FACULDADE BOA VIAGEM DeVry...

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MPGE- MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus: Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas); Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada; Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia; A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor. Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração. Título da Dissertação: “Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE.Nome do(a) autor(a): Sandra Moreira Moura Data da Aprovação: 12 de setembro de 2013 Classificação conforme especificação acima: Grau 1 × Grau 2 × Grau 3 × Recife, 22 de setembro de 2013. __________________________ Assinatura do(a) Autor(a)

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil

CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MPGE- MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e

indiretas); Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em

conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada; Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo,

por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso –

PE.”

Nome do(a) autor(a): Sandra Moreira Moura

Data da Aprovação: 12 de setembro de 2013

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1 ×

Grau 2 ×

Grau 3 ×

Recife, 22 de setembro de 2013.

__________________________ Assinatura do(a) Autor(a)

Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

Sandra Moreira Moura

Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso - PE

Recife, 2013

Sandra Moreira Moura

Avaliação das Políticas Públicas para a Qualificação e Inserção Profissional: um Estudo Sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso - PE

Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CCPA da Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil. Orientadora: Dra. Maria Auxiliadora Diniz de Sá.

Recife, 2013

AGRADECIMENTOS

Eis o momento de agradecer e celebrar uma grande conquista, que não é só minha,

mas de todos que de alguma forma acreditaram, contribuíram e incentivaram.

Agradeço primeiro a Deus, pela obtenção desta grande conquista em minha vida.

Que sempre esteve comigo protegendo e iluminando minha jornada.

A minha família por todo apoio e compreensão demonstrada no momento que estive

ausente.

Aos meus filhos Raul e Thiago que tanto me incentivaram a dar continuidade a

minha vida acadêmica e o meu desenvolvimento como um ser integral. Ao meu

marido: Francismar de Moura, que sempre me impulsionou, apoiando e respeitando

o meu crescimento pessoal e profissional, acreditando e motivando minha carreira.

Minha adorável mãe e as minhas irmãs, pela contribuição no meu desenvolvimento

pessoal, incentivos financeiros, carinho, atenção e acima de tudo amor. Sem elas

esta história não teria se iniciado.

Aos meus Médicos, que guiados por Deus, estiveram ao meu lado, cuidando para

que em tempo hábil eu pudesse voltar às atividades na faculdade e não perdesse as

atividades acadêmicas, as avaliações e nem os trabalhos em equipes; muitas vezes

mexeram em suas agendas para facilitar minhas internações cirúrgicas com o

calendário da faculdade, evitando viagens com risco alto, mas sempre apostando no

meu restabelecimento pela alegria que sentia em ver meus amigos e professores e

tantas palavras de incentivo.

Aos jovens da cidade de Rio Formoso que foram a inspiração para a realização

dessa pesquisa e sem eles nada seria possível.

Ao prefeito Sr. Hely Farias da cidade de Rio Formoso, que permitiu durante dois

anos que eu pudesse desfrutar do cotidiano de sua gestão, dando pleno acesso as

secretárias sem restrições de informações para contribuir com a pesquisa

acadêmica.

Agradeço à Secretaria de Ação Social, Dra. Hilma Farias e sua equipe, onde pude

participar e acompanhar atividades e Ações Sociais desenvolvidas para os Jovens e

seus familiares. Sendo completamente acolhida e com acesso livre as informações e

aplicabilidade dos projetos. Agradecimento especial a Patrícia Marinho, Secretária

de Desenvolvimento Econômico e juventude, onde tive a honra de acompanhar a

implantação do projeto Casa das Juventudes por dois anos, na cidade de Rio

Formoso no Município de Cucaú. Trabalho esse que mereceu prêmios,

reconhecimentos políticos, sociais, parcerias com empresas nacionais e

internacionais e o principal, a transformações desses jovens em cidadãos.

Aos excelentes professores e grandes amigos: Julio Borba,professora Viviane, Sônia

Calado, que para me ajudar a ter acessibilidade e conforto nas aulas, providenciou

uma cadeira de rodas, para minha melhor locomoção e não sofrimento, com as

bengalas que muito me doía e me fazia sofrer. Ainda disponibilizou seu tempo para

quaisquer necessidades pedagógicas ou simplesmente falar, lá estava ela com seu

sorriso de “posso ajudar?” Palavras de esperanças e incentivos a dias melhores isso

só fortalecia a minha fé dias melhores e esperança.

James Falk, Augusto Oliveira e Dra Lúcia Barbosa, com quem tive uma das maiores

e melhores oportunidades de assistir suas aulas aprendi e devorei artigos,

aprendendo e vivenciando na empresa, todos os seus ensinamentos por eles

evidenciados; um verdadeiro exercício de aplicabilidade entre teoria e prática.

Tenham certeza que de cada um de vocês conseguiu extrair o máximo possível dos

seus ensinamentos acadêmicos e suas posturas profissionais, éticas e humanas em

sala de aula, isto me engrandeceu bastante como pessoa e profissional.

Agradecimento à professora Hainalka que contribuiu no pré-projeto deixando o

trabalho todo em vermelho, sinalizando o que precisava ser melhorado, me pegando

pela mão e dando um norte; à Profª. Dra. Monica Gueiros, por sua delicadeza de

uma maestrina a apontar o quanto precisava ter harmonia nos conhecimentos, nas

habilidades e nas atitudes para que juntos tocassem a arte final.

Agradecimento especial a todo pessoal de apoio (limpeza, segurança e informática)

do mestrado da FBV, pela organização e estrutura do curso, em especial a Albina e

Rosana devido ao seu pronto atendimento e por sua dedicação, colaboração e

paciência nas minhas diversas solicitações.

A amiga Jornalista Cleiva Sena, que aos finais de semana me recebia em sua casa

para Pesquisa na internet, vendo os artigos científicos, erros de ortografias e

sintáticos.

Aos amigos da turma 7 cujos nomes não destacarei, pois cada um tem um

significado diferente e especial em minha vida. Todos tiveram momentos especiais e

de carinho individualmente, cuidando de mim e me guardando em suas orações, a

turma é especial.

Agradeço aos amigos de Luz: Eurico Noblat, Gustavo Aragão e André Fell,

testemunhas praticantes do evangelho de Jesus Cristo, através da prática da

caridade Cristã. Fui beneficiada com a aplicabilidade do seu amor ao próximo e a

disponibilidade do servir.

Agora, porém, propositalmente deixada por último, a minha querida Orientadora e

amiga Professora Maria Auxiliadora (Dorinha), pela sua humanidade, sabedoria,

ética e competência em sala de aula. Lembro-me do primeiro dia em que a conheci,

logo entendi que era com ela que desejaria ser orientada para o Mestrado... Ali

estava uma pessoa maravilhosa e comprometida com o próximo. Isto a foi a fórmula

mágica da minha conquista: segurança e tranquilidade nas horas mais angustiantes

que constatei que nada sabia, e estava perdida. Foi sem dúvida alguma, a grande

Mentora e minha bússola nesta jornada. Seus ensinamentos, compreensão e

serenidade foram de vital importância para manter-me segura e tranquila em minha

caminhada, por sua confiança, luz e condução ao longo do processo de minha

trajetória e condução ao longo processo da orientação pedagógica, e isto, foram à

fórmula mágica da minha conquista: segurança e tranquilidade. Muito Obrigada Dra.

Maria Auxiliadora Diniz de Sá!!!!

Dedico esse trabalho a Deus, à minha Família, aos meus amigos. Obrigada por serem companheiros!

Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar.

(Anatole France)

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo refletir sob a avaliação das políticas públicas para inserção profissional sobre a Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), posicionando que a internacionalização da economia e dos processos de inovações tecnológicas e organizacionais, os debates sobre o tema trabalho e sua relação com a educação passaram a fazer parte das reflexões de educadores, sociólogos e outros estudiosos sob as mais diversas abordagens e enfoques teóricos. Quanto às discussões sobre as transformações em andamento no mundo do trabalho, ganha importância a questão da formação dos trabalhadores, mais especificamente, a educação formal e a qualificação profissional porque podem contribuir como elementos de competitividade no acesso ao emprego ou na possibilidade de geração de empregabilidade. Como tema de pesquisa, a inserção profissional tem o seu surgimento em um contexto em que são possíveis interpretações diversas para o momento em que procura representar: entrada na vida ativa, transição profissional, transição da escola-trabalho, etc. Além disso, na realidade nacional, com o crescimento do índice de desemprego somado ao excedente de mão de obra, há que se verificar que consequências estas variáveis desencadeiam junto aos jovens que estão em processo de ingresso no mercado e que ainda não possuem as requeridas competências práticas. Em termos de procedimentos metodológicos, optou-se pelo método qualitativo; como instrumentos de coleta dos dados utilizaram-se entrevistas semiestruturadas com cinco jovens que se destacaram e mais um questionário, realizado junto a cinquenta jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), no período de maio a junho 2013. Os dados foram analisados de forma interpretativa, através da técnica da análise de conteúdo. Por fim, constatou-se a realidade dos jovens de Rio Formoso: a superação de barreiras sociais e econômicas ao desenvolvimento social; a oportunidade de qualificação profissional; a superação da exclusão profissional; uma visão de um futuro melhor, entre outras categorias. Palavras-chave: Avaliação de política pública. Inserção profissional. Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE).

ABSTRACT

This paper aims to reflect on the evaluation of public policies for employability on the Youth House Rio Formoso (PE), positioning the internationalization of the economy and the processes of technological and organizational innovations, debates on the topic and work its relationship with education became part of the reflections of educators, sociologists and other scholars under different approaches and theoretical approaches. Regarding the discussions on the changes underway in the world of work, gains importance to the training of workers, more specifically, formal education and vocational training because they can contribute as elements of competitiveness in access to employment or the possibility of generating employment. As a research topic, vocational integration has its onset in a context in which different interpretations are possible for the moment that seeks to represent: entry into active life, professional transition, transition from school to work, etc.. Moreover, the national reality, with the growth of unemployment plus the surplus of labor, we have to verify that these variables trigger consequences to young people who are in the process of entering the market and still do not have the required skills practices. In terms of methodological procedures, we chose the qualitative method, as instruments of data collection were used semistructured interviews with five young people who have excelled and more a questionnaire conducted with fifty young people from the Youth House of Rio Formoso (PE) in the period from May to June 2013. Data were analyzed interpretative, using the technique of content analysis. Finally, it was found the reality of young people from Rio Formoso: overcoming social and economic barriers to social development, the opportunity for professional qualification; overcoming professional exclusion, a vision of a better future, among other categories. Keywords: Evaluation of public policy. Employability. Program Youth House Rio Formoso (PE).

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Ciclo de Política Pública ............................................................................ 71

Figura 2 - Mapa Geográfico de Rio Formoso ............................................................ 79

Figura 3 - Região Estratégica de Suape ................................................................... 79

Gráfico 2 - Planos de futuro profissional ................................................................... 91

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Diferenças entre avaliação formativa e avaliação somativa ..................... 73

Tabela 2 - Desenho da pesquisa ............................................................................... 82

Tabela 3 - Distribuição da área de atuação dos jovens da Casa das Juventudes de

Rio Formoso – PE/ 2012. ......................................................................... 82

Tabela 4 - Resultado Percentual ............................................................................... 88

Tabela 5 - Resultado Analítico .................................................................................. 92

Tabela 6 - Transcrições das Entrevistas antes e depois do Programa Casa das

Juventudes de Rio Formoso – PE............................................................ 96

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CONJUVE Conselho Nacional de Juventude

E Entrevista

ECA Estatuto da Criança e Adolescente

FUNABEM Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor

IBASE Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCUBATEP Incubadora de Empresas de Base Tecnológica

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Ampliada

ONGs Organizações não governamentais

PETROBRAS Petróleo Brasileiro S/A.

PIB Produto Interno Bruto

PLAC Plano de Ação Comunitária

Projovem Programa Nacional de Inclusão de Jovens

Q Questionário

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SNJ Secretaria Nacional de Juventude

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................ 20

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 20

1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 20

1.2 JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA ....................................................................... 21

1.2.1 Justificativa teórica ........................................................................................ 21

1.2.2 Justificativas práticas .................................................................................... 21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 22

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS ....................................................................................... 22

2.1.1 Políticas públicas para juventude ................................................................. 28

2.1.2 Projovem Trabalhador: Legislação específica ............................................ 30

2.1.3 Política pública para a inserção profissional da juventude ........................ 32

2.1.4 Participações do jovem em Programas Nacionais ...................................... 44

2.1.5 Desigualdades de ordem social e econômica entre os jovens

brasileiros ....................................................................................................... 48

2.1.6 A exclusão social do jovem em mercado de trabalho ................................ 50

2.1.7 Jovens do Brasil e a delinquência, possíveis causas de vulnerabilidade

social ............................................................................................................... 52

2.2 INSERÇÃO PROFISSIONAL E A CASA DAS JUVENTUDES NO BRASIL ....... 55

2.2.1 Casa das Juventudes de Rio Formoso em Pernambuco ............................ 65

2.2.2 A contribuição da Casa das Juventudes de Rio Formoso para a

sociedade ........................................................................................................ 66

2.2.3 A importância da formação de jovens da Casa das Juventudes de Rio

Formoso em Pernambuco para Suape ......................................................... 67

2.2.4 A importância da avaliação da Casa das Juventudes de Rio Formoso .... 69

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 76

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 76

3.2 LOCUS DA PESQUISA ....................................................................................... 78

3.3 DESENHO DA PESQUISA ................................................................................. 81

3.4 SUJEITOS DA PESQUISA .................................................................................. 82

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS .................................................... 83

3.6 PROCESSOS DE COLETA DOS DADOS .......................................................... 85

3.7 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS ................................................................ 85

3.8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 87

4 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................... 88

4.1 RESULTADO PERCENTUAL ............................................................................. 88

4.2 RESULTADO ANALÍTICO ................................................................................... 92

4.3 RESULTADOS ÀS QUESTÕES FEITAS POR MEIO DAS ENTREVISTAS ....... 95

4.3.1 Barreiras sociais e econômicas ao desenvolvimento social ..................... 96

4.3.2 Oportunidade de qualificação profissional .................................................. 98

4.3.3 Exclusão profissional .................................................................................... 98

4.3.4 Visão de um futuro melhor ............................................................................ 98

4.3.5 Ausência de perspectiva de inserção........................................................... 98

4.3.6 Desenvolvimento profissional ...................................................................... 99

4.3.7 Influência negativa da família e dos amigos ................................................ 99

4.3.8 Confronto com os objetivos propostos ..................................................... 100

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 101

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 105

APÊNDICE A - Roteiro de entrevista ................................................................... 116

APÊNDICE B - Fotos ............................................................................................. 117

ANEXO A - Publicações na internet ..................................................................... 119

ANEXO B - Jornal Mensaldo Engevix .................................................................. 130

ANEXO C - Jornal Jaragua ................................................................................... 131

ANEXO D - Informe Ocupação Sustentável ........................................................ 132

ANEXO E - Formulário de inscrição programa Casa da Juventude ................. 133

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1 INTRODUÇÃO

O estudo tem como alvo a avaliação das políticas públicas para a inserção

profissional da Casa das Juventudes de Rio Formoso, mostrando que o município de

Rio Formoso está situado em uma localização estratégica em relação a Suape, foi

desenvolvido um relatório usado como base para ações voltadas para o

desenvolvimento social dos moradores de baixa renda dessa região minimizando a

desigualdade social.

Tendo em vista a necessidade de qualificar os jovens da cidade para o trabalho,

ficou evidente a carência da região por instituições de ensino profissionalizante,

frente às demandas dos projetos estruturadores em Suape.

Dessa forma, foi fundamental que Rio Formoso montasse um plano de qualificação

da população local visando aumentar a empregabilidade do município, em especial o

jovem de baixa renda, caso contrário a cidade ficaria desfavorecida

economicamente, com profissionais pouco competitivos.

A melhoria de renda da população está diretamente ligada à educação e

desenvolvimento dos jovens, através de ações voltadas para a inserção no mercado

de trabalho com implantação de cursos profissionalizantes e com a instalação de

novas indústrias nos municípios da Mata Sul, propiciando melhoria também das

condições sociais, além de promover maior arrecadação municipal frente aos

investimentos necessários aos serviços públicos.

Esta realidade tem demandado intervenções voltadas para a juventude, as quais

têm sido respondidas pelo governo federal por meio do aumento de investimento em

políticas públicas para os jovens, visto que, em 2004 organizou-se o Grupo

Interministerial composto por dezenove Ministérios, Secretarias e Órgãos Técnicos

Especializados.

O grupo coordenado pela Secretaria Geral da Presidência da Republica teve como

finalidade identificar os programas governamentais específicos para os jovens,

diagnosticar a realidade juvenil brasileira e então propor uma política nacional para

os jovens.

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A Política Nacional de Juventude, por meio de Medida Provisória aprovada por Lei

11.129 de 30 junho de 2005. Essa política compreende a execução de três

propostas simultâneas: a constituição da Secretaria Nacional de Juventude, que tem

o objetivo de monitorar e articular as políticas de juventude, a implantação do

Conselho Nacional de Juventude, que tem a finalidade de propor diretrizes

governamentais, fazer estudos com a população jovem e assessorar a Secretaria

Nacional de Juventude e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem)

(BRASIL, 2005).

Diante das ações voltadas para o desenvolvimento social da comunidade, foi

implantado em Rio Formoso o programa do Estado chamado Casa das Juventudes,

o qual é direcionado aos Municípios pernambucanos com menos de 40 mil

habitantes.

O município de Rio Formoso na Mata Sul é uma das cidades beneficiadas.

Inaugurada no distrito de Cucaú, a Usina da Tecnologia celebrou uma importante

parceria entre o governo do estado e a prefeitura local. A usina Cucaú tem

atualmente 29.733 hectares, sendo 5.400 hectares de área mecanizada. Possui 49

engenhos, entre os municípios de Rio Formoso, Ribeirão, Gameleira e Sirinhaém.

Esta Usina tem contribuído para o crescimento do país e para a melhoria da

qualidade de vida dos cidadãos brasileiros, procurando aliar a excelência de sua

produção à gestão de ampliação em projetos sociais. É uma Usina de grande

importância para o aumento de Pernambuco, além de concentrar esforços em busca

da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável.

A Casa das Juventudes tem o objetivo de promover a formação de cidadãos e

prepará-los para o mercado de trabalho. Inicialmente, foram beneficiados 400 jovens

carentes, do Distrito e da sede de Rio Formoso. A proposta é, além de auxiliar os

jovens para o mercado de trabalho, promover ações que previna o envolvimento de

jovens com drogas através de palestras e trabalhos de conscientização social,

antecipando contra a delinquência juvenil.

Os jovens se cadastram e depois passam por uma seleção, finalizando com a

formação, que se baseia em três módulos: cidadania, qualificação para o mercado

de trabalho e empreendedorismo. As atividades do projeto são avaliadas todos os

18

meses.

As ações acontecem em três turnos, sendo ainda oferecido sessão de cinema,

visitas técnicas ao Porto de Suape, dentre outras. Além de melhorar as condições de

computadores doados para uso posterior em órgãos e entidades, fornecidos através

de empresas parceiras. São desenvolvidos cursos através do SENAI, com o objetivo

de qualificar o jovem para o mercado de trabalho integrando os jovens com a

sociedade, através de atividades culturais, palestras educativas focadas na

prevenção e combate ao uso de drogas, além de promover sua capacitação

profissional.

As maiores mazelas, como o desemprego e a violência, têm peso maior na

juventude. Por isso, a necessidade de um olhar diferenciado a essa parcela da

população.

As Casas das Juventudes serão um canal aberto de comunicação permanente entre

os jovens e representações da instância municipal de juventude e do Conselho

Municipal de Juventude para a criação do projeto do trabalho. A juventude é rural,

urbana, indígena, negra. Com isso, a importância da diversidade de ações voltadas

para os jovens.

Nesse sentido o problema da pesquisa consiste em: avaliar de que modo a política

pública representada pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE),

pode ser considerado como uma ferramenta de qualificação e inserção profissional

para jovens daquela localidade?

No primeiro capitulo, trata-se da introdução, direcionando o estudo que retrata a

inserção profissional da Casa das Juventudes de Rio Formoso. Também, foca o

objetivo geral do estudo que consiste em avaliar de que modo a política pública

representa este programa. Para os objetivos específicos tratou-se de investigar e

descrever os pontos principais do Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso;

bem como, averiguar quais são as percepções dos jovens beneficiados dentro do

Programa, e, analisar as vivências dos jovens no Programa. Ressalta ainda a

Justificativa do estudo que procurou contribuir para minimizar o fato de que no Brasil

não há uma tradição nos estudos sobre inserção profissional.

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No segundo capítulo, aborda-se a descrição do cenário geral sobre políticas públicas

principalmente no que diz respeito ao jovem maior de 18 anos e menor que 30 anos,

uma vez que a discussão em torno desse tema é relevante para a compreensão das

ações desenvolvidas para o jovem nas Casas das Juventudes.

Também faz uma ressalva sobre a desigualdade de ordem social e econômica entre

os jovens brasileiros. Um fator muito importante é conhecer a realidade dos jovens

de baixa renda no Brasil para entender a realidade deles, em especial de dois deles,

considerados os mais entusiastas com o resultado desse Programa em Rio

Formoso, e as questões relacionadas a problemas econômicos desses jovens. Bem

como a exclusão social dos jovens no mercado de trabalho, mostrando que a

questão do emprego e sua qualidade têm preocupado todas as nações ao redor do

mundo. Esta questão vem afetando economias desenvolvidas e em

desenvolvimento. Trata-se também da delinquência, possíveis causas de

vulnerabilidade social.

Bem como, abordam-se as Casas das Juventudes no Brasil, e principalmente as

Casa das Juventudes de Rio Formoso, em Pernambuco e a sua contribuição para o

desenvolvimento do jovem no sentido intelectual, social e cognitivo, favorecendo

uma formação tecnológica para sua inserção no mercado de trabalho.

Alinha-se a importância da formação de jovens da Casa das Juventudes de Rio

Formoso em Pernambuco para Suape. Mostrando que Pernambuco foi apontado

como um cenário repleto de oportunidades e promissor de crescimento econômico,

diariamente novos investidores, não só do Brasil como de várias partes do mundo,

foram atraídos por uma onda de crescimento causada inicialmente pela chegada dos

empreendimentos estruturadores.

No terceiro capítulo, a metodologia da pesquisa, que teve como alvo a avaliação das

políticas públicas para a inserção profissional da Casa das Juventudes. Utilizando-se

de uma pesquisa de campo com questionários aplicados aos jovens da Casa das

Juventudes de Rio Formoso. Contendo sete questões realizadas no período de maio

a junho de 2013, nas áreas de autoelétrica; eletricistas instaladores;

empreendedorismo, telecomunicações e pro-eletrônico.

No quarto capítulo a análise dos resultados na qual buscou-se, ao longo da análise,

20

as contribuições de cada um dos entrevistados, de forma a observar aspectos de

similitudes, distinções e complementaridades entre as diversidades de percepções.

No quinto capítulo, a conclusão, direcionando um estudo aprofundado das Casas

das Juventudes no Brasil, como também, em especifico, a de Rio Formoso, para

expor com propriedade as atividades desenvolvidas nesta unidade, no sentido de

servir de base para análise se tais atividades surtiram efeitos na vida dos jovens e

quais efeitos foram esses.

Conforme foi delineado no decorrer do estudo, buscou ter como conceito central

abarcado a efetividade de um programa de inclusão social, desenvolvido a partir de

uma política pública para inserção profissional, e com base no referencial

bibliográfico atrelado as inferências realizadas com a coleta de dados em campo,

nas entrevistas semiestruturadas pudemos perceber que as categorias que

emergiram traduzem de forma clara os efeitos da política, bem como a realidade

vivenciada pelos jovens alcançados pelo projeto Casa da Juventude de Rio

Formoso, antes, durante e depois da política pública.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho consiste em avaliar de que modo a política

pública representada pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE),

pode ser considerado como uma ferramenta de qualificação e inserção profissional

para jovens daquela localidade.

1.1.2 Objetivos específicos

- Identificar e descrever os pontos principais do Programa Casa das Juventudes de

Rio Formoso (PE), voltados para a qualificação e inserção profissional dos jovens.

- Averiguar quais são as perspectivas dos jovens beneficiados pelo Programa Casa

das Juventudes de Rio Formoso (PE) com relação a sua qualificação e inserção

profissional.

21

- Descrever alguns relatos da vida de alguns desses jovens beneficiados pelo

Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE) e que tiveram a possibilidade

de qualificação e inserção profissional no mercado de trabalho.

