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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA FSP ICE Instituição Chaddad de Ensino S/C LTDA FISIOTERAPIA CLEONICE DUARTE DE ARAUJO OS BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA PARA PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ITAPETININGA-SP 2018

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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA – FSP

ICE – Instituição Chaddad de Ensino S/C LTDA

FISIOTERAPIA

CLEONICE DUARTE DE ARAUJO

OS BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA PARA PACIENTES PORTADORES

DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

ITAPETININGA-SP 2018

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CLEONICE DUARTE DE ARAUJO

OS BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA PARA PACIENTES PORTADORES

DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

Trabalho de conclusão de curso apresentado à FSP-Faculdade Sudoeste Paulista ao curso de graduação em Fisioterapia como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Professor Heverson Felipe Pranches Carneiro.

ITAPETININGA – SP

2018

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CLEONICE DUARTE DE ARAUJO

OS BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA PARA PACIENTES PORTADORES

DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista de

Itapetininga – FSP – ao curso de graduação em Fisioterapia como requisito parcial

para a obtenção do título de bacharel.

Orientador(a): Prof. Heverson Felipe Pranches Carneiro.

BANCA EXAMINADORA

________________________

Prof. Orientador: Heverson Felipe Pranches Carneiro.

________________________

Bruno Grüninger

_______________________

Natalia Esteves

Itapetininga, ____ de _______________ de 2018.

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ARAUJO, Cleonice Duarte de.

Os benefícios da hidroterapia para pacientes portadores de doença pulmonar

obstrutiva crônica / Cleonice Duarte de Araujo – Itapetininga, 2018, 20 paginas

Trabalho de conclusão de curso – FSP – Faculdade Sudoeste Paulista –

Fisioterapia

Orientador: Hevenson Felipe Pranches Carneiro.

1.DPOC 2. Benefícios 3. Hidroterapia

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado força pra chegar até aqui, aos meus Orixás

por ter me ensinado a importância de se ter uma fé, e a força que ela me traz em

cada minuto de minha vida, a todas as entidades do Ilê As é Odé Omini e do Ilê Asé

de Ayra e a todos meus irmãos de fé, a minha mãe Maria de Lourdes e ao meu pai

Francisco Salustiano por terem me educado e me ensinado a dignidade de se ter

uma profissão.

Sou muito grata aos meus irmãos de sangue por terem me incentivado e me

ajudado nesse caminho, e a toda minha família, tios, sobrinhos, primos,

cunhados/as.

Meus sinceros agradecimentos ao meu companheiro Felipe Silva, por ter me

mostrado que eu era capaz mesmo quando queria desistir, as minhas amigas Ana,

Catia e Luciana pelo companheirismo e por todos os concelhos durante esses cinco

anos.

E meus agradecimentos para meu professor e orientador Heverson Felipe por

toda dedicação e paciência para que esse trabalho pudesse ser concluído.

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ARAUJO, C. D. OS BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA PARA PACIENTES

PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC). 34f.

Monografia (graduação) – Faculdade Sudoeste Paulista, Itapetininga, 2018.

RESUMO

Introdução: A DPOC é uma agregação de bronquite crônica e enfisema

pulmonar, sendo a bronquite crônica definida por uma síndrome clínica na qual o

indivíduo apresenta tosse crônica com expectoração mucosa ou mucopurulenta.O

agente primário de risco para o desenvolvimento da DPOC é o tabagismo, a

poluição atmosférica e a deficiência de α1-antiprotease podem estar implicados. É

reconhecido que à DPOC podem estar acopladas a várias comorbilidades, com

elevado impacto na qualidade de vida. As alterações subsequentes do processo

fisiopatológico da doença poderão conduzir à assiduidade de efeitos sistémicos. A

hidroterapia aparece então como uma alternativa aos métodos tradicionais de

reabilitação. Os exercícios de modo geral são de fácil execução devido às

propriedades físicas da água.

Metodologia: O trabalho trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa da

literatura, a qual tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre

a hidroterapia na DPOC de maneira sistemática e ordenada.

Resultados: A reabilitação em meio aquático mostra ser uma terapia

disponível e agradável para os portadores de DPOC, suas propriedades físicas e

fisiológicas do exercício atua de maneira benéfica e satisfatória ao organismo

quando comparado a reabilitação convencional. Mesmo com a escassez de estudos

na área, foi possível verificar, através do confronto da literatura encontrada que a

reabilitação na água favorece o condicionamento físico e melhora a atividade

funcional destes pacientes, tornando-se assim um possível tratamento mais

completo e eficaz em portadores de DPOC.

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ARAUJO, C. D. THE BENEFITS OF HYDROTHERAPY FOR PATIENTS CARRIED

WITH CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE (COPD). 34f.

