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FACULDADE TECSOMA Administração Lucilia Ferreira dos Santos TREINAMENTO: um estudo de caso no departamento financeiro da Prefeitura Municipal de Paracatu - MG Paracatu - MG 2012

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FACULDADE TECSOMA Administração

Lucilia Ferreira dos Santos

TREINAMENTO: um estudo de caso no departamento financeiro da Prefeitura

Municipal de Paracatu - MG

Paracatu - MG 2012

Lucilia Ferreira dos Santos

TREINAMENTO: um estudo de caso no departamento financeiro da Prefeitura

Municipal de Paracatu - MG

.

Monografia apresentada à disciplina de Estágio II, ministrada pelo professor Geraldo B.B de Oliveira, como exigência a aprovação parcial no curso de graduação em Administração pela Faculdade Tecsoma de Paracatu.

Orientador Teórico: Alan Kardec Guimarães Júnior.

Paracatu - MG 2012

Santos, Lucilia Ferreira dos S237t Treinamento: um estudo de caso no departamento financeiro da

Prefeitura Municipal de Paracatu-MG. / Lucilia Ferreira dos Santos. Paracatu, 2012.

95f.

Orientador: Alan Kardec Guimarães Júnior Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em

Administração

1. Recursos Humanos. 2. Treinamento. 3. Administração pública. I. Guimarães Júnior, Alan Kardec. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 35.08:658.3

Lucília Ferreira dos Santos

TREINAMENTO: um estudo de caso no departamento financeiro da Prefeitura

Municipal de Paracatu - MG

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade Tecsoma de Paracatu – Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Alan Kardec Guimarães Júnior (Orientador Teórico) – Faculdade Tecsoma

Geraldo B. B. de Oliveira (Orientador Metodológico) – Faculdade Tecsoma

Fernando Antônio Antunes (Coordenador do Curso) – Faculdade Tecsoma

Professor Convidado

Paracatu, 06 de Julho de 2012.

Dedico este trabalho primeiramente

a Deus, por ter me dado forças para

concluí-lo. Aos meus pais: Antonio

Ferreira dos Santos (in memorian) e

Acatia Aparecida Ferreira Santos (in

memorian) que se estivessem aqui

estariam muito felizes por esta vitória

alcançada.

A Daniel, meu amor, minha vida,

pelos constantes incentivos,

paciência, apoio e dedicação.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me abençoar, proteger e por ter

permitido que eu chegasse até aqui.

A meus pais, que não estão mais presentes, mais se estivesse estariam

partilhando da minha alegria. Nada preenche o vazio que vocês deixaram.

Obrigada.

Agradeço a Daniel, meu amor, que me incentivou a estudar, que me deu

força nos momentos difíceis, que mesmo morando longe, esta sempre perto de

mim dentro do meu coração. Obrigada, meu amor.

Agradeço a Salvador e a Branca, meus sogros, pela constante torcida e

por partilharem da minha alegria. Obrigada.

Agradeço a Núbia, diretora do Departamento Financeiro da Prefeitura

Municipal, onde trabalho, pela compreensão em minhas ausências. Obrigada.

Agradeço ao Flávio, secretário de Fazenda, que também me incentivou

a estudar e me ajudou muitas vezes nos trabalhos acadêmicos. Obrigada.

Agradeço a Renatinha e ao Bruno, pelas constantes caronas para a

faculdade. Obrigada.

Agradeço aos meus colegas, companheiros de muitos trabalhos:

Leidiane, Maria, Rangel e Renatinha. Obrigada.

Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para que

eu pudesse chegar até aqui. A todos muito obrigada.

RESUMO

O presente estudo teve como objetivos: desenvolver uma abordagem sobre o

treinamento bem como dos fatores relacionados ao mesmo tais como:

competência, conhecimento e aprendizagem; apresentar o sistema de

treinamento apresentando a evolução e história do mesmo, discorrer sobre as

diversas conceituações do treinamento enfatizando a importância do mesmo

para as organizações, apresentar os custos incorridos em um programa de

treinamento; relacionar as fases que compõem o treinamento dentro das quais

se podem citar o levantamento, programação, execução e avaliação do mesmo

e abordar sobre a gestão de pessoas nas organizações públicas. O tipo de

pesquisa utilizada foi à observação direta extensiva, utilizando-se para a coleta

de dados um questionário o qual foi aplicado aos quatro funcionários que

compõem o quadro de pessoal efetivo do Departamento Financeiro da

Prefeitura Municipal. Os resultados foram representados através de gráficos e

sugeriram que existe uma carência no desempenho dos servidores sugerindo

que um programa de treinamento habilitaria os mesmos a desenvolverem suas

tarefas com mais eficiência.

Palavras-chave: Treinamento. Gestão de Pessoas. Aprendizagem.

Conhecimento. Competência.

ABSTRACT

The present study aimed to develop an approach to training as well as factors

related to the same such as competence, knowledge and learning, introduce

training system showing the development and history of it, to discuss the

various conceptualizations of training emphasizing its importance for

organizations to present the costs incurred in a training program; relate the

phases comprising the training within which one can cite the survey, planning,

implementation and evaluation of it and address on the management of people

in organizations public. The type of research has been used extensively to

direct observation, using for the data collection a questionnaire which was

applied to the four employees who comprise the staff of the Finance

Department effective City Hall. The results were presented through graphs and

suggested that there is a shortfall in the performance of servers suggesting that

a training program would enable them to develop their tasks more efficiently.

Keywords: Training. People Management. Learning Knowledge. Competence.

LISTA DE FÍGURAS

FIGURA 1 - Organograma .............................................................................. 28

FIGURA 2 – Quatro Modos de Conversão do Conhecimento......................... 33

FIGURA 3 – Ciclo de Aprendizagem proposto por Senge............................... 36

FIGURA 4 – O Processo de Treinamento........................................................ 52

FIGURA 5 – Conceitos de Necessidades de Treinamento ao Nível de Cargo 56

FIGURA 6 – Principais Itens de uma Programação de Treinamento............... 57

FIGURA 7 – Avaliação do Treinamento, Segundo Hamblin............................. 59

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Cronograma ........................................................................... 25

QUADRO 2 – Recursos Humanos ................................................................ 26

QUADRO 3 – Recursos Materiais................................................................. 26

QUADRO 4 – Recursos Financeiros ............................................................ 27

QUADRO 5 – Processo de Desenvolvimento de Competências ................. 31

QUADRO 6 – Diversos Conceitos de Aprendizagem .................................. 34

QUADRO 7 – As Inúmeras Condiçoes da Aprendizagem ............................ 38

QUADRO 8 – Questões Referentes à Transferência da Aprendizagem e o

Treinamento ..........................................................................