1.2 JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA

1.2.1 Justificativa teórica

O presente estudo é justificado em termos teóricos pelo esforço de tentar contribuir

para a popularização e o debate de questões relativas ao tema políticas públicas

votadas para a qualificação profissional de jovens no Brasil, uma vez que, segundo

Vicente (2009), a literatura concernente tem sido pouco traduzida no país. Além

disso, a sua aplicação empírica apresenta-se ainda relativamente escassa, inclusive

nos trabalhos de natureza acadêmica (ARAÚJO, 2008; BERGUE, 2007;

CAVALCANTI, 2007).

1.2.2 Justificativas práticas

Em termos práticos, a pesquisa procurou contribuir para minimizar o fato de que no

Brasil não há uma tradição nos estudos sobre inserção profissional. Rocha-de-

Oliveira e Piccinini (2012) reforçam isso, ao constatarem que a compreensão da

inserção profissional no Brasil, por normalmente estar voltado para grupos em

situação de exclusão, como os jovens pobres e de baixo nível e instrução; fica

bastante próxima da esfera da inserção social e que muitas vezes se visualiza o

ingresso na vida profissional como o simples desenvolvimento de alguma atividade

na esfera produtiva, inexistindo uma análise de como acontece esse processo de

inserção e o que ela representa para os jovens em termos de aprendizado sobre a

realidade do mundo do trabalho na sua experiência de vida.

Assim, em muitos desses casos, o trabalho é apenas visto como uma forma de

subsistência. As políticas públicas estabelecem metas e encaminham soluções para

resolver problemas sociais nas mais diversas áreas, como educação, saúde,

assistência social, habitação, lazer, transporte, segurança e meio ambiente visando

à melhoria dos serviços prestados à população.

22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS

No campo acadêmico, a política pública surgiu nos EUA, inexistindo uma relação

com as teorias do Estado porque passou diretamente à análise da ação dos

governos. Esse fato diferiu do ocorrido na Europa porque nesse continente as

políticas públicas constituem um desdobramento dos estudos fundamentados em

teorias explicativas do Estado e do governo (SANTOS et al., 2011). Em

complemento, Souza (2006) discorreu que os estudos seminais sobre esse campo

de conhecimento puderam ser encontrados nas contribuições teóricas de autores

como Laswell, Simon, Lindoblom e Easton (1936) – ainda hoje referências para as

pesquisas e debates em políticas públicas.

Em seus estudos, Bonafort (2004) percebeu a existência de várias definições de

política pública, identificando, em todas elas, a presença do governo como elemento

essencial, a ponto de não se poder falar em políticas públicas sem a intervenção de

governo. Desse modo e, em termos gerais, políticas públicas poderiam representar o

Estado em ação ou mesmo uma das formas de o Estado gerir a sociedade

(NATIVIDADE; PEREIRA; OLIVEIRA, 2011). Assim, o tipo e a forma de

administração que o Estado vai assumir exercem significativa influência nas

características da gestão de uma política pública. Frente ao crescente número de

estudos que compõem o campo das políticas públicas, além da complexidade e

abrangência particulares do tema (HEIDEMANN, 2009), há que se ressaltar que não

houve a intenção de abordar toda a discussão que o envolve, mas sim, efetuar um

esforço explicativo acerca de alguns aspectos importantes ao presente problema de

pesquisa.

As políticas públicas são multidisciplinares e multidimensionais, constituindo suas

ações objetos de estudo de diversos campos de conhecimentos e, em particular,

para os debates teóricos da ciência política. Em sua revisão ampla de literatura,

Souza (2006, p.26) observa que “do ponto de vista teórico-conceitual, a política

pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e

seu foco está nas explicações sobre a natureza da política pública e os seus

23

processos”. Daí, Santos et al. (2011) defenderem que uma teoria geral de políticas

públicas apresenta a necessidade de uma visão epistemológica com contribuições

de áreas como a sociologia, economia, antropologia, geografia, assim como da

ciência administrativa; isso acontecendo porque os autores consideram que uma

política pública repercute na dinâmica da sociedade. Além disso, os autores

supracitados consideram que qualquer análise no campo das políticas públicas deve

procurar explicações que inter-relacionem Estado, política, economia e sociedade.

Em termos de formulação de políticas públicas, Vicente (2009) apresenta um

complexo desafio que diz respeito à clara identificação de quais os atores atuam no

processo de formulação e do processo decisório, além da identificação de que

grupos ou interesses esses atores representam. Ademais, o autor supracitado

menciona quatro outros desafios a serem considerados no entendimento do

processo de formulação de políticas públicas:

As interações institucionais no macro-ambiente da gestão pública.

O papel das alianças entre atores (instituições e indivíduos) em uma área

comum de atuação política.

As formas de assegurar legitimidade das instituições envolvidas nessas

interações perante seus respectivos públicos.

O entendimento das situações de mudança traz à tona a complexidade

exigida na atuação do Poder Público, o que possibilita uma melhor compreensão de

processos políticos e de mudanças na administração pública quer em nível

municipal, estadual ou federal.

No presente estudo, optou-se pelo conceito de Souza (2006, p. 26) para política

pública por considerá-lo claro e objetivo: “o campo do conhecimento que busca ao

mesmo tempo colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação e, quando

necessário propuser mudanças no rumo ou curso das ações”.

Entende-se por políticas publicas as atividades relacionadas à pesquisa e

planejamento, à execução e avaliação das ações estabelecidas pelo governo, nas

três esferas: federal, estadual e municipal, para prestação de serviços a sociedade

24

em geral.

As políticas públicas estabelecem metas e encaminham soluções para resolver

problemas sociais nas mais diversas áreas, como educação, saúde, assistência

social, habitação, lazer, transporte, segurança e meio ambiente visando à melhoria

dos serviços prestados à população.

É essencial buscar compreender políticas públicas para realizar uma apreciação

mais clara de uma interferência. É necessário refletir a respeito do contexto em que

a ação vem incidindo, os interesses do Estado e os entendimentos teóricos que as

políticas públicas vêm adotando.

Não há um único conceito para tratar de políticas públicas, porquanto, as definições

passam por ações do governo, investimentos, acolhimento da sociedade,

transformação de política em ações praticadas pelo governo. Afora essas questões,

existe, igualmente, o embate que passa em volta dos entendimentos e interesses no

momento que se fala a respeito de política pública.

Conforme Pimenta e Alves (2010, p.27), as políticas públicas têm por finalidade

responder a demandas, em principal frente aos âmbitos à margem da sociedade,

avaliados como vulneráveis. Desse modo, apresentam um entendimento de políticas

públicas agregadas ao acolhimento das necessidades da sociedade.

Outras definições ressaltam a função das políticas públicas na dissolução de

problemas, como também de considerar outros elementos como, ações do governo,

transformação de política em ação, ações praticadas pelo governo.

Alcântara (2007, p.5) entende que política pública vem a ser o que o governo

recomenda fazer ou não fazer. Também que, no âmbito das políticas educativas, o

uso dos recursos vai dar prioridade a ações, como para a educação de jovens e

adultos. Nesse sentido, ao se pensar em políticas públicas, faz-se necessário serem

avaliadas igualmente as ausências de ações, as falhas, como formas de

manifestação política, porquanto concebem alternativas e direcionamentos dos que

ocupam colocações (MENDES et al., 2007, p.54). Para tanto, tal observação

necessita ser feita, pois as demandas da sociedade são distintas e os recursos para

acatá-las são restringidos.

25

Seguindo essa linha de raciocínio, Souza (2006, p. 27) expande a discussão sobre

políticas públicas, trazendo à baila a soma das atuações dos governos, que agem de

maneira direta ou por meio de delegação e que vem influenciando a vida dos

cidadãos.

Já Arroyo (2007) aponta a necessidade de se refletir em políticas públicas a partir da

identificação de quais sistemas de ideias prevalecem na representação de uma

intervenção na sociedade. Porquanto que, uma intervenção pode influenciar toda a

eficácia da sociedade, induzindo ao questionamento a respeito de que os interesses

encontram-se atrelados a cada ação definida.

Na esteira desse entendimento, afora os aspectos ideológicos do impacto na

sociedade e ainda a prioridade de missões dos recursos, torna-se necessário

questionar os entendimentos que evidenciam as políticas públicas como ação do

governo. Cumpre enfatizar que, mesmo sendo do governo o interesse por formular,

de forma legítima, as políticas públicas, não vem a ser o único responsável por

praticá-las.

Convém observar que, a partir de um novo contexto e de uma nova conformação

das políticas públicas, a participação da sociedade torna-se legítima, e incentivada

pelo próprio poder público. Assim sendo, as políticas públicas podem ser

compreendidas como alternativas e possibilidades de cooperação que podem ser

instituídas entre os governos e instituições como também grupos sociais na prática

das políticas. Ainda com as diversas abordagens, as definições de políticas públicas

adotam uma perspectiva em que o todo se torna mais importante do que a soma das

partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses encontram-se

implicados desde a concepção até a prática das ações emanadas no momento da

formulação das políticas (HELLER; CASTRO, 2007, p. 285).

Souza (2006, p.5) faz uma observação de que, o modo holístico da área não

compõe que ela necessite de consistência teórica e metodológica, entretanto, que

ela permite diversas visões. Para tanto, o entendimento holístico de política pública

consisti em ser considerado, ao longo do desenvolvimento do trabalho, ainda que,

para fins metodológicos da pesquisa, abalizamos o entendimento de política pública

para que possa ser observada como uma ação do governo em parceria com

26

entidades diferentes da sociedade. Entretanto, tal prioridade pode encontrar-se

atrelada à representação da política pública, a qual apresenta a finalidade de

influenciar de forma direta ou indiretamente a eficácia de vida da coletividade.

Também existem programas como a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos)

com a temática inova Brasil, criado para reconhecer e divulgar esforços inovadores

realizados por empresas, instituições sem fins lucrativos e inventores brasileiros,

desenvolvidos no Brasil e já aplicados no País ou no exterior. Na qual, abrange

todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico,

apoia ainda, a incubação de empresas de base tecnológica, a implantação de

parques tecnológicos, a estruturação e consolidação dos processos de pesquisa e o

desenvolvimento de mercados (BONAFORT, 2004).

As secretarias estaduais, municipais ou federais, trabalham de forma interligada,

bem como em empresas e órgãos da administração pública, desenvolvendo ações

baseadas em políticas já existentes ou definindo novas estratégias para solucionar

problemas da coletividade, sempre de acordo com a viabilidade social, econômica e

política.

Os problemas da administração pública estão presentes no contexto político,

econômico e social do país para elaborar, programar e avaliar políticas públicas para

essas áreas.

Dentro das políticas publicas, vem sendo criando uma série de programas

estratégicos e ações que têm como objetivo melhorar a qualidade dos serviços

prestados à população. Estas ações são visíveis nas prefeituras, secretarias

estaduais e ministérios para definir as políticas que serão aplicadas e também para

administrar os setores (BONAFORT, 2004).

Estão presentes, nas sociedades modernas, características que diferenciam os

membros uns dos outros não apenas por atributos diferenciados (idade, sexo,

religião, estado civil, escolaridade, renda, setor de atuação profissional, etc.), como

também possuem ideias, valores, interesses e aspirações diferente e desempenham

papéis diferente no decorrer da sua existência. Todos esses fatores fazem com que

a vida em sociedade seja complexa e envolva conflito: de opinião, de interesses, de

valores, etc.

27

Entretanto, para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser

mantido dentro de limites administráveis. Para isso, existem apenas dois meios: a

coerção pura e simples e a política. A coerção, quanto mais é utilizada, mais

reduzido se torna o seu impacto e mais elevado se torna o seu custo. Já a política

envolve coerção, mas que não se limita a ela.

Política consiste no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam

relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a

bens públicos.

As políticas públicas, por sua vez, são resultantes das atividades políticas que

compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à sociedade. Nesse

sentido, é necessário distinguir entre política pública e decisão política. Uma política

pública, geralmente, envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações

estrategicamente selecionadas para programar as decisões tomadas (HEIDEMANN,

2009).

Já uma decisão política corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas,

conforme a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando em

maior ou menor grau certa adequação entre os fins pretendidos e os meios

disponíveis. Assim, embora uma política pública implique decisão política, nem toda

decisão política chega a constituir uma política pública.

Alguns tipos de políticas podem ser mais ou menos difíceis de implementar, podem

ter mais ou menos probabilidade de interferência externa, etc. Por exemplo: as

políticas redistributivas podem ser mais difíceis de implementar que as políticas

distributivas; já as políticas regulatórias podem ser mais ou menos bem sucedidas

dependendo das suas consequências redistributivas. Portanto, o acompanhamento

e controle das políticas devem incluir, também: o tipo de política e de arena política;

o contexto inter e intra-organizacional dentro do qual ocorre a implementação; e o

mundo externo sobre o qual a política deverá exercer o seu impacto.

Outra forma de atuação é a pressão pública, que pode ser realizada por atores

individuais ou coletivos. Inclui desde manifestações pela imprensa, até atitudes

radicais como greves de fome, etc.

28

2.1.1 Políticas públicas para juventude

Estudar as políticas públicas voltadas para a juventude garantindo direitos a esta

geração são fatores fundamentais para consolidar a democracia no Brasil, com

inclusão social. É essa perspectiva que norteia o Governo Federal estruturando a

implantação de políticas públicas de juventude.

No entanto, tratar políticas públicas e juventude de maneira isolada não expõe as

finalidades recomendadas no estudo, assim, incluir e abranger esses dois conceitos

torna-se imprescindível para nortear as reflexões da investigação. Nesse intuito,

serão evidenciadas as trajetórias das políticas públicas de juventude para

compreender a edificação do modelo no contexto contemporâneo. Tal modelo gera a

representação das atuais políticas públicas que acolhem o público jovem. Diante

disso, torna-se essencial buscar compreender a maneira de influência que o governo

estrutura para a juventude e as consequências causadas ao jovem (HELLER;

CASTRO, 2007).

Esta nova forma de considerar a juventude teve início na criação, em 2004, do grupo

interministerial coordenado pela Secretaria Geral da Presidência da República e

composto por 19 ministérios, que inaugurou principais programas federais para esse

segmento populacional, elaborando um diagnóstico da situação dos jovens

brasileiros. Desta forma chegou-se ao seguinte resultado: a definição da Política

Nacional de Juventude, cuja implementação é coordenada pela Secretaria Nacional

de Juventude da Secretaria Geral da Presidência da República.

As constantes transformações sociais, econômicas e culturais, afetando as rotinas

produtivas e as relações sociais, comerciais e trabalhistas em todo o mundo. Esse

novo contexto favorece desigualdades sociais que exige das políticas públicas

soluções que revertam o quadro de exclusão principalmente entre os jovens.

No que se refere à juventude, é recente a inclusão desta temática na agenda política

do Brasil e do mundo. As políticas públicas passaram a incluir as questões

relacionadas à juventude, de forma mais consistente, por motivos emergenciais, já

que os jovens são os mais atingidos pelas transformações no mundo do trabalho e

pelas distintas formas de violência física e simbólica que caracterizam o século XXI.

29

As políticas públicas para a juventude eram restritas aos jovens adolescentes, de até

18 anos. A mobilização social que ocorreu em torno do ECA foi um fator importante

para a reflexão feita pela sociedade em torno dos direitos da infância e adolescência

e às políticas públicas destinadas a essa faixa etária (MENDES; OLIVEIRA, 2007).

Jovens com idade superior a 18 anos não alcançados pelo ECA eram atendidos por

políticas voltadas para a sociedade como um todo e as políticas públicas de

juventude eram marcadas por uma abordagem emergencial, com foco em jovens em

situação de vulnerabilidade social. Ainda que esta perspectiva seja importante, ela é

insuficiente, pois é preciso considerar as heterogeneidades dos jovens.

Através dessas políticas o jovem teve acesso a oportunidades para adquirir acesso

à educação, à qualificação profissional e à cidadania. Oportunidades de acesso ao

mercado de trabalho, ao crédito, à renda, aos esportes, ao lazer, à cultura e à terra.

A garantia de direitos e oferta de serviços que garantam a satisfação das

necessidades básicas do jovem e as condições necessárias para aproveitar as

oportunidades disponíveis.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no

Brasil, os jovens com idade entre 15 e 29 anos representavam, em 2008, cerca de

50 milhões de pessoas, o que então correspondia a 26% da população total (IBGE,

2008). Apesar do peso numérico e da gravidade das questões que envolvem este

segmento populacional, a emergência das políticas públicas de juventude e da

problematização dos direitos dos jovens é recente no Brasil.

Diferentemente de outros países da América Latina, no caso brasileiro, as ações

desencadeadas pelas agências das Nações Unidas a partir do Ano Internacional da

Juventude, em 1985, tiveram pouca repercussão na formulação de programas ou

organismos específicos de políticas para esse grupo populacional.

Havia pouca relevância naquele momento do tema juventude, estando o foco das

preocupações e mobilizações centrado na questão das crianças e adolescentes em

situação de risco e na defesa dos direitos desses segmentos.

Como consequência, durante muito tempo, o termo juventude, manteve-se

associado ao período da adolescência ou foi tomado como algo indistinto da

30

infância, é o que afirma Instituto de Pesquisa Econômica Ampliada - IPEA juventude

e políticas publicas no Brasil, sendo as questões dos jovens com mais de 18 anos

desconsideradas, tanto do ponto de vista da ação pública estatal como do das

entidades da sociedade civil (PIMENTA; ALVES, 2010).

Em um primeiro momento, a estratégia de valorizar o jovem maior de 18 anos e

menor que 30 anos, correspondem às expectativas da juventude à realidade

brasileira que detém elevada proporção de jovens em situação de vulnerabilidade

social. Programas dessa natureza, quando bem administrados e mantidos

continuadamente podem contribuir para melhorar consideravelmente as condições

de vida dos jovens, contribuindo para a elevação dos índices de alfabetização e de

escolaridade, que podem resultar em melhor inserção no mundo do trabalho o que

constituem meta altamente desejável, resumir a intervenção pública apenas a ações

emergenciais e compensatórias aos jovens socialmente mais vulneráveis não é uma

solução socialmente justa e definitiva.

De acordo com as diversidades e desigualdades que caracterizam nossa juventude,

é preciso também abrir espaço para a incorporação de abordagens específicas no

interior das demandas universais. Desta forma, o desafio colocado para os

representantes da sociedade é o de ampliar consideravelmente o escopo da Política

Nacional de Juventude, de modo que esta possa beneficiar com efetividade todas as

juventudes brasileiras.

2.1.2 Projovem Trabalhador: Legislação específica

O Projovem teve seu início em 2005, com orçamento previsto pela Presidência da

República para começo do Programa, com recursos em torno de R$ 300.000,00

milhões de reais difundidos em ações governamentais. Inventariando com o viés das

políticas públicas nacionais.

Nessas considerações sobre o Projovem caracteriza-se

Por levar em conta a singularidade da condição juvenil, suas necessidades, seus desejos frente à sua condição socioeconômica e cultural; reconhecer o jovem como sujeito de direitos; viabilizar sua participação ativa no processo de aprendizagem em que está envolvido e busca superar os grandes hiatos existentes entre escola e vida, entre aprendizado teórico e prático, entre escola e mundo do trabalho, entre a preparação do cidadão para o futuro e a ação do jovem cidadão no presente (BRASIL, 2005, p. 14).

31

O argumento em questão serve para mostrar que as discussões sobre o Programa

está estabelecido que cada jovem complementar do Projovem, que fizer as

estimativas, obtiver 75% de presença e realizar as atividades em dia, embolsa o

valor de R$ 100,00 (cem reais), mensais a título de ajuda de custo. O fato de o

estudante auferir a bolsa é muito polêmico, pois tem um estilo assistencialista, na

qual consta dentre os pretextos pontuados que levam o jovem e frequentar o

Programa.

Faz-se oportuno realçar o seguinte:

No Art. 1o O Programa Nacional de Inclusão de Jovens - Projovem,

instituído pela Lei no

11.129, de 30 de junho de 2005, e regido pela Lei no

11.692, de 10 de junho de 2008, fica regulamentado na forma deste Decreto e por disposições complementares estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela sua coordenação, nas seguintes modalidades:I -Projovem Adolescente - Serviço Socioeducativo; II - Projovem Urbano; III - Projovem Campo - Saberes da Terra; e IV - Projovem Trabalhador. Parágrafo único. O Projovem Adolescente - Serviço Socioeducativo será coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Projovem Urbano e o Projovem Campo - Saberes da Terra pelo Ministério da Educação, e o Projovem Trabalhador pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Da Finalidade e Objetivos do Projovem. Art. 2

o O Projovem tem

por finalidade executar ações integradas que propiciem aos jovens brasileiros reintegração ao processo educacional, qualificação profissional em nível de formação inicial e desenvolvimento humano (BRASIL, 2008).

O Projovem é um programa de formação, qualificação e habilitação profissional,

indicando para que todo cidadão tenha direito à educação, assim como tem direito à

saúde, ao lazer, ao trabalho, ao conhecimento, enfim, ser humano em sua plenitude.

Desde que o sistema educacional está integrado e considera-se a educação como

um investimento.

O reconhecimento do direito público e subjetivo à escolarização básica da população

jovem que não frequentou a escola em tempo hábil ou o fez durante curto período,

está expresso na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional.

Argumentando a esse respeito, tendo por base o Ministro de Estado do Trabalho e

Emprego, no uso de suas atribuições que lhe são conferidas pelos incisos I e II do

parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, do Capítulo IV do Título II do

Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, do art. 1º do Anexo I do Decreto

5.063, de 3 de maio de 2004, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.692 de 10 de

32

junho de 2008, regulamentada pelo Decreto nº 6.629, de 04 de novembro de 2008

(BRASIL, 2008).

Em seu Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo I desta Portaria, o Termo de Referência da submodalidade Juventude Cidadã, da modalidade Projovem Trabalhador, do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem, de que trata o inciso II do art. 39 do Decreto nº 6.629, de 2008. Art. 2º Estabelecer, nos termos desta Portaria e do Termo de Referência de que trata o art. 1º, os critérios e as normas de transferência automática de recursos financeiros a Estados, a Municípios, com população a partir de vinte mil habitantes, e ao Distrito Federal, para a execução da submodalidade Juventude Cidadã, da modalidade Projovem Trabalhador, do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem, sem a necessidade de convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento congênere, por meio de depósito em conta-corrente específica, sem prejuízo da devida prestação de contas da aplicação desses recursos, nos termos do art. 4º da Lei nº 11.692, de 2008, do inciso I do § 1º do art. 39 do Decreto nº 6.629, de 2008 (BRASIL, 2008).

2.1.3 Política pública para a inserção profissional da juventude

Como tema de pesquisa, a inserção profissional é recente e tem o seu surgimento

em um contexto em que são possíveis interpretações diversas para o momento em

que procura representar: entrada na vida ativa, transição profissional, transição da

escola-trabalho, etc. Em princípio, poder-se-ia pensar que estas expressões seriam

equivalentes. Contudo, cada um dos conceitos citados teve o seu surgimento em um

momento particular, dentro de um corpo social particular, conforme explicam

Piccinini e Oliveira (2008). Presentemente, serão desenvolvidas algumas

considerações acerca do conceito de inserção profissional.

Convém acrescentar que, com o intuito de entender a trajetória das políticas

públicas de juventude em meio ao século passado e o momento contemporâneo,

Trevisan e Bellen (2008) delineiam os fundamentais pontos da história que aborda

intervenções direcionadas à juventude. Vale lembrar que o primeiro espaço para as

políticas públicas de juventude aconteceu em 1927, com o 1° Código de Menores do

Brasil, que apresentou como preocupação, saneamento social de tipos indesejáveis

à sociedade.

Esse código também era conhecido como Código Mello Matos e norteou a

formulação das outras políticas públicas direcionadas aos jovens, isso até o final dos

anos de 1970. Era um processo de ajuste moral de crianças e adolescentes na

sociedade, porquanto sagrou sugestões produzidas pelo Estado, que poderiam

33

adotar um caráter desenvolvimentista de desenvolvimento de adultos capacitados

para o trabalho (TREVISAN; BELLEN, 2008, p.531).

Verifica-se, portanto, que antes de finalizar o Código Mello Matos, no ano de 1941,

nasce o Serviço de Assistência ao Menor, que apresenta a papel de tutela.

Entretanto, foi um serviço trocado, em 1964, pela Política Nacional de Bem-Estar do

Menor (PNBEM) com a finalidade de resguardar o regime ditatorial. Desse modo, a

política apresentou como mecanismo gestor, de representatividade nacional, a

Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) e a atuação da FUNABEM

encontrava-se em consonância com a Lei de Segurança Nacional e, assim com o

Código de Menores, em que o jovem pobre constituía um potencial infrator, que

precisaria ser recolhido ao sistema, no momento que praticava determinada

transgressão.

