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FACULDADE DO LITORAL SUL PAULISTA ROSANA SOARES DA SILVA GOMES RM 004294 EDUCAÇÃO INFANTIL E A SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA. 1

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ROSANA SOARES DA SILVA GOMESRM 004294EDUCAO INFANTIL E A SUA IMPORTNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANA.Praia grande2014SUMRIO

INTRODUO...................................................................................................031. Contexto e Estrutura da Educao Infantil...............................................03

2. Anlise Curricular........................................................................................063. Anlise da metodologia...............................................................................07Concluso ........................................................................................................11REFERNCIAS.................................................................................................12Introduo

Este trabalho tem como finalidade analisar, a trajetria histrica das creches, bem como as mudanas ocorridas nessa modalidade educacional no Brasil. Contudo se prioriza o movimento de investigar o passado, permitindo compreender os desafios que se coloca atualmente, sobretudo no que diz respeito grade curricular desse nvel educacional. Para o desenvolvimento do trabalho foi feita uma pesquisa bibliogrfica, tomando por base o Mtodo Histrico, por considerar que, por meio dele, possvel conhecer a origem das primeiras instituies de atendimento criana e suas diferentes funes no decorrer da histria at hoje. importante mencionar que as escolas infantis no Brasil sofreram, no decorrer dos tempos, diferentes mudanas em suas funes, as quais passaram pelo assistencialismo at a funo educativa. Os resultados da pesquisa apontam que, do ponto de vista histrico, houve um avano significativo da legislao quando esta reconheceu a criana como cidad, como sujeito de direitos, inclusive o direito educao de qualidade desde o nascimento. 1 - Contexto e Estrutura da Educao Infantil.A Educao infantil hoje abrange tanto a etapa da creche (atende crianas de 0 a 3 anos) e da pr-escola (idade entre 4 e 5 anos). Mas diferentemente dos pases europeus, no Brasil, as primeiras organizao de creches surge como assistencialista, com o intuito de auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de casa. RIZZO (2003) afirma que:

[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois somente essas tinham do que se envergonhar e motivo para se descartar do filho indesejado. (p, 37)Tambm tiveram as iniciativas de acolher rfos, com a finalidade de esconder a vergonha da me solteira da alta sociedade. Sociedade esta patriarcal, onde a ideia era criar solues para os problemas dos homens, retirando a responsabilidade de assumir paternidade.No Brasil teve-se pouco interesse em legislao que garantisse a oferta da educao infantil at a dcada de oitenta, onde diferentes setores da sociedade uniram foras para sensibilizar a sociedade sobre o direito da criana a uma educao de qualidade. Sendo assim quase um sculo para que a criana tivesse garantido seu direito educao na legislao atravs da Carta Constitucional de 1988 que esse direito foi efetivamente reconhecido.Segundo a Constituio Federal de 1988:

Art. 227. dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso. (BRASIL, 1988).

O artigo acima sinaliza a responsabilidade da famlia, da sociedade e do Estado, como as trs instncias reais e formais de garantia dos direitos elencados na Constituio e nas leis.

J o Estatuto da Criana e do Adolescente de 1990:

Art. 53. A criana e o adolescente tm direito educao, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exerccio da cidadania e qualificao para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critrios avaliativos, podendo recorrer s instncias escolares superiores;

IV - direito de organizao e participao em entidades estudantis;

V - acesso escola pblica e gratuita prxima de sua residncia.

Pargrafo nico. direito dos pais ou responsveis ter cincia do processo pedaggico, bem como participar da definio das propostas educacionais. (ECA, 1990)

O ECA refora alguns princpios determinados pela Constituio Federal de 1988, como a proteo integral de crianas e adolescentes e a prioridade na formulao de polticas pblicas, com destino de recursos da Unio e no atendimento de servios pblicos.Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de 1996:

Art. 30. A educao infantil ser oferecida em:

I creches, ou entidades equivalentes, para crianas de at trs anos de idade;

II pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educao infantil a avaliao far-se- mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoo, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.Com a LDBN inseriu a educao infantil como primeira etapa da Educao Bsica. Essa Lei define que a finalidade da educao infantil promover o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, complementando a ao da famlia e da comunidade. Alm disso, o Referencial Curricular Nacional visa uma educao democrtica e transformadora da realidade, que tem como uns dos objetivos a formao de cidados crticos, estabelecendo uma integrao curricular na qual os objetivos gerais para a Educao Infantil norteiam a definio de objetivos especficos para os diferentes eixos de trabalho. Destes decorrem os contedos que possibilitam concretizar as intenes educativas, garantindo a coerncia entre objetivos e contedos por meio das orientaes didticas. 2 - Anlise CurricularMatriz Curricular da Educao Infantil

Base

Comumrea de conhecimentoEixos CurricularesCarga Horria AnualAulas Semanais

Conhecimento de mundo Linguagem Oral e Escrita 2005 dias

Matemtica 2005 dias

Artes Visuais802 dias

Natureza e Sociedade 1203 dias

Movimento 1203 dias

Msica 80 802 dias

Parte

DiversificadaFormao

Pessoal e SocialIdentidade e autonomia, autoestima, respeito diversidade, jogos e brincadeiras, cuidados pessoais e socializao devem ser trabalhados diariamente de forma interdisciplinar.

Carga Horria Total800200 dias letivos

O currculo da Educao Infantil acima concebido como um conjunto de prticas que buscam articular as experincias e os saberes das crianas com os conhecimentos que fazem parte do patrimnio cultural, artstico, ambiental, cientfico e tecnolgico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianas de 0 a 5 anos de idade.Os aspectos Curriculares elencados no desenvolvimento da criana na Educao Infantil sero inseridos nos Eixos: Movimento, Artes Visuais, Msica, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemtica, na busca de promover o desenvolvimento integral da criana como sujeito de direito.3 - Anlise da metodologia.Movimento

O contedo para se trabalhar com Movimento deve respeitar as capacidades das crianas em cada faixa etria, valorizando e explorando as diversas culturas, presentes em vrias regies do pas.

O movimento uma linguagem, que nos transmite sensaes e ideias. A criana costuma utilizar gestos e movimentos para reforar seu pensamento. Assim importante que na Educao Infantil o professor possa organizar situaes e atividades em que as crianas possam conhecer e valorizar as possibilidades expressivas do prprio corpo.As atividades abaixo relacionadas so sugestes referentes ao esquema corporal, lateralidade, orientao espacial e temporal:

Andar e correr de diversas maneiras: na ponta dos ps, nos calcanhares, nas bordas internas e externas dos ps.

Caminhar sobre linhas traadas no cho, uma criana frente da outra.

Caminhar com passos curtos ou largos, com apoio das mos e dos ps.

Pular com os ps juntos e depois alternando os ps.

Mover a cabea, etc.Msica

A msica a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensaes, sentimentos e pensamentos.

A integrao entre os aspectos sensveis, afetuosos e cognitivos, assim como a promoo de intercesso e comunicao social, conferem carter significativo linguagem musical.

Neste contexto a msica deve estar vinculada a todos os momentos do cotidiano na Educao Infantil. Msica escravos de J com materiais

Mmicas: rir, chorar, dar gargalhadas, fazer caretas, piscar;

Danar;

Participar de brincadeiras rimadas e ritmadas, cantigas de roda, canes folclricas;

Confeco de bandinha rtmica, para propiciar o canto acompanhado de instrumentos musicais.Artes Visuais

As artes visuais expressam, comunicam e contribuem para o amadurecimento das sensaes, sentimentos e pensamentos da criana. Criatividade por meio da organizao de linhas, formas, pontos tanto bidimensional como tridimensional, alm do volume, espao, cor e luz na pintura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, etc. O movimento, o equilbrio, o ritmo, o contraste, a continuidade, a proximidade e a semelhana so atributos da criao artstica. A integrao entre os aspectos sensveis, afetivos, estticosUtilizando os espaos para as seguintes atividades: Jogo da memria;

Rasgar e amassar papis;

Amassar os papis;

Confeco de colares;

Pintura a sopro, dedo e a pincel (com tintas de base natural);

Brincar de faz-de-conta Dramatizar cenas familiares e histrias curtas e repetidas frequentemente.

Desenho espontneo com lpis de cera;

Utilizar fantoches, teatros de mscaras, teatro de sombra para apresentao

(histrias) s crianas;

O desenvolvimento das atividades na Educao Infantil deve ser elaborado pelo professor de forma intencional (com objetivo, e orientao), promovendo situaes de aprendizagens e trocas de experincias.Linguagem Oral e Escrita

A aprendizagem da Linguagem Oral e Escrita um dos elementos importantes para as crianas ampliarem suas possibilidades de interao e de participao nas diversas prticas sociais.