40

QUADRO 9 – Cinco Fases na Evolução do Treinamento ........................... 43

QUADRO 10 – Diversos Conceitos de Treinamento .................................... 44

QUADRO 11 – Os Três Níveis de Análise no LNT ...................................... 54

QUADRO 12 – Custos do Projeto ................................................................. 83

QUADRO 13 – Cronograma do Projeto ........................................................ 84

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Tempo de Efetivo Exercício no Departamento Financeiro ..... 70

GRÁFICO 2 - Nível de Escolaridade Exigido para a Função ....................... 70

GRÁFICO 3 - Questionamento das Aptidões e Habilidades na Posse......... 71

GRÁFICO 4 - Dificuldade em Aprender as Tarefas Relacionadas à Função 72

GRÁFICO 5 - Disponibilidade da Equipe em Ensinar as Tarefas................. 72

GRÁFICO 6 - Desempenho das Tarefas Inerentes ao Cargo....................... 73

GRÁFICO 7 - Dificuldades na Execução das Tarefas................................... 73

GRÁFICO 8 - Aprendizado das Tarefas....................................................... 74

GRÁFICO 9 - Compatibilidade das Tarefas com Cargo do Concurso.......... 75

GRÁFICO 10 - Classificação das Tarefas Executadas................................. 75

GRÁFICO 11 – Importância e Aprimoramento de Novos Conhecimentos.... 76

GRÁFICO 12 - Suficiência de Eficácia e Eficiência na Execução das

Tarefas................................................................................. 77

GRÁFICO 13 – Itens Importantes para enriquecer o conhecimento ............ 77

GRÁFICO 14 – Vontade de passar por um programa de treinamento......... 78

GRÁFICO 15 – Resultados obtidos através do programa de treinamento.... 79

LISTA DE ABREVIATURAS

Art. – Artigo

Nº - Número

Coord - Coordenador

Srº - Senhor

Srª - Senhora

LISTA DE SIGLAS

AO – Análise Organizacional

CHA – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas

GC – Gestão do Conhecimento

LC – Lei Complementar

LNT - Levantamento das Necessidades de Treinamento

NF – Nota Fiscal

MG – Minas Gerais

RH – Recursos Humanos

T & D – Treinamento e Desenvolvimento

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….. 15

2 PROJETO MONOGRÁFICO…………………………………………………….. 17

2.1 Título........................................................................................................... 17

2.2 Tema........................................................................................................... 17

2.3 Justificativa................................................................................................ 17

2.4 Problematização........................................................................................ 18

2.5 Hipótese...................................................................................................... 19

2.6 Objetivos.................................................................................................... 19

2.6.1 Objetivos Gerais..................................................................................... 19

2.6.2 Objetivos Específicos............................................................................ 19

2.7 Metodologia................................................................................................ 19

2.8 Referencial Teórico................................................................................... 20

2.9 Resultados Esperados.............................................................................. 24

2.10 Público Alvo............................................................................................. 25

2.11 Local de Realização................................................................................. 25

2.12 Cronograma............................................................................................. 25

2.13 Recursos.................................................................................................. 26

2.13.1 Recursos Humanos.............................................................................. 26

2.13.2 Recursos Materiais.............................................................................. 26

2.13.3 Recursos Financeiros......................................................................... 27

3 DADOS DA EMPRESA.................................................................................. 27

3.1 Razão Social............................................................................................... 27

3.2 Nome Fantasia........................................................................................... 27

3.3 Endereço.................................................................................................... 27

3.4 CNPJ........................................................................................................... 27

3.5 Inscrição Estadual..................................................................................... 28

3.6 Quadro Societário...................................................................................... 28

3.7 Capital Social............................................................................................. 28

3.8 Organograma............................................................................................. 28

4 FATORES RELACIONADOS AO TREINAMENTO....................................... 29

4.1 Gestões da Competência...................................................................... 29

4.2 Conhecimento e sua inter-relação com a Aprendizagem...................... 31

4.3 Aprendizagem Organizacional e sua inter-relação com o Conhecimento. ................................................................................................ 34

4.4 Treinamento e sua inter-relação com a aprendizagem......................... 39

5 SISTEMA DE TREINAMENTO..................................................................... 41

5.1 Evolução e História do Treinamento...................................................... 41

5.2 Conceituações de Treinamento.............................................................. 44

5.3 A importância do Treinamento................................................................. 46

5.4 Custo e Investimento em Treinamento................................................... 49

5.5 Fases do treinamento................................................................................ 51

5.5.1 Levantamento de Necessidades de treinamento……………………… 52

5.5.1.1 Análise Organizacional (AO) ............................................................ 54

5.5.1.2 Análise dos Recursos Humanos........................................................ 55

5.5.1.3 Análise de Operações e Tarefas ……………………………………… 56

5.5.2 Programação do Treinamento……………………………………………. 57

5.5.3 Execução do Treinamento..................................................................... 58

5.5.4 Avaliação dos Resultados do Treinamento…………………………….. 58

6 GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS……………… 60

6.1 Características das Organizações Públicas……………………………... 60

6.2 Formação e o treinamento na Administração Pública………………….. 62

7 ESTUDO DE CASO....................................................................................... 64

7.1 Breve Histórico e Narrativa do Caso....................................................... 65

7.2 Definição dos Fenômenos em estudo e inserção na literatura ou teoria.................................................................................................................67

7.3 Apresentação de Questões de Pesquisa, Objetivos e Hipóteses......... 67

7.4 Delineamento do Estudo e Fonte Pesquisada........................................ 68

7.5 Análise de Dados....................................................................................... 69

8 CONCLUSÃO................................................................................................. 80

8.1 Sugestões e Propostas de Projeto de Treinamento…………………….. 81

8.1.1 Projeto de Treinamento.......................................................................... 81

8.1.2 Nome do Projeto..................................................................................... 82

8.1.3 Objetivo do Projeto................................................................................. 82

8.1.4 Descrição................................................................................................ 82

8.1.5 Custos do Projeto................................................................................... 83

8.1.6 Cronograma do Projeto.......................................................................... 84

8.1.7 Benefícios Esperados............................................................................ 84

8.1.8 Considerações Finais............................................................................. 84

REFERÊNCIAS................................................................................................. 85

APÊNDICE ....................................................................................................... 90

15

1 INTRODUÇÃO

A Administração pública é a ferramenta utilizada pela sociedade para

gerenciar e representar os seus interesses. Os servidores públicos são as peças

fundamentais utilizadas para que haja uma adequada e eficiente administração.

Juntamente com reconhecimento de que são os servidores públicos peças

fundamentais na administração pública é importante reconhecer que os mesmos não

têm sido instruídos de forma adequada em seus ambientes de trabalho.

A falta de informação e um programa de treinamento adequado proporciona

inúmeras dificuldades para o servidor recém contratado, que fica a mercê dos

funcionários veteranos, que nem sempre se dispõem a ensinar como executar as

tarefas, ficando dessa forma o servidor desprovido de assistência e perdido no

ambiente de trabalho, pois para que o servidor público desempenhe de forma eficaz

suas obrigações é preciso que estejam capacitados.

O fato dos servidores terem que executar tarefas que exigem um mínimo de

instrução e capacitação a qual não possuem no ato de sua contratação é o bastante

para deduzir que não existe eficácia no serviço público.

Diante deste quadro existente na administração pública, este trabalho

apresenta como justifica para o seu desenvolvimento, a pretensão de se demonstrar

a necessidade de treinamento dos servidores públicos municipais abordando o

tema: Treinamento para o desenvolvimento de habilidades e capacidades.

O problema apresentado neste estudo é concernente com a atual realidade

no serviço público, onde após passar pelo certame de seleção, o recente servidor é

contratado para onde surja uma vaga, sem nenhum tipo de treinamento para o

desenvolvimento das tarefas. Esta situação leva este estudo ao seguinte

questionamento: O treinamento dos funcionários públicos municipais não deveria ser

uma das prioridades da administração pública?

A hipótese de solução do problema surgiu do fato que a rotatividade de

funcionários na administração pública é muito intensa, principalmente no

departamento financeiro, alvo do estudo. Diante de tal situação sugestiona-se que

os funcionários efetivos que adquiriram curso superior em: Administração, Ciências

Contábeis e Economia possam utilizar dos conhecimentos e habilidades que

possuem para treinar os servidores que já estejam trabalhando, mas que não

conseguem desenvolver com eficácia suas tarefas, ou que venham a ser

contratados ao longo do tempo.

16

Diante do problema exposto o objetivo geral do trabalho é propor um

programa de treinamento, que venha de encontro com as necessidades dos

servidores públicos no que diz respeito à realização das tarefas desde as mais

simples até as mais complexas.

