machos Wistar com Óleo de Pequi, realizou mensurações até o décimo quarto dia, onde o

Grupo Tratado apresentava área média da lesão de 0,031cm², e grau de contração de

96,0%, enquanto no grupo controle obteve média de 0,376cm² e grau de contração de

52,0% demonstrando diferença significativa (p<0,05) entre os grupos, evidenciando

influencia positiva do Óleo de Pequi no processo de cicatrização. O Óleo de Pequi

demonstrou aparentemente ter atividade inferior ao Mel onde, em lesões semelhantes,

este apresentou maior efetividade na cicatrização total em um menor espaço de tempo.

De acordo com Molan, (2005) as infecções do pé são uma complicação grave da

diabetes, sendo uma das principais causas das hospitalizações relacionadas com a

doença. Diversos estudos já apontaram que o Mel, quando utilizado neste tipo de lesão

pode apresentar resultados benéficos. Sabe-se que lesões não cicatrizam enquanto

infectadas, já que as toxinas produzidas pelas bactérias impedem o crescimento das

células de reepitelização através da digestão da matriz celular necessária para a

substituição do tecido.

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Além disso, os componentes do revestimento das bactérias estimulam uma forte

resposta inflamatória, a qual impede a cura, e quando se agrava pode provocar ulceração,

onde a amputação pode se fazer necessária quando as infecções não respondem à

terapia (Molan, 2005).

As úlceras diabéticas, ao invés de passar pelas quatro fases normais de cura

(homeostasia, inflamação, proliferação e remodelação), encontram-se presas na fase

inflamatória, impedindo o processo de cura. O Mel apresenta potente ação anti-

inflamatória, desempenhando um papel importante na superação desta fase. Esta ação é

explicada pela capacidade do mel em diminuir a atividade excessiva das enzimas

colagenase e elastase, as quais degradam constituintes extracelulares como colágeno,

elastina e fibrina, proporcionando destruição tissular, provocando a degradação prematura

dos fatores de crescimento (Molan, 2005).

Além destes fatores, a lenta taxa de cura observada em feridas diabéticas pode

ocorrer devido a falta ou a incapacidade de resposta à insulina. De acordo com um estudo

realizado por Al-Waili, (2003), o Mel pode possuir a capacidade de regular a absorção de

glicose pelas células e as funções da insulina, através de um efeito insulino mimético.

Neste ensaio clínico foram utilizados 16 pacientes com Diabetes mellitus tipo II e 12

indivíduos saudáveis, submetidos à administração de uma solução de Mel 60% (p/v) por

inalação durante 10 minutos. Foram realizados testes de glicemia após 30 minutos, onde

se constatou que o mel reduziu significativamente (p< 0,0303) os nívels de glicose no

sangue, de 199 +/- 40,9 mg/dL para 156 +/- 52,3 mg/dL.

As características descritas do Mel de Abelhas Apis mellifera L. sugerem boa

perspectiva na utilização deste produto como alternativa terapêutica para cicatrização,

inclusive em processos de difícil cura, como em pacientes diabéticos, já descrito em

outros estudos, além de possuir outras vantagens como poder anti-inflamatório e

antibacteriano.

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CONCLUSÃO

O acompanhamento do processo de cicatrização sob os pontos de vista clínico e

macroscópico demonstrou que o uso tópico do Mel de Abelhas Apis mellifera L., nas

condições deste estudo possui influência positiva na cicatrização de feridas cutâneas

experimentais em ratos Wistar por promover melhores características visuais e o

fechamento mais rápido das feridas em relação ao grupo controle.

REFERÊNCIAS AL-WAILI, N. Intrapulmonary administration of natural honey solution, hyperosmolar dextrose or hypoosmolar distill water to normal individuals and to patients with type-2 diabetes mellitus or hypertension: their effects on blood glucose level, plasma insulin and C-peptide, blood pressure and peaked expiratory flow rate. Eur J Med Res 2003;8(7):295-303. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911866> Acesso em: 15 out. 2012.

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ANEXO 1 - NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS A Revista Brasileira de Plantas Medicinais - RBPM é publicação trimestral e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, revisões bibliográficas e notas prévias, que deverão ser inéditos e contemplar as grandes áreas relativas ao estudo de plantas medicinais.

Manuscritos que envolvam ensaios clínicos deverão vir acompanhados de autorização de Comissão de Ética constituída, para realização dos experimentos. Os artigos podem ser redigidos em português, inglês ou espanhol, sendo sempre obrigatória a apresentação do resumo em português e em inglês, independente do idioma utilizado. Os artigos devem ser enviados por email: [email protected], com letra Arial 12, espaço duplo, margens de 2 cm, em Word for Windows. Artigos muito extensos, fotografias e gráficos coloridos podem ser publicados, a critério do Corpo Editorial, se o autor se comprometer, mediante entendimentos prévios, a cobrir parte das despesas de publicação. No e-mail, enviar telefone para contatos mais urgentes.

REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS PRÉVIAS

Revisões e Notas prévias deverão ser organizadas basicamente em: Título, Autores, Resumo, Palavras chave, Abstract, Key words, Texto, Agradecimento (se houver) e Referência.

ARTIGO CIENTÍFICO

Os artigos deverão ser organizados em:

TÍTULO: Deverá ser claro e conciso, escrito apenas com a inicial maiúscula, negrito, centralizado, na parte superior da página. Se houver subtítulo, deverá ser em seguida ao título, em minúscula, podendo ser precedido de um número de ordem em algarismo romano. Os nomes comuns das plantas medicinais devem ser seguidos pelo nom e científico entre parênteses, verificado em www.tropicos.org e www.ipni.org.