Monography (undergraduate) - Faculdade Sudoeste Paulista, Itapetininga, 2018.

ABSTRACT

Introduction: COPD is an aggregation of chronic bronchitis and pulmonary

emphysema, chronic bronchitis being defined by a clinical syndrome in which an

individual presents with chronic cough mucous sputum or mucopurulenta.O primary

agent of risk for development of COPD is cigarette smoking, the Atmospheric

pollution and α1-antiprotease deficiency may be involved. It is recognized that COPD

may be coupled to various comorbidities, with a high impact on quality of life.

Subsequent changes in the pathophysiological process of the disease may lead to

attendance systemic effects. Hydrotherapy then appears as an alternative to

traditional rehabilitation methods. The general exercises are easy to perform

because of the physical properties of water.

Methodology: The work it is a study of the type integrative review of the

literature, which aims to gather and synthesize results of research on hydrotherapy in

COPD in a systematic and orderly manner.

Results: Rehabilitation aquatic proves to be an affordable and enjoyable

therapy for COPD, physical and physiological properties of the exercise acts in a

beneficial and satisfactory manner to the body when compared to conventional

rehabilitation. Even with the lack of studies in the area, we found, by comparing the

literature found that rehabilitation in the water promotes physical fitness and

improves the functional activity of these patients, thus making it possible most

complete and effective treatment in patients with COPD.

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Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8

2 OBJETIVO ...................................................................................................................................... 15

3 METODOLOGIA ............................................................................................................................ 16

5 DISCUSSÃO................................................................................................................................... 22

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 24

7 REFERENCIAS .............................................................................................................................. 25

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1 INTRODUÇÃO

A DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) é uma patologia previsível e

tratável que possui várias sequelas tanto intrapulmonares como também

extrapulmonares significativos que podem colaborar para a sua gravidade.

Pretendendo sistematizar, padronizar e orientar o diagnóstico e o tratamento da

DPOC, em 1997 foi criado um programa conhecido pela sigla GOLD que

corresponde a “Global Initiative for Chronic Obstrutive Lung Disease” (Iniciativa

Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), organizado pelo Instituto do

Coração, Pulmão e Sangue dos EUA (NHLBI) e pela Organização Mundial de Saúde

(OMS). Reunindo especialistas em DPOC do mundo inteiro e vem, atualmente,

divulgando uma série de documentos pertinentes a essa afecção, procurando

fornecer, sempre que viável, informações fundado em evidencias (GOLD, 2018).

A DPOC é uma agregação de bronquite crônica e enfisema pulmonar, sendo

a bronquite crônica definida por uma síndrome clínica na qual o indivíduo apresenta

tosse crônica com expectoração mucosa ou mucopurulenta, com existência mínima

de 3 meses, não resultante de outra causa aparente (tuberculose, bronquiectasia,

etc.). Já o enfisema pulmonar é caracterizado por prolongamento anormal dos

espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado por modificação

destrutivas das paredes alveolares, sem a assiduidade de fibrose. (Tarantino et al.,

2002).

O agente primário de risco para o desenvolvimento da DPOC é o tabagismo,

porém demais fatores como a poluição ocupacional, a poluição atmosférica e a

deficiência de α1-antiprotease podem estar implicados. Quando substâncias nocivas

são inaladas por um grande período, provocam inflamação pulmonar que

proporciona hipertrofia das glândulas mucosas e das células caliciformes,

constituindo hipersecreção mucosa, assim contribuindo para a limitação ao fluxo

aéreo que não será completamente reversível através de medicações. (GOLD,

2018).

O aprisionamento de ar, provocada pela limitação de fluxo, causando a

hiperinsuflação, a qual é definida como uma ampliação anormal da capacidade

residual funcional (CRF) e suas implicações ocasionam um aumento da

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complacência pulmonar (resultante das alterações destrutivas do enfisema) e da

restrição ao fluxo expiratório (O’Donnell, 2006).

Petrovic et al., (2012) refere que a limitação do fluxo expiratório e a perda de

recolhimento elástico do parênquima pulmonar promove um aprisionamento de ar,

com um aumento do volume residual e diminuição da capacidade inspiratória, o que

conduz a uma hiperinsuflação pulmonar.

A hiperinsuflação parece ser a principal ensejo de dispneia ao esforço e de

diminuição do desempenho no exercício, no portador com DPOC. Esta visão é

apoiada por diversos autores (GOLD, 2018; Talag & wilcox, 2008; O’Donnell &

Laveneziana, 2006).

Com o avançar da DPOC, existe uma deterioração das trocas gasosas, o que

deriva em hipoxemia e hipercapnia. Estas alterações são decorrência da limitação

do fluxo aéreo em agregação à desvantagem mecânica dos músculos respiratórios,

devido à hiperinsuflação (GOLD, 2018).