Os objetivos específicos que deverão ser atingidos com a realização deste

trabalho são: a apresentação da atual realidade no serviço público municipal no que

se refere à realização de tarefas, desde as mais simples até as mais complexas,

fazer um levantamento das necessidades de treinamento, apresentação da relação

custo x benefícios de um programa de treinamento, realização de uma pesquisa que

diagnostique os anseios dos funcionários do respectivo setor, quanto à necessidade

de serem treinados para melhor desempenhar suas tarefas e diante de tais

objetivos, espera-se os seguintes resultados: mais habilidade e agilidade na

realização das funções inerentes aos cargos, autonomia na realização das tarefas,

desenvolvimento de habilidades, qualidade no serviço prestado ao público,

expectativa de um ambiente de trabalho totalmente novo, quebra de barreiras e da

morosidade no serviço público, transformação da burocracia em agilidade e

eficiência.

A metodologia utilizada como meio de abordagem de investigação é um

estudo de caso, que tem como objetivo elucidar de maneira mais aprofundada a

situação apresentada neste trabalho.

A revisão da literatura fundamenta-se no fato de que é preciso sair do

conhecimento empírico para se apoiar em elucidação teórica. O embasamento

teórico alicerça-se em autores distintos e com extrema afinidade e interação com o

tema apresentado, dos quais se destacam no presente trabalho: Marras, Minicucci,

Kanaane, Ortigoso, e Chiavenato, além de livros, pretende-se utilizar diversos outros

materiais tais como: monografias, teses, dissertações e artigos publicados na rede

mundial de computadores - a Internet.

17

2 PROJETO MONOGRÁFICO

2.1 Título

Treinamento: um estudo de caso no departamento financeiro da Prefeitura Municipal de Paracatu – MG. .

2.2 Tema

Treinamento para o desenvolvimento de habilidades e capacidades.

2.3 Justificativa

A instituição pública, assim como a privada, é constituída de pessoas que

tentam servir de melhor maneira seus clientes. Cumprir a sua função social é uma

das principais tarefas da instituição pública, ou seja, planejar, organizar, direcionar e

controlar seus processos administrativos em favor dos seus clientes, denominados

clientes-cidadãos. Para que haja sucesso no cumprimento do dever dos servidores

públicos, que se resume em gerenciar o que é de propriedade do cliente-cidadão é

preciso funcionários qualificados e principalmente treinados para enfrentar os

desafios da organização pública. Para desempenhar de maneira excelente as

tarefas do cargo que vai ocupar, as pessoas precisam ser treinadas. (CHIAVENATO,

2004).

Os recém chegados de uma contratação, a qual antes passaram por um

processo de seleção denominado concurso público ou processo seletivo, podem ter

pouca ou nenhuma afinidade com a função para a qual foram contratados, já que o

certame de seleção não exige em muitos cargos o conhecimento ou experiência das

tarefas que serão executadas que vão das mais simples até as mais complexas. No

início podem demonstrar disposição em executar as tarefas com eficiência, mas com

o tempo, vão sendo desmotivados pelo próprio sistema no qual foram inseridos, o de

realizar tarefas mecanicamente, sem o menor entendimento daquilo que está sendo

executado, já que foram ensinados pelos servidores “velhos de casa” que também

foram treinados por outros mecanicamente tornando se com isso um círculo vicioso

de execução das tarefas advindas dos cargos a qual se candidataram, sem

entendimento, eficiência, desenvolvimento etc.

Não é preciso muitos dias na rotina de uma instituição pública, para observar

como a mesma é conduzida. Servidores são contratados ou remanejados de seus

atuais setores, sem o mínimo de treinamento e preparo para o desempenho das

18

tarefas que terão que executar. Para preencher a lacuna existente entre a falta de

exigência de conhecimento ou experiência para a respectiva função na qual se

candidataram no certame público, a instituição pública deveria oferecer como regra,

programa de treinamento para os recém chegados, pois boa vontade e disposição

não são o suficiente em um órgão público. Ter pleno conhecimento daquilo que está

sendo executado é de fundamental importância para executar com desempenho e

eficiência. “Treinamento é o processo de ensinar aos novos empregados as

habilidades básicas que eles necessitam para desempenhar seus cargos.”

(CHIAVENATO, 2004, p.339).

Esse trabalho se justifica na medida em que pretende demonstrar a

necessidade de treinamento dos servidores públicos municipais, com foco no

Departamento Financeiro da Prefeitura Municipal de Paracatu, a qual gerencia as

finanças municipais e necessitam que seus servidores sejam capacitados para

melhor desempenhar as tarefas inerentes as suas funções.

2.4 Problematização

A administração pública municipal vive conflitos diários em relação ao alcance

de seus objetivos organizacionais, que podemos resumir em gerenciar o que

pertence à população, isso se deve a vários fatores entre eles a falta de qualificação

profissional dos servidores públicos municipais.

Os servidores públicos municipais são contratados através de concurso

público ou processo seletivo, onde na maioria dos cargos não se exige qualificações

necessárias para desempenhar tarefas que vão desde as mais simples até as mais

complexas e a administração pública municipal não tem colaborado no sentido de

oferecer meios para facilitar a aprendizagem.

Após passar pelo certame, o funcionário é convocado para uma vaga que

tenha surgido em um determinado setor, sem análise de perfil, afinidades ou

competências necessárias para ocupar o cargo em questão e isso tem provocado

um contínuo processo de erros, desgastes, insatisfação por parte da população que

ao procurar os serviços públicos não é atendida de maneira esperada.

Diante do acima exposto, levanta-se a seguinte questão:

O treinamento dos funcionários públicos municipais não deveria ser uma das

prioridades da administração pública?

19

2.5 Hipótese

Como sugestão para amenizar o problema acima apresentado propõe-se que

a administração pública municipal faça um levantamento de todos os funcionários

efetivos que possuam curso superior em: Ciências Contábeis e Economia e utilize

dos conhecimentos e habilidades destes para oferecer aos servidores que já estejam

trabalhando ou que venham a ser contratados programas de treinamentos de

integração e depois treinamentos contínuos que poderão ser oferecidos individuais

ou em grupo.

2.6 Objetivos

2.6.1 Objetivos Gerais

Propor um programa de treinamento no departamento financeiro da Prefeitura

Municipal.

2.6.2 Objetivos Específicos

1. Apresentar a atual realidade no serviço público municipal no que se refere

à realização de tarefas, desde as mais simples até as mais complexas;

2. Levantamento das necessidades de treinamento;

3. Realizar uma pesquisa, apresentando os anseios dos funcionários do

respectivo setor, quanto à necessidade de serem treinados para melhor

desempenhar suas tarefas.

2.7 Metodologia

Este trabalho iniciou-se a partir da convivência e observações dos problemas

provocados pela falta de treinamento dos funcionários públicos municipais.

A partir daí se fez necessário uma verificação mais aprofundada, e a escolha

do tema foi o primeiro passo para início dos trabalhos.

Foram iniciadas leituras e seleções dos materiais através de pesquisas

bibliográficas para se ter um melhor embasamento do tema aqui proposto. "A

pesquisa bibliográfica é um excelente meio de formação e juntamente com a técnica

de resumo de assunto ou revisão de literatura, constitui geralmente o primeiro passo

de toda pesquisa cientifica." (PINTO, 2010, p.10).

20

O campo de investigação será um dos Departamentos mais complexos da

Prefeitura Municipal: o Departamento de Finanças. Este departamento foi escolhido

pela complexidade das tarefas executadas no mesmo e o público alvo da pesquisa

será os servidores que exercem suas funções nestes departamentos, pois estão

freqüentemente submetidos a prestar esclarecimentos ao Tribunal de Contas de

Minas Gerais, referentes à execução de suas funções que incluem tarefas contábeis

e financeiras.

A pesquisa será censitária, pois abrangerá o total de componentes do

universo que são 4 (Quatro), servidores atingindo assim 100% (cem por cento) dos

componentes do universo pesquisado. Será aplicada a observação direta extensiva,

(MARCONI, LAKATOS, 2006.) utilizando-se a técnica denominada questionário, que

primeiramente deverá ser aprovado pelo professor da disciplina de Estágio

Supervisionado I. O questionário será distribuído aos servidores pela própria autora

do projeto e as respostas obtidas servirão de base para comprovações ou não do

problema aqui apresentado.