De acordo com o período das décadas de 1960 e 1970, as políticas formadas para

a juventude, não apenas no Brasil, porém em outros países da América Latina,

haveria uma tendência a adotar um caráter de controle político-ideológico dos

jovens participantes e agentes no movimento estudantil e de domínio dos

estudantes e, igualmente diferentes populações, tal como na Lei de Segurança

Nacional (1964). Assim, esse conceito apresenta como argumento a ditadura militar

e o entendimento de juventude proveniente dessa ocasião.

Dutra (2010, p.62) resume a representação do jovem nesse momento em que a

juventude apenas encontra-se presente para o pensamento e para a atuação da

sociedade como problema, tal como objeto de falha, disfunção no procedimento de

integração social e, numa expectativa mais abarcante, para a continuidade social,

assim a ênfase recai sobre a visão do problema social, ou seja, a juventude apenas

passa a se tornar objeto de atenção no momento que representa uma ameaça de

ruptura com a continuidade social, ameaça para si própria ou para a coletividade.

Desta forma, o jovem vem a ser sinônimo de fonte de problemas e que se desvia do

seu caminho em direção à integração social. Já na década de 1960, observa-se a

edificação social da juventude como uma geração a ser associada à sociedade,

proporcionando o intercâmbio de indivíduo e sociedade. Nesse período, os jovens

foram entusiasmados pela Revolução Cubana, pelo movimento de crítica à

34

interferência americana no Vietnã, isso se tornara mais visível no protesto público

contra o Estado e na modelagem capitalista da sociedade. Entretanto, é nos anos

1970 que cresce a visão de representações juvenis em âmbitos populares, como

dos movimentos camponeses e das formações de políticos de esquerda, o que

igualmente gerou forte reação de autoridade por parte dos Estados.

Cumpre enfatizar outra concepção de políticas públicas que incide de maneira mais

marcante na década de 1950 que são as intervenções direcionadas para a

profissionalização, ocupação produtiva do tempo livre e educação, acolhendo a

lógica do desenvolvimento apregoado em slogans de gestão governamental do tipo

50 anos em 5. Frente a isso, o jovem incumbe a uma sociedade produtiva que

apresenta a função de acolher essa demanda de sociedade, tendo como objetivo o

progresso nacional.

Na década de 50 e durando até 1980, as políticas destacavam a área de educação e

o emprego do tempo livre do jovem. Determinados estudos expostos pela Comissão

Econômica. Para Arroyo (2007), aponta que, nessa ocasião, as intervenções

igualmente eram direcionadas para trabalhar com jovens avaliados das classes

médias e altas e apresentam a finalidade de ocupar o tempo livre desse cidadão.

Porém no final da década de 1980, surgiram novos movimentos juvenis em países

da América Latina. Verifica-se que, no final dessa mesma década, surge a

inquietação com jovens em analogia à violência e às drogas, assim sendo, surgem

políticas para abordar tais questões.

Acrescente-se a isso que o ano de 1985 foi afirmado pelas Nações Unidas Ano

Internacional da Juventude. Foi a partir desse período que se enfatizou a criação de

planos, programas e políticas que apresentavam como finalidade aprimorar as

qualidades de vida e as chances para os jovens, em especial daqueles mais

desprezados, das áreas urbanas e rurais (AZEVEDO, 2004, p. 17).

Implica considerar que, de 1985 até a contemporaneidade, a condição

socioeconômica dos jovens latino-americanos evoluiu de acordo com as tendências

adotadas pelas atinentes sociedades nacionais. Determinados jovens conseguiram

melhorar sua condição, outros se conservaram estáveis, e outros melhoraram seu

status. De maneira paralela a isso, verifica-se o nascimento de importantes

35

sugestões de planos, programas e políticas públicas de maneira especial

direcionada aos jovens mais desprovidos de recursos, assim como diversas medidas

legislativas em seu benefício e a criação de instituições adequadas nesse contexto.

Compete ressaltar que, do mesmo modo, torna-se possível concluir que, como

mancais estratégicos para a formulação de políticas públicas para a juventude,

foram levados em consideração as seguintes variáveis, educação, saúde, profissão

e integração e participação social (AZEVEDO, 2004, p.19).

Mendonça Filho e Nobre (2009) em resumo, apresentam um desenvolvimento

histórico das políticas de juventude e evidenciam três momentos, o primeiro refere-

se a educação e ao emprego do tempo livre (entre 1950 e 1980), o segundo, ao

controle social de âmbitos juvenis mobilizados (entre 1970 e 1985), já o terceiro

aborda o enfrentamento da miséria e a prevenção da delinquência (entre 1985 e

2000) e, há uma inclusão laboral de jovens excluídos (entre 1990 e 2000). Afora

essas ocasiões, diversas abordagens foram debatidas nas políticas públicas, que

colaboraram para conformar a representação das contemporâneas interferências.

Para tanto, distinguir as principais políticas públicas compõe o principal intento de

tais momentos, que irá auxiliar o acordo do novo modelo de políticas públicas nessa

ocasião, para essa parte da sociedade.

As políticas públicas nacionais para a juventude norteadas pela participação e o

novo modelo das "políticas públicas para juventudes" torna-se necessário que se

reflita sobre as representações sociais em analogia ao jovem e a concepção do

próprio termo participação considerando as especificidades do contexto da

juventude. A abordagem em relação aos aspectos do jovem participativo vem a ser

contextualizada adotando como ponto inicial a década de 1960, porquanto fora eleito

essa década como marco inicial porque ela vem a ser uma das referências para

contemporâneos aspectos sociais de juventude. Dessa forma, com esse contexto,

espera-se apoiar no entendimento das atualizadas maneiras de participação do

jovem, e desse modo como contribuir para entender o perfil do jovem associado à

questão do conhecimento.

Outro aspecto vem a serem consagrado contemporâneo da participação da

juventude que são observadas as novas exterioridades e conformações do jovem

como ator social. Para determinar essas novas formas de participação, é empregada

36

como referência a pesquisa realizada pela iBase/Pólis em 2006, da qual resultou o

relatório Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas

públicas. Vale ressaltar que, a pesquisa apresentou como um dos escopos

entenderem as maneiras de participação no contexto contemporâneo e ajudar a

formulação de políticas públicas para a juventude.

Falar em juventude constitui, por vezes, ausência de responsabilidade, a não

inclusão social, o descaso com o outro, a ausência de solidariedade. Assim sendo,

nessas explicações, se constituem comparações, sobretudo, com outros períodos

históricos no qual se levava em conta o jovem envolvido com as questões políticas e

sociais. Essas comparações são constituídas, sobretudo, com os jovens da década

de 1960 e 1970, ocasião da ditadura militar. Busca-se com essa abordagem

esclarecer que, o jovem desse período era e é acatado como um militante, que

lutava pelos seus direitos. Quanto à década de 1980, a confessada década perdida,

pouco se percebeu a participação do jovem. No que tange a juventude da década de

1980, surge como patológica porque contraposta à geração dos anos 60,

egocêntrica, consumidora, conservadora e apática aos contextos públicos. Até

mesmo, esse perfil do jovem vem a ser destacado por aqueles da geração dos anos

60 e 70, a juventude surge como depositária de certo medo atinente ao fim da

História, porquanto nega seu papel como fonte de transformação (ABRAMO, 2007,

p.83).

Nos anos 80, muitas lamentações são colocadas, porque se observa a dissipação

da juventude da cena política, edificando aquelas formas de ação antes suspeitas a

padrões ideais de ação, assim diante aos quais todas as outras manifestações

juvenis surgem como sem qualificação frente à política." (NOGUEIRA, 2011, p.77).

Até mesmo a manifestação dos estudantes, no ano de 1992, pelo impeachment de

Collor, foi avaliada muito mais como festejo do que um momento político. Os jovens

que acederam ao movimento foram taxados de "espontaneistas" e constituíam

simples marionetes influenciados pela mídia e esse movimento passou a ser

desqualificado, à época, por diferentes campos da população.

Em outras palavras, verifica-se, mais uma vez, que o jovem vem a ser considerado

indiferente quando se agrega a participação. Todavia, vale ressaltar que a questão

juventude e participação social juramentam delicados parâmetros de comparação

37

em meio a diferentes gerações. Frente a isso, faz-se necessário uma inovação à

maneira de se aproximar de tal questão, porquanto não existem dados confiáveis

que aceitem descrever que, em termos numéricos, hoje existe mais ou menos jovens

compartilhando de determinado tipo de ação coletiva do que os de gerações

passadas (NOGUEIRA, 2011, p. 27).

Afora isso, as comparações passam a ser direcionadas, para a participação

agregada às questões políticas partidárias. Desse modo, tal relação acontece,

porque há uma representação social no qual participar e abranger em questões

políticas e/ou atuar em manifestações.

Entretanto, o entendimento de participação vem a ser mais amplo, e

contemporaneamente existem diferentes maneiras que determinam o que pode ser

levado em conta um ato de participação. Atualmente, encontram-se em pauta, novas

questões e linguagens que restauram a política e reinventam probabilidades de o

jovem encontrar-se e atuar no espaço público (NOGUEIRA, 2011, p. 29).

Com o processo de redemocratização do país, nos anos 80 do século passado, é

promulgada a Constituição de 1988. Assim, a participação localiza apoio na Carta

Maior que institui a "democracia participativa" e gera a concepção de mecanismos

de participação. Passa a ser essa a nova conformação legal no Brasil. A

participação, a inclusão da população passa a ser imprescindível. Nesse sentido

modifica a representação de outros períodos, no momento que não havia apoio legal

para a participação da população. Entretanto, mesmo após da Constituição de 1988

não há como se garantir que as pressuposições constituídas encontram-se sendo

concretizadas.

Em linhas gerais, esta abordagem pretende mostrar que este modelo participativo

veio colaborar para uma nova concepção de participação da juventude. Em outras

palavras, podemos citar determinados exemplos dessa nova concepção da

participação da juventude recomendada pela Carta Magna, formação de grêmios

estudantis e a "política pública para juventudes".

Desse modo, pode-se afirmar que, todo esse apoio legal e esses meios de estimular

a participação, podem colaborar para reconfigurar às representações sociais a

respeito de participação da juventude. Tais mudanças nas representações podem

38

desencadear novas relações em meio aos diferentes atores sociais, irrompendo o

entendimento de juventude como problema social.

Já o termo inserção profissional vai ser encontrado primeiramente em textos

legislativos e depois em pesquisas francesas na década seguinte e que são

referentes às dificuldades encontradas por um crescente número de jovens que

terminam a sua formação e pretendem ingressar no sistema de emprego. Tais

dificuldades representam a passagem do universo da educação/formação para o

mundo do trabalho, deixando de ser um acontecimento de natureza biográfica

instantânea para ser um processo longo e complexo (PICCININI; OLIVEIRA, 2008).

A noção de inserção é, antes de tudo, uma noção de debate político e social, sendo

historicamente datado e semanticamente fluido. Desse modo, a inserção profissional

diz respeito a um conceito que foi construído e adotado pelas comunidades política e

científica francesa para entender um fenômeno social que passava a ser

preocupação do interesse público (PICCININI; OLIVEIRA, 2008).

Em termos de Brasil, Piccinini e Oliveira (2008) ainda observam que uma pesquisa

feita em 2003, pela Fundação Perseu Abramo junto a 3501 jovens entre 15 e 24

anos distribuídos em 198 municípios brasileiros, mostra que quando comparada a

outras esferas de sociabilidade, o trabalho representa uma de suas maiores

aspirações.

Em outros termos, o trabalho para os jovens entrevistados ocupa um lugar de

destaque tanto quando eles são questionados sobre os problemas da atualidade,

quanto ao relacionarem direitos que também deveriam ser assegurados a todos os

cidadãos.

Ainda com relação à realidade nacional, com o crescimento do índice de

desemprego, somado ao excedente de mão de obra, há que se verificar que

consequências estas variáveis desencadeiam junto aos jovens que estão em

processo de ingresso no mercado e que ainda não possuem as requeridas

competências práticas. A entrada dos jovens no mercado de trabalho vem

acontecendo principalmente através da prestação de serviços temporários free-

lancers, por conta própria, movimentos de economia solidária ou via relações

assalariadas precárias, como acontece no caso dos estágios (BUKHARDT, 2006).

39

A partir do que foi dito, para o presente estudo, optou-se por considerar o seguinte

conceito de inserção profissional, conforme Zanelli et al.,

O termo inserção profissional refere-se ao processo de localização e hierarquização dos indivíduos no mundo do trabalho. Constitui-se de disputa de poder e de valorização e legitimação dos saberes e dos diferentes atributos dos indivíduos e dos grupos. Refere-se a diferentes formas de acesso ao emprego, que implica formação, desemprego e atividade profissional. Abrange, de um lado, as trajetórias dos trabalhadores, suas buscas e estratégias e, de outro, as ações dos demais atores sociais que atuam nessa alocação e hierarquização. (ZANELLI et al, 2007, p. 129).

Bitencourt et al. (2012) constataram que as condições de trabalho e emprego têm

influenciado a transição do período de formação para o mercado de trabalho. Em

outras palavras, explicam que houve o rompimento da noção de equiparação entre

trabalho e emprego, de trabalho permanente, de contratos a tempo completo e de

longa duração, onde o vínculo empregatício se estendia a toda a vida produtiva do

trabalhador, tornando o trabalho objetivamente disforme.

Assim, com a mudança nas relações de trabalho, as pessoas passam a atribuir ao

trabalho diferentes sentidos, uma vez que passa existir aspectos de incertezas que

cercam as intensas transições entre situações ocupacionais, a imprevisibilidade das

trajetórias profissionais, além da individualização do trabalhador que se torna o único

responsável pela a sua trajetória profissional (GUIMARÃES, 2005).

Com essas mudanças na estrutura do mercado de trabalho, Trevisan e Bellen

(2008) apresentam a ideia de que os jovens desenvolveram uma relação específica

frente ao trabalho devido à intensidade com que conviveram com essas mudanças.

Para o autor supracitado, os jovens passariam à condição de exilados do trabalho, o

que anteciparia o fim da centralidade do mesmo, antes mesmo desta se impor de

um modo socialmente mais amplo.

Contudo, há que se ressaltar que não há um movimento de perda de significação do

trabalho para os jovens, mas sim uma produção de diferentes significados

(GUIMARÃES, 2005). Estes significados, por sua vez, constituem reflexo do

mercado de trabalho, a maneira como acontece a sua inserção profissional, as suas

expectativas com relação ao trabalho e o perfil do jovem trabalhador.

Guerreiro e Abrantes (2005), em seu estudo com jovens trabalhadores portugueses,

puderam constatar que com maior qualificação escolar, científica e técnica frente às

40

gerações passadas, os jovens terminam tendo acesso a oportunidades em setores

em expansão no mercado de trabalho. Por isso, foi observado que um contingente

significativo deles deliberou por investir na ideia de alongar o caminho de formação

de modo a alcançarem melhores posições no mercado, encontrando alguns que

desde cedo já ocupavam cargos de decisão nas organizações, tendo altos salários,

mesmo em situação de precariedade nos contratos.

Os autores supracitados explicam que os jovens acabam sendo seduzidos pelas

diversas possibilidades oferecidas pelas empresas e, por conseguinte, acabam

seguindo horários de trabalho prolongados (10 a 12 horas por dia), mesmo estando

ainda em período de formação. Concluem os autores: “Fazem-no por necessidade

de sobrevivência num contexto profissional muito exigente e competitivo, mas

também por expectativas de promoção em curto prazo” (GUERREIRO;

ABRANTES,2005, p.160).

Já em termos de ingresso dos jovens no mercado de trabalho, Pochmann (1998)

explica que isso acontecia tradicionalmente de maneira diferenciada, essa distinção

estando relacionada ao segmento social ao qual pertenciam. Acontece que mesmo

os mais qualificados não tem tido espaço para a sua adequada inserção no mercado

de trabalho por causa das transformações ocorridas na organização do trabalho, em

consonância com um substancial aumento de portadores de diploma universitário

(BITENCOURT et al., 2012).

Bitencourt et al. (2012) ainda analisam que o mercado de trabalho juvenil é

homogêneo apenas na aparência porque, por mais que se tente desenvolver uma

igualdade de condições entre os jovens das diferentes classes sociais, via o

ingresso no sistema de ensino, é provável que a própria sociedade, bem como as

regras do mercado façam certos critérios de diferenciação. Por isso, no Brasil,

quando se fala em um alongamento da escolaridade, isto é, jovens que passam

mais tempo em formação, trata-se, em termos estatísticos, de um contingente

significativamente pequeno (SILVA, 2010), desencadeando uma restrição de acesso

e, consequentemente, elitizando algumas carreiras e profissões.

O mundo do trabalho passa por profundas transformações, tais como os novos

modos de inserção profissional. “Segundo Lima e Vargas (2012, p. 23), as

41

modificações ocorrem de modo dinâmico, visto que teve profundas repercussões na

sua subjetividade e, no íntimo inter-relacionamento destes níveis, afetou a sua forma

de ser”. Ainda Liame Vargas, essas transformações ocorreram devido ao

desenvolvimento tecnológico, da automação, da robótica e da microeletrônica, que

invadiram o universo fabril, inserindo-se e desenvolvendo-se nas relações de

trabalho e de produção do capital. Os aparelhos sociais e educacionais passaram

transformações de valores, entre elas maior incentivo e preparo dos jovens para o

mercado de trabalho. O jovem, diante dessas transformações, passa a ser

compreendido como força de trabalho, nicho de mercado, e como potencial

transformador por sua reconhecida "flexibilidade" (RODRIGUES et al. (2012).

As relações sociais da atualidade delimitam as exigências e as necessidades do

mercado, que se caracterizam por um elevado grau de competitividade,

concorrência e qualificação. Como exemplo disso, o estudo de Heidemann (2009)

apresenta dados referentes à realidade educacional e de inserção dos jovens

brasileiros no mercado de trabalho, e aponta o ingresso precoce deles, o que

contribui para um alto índice de evasão escolar, principalmente no ensino médio.

Segundo esse estudo, 36,6% dos jovens brasileiros ingressam no mercado de

trabalho entre 10 e 14 anos, e 24,2% o fazem entre 15 e 17 anos, demonstrando

que parte dos 60,8% de jovens que ingressam no mercado está em idade escolar.

Ainda, consideram que 82% dos jovens entre 14 e 29 anos com renda familiar per

capita inferior a 40% do salário mínimo trabalham ao mesmo tempo em que

completam sua escolaridade (ensinos fundamental e médio). Esses dados nos

levam a inferir que o estudante de baixa renda está defasado em relação à

escolaridade, seja por sua inserção precoce no mercado, seja pela evasão escolar

(HEIDEMANN, 2009).

Os jovens na linha da pobreza segundo Pochmann (2005) apresentam, em grande

maioria, baixa escolarização, fator que pode colocá-los no grupo dos

desempregados. Desta forma podemos dizer que é um fator relevante afirmar que a

escolaridade de um jovem influencia na sua vida não só profissional como social. É

o que afirma Pochmann (2009) quando considera que a transformação da sociedade

industrial para a sociedade do conhecimento teve uma implicação direta sobre a

exigência da educação e da formação profissional.

42

No momento corrente, o capital humano é recuperado pelo discurso da

empregabilidade, tendência que se relaciona com a educação continuada ou

educação profissional "voltada para a transferência tecnológica e para a

multidisciplinariedade dos programas de qualificação" (POCHMANN, 2009, p. 130).

Desta maneira, o jovem deve vir a tornar-se multifuncional. Essas transformações,

segundo o autor, podem tornar-se a independência da juventude elevando seu

poder de escolha do trabalho.

Existe um número de jovens que antecipam a sua entrada no mercado de trabalho

em função do ciclo educacional, pois o conhecimento torna-se elemento secundário

na trajetória ocupacional. Desta forma o jovem não se profissionaliza desenvolvendo

apenas atividade secundária, ficando de fora do mercado. O autor esclarece que

jovens de classe econômica menos favorecida estão condenados ao trabalho como

condição de mobilidade social e, assim, abandonam os estudos, apresentam baixa

escolaridade e, consequentemente, ocupam vagas com menor remuneração e

posições subordinadas. O contrário acontece com jovens das classes médias e

altas, pois estes adquirem alta escolaridade, retardam sua entrada no mercado de

trabalho e disputam as melhores vagas, obtendo, assim, maior remuneração.

Esta dinâmica social reproduz as desigualdades de classe e determina os modos de

inserção dos jovens no mercado de trabalho.

Nem todos têm acesso ao ensino formal, por condições econômicas e educacionais

desfavoráveis. As políticas públicas para educação e trabalho para juventude tentam

ampliar possibilidades e reduzir a exclusão social, mas somente serão válidas se

forem concebidas não como ações assistencialistas, mas como ações de

desenvolvimento pessoal e de formação para a vida, segundo Pontes (2005, p. 58),

não cabe pensar em "políticas públicas para a juventude, mas políticas de/para/com

juventudes". Estas se constituem como preposições que mudam o lugar do sujeito

diante da ação a ele dirigida. Aponta ainda que, ao olharmos os jovens como

problemas sociais nos desviaram de olharmos e compreendermos os mesmos como

protagonistas de seu processo educativo. Nesse sentido, práticas que objetivam

auxiliar as pessoas a conscientizarem-se dos caminhos possíveis, se o jovem não

for o agente desse projeto, ficarão alheios os seus próprios planos de vida. O

direcionamento dos jovens de baixa renda e, consequentemente, de baixa

43

escolaridade visa orientar para a resignificação ou mesmo para a elaboração de um

projeto de vida, compreendendo suas possibilidades e vislumbrando caminhos para

a inserção dos jovens no mercado de trabalho.

A construção de uma identidade profissional vinculada à escolarização, coerente

com o mercado de trabalho e o desenvolvimento de um posicionamento crítico e

consciente a respeito de suas escolhas e de suas limitações, favorecem ao jovem

condição positiva de inserção no mercado de trabalho.

A educação do jovem está associada a uma possibilidade de futuro. Falar disso é

falar de possibilidades de vir a ser. Robbins (2008) defende que cada um configura

uma identidade pessoal a partir de suas relações sociais, cada um apresenta uma

história de vida, um projeto de vida, não apenas visto como reprodução do que é

dado culturalmente, mas como possibilidade de mudança e, portanto, de futuro não

reproduzido.

É necessário relacionar a vida profissional do jovem e identidade construída em sua

vida educacional o que, por sua vez, significa expor as diversas relações

estabelecidas pelo homem em sua trajetória de vida. Sendo assim, o passado e o

presente são dimensões que preparam o futuro (RICHARDSON, 2009, p. 76).

As políticas públicas voltadas para a inserção do jovem no mercado de trabalho

apontam uma realidade constitutiva da pessoa e da coletividade, contextualizada

culturalmente e abrindo-se para o domínio futuro. Todo projeto social voltado para

esse tema se distingue por seu caráter antecipatório, organizador e regulador das

principais atividades e comportamentos do jovem.

A educação é o elo entre o jovem e a sociedade de maneira que a comunicação é

um instrumento de negociação da realidade, e servirá como maneira de expressar e

articular interesses, aspirações e objetivos deste jovem.

A identidade é o processo de construção e representação de si, a partir do contexto

social e da historicidade. É compreendida como relacional e em constante

transformação (OLIVEIRA, 2012, p.128), a "identidade é metamorfose. E

metamorfose é vida".

Profissionalização do jovem, por tratar-se de um fato social de transformação, dá

44

condições ao homem de negar e superar situações contrárias a seu

desenvolvimento e de tornar-se outro, ao alcançar uma condição de

desenvolvimento diferente da atual.

Podemos, então, considerar que inserção no mercado de trabalho é um processo

temporal de significações produzido pelas representações do que somos. É uma

tentativa de construirmos junto com os jovens sua identidade profissional, pensando-

a como um processo que acontece no decorrer da vida e que, fundamentalmente,

necessita de meios para ser alcançada.

Logo, ter uma vida profissional passa a ser de fundamental importância. A

possibilidade de o jovem perceber-se como agente desse projeto também faz parte

dessa forma de redefinir seu papel social, sendo possível conhecer como os jovens

a entendem e quais os elementos que dela fazem parte.

Jovens de escolas públicas demonstram futuro pouco definido, bem como pouca

clareza quanto a sua escolha profissional. Os estudos e o trabalho são categorias de

pouco interesse. Essas atuações conjuntas ampliarão as possibilidades dos jovens

diante de suas escolhas e promoverão a apropriação consciente do lugar destes no

mundo do trabalho.

2.1.4 Participações do jovem em Programas Nacionais

Levando em conta o novo panorama nacional e as novas formas de participação da

juventude, faz-se essencial questionar que forma de participação vem a ser essa?

Conforme Vasconcellos (2006, p. 92) participação vem a ser um valor, é a

necessidade de respeito pelo outro, reconhecimento da sua classe de cidadão, do

sentir, pensar, fazer e poder.