AUTORES: Começar pelo último sobrenome dos autores por extenso (nomes intermediários somente iniciais, sem espaço entre elas) em letras maiúsculas, 2 linhas abaixo do título. Após o nome de cada autor deverá ser colocado um número sobrescrito que deverá corresponder instituição e endereço (cidade, sigla do estado, CEP). Indicar o autor que deverá receber a correspondência, com e-mail. Os autores devem ser separados com ponto e vírgula.

RESUMO: Deverá constar da mesma página onde estão o título e os autores, duas linhas abaixo dos autores. O resumo deverá ser escrito em um único parágrafo, contendo objetivo, resumo do material e método, principais resultados e conclusão. Não deverá apresentar citação bibliográfica.

Palavras-chave: Deverão ser colocadas uma linha abaixo do resumo, na margem esquerda, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula.

ABSTRACT: Apresentar o título e resumo em inglês, no mesmo formato do redigido em português, com exceção do título, em negrito, apenas com a inicial em maiúscula, que virá após a palavra ABSTRACT.

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Keywords: Abaixo do abstract deverão ser colocadas as palavras-chave em inglês, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula.

INTRODUÇÃO: Na introdução deverá constar breve revisão de literatura e os objetivos do trabalho. As citações de autores no texto deverão ser feitas de acordo com os seguintes exemplos: Silva (1996); Pereira & Antunes (1985); (Souza & Silva, 1986) ou quando houver mais de dois autores Santos et al. (1996).

MATERIAL E MÉTODO: Deverá ser feita apresentação completa das técnicas originais empregadas ou com referências de trabalhos anteriores que as descrevam. As análises estatísticas deverão ser igualmente referenciadas. Na metodologia deverão constar os seguintes dados da espécie estudada: nome científico com autor; nome do herbário onde a excicata está depositada e o respectivo número (Voucher Number).

RESULTADO E DISCUSSÃO: Poderão ser apresentados separados ou com o um só capítulo, podendo conter no final conclusão sumarizada.

AGRADECIMENTO: deverá ser colocado neste capítulo (quando houver).

REFERÊNCIA: As referências devem seguir os exemplos:

Periódicos: AUTOR(ES) separados por ponto e vírgula, sem espaço entre as iniciais. Título do artigo. Nome da Revista, por extenso, volume, número, página inicial-página final, ano. KAWAGISHI, H. et al. Fractionation and antitumor activity of the water-insoluble residue of Agaricus blazei fruiting bodies. Carbohydrate Research, v.186, n.2, p.267- 73, 1989. Livros : AUTOR. Título do livro. Edição. Local de publicação: Editora, Ano. Total de páginas. MURRIA, R.D.H.; MÉNDEZ, J.; BROWN, S.A. The natural coumarins: occurrence, chem istry and biochemistry. 3.ed. Chinchester: John Wiley & Sons, 1982. 702p. Capítulos de livros: AUTOR(ES) DO CAPÍTULO. Título do Capítulo. In: AUTOR (ES) do LIVRO. Título do livro: subtítulo. Edição. Local de Publicação: Editora, ano, página inicial-página final. HUFFAKER, R.C. Protein metabolism. In: STEWARD, F.C. (Ed.). Plant physiology: a treatise. Orlando: Academic Press, 1983. p.267-33. Tese ou Dissertação: AUTOR. Título em destaque: subtítulo. Ano. Total de páginas. Categoria (grau e área de concentração) - Instituição, Universidade, Local. OLIVEIRA, A.F.M. Caracterização de Acanthaceae medicinais conhecidas como anador no nordeste do Brasil. 1995. 125p. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração em Botânica) - Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Trabalho de Evento: AUTOR(ES). Título do trabalho. In: Nome do evento em caixa alta, número, ano, local. Tipo de publicação em destaque... Local: Editora, ano. página inicial-página final. VIEIRA, R.F.; MARTINS, M.V.M. Estudos etnobotânicos de espécies medicinais de uso popular no Cerrado. In: INTERNATIONAL SAVANNA SYMPOSIUM, 3., 1996, Brasília. Proceedings… Brasília: Embrapa, 1996. p.169-71.

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Publicação Eletrônica: AUTOR(ES). Título do artigo. Título do periódico em destaque, volume, número, página inicial-página final, ano. Local: editora, ano. Páginas. Disponível em: <http://www........>. Acesso em: dia mês (abreviado) ano. PEREIRA, R.S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de infecção urinária. Revista de Saúde Pública, v.38, n.2, p.326-8, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 18 abr. 2005. Não citar resumos e relatórios de pesquisa a não ser que a informação seja muito importante e não tenha sido publicada de outra forma. Comunicações pessoais devem ser colocadas no rodapé da página onde aparecem no texto e evitadas se possível. Devem ser, também, evitadas citações do tipo Almeida (1994) citado por Souza (1997). TABELAS: Devem ser inseridas no texto, com letra do tipo Arial 10, espaço simples. A palavra TABELA (Arial 12) deve ser em letras maiúsculas, seguidas por algarismo arábico, quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Tabela).

FIGURAS: As ilustrações (gráficas, fotográficas,desenhos, mapas) devem ser em letras maiúsculas seguidas por algarismo arábico, Arial 12, inseridas no texto. Quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Figura). As legendas e eixos devem ser em Arial 10, enviadas em arquivos separados, com resolução 300 DPI, 800 x 600, com extensão JPEG, para impressão de publicação.