A escolha do questionário como a técnica para coleta de dados ou

informações se deve a algumas vantagens apresentadas pelo mesmo tais como:

Obtém respostas mais rápidas e mais precisas, há mais tempo para responder e em

hora mais favorável, economiza pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho

de campo etc. (MARCONI, LAKATOS, 2006, p. 203-204).

Será elaborada uma planilha eletrônica a partir dos resultados obtidos,

juntamente com a confecção de um gráfico que dará suporte para análise com maior

clareza, e a partir destas informações que poderão ser tratadas como ferramentas

informativas poderá se ter embasamento para elaboração de sugestões de

implantação de um programa de treinamento.

2.8 Referencial Teórico

Entende-se que treinamento visa à preparação e o aperfeiçoamento do ser

humano para se tornar um profissional que atende as necessidades da organização

e é essencial para melhorar e desenvolver o funcionário para melhor desempenhar

suas funções. “Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo,

que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes

relacionadas diretamente à execução de tarefas ou á sua otimização no trabalho.”

(MARRAS, 2002, p.145).

21

De acordo com Chiavenato (2002, p.497) “Treinamento é o processo

educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através

do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de

objetivos definidos.” È importante lembrar que existe diferença entre o treinamento e

o desenvolvimento de pessoas, segundo Chiavenato (2004, p.339) “Embora os seus

métodos sejam similares para afetar a aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é

diferente.”

O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e capacidades relacionadas com desempenho imediato do cargo. O desenvolvimento de pessoas focaliza em geral os cargos a serem ocupados futuramente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. (CHIAVENATO, 2004, p.339).

Segundo Marras (2002, p.145) “O treinamento produz um estado de mudança

no conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA) de cada trabalhador,

uma vez que implementa ou modifica a bagagem particular de cada um. Chiavenato

(2002, p.499) cita que “treinamento é o ato intencional de fornecer os meios para

possibilitar a aprendizagem.”

Ainda de acordo com Chiavenato (2004, p.340) pode-se ter o treinamento por

competências. “O treinamento por competências se baseia em um prévio

mapeamento das competências essenciais necessárias ao sucesso organizacional.”

Chiavenato (2002) cita os principais objetivos do treinamento.

1. Preparar o pessoal para execução imediata das diversas tarefas do cargo;

2. Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas também para outras funções para as quais a pessoa pode ser considerada;

3. Mudar a atitude das pessoas, seja para criar um clima satisfatório entre empregados, aumentar-lhes a motivação e torná-las mais receptivas às

técnicas de supervisão e gerência. (CHIAVENATO, 2002, p. 498).

Chiavenato (2002, p.500) enumera a seqüência das etapas de treinamento:

“1. Levantamento das necessidades de treinamento. 2 Programação de treinamento

para atender às necessidades. 3. Implementação e execução. 4. Avaliação dos

resultados.”

Quanto ao levantamento de necessidade de treinamento Marras (2002, p.152)

conceitua “o LNT engloba a pesquisa e a respectiva análise pela qual se detecta o

conjunto de carências cognitivas e inexperiências relativas ao trabalho existentes

22

entre o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes do individuo e as

exigências do perfil do cargo.”

Ainda de acordo com Marras (2002, p.152) “O LNT é o primeiro passo no

processo do sistema de T&D. Dele partem as demais ações do „que‟ e „como‟ fazer e

é por seu intermédio que se conhecem e ajustam as carências existentes entre o

que a empresa necessita e o que os trabalhadores têm a oferecer.”

Marras (2002, p.152) diagnóstica carências em dois diferentes cenários:

“cenário reativo e cenário prospectivo.”

Cenário reativo: representa situações em que a necessidade „já está presente‟, ocasionando problemas reais. Cenário prospectivo: no cenário prospectivo o treinamento age com vistas ao atingimento de metas e objetivos futuros, antecipando-se às mudanças previstas. (MARRAS, 2002, p.152).

Quanto aos métodos para realizar o LNT Chiavenato (2004, p.345) cita que:

“o levantamento de necessidades de treinamento pode ser feito em quatro níveis de

análise.”

Análise organizacional - A partir do diagnóstico de toda a organização, para verificar os aspectos da missão, da visão e dos objetivos estratégicos que o treinamento deve atender. Análise dos recursos humanos - A partir do perfil das pessoas, determinar quais os comportamentos, atitudes, conhecimentos e competências necessários, para que as pessoas possam contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos da organização. Análise da estrutura de cargos - A partir do exame dos requisitos e especificações dos cargos quais são as habilidades, destrezas e competências que as pessoas deverão desenvolver para desempenhar adequadamente os cargos. (CHIAVENATO,2004, p.345).

Chiavenato (2004, p.347) aborda que “o desenho do programa de treinamento

é a segunda etapa do processo.” O autor cita ainda que: “Desde que as

necessidades de treinamento foram diagnosticadas e localizadas, torna-se

necessário reunir o atendimento a essas necessidades em um programa integrado e

coeso”. Ainda de acordo com Chiavenato (2004, p. 347) “Programar o treinamento

significa definir seis ingredientes básicos: quem deve ser treinado, como deve ser

treinado, em que, por quem, onde e quando, a fim de atingir os objetivos do

treinamento.”

Marras (2002, p. 157) define a terceira etapa como execução do treinamento.

“A execução é a aplicação prática daquilo que foi planejado e programado para

suprir as necessidades de aprendizagem detectadas na organização.”

23

Chiavenato (2002, p.514) cita que: “A execução do treinamento pressupõe o

binômio: instrutor x aprendiz.”

Os aprendizes são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa e que necessitam aprender ou melhorar seus conhecimentos sobre alguma atividade ou trabalho. Os instrutores são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa, experientes ou especializados em determinada atividade ou trabalho e que transmitem seus conhecimentos aos aprendizes. (CHIAVENATO, 2002, p. 514).

Ainda de acordo com Chiavenato (2002, p.514) “o treinamento pressupõe

uma relação de instrução x aprendizagem. Instrução é o ensino organizado de certa

atividade. Aprendizagem é a incorporação daquilo que foi instruído ao

comportamento do indivíduo.”

Segundo Chiavenato (2004, p.350) “As técnicas para desenvolver habilidades

em programas de treinamento são divididas em duas categorias: Treinamento no

cargo e treinamento em classe.”

Treinamento no cargo. É uma técnica de treinamento que ministra informação, conhecimento e experiência relacionados ao cargo. Pode incluir condução, rotação de cargos e atribuição de projetos especiais. A condução representa uma apreciação crítica a respeito de como a pessoas está desempenhando o seu cargo. A rotação de cargos envolve a movimentação de uma pessoa de um cargo para outro a fim de obter melhor compreensão da organização como um todo. Técnicas de classe. As técnicas de classe utilizam sala de aula e instrutor para desenvolver habilidades, conhecimentos e experiências relacionadas com o cargo. (CHIAVENATO, 2004, p.350).

A última etapa do processo de treinamento é a avaliação do treinamento.

Marras (2002, p.159) comenta que a avaliação do programa de treinamento “Tem

por finalidade aferir os resultados conseguidos comparativamente àquilo que foi

planejado e esperado pela organização.”

De acordo Chiavenato (2002, p.515-516) “A avaliação deve considerar dois

aspectos: Verificar se o treinamento produziu as modificações desejadas no

comportamento dos empregados, e verificar se os resultados do treinamento

apresentam relação com o alcance das metas da empresa.”