Oliveira (2011) enfoca a compreensão de participação e afirma que participação

diferencia-se por uma ação conscienciosa pela qual os membros sociais perfilham e

adotam seu poder de cumprir alcance na determinação dinâmica de sua cultura e de

seus resultados.

Ainda na visão de Oliveira (2011) uma participação emancipadora, destaca o

envolvimento e que se refira não somente à participação como ação sem

45

comprometimento e acrítica, porém que encontre-se imbuído de uma consciência

política.

Oliveira (2011) para que não se recomende uma participação simplesmente

operacional e impossibilitada de despertar a consciência das ações e das

implicações das ações dos indivíduos. Assim sendo, torna-se necessário refletir na

formação de um jovem participativo, porquanto, dependendo do viés da participação,

o sujeito pode tornar-se exclusivamente um simples executor de afazeres.

Compete ressaltar que, em relação à formação do jovem participativo, existem

críticas a respeito de como o protagonismo e a participação passam a interferir na

vida dos jovens e nas analogias destes com a sociedade. Para Rodrigues et al

(2012, p. 17), a forma de enfrentar e gerar a participação do jovem leva consigo a

probabilidade de despolitizar a visão a respeito das determinações da miséria e sua

conservação, afastando o foco das inquietações da disputa política e social sobre

tais deliberações para o da ação subjetiva ou coletiva,

Portanto, a função dos professores e envolvidos inteiramente com a educação passa

a ser trabalhar de forma que a necessária elevação do protagonismo juvenil se

separe de um mero ativismo social exclusivamente compensatório ou da simples

adequação dos jovens às sinistras condições da contemporânea ordem

socioeconômica (MENDONÇA FILHO e NOBRE, 2009, p. 22).

Para tanto, quanto à preocupação em educar um jovem acrítico e sem engajamento

político até mesmo sobre à forma de participação, há outra crítica que precisa ser

abordada. Conforme Mendonça Filho e Nobre (2009), a maneira com que a

participação vem a ser trabalhada pode ocasionar um deslocamento das

responsabilidades do Estado para o campo de ação da sociedade civil, através da

ação de ONGs e diferentes instituições. Porquanto, além disso, transfere para

jovens e adolescentes, particularmente ou em grupo, para os setores menos

abastados, e conforme o conceito de residência, colaborar para superação da

adversidade (MENDONÇA FILHO; NOBRE, 2009 p. 58).

No entanto, ainda que haja uma finalidade de desresponsabilização do Estado, isso

não sugere garantir que a sociedade não apresente o seu papel a desempenhar,

porquanto que o Estado sozinho não pode enfrentar todas as questões da

46

sociedade.

Frente a isso, o apoio não somente do jovem, mas da população, torna-se efetivo

para dar conta das precisões da sociedade, até mesmo no acolhimento de

demandas de uma parcela da população abandonada e que suporta uma realidade

de dificuldades.

Partindo de um contexto em que o jovem encontra-se envolvido em um espaço de

violência, a participação faculta ser uma probabilidade de desvincular o jovem de

"ações" de violência, por meio da ocupação do tempo livre, por exemplo.

Na visão de Claro (2009), a participação é um importante instrumento para erguer a

autoestima do jovem. A participação juvenil pode contribuir não somente para a

ajuda à comunidade, todavia, ainda, colaborar com a formação do jovem. Assim

sendo, torna-se imprescindível, formar um jovem para desempenhar seus direitos e

deveres e pensar de forma crítica a respeito de sua própria prática.

Brandão (2008) aponta que as constantes mudanças do mundo contemporâneo

apresentam um elevado impacto de maneira expressiva à vida do jovem. Porquanto,

a formação de valores e de atitudes cidadãs permite aos jovens conviverem de

maneira independente.

Diante de uma perspectiva de aceitáveis progressos, são evidenciados, a

desvinculação do jovem de um contexto de violência, na qual a formação do jovem

independente, junto a responsabilização da sociedade sobre as demandas sociais e

ações, passem a contribuir na formação de valores e no desenvolvimento da

cidadania.

Diante desse cenário, o grande desafio de se seguir uma proposta apresentando

como finalidade à participação do jovem de formar um sujeito crítico e reflexivo,

apropriado para reconhecer não exclusivamente seus deveres, porém igualmente

seus direitos. No que se refere a alternativa de um entendimento de política pública,

gera uma prioridade de investimento de expedientes financeiros, da mesma forma

que a representação desta, interfere na formação do jovem e, influencia a dinâmica

de vida da sociedade.

Verifica-se que, refletir na formação do jovem, atrelada à participação, é função de

47

pesquisadores, avaliadores e da comunidade em geral. Compete a cada um destes

atuantes gerarem ponderações sobre os entendimentos das contemporâneas

políticas públicas a exemplo das políticas públicas para juventudes, observando que

estas têm intensificado o conceito de parceria, de gestão participada e de

envolvimento da sociedade.

As transformações em relação à participação não se restringem a questões

conceituais, ao embasamento legal ou ao estímulo à participação. Transforma-se,

igualmente a maneira de participar. Dessa forma, hoje é comum, observar

comunidades no Orkut redes sociais que se movimentam para fazer exigências com

acusações das qualidades de vida em que vivem.

Gil (2012) enfoca a participação, os movimentos de representação estudantil, as

juventudes partidárias, as juventudes atreladas a movimentos e as organizações

rurais e urbanas e os grupos de jovens cristãos encontram-se engajados. Trazem,

também, formas e objetos de participação para o jovem, para transformar o espaço

local, nos bairros, favelas e periferias, e também atuam nos espaços de cultura e se

apresenta contra ações, contra a violência e pela paz no Brasil, campanha contra a

fome etc.

Com a finalidade de observar todas as formas de participação e conhecer o que os

jovens pensam a respeito disso, foi concretizada a pesquisa Juventude Brasileira e

Democracia - participação, esferas e políticas públicas. Para observar esses novos

espaços de participação do jovem foram definidos como participativos.

No momento que a participação passa a ser norteada para o envolvimento em

grupos culturais, religiosos, artísticos etc, verificam-se restrições nesse caminho.

Porquanto determinados jovens (IBASE; POLIS, 2006) creem que essa maneira de

manifestação não apresenta credibilidade, não apresenta força política e, ainda, não

causa resultados.

Entretanto são manifestadas, vantagens por determinados jovens. Segundo Novaes

(2007), os grupos de arte e cultura, igualmente, têm gerado a participação social de

diversos tipos de jovens em variadas organizações. Pois, elas funcionam como

articuladores de identidades para a preparação de projetos individuais e coletivos.

48

É importante a observação porque uma mesma forma de "identidade" que se

apresenta de diferentes formas. Assim sendo, por esse motivo, qualquer

aproximação generalizante, para afirmar todas as práticas envolvidas nessas formas

de manifestações constituiriam expressões ou sinais do potencial contestador e

rebelde do jovem no campo público, criando, assim, mais dificuldades do que

amparando na concepção de realidades e circunstâncias sociais complexas (GIL,

2012).

A ação comunitária vem a ser uma dessas ferramentas de participação e apresenta

evidência, ainda que embora haja questionamentos a respeito das conjecturas

ideológicas que a norteiam.

2.1.5 Desigualdades de ordem social e econômica entre os jovens brasileiros

O conceito de exclusão social atinge as camadas populares de baixa renda em

especial o jovem que se encontra na linha da miséria embora tenha situações e

processos os quais podem se desenvolver fora do âmbito da pobreza e das

desigualdades sociais, como por exemplo, a impossibilidade dos homossexuais

constituírem uniões estáveis e terem direito à herança de seus companheiros ou

companheiras. Entretanto, a maior parte dos processos de exclusão social está

relacionada e tem consequências diretas nas condições econômicas dos grupos

populacionais, e se faze mais presentes em situações de intensa pobreza e

desigualdades sociais.

Para entender mais sobre a questão da desigualdade social, é preciso falar sobre

alguns conceitos relevantes. A pobreza absoluta significa não ter acesso aos bens e

serviços essenciais, é a impossibilidade de suprir as necessidades básicas,

alimentares e não-alimentares (MENDONÇA FILHO, NOBRE, 2009). A indigência ou

miséria é o afastamento de um mínimo necessário à manutenção da sobrevivência

física de um indivíduo posto que não consiga “adquirir a cesta básica de alimentos

que lhe proporcione nutrição suficiente para uma vida ativa e produtiva” (PIMENTA;

ALVES, 2010, p. 15).

Já o que diz respeito à pobreza relativa, a desigualdade, é a falta de recursos ou de

consumo em relação a padrões usuais ou aprovados pela sociedade do que é

49

considerado essencial para uma vida digna. Furtado (2011) aponta os limites da

abordagem das desigualdades pelo critério de renda. No seu entender, o mais

importante é verificar como a renda e outros bens e serviços contribuem para as

capacidades das pessoas de atingir seus objetivos de viver uma vida digna e

satisfatória. Nesse sentido, outro conceito importante é o de vulnerabilidade, pois

permite analisar a exposição de determinados grupos a riscos externos e avaliar

suas capacidades em responder a estes desafios (FURTADO, 2011).

Os processos de exclusão social estão presentes em situações de vulnerabilidade,

fragilização ou precariedade e até ruptura dos vínculos sociais em cinco dimensões

da existência humana em sociedade como educação, saúde, moradia, trabalho e

justiça.

A exclusão consiste de processos dinâmicos, multidimensionais produzidos por

relações desiguais de poder que atuam ao longo de quatro dimensões principais –

econômicas, política, social e cultural –, e em diferentes níveis incluindo individual,

domiciliar, grupal, comunitário, nacional e global.

Processos excludentes não ocorrem da noite para o dia. Uma série de fatores

favorecem esta condição não permitindo, ao indivíduo produzir ou ter acesso a uma

distribuição justa de recursos e a disponibilidade de direitos, condições necessárias

para que todos os jovens tenham e possam ir além das necessidades básicas.

Discriminação do jovem de camadas sociais baixas e outras formas de exclusão

relacionadas às características culturais, precariedade do emprego, subemprego e

desemprego, isolamento geográfico, falta de acesso aos serviços públicos e baixo

nível escolaridade das pessoas, retratam o perfil dos jovens e indivíduos vulneráveis

a processos de exclusão no sistema educacional, em sua maioria, da juventude

pobre, idosos, mulheres, crianças, grupos étnicos, trabalhadores informais,

desempregados e subempregados e população rural, indicando que existe exclusão

em todos os setores sociais que reitera os processos excludentes que estão

vigentes na sociedade.

As diferenças sociais produzidas nas quatro dimensões – sociais, política,

econômica e cultural – em que indivíduos, grupos, comunidades ou países estão

posicionados em situações de maior ou menor inserção, experimentando processos

50

mais ou menos exclusão, esta relacionada com a exposição diferenciada a

circunstâncias prejudiciais para a educação.

Ao mesmo tempo, essa posição social está ligada à cultura local e às características

e competências de ordem biológica, social, psicológica e econômica das pessoas.

Favorecendo ou restringindo seu acesso à educação e a outros serviços essenciais

para a proteção e promoção dos jovens. Esses processos podem ou não criar

desigualdades em educação, podendo resultar na vulnerabilidade e nas

capacidades de proteção, aprofundando a diferenciação e estratificação social.

2.1.6 A exclusão social do jovem em mercado de trabalho

A questão da empregabilidade dos jovens e sua qualificação para o mercado de

trabalho é uma questão que tem levantado grandes discussões na sociedade. A

questão do emprego e sua qualidade têm preocupado todas as nações ao redor do

mundo. Esta questão vem afetando economias desenvolvidas e em

desenvolvimento.

Para refletir sobre as características que afetam a qualificação dos jovens e o que

causa a exclusão desse jovem do mercado de trabalho, é preciso refletir sobre os

recursos oferecidos a este jovem ao longo de sua existência e seu papel social na

comunidade na qual se encontra inserido.

O aumento da escolaridade diminui a probabilidade de desemprego dos jovens

residentes nas áreas urbanas e favorece aos jovens de área rural sair da realidade

no qual se encontra inserido.

Oferecendo recursos para competir no mercado de trabalho, uma vez, que a

profissionalização de jovens em áreas técnicas possibilita mais chances desse

jovem ser absorvido pelo mercado de trabalho crescente na indústria. Devido

possivelmente, ao desenvolvimento de competências técnicas, o jovem rural tem

condições de competir no mercado de trabalho.

Além dos problemas econômicos gerados pelo desemprego entre os jovens, talvez o

mais grave seja que o desemprego e a baixa empregabilidade dos jovens têm

contribuído para o aumento da violência, da prostituição, e do consumo de álcool e

51

drogas.

A situação de desemprego com a criminalidade juvenil. Evidências de que o

mercado de trabalho para jovens menos especializados tem contribuído para

aumentar o crime. Em comparação com localidades onde foram realizadas ações

para o desenvolvimento local absorvendo os jovens de maneira positiva, se

observou maior queda na taxa de criminalidade e na taxa de desemprego entre os

jovens.

Furtado (2011), a associação entre desemprego e doenças físicas e psíquicas como

depressão e perda de confiança entre os jovens. Alguns trabalhos demonstram,

ainda, que desemprego e suicídio entre os jovens estão altamente correlacionados.

Portanto existem fortes evidências de que a falta de perspectiva enfrentada pelos

jovens em um ambiente de altas taxas de desemprego gera graves problemas

sociais, os quais são difíceis de serem solucionados de forma individual. Mapear os

padrões sociais e econômicos dos jovens permite o estudo do desenvolvimento

socioeconômico do país.

O desemprego não se distribui de forma homogênea entre as regiões. As maiores

taxas de desemprego encontram-se na região do nível educacional que se esteja

abaixo da media.

Ter apenas a educação elementar tende a elevar a exposição do jovem ao

desemprego, enquanto a educação secundária e, em particular, a educação técnica

e superior tendem a reduzir a probabilidade do jovem ficar desempregado.

Os trabalhadores menos qualificados geralmente aceitam a primeira oferta de

trabalho, já os jovens com um pouco de qualificação podem buscar melhores vagas,

o que pode explicar o fato de os jovens com apenas o nível de escolaridade média

apresentar taxa de desemprego.

Os jovens negros tendem a ser alvo de discriminação racial no mercado de trabalho

no preenchimento das vagas existentes e/ou que estes jovens possuem uma menor

qualificação que os demais, o que, consequentemente, diminui o seu grau de

empregabilidade.

52

A escolaridade e profissionalização dos jovens contribuem para aumentar a

probabilidade de o jovem encontrar-se empregado e para diminuir a probabilidade

de alternativas.

O aumento do estoque de capital humano, aqui representado pelas variáveis

escolaridade e experiência, significa aumento de produtividade, o que reflete em

maior qualidade do ensino garante ao jovens um bom suporte e também mais

condições de se tornarem trabalhadores autônomos abrindo negócio próprio, sendo

este um caminho encontrado por muitos jovens para fugir do desemprego. O

aumento na escolaridade eleva o nível técnico profissionalizante do jovem, o que

tende a afetar positivamente o nível salarial, e deve elevar a atratividade do

mercado.

O aumento do emprego deve-se ao aumento de produtividade a cada ano adicional

de estudo, o que afeta positivamente o grau de empregabilidade do jovem bem

como nas áreas rurais, o que indica que a mudança no cenário educacional dos

jovens leva a uma inclusão social expressada no desenvolvimento da região, visto

que o trabalho urbano, geralmente, exige maior especialização por parte dos jovens.

O Brasil necessita de uma política para a juventude que compreenda educação,

trabalho, cultura, saúde e lazer, de modo a garantir melhoras na qualidade de vida

de nossos jovens e criar condições para o desenvolvimento sustentado do país.

2.1.7 Jovens do Brasil e a delinquência, possíveis causas de vulnerabilidade

social

Uma das possíveis causas ao problema da delinquência juvenil é a exclusão social e

as vulnerabilidades em que se encontra a família brasileira de baixa renda.

O contexto de exclusão social e de vulnerabilidades de jovens infratores e de suas

famílias ocupando amplo espaço na mídia, nas redes sociais e nas discussões

acadêmicas e educacionais dos jovens em âmbito nacional, visto que, no que diz

respeito à exclusão, inserem-se várias formas de segregação e discriminação,

levando a um conjunto de vulnerabilidades difíceis de superar.

Os jovens e suas famílias sofrem as consequências emocionais e financeiras

53

decorrentes do abandono ou da falta de estrutura familiar. As vulnerabilidades da

família revelam, também, um abandono nos estudos devido à falta de interesse

gerada por fatores como a necessidade de ocupação remunerada, deixando os

estudos em segundo plano.

Silva (2010b) afirma que a ideia de exclusão social assinala um estado de carência

ou privação material, de segregação, de discriminação, de vulnerabilidade em

alguma esfera.

O jovem, dentro do contexto social da exclusão, é inserido em um processo de

desvinculação social/espacial. O excluído não escolhe a sua condição; ela se dá

numa evolução temporal como resultado das mudanças na sociedade como, por

exemplo, as crises econômicas. A segregação étnica constitui por si só problema

relevante, trazendo consigo consequências, como o desemprego, a falta de

alimento, de acesso a serviços de saúde, de moradia adequada, de recursos que

possibilitem desempenhar bem papéis na comunidade (SILVA, 2010a).

Quando o país, por questões políticas, administrativas, ou como resultado de um

processo mundial, não gera emprego para seus cidadãos, deixa de lado,

geralmente, os menos preparados, os que já se encontram em uma zona menos

privilegiada.

O desemprego estrutural, por sua vez, aliena uma parcela da população que

anteriormente se encontrava inserido na sociedade, com papéis definidos. A

segregação cultural priva o indivíduo de obter uma escolaridade que é o instrumento

para maiores chances de um emprego com melhor remuneração, assim como, de ter

acesso a informações que o habilitem a exercer sua cidadania de forma plena.

A exclusão territorial afasta o cidadão do convívio com o restante da sociedade, do

emprego, da escola e até da terra produtiva. A falta de acesso à educação de

qualidade provoca comportamento de revolta entre os indivíduos, classificando-os

como seres inferiores e diferentes, impedindo que usufruam plenamente dos bens

de consumo, da escola, de serviços de saúde, alijando-os do convívio sadio e

produtivo na comunidade.

Todas essas formas de exclusão levam a um conjunto de vulnerabilidades que

54

operam como obstáculos difíceis de superar. Afeche e Fugazzola (2011) elaboram

um esquema que se constitui da conjunção de dois vetores: um eixo de inserção/não

inserção pelo trabalho e um eixo de inserção/não inserção em uma sociabilidade

sócio-familiar. O indivíduo pode estar inserido completamente nos dois eixos (zona

de integração), ou pode estar inserido no eixo do trabalho, mas não no eixo da

família e/ou da comunidade, e assim por diante. O indivíduo que está desvinculado a

esfera do trabalho sofre maiores consequências do que aquele desvinculado apenas

a área familiar, pois o seu sustento e o de sua família, sua participação na

comunidade, assim como todo o funcionamento das relações sociais e da cidadania

estão baseados na sua inserção ocupacional.

A zona de vulnerabilidade refere-se à precariedade do trabalho e à fragilidade

relacional. Na zona de desvinculação, o indivíduo encontra-se sem trabalho e em

isolamento social: “ao final do processo, a precariedade econômica torna-se

privação, a fragilidade relacional isolamento” (VIZEU, 2007, p. 11).

O jovem excluído traduz-se na falta de ganhos, de alojamento, de cuidados, de

instrução, de atenção, de poder exercer sua cidadania. A falta de oportunidades

para o indivíduo e sua família afeta seu sentido de existência e suas expectativas de

futuro.

Nas palavras de Vicente (2009, p. 39): “nos processos de vulnerabilidade que

arruínam os pobres deve ser buscada a origem das perturbações afetando o

equilíbrio social”. O primeiro elemento que denota o excluído é ser ele uma pessoa

sem inserção no mundo do trabalho. No caso brasileiro, como mostra Zondonade e

Moretti (2012, p. 78), eles são “os moradores e meninos de rua, os catadores de lixo,

os desempregados das favelas e periferias, muitos convertidos em ‘flanelinhas’ e em

delinquentes”. A família e suas vulnerabilidades têm sido pouco estudadas no seu

relacionamento com a delinquência, principalmente em nível nacional.

O arcabouço teórico para explicar a origem da delinquência, levando em conta a

ideia de fatores de risco, pode ser encontrado em Silva (2010b), no qual se

enquadram as principais linhas teóricas da delinquência. Tal modelo reúne três

níveis de conceitualização. O nível estrutural atribui a origem da delinquência a

fatores sociais, associados a fatores situacionais e pessoais. Insere-se neste nível a

55

teoria da desorganização social existente nas estruturas e instituições sociais, com

maior nitidez nas camadas populares. Esta teoria tenta explicar os delitos cometidos

por grupos, organizados em gangues, atribuindo este comportamento à ruptura dos

controles sociais tradicionais que operam na comunidade e à incapacidade das

organizações para resolver problemas da comunidade coletivamente. Aqui se

incluem explicações que privilegiam o aspecto econômico, como a necessidade de

sobrevivência. O jovem, seja por abandono ou por pobreza extrema, entraria pelo

caminho da infração como forma de sobreviver e aumentar a renda familiar.

Outra explicação seria a desigualdade econômica: “... dentro do mesmo nível

econômico, os países com maiores índices de desigualdade têm maiores índices de

violência” (SILVA, 2010a, p. 167). Outro aspecto do fator econômico é desemprego.

O mesmo autor levanta questões quanto à real contribuição dos fatores econômicos,

pelo menos diretamente, para o aumento da delinquência.

Vínculos sociais do jovem com a família, a escola, a igreja e de mais instituições

responsáveis pelo controle social do adolescente, a autoestima e a influência de

grupos de jovens são fatores que contribuem a um bom desenvolvimento social do

jovem. Nesse nível, maior destaque se dá para a família, pois seria ela a instituição

capaz de exercer maior controle (estabelecimento de regras, horários, punições e

recompensas) sobre o jovem.

É neste sentido que se dá a sua importância como fator de risco ou de proteção para

o jovem. Pereira (2012, p. 76), atribuindo que é de suma importância para a família.

Mostrando que esta é uma instituição que desempenha um papel privilegiado na

socialização primária, “cuja proposição principal é o assegura mento de

comportamentos normalizados pelo afeto e pela cultura”. Para desenvolver no jovem

o sentido da construção do próprio saber, reflexão crítica, respeito aos valores

individuais e socioculturais e desenvolvimento da autoestima.

2.2 INSERÇÃO PROFISSIONAL E A CASA DAS JUVENTUDES NO BRASIL

O Programa Nacional de Inclusão de Jovens e a ação comunitária foram instituídos

em 2005 através da Política Nacional de Juventude, por meio de medida provisória

e, em seguida, aprovada por Lei 11.129 de junho de 2005 vinculada à Secretaria

56

Geral da Presidência da Republica. Essa política compreenderia a execução de três

propostas simultâneas: a constituição da Secretaria Nacional de Juventude, que tem

o objetivo de monitorar e articular as políticas de juventudes, a implantação do

Conselho Nacional de Juventude, que tem a finalidade de propor diretrizes

governamentais, fazer estudos com a população jovem e assessorar a Secretaria

Nacional de Juventude e o Projovem.

No ano de 2005, ficaram previstos no orçamento da Presidência da República para

início do Programa, recursos em torno de trezentos milhões de reais para serem

distribuídos em ações governamentais. Relacionado com o viés das políticas

públicas nacionais, o Projovem diferencia-se por levar em conta a singularidade da

condição juvenil, suas precisões, seus anseios diante da sua condição

socioeconômica e cultural, distinguir o jovem como indivíduo de direitos, viabilizar

sua participação ativa no processo de aprendizagem em que encontra-se envolvido

e procura suplantar as amplas lacunas existentes em meio a escola e vida, entre

exercício teórico e prático, entre escola e mundo do trabalho, entre a preparo do

cidadão para o futuro e a atuação do jovem cidadão no contemporâneo (BRASIL,

2005, p. 4).

Ainda que tal discussão atinente à bolsa dos jovens apresente grande importância,

faz-se necessário salientar essa questão, porquanto vem a ser um dos pontos que

apresentam um diferencial em sugestão de intervenção na vida dos jovens. Diante

disso, o Projovem apresenta a característica de acolher jovens que completaram a

40 série, como ainda os que não aprontaram a série. Assim, esse critério de seleção

encontra-se coligado à questão do mundo do trabalho, somente os jovens que não

apresentam carteira assinada podem cursar o Programa e logo receber a bolsa.

Desse modo, todas essas propriedades influenciaram na matrícula e seleção dos

jovens alunos que entraram no Programa.