A presença da hipersecreção brônquica deriva da metaplasia escamosa, do

aumento do número e da dimensão das glândulas submucosas e das células

caliciformes em contragolpe à exposição crônica aos fatores de risco (MacNee,

2006), e é muitas das vezes responsável pela tosse crónica na pessoa com DPOC.

É reconhecido que à DPOC podem estar acopladas a várias comorbilidades,

com elevado impacto na qualidade de vida. As alterações subsequentes do

processo fisiopatológico da doença poderão conduzir à assiduidade de efeitos

sistémicos (Dourado et al., 2006). A alteração da função cardíaca é um desses

resultados sistêmicos, implicante da limitação do fluxo aéreo e da hiperinsuflação

pulmonar. Diversos poderão ser designados, como a miopatia e/ou atrofia muscular,

caquexia/má nutrição e podem até iniciar ou piorar comorbidades como

osteoporose, anemia, diabetes, síndromes metabólicas e depressão (GOLD, 2018;

Dourado et al., 2006). Cogita-se que os mediadores inflamatórios são os principais

culpados pelo aparecimento destas alterações.

Outra sequela sistemica da DPOC é a distúrbio muscular esquelética, que

resulta da diminuição muscular. Este efeito posterior é de máximo interesse para o

entendimento da DPOC e a incapacidade da pessoa com DPOC em efetuar as

atividades de vida diária de forma autônoma. A evidência científica apoia o papel da

inatividade física como fator superior no desenvolvimento da disfunção do

musculoesquelético na endivido com DPOC (GOLD, 2018).

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Segundo alguns autores (Kim et al., 2008; Marquis et al., 2002), este efeito

sistémico condiz a mortalidade de uma forma mais efetiva que o estado da função

pulmonar. Porém, as modificações decorrentes do processo fisiopatológico da

doença e as condições associados ao desenvolvimento da mesma, são do mesmo

modo apontados como razões para a disfunção muscular esquelética.

O descondicionamento físico, que gera atrofia muscular, o metabolismo

oxidativo reduzido, a alteração da fibra muscular (menor proporção de fibras do tipo I

e aumento da proporção de tipo IIb), alguns desses fatores são a desnutrição, a

hipóxia tecidual, a ingestão de corticosteroides, a doença cardíaca coexistente, o

uso do tabaco, a inflamação sistémica, a susceptibilidade individual e as alterações

hormonais. Estas alterações contribuem para a fadiga muscular ao nível dos

membros superiores e inferiores, numa extensão diferente em cada um deles

(Dourado et al., 2006).

Segundo as recomendações do Gold o exame padrão ouro para o diagnóstico

da DPOC é o exame de espirometria (JARDIM et al., 2004). A espirometria com

obtenção de curva respiratória (Volume x Tempo) deve ser feita antes e após a

administração de um medicamento broncodilatador, afim de contrastar a

multiplicidade de parâmetros como a capacidade vital forçada (CVF) e o volume

expiratório forçado no primeiro segundo (VEFI). A relação entre VEFI/CVF abaixo de

0,7 após broncodilatador confirma o aparecimento de limitação ao fluxo aéreo não

totalmente reversível (GOLD, 2018).

A diretriz do GOLD divide a DPOC em quatro estágios de gravidade para

pacientes com VEFI/ CVF inferior a 0,7 após broncodilatador:

Estágio I: Leve (VEFI 80% do previsto). Nesse estágio tosse crônica e

produção de escarro podem estar presentes, geralmente o indivíduo não desconfia

que sua função pulmonar esteja anormal.

Estágio II: Moderada (50% < V EFI < 80% do previsto). Caracterizada por

limitações do fluxo aéreo, com falta de ar durante esforço. Tosse e produção de

escarro também podem estar presentes.

Estágio III: Grave (30% VEFI < 50% do previsto). Agravamento da limitação

do fluxo aéreo, maior falta de ar, redução da capacidade de exercício, fadiga e

exacerbações frequentes com impacto na qualidade de vida do paciente.

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Estágio IV: Muito Grave (VEFI < ou VEFI < do previsto somado à insuficiência

respiratória crônica). Nesse estágio a qualidade de vida está debilitada e as

exacerbações podem ameaçar a vida do paciente.

No Brasil, estima-se que 7 milhões de pessoas possuem DPOC e, em 2007, o

gasto anual procriado pelas internações por DPOC no Sistema Único de Saúde foi

de aproximadamente 86 milhões de reais (Brasil, 2008).