É preciso avaliar se o programa de treinamento atende as necessidades pela

quais ele foi programado. Chiavenato (2004, p.353) faz uma abordagem da

avaliação do programa de treinamento:

Como os programas de treinamento representam um investimento em custo – os custos incluem materiais, tempo do instrutor, perdas de produção enquanto os indivíduos estão sendo treinados e não desempenhando seus

24

cargos – requer-se um retorno razoável desse investimento. Basicamente, deve-se avaliar se o programa de treinamento atende às necessidades para as quais foi desenhado. Respostas às questões a seguir podem ajudar a determinar a eficácia do programa de treinamento: As rejeições e refugos foram eliminados? As barreiras foram removidas? Os custos de trabalho por unidade diminuíram? As pessoas se tornaram mais produtivas e felizes? A organização alcançou seus objetivos estratégicos e táticos? Se a resposta às questões for positiva, o programa de treinamento foi bem sucedido. Se for negativa, o programa de treinamento não atingiu seus objetivos e o seu esforço ficou inválido e sem efeito. (CHIAVENATO, 2004, p.353).

Ainda de acordo com Chiavenato (2004, p.353) “O importante é fixar os

objetivos propostos para o treinamento e, em função deles, avaliar seus resultados.”

Percebe-se então que avaliar os resultados de um programa de treinamento e

comparar as atividades que são realizadas antes e depois do treinamento. Para que

haja um resultado positivo deve-se ter uma correta execução de todas as etapas do

treinamento.

A organização deve buscar meios de avaliar os seus processos de

treinamento. Marras (2002, p. 161) comentam alguns indicativos que poderão servir

como avaliação do processo de treinamento escolhido: “aumento da produtividade,

melhorias na qualidade dos resultados, [...] otimização da eficiência, otimização da

eficácia, modificação percebida das atitudes e comportamentos, [...] aumento das

habilidades, [...] aumento da motivação pessoal [...].”

Pode-se perceber que após a realização de um programa de treinamento, o

funcionário pode se tornar mais produtivo e motivado, como também poderá se

tornar mais eficiente e eficaz, tendo maior consciência de seu papel dentro da

organização e com a modificação de seu comportamento poderá fazer utilização de

seus novos conhecimentos e habilidades para o crescimento e evolução da

organização.

2.9 Resultados Esperados

Espera-se com a realização de um programa de treinamento e

desenvolvimento os seguintes resultados:

1. Mais habilidade e agilidade na realização das funções inerentes aos

cargos;

2. Autonomia na realização das tarefas;

3. Desenvolvimento de habilidades;

4. Qualidade no serviço prestado ao público;

5. Expectativa de um ambiente de trabalho totalmente novo;

25

6. Quebra de barreiras e da morosidade no serviço público;

7. Transformação da burocracia em agilidade e eficiência.

2.10 Público Alvo

O público alvo será os servidores públicos municipais integrantes do

Departamento de Finanças da Prefeitura Municipal de Paracatu.

2.11 Local de Realização

O local de realização será no Departamento de Finanças da Prefeitura

Municipal de Paracatu.

2.12 Cronograma

Quadro 1 - Cronograma

Etapas

2011 2012

Meses Meses

8 9 10 11 12 2 3 4 5 6

Escolha do Tema X

Levantamento de Material bibliográfico

X X X X X X X X X

Leitura e Seleção X X X X X X X X X

Início do Projeto X

Desenvolvimento do Projeto

X X X X X X X X X

Aplicação do Questionário X X

Apuração dos Resultados X

Análise dos Resultados X

Propor Implantação do Programa de Treinamento

(conforme resultados apurados na pesquisa)

X

Elaboração da Conclusão e Considerações Finais

X

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X

Entrega Final X

Fonte: Elaborado pela autora, 2011

26

2.13 Recursos

2.13.1 Recursos Humanos

Quadro 2 - Recursos Humanos

Nome Participação no Projeto

Grau de Participação

Lucília Ferreira dos Santos Acadêmica Autora do Projeto

Fernando Antonio Antunes Professor Orientador Teórico

Geraldo B. Batista Professor Orientador

Metodológico

Núbia Morais Moura Praça Diretora do

Departamento Financeiro

Supervisão do Projeto junto ao Departamento

Financeiro

Fonte: Elaborado pela autora, 2011

2.13.2 Recursos Materiais

Quadro 3 – Recursos Materiais

Quantidade Descrição

1 Pacote de papel A4 com 500 folhas

2 Canetas

3 Recargas de Cartucho

1 Computador

1 Impressora

1 Pasta com elástico

Fonte: Elaborado pela autora, 2011

27

2.13.3 Recursos Financeiros

Quadro 4 - Recursos Financeiros

Quantidade Descrição Valor Unitário

Valor Total

1 Pacote de papel A4 com 500 folhas 10,90 10,90

2 Canetas 1,70 3,40

3 Recargas de Cartucho 20,00 60,00

1 Pasta com elástico 2,40 2,40

TOTAL 35,00 76,70

Fonte: Elaborado pela autora, 2011

3 DADOS DA EMPRESA

3.1 Razão Social

Prefeitura Municipal de Paracatu – MG3

3.2 Nome Fantasia

Paracatu Prefeitura Gabinete do Prefeito

3.3 Endereço

Avenida Olegário Maciel, Nº 166, Centro. Paracatu – MG

3.4 CNPJ

18.278.051.0001-45

28

3.5 Inscrição Estadual

Isento

3.6 Quadro Societário

Não se aplica

3.7 Capital Social

Não se aplica

3.8 Organograma

Figura 1: Organograma

Fonte: Elaborado pela autora, 2011

29

4 FATORES RELACIONADOS AO TREINAMENTO

As organizações necessitam de pessoas que desempenhem eficientemente

as funções inerentes aos seus cargos.

Propiciar oportunidades de aprendizagem e conhecimento é essencial, para

se criar melhores condições de trabalho e satisfação, tanto do trabalhador como da

organização.

A seção que se segue, abordará a revisão bibliográfica sobre Treinamento,

explanando a importância do mesmo dentro da organização, bem como os fatores

relacionados ao treinamento organizacional.

4.1 Gestões da Competência

A palavra competência possui muitas definições e muitas delas estão ligadas

ao conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que permitem a organização e

seus colaboradores desempenhar com eficiência suas tarefas.

Conforme evidencia Rabaglio citado por Soares e Andrade (2002, p.485) a

“competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e

comportamentos que permitem ao indivíduo desempenhar com eficácia

determinadas tarefas. Nesta mesma linha de pensamento explanando sobre o

conjunto que compõe a competência Boog (1980, p.31) diz que as "Competências

devem ser entendidas como sendo o conjunto de três tipos de qualificações:

Conhecimentos - as coisas que as pessoas precisam saber, Habilidades- as coisas

que as pessoas precisam saber fazer, Comportamentos - são as maneiras de portar

das pessoas." Percebe-se para a organização ser competente ela precisa de

colaboradores que saibam desenvolver suas tarefas, como desenvolve-las e como

se portarem na organização.

Sabe-se que para que as pessoas desempenhem eficientemente seu papel

na organização e preciso que elas absorvam conhecimentos e utilizem-os

juntamente com habilidades e atitudes, desta forma a competência deve ser utilizada

como um conjunto de recursos.

As organizações têm o papel de facilitar o conhecimento, evidenciando a

importância do mesmo para os colaboradores. Investir no aprendizado dos

colaboradores se constitui em ativo que retorna para a organização em forma de

produtividade, comprometimento e satisfação.

A organização comprometida com a excelência nos seus processos, busca

investir nos seus colaboradores e ajudá-los a melhorar e desenvolver em si os

30

componentes da competência. Pois de acordo com Guedine (2009) a construção

de competências é o processo, através do qual uma organização cria novos tipos de

recursos ou desenvolve novas habilidades para coordenar ou desenvolver recursos

já existentes.

A organização pode também estudar as competências que já possui. No

raciocínio de Reichel (2008, p. 32) “Isso ira revelar uma lacuna de competências,

sendo onde a empresa deve planejar seu treinamento [...]. o preenchimento da

lacuna pode envolver desenvolvimento e avaliação de competências, [...]

treinamento e desenvolvimento e gestão de carreira.”