A Linguagem oral est presente no cotidiano e na prtica medida que todos que dela participam crianas e adultos, falam, comunicam-se entre si, expressando sentimentos e ideias.

Em relao ao aprendizado da Linguagem Oral e Escrita, concepes devem ser voltadas para o ldico.

A aprendizagem da Linguagem Oral e Escrita ser concebida como:

A compreenso de um sistema de representao social e no somente como a aquisio de um cdigo de transcrio da fala;

Um aprendizado que coloca diversas questes de ordem conceitual, no somente perceptivo-motoras, para a criana;

Um processo de construo de conhecimento pelas crianas por meio de prticas que tm como ponto de partida e de chegada o uso da linguagem e a participao nas diversas prticas sociais e da escrita.Natureza e Sociedade

O mundo em que as crianas vivem se constitui em um conjunto de fenmenos naturais e sociais indissociveis diante do qual elas se mostram curiosas e investigativas.

O Eixo de trabalho denominado Natureza e Sociedade renem temas pertinentes ao mundo social e natural, ampliando gradativamente o conhecimento que tm sobre si e sobre o mundo que as cerca.

Matemtica

O trabalho com noes matemticas na Educao Infantil atende, por um lado, as necessidades das prprias crianas de construrem conhecimentos que incidam nos mais variados domnios do pensamento, por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentaliz-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que existe diferentes conhecimentos e habilidades. Na Educao Infantil a criana deve ter a oportunidade de desvendar uma srie de novos conhecimentos e consolidar aqueles j construdos em outros ambientes, formulando e reformulando hipteses.

Identidade e autonomia na educao infantilSegundo o Referencial Curricular para a Educao Infantil (MEC 1998), a interao social em situaes diversas uma das estratgias mais importantes do professor para promoo de aprendizagens pelas crianas. Assim, cabe ao professor propiciar situaes de conversa, brincadeiras ou aprendizagens orientadas que garantam a troca entre as crianas, de forma que possam comunicar-se e expressar-se, demonstrando seus modos de agir, pensar e de sentir em um ambiente acolhedor e que propicie a confiana e a autoestima.

de fundamental importncia que o educador, proporcione momentos, para que as crianas tenham oportunidades para realizarem escolhas, dessa maneira estaro vivenciando o exerccio da cidadania.

Sugestes de atividades:

Olhar-se no espelho e nomear as partes do corpo;

Observar fotografias dos membros da famlia;

Explorar os rgos dos sentidos;

Incentivar a criana na escolha de msicas, brincadeiras e atividades do cotidiano;

Convidar as crianas a ajudarem no planejamento seguinte;

Incentivar a autonomia ao servir os alimentos;

Expor os trabalhos das crianas em murais para que sejam vistos pela comunidade.

ConclusoEste trabalho nos permitiu trazer informaes da prtica pedaggica desenvolvida no interior das escolas infantis e, sobretudo, um alerta para a complexidade das relaes que ocorrem no interior dessas instituies. Sua concretizao s aconteceu nas ltimas dcadas, em funo dos movimentos sociais de luta. Para alm das questes que envolvem todas as barreiras que comprometem uma educao mais qualitativa para essa faixa etria, considera-se que muitos so os desafios para o novo milnio. Vale ressaltar que a educao de qualidade para a criana pequena possa ser reconhecida no s nos documentos oficiais, mas pela sociedade como um todo. Portanto esta modalidade educacional de responsabilidade pblica e, como tal, deve prioritariamente ser assumida por todos; esse o nosso maior desafio.RefernciasBRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF: Senado Federal, 1988, 305 p. ______. Estatuto da Criana e do Adolescente. Lei n 8.069, de 13 de junho de 1990.______. Ministrio da Educao e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Lei n 9394, de 20 de dezembro de 1996. Dispe sobre as Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Braslia, DF: MEC, 1996.______.. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica.Diretrizes curriculares nacionais para a educao infantil .Secretaria de Educao Bsica. Braslia : MEC, SEB, 2010.RIZZO, Gilda. Creche: organizao, currculo, montagem e funcionamento. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

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