Menezes et al., (2005) publicaram um estudo denominado PLATINO (Projeto

Latino Americano de Investigação de Doenças Obstrutivas) no qual avaliaram a

prevalência da DPOC em 5 países da América, México, Venezuela, Chile, Brasil e

Uruguai, todos países subdesenvolvidos. No Brasil, este estudo foi realizado no

estado de São Paulo com a avaliação espirométrica de 963 indivíduos com idade

maior ou igual a 40 anos. Os autores desta pesquisa verificaram que 24% da

população brasileira analisada era tabagista e 6% apresentava DPOC classificada

entre os níveis II e IV de estadiamento pelo programa GOLD. Do total de indivíduos

diagnosticados no estudo PLATINO entre os níveis II a IV, só 20,6 % possuíam o

diagnóstico de DPOC, demonstrando que grande parte da população de pacientes

com DPOC não é diagnosticada. (Brasil, 2007).

Em 2002, a OMS declarou que a DPOC se tornou a quinta principal causa de

morte e incapacidade em todo o mundo, e agora estima-se que será a terceira ou

quarta predominante causa de morte no mundo até 2020. (Wold, 2017). Isto se deve

ao aumento da epidemia do tabagismo, ao envelhecimento da população mundial e

à redução da mortalidade decursivo de outras causas de morte, como as doenças

cardiovasculares (Ford ES et al., 2011)

Os mecanismos compensatórios, são aceleradamente comprometidos

quando a ventilação é aumentada severamente, como por exemplo, durante o

exercício. Verifica-se em indivíduos saudáveis, que tanto a frequência quanto a

abrangência dos ciclos respiratórios normalmente se aumentam para suprir o

aumento da demanda metabólica durante o exercício. Contudo, a capacidade

residual funcional (CRF) e a capacidade inspiratória (CI) são mantidas. Nos

pacientes com DPOC, a constante de tempo (caracterizada pelo produto da

complacência pulmonar pela resistência) é significativamente aumentada. Em muitos

pacientes, o tempo ocioso para a expiração no repouso é insuficiente para permitir

que a CRF diminua ao seu volume de relaxamento, ocasionando em hiperinsuflação

pulmonar este acontecimento é descrito como “air trapping” ou hiperinsuflação

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dinâmica (HD), e se atribui ao aumento temporal e variável da CRF acima da sua

linha de base, ainda assim, a HD faz com que o paciente respire na parte superior

da curva pressão-volume, fazendo com que o mesmo precise gerar um delta de

pressão maior que a pessoa saudável para obter o mesmo volume, o qual, leva os

músculos inspiratórios em desvantagem mecânica, uma vez que eles passam a

trabalhar aproximado da CPT, o que contribui para a intensidade e qualidade da

dispneia (O´Donnell e Laveneziana, 2006).

O tratamento terapêutico da DPOC tem como base o grau de magnitude da

doença, o qual é classificado conforme GOLD. A educação do paciente, tratamento

farmacológico e tratamento não-farmacológico são as principais medidas para a

condução da DPOC estável. É usada para prevenção e controle dos sintomas a

terapia farmacológica, visando melhoria geral do estado de saúde e aumento da

qualidade de vida, reduzindo da frequência e gravidade das exacerbações. (GOLD,

2018).

Para uma vida saudável o exercício é um componente importante. Se o

coração e os músculos estão condicionados careceram de menor quantidade de

oxigênio, o que expressa que o indivíduo não precisa respirar tanto para realizar à

mesma quantidade de trabalho (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia,

SBPT, 2018).

Segundo o GOLD, por essa doença não ser apenas pulmonar mais sistêmica

causando também diversas alterações na musculatura esquelética todos os

pacientes com esta doença se beneficiam de programas de treinamento físico,

melhorando os sintomas de fadiga e a dispneia, a tolerância ao exercício. Assim, o

Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP) surgiu como foco essencial e

investigativo para reduzir este grande problema de saúde pública, a DPOC é

considerada e um dos maiores desafios para a ciência médica (Rodrigues SL et al.,

2003).

Pretendeu-se ao trabalhar com o PRP, conhecer uma outra forma de

melhorar a resistência dos pacientes com doença pulmonar crônica. Assim, a

hidroterapia, como método relaxante que propicia o condicionamento físico,

respiratório e melhora o desempenho das atividades funcionais e sociais. Os

exercícios, de modo geral, são fáceis devido às propriedades físicas da água,

trabalhando força e resistência da musculatura global, proporcionando um menor

gasto energético melhorando a oxigenação dos músculos, e beneficiando o

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pneumopata crônico com este tratamento, uma vez que ele tem dificuldades para

obter oxigênio devido à destruição pulmonar (Campion MR, et al., 2003)

Embora não exista cura após o progresso da DPOC e suas comorbidades, o

tratamento deve ser realizado de maneira constante com objetivo de minimizar ou

retardar a progressão das disfunções trazidas pela doença, e assim melhorar a

qualidade de vida, diminuir as exacerbações, e possivelmente, reduzir a mortalidade

(GOLD, 2018).