Para Rocha (2008), nesta linha de pensamento a organização que faz um

levantamento das competências que possui terá mais facilidade em implantar

melhorias e os programas de treinamento serão cada vez mais eficazes gerando

dessa forma recursos novos para a organização.

Os recursos gerados deverão ser usados como fonte para geração de novas

competências e manutenção das existentes como forma de agregar valor a

organização. Takahashi e Fischer (2009, p. 329) corroboram dizendo que a

“Competência está relacionada, portanto, à capacidade de combinar e mobilizar

adequadamente recursos (de forma apropriada ao evento) e não apenas à

manutenção de uma vasta gama de conhecimentos e habilidades.”

A organização que investe em seus colaboradores passa a ter recursos que

contribuíram com mais eficiência e eficácia na mesma e passarão a constituir o

capital intelectual da empresa conforme evidencia Reichel (2008) para ele pode se

entender de uma forma resumida que as competências operantes na empresa, de

uma forma organizada e sistematizada, constituem-se no capital intelectual da

organização.

Alguns autores manifestam relação entre competência e aprendizagem.

Selznick citado por Takanashi e Fischer (2009, p.328) evidencia que “devido à

contínua aprendizagem organizacional, a empresa tem uma característica especial,

isso significa que ela se torna peculiarmente competente (ou incompetente) para

fazer um tipo particular de trabalho”.

Nesta mesma linha de pensamento os autores citam ainda Week

enfatizando que “O resultado da aprendizagem é o desenvolvimento de

competências organizacionais ou a aquisição de uma nova competência. (WEEK

apud TAKAHASHI E FISCHER, 2009, p.328).

Percebe-se que há uma forte relação entre aprendizagem organizacional e

competência organizacional, através do processo de aprendizagem é possível

31

adquirir competências e desenvolver as que já se possui e isso trará para

organização vantagens difíceis de imitar conforme raciocínio de Vasconcelos e

Mascarenhas citando Júnior, (2004, p.43) “uma competência é o resultado de um

processo histórico particular de aprendizagem coletiva da organização, por meio do

qual podem consolidar-se comportamentos únicos à organização, de difícil imitação.”

Le Boterf citado por Fleury e Fleury (2007, p. 40) propõe o desenvolvimento

de competências conforme demonstra o quadro nº 5 a seguir:

Quadro 5 - Processo de Desenvolvimento de Competências

Tipo Função Como Desenvolver

Conhecimento

Teórico

Entendimento,

Interpretação

Educação formal e

continuadas

Conhecimento sobre

os procedimentos

Saber como proceder Educação formal e

experiência

profissional

Conhecimento

empírico

Saber como Fazer Experiência

profissional

Conhecimento

Social

Saber como comportar Experiência Social e

profissional

Conhecimento

Cognitivo

Saber como lidar com a

informação, saber como

aprender

Educação formal e

continuada, e

experiência social e

profissional.

Fonte: Le Boterf apud Fleury e Fleury, 2007

“Observa-se, assim, a conjugação de situações de aprendizagem que podem

propiciar a transformação do conhecimento em competência. (Fleury e Fleury, 2007,

p. 41).

4.2 Conhecimento e sua inter-relação com a Aprendizagem

A gestão do conhecimento esta relacionada ao desenvolvimento humano e

organizacional. Esta relacionado ao processo de aprendizagem, disseminando o

conhecimento e tem como objetivo o desenvolvimento organizacional.

32

As organizações necessitam cada vez mais de pessoas capacitadas e

dispostas a aprender. O conhecimento é essencial para que o colaborador contribua

de maneira eficiente para alcançar os objetivos organizacionais.

A organização que possui colaboradores que compreendem a importância do

compartilhamento do conhecimento e que são propícios a aprendizagem está em

vantagem no mercado.

Portanto a empresa precisa apurar o conhecimento existente e usá-lo em seu

favor, pois a empresa é o meio onde o conhecimento é evidenciado e pode ser

disseminado.

A GC está relacionada ao compartilhamento do conhecimento, em sua

criação e uso, com a finalidade de agregar valor à organização.

O conhecimento precisa ser compartilhado entre a organização e os

funcionários e entre estes. Além de se compartilhar o conhecimento é preciso que

este seja aplicado na prática nas situações do dia-a-dia para que possa produzir

benefícios visíveis.

No raciocínio de Benossi (2009) para se compartilhar o conhecimento é

necessário que este esteja amplamente formalizado e organizado, para que se

tenha eficácia ao utilizá-lo.

Ainda de acordo com o autor nesta mesma linha de pensamento a GC é um

desafio da empresa para transformar o conhecimento existente no plano de idéias

para o conhecimento aplicado no plano de ações.

No entanto para que o conhecimento seja compartilhado e usado na prática

são necessários meios para que isto aconteça, utilizando-se mecanismos que

facilitem a transferência do mesmo.

De acordo com França (2002) a disseminação do conhecimento ocorre por

diversos processos:

Comunicação e circulação de conhecimentos: o conhecimento precisa circular rápida e eficientemente pela organização. Treinamento: talvez seja a forma mais corriqueira de pensar o processo de aprendizagem e disseminação de novas competências. Rotação de pessoas: por áreas, unidades, posições na empresa, de forma a vivenciar novas situações de trabalho e compreender a contribuição das diferentes posições para o sistema-empresa. Trabalho em equipes diversas: a interação com pessoas de background cultural diferente – em termos de origem, formação ou experiência profissional – propicia a disseminação de idéias e o surgimento de propostas e soluções para os problemas. (FRANÇA et al., 2002, p. 143-144).

33

O conhecimento é uma fonte de recursos que deve ser administrado para

desenvolver habilidades, capacidades entre os colaboradores, enriquecendo desta

forma o capital humano da empresa. A empresa é o local onde esta inserido um

conjunto de conhecimento, sendo vista como de acordo com Fleury et al (2001)

como um estoque de conhecimento que consiste basicamente em como a

informação é codificada e disponibilizada para aplicação, assim como no

conhecimento relacionado à coordenação das ações na organização.

A prática da gestão do conhecimento na empresa melhora o desempenho na

mesma, sendo um processo de aprendizagem organizacional conforme França et al

(2002, p. 137) “Gerar e transferir conhecimento na empresa é sempre um processo

de aprendizagem organizacional sobre o qual ela, a empresa, também pode e deve

ter influência.”

Kogut e Zander citados por Fleury e outros (2001, p. 132) completam dizendo

que “A criação de conhecimento não ocorre abstraindo-se das habilidades atuais. E

mais ainda, aprendizagem nova, como inovações, são produtos das competências

integradoras das empresas em gerar novas aplicações a partir do conhecimento

existente.”

De acordo com França e outros (2002) “é possível distinguir dois tipos de

conhecimento: o explícito e o tácito.” Conforme demonstra a figura nº 3 a seguir:

Figura 2 - Quatro Modos de Conversão do Conhecimento

Fonte: Adaptado de França, 2002.

Nonaka citado por Fleury e outros (2001) discorre sobre os dois tipos de

conhecimento: “O conhecimento explícito ou codificado, refere-se ao conhecimento

Conhecimento

Tácito

Conhecimento

Tácito

Conhecimento

Explícito

Conhecimento

Explícito

Socialização

Externalização

oo

Internalizarão Combinação

34

que é transmissível em linguagem formal, sistemática, enquanto o conhecimento

tácito possui uma qualidade pessoal, o que o faz mais difícil de formalizar e

comunicar.”