O Projeto do Projovem adota uma proposta em que, igualmente, apresenta caráter

de emergência, acolhendo uma fração de necessidade de atingir o jovem ao ensino

médio, apresenta caráter experimental, no curso de formação ao fundamentar novos

padrões sua proposta curricular, que versa de maneira associada a formação geral.

Para tanto, cada um dos elementos almeja trabalhar com a formação básica, com o

intuito de assegurar as aprendizagens que obedecem às diretrizes curriculares para

57

o ensino fundamental e a ação comunitária. A qualificação inicial para o trabalho, no

entanto necessitará permitir novas formas de inclusão com a devida certificação,

tanto às necessidades e potencialidades econômicas, como também quanto às

vocações dos jovens. Assim a ação comunitária precisará resultar de um diagnóstico

das necessidades locais e regionais e gerar o engajamento cidadão voluntário como

ainda a formação de valores solidários (BRASIL, 2005, p. 20).

Na conceituação apresentada, observa-se que para aparelhar o espaço físico, o

Programa passa a ser praticado em Núcleos locais, congregando cinco turmas de

trinta jovens, que funcionam, diariamente, em locais apropriados se possível,

próximos às residências dos estudantes. Dessa maneira, a utilização dos espaços

físicos para as aulas, observa um dos norteamentos do Projovem, o qual adere às

tendências das propriedades das políticas públicas para juventudes, que vem a ser a

articulação em meio a diferentes instituições e esfera do governamental.

A partir da sugestão de responsabilidade recíproca, os relatos dos jovens do

Programa comprovam que existe, por muitas vezes, desrespeito para com o público

acolhido pelo Projovem, como o descaso dos gestores das escolas, os quais

impediam o ingresso ao material e à merenda e assinalavam as coisas erradas

atribuindo a responsabilidade ao jovem participante do Programa.

Faz-se então necessário, ressaltar que o problema da parceria não acontece

excepcionalmente em um único Estado. Frente a isso, estudos a respeito do

Programa confirmam que a fragilidade da parceria decorre, em diversos locais e se

torna um problema na prática do Projovem.

Souza (2011, p. 50) enfatiza que um dos desafios no desempenho da coordenação

pedagógica constituiu edificar e articular parcerias para a prática do Programa. Já

Lück et al. (2010, p. 25) apresentam relatos que admitem a discriminação por parte

dos gestores das escolas em analogia aos jovens do Projovem e creem que a

escola, almeja um perfil de aluno distinto do estudante do Projovem.

Ainda que essa problemática apresente ter sido constatada em todos os locais,

mesmo assim, torna-se essencial examinar as formas como são instituídas as

parceiras, as significações de encargos e, portanto, até mesmo a formação para os

abrangidos em principal, essa postura de discriminação faculta causar um

58

afugentamento do jovem do Programa, afetando a proposta de inserção do jovem.

Verifica-se, portanto, que em analogia à estrutura curricular, o curso vem a ser

organizado em Unidades Formativas e apresenta como finalidade permitir a sua

edificação em um continuum e, igualmente, definir os momentos caracterizados que

o compõem. Nesse sentido, cada Unidade Formativa será articulada em torno de

um mancal estruturante, de ferramentas conceituais e de implicações aguardadas

(BRASIL, 2005).

Resta, pois, entender que, o mancal estruturante obedece, em cada unidade, a uma

circunstância-problema proeminente na vida diária dos jovens abrangidos no

Programa e que os desafie de forma particular. A finalidade de tal estrutura vem

cobrir a organização por meio de disciplinas. Dessa forma, verifica-se que na

proposta, a interdisciplinaridade passa a ser evidenciada e observada como um

enfoque associado às questões atuais a respeito do cultivo do conhecimento, que

ressaltam o veloz envelhecimento da informação e o esmaecimento das fronteiras

em meio às disciplinas clássicas. Contudo, as consistências em meio às áreas de

conhecimento vêm a ser parciais e apresentam ser edificadas em contextos e

circunstâncias exclusivas. Assim, a consistência em meio à educação, trabalho e

ação comunitária se realiza em função da inserção social dos jovens cidadãos

(BRASIL, 2005, p. 17).

Vê-se, portanto, que a sugestão da interdisciplinaridade vem a ser avaliada por Lück

et al. (2011, p.12) um enfoque inovador, levando em conta que o currículo pode

potencializar atuações historicamente transformadoras, no campo do ensino não

regular. Portanto, a finalidade última da inserção social dos jovens cidadãos debela,

em si, informações que podem/devem ensejar questionamentos e apreciações à

ordem instituída, na expectativa da emancipação social.

Afora isso, pode ser avaliada como um enfoque inovador, que dá oportunidade ao

jovem de compreender o todo, e romper com a fragmentação. Para tanto, a proposta

interdisciplinar vai além da palavra que, muitas vezes, somente é pontuada nas

recomendações pedagógicas.

Cabe ressaltar que as Unidades Formativas concebem uma das estratégias para

acolher a sugestão interdisciplinar e apresentam o intuito de explicar o currículo em

59

circunstâncias de ensino e aprendizagem, norteando o trabalho dos alunos nas

atividades presenciais ou a distância. No que se refere a organização da proposta,

as Unidades Formativas, as quais são aparelhadas da seguinte forma, Juventude e

Cidade - A Juventude vem a ser os métodos de ocupação do espaço urbano pelos

jovens. Reposicionamento perante as dinâmicas urbanas de inserção e exclusão

social. Juventude e Trabalho, as mudanças pelas quais surgem passando a

sociedade contemporânea para inserção dos jovens no trabalho. Reposicionamento

perante as dinâmicas de inserção e exclusão no trabalho e na escola. Juventude e

Comunicação - Informação e comunicação na sociedade atual e os exercícios dos

jovens. Diferenças socioculturais que segmentam a Juventude, preconceitos e

discriminações intra e inter-geracionais (BRASIL, 2005, p. 24).

Ainda que os fatos assinalados atrapalhem o comprimento da carga horária, torna-

se proeminente questionar, se o período de realização do Projovem viesse a ser

maior que doze meses a evasão acresceria? Pois, uma vez que a evasão habitua

ser reiterada na Educação de Jovens e Adultos no momento que o tempo de curso

torna-se muito alongado.

Por conta disso, com o intuito de reconduzir jovens evadidos do sistema de ensino

regular é que o Programa recomenda estratégias, de modo a ampliar o ingresso aos

sistemas de ensino e aumentar a probabilidade de continuação dos jovens no

sistema educacional. Frente a essa perspectiva, o Projovem apresenta o conceito de

educação como processo construtivo e permanente, articulando conhecimentos

convencionalmente estruturados e saber tácitos. No qual apresenta caráter histórico

e cultural, desenvolvendo as novas gerações, promovendo a auto realização e o

desenvolvimento dos indivíduos. Assim sendo, torna-se atribuição e encargo de

múltiplas agências, a família, a igreja, as organizações, o sindicato, a associação

profissional como igualmente a escola (BRASIL, 2005, p.l5).

Na visão de Lück et al. (2011, p.10), a significação de educação vem a ser híbrida,

porquanto que igualmente vincula, educação e projeto histórico de uma sociedade,

assimila valores absortos e universais tais como auto realização e desenvolvimento

dos indivíduos, valores que, em si, igualmente são históricos.

Em reforço a esse posicionamento, ainda que o conceito de educação abra espaço

60

para diferentes discussões, merece um destaque a ausência do Estado como

responsável pela educação. Competem observar que, são alegados a família, a

igreja, as organizações, o sindicato, a associação profissional, a escola, entretanto o

Estado não aparece na relação referida. Dois pontos fazem jus a ser citados, e o

primeiro vem a ser ao conceito da responsabilidade recíproca sinalizada nas

políticas púbicas de juventude e a gestão partilhada citada no projeto, apresentando,

inclusive um objeto especial no Projeto do Projovem (BRASIL, 2005).

Trata-se, portanto, que a partir dessa realidade, a ênfase no conceito de educação

faculta apresentar o intuito de ressaltar o encargo recíproco e, por isso não se

mencionou o Estado como responsável, ainda mais porque a própria LDB 9394/96,

no artigo 2°, já cita a função do Estado na educação. Também a escola mencionada,

no caso a pública, concebe uma maneira de participação do Estado na educação.

Torna-se então, coerente destacar a ausência do Estado no conceito proporcionado

como um alerta para não se esquecer da sua função na educação em qualquer nível

ou modalidade de ensino, especialmente levando em conta as discussões que

erguem a probabilidade de desresponsabilização do Estado perante a questão da

educação.

No que tange o conceito de juventude, o Projovem leva em conta uma noção que,

no entendimento da sociedade ocidental contemporânea, a fase da Juventude tem

sido agregada a um tempo de moratória social, de passagem da infância e o mundo

adulto e, desse modo, de preparação para a inclusão no mercado de trabalho e para

a construção de nova família. Todavia, na perspectiva do Projovem, a Juventude,

com sua diversidade, implica a importância do conhecimento de direitos e deveres

específicos. Consequentemente, o jovem já se tornou um cidadão, e sua vida

escolar, seu preparo para o trabalho e seu engajamento social passa a ser

percebido como exercício da cidadania. (BRASIL, 2005, p.l6)

É necessário deixar claro o entendimento sobre o conceito de juventude seguido

pelo Projovem excede a associação de juventude como mudança de uma etapa de

vida para outra, associada à faixa etária, a dificuldade social e como uma edificação

cultural e administrativa. Também, outro fato acentuado nesse sentido vem a ser a

agregação das dimensões do Programa, no momento que diz que o jovem já é

percebido como um cidadão e, seu engajamento social passa a ser entendido como

61

exercício da cidadania.

Para tanto, as três dimensões do programa, educação, qualificação e ação

comunitária surgem de maneira bastante aberta nesse momento, o que, claramente,

parece ser um conceito mais voltado a acolher a sugestão das dimensões do que é

verdadeiramente determinar juventude.

A Ação Comunitária vem a ser uma das três dimensões do Projovem e é exposta no

mesmo grau de valor da escolaridade e da concepção para o trabalho, porquanto, a

partir do título até os objetivos apresentados de forma coerente. No entanto,

observa-se que as ponderações a respeito da Ação Comunitária do Programa são

conseguidas com menor constância no momento que confrontamos às outras

dimensões. Contudo, ela é tão importante como a questão da escolaridade e da

concepção para o trabalho, porquanto, existem recursos que são investidos para

que ela ocorra, dessa forma vale lembrar que existe a precisão de se debater a

intencionalidade e as implicações desta dimensão no desenvolvimento dos jovens.

Por conseguinte, investir em qualquer política pública sugere comprometer a vida do

público-alvo da intervenção e de maneira indireta da dinâmica de toda sociedade.

Já outro comprovante que baseia o estudo da Ação Comunitária vem a ser que, de

acordo com o relatório parcial da ponderação do programa 2007, no momento que

os jovens foram questionados sobre as fundamentais motivações para inscrição no

Programa, apenas 5,7 % expuseram o interesse em aprimorar a comunidade

(BRASIL, 2007).

Quanto os entendimentos fundamentais e suas implicações curriculares, o projeto

expõe Ação Comunitária com alicerce no binômias cidadania e solidariedade

apresentando como referência um novo entendimento de assistência social que

destaca os direitos à assistência social e à seguridade social. Assim, no campo do

Programa, a ação comunitária apresenta como objetivo colaborar para o

desenvolvimento de potencialidades dos jovens e investimentos que derivem no

reconhecimento de seus direitos e deveres cidadãos (BRASIL 2007, p.16-17).

A definição exposta se detém em discorrer a respeito das finalidades e explicar a

extensão e as implicações pretendidas, não se fixando em conceituar o que vem a

ser Ação Comunitária no campo do Projovem. Desse modo, no atual Projeto

62

Político-Pedagógico Integrado do Projovem Urbano, os formuladores explicam que

avaliar o nome ação comunitários não cobre toda a gama de conhecimentos e

ações, necessitando ser refletido para ressaltar a participação cidadã dos jovens

(BRASIL 2008, p.1).

Cabe enfocar que os formuladores do programa admitem a inconformidade e

confirmam a fragilidade do termo Ação Comunitária para acolher as diretrizes do

Projovem. No que diz respeito à execução, a Ação Comunitária passa ser posta em

prática por meio do Plano de Ação Comunitária, que almeja gerar a inclusão da

juventude, na sua comunidade.

Souza (2011, p.67) focaliza que, o Plano de Ação Comunitária (PLAC), vem a ser

uma forma importante de debater e abranger os jovens em questões associadas ao

dia-a-dia de suas vidas. Por isso, o fato de problematizar tais questões já explica

uma primeira implicação positiva desta tarefa. Pois, os alunos desviam, para o

cotidiano da sala de aula, questões associadas a seus experimentos, no qual eles se

sentem à vontade para averiguar, fazer comentários e propostas sem observarem

alvo direto das discussões.

Para a realização da Ação Comunitária, apresenta-se o resgate da produção

cultural, sensibilização e conhecimentos junto a outros jovens sobre a utilização de

drogas, defesa e proteção ambiental, combate à fome, fortalecimento de conselhos,

fóruns, movimentos sociais e culturais, prestação de serviços à comunidade na área

de habilitação para o trabalho, entre outros (BRASIL, 2005). Em seguida, levando

em conta tais exemplos, pode se avaliar que muitas das ações sugeridas incidem a

serviço dos outros e os outros aqui se mencionam à comunidade. Contudo, não

constitui que a ação realizada vai comprometer excepcionalmente os outros e não

vai ter nenhuma consequência direta na vida dos jovens. Porquanto, através desta

ação, o jovem apresenta um espaço de aprendizagem diferençado, pois

desempenham ações apropriadas para desenvolver determinados potenciais.

Pode-se afirmar que existem críticas à Ação Comunitária no que se refere às

atividades desenvolvidas, porque se acredita que o jovem encontra-se realizando

ações que necessitariam ser responsabilidade do Estado.

Andrade (2010, p.13), encontra-se a favor dessa ideia, no momento que afirma que,

63

a ação comunitária limitada ao acolhimento de demandas pontuais, desempenhada

pelos jovens num tempo tutelado pouco ou nada acrescerá à sua formação absoluta,

ao oposto do anunciado no documento da Presidência da República. Para tanto, não

é demais distinguir o fato de que, igualmente para a comunidade na qual constituirão

ser desenvolvida a ação, as implicações de caráter preciso não expressarão

alterações qualitativas e demoradas em suas arriscadas qualidades de vida.

Vê-se, portanto, que todos esses contextos são relacionados, principalmente, ao

caráter preciso das ações, que ainda se recomendem a ser continuadas, mesmo

posteriormente o jovem ter completado sua participação no Programa, mesmo

assim, acredita-se que existem muitas dificuldades, as quais provavelmente evitarão

a continuidade de cada uma das ações.

Em reforço a esse posicionamento, cabe ressaltar que, outro fator precisa ser

questionado, o qual vem a ser a tutela dessas ações e o tempo livre dos jovens,

porquanto a sugestão do que trabalhar na Ação Comunitária pode tornar-se uma

determinação disfarçada de norteamento do que o jovem necessita fazer. Na visão

de Azevedo (2004), chama atenção para essa exterioridade no momento que

pontuam a cidadania tutelada e apresentam uma reflexão de Cupertino (2006) que

crê que a implicação mais típica da cidadania tutelada vem a ser ao negar os direitos

e deveres da maioria, colabora para legitimar e reproduzir a ordem social vigente.

Frente a esse cenário, observa-se ser fato, dependendo da maneira que o programa

for dirigido, a cidadania tutelada pode ocorrer. Contudo, não se pode deixar de levar

em conta que os jovens apresentam seu poder de crítica e podem argumentar a

respeito da forma como é dirigida a Ação Comunitária, assim como podem

argumentar as finalidades que se encontram direcionadas para essa dimensão do

Projovem.

Ainda com todas as críticas e fazendo um balanço das argumentações

apresentadas, não podemos perder de vista que a escola (no caso o ProJovem)

igualmente vem a ser um espaço de desenvolver valores, por meio da aprendizagem

continua e deste modo apropriado de gerar e incentivar exercícios de uma

participação crítica e reflexiva. Por fim, a Ação Comunitária abre espaço para o

jovem distinguir com mais detalhe a comunidade, pensar a respeito dos problemas

64

localizados, trabalharem em grupo, como agente transformador, desenvolver atributo

de liderança, avaliar mesmo que parcialmente, a respeito de planejamento, assim

sendo apresenta-se como uma possibilidade de desvinculá-lo de ações que gerem a

violência.

Outra ação realizada pelo governo foi o Programa Casa das Juventudes, o qual foi

regulamentado pela lei nº 14.577/2011, que se refere a um espaço institucional de

modelo para as Juventudes brasileiras. Esta ação da Secretaria da Criança e

Juventude, realizada em parceria com os municípios, tem como foco apoiar os

movimentos juvenis fomentando o objetivo de desenvolvimento da participação,

autonomia, das tecnologias de informação, democratização e da comunicação além

da formação cidadã e política (ALEPE, 2011).

A fundamentação da Casa das Juventudes tem como parâmetro a Política Pública

direcionada a Juventude, a qual busca atingir os jovens, em suas diversas

expressões culturais e sociais. Identificando-se o jovem como individuo de direitos e

ator estratégicos de desenvolvimento, com grande potencial para o desenvolvimento

das grandes mudanças sociais.

Este Programa está sendo executado pelo Governo do Estado de Pernambuco

desde o ano de 2010, quando foram implantadas 51 unidades do Programa Casa

das Juventudes. Atualmente, o Programa está presente em 93 municípios, atingindo

as 12 regiões de desenvolvimento do estado, do litoral ao sertão.

Para implantação do programa Casa das Juventudes, os municípios precisam dispor

de um órgão institucional de Juventude (Secretaria de Juventudes, diretoria,

coordenação etc), e comprometer-se com a implementação do Conselho Municipal

de Juventude. O programa pode ser implantado em Territórios Urbanos ou Rurais,

obedecendo aos critérios legais.

Os jovens encontram na Casa das Juventudes um espaço adequado as suas

atividades de tempo livre, podendo contar com um telecentro com acesso gratuito a

internet, espaço multimídia, salas de Reuniões, além de ser a sede dos espaços

institucionais de juventude municipal (Conselho de Juventude e órgão Institucional

de Juventude, Secretarias, diretorias etc).

65

2.2.1 Casa das Juventudes de Rio Formoso em Pernambuco

O município de Rio Formoso possuía em 2012, 21 mil habitantes o que favoreceu ao

município receber este programa do governo federal. O programa deu inicio ao

Projeto Usina de Tecnologia que esta situada em Rio Formoso e beneficia 400

jovens de 18 a 29 anos que estejam em situação de desemprego e tenham renda

per capita inferior a um salário mínimo. Essa parcela da população, devido a sua

condição socioeconômica, possui maior dificuldade de inserção na vida profissional.

O objetivo do projeto é contribuir com o "território estratégico de SUAPE" para

estender o acesso aos benefícios do atual crescimento econômico a população

juvenil.

São realizadas em parcerias com o Governo do Estado diversas ações, entre elas

capacitações voltadas para a prevenção do uso de drogas e entorpecentes. Outra

parceria das Casas das Juventudes de Rio Formoso é com a ENGEVIX, empresa de

engenharia que elabora estudos, projetos e atua na integração e no gerenciamento

de empreendimentos nas áreas de energia, indústria e infraestrutura. A empresa irá

patrocinar 200 jovens, 10 turmas, para o curso de Eletricista Instalador. O curso

acontecerá no SENAI.

O objetivo desta implantação em Rio Formoso é Contribuir com a Coesão Social do

“Território Estratégico de Suape” composto por Recife, Jaboatão dos Guararapes,

Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Escada, Sirinhaém, Ribeirão, Rio

Formoso. Para estender o acesso aos benefícios do atual crescimento econômico

para jovens mais desfavorecidos social e economicamente do Município de Rio

Formoso/PE, além de promover as dimensões produtivas ocupacional, sociais e

cívicas da Coesão Social, através da capacitação profissional, do fomento ao

empreendedorismo e da promoção da cidadania de 400 jovens do Município de Rio

Formoso, desfavorecidos social e economicamente.

As ações implementadas nestes municípios tiveram como foco a Reestruturação da

base produtiva bem como a implantação de Projetos para uma ocupação

sustentável dos municípios presentes no entorno favorecendo uma intervenção

pública e privada para induzir o desenvolvimento social e econômico desta região.

66

Os objetivos da usina de tecnologia foram em inicio capacitar jovens

profissionalmente no setor eletroeletrônico: informática básica, montagem,

manutenção e configuração de microcomputador. Realizado parcerias de iniciativas

empresariais voltadas, preferencialmente, para serviços e produtos relacionados

com as cadeias produtivas do setor eletroeletrônico capacitando o jovem em um

contexto de integração voltada à construção da identidade cultural e da cidadania

ativa, uma vez que o publico alvo foram jovens em situação de desemprego e

membros de famílias com renda mensal per capita de até um salário mínimo e que

estejam cursando ou tenham terminado o ensino fundamental ou concluído o ensino

médio, e não estejam cursando ou tenham concluído o ensino superior.

2.2.2 A contribuição da Casa das Juventudes de Rio Formoso para a sociedade

As atividades favorecidas aos jovens em Rio Formoso Atividades são realizadas

para contribuir com o desenvolvimento do jovem no sentido intelectual, social e

cognitivo bem como favorecer a uma formação tecnológica para sua inserção no

mercado de trabalho.

Atividades em parcerias de capacitação em informática básica, montagem,

manutenção e configuração de microcomputadores, são ofertadas pelo SENAI. Para

desenvolver atividades em instalação e manutenção dos produtos eletrônicos da

Empresa Proeletronic. Outras atividades de Capacitação também foram ofertadas

como o processo seletivo e marketing pessoal em parceria como o Grupo EQM.

Outro modulo ofertado pela Casa das Juventudes é o curso: “Aprender a

Empreender”; - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE), que foi desenvolvido com o objetivo de treinar o jovem para a

implantação do modelo de “Empresa Júnior”; - Incubatep, implantação de uma

Incubadora de Empresas de base e tecnológica para produtos relacionados com as

cadeias produtivas do setor eletroeletrônico.

Em favor do desenvolvimento pessoal e social dos jovens, foi implantado oficinas

culturais para que fossem debatidos temas relevantes de como Ser um cidadão e

uma cidadã com a participação da Secretaria de Desenvolvimento Social.

67

Todas essas ações foram desenvolvidas em parcerias com diversas entidades

Prefeitura de Rio Formoso;

Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Juventude;

Governo de Pernambuco:

Secretaria do Governo;

Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo;

Secretaria da Criança e da Juventude;

Secretaria de Defesa Social;

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI PE;

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE PE;

Incubatep;

Empresa PROELETRONIC;

Grupo EQM - Usina Cucaú;

Petrobras.

2.2.3 A importância da formação de jovens da Casa das Juventudes de Rio

Formoso em Pernambuco para Suape

A região de Suape possui uma infraestrutura portuária na qual esta situada o distrito

industrial, esta atraindo relevantes investimentos privados, para concretizar a

instalação de diversas indústrias das qual esta sendo dada atenção a um

participante na cadeia de desenvolvimento da região que tem importância

fundamental: o jovem que é o futuro trabalhador de tais empresas.

Este movimento provocou mudanças significativas na formação de Mão de obra que

se instala em Suape este processo fortaleceu economicamente a mata sul do estado

de Pernambuco. É possível também afirmar que tal aumento de capacidade

profissional representara um significativo desenvolvimento social local. Tal fato pode

ser percebido em programas voltados aos jovens moradores do entorno de Suape. A

Mão de obra passou a ser capacitada nos municípios vizinhos de Suape,

68

favorecendo o desenvolvimento local.

O Estado de Pernambuco foi apontado como um cenário repleto de oportunidades e

promissor de crescimento econômico, diariamente novos investidores, não só do

Brasil como de várias partes do mundo, foram atraídos por uma onda de

crescimento causada inicialmente pela chegada dos empreendimentos

estruturadores, tais como: Refinaria Abreu e Lima (RNEST/Petrobras); Estaleiro

Atlântico Sul, já em funcionamento e com sua capacidade produtiva totalmente

contratada por 02 anos; e a Petroquímica Suape.

Essa conjuntura tornou o Estado um dos maiores polos de atração de investimentos

do Brasil, o que contribuiu de forma significativa para a criação de empregos e renda

na região, assim como proporcionou oportunidades de desenvolvimento para os

municípios que compõem o Território Estratégico de Suape, entre eles encontra-se o

município de Rio Formoso.