As pessoas que desenvolvem a doença, normalmente são encaminhados a

programas de reabilitação pulmonar, os quais consistem em intervenções de uma

equipe multidisciplinar formada pelo médico, enfermeira, nutricionista, fisioterapeuta,

terapeuta ocupacional, psicólogo, e assistente social, dependendo das necessidades

individuais de cada paciente (ATS, 1999).

Os objetivos da reabilitação pulmonar englobam a redução da perda funcional

causada pela doença pulmonar a redução dos sintomas, principalmente a dispneia,

e aumento das atividades físicas e sociais, gerando assim melhora da qualidade de

vida, mantendo ao máximo a independência funcional. Esses objetivos podem ser

alcançados a partir de programas que incluem a intervenção psicossocial, o

exercício físico e a educação do paciente e de seus familiares (Rodrigues, Viegas e

Lima, 2002).

Uma das essências estratégias de tratamento é o condicionamento físico. O

exercício aeróbio é recomendado para pacientes com DPOC, e seus benefícios são

observados independentemente do estádio da doença em que o indivíduo se

encontra (GOLD, 2018).

Apesar de não haver alteração da função pulmonar após realização de

programas de reabilitação pulmonar com ênfase no exercício físico, segundo Paz-

Diaz et al. (2007) ocorre melhora na função muscular esquelética, capacidade

funcional, e qualidade de vida em pacientes com DPOC.

Normalmente os programas de reabilitação pulmonar são realizados em solo,

praticando exercícios aeróbios, e exercícios de resistência, mas nem sempre esses

pacientes conseguem realizar corretamente, por serem em sua maioria idosos e

devido à presença das comorbidades, dificultando sua participação (McNamara,

2011).

A hidroterapia mostra-se então como uma alternativa aos métodos

tradicionais de reabilitação. Os exercícios de modo geral são de fácil efetuação

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devido às propriedades físicas da água. É uma forma de tratamento, que tem sido

utilizada por décadas na área de reabilitação e aplicada em diversas patologias

como asma (Emtner, Finne e Stalenheim, 1998), fibromialgia (Gowans e Hueck,

2007) e artrite reumatóide (Eversden et al., 2007).

A flutuabilidade é um dos princípios físicos da água de maior importância, e é

o qual possibilita aos indivíduos se exercitarem sem o risco de sofrerem lesões

musculoesqueléticas, por não haver impacto durante a atividade (Chu e Rhodes,

2001). Os pacientes com DPOC apresentam mudanças patológicas no pulmão,

gerando como consequência aumento na capacidade residual funcional (CRF) e

volume residual (VR), o que contribui para o aumento do trabalho respiratório e da

dispneia (Wadell et al., 2004).

Por isso outro princípio físico da água se torna importante: a pressão

hidrostática, que facilita a expiração e diminui o VR, reduzindo o aprisionamento de

ar. Com a diminuição dessas variáveis respiratórias durante a imersão em água,

possibilita-se redução da sensação de dispneia, facilitando a realização dos

exercícios físicos (Agostoni et al., 1966, Wadell et al., 2004).

Logo após a imersão, como decorrência da ação da pressão hidrostática,

700ml de sangue são conduzidos dos membros inferiores para a região do tórax,

causando um aumento do retorno veno-linfático, sendo um aumento de 60% do

volume central de 2 a 4 mmhg para 3 a 16mmhg. A pressão intratorácica aumenta

de 0,4 mmHg para 3,4 mmHg e a pressão do átrio direito aumenta de 14mmhg para

18mmhg e a pressão venosa central aumenta, sendo que a pressão arterial

pulmonar aumenta de 5 mmHg no solo para 22 mmHg em imersão. O débito

cardíaco (volume sanguíneo x a frequência cardíaca) aumenta de 30 a 32%

associado a uma diminuição de aproximadamente 10 batimentos por minuto ou de

4% a 5% da frequência cardíaca em bipedestação no solo (BOOKSPAN, 2000)

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2 OBJETIVO

Este trabalho trata-se uma revisão de literatura que tem por objetivo relatar os

benefícios que a hidroterapia traz para o paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva

Crônica.

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3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa da literatura, a qual tem

como a finalidade de sintetizar reunir e resultados de pesquisas sobre um os

benefícios que a hidroterapia traz para o paciente com DOPC de maneira

sistemática e ordenada. Levou-se em consideração para a seleção dos artigos as

seguintes etapas: Avaliação dos estudos; interpretação e discussão dos resultados;

e a última etapa foi constituída pela apresentação da revisão e síntese do estudo

para seleção dos artigos, foram utilizadas as seguintes bases de dados: SciELO

(Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciências da Saúde), PUBMED e BIREME no período de janeiro a julho de 2018.