Fleury e outros (2001) explicam cada um dos tipos de conversão do

conhecimento:

Socialização - é a conversão que surge da interação do conhecimento tácito entre indivíduos, principalmente por meio da observação, da imitação e da prática, e a chave para adquirir conhecimento dessa forma é a experiência compartilhada. Combinação - é uma forma de conversão do conhecimento que envolve diferentes conjuntos de conhecimento explícito controlado por indivíduos e o mecanismo de troca pode ser reuniões, conversas por telefone e sistemas de computadores, e torna possível a reconfiguração da informação existente, levando ao novo conhecimento. Internalização - é a conversão de conhecimento explicito em conhecimento tácito, no qual os autores identificam alguma similaridade com a noção de “aprendizagem”, e Externalização - é a conversão do conhecimento explícito, apesar de este não ser um conceito bem desenvolvido, segundo entendimento dos autores. (FLEURY e OUTROS, 2001, p. 148).

4.3 Aprendizagem Organizacional e sua inter-relação com o Conhecimento.

A aprendizagem e essencial para gerar o efeito desejado da GC, como foi

evidenciado o conhecimento precisa ser compartilhado e não basta a aquisição e

disseminação do conhecimento se este não gerar uma modificação na organização,

e esta modificação pressupõem a aprendizagem.

A capacidade de aprender é um processo onde se passa de uma posição

onde se esta ignorante para uma posição onde se tem instrução.

Sabe-se que para o individuo dizer que sabe alguma coisa é preciso que

aprenda e retenha o que aprendeu. Conforme o raciocínio Sabbag citado por

Benossi (2009, p. 50) “Aprender é apreender e reter os conhecimentos para que não

se desvaneçam [...] para aprender é necessário ter algum conhecimento prévio que

se confronta com o novo conhecimento em fase de geração.”

O quadro nº 6 a seguir aborda um conjunto de definições de aprendizagem

ofertadas por vários autores:

Quadro 6 – Diversos Conceitos de Aprendizagem (Continua)

Argyris e Shön (1978)

Aprendizagem organizacional é o processo de detectar e

corrigir erros.

35

Quadro 6 – Diversos Conceitos de Aprendizagem (Conclusão)

Shrivastava (1983)

Aprendizagem organizacional envolve o processo através do qual a base de conhecimento organizacional é desenvolvida e delineada

Fiol e Lyles (1985)

Aprendizagem organizacional é o processo de melhorar as ações através de aumento do conhecimento e da compreensão.

Swieringa e Wierdsma (1992)

O termo aprendizagem organizacional significa a mudança do comportamento organizacional.

Slater e Narver (1994)

Aprendizagem organizacional, em termos básicos, se refere ao desenvolvimento de novo conhecimento ou insights que têm o potencial para influenciar o comportamento.

BiBella et al. (1996)

Aprendizagem organizacional é a capacidade (ou processo) em uma organização que mantém ou aumenta o desempenho baseado na experiência. O conceito incluía aquisição, o compartilhamento e a utilização do conhecimento.

Fonte: adaptado de Steil, 2002

Uma das primeiras vezes que a aprendizagem organizacional foi discutida foi

em 1993 por Nolan et al. Para ele para que uma organização tivesse êxito ao traçar

objetivos e metas para o futuro, era imprescindível o desenvolvimento e implantação

de programas que permitissem o aprendizado de maneira eficiente e constante.

Também defendiam a idéia de que o processo de aprendizagem

organizacional quando bem planejado e transmitido, provocava nas pessoas a

motivação em trabalhar e aprender cada vez mais.

Garvin citado por Bruni, Turroni e Stano (2005, p.193) nesta mesma linha de

pensamento, declara que “atividades relacionadas à aprendizagem conduzem as

empresas a um patamar mais elevado no nível de inteligência.” Pode-se concluir que

a organização mais inteligente, ou seja, seus colaboradores munidos de

conhecimento estará à frente.

Compreender que as pessoas são os ativos da empresa, identificando e

explorando suas diversidades é um desafio a ser enfrentado, se quiser identificar a

competência, potencial e a contribuição que os recursos intangíveis podem oferecer

para o sucesso das organizações. Dentre os fatores que procedem à maximização

dos recursos humanos, a aprendizagem organizacional e a administração do

conhecimento se destacam como imprescindíveis.

Mas para que a aprendizagem se torne real na organização e preciso que

aconteça a promoção da recuperação do conhecimento individual e organizacional.

36

A organização deve investigar meios para encontrar formas pelas quais o

conhecimento pode ser ofertado aos colaboradores de maneira a vir atender os

objetivos organizacionais.

Ruas, Antonello e Boff (2005, p.27) dizem “A aprendizagem é um processo

de aquisição de novos conhecimentos [...] é um processo contínuo de apropriação e

geração de novos conhecimentos nos níveis individual, grupal e organizacional [...].”

Neste mesmo pensamento Senge citado por França e Outros (2002, p. 136)

apresenta a aprendizagem também como um processo representado por ciclo

contínuo, composto de três elementos: aptidões e habilidades, conhecimentos e

sensibilidades, atitudes e crenças. Conforme demonstra a figura nº 4 a seguir:

Figura 3 – Ciclo de aprendizagem proposto por Senge

Fonte: Senger apud França e Outros, 2002

Adquirir novos conhecimentos é uma das bases da aprendizagem, no entanto

para que a aprendizagem organizacional seja precedida de sucesso, o

conhecimento deve estar sempre sendo renovado, com novas aquisições e

assimilações do mesmo. Chiavenato (1999, p. 63) confirma dizendo que a

“Aprendizagem é o processo pelo qual as pessoas adquirem conhecimento sobre

seu meio ambiente e suas relações durante o próprio tempo de vida.”

Para Probst, Raub e Romhardt (2000, p.30) a aprendizagem não é somente

adquirir e assimilar novos conhecimentos, ela consiste também em mudanças neste,

conforme relatam: “A aprendizagem organizacional consiste em mudanças na base

do conhecimento da organização, na criação de estruturas coletivas de referência e

no crescimento da competência da organização para agir e resolver problemas”.

Aptidões e Habilidades atitudes e crença

Conhecimentos e

Sensibilidades

37

Takahashi e Fischer (2009, p.328) completam dizendo que “O resultado da

aprendizagem organizacional se traduz pela produção de uma nova competência:

uma habilidade de aplicar novos conhecimentos para melhorar o desempenho de

uma atividade, rotina ou processo adotado por determinada organização.”

Minicucci (1995, p.184) concorda com a aprendizagem como um processo de

mudança, mas no comportamento, evidenciando que a aprendizagem é um

processo onde ocorre a mudança ou reformulação do comportamento através da

prática ou experiência.

Chiavenato (1999, p.63) concorda que a aprendizagem é uma mudança do

comportamento corroborando que “Aprendizagem é uma mudança ou alteração

permanente no comportamento em função da experiência passada de cada

individuo [...] afeta poderosamente a maneira pela qual uma pessoa pensa, sente e

age, bem como suas crenças, valores e objetivos pessoais.”

No entanto para França et al. (2002, p. 134) a aprendizagem é entendida

como um processo de mudança, porém que pode ou não produzir mudança no

comportamento: “A aprendizagem pode ser entendida como um processo de

mudança provocado por estímulos diversos e mediado por emoções que podem ou

não produzir mudança no comportamento da pessoa.”

Os avanços tecnológicos, a constante competitividade das organizações

atuais contribuem para a constante busca em aprender. Os colaboradores das

organizações devem se comprometer com a aprendizagem, pois por meio dela se

pode tornar mais eficiente, produtivo, inovador e indispensável para a organização.

Senge citado por França et al. (2002, p. 135) comenta que: “o ser humano

vem ao mundo motivado a aprender, explorar e experimentar.” Portanto precisa de

incentivos para que isso aconteça.