O Complexo Industrial Portuário de Suape é considerado o mais completo polo para

a implantação de negócios industriais e portuários na Região Nordeste. Agrega uma

estrutura de transportes através de rodovias e ferrovias internas, aliadas a um porto

de águas profundas com redes de abastecimento de água, energia elétrica,

telecomunicações e gás natural instaladas em todo o complexo. Conta com Porto

Externo, Porto Interno, Terminais de Granéis Líquidos, Cais de Múltiplos Usos, além

de um Terminal de Contêineres. Diante deste quadro o esforço local tende a

desenvolver estratégias as quais venham a agregar o desenvolvimento da Mão de

obra que seja absorvida pelo mercado de trabalho em SUAPE.

Durante um ano, os jovens participantes do Jovem Aprendiz estagiaram no

consorcio EIT- Engevix, responsável pela obra de construção e urbanização da área

administrativa da Refinaria Abreu e Lima como auxiliares um grupo como auxiliar

administrativos e outro como eletricistas, com direito a bolsa-auxílio. Esta

oportunidade favoreceu ao jovem dessa região uma oportunidade única de

aprender, ao invés de ocupar apenas atividades secundarias devido a falta de

qualificação o que não ocorrerá com os participantes deste projeto uma vez que

passaram por um programa de capacitação voltado para a industria.

A grande preocupação dos gestores da Casa das Juventudes de Rio Formoso era

69

formar mão de obra sem concorrer com os demais municípios do Território

Estratégico Ampliado de Suape. Enquanto cidades como Escada e Ipojuca focam na

área metal e mecânica, qualificando, por exemplo, soldadores para a indústria naval,

um diagnóstico realizado pela prefeitura indicou a elétrica e as telecomunicações.

Além do diagnóstico, ocorreu uma orientação da Petrobras sobre o déficit de

profissionais nessas áreas. Rio Formoso hoje tem mão de obra competitiva, jovem e

barata para seu próprio distrito industrial e como polo auxiliar de Suape.

Foram realizadas visitas pedagógicas a empresas de Suape, museus e teatros que

complementam o currículo dos jovens na Casa. Além disso, eles aprenderam a

cultivar hortaliças livres de agrotóxicos. A primeira produção foi adquirida por um

supermercado local e, o dinheiro, revertido para a escola.

Juntos, os 9 municípios do território ampliado somam um Produto Interno Bruto de

R$ 14,62 milhões, significando 23,49% de participação no PIB de Pernambuco. Ano

de referência do PIB: 2007 (preços de mercado). A Agência Condepe/Fidem

elaborou um plano com diretrizes para uma ocupação sustentável desse território

em função dos grandes investimentos, como Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica

Suape e estaleiros. São três eixos: organização do território (uso do solo, habitação

e controle urbano e ambiental); mobilidade; e meio ambiente e saneamento

ambiental (abastecimento d’água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos). O

plano prevê investimentos em ações prioritárias nos três eixos de pelo menos R$ 2,9

bilhões.

2.2.4 A importância da avaliação da Casa das Juventudes de Rio Formoso

Para Santos et. al. (2011), o termo policy analysis (análise de políticas),tem a

finalidade de conciliar o conhecimento acadêmico com a produção empírica dos

governos. Desenvolver uma análise de política diz respeito a descobrir o que os

governos fazem, porque fazem e que diferenças fazem – oferecendo um

entendimento de questões relacionadas com legitimidade, eficácia e durabilidade da

ação pública.

Podendo considerar as políticas públicas como um sistema ou mesmo um processo,

uma vez que apresenta ritos e passos encadeados objetivando uma finalidade; a

70

análise de política pode acontecer através do modelo de ciclo das políticas, reiterado

na assertiva de Cavalcanti (2007, p. 168): “dentre uma diversidade de instrumentos

analíticos, uma das ferramentas mais utilizadas na literatura é a decomposição da

política pública em fases ou etapas, ao longo do Ciclo da Política”. Estes

instrumentos estão normalmente associados aos processos de concepção,

formulação, implementação e avaliação de políticas, podendo haver algumas

subdivisões de acordo com o autor em estudo.

Por sua vez, Saraiva e Ferrarezi (2006) apontam que cada política pública passa por

diversos estágios e que em cada um deles, há diferenças nas ênfases dadas aos

atores sociais, coalizões e processos. Daí as políticas públicas estruturarem o

sistema político, definirem e delimitarem os espaços, os desafios assim como os

autores sociais. Há ainda que se ressaltar que as etapas normalmente consideradas

em políticas públicas (formulação, implementação e avaliação) necessitam de um

determinado grau de especificação, como por exemplo, a distinção entre elaboração

e formulação. A elaboração é a preparação da decisão política, enquanto a

formulação constitui a decisão política (por um político ou pelo Congresso) e a sua

formalização através de uma norma jurídica. Ademais, a etapa de implementar

também precisa ser mais detalhada. É imperativo separar a implementação

propriamente dita da execução porque enquanto a primeira compreende a

preparação para a execução (via a elaboração de planos, programas e projetos;) a

segunda é pôr em prática a decisão política. A distinção em cada uma das etapas

mencionadas torna-se necessária porque em cada uma delas há possibilidade de se

ter campos distintos de negociação.

Nesse contexto, pode-se considerar o ciclo de política como um esquema de

visualização e interpretação que contribui para organizar a vida de uma política

pública em fases sequenciais e interdependente (figura 1). Desta forma, o modelo

ressalta a definição da agenda e questiona por que algumas questões entram na

agenda enquanto outras são ignoradas? A seguir, serão detalhadas as fases do

ciclo, conforme o estudo de Secchi (2010).

Figura 1 Ciclo de Política Pública

71

Figura 1 - Ciclo de Política Pública

Fonte: adaptado de Santos et al. (2011).

1ª FASE: A Identificação do Problema. O esforço de identificar um problema

público envolve percebê-lo, delimitá-lo e avaliar a possibilidade de solucioná-lo.

Aqui, compreende-se um problema como a discrepância entre o status quo e uma

situação ideal, possível em uma diversidade de dimensões das relações humanas

(SANTOS et. al., 2011).

2ª FASE: A Formação da Agenda. Nessa fase, a agenda constitui o conjunto de

problemas ou temas considerados importantes e que podem ser agrupadas em

agenda política e agenda institucional. A agenda política refere-se ao conjunto de

problemas ou temas que a comunidade política considera merecedor de intervenção

pública, enquanto a agenda institucional diz respeito a problemas e temas que o

poder público já decidiu enfrentar. Nessa fase do ciclo, é válido ressaltar a

importância da representatividade dos grupos de interesses para negociar,

pressionar e reivindicar a inserção dos seus problemas/temas na agenda de

políticas.

3ª FASE: A Formulação de Alternativas. A formulação de soluções acontece a

partir da definição de objetivos e estratégias. Assim, um mesmo objetivo pode ser

alcançado de várias formas e por uma diversidade de caminhos. É nessa fase que

os grupos de especialistas apresentam propostas de soluções para os problemas

encontrados, expondo suas ideias e crenças sobre relações de causa e efeito. Neste

momento, grandes conflitos entre os agentes formuladores tendem a acontecer

principalmente quanto à concepção, a finalidade e o método da política.

4ª FASE: A Tomada de Decisão Política. Representa o momento onde os

interesses dos atores são devidamente equacionados, assim como são explicitadas

as intenções (objetivos e métodos) de uma política pública. Aqui, os tomadores de

decisão já têm os problemas em mãos e buscam as soluções mais adequadas.

72

5ª FASE: A Implementação . Dizem respeito ao momento onde regras, rotinas e

processos sociais são transformados de intenções em ações. Nesta fase, torna-se

significativo o monitoramento das ações para permitir a visualização dos obstáculos

e falhas que costumam acontecer na implementação de políticas públicas. É aqui

que se visualizam erros anteriores ao processo decisório, de modo a detectar

problemas mal formulados, objetivos mal traçados assim como os otimismos

exagerados.

6ª FASE: A Avaliação. Representa o esforço de mensuração e análise dos efeitos

que as políticas públicas produziram na sociedade. Essa fase pode ocorrer através

de avaliações ex ante, ex post e in itinere. Os elementos constitutivos do processo

avaliativo (critérios e padrões) devem ter sido previamente definidos na etapa de

formulação e legitimados na etapa de implementação. Os critérios passam por

conceitos de economicidade, eficiência econômica, administrativa, social e

ambiental. Já os padrões estão centrados em aspectos absolutos como metas

quantitativas e qualitativas, históricos quanto aos tempos e padrões normativos tais

como normas, regras e leis.

Campos e Andion (2011) observam que a avaliação representa uma forma básica de

comportamento humano, podendo ser, às vezes, formal, completa e estruturada e

em noutras bastante subjetiva, baseando-se em percepções, sem coleta de

evidências formais, isto é, uma avaliação informal. A partir do que foi dito, pode-se

considerar a presente pesquisa como de natureza formal.

Ainda segundo os autores mencionados, a avaliação pode usar de métodos e

julgamentos com as finalidades de: 1) determinar os padrões para julgar a qualidade

e concluir se esses padrões devem ser relativos ou absolutos; 2) coletar informações

relevantes e 3) aplicar os padrões para determinar valor, qualidade, utilidade,

eficácia ou importância.

Para Gohn (2006) explica que a avaliação desempenha diversos papéis, mas que

apresenta uma única finalidade: determinar o valor ou mérito de alguma coisa que

está sendo avaliada. Ele ainda faz a distinção de que a meta da avaliação é

apresentar respostas a perguntas avaliatórias significativas que são apresentadas,

enquanto os papéis da avaliação referem-se às maneiras pelas quais essas

73

respostas são utilizadas.

Fernandes (2006) mostra que o papel formativo e o papel somativo da avaliação.

Para ela, a avaliação formativa é elaborada para dar informações avaliatórias úteis à

equipe do programa, de modo a melhorá-lo. Assim, a avaliação formativa também é

conhecida como avaliação de processo. Já a avaliação somativa é realizada e torna-

se pública com o objetivo de possibilitar aos responsáveis pela tomada de decisões

do programa e aos usuários potenciais, julgamentos do valor ou mérito do programa

em relação a critérios importantes. Que desenvolveram o quadro a seguir de modo a

diferenciar os dois tipos de avaliação.

Tabela 1 -.

Tabela 1 - Diferenças entre avaliação formativa e avaliação somativa

Avaliação Formativa Avaliação Somativa

Objetivo Determinar valor ou qualidade

Determinar valor ou qualidade

Uso Melhorar o programa Tomar decisões sobre o futuro do programa

Público Gestores e equipe do programa

Gestores e/ou usuários ou financiadores

Quem faz Avaliadores internos com apoio de avaliadores externos

Avaliadores externos com apoio de avaliadores internos

Principais características Gerar informações para que a equipe do programa possa melhorá-lo

Gerar informações para que a equipe do programa e usuários possa decidir por sua continuidade

Foco Que informações são necessárias? Quando/

Que evidência é necessária para as principais decisões?

Fonte: Fernandes (2006).

Para Gohn (2006, p.45) as duas avaliações estão entrelaçadas, principalmente no

aspecto prático, tornando a linha divisória entre as duas avaliações muito pouco

nítida. Direcionando que o uso da avaliação formativa e da avaliação somativa não é

excludente, mas sim, complementar. Segundo os autores supracitados:

“infelizmente, um número muito grande de organizações faz apenas a avaliação

somativa de seus programas”. Isso é uma pena, pois o processo de

desenvolvimento sem a avaliação formativa é incompleto e insuficiente. Ainda para o

autor, é indício de miopia o não uso da avaliação formativa porque os dados

coletados no início dos trabalhos podem colaborar na destinação de tempo, dinheiro

e todos os tipos de recursos para finalidades mais produtivas.

No campo da avaliação, ainda é possível encontrar uma discussão significativa e

74

que diz respeito aos tipos de dados e métodos utilizados: qualitativos ou

quantitativos. Constata-se que até a década de 1960 havia o predomínio dos

métodos quantitativos na avaliação de programas, principalmente nos programas

educacionais. É a partir da década de 1960 que acontece um embate entre aqueles

que defendiam a importância dos métodos quantitativos e aqueles que, de forma

gradativa, defendiam os métodos qualitativos (CAMPOS; ANDION, 2011). A partir de

1979, felizmente, o diálogo contribuiu para superar essa controvérsia, sendo

possível encontrar analistas que mostravam em seus estudos, as vantagens da

integração de ambos os métodos em um estudo avaliatório.

Os diversos modelos de avaliação, surgidos desde 1965, vão de prescrições

abrangentes a simples check lists. Por isso, Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004)

procuraram classificar as diversas abordagens em seis grandes categorias que

tinham por objetivo facilitar o estudo e aplicação dos modelos de avaliação. São

elas:

1) Avaliações centradas em objetivos. Sua característica principal é estar

centrada na determinação do propósito da atividade, ficando a avaliação justamente

concentrada nas medidas em que esses propósitos foram atingidos. Assim, as

avaliações centradas em objetivos buscam se concentrar na especificação de metas

e objetivos, bem como na determinação da medida em que esses foram atingidos.

2) Avaliações centradas na administração. Nessa abordagem busca-se ajudar as

pessoas a tomarem decisões e, por conseguinte, as informações avaliatórias são

parte fundamental das decisões inteligentes. Assim, as avaliações centradas na

administração apresentam interesse especial na identificação e no atendimento das

necessidades informacionais dos administradores.

3) Avaliações centradas no consumidor. O principal objetivo desses modelos de

avaliação é o fornecimento de informações avaliatórias sobre produtos para o

consumidor, com papel fortemente somativo.

4) Avaliações centradas em especialistas. Essa avaliação, a mais antiga e a mais

usada, depende exclusivamente dos especialistas, assim como da qualificação

profissional dos avaliadores para julgar a qualidade de qualquer atividade sob

avaliação. Como exemplos, os exames de doutoramento, pareceres específicos,

75

painéis para revisão de projetos, entre outros.

5) Avaliações centradas nos adversários. Esse tipo de avaliação procura

equilibrar as diferenças por meio da posição antagônica entre grupos distintos,

objetivando buscar o consenso. Em outros termos, a controvérsia é o foco dessa

oposição planejada e estruturada em termos de pontos de vista (prós e contras) e

está concentrada na chance de amplo debate como ponto de partida para o alcance

do consenso.

6) Avaliações centradas nos participantes. A finalidade dessas avaliações está

centrada em compreender e retratar as complexidades de uma atividade, buscando

responder às necessidades de informações de determinado público, podendo se

utilizar de planos de avaliação, raciocínio indutivo e de reconhecimento de múltiplas

realidades. Esse tipo de avaliação foi escolhido para a realização do presente

trabalho.

76

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia da pesquisa é muito mais do que a soma ou a aplicação de técnicas

para uma determinada análise. Como sugere a própria etimologia da palavra, trata-

se, antes de tudo, de reflexão e estudo sobre o método. Daí que cada discussão

metodológica é virtualmente uma possibilidade de análise e redefinição dos

caminhos a serem utilizados em pesquisa a partir de questões suscitadas pelo

pesquisador, os grupos de implicados e o próprio objeto da avaliação (ALMEIDA

SANTOS, 2006).

Partindo de uma inquietação em relação à avaliação das políticas públicas para a

qualificação e inserção profissional da Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE,

este estudo foi centrado na interpretação das práticas, à luz da literatura que se

configurará em uma pesquisa de caráter qualitativo.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Através do procedimento metodológico, busca-se em linhas gerais, orientar como as

atividades de pesquisa serão desenvolvidas, guiando o pesquisador ao longo de

suas diversas fases. Para Richardson (2009), os métodos científicos que estão

associados aos procedimentos normalmente incluem cinco elementos essenciais:

O objetivo que ser quer atingir com o estudo (meta).

Determinado nível de abstração para a compreensão do que se estuda (modelo).

Informações sobre observações que representem o fenômeno (dados).

Os critérios de aceitação do modelo (avaliação).

Ajustes e mudanças empreendidos no modelo (revisão).

No presente estudo, o método apropriado e, portanto, escolhido foi o qualitativo, uma

vez que é recomendado para captar as perspectivas e interpretações das pessoas.

Ademais, é indicado quando se tenta entender sobre um determinado fenômeno

específico e complexo “que não pode ser artificialmente reproduzido em

77

experimentos ou em ambientes controlados” (YIN, 2005, p. 113).

Um dos motivos de se pesquisar a abordagem qualitativa, deve-se ao fato de

estimar que os pontos principais do Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso

que estão voltados à qualificação e posterior inserção profissional dos jovens, bem

como, a percepções dos jovens beneficiados pelo Programa, apesar de o objetivo

ser transcender a experiência imediata, o ponto de partida é analisar a narrativa de

vida de jovens beneficiados pelo Programa e que tiveram a possibilidade de inclusão

no mercado de trabalho devido a sua qualificação.

E ainda, a pesquisa qualitativa, também, por crer que em avaliação das políticas

públicas para a inserção profissional não pode somente nos deter em aspectos

quantitativos, principalmente pelo fato dela ser composta por pessoas, que são

singulares e, portanto, não podem ser quantificadas.

Ademais, a pesquisa do tipo qualitativa, como referido por Bardin (2011), apresenta

como característica peculiar à diversidade metodológica, de tal maneira que permite

extrair dados da realidade com o fim de ser contrastado a partir do prisma do

método. Possibilita também realizar exames cruzados dos dados obtidos, angariar

informações por meio do processo de triangulação, constatar, validar as informações

obtidas por meio de fontes diversas sem perder a flexibilidade.

Por fim, no tipo de pesquisa escolhido é visível que o imaginário do sujeito

pesquisado não pode ser quantificado, pois seu universo de significados, motivos,

aspirações, crenças, valores e atitudes correspondem a um espaço mais profundo

de relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à

operacionalização de variáveis (BARDIN, 2011).

Além disso, o estudo adotou como estratégia de pesquisa o estudo de caso porque

ele tem se consolidado como a estratégia mais conveniente para responder às

questões como e por que determinados fenômenos acontecem (YIN, 2005).

Em termos gerais, quando se menciona coleta de dados e informações, subentende-

se o registro sistemático do conjunto de elementos associados ao comportamento

de um fenômeno, sistema ou conjunto de fenômenos e sistemas (CALIXTO, 2009,

58) explica que, na atividade de coleta de dados, o estudioso que escolhe

78

desenvolver um estudo qualitativo, enfoca eventos cotidianos, os quais acontecem

no ambiente natural das pessoas. O estudioso, conduzindo esse tipo de

investigação deve se deslocar até as proximidades da situação estudada,

procurando compreender a realidade apresentada por essa situação em análise.

Trata-se, também de uma pesquisa exploratória e descritiva. Para Kauark et al

(2010), a pesquisa exploratória se caracteriza como explicativa, por promover uma

discussão aprofundada do processo e com isso propor soluções e formas de

abordagens apropriadas à problemática.

Conforme Almeida Santos (2010), a pesquisa descritiva pode servir para levantar

possíveis novos problemas de pesquisa, pode ser realizado para fazer contato com

um grupo e obter elementos para auxiliá-lo em estudos descritivos ou experimentais

posteriores e deve vir acompanhado de uma revisão da literatura, coleta de dados e

resultados, cuja abordagem permite ao pesquisador aumentar a sua experiência em

torno de certos problemas e partir de uma hipótese, aprofundando o seu estudo nos

limites de uma realidade específica.

3.2 LOCUS DA PESQUISA

O locus desta pesquisa constitui-se na unidade de análise do Programa Casa das

Juventudes de Rio formoso, em Pernambuco. Ele é desenvolvido pela Secretaria de

Desenvolvimento Econômico e Juventude, desse município, com o objetivo de

ampliar o atendimento aos jovens excluídos da escola e da formação profissional.

Esse programa permite que os jovens sejam inseridos ao mercado de trabalho

através da qualificação profissional.

A Casa das Juventudes está situada no Distrito de Cucaú, a 17 km do centro do Rio

Formoso, pois é nessa localidade que se encontra a população mais carente.

O município de Rio Formoso está situado na região metropolitana do Recife-PE,

dentro da área estratégica do complexo portuário de Suape, com 21.000 habitantes

e um P.I.B. (Produto Interno Bruto) de R$ 6.359,00 per capita. Apresenta um I.D.H.-

M. (Índice de Desenvolvimento Humano – Médio) de 0,621, tendo o Estado de

Pernambuco um índice de 0,718 e o Brasil, 0,806 (IBGE, 2010).

79

Figura 2 - Mapa Geográfico de Rio Formoso

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Juventude de Rio Formoso.

Está incluso na política de reestruturação de base produtiva, que tem por objetivo a

ocupação sustentável dos municípios presentes no entorno da área portuária, que

também está recebendo intervenção pública e privada para indução do

desenvolvimento social e econômico, conforme mostra a (Figura 3).

Figura 3 - Região Estratégica de Suape

Fonte: Governo do Estado de Pernambuco

O Programa Casa das Juventudes de Rio formoso, em Pernambuco faz parte do

Programa Nossa Juventude, o qual beneficia jovens de 18 a 29 anos que estão em

80

situação de desemprego e são membros de famílias com renda mensal per capita

de até um salário mínimo, que, em virtude de suas condições socioeconômicas, têm

maior dificuldade de inserção na atividade produtiva e que:

I – estejam cursando ou tenham concluído o ensino fundamental; ou II – estejam cursando ou tenham concluído o ensino médio, e não estejam cursando ou tenham concluído o ensino superior. Tem como objetivo promover a criação de oportunidades de trabalho, emprego e renda para os jovens em situação de maior vulnerabilidade frente ao mundo do trabalho, por meio da qualificação sócio-profissional com vistas à inserção na atividade produtiva. Visa, ainda: I - promover ações que contribuam para o reconhecimento e valorização dos direitos humanos da cidadania e com a redução das desigualdades; II - preparar e inserir os jovens no mundo do trabalho, em atividades produtivas legais geradoras de renda e III – desenvolverem suas potencialidades com atividades culturais e de qualificação profissional.

Como elemento orientador e facilitador do processo de qualificação e inserção dos

jovens ao mercado de trabalho, o Programa Nossa Juventude utiliza a metodologia

dos eixos ocupacionais, que já vem sendo utilizado pela Presidência da República,

Ministério do Trabalho e Emprego e outros ministérios que trabalham com projetos

de qualificação de jovens. Os eixos ocupacionais abrangem as esferas da produção

e da circulação (indústria, comércio e prestação de serviço), garantindo assim um

maior campo de atuação, visando aumentar as possibilidades de inserção

ocupacional dos jovens.

As execuções das ações de qualificação social e profissional buscam abordar temas

transversais como empreendedorismo e economia solidária, processo seletivo, entre

outros, além das questões básicas para sua formação profissional abordando: ética

e cidadania, educação ambiental, higiene pessoal, prevenção de drogas e violência,

métodos contraceptivos, gravidez precoce. Também são utilizados outros recursos

como filmes, visitas técnicas, palestras, seminários, encontros com debates sobre os

diversos temas abordados.

A oferta de cursos de qualificação profissional deve estar em consonância com a

demanda de empregabilidade ofertada na Região e áreas circunvizinhas, além de

estar alinhada ao Diagnóstico Estratégico, o qual apresenta as Diretrizes diante do

“Novo Pernambuco”. Sendo assim, entendendo que a formação social e profissional

de jovens amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho, tornando

mais promissor o futuro da nova geração de jovem. Em parceria com o SENAI

Areias e a Petrobrás deverá capacitar 400 jovens de comunidades em situação de

81

vulnerabilidade social, onde a violência, as drogas e as dificuldades de acesso ao

mundo do trabalho fazem parte da realidade.

Através da Casa das Juventudes, com apoio da Petrobrás recebe-se o lixo de

eletrônicos, sucata de informática e através do curso de manutenção de micros,

realizado pelo SENAI de Areias, capacita-se jovens no recondicionamento deste

material. Desta forma, habilita-se a mão de obra local, além de auxiliar no

abastecimento das Escolas Municipais e Núcleos do Peti.

A seleção dos candidatos é feita inicialmente a partir de uma entrevista para que se

possa conhecer cada um dos alunos e orientá-los profissionalmente. Como se trata

de um trabalho piloto, a turma inicial foi composta por 200 jovens, mas a meta é

atender 400 jovens. Por isso está se fazendo um Banco de Talentos. O controle tem

sido realizado por meio de reuniões periódicas de Gerenciamento da Rotina para

avaliação dos resultados mensais através de metas estabelecidas.

Os parceiros deste programa são: Governo do Estado; Petrobrás – Refinaria Abreu

e Lima; Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo; Secretaria da

Criança e Juventude; Secretaria de Defesa Social; Grupo EQM e Proeletronic –

Proqualit Telecom. O valor de cada turma composta por 20 alunos cada será de R$

19.000,00, ou seja, para se atender 400 jovens se faze necessário um investimento

de R$ 380.000,00.