Foi efetuada a busca através dos termos descritores: Qualidade de Vida; DPOC;

Hidroterapia. Os termos foram combinados por meio dos operadores lógicos AND,

OR e NOT. A amostra constou de artigos selecionados nas bases eletrônicas

anteriormente citadas, utilizando-se como critérios de inclusão: artigos escritos em

português e inglês, artigos publicados nos últimos dez anos e além de informações

do Ministério da Saúde. Foram determinados como critérios de exclusão: pesquisas

envolvendo animais e artigos disponibilizados apenas mediante taxa de acesso.

Após a coleta de dados os artigos foram separados e analisados de acordo com a

relevância para o tema, e a partir disso formou-se o contexto para discussão do

presente trabalho e sendo apresentados por meio de texto narrativo.

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4 RESULTADOS

A estratégia de busca, resumida na Figura 1, retornou ao todo 53 artigos, destes, apenas

21 foram analisados perante a leitura do título e resumo, não limitamos data das

publicações dos artigos devido tratar-se de um tema escasso na literatura científica.

Na leitura completa dos 21 artigos selecionados através do título e resumo, 16

foram excluídos por não serem representativos sobre o assunto. Alguns destes foram

selecionados, pois demonstravam potencial de adequação ao objetivo, porém, faltavam

informações no resumo para a confirmação sobre isto, sendo necessário lê-los antes da

inclusão ou exclusão da seleção final de artigos.

Por fim, após essa estratégia de seleção, 05 dos 21 encontrados foram

selecionados para o desenvolvimento desta revisão.

Dos 05 artigos selecionados, 04 referem-se especificamente a intervenções

relacionadas ao benefício da hidroterapia ao portador de DPOC e à influência das

técnicas de hidroterapia na melhora da qualidade de vida do portador de DPOC.

Destes, foram extraídas informações detalhadas quanto às técnicas e

procedimentos utilizados para o cumprimento dos objetivos propostos, sendo os

resultados comparados com aqueles que utilizaram técnicas semelhantes ou com o

mesmo objetivo.

Segundo dados do artigo (SEVERINO, MORANO e SOUSA, 2012), foi

efetuada uma avaliação com 10 pacientes, das quais segue o perfil dos mesmos,

entre os quais 8 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, com média de idade de

62,2 16, 21 anos, sendo o grupo 1 formado por homens com média de idade de 58,4

19 ,60 anos e o controle, grupo 2, formado por homens e mulheres, com média de

idade de 66 13, 07 anos, todos com diagnóstico de DPOC grave ou moderado.

O resultado das avaliações dos pacientes, após três meses de tratamento,

demonstrou que houve condicionamento físico, independente do protocolo

escolhido. Porém, os pacientes do grupo 1 obtiveram resultados melhores que os

do grupo 2 para a FM, SatO2. e FC. a FM e a FC, durante o esforço, diminuíram

mais que as do grupo 2, mantendo uma SatO2.dentro dos padrões de normalidade,

mostrando, assim, um maior condicionamento destes pacientes.

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Descritores

Qualidade de Vida, DPOC e Hidroterapia

PubMed N = 32

Cochrane Library N = 13

Lilacs N = 5

Periódicos CAPES N = 3

Artigos encontrados N = 53

Artigos Analisados 2008 - 2018

N = 21

Artigos selecionados N = 5

Artigos excluídos N = 16

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19

Baseado nos cinco artigos estudados, nota -se uma melhora aparente em todos

parâmetros analisados, concluímos que o exercício à base de água em comparação

a reabilitação pulmonar isolada. A água é a substância mais abundante que tem os

em nosso corpo e no planeta, poderíamos listar inúmeros benefícios que ela traz

para nossa saúde, um deles é o auxílio e melhoria importante da qualidade de vida

e bem-estar desses pacientes que sofrem constantemente com essa doença. Com

esse estudo é possível ver um a melhora significativa da qualidade de vida dos

pacientes em relação a patologia e o método de reabilitação associada ao meio

aquático.

Tabela 1. Resultados dos estudos pesquisados

Autor/ano Tipo de estudo Objetivo Amostra Intervenção Resultados

RENAE J

MC

NAMRA et

al.,2011

Controlado

randomizado

Determinar a

eficácia do

treinamento

físico à base de

água para

melhora da

capacidade de

exercícios e de

melhora na

qualidade de vida

em comparação

com exercícios

em terra em

pessoas com

DPOC

60

participantes

da

reabilitação

pulmonar.

53 foram

incluídos no

estudo.

45

completaram

o estudo

Os grupos de

treinamento

terrestre e na

agua,

participaram de

três sessões

semanais

durante oito

semanas,

fazendo 60

minutos de

exercícios

supervisionados

por dia. Eles

eram

incentivados a se

exercitar em uma

intensidade de 3-

5 na escala de

BORG modificada

para dispneia e

esforço

percebido.

Tanto o G1

quanto o G2

tiveram

melhoras

nos

resultados

de TC6,

Borg.

modificada

para

dispneia,

comparados

ao grupo de

exercícios

em terra e

os dois

grupos

tiveram

melhora

comparados

ou grupo

controle

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20

ZENIA

TRINDADE

DE SOUTO

ARAUJO et

al., 2012

Ensaio clínico

randomizado

Determinar o

impacto de um

ambiente de

água sobre a

eficácia da

formação, sobre

o tratamento

desses pacientes.

42 pacientes

iniciaram o

estudo

10 foram

excluídos

32

completaram

o estudo.

O programa de

exercício

proposto foi

composto por

exercícios

dinâmicos e

isotônicos

projetados para

diferentes grupos

musculares nos

membros

superiores e

inferiores, foram

realizadas três

vezes por

semana ao longo

de oito semanas,

totalizando 24

sessões. Cada

sessão durou

1:30 horas.

A diferença

foi registada

após a

intervenção

para o grupo

de

intervenção

na agua

obteve

melhora

significativa

O FG

mostrou

melhor

qualidade de

vida

evidenciado

pelo escore

total do

SGRQ

FERNANDA

GADELHA

SEVERINO

et al., 2006

Estudo

exploratório,

randomizado e

intervencionista

Comparar o

desempenho dos

pacientes com

DPOC tratados

com hidroterapia

associada à

reabilitação

pulmonar com

aqueles tratados

com a

reabilitação

pulmonar

exclusiva

28 pacientes

do programa

de

reabilitação

pulmonar.

10 incluídos

no estudo

A amostra foi

dividida

aleatoriamente,

em dois grupos.

O primeiro grupo

participou do

programa de

hidroterapia 1

vez por semana,

o outro grupo 3

vezes por

semana, ambos

os grupos foram

tratados por 3

meses

O

instrumento

de avaliação

foi o teste

incremental

de membros

superiores,

apresentara

melhora,

acima

daqueles dos

pacientes

que estavam

apenas na

Reabilitação

Pulmonar.

Os demais

parâmetros

avaliados

também

obtiveram

melhoras.

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21

Emmanuel

Alvarenga

Panizzi et

al.,2004

Estudo

randomizado,

não controlado

do tipo pré e

pós-

intervenção

Avaliar os efeitos

de um programa

de reabilitação

pulmonar para

pessoas com

DPOC

15

voluntários

Os participantes

foram

submetidos a

avaliação da

capacidade

funcional,

Programa

experimental de

curta duração

(PECD) e TC6,

foram realizados

5 sessões por

semana, por 60 a

65min cada uma,

completando 3

semanas,

totalizando 15

sessões.

As sessões foram

divididas em 4

fases:

alongamento,

treinamento

muscular,

condicionamento

aeróbio e

alongamento.

Pode-se

observar um

aumento da

distância

percorrida

no TC6 min,

e quando

analisada

pelo teste

estatístico

paramétrico

de Student,

o valor de p

obtido foi de

0,0001,

sendo a

diferença

considerada

significativa

ao nível de

5%.

Viviane

Cerezer da

Silva, 2013

Ensaio clinico

randomizado.

Avaliar os efeitos

de um programa

de treinamento

físico aeróbio

aquático sobre a

força muscular

respiratória, a

mobilidade

toracoabdominal,

a dispneia e a

capacidade

funcional de

pacientes com

DPOC.

60

voluntários.

38 excluídos.

22

voluntários

iniciaram o

protocolo.

16

concluíram o

estudo.

O treinamento

foi realizado com

o protocolo de

exercícios físicos

aeróbios

aquáticos por

60min, três vezes

por semana, por

oito semanas,

totalizando 24

sessões. O

protocolo foi

efetuado com as

recomendações,

e segundo as

Diretrizes da

ATS/ERS para

reabilitação

pulmonar

Na pressões

respiratórias

máximas

observa-se

que houve

uma

diferença

significativa

entre os

grupos.

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5 DISCUSSÃO

Em nossa pesquisa, notamos que a reabilitação pulmonar no meio aquática é

um tratamento eficaz e pode proporcionar adaptações respiratórias, melhorar a

tolerância ao exercício, a força muscular, minimizar a sensação de dispneia e

aumentar a capacidade para as atividades funcionais.