3.3 DESENHO DA PESQUISA

Alves Mazzotti (2006) define que nessa perspectiva, é ponderado o processo de

produção do conhecimento científico, podendo ser visto como uma espécie de

conversa, uma interlocução contínua entre pesquisadores de uma dada área. Desta

forma, para o pesquisador o diálogo é essencial para seu ofício. Ainda, o autor, traz

em sua boa forma, uma complexidade existente, direcionado que a fase para

definição do problema da pesquisa está dividida em três fases, sendo: atividades

preliminares, que está relacionada com o problema da pesquisa e os contatos

preliminares com os membros do projeto. Bem como a preparação dos instrumentos

de coleta de dados. Para a coleta de dados existe a realização das entrevistas

semiestruturas e observação não participativa. Dentro da análise dos dados, ficam a

82

pré-análise, codificação, categorização e a apresentação dos resultados,

direcionando para as conclusões.

Tabela 2 - Desenho da pesquisa

Fase Definição do problema da pesquisa

Referências Teóricas

Atividades preliminares

Contatos preliminares com os membros do Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE.

Preparação dos instrumentos de coleta de dados

Coleta de Dados

Realização das entrevistas semi-estruturadas e observação não participativa

Análise dos dados

Pré-análise

Codificação

Categorização

Análise e interpretação

Apresentação dos resultados

Conclusões

Fonte: Autora

3.4 SUJEITOS DA PESQUISA

Os entrevistados desta pesquisa foram 55 jovens da Casa das Juventudes de Rio

Formoso (PE), distribuídos entre as seguintes áreas: autoeletrica; eletricistas

instaladores; empreendedorismo, telecomunicações e proeletrônico.

Tabela 3 - Distribuição da área de atuação dos jovens da Casa das Juventudes de Rio Formoso – PE/ 2012.

Área Masculino Feminino Quant.

Autoelétrica 05 03 08

Eletricistas Instaladores 07 04 11

Empreendedorismo 05 08 13

Telecomunicação 06 02 08

Proeletrônico 11 04 15

Total 55

83

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Como instrumentos de coleta dos dados, adotou-se um questionário com 7 questões

abertas, sobre aspectos da vida social desses jovens, além de dados referentes ao

comportamento humano, em termos de satisfação (GIL, 2007). Apesar desse tipo de

questões, os respondentes, em sua maioria, emitiram respostas curtas, ou

monossilábicas; justificadas, talvez, pelo nível de escolaridade deles.

Ainda como instrumento de pesquisa, utilizaram-se entrevistas-semiestruturadas

(Apêndice A), realizadas com 05 jovens, reconhecidos como aqueles que mais se

destacaram dentre todos.

Conforme Gil (2007) além desses pontos existe ainda, na adoção da entrevista uma

maior flexibilidade no trabalho de investigação (pode-se explicar o significado das

perguntas, captar expressões corporais, tonalidade de voz e ênfase das respostas).

A opção pela entrevista semiestruturada está de acordo com Silva e Menezes (2007,

p.46) quando estes afirmam que ela “ao mesmo tempo em que valoriza a presença

do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante

alcance a liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação”.

Ademais, a entrevista semiestruturada demanda a elaboração de um prévio roteiro,

onde estão estabelecidos os tópicos relacionados ao problema de pesquisa

(DENZIN; LINCON, 2006), apresentando a vantagem de poder ser ampliada na

medida em que o pesquisador receber mais informações do entrevistado.

Foram realizados vários grupos focais, realizados junto aos 55 sujeitos desta

pesquisa, inclusos os 5 primeiros, participantes das entrevistas. Uma das vantagens

ressaltadas desse instrumento de coleta dos dados, é a possibilidade de

triangulação (DENZIN; LINCON, 2006). Segundo Souza (2002), os grupos focais

destinados a formular ou avaliar políticas públicas devem ser relativamente

pequenos, entre 6 e 15 participantes, já que seu objetivo é identificar a percepção

dos participantes.

Fez-se uso, ainda, como instrumento de coleta dos dados, de alguns documentos,

tais como: jornais internos de empresas onde alguns deles trabalham e fichas de

84

inscrição, pelas quais se verificou o processo seletivo para o Programa. Finalmente,

utilizaram-se, ainda, fotos que pudessem retratar o quotidiano das atividades

profissionais, pedagógicas, sociais e de integração desses participantes.

Para Silva et al. (2009, p. 41), o uso de documento em pesquisa deve ser apreciado

e valorizado; a riqueza de informações que dele deve-se extrair e resgatar justifica-

se o seu uso em varias áreas das ciências humana, possibilitando ampliar o

entendimento dos fatos e objetos no contexto da história e sociocultural. Para esses

autores, “o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para todo

pesquisador, nas ciências sociais”.

Pelas ações avaliadas, fez-se necessário, ainda, utilizar a observação direta, não

participante, como instrumento de coleta dos dados. Para Marconi e Lakatos (2003),

nessa metodologia, utilizam-se os sentidos na obtenção de determinados aspectos

da realidade, isto é, aquilo que se vê, se ouve e examina fatos ou fenômenos que se

deseja estudar.

Finalmente, pela importância que se deu às ações analisadas, decidiu-se por

registrá-las por meio de fotos, que na visão de Achutti (2004, p. 83) é:

Método de coleta e análise de dados foto etnográficos aplicável às pesquisas sociológicas cuja narrativa do discurso se articula aos demais dados da realidade empírica. Defende-se o uso de fotografias documentais como parte integrante das narrativas advindas da observação participante – principal ferramenta do método de investigação etnográfico – com a proposta interdisciplinar de compor as pesquisas através da interlocução dos estrados escritos e imagéticos. Discute-se a função social da fotografia e a sua interlocução com o método científico como fonte de captura dos modos de vida da sociedade. Apontam-se as formas que constituirão uma metodologia de coleta e análise dos dados. Considera-se a fotoetnografia como elemento essencial para o reporte da realidade social em pesquisas empíricas. É preciso ampliar as limites do uso da fotografia na produção de sentido e significado dos fenômenos sociológico a fim de compor uma interlocução da arte com a ciência.

Para Bourdieu e Bourdieu, enfocam que,

[...] a fotografia surge, como o acompanhamento necessário das grandes cerimônias da vida familiar e coletiva, na qual, as cerimônias têm por função reanimar o grupo, percebe-se por que a fotografia deve estar associada a elas, já que provê os meios para eternizar e solenizar estes momentos intensos da vida social, em que o grupo reafirma a sua unidade. (BOURDIEU e BOURDIEU, 2006, p. 32).

85

3.6 PROCESSOS DE COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados aconteceu através das informações formais de relatórios e

documentos específicos, tais como jornais internos e outros, que se configurassem

como referencial dos resultados formais do projeto Casa das Juventudes de Rio

Formoso, PE, no período de maio a junho de 2013.

Quanto ao questionário, o mesmo foi entregue aos jovens, reunidos em uma sala,

em um mesmo momento. Foram dadas as informações preliminares de

preenchimento, de maneira que responderam sem que surgisse qualquer dúvida. A

partir daí, os dados foram reservados para o processo de análise.

Quanto às entrevistas, elas tiveram em média, duração de quinze minutos cada.

Direcionando sobre as características do Programa Casa das Juventudes, com

intuito de explorar a perspectiva do futuro dos jovens; se estão empregados; a

preocupação com a área do trabalho; bem como a renda, a manutenção da família e

os planos profissionais, futuros.

Com relação ao grupo focal, estavam reunidos na sala da Casa das Juventudes, 55

jovens, que se dispuseram voluntariamente a participar dos questionamentos e da

discussão sobre a experiência vivenciada por eles, nesse Projeto. Igualmente, foi

explicado sobre a intenção daquela reunião e sobre a importância da participação

deles, para a transformação dos seus saberes, bem como para o testemunho que

serviria para a adesão de outros jovens, isto é, o benefício que eles dariam, naquele

momento, à sociedade. Todos participaram com entusiasmo dessa discussão e

contribuíram na medida do possível, expressando os seus sentimentos. As diversas

fotos, foram tiradas no decorrer dos dois anos desta pesquisa.

3.7 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS

No procedimento para análise dos dados, foram tabulados em Excel, através de

tratamento estatístico simples (cf. Tabela 3). Quanto à análise qualitativa, os seus

métodos estão destinados a assegurar em estreito ajuste entre os dados obtidos e

os que realmente são ditos e feitos (TURATO, 2005).

86

Nas questões abertas, Richardson et al (2009) enfocam que,

os respondentes ficam livres para responderem com suas próprias palavras, sem se limitarem a escolha entre um rol de alternativas, o que proporciona uma introspecção na estrutura de referência do respondente e pode ser muito útil na interpretação de respostas a perguntas posteriores. Outro importante uso é na obtenção de informações adicionais e esclarecimentos.

Quanto à análise de conteúdo foram utilizadas as informações das questões abertas

e do grupo focal, na qual, os códigos com intuito de preservar a identidade dos

alunos. Entretanto, para a realização das entrevistas e das falas do grupo focal os

alunos assinalaram uma declaração de permissão para uso autoral de depoimento

oral (anexo B). Para os alunos que participaram das entrevistas, utilizamos o

gravador como fonte documental.

Na visão de Martins (2004, p. 25), uma aproximação direta com os sujeitos

envolvidos na pesquisa, por meio de instrumentos escolhidos para coleta de dados,

que foram à entrevista semiestruturada e a observação direta. Podemos considerar

a entrevista face a face, como sendo “fundamentalmente uma situação de interação

humana, em que estão em jogo às percepções do outro e de si mesmo,

expectativas, sentimentos, preconceitos e interpretações para os protagonistas:

entrevistador e entrevistado”. Entrar em contato com os entrevistados, de maneira

em que eles sintam-se livres para falar de suas vivências com relação ao trabalho.

Acrescidas a isso, conforme Matias-Pereira (2007) que esse método facilita uma

verdadeira troca, durante a qual o interlocutor do investigador exprime as suas

percepções de um acontecimento ou uma situação, as suas interpretações ou as

suas experiências, ao passo que, através das perguntas abertas, e suas reações, o

investigador é mediador dessa expressão, evitando que ela se afaste dos objetivos

da investigação, permitindo que o interlocutor aceda a um grau máximo de

autenticidade e de profundidade. Pois as entrevistas deverão ser anexadas, desde

que haja permissão dada pelas pessoas entrevistadas, sendo assegurado aos

mesmos o sigilo das informações coletadas, sem nenhum prejuízo em respeito às

diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa em seres humanos.

Na sequência, à técnica de observação direta, onde Campos e Domitti (2007)

conceitua que a mesma se realiza:

87

Através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos, o observador, enquanto parte do contexto de observação, estabelece uma relação face a face com os observados (CAMPOS; DOMITTI, 2007, p.17).

O que Richardson (2009) em sentido amplo fala que “não está restrita apenas ao

que vemos: inclui todos os nossos sentidos [...], devemos aprender a observar da

maneira mais aberta possível para que possamos questionar-nos sobre o que,

porque e como são os fenômenos” (p.26). Campos e Domitti (2007) corroboram

como o autor citada e ainda completa que a importância dessa técnica é singular,

pois o fato de podermos captar uma gama de situações ou fenômenos que não são

obtidos por meio de perguntas, pois são observados diretamente na própria

realidade, transmitem o que há de mais importante e evasivo na vida real.

Não pode deixar de registrar que uma das questões centrais da observação direta

como explicitam Campos e Domitti (2007) sendo as que estão relacionadas aos

principais momentos da realização da pesquisa, sendo um deles a entrada no

campo. As capacidades de empatia e de observação por parte do investigador e a

aceitação dele por parte do grupo são fatores decisivos nesse procedimento

metodológico. Em suma, Minayo aponta que o campo de observação do

investigador é a priori: É infinitamente amplo e só depende, em definitivo, dos

objetivos do seu trabalho. A partir, delas, o ato de observar será estruturado, na

maior parte dos casos, por uma grelha de observação previamente constituída

(p.19).

3.8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Em termos de limitações encontradas na pesquisa de campo, é possível mencionar:

Em alguns momentos, o ambiente de entrevistas dificultou uma maior

concentração e desenvolvimento de algumas ideias relativas ao roteiro aplicado,

devido a ocasionais interrupções.

Distância do local de pesquisa e dificuldade para locomoção, em função da

moradia desses jovens ser em sítios.

Horário de trabalho, que dificultou reunir jovens por serem em turnos diferentes.

A própria cultura de um serviço público que, por vezes, retardou as informações.

88

4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 RESULTADO PERCENTUAL

A partir dos dados compilados, fez-se uma análise individual dos

questionários e posteriormente compararam-se as respostas para a elaboração de

um diagnóstico que está demonstrado através da Tabela 4.

Tabela 4 - Resultado Percentual

Questões

Resultados

Sim (%) Não (%)

Mudança de perspectiva futura 94 6

Vínculo empregatício 86 14

Mesma área de atuação 92 8

Renda salarial ajuda a família 98 2

Mudança positiva da vida 96 4

Feliz com o Programa 100 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Como se pode perceber, na pergunta: ‘Você acredita que o Programa Casa das

Juventudes de Rio Formoso mudou sua perspectiva de vida?’ Obtivemos com 94%

Sim e 6% Não. Na contemporaneidade existe uma preocupação em praticar

medidas direcionadas para o melhoramento da qualidade de vida dos jovens.

Segundo Souza (2011, p. 4) essa inquietação apresenta como intuito praticar

intervenções, enfatizando a questão da violência, que ao lado da falta de emprego,

passam a ser avaliadas como os problemas, ou as vulnerabilidades sociais máximas

destas ocasiões, ocorrem particularmente no momento que se tem como referência

jovem. Assim sendo, essas como também outras ideias decorrem pelas discussões

na elaboração, prática e avaliação das contemporâneas políticas públicas nacionais

de juventude.

A fundamentação da Casa das Juventudes tem como parâmetro a Política Pública

direcionada a Juventude, a qual busca atingir os jovens, em suas diversas

expressões culturais e sociais. Identificando-se o jovem como individuo de direitos e

ator estratégicos de desenvolvimento, com grande potencial para o desenvolvimento

das grandes mudanças sociais.

89

Os jovens também encontram na Casa das Juventudes um espaço adequado as

suas atividades de tempo livre, podendo contar com um telecentro com acesso

gratuito a internet, espaço multimídia, salas de Reuniões, além de ser a sede dos

espaços institucionais de juventude municipal (Conselho de Juventude e órgão

Institucional de Juventude, Secretarias, diretorias etc).

Tratando sobre a pergunta ‘se os jovens estão empregados’, obtive-se com 86% Sim

e 14% Não. Para Veloso et al. (2011) o salário constitui a base do contrato de

trabalho formalizado entre a empresa e todos os seus colaboradores. A esse salário

se agregam os serviços sociais e benefícios que a empresa proporciona ao seu

pessoal. O salário e mais esses benefícios constituem a remuneração. No Brasil os

benefícios constituem-se de parte significativa do salário, adquiri-los em separado

seria mais custoso ao colaborador.

Tratando-se da área de atuação de empregos dos jovens do Programa Casa das

Juventudes de Rio Formoso, obtivemos com 92% atuando na mesma área e 8% em

outras áreas. Segundo Veloso (2011) enfoca que as áreas de atuação dentro das

funções almejada têm o poder de atrair e manter as pessoas dentro dos requisitos

evidenciados nos perfis funcionais; também, recompensar os serviços prestados

como um meio de reconhecer o desempenho e motivando o desempenho futuro pelo

reconhecimento das contribuições individuais e perspectiva de crescimento nas

faixas salariais, assegurar a igualdade interna e externa.

Na observação sobre a ‘renda salarial na ajuda a família’, obtivemos com 98% Sim e

2% Não. Santos (2007, p.11) retratam o jovem na perspectiva de agente

transformador da sociedade, portanto, a questão não vem a ser como transformar os

jovens, porém como os jovens podem colaborar para transformar a sociedade. Para

tanto, tais jovens já se encontram atuando nos campos político e social, no qual seu

papel necessita ser reconhecido de maneira que os demude numa alavanca

determinante para combater a miséria e o atraso da região.

Na visão de Freitas (2011) a ação comunitária vem a ser percebida, como uma

atividade socioeducativo que incide numa intervenção definida em determinada

comunidade, por meio de atividades programadas junto a pessoas e instituições

locais, com o intuito de despertar e desenvolver sua consciência para as dificuldades

90

da comunidade, e predispô-las para ação que aponte o encaminhamento de

soluções dos problemas, da comunidade como um todo.

Marques (2006, p.87) crê que a ação comunitária vem a ser uma forma de

colaboração que apresenta como objetivo a superação de empecilhos que evitam o

desenvolvimento do homem no momento que ser coletivo.

Pode se afirmar que, a ação comunitária vem a ser uma forma de promover

transformações frente aos problemas localizados. Em resumo, procura-se com essa

abordagem esclarecer que, a ação comunitária encontra-se agregada à participação.

Entretanto o que vai determinar se a ação comunitária vai ser empregada como

verdadeiramente uma ferramenta de participação eficaz são as finalidades, a

intencionalidade e a forma como ela é dirigida (ANDRADE, 2010).

Tratando-se da pergunta ‘se os jovens estão felizes, dentro do Programa Casa das

Juventudes de Rio Formoso’, obtivemos com unanimidade 100% Sim. De acordo

com Sant’Anna (2005) é possível perceber o quanto é importante o profissional

trabalhar motivado, pois suas atitudes serão de incentivo, mesmo que sejam

influenciadas por pressões e demandas de sua família. A motivação não é um

simples traço de personalidade que independa do contexto em que o indivíduo e a

organização estejam inseridos, e tampouco a resposta imediata a uma boa maneira

de dirigir os subordinados, ou de uma estrutura organizacional adequada.

É uma resultante complexa das dificuldades econômicas, tecnológicas,

organizacionais e culturais num sentido bem amplo, e de suas interações com as

necessidades, valores e aspirações das pessoas. Além do mais, a motivação não é

um estado estável, mas um processo, sempre colocado em questão. E isto não é

somente porque as condições do ambiente de trabalho mudam, mas igualmente

porque o próprio produto da motivação, ou seja, os resultados do esforço, o trabalho

realizado e tudo o que ele traz, compõem sempre uma situação nova.

91

Gráfico 1 - Planos de futuro profissional

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Tratando-se da pergunta ‘quais são seus planos de futuro profissional’, obtivemos

que 32% deles avaliam ‘melhor perspectiva de vida’; 30% ‘fazer carreira promissora’;

28% tornar-se melhores profissionais’ e 10% ‘progredir na mesma área de atuação’.

De acordo com Robbins (2008), a motivação é a tensão persistente que leva o

indivíduo a alguma forma de comportamento, visando à satisfação de uma ou mais

necessidades. O organismo humano permanece em estado de equilíbrio psicológico,

até que um estímulo o rompa e crie uma necessidade. Essa necessidade provoca

um estado de tensão em substituição ao estado de equilíbrio anterior. A tensão

conduz a um comportamento ou ação para chegar a alguma forma de satisfação da

necessidade, se a necessidade é satisfeita, o organismo retorna ao seu estado de

equilíbrio inicial, até que outro estímulo se sobrevenha.

Uma verdadeira motivação só é efetivamente alcançada, quando os colaboradores

conseguem realizar suas necessidades e seus objetivos, dentro e através da própria

empresa. Desta forma, a motivação só e possível em ambientes em que confiança e

a lealdade estejam no centro das relações da empresa, onde prevaleça a ética e o

respeito mútuo entre as pessoas. A motivação plena só é atingível na medida em

que não existam receios de qualquer natureza na organização.

92

4.2 RESULTADO ANALÍTICO

A partir dos dados compilados, fez-se uma análise dos depoimentos individuais,

contidos nos questionários, os quais vão ser comparados com as respostas das

entrevistas (cf. Tabela 5).

Tabela 5 - Resultado Analítico

ANTES DO PROGRAMA CASA DAS JUVENTUDES DE RIO FORMOSO

DEPOIS DO PROGRAMA CASA DAS JUVENTUDES DE RIO FORMOSO

CATEGORIAS DEPOIMENTOS CATEGORIAS DEPOIMENTOS

Barreiras Sociais e Econômicas ao Desenvolvimento

Profissional

Q6 (...) me ajuda bastante.

Q27(...) mudou e muito,

agora eu tenho futuro.

Q42(...) Esse programa é

de grande relevância para

nós jovens, pois nos dar

oportunidades de usufruir

de atividades profissionais.

Oportunidade de Qualificação Profissional

Q1(...) Ia ser muito difícil

encontrar um emprego como

esse.

Exclusão Profissional

Visão de um Futuro Melhor

Q1(...) Tenho certeza não só mudar minha perspectiva e também minha imagem na sociedade.

Q5 (...) me qualificar e ser uma grande profissional no futuro.

Q27(...) tem muito futuro,mais do que feliz com a oportunidade.

Ausência de Perspectiva de Qualificação e

Inserção Profissional

Q8(...) difícil.

Q15(...) procuraria outros caminhos.

Q24(...) normal

Desenvolvimento Profissional

Q2(...) me qualificar e ser uma grande profissional.

Q3(...) primeiramente procurarei concluir a minha pós-especialização em arqueologia,e ingressar na área.E como realização

Q15(...) pessoal, e por um lado profissional, pretendo publicar o meu primeiro romance que já está em andamento

Q7(...) ser um empresário.

Q19(...) ser um profissional.

Q20(...) ser um profissional no futuro.

93

Q21(...) ser um profissional no futuro e fazer.

Q22(...) ser um bom profissional .

Q41(...) engenharia civil.

Q42(...). conquistar meu profissionalismo na área que estou mim graduando, licenciatura em Pedagogia.

Influência Negativa dos Familiares e

Amigos

Q15(...) procuraria outros caminhos.

Q23(...) tentando outras oportunidades.

Q25(...) procuraria outros caminhos.

Perseverança na Qualificação para

o Trabalho

Q4(...) ser um bom

profissional.

Q6(...) crescer cada dia mais.

Q8(...) ser um bom

profissional.

Q9(...) me formar em

engenheiro civil.

Q10(...) crescer profissionalmente.

Q11(...) ser um profissional.

Q15(...) crescer profissionalmente

Q16(...) pretendo me formar em Medicina Veterinária.

Q17(...) começar minha faculdade e trabalhar.

Q23(...) fazer minha faculdade e me qualificar profissionalmente.

Q31(...) fazer um curso técnico, faculdade de engenharia.

Q32(...) técnica de eletricista.

Q36(...) técnico de eletricista.

Q38(...) sim, porque foi uma oportunidade maravilhosa.

Q40(...) ter um bom emprego e me qualificar através de uma boa faculdade.

Q45(...) mim qualificar mais e mais na área e seguir carreira na mesma para ser um profissional.

94

Falta de Opções de Qualificação

Q2(...) sem qualificação

Q5(...) seria ruim.

Q10(...) difícil

Q1l(..) ruim.

Q12(...) difícil pela falta de oportunidade.

Q13(...) difícil,poucas oportunidades.

Q14(...) complicado uma vez que estou sendo capacitada para o mercado de trabalho.

Q16(...) difícil.

Q17(...) normal.

Q18(...) nada.

Q19(...) ruim.

Q20(...) ruim.

Q21(...) ruim.

Q22(...) difícil.

Q26(...) difícil.

Q28(...) complicada.

Q29(...) ruim.

Q30(...) ruim.

Q31(...) ruim.

Q32(...) ruim.

Q33(...) ruim.

Q35(...)ruim.

Q36(...) na área financeira seria ruim.

Q37(...) ruim.

Q38(...) ruim.

Q39(...) ruim.

Q40(...) estaria em casa.

Autoconfiança a partir da

Qualificação Profissional

Q1(...) fazer de tudo para continuar trabalhando nessa área.

Q3(...) sim, não só por fazer parte de uma família como a casa das juventudes, mas por ter certeza que a partir daqui meus sonhos se concretizarão.

Q12(...) conquistar o meu futuro e crescer na vida profissional.

Q13(...) crescer e buscar meus objetivos.

Q14(...) concluir minha faculdade em Engenharia ambiental e ser um profissional de sucesso.

Q18(...) fazer uma faculdade de nutrição e sempre querer mais na minha vida.

Q24(...) crescer na vida e mudar a família.

Q25(...) mim formar em engenharia elétrica.

Q26(...) ser um grande profissional qualificado.

Q28(...) muito feliz porque estou conquistando minha independência.

Q30(...) ser um grande profissional.

Q33(...) crescer profissionalmente.

Q34(...) crescer profissionalmente.

Q35(...) ser uma boa profissional nessa área de eletricista, para que no futuro eu possa realizar, mais um dos meus sonhos, faculdade de administração.

Q37(...) quero dar o melhor para minha empresa. Ajudar a minha família, pois tenho planos, tenho vontade de ter meu carro. É meu sonho mais Deus é a velocidade do meu sucesso, eu só tenho a

95

Q41(...) ruim.