Panizzi et al., (2004) destaca que a reabilitação pulmonar possibilita melhora

no que se diz respeito ao exercício, força, dispneia e atividades funcionais de

pneumopatas, em especifico portadores de doença pulmonar obstrutiva, analisou em

seu Estudo randomizado, não controlado do tipo pré e pós-intervenção onde deve a

participação de 15 voluntários, que se submeteram a avaliação da capacidade

funcional, Programa experimental de curta duração (PECD) e TC6. Pode-se

observar um aumento da distância percorrida no TC6 min, em média de 42,73 m

(10,56%) após o PECD (de 444,73 para 487,46 mm), e quando analisada pelo teste

estatístico paramétrico t de Student, o valor de p obtido foi de 0,0001, sendo a

diferença considerada significativa ao nível de 5%.

McNamara et al., (2011) defende em seu ensaio clinico randomizado que o

treinamento físico à base de agua teve melhora entre os pacientes, onde 53

participantes foram selecionados e 45 participantes concluíram o estudo, os

participantes foram dividido em 3 grupos, sendo 1 grupo treinamento em agua,

grupo 2 treinamento terrestre e grupo 3 grupo controle (sem exercícios), na escala

de Borg 0-10 modificada para dispneia teve uma diferença significativa entre o grupo

de exercícios a base de agua e o grupo de treinamento em terra, tendo valores de

4,5 (0,5) para o grupo de treinamento a base de agua e de 3,5 (0,5) para o grupo

terrestre (p <0,001), no teste TC6 ouve uma diferença quando comparado entre os

grupos quando comparados ao grupo controle, o grupo de treinamento na agua foi o

único que teve aumento significativo na ISWT e TOCE. Provando assim que os

exercícios na água trazem sim resultados positivos para portadores de DPOC.

Zenia Trindade de Souto Araujo et al., (2012) realizou um ensaio clinico

randomizado, avalia inicialmente em seu estudo 32 indivíduos com diagnostico de

DPOC, foram divididos em 3 grupos, sendo, 11 no grupo controle (CG), 13 grupo

terrestre (FG) e 8 no grupo aquático (AG), em relação a função pulmonar, os grupos

de treinamento teve melhora FEV pos-intervenção (FG 42,92 14,11 vs 49,46 11,67%

e AG 43,88 10,27 vs 48,25 12,59%) no grupo controle deve significativa diminuição

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no FEV, CVF (64,27 7,05 vs 60,18 6,70%) , a avaliação da força dos músculos

respiratórios teve uma diverença significativa nas pressões respiratórias máximas ,

através do estudo os dados mostram que ambas modalidades de exercícios de

baixa intensidade são benéficas para o paciente com DPOC, o estudo encontrou

que o treinamento em agua teve um adicional benéfico na capacidade física em

relação ao grupo terrestre.

Fernanda Gadelha Severino et al., (2007), teve em seu estudo exploratório,

randomizado e intervencionista 10 paciente, divididos em 2 grupos, sendo grupo 1

reabilitação pulmonar e hidroterapia (RP+H), e o grupo 2 somente reabilitação

pulmonar, tendo uma melhora em ambos os grupos no condicionamento físico,

porem o grupo 1 teve melhores resultados que o grupo 2 para, SatO2 e FC. A f e a

FC, durante o esforço, mantendo uma SatO2 dentro dos padrões de normalidade, e

uma melhora de 33,33% no teste incremental de membros superiores, acima,

comparados ao grupo que realizaram somente reabilitação pulmonar, mostrando um

maior condicionamento destes pacientes.

Viviane Cerezer da Silva (2013), avaliou os efeitos de m programa de

treinamento físico aeróbio aquático, tendo 22 voluntários todos do sexo masculina,

foram divididos em 2 grupos,11 no grupo controle (GC) onde realizaram somente a

avaliação e o grupo de avaliação e treinamento (GT), com o decorrer do estudo

houve uma perda da amostra, ficando 8 voluntários no GC e 8 no GT, não houve

diferença estatística em relação a homogeneidade da amostra ,houve uma diferença

benéfica significativa entre o GC e GT em todos os itens avaliados com melhora

para o GT.

De acordo com os estudos analisados nesta revisão, a reabilitação em meio

aquático mostra ser uma terapia disponível e agradável para os portadores de

DPOC, suas propriedades físicas e fisiológicas do exercício atua de maneira

benéfica e satisfatória ao organismo quando comparado a reabilitação convencional.

Mesmo com a escassez de estudos na área, foi possível verificar, através do

confronto da literatura encontrada que a reabilitação na água favorece o

condicionamento físico e melhora a atividade funcional destes pacientes, tornando-

se assim um possível tratamento mais completo e eficaz em portadores de DPOC.

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6 CONCLUSÃO

Conclui-se que a reabilitação de portadores de DPOC em meio aquático traz

como benefício a melhora cardiopulmonar, a melhora da tolerância ao exercício, na

força muscular periférica e respiratória e na diminuição da sensação da dispneia

São necessários mais estudos específicos para esclarecer melhor o estudo.

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