Q43(...) sem esperança Q44(...) difícil.

Q45(...) zero

Q46(...) não seria o que sou.

Q 47 (...) ruim.

Q 48 (...) difícil.

Q49 (...) ruim.

Q 50 (...) seria ruim.

agradece a casa das juventudes.

Q39(...) ingressar em uma faculdade. e crescer mais e mais na vida profissional.

Q43(...) especializar na área.

Q44(...) crescer na área que estou.

Q45(...) esse programa me proporcionou momentos inesquecíveis e de grande importância que será muito útil na minha vida pessoal e profissional,se não estivesse aqui teria perdido todas essas oportunidades que mi foram concedidas.

Q46(...) ser uma grande profissional.

Q47(...) ser bom profissional.

Q48 (...) crescer profissionalmente.

Q49 (...) quero dar o melhor para minha empresa, ajudar a minha família.

Q50(...) espero perspectiva melhor ainda.

Fonte: Dados da pesquisa

4.3 RESULTADOS ÀS QUESTÕES FEITAS POR MEIO DAS ENTREVISTAS

Buscaram-se ao longo da análise as contribuições de cada um dos entrevistados, de

forma a observar aspectos de similitudes, distinções e complementaridades entre as

diversidades de percepções. Ademais, um esforço foi realizado no sentido de

agrupar e evidenciar as opiniões dos entrevistados em consonância com o tema.

Os resultados foram analisados tomando por base as categorias que emergiram dos

próprios dados. Estas categorias apresentadas a seguir, possuem ligação com os

objetivos específicos, uma vez que representam um esforço de operacionalização

desses objetivos específicos.

De acordo com os questionários aplicados aos jovens, foram coletados os dados

96

demonstrados e posteriormente compararam-se as respostas para a elaboração de

um diagnóstico que foram demonstrados através de gráficos.

Nas entrevistas semiestruturadas percebe-se que as categorias que emergiram

traduzem de forma clara os efeitos da política, bem como a realidade vivenciada

pelos jovens alcançados pelo projeto Casa das Juventudes de Rio Formoso, antes,

durante e depois da política pública. A seguir, serão descritas as categorias como

forma elucidar com mais eficiência essa afirmação.

4.3.1 Barreiras sociais e econômicas ao desenvolvimento social

Um dos jovens entrevistados salientou as dificuldades financeiras existentes em sua

realidade familiar, o que impediam inclusive de ter condições de usar o transporte

público, quanto mais de poder chegar a cursar uma faculdade, deixando inclusive

clara a sua percepção de o mercado de trabalho é muito seletivo e exige formação.

Ao trazer essas informações salienta que o projeto trouxe uma janela de

oportunidade para que estes sonhos pudessem ser sonhados.

Tabela 6 - Transcrições das Entrevistas antes e depois do Programa Casa das Juventudes de Rio

Formoso – PE

ANTES DO PROGRAMA CASA DAS JUVENTUDES DE RIO FORMOSO

DEPOIS DO PROGRAMA CASA DAS JUVENTUDES DE RIO FORMOSO

CATEGORIAS DEPOIMENTOS CATEGORIAS DEPOIMENTOS

Barreiras Sociais e Econômicas ao Desenvolvimento

Profissional

“(...) porque antes a gente

não tinha oportunidade de

se evoluir, não no lado

profissional, devido a falta

de acesso,ao coletivo que

é caro e a falta e

condições,que a gente é

de família humilde a qual

não tem condições,de da

uma faculdade pra

gente,poder se

desenvolver

profissionalmente,porque

na verdade o mercado de

trabalho é muito exigente,e

pra isso é necessário ,que

agente se qualifique né.

Oportunidade de Qualificação Profissional

“(...) então A Casa das

juventudes, ela me deu a

oportunidade,sim,de nos

qualificar profissionalmente,

de dar esperança a gente,de

mostrar que é capaz,que tem

valor,que nós conseguimos,é

só basta querer.(...)” [E 1 – ]

97

(...)” [E1]

Exclusão Profissional

“(...) porque, como a [E 1] - falou,antes não tinha oportunidade,nunca imaginamos que íamos passar por esse processo, que íamos perceber de fato que nós temos um grande potencial (...)” [E 2 – ]

Visão de um Futuro Melhor

“(...) na Casa das juventudes ela, abriu,novos conhecimentos novas visão,para que pudéssemos enxergar o futuro (...)” [E 2]

Ausência de Perspectiva de Qualificação e

Inserção Profissional

“(...) Porque antes agente não tinha como terminar o 3 ano e acabou ... vamos ficar em casa mesmo! era o jeito!,Entendeu? Não tinha aquela perspectiva de um trabalho,entendeu (...)”[E 3]

Desenvolvimento Profissional

“(...) e hoje a gente está com outra visão, E que Hoje a gente está lá,agente já quer se desenvolver ,se qualificar mais,quer fazer outros estudos,pra que ?pra puder se inserir em outros setores.Porque é assim que a gente quer, entendeu?porque é assim que a gente quer,quer o melhor! ... A família esta vendo a gente diferente,a gente não quer continuar como era,a nossa vida esta muito alem de como era...Justamente a visão de um futuro melhor! (...) [E 3]

Influência Negativa dos Familiares e

Amigos

“(...)eu passei dois anos parada,deixei de estudar,ai vim estudar, e minha família e os amigos diziam que não ia adiantar de nada,que isso tudo era mentira, era política.. .não ia dar em nada,era melhor ficar dentro de casa, e eu vinha sem acreditar muito... ,mas era melhor do que ficar em casa... Porque o povo dizia:que isso era só conversa era só pra estudar,não ia dar em nada,ninguém ia arrumar emprego não (...)” [E 4]

Perseverança na Qualificação para

o Trabalho

“(...)eu dizia eu vou ter fé que

eu vou chegar lá!! ... E um dia

eu vou chegar lá! e eu acabei

chegando! (trabalho

remunerado)” [E 4]

Falta de Opções de Qualificação

“(...) sem ele (o programa) seria o caos, ficaria sem nada como era antes (...) [E 5]

Autoconfiança a partir da

Qualificação Profissional

“(...) A gente começa a ter mais confiança na pessoa,começa a ter mais confiança em si mesmo,...Vê quanto a gente é valioso, vê quanto a gente pode ir mais alem, que a gente pode sobreviver as críticas do nosso cotidiano, nossas lutas, a gente pode muitas vezes assumir que é capaz (...) [E 5]

Fonte: Dados da pesquisa

98

4.3.2 Oportunidade de qualificação profissional

Nessa categoria o entrevistado menciona a importância da qualificação profissional

fornecida pela Casa das Juventudes, e quanto a oportunidade afetou sua

autoestima, na própria percepção de sua capacidade de aprender e de apreender,

ou seja, ele colocou de forma impactante que havia percebido seu próprio valor

enquanto profissional e o quanto poderia ir longe, bastando ter a força de vontade

para isso.

4.3.3 Exclusão profissional

Uma entrevistada colocou o quanto não esperava essa chance, e o quanto ela foi

importante, em concordância com a categoria anterior, para uma descoberta de

potencial encoberto pela dura realidade social na qual os jovens estavam imersos,

sempre se sentindo excluídos.

4.3.4 Visão de um futuro melhor

A esperança veio através do conhecimento. Essa expressão é muito forte e foi dito

com outras palavras, por um dos jovens entrevistados, quando o mesmo menciona o

quanto conseguiu ver um futuro diferente depois de aprender novas coisas, o quanto

sua visão do futuro mudou.

4.3.5 Ausência de perspectiva de inserção

A juventude vem a ser uma parcela da população que necessita de atenção, de

maneira especial, devida à vulnerabilidade social que compreende esse grupo,

torna-se essencial compreender a contemporânea abordagem das políticas públicas

de juventude.

Assim sendo, por outro lado, a juventude concebe o futuro em uma esperança de

formação de valores e maneiras das novas gerações. Portanto, ainda se

acrescentam que, a adequação das ações e programas públicos não suporta

somente as implicações de concepções, porém pode, ao oposto, acender

99

modulações nos conceitos predominantes que a sociedade edifica a respeito de

seus sujeitos jovens. Deste modo, as políticas públicas de juventude não

constituiriam exclusivamente a representação passiva de maneiras dominantes de

idealizar a condição juvenil, entretanto poderiam atuar, ativamente, na produção de

novas representações.

Dentro desta perspectiva, observa-se o posicionamento de uma jovem, ao colocar

suas informações na coleta de dados, comentou que antes do programa, ela não

sabia o que iria fazer após o 3º ano concluído, a perspectiva era de ficar em casa, ou

na rua perdendo tempo com atividades possivelmente até ilícitas.

4.3.6 Desenvolvimento profissional

A vontade de crescer e se desenvolver ficam muito claros nas palavras da

entrevistada 04, quando a mesma coloca que quer aprender mais coisas, para se

inserir em outros setores, se desenvolver em busca do melhor. Ela percebe que a

própria família passa a olhar para ela de forma diferente, e isso a motiva a procurar

mais desenvolvimento, sua autoestima está visivelmente aquecida pelos resultados

obtidos no programa.

4.3.7 Influência negativa da família e dos amigos

Por outro lado, a realidade relacional no contexto negativo sempre se apresentou

como uma barreira para estes jovens, isso se percebe no depoimento de um

entrevistado que menciona o quanto sua família desacreditava do projeto e não

apoiava seu ingresso no mesmo, bem como seus amigos comentavam que não

passava de mais uma promessa política que não seria cumprida e que não valia a

pena dar crédito ao projeto.

Ademais, as últimas categorias refletem os mesmos contextos de perseverança

frente às adversidades presentes no ambiente onde os jovens estão inseridos, mas

com resultados de empregabilidade que puderam materializar sonhos antes muito

distantes ou tidos como intocáveis.

100

4.3.8 Confronto com os objetivos propostos

Esta seção tem por finalidade confrontar os resultados encontrados da pesquisa de

campo com os objetivos específicos delimitados.

O objetivo de Identificar e descrever os pontos principais do Programa Casa das

Juventudes de Rio Formoso (PE) que estão voltados à qualificação e posterior

inserção profissional dos jovens daquela comunidade foi descrito neste trabalho, na

abordagem descritiva quanto a todo o programa em seu escopo de projeto. Assim,

acredita-se que este objetivo foi alcançado.

O segundo objetivo específico, de Averiguar quais são as percepções dos jovens

beneficiados pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE) com relação

aos pontos principais desse programa que são voltados a sua qualificação e

posterior inserção profissional, foi explorado a partir da coleta de dados categorizada

do presente trabalho de pesquisa e suas implicações apresentadas na sequência

deste capítulo final. Acredita-se, também, que este objetivo tenha sido alcançado

com boa representatividade.

No terceiro objetivo específico, que buscou Analisar a história de vida de jovens

beneficiados pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE) e que

tiveram a possibilidade de qualificação e inserção profissional no mercado de

trabalho devido à qualificação que receberam nesse programa, foi possível entender

o cenário socioeconômico desfavorável, também a partir das entrevistas

semiestruturadas realizadas como coleta de dados e estruturadas nas categorias do

mesmo quadro 3 supracitado.

101

5 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho consiste em avaliar de que modo a política pública

representada pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE), pode ser

considerado como uma ferramenta de qualificação e inserção profissional para

jovens daquela localidade.

Para tanto, foram estabelecidos alguns objetivos específicos, os quais vão servir de

orientação para a conclusão deste trabalho.

O primeiro objetivo específico tem como propósito identificar e descrever os pontos

principais do Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE) que estão

voltados à qualificação e posterior inserção profissional dos jovens daquela

comunidade.

Para a exata compreensão do tema enfocado no presente estudo, entendendo que

uma política pública de juventude esta voltada para a formação de agentes sociais

autônomos e participativos, a preocupação sobre a qualificação e inserção

profissional dos jovens é ainda maior, pois o jovem é um ser em formação e o

programa da Cada da Juventude pôde oferecer contribuições importantes. Essa é

uma preocupação que anda junto com a política pública, a qual representa um meio

para pensar a juventude, não como um período de transição, delimitado por uma

faixa etária, mas como o sujeito do presente.

Uma política pública de juventude não pode ser uma ação tutelada. Há que se

adotar o jovem como um sujeito crítico e reflexivo, capaz de reconhecer não apenas

suas obrigações, mas também seus direitos, apto a questionar e requerer mudanças

em prol da sociedade, e consequentemente, da comunidade.

Como afirma Santos et. al. (2011) qualquer análise no campo das políticas públicas

deve procurar explicações que inter-relacionem o Estado, a política, a economia e a

sociedade.

O segundo objetivo específico, tem como meta averiguar quais são as percepções

dos jovens beneficiados pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE)

com relação a sua qualificação e posterior inserção profissional.

102

A razão dessa preocupação está no fortalecimento dos cursos oferecidos pela Cada

da Juventude, na intensificação do programa, apontando perspectiva de vida melhor

para os jovens, bem como os vínculos familiares, de vizinhança e comunidade, e

ainda outro objetivo do Programa Casa das Juventudes que foi analisado à luz dos

resultados descritos no questionário e no grupo focal.

Essa análise permitiu verificar que os jovens mudaram sua participação depois do

Programa Casa das Juventudes em termos de perceber a importância de um

trabalho remunerado, alegando que ‘vão chegar lá’!

Dentro desta perspectiva, os jovens estão com outra visão de futuro: se qualificando

profissionalmente, alcançando seus objetivos maiores que é sair de um

subemprego, mostrando para os familiares que são diferentes e que pretendem ir

mais adiante; querem provar que não podem continuar como estavam. Segundo

eles, a Casa das Juventudes abriu novos horizontes no âmbito profissional,

deixando-os com a mente e a visão de um futuro melhor.

Constata-se, neste estudo de caso, uma ação real, contrária ao que explica

Nogueira (2011, p.77) sobre a manifestação dos estudantes, em 1992, pelo

impeachment de Collor, quando os jovens daquela época, foram chamados de

"espontaneistas" e se constituíram, segundo esse autor, em simples marionetes.

O terceiro objetivo específico tem como propósito analisar a história de vida de

jovens beneficiados pelo Programa Casa das Juventudes de Rio Formoso (PE) e

que tiveram a possibilidade de qualificação e inserção profissional no mercado de

trabalho devido à qualificação que receberam nesse Programa.

Quando questionados sobre a história de vida dos jovens do Programa Casa das

Juventudes de Rio Formoso, eles, na maioria das vezes associaram o Programa

como ajuda, ajuda a comunidade, ajuda ao próximo e ajuda as pessoas a mudarem

a forma de pensar.

Dentro desta perspectiva, as políticas públicas estabelecem metas e encaminham

soluções para resolver problemas sociais nas mais diversas áreas, como educação,

qualificação e inserção profissional, saúde, assistência social, habitação, lazer,

transporte, segurança e meio ambiente visando à melhoria dos serviços prestados à

103

população.

Assim, surge a Casa das Juventudes com os seus objetivos, conceitos e estrutura

de funcionamento, a qual vem realizando perspectiva de vida futura para os jovens,

seu formato vem permitindo que eles sejam reintegrados ao processo tanto

educacional, quanto profissional, conforme ficou registrado, após a análise dos

dados, recebendo qualificação tendo acesso às ações de cidadania.

Nesse sentido, deve-se lembrar de que os jovens hoje com ingresso restrito à

educação de qualidade e frágeis categorias para a permanência nos sistemas

escolares, inadequação da designação para o mundo do trabalho, estão propícios

ao envolvimento com drogas, gravidez precoce, mortes por causas externas, bem

como homicídio, trânsito e suicídio. Essa concepção de juventude se encaixa,

perfeitamente, como possibilidade de mudança e considera o jovem como uma

potencialidade da inovação e de um futuro renovado.

Uma das dimensões em que essa percepção de juventude aparece de forma

bastante clara é a realização do Programa Casa das Juventudes. Assim como é

uma argumentação bastante clara na concepção das políticas públicas atuais

votadas para esse público alvo, o jovem não é visto como beneficiário é um ator

social.

Tomando-se como alicerce tais instrumentos, demonstrou-se que as políticas

públicas têm por finalidade responder a demandas, em principal frente aos âmbitos a

margem da sociedade, avaliados como vulneráveis. Desse modo, apresentam um

entendimento de políticas públicas agregadas ao acolhimento das necessidades da

sociedade.

Neste mesmo sentido, pode-se perceber uma realidade contrária, ao que ressaltam

Rocha-de-Oliveira e Piccinini (2012) que a inserção profissional no Brasil, apesar de

estar orientada para grupos em situação de exclusão, como jovens pobres, de baixo

nível e instrução, assemelha-se antes a uma inserção social e que em muitos casos

se constata o ingresso na vida profissional como simplesmente, a participação em

alguma atividade na esfera produtiva, não se constatando como acontece esse

processo de inserção e o que ela representa para os jovens em termos de

aprendizado sobre a realidade do mundo do trabalho, na sua experiência de vida.

104

Espera-se que os resultados apresentados nesta pesquisa favoreçam estudos

futuros que tratem de políticas de inserção em todo seu contexto, mais

especificamente quando se tratar de construção de empregabilidade para jovens em

risco socioeconômico em municípios pouco favorecidos em sua infraestrutura de um

modo geral.

Assim, como proposições de ampliação de conhecimentos sobre os temas

abordados, são sugeridas mais abordagens para novas investigações:

Estudos sobre a elaboração de modelos de programas que trabalhem não apenas

a inserção, mas todo um acompanhamento do crescimento dos jovens

impactados, com vistas a observar seus impactos na família que estes jovens irão

constituir;

Estudos com os mesmos objetivos em outras localidades, com vistas a construir

um panorama mais abrangente quanto a sua efetividade frente a realidade

nacional.

105

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116

APÊNDICE A - Roteiro de entrevista

Pergunta 01 - Você acredita que o Programa Casa das Juventudes mudou sua

perspectiva de futuro?

( ) Sim ( ) Não

Pergunta 02 - Você está empregado?

( ) Sim ( ) Não

Pergunta 03 - Em que área?

( ) Na mesma área ( ) Em outra área

Pergunta 04- Essa renda ajuda sua família?

( ) Sim ( ) Não

Pergunta 05 - Como você imagina que seria sua vida sem este programa?

( ) Bom ( ) Ruim

Pergunta 06 - Você está feliz?

( ) Sim ( ) Não

Pergunta 07 - Quais são seus planos de futuro profissional?

( ) Torna-se melhor profissional

( ) Fazer carreira

( ) Progredir na área de atuação

( ) Melhor perspectiva de vida

117

APÊNDICE B - Fotos

Foto 1 – Turma do Curso de Autoelétrica.

Fonte: Autora

Foto 2 – Turma Visitando a Engevix

Fonte: Autora Visita Pedagogica,

Foto 3 – Visita ao Diário de Pernambuco

Fonte: Autora

Foto 4 – Formatura da Turma de Eletrecistas Instaladores

Fonte: Autora

Foto 5 – Formandos da Turma de Empreendedorismo no Sebrae

Fonte: Autora Primeiros Formandos

empreendedorismo SEBRAE.

Foto 6 – Turma de Telecomunicações

Fonte: Autora. Primeira turma de

Telecomunicações.

118

Foto 7 – Visita a Refinaria Abreu e Lima

Fonte: Autora .Visita Pedagogica,preparando-

se para o trabalho.

Foto 8 – Reunião Pedagógica

Fonte: Autora .primeiro Jantar em restaurante.

Foto 9 – Formatura da Turma do Proeletrônico

Fonte: Autora primeira turma de formandos.

Foto 10 – Reunião Pedagógica na Fenearte

Fonte: Autora

Foto 11 – Visita Técnica a Engevix com a Autora da Presente Pesquisa à esquerda.

Fonte: Autora

119

ANEXO A - Publicações na internet

1. Documentos 1.1 Matéria na Internet Sobre Estatuto da Juventude

JUVENTUDES CUCAÚ.

SNJ divulga nota técnica com sugestões ao Estatuto da Juventude

A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), da Secretária-Geral da

Presidência da República, apresenta sua nota técnica sobre o projeto de lei do

Estatuto da Juventude. Como contribuição, a SNJ formulou e reuniu um conjunto de

sugestões ao texto do projeto, aproximando seu conteúdo das diretrizes da Política

Nacional de Juventude e das resoluções das duas Conferências Nacionais de

Juventude, realizadas em 2008 e 2011.

Na nota, a SNJ ressalta que as propostas ao texto do Estatuto são o resultado

de um esforço conjunto com ministérios, parlamentares e a sociedade civil. “Desde a

tramitação do referido projeto de lei na Câmara, a Secretaria Nacional de Juventude

produziu e reuniu contribuições de vários Ministérios, no sentido de aprimorar o

texto. Em reunião ordinária, o Conselho Nacional de Juventude também consolidou

sugestões ao texto do PL do Estatuto, em sua maioria, já recepcionadas por esta

nota”, diz o documento.

Confira a nota na íntegra: http://www.juventude.gov.br/noticias/ultimas_

noticias/2013/02/20-02-2013-snj-divulga-nota-tecnica-com-sugestoes-ao-estatuto-

da-juventude.

120

1.2 Matéria no Caderno 2 do Jornal Corporativo da Engevix

Módulo Cidadania

Ação: Capacitação - Aprender a Empreender

Saída Pedagógica – SEBRAE Recife e a Macdonald’s

Parceiro: SEBRAE

JOVENS ATENDIDOS

Grupo 1

Manhã: 46 alunos

Tarde: 46 alunos

Grupo 2

Manhã: 25 alunos

PERÍODO: 09/04 a 13/04 e 16/04 a 20/04/12

INSTRUTORES: Flávia Castro e Jorge Roseno

Assuntos Abordados:

1) Como Abrir e Manter seu Próprio Negócio;

2) Fluxo de Caixa;

3) Organização de Empresa

121

Módulo Cidadania

Ação: Políticas Públicas da Juventude

Parceiro: Governo do Estado - Secretaria da Criança e Juventude

JOVENS ATENDIDOS

Manhã: 23 alunos

Tarde: 45 alunos

AÇÃO: Sessão de Cinema;

Filme (Rio)

PERÍODO: 20/04/2012

Assuntos Abordados:

1) Preservação da Arrara-Azul ;

2) Preservação de Todos os Animais.

Participação:

Pipoqueiro: Zezinho

122

Módulo Cidadania

Ação: Saída Pedagógica

Parceiro: Prefeitura Municipal - Secretaria de Desenvolvimento Econômico e

Juventude

Módulo Cidadania

Ação: Cinema na Casa – Filme RIO

Parceiro: Secretaria de Desenvolvimento e Juventude

Módulo Cidadania

Ação: Preservação da Mata Atlântica

Parceiro: Grupo EQM / Usina Cucaú

Culturas

1) Coentro

2) Cebolinho

123

3) Maxixe

4) Quiabo

5) 1ª Colheita: 01/06/12

6) 114 molhos de Coentro

7) Venda ao Supermercado Camarta

Valor Total da Venda: R$ 63,00

Aquisição de Jogos Educativos:

1) Xadrez

2) Dama

3) Dominó

4) Jogo de Botão

124

Módulo Cidadania

Ação: Saída Pedagógica – Profissões do Futuro

Parceiro: Refinaria Abreu e Lima/PETROBRAS

150 jovens 29/05, 08/06 e 25/06/12

Visita a Refinaria Abreu e Lima

125

Módulo Cidadania

Ação: FÉRIAS / Saída Pedagógica

Parceiro: Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Juventude

126

Módulo Formação Profissional

Ação: Eletricista Instalador

Parceiro: ENGEVIX / SENAI Areias

Módulo Mercado de Trabalho

Ação: Integração

Parceiro: Jaraguá Equipamentos

127

Módulo Mercado de Trabalho

Ação: Integração

Parceiro: Engevix

128

Módulo Formação Profissional

Ação: PRONATEC – Jovens fora da faixa do Jovem Aprendiz

Parceiro: SENAI

Operador de micro 04 turmas de 80 jovens atendidos de 16 a 29 anos de setembro a

dezembro de 2012

Módulo Cidadania

Ação: PROERD – Programa de Resistência as Drogas

Parceiro: Governo do Estado – Secretaria de Defesa Social

129

JOVENS ATENDIDOS

Manhã: 83 alunos

Tarde: 79 alunos

AÇÃO: Combate a Violência e Drogas.

PERÍODO: 23/04 a 27/04/2012

INSTRUTOR: Márcio Fernando (Polícia Militar de PE)

Assuntos Abordados:

1) Drogas

2)Violências

130

ANEXO B - Jornal Mensaldo Engevix

131

ANEXO C - Jornal Jaragua

132

ANEXO D - Informe Ocupação Sustentável

133

ANEXO E - Formulário de inscrição programa Casa da Juventude

134