Se produzir, competir é almejado pela maioria das organizações, estas,

precisam investir cada vez mais em aprendizagem e usá-la como meio para

desenvolvimento e aperfeiçoamento do seu capital humano. Conforme evidencia

Ghoshal citado por Fleury e outros (2001) ao dizer “[...] a diversidade cria o potencial

para a aprendizagem, a organização deve considerar a aprendizagem como um

objetivo explícito, e deve criar mecanismos e sistemas para tal aprendizagem

ocorrer.”

A aprendizagem é um complexo processo influenciado por inúmeras

condições:

38

Quadro 7 – As Inúmeras Condições da Aprendizagem

A aprendizagem

obedece à lei do efeito

A pessoa tende a manter um comportamento que elas percebe ser recompensador ou que produz algum efeito e tende a descontinuar um comportamento que não lhe traz recompensa alguma. “[...] a recompensa afeta a aprendizagem, reforçando-a positivamente.”

A aprendizagem

obedece à lei do

estímulo:

Os estímulos, incentivos ou recompensas são

importantes na aprendizagem. “[...] A recompensa estimula a aprendizagem. Se a recompensa é grande, a aprendizagem tende a ser mais rápida e efetiva. Mas se a recompensa é pequena, ela não consegue atrair e reter a atenção da pessoa”.

A aprendizagem

obedece à lei da

intensidade:

A intensidade dos exercícios e das práticas determina a aprendizagem. Se o exercícios, treinos e práticas forem intensos, a aprendizagem tende a ser mais rápida e efetiva. Mas se a intensidade da prática for pequena, ou se aprendizagem for muito superficial e rápida, a pessoa não conseguirá reter aquilo que aprender.

A aprendizagem

obedece à lei da

freqüência:

A freqüência das práticas e exercícios tende a servir de reforço a aprendizagem.

A aprendizagem

obedece à lei da

recentidade

O espaço de tempo entre a aprendizagem e o desempenho é muito importante. Se as práticas e exercícios não são freqüentes, a aprendizagem cede lugar ao esquecimento. Para aprender e manter o novo comportamento, a pessoas precisa exercitá-lo com freqüência e constância, para haver recentidade entre o aprendido e o efetivo desempenho.

A aprendizagem

obedece à lei do

descongelamento

Quase sempre aprender algo novo significa esquecer algo velho. Sempre ocorre alguma dificuldade de desaprender velhos padrões de comportamento que deverão ser substituídos e que conflitam com os novos padrões. São necessários três condições para que essa substituição possa ocorrer: operação diferente, tempo e novo ambiente

A aprendizagem

obedece à lei da

complexidade

crescente:

A aprendizagem é afetada pelo esforço exigido para produzir a resposta. Algumas respostas são muito mais difíceis e complexas do que outras. Se uma pessoa precisa aprender tarefas complexas, o processo de aprendizagem dever começar pelos aspectos mais simples, mais imediatos e mais concretos e paulatinamente, caminhas para os aspectos mais complexos, mediatos e abstratos.

Fonte: Adaptado de Chiavenato, 1999

39

4.4 Treinamento e sua inter-relação com a aprendizagem

“Alcança-se a aprendizagem por meio de uma multiplicidade de métodos

alguns deles, geralmente descritos como treinamento ou formação são

intencionalmente elaborados para fazer com que alguém possa aprender por meio

deles [...].” (Alan Mumford, 1995, p.27).

Analisando a afirmação de Mumford e evidenciando o conceito de Ruas,

Antonelo e Boff (2005) que mostra a aprendizagem como processo para aquisição

de novos conhecimentos e Marras (2001) enuncia que treinamento objetiva repassar

ou reciclar conhecimento e habilidades pode-se deduzir que o treinamento pode ser

utilizado como ferramenta para repassar conhecimentos e provocar mudanças no

capital humano da organização.

O treinamento pode ser visto como uma ferramenta capaz de despertar

habilidades, conhecimentos e aprendizagem nas pessoas. Conforme Chiavenato

(2004) pode ainda torná-las mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de

contribui melhor para os objetivos organizacionais.

O treinamento incentiva a aprendizagem, melhorando as competências

organizacionais e individuais. Sendo talvez de acordo com França (2002) a forma

mais corriqueira de pensar o processo de aprendizagem e disseminação de novas

competências.

Chiavenato (2004, p.156) corrobora esta afirmação ao dizer que o

“treinamento é o ato intencional de oferecer os meios para proporcionar a

aprendizagem. Aprendizagem é uma mudança no comportamento humano

decorrente de novos conhecimentos, novas habilidades, novas atitudes e novos

conceitos”.

Em outra definição Chiavenato (1994, p.102) diz que “o treinamento envolve

a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a

aspectos da organização, da tarefa e do ambiente e desenvolvimento de

habilidades.”

Pode-se perceber de acordo a essa definição que o treinamento vai além de

somente a aprender algo, converte-se em um ato que fornece bases para que o

indivíduo aumente sua capacidade em aprender e busque novos conhecimentos.

Fica evidente que o treinamento fornece meios para propiciar não somente o

conhecimento, mas também a aprendizagem.

Portanto propiciar aos colaboradores um programa de aprendizado parece

constituir-se no principal objetivo na realização de um programa de treinamento.

40

Segundo Chiavenato (1999, p. 26) “[...] o treinamento pressupõe uma relação

de instrução x aprendizagem. Instrução é o ensino organizado de certa tarefa ou

atividade. Aprendizagem é a incorporação daquilo que foi instruído ao

comportamento do individuo.”

Wexley citado por Inocente (2006, p. 53) conceitua treinamento como “o

esforço planejado da organização para facilitar a aprendizagem de comportamentos

orientados para o trabalho.”

Conforme este conceito pode-se concluir que a organização deve se planejar

e se esforçar para oferecer treinamento aos seus colaboradores como forma de

propiciar aprendizagem.

Carvalho citado por Boog (1980) afirma que:

Usando métodos mais ou menos sistemáticos, treinamento significa levar alguém a ser capaz de fazer algo que ele nunca fez antes, e faze-ló sem a assistência de quem ensina [...] e, mais ainda, é preciso saber o que queremos que alguém aprenda, diagnosticar que alguém precisa aprendê-lo, preparar situações que possibilitem o aprendizado, verificar os resultados. (CARVALHO apud BOOG , 1980, p.127-128).

O quadro nº 7 a seguir demonstra as questões referentes à transferência da aprendizagem e o treinamento.

Quadro 8 – Questões Referentes à Transferência da Aprendizagem e o Treinamento.

Fonte: Adaptado de Campos, 2012

1 - Todo funcionário está apto a aprender.

2 - Para que o aprendizado possa ser estimulado, o funcionário deve ser motivado a realizá-lo. A ele devem ser expostas as razões pelas quais passará por aquele treinamento e o quê/como a empresa espera que ele se torne apto a executar após o treinamento. Sempre que possível o funcionário deve saber previamente como a Transferência de Aprendizagem será medida e quais os resultados diretos esperados para ele e para a empresa.

3 - Após os treinamentos é importante que a empresa viabilize a transferência e a consolidação do aprendizado, dando ao funcionário a possibilidade de efetivamente colocar em prática o conteúdo absorvido e de esclarecer dúvidas que possam ter restado por meio da prática diária, ampliando a eficácia do processo e concretizando a transferência da aprendizagem em tempo hábil para a realização de mudanças, e para que os novos conhecimentos e habilidades adquiridos não sejam reduzidos ou esquecidos ao longo do tempo.

41

5 SISTEMA DE TREINAMENTO

A seção que se segue abordará o treinamento como um sistema a ser

utilizado para induzir o desempenho competente pelas organizações, bem como a

ser utilizado como ferramenta de essencial importância para aquisição e

aperfeiçoamento das competências individuais e organizacionais.

5.1 Evolução e História do Treinamento

Nos últimos tempos, muitas foram às modificações realizadas quanto ao

progresso de ferramentas utilizadas nos sistemas de administração de recursos

humanos.

A história do treinamento, desde os seus primórdios na antiga forma de

administração taylorista até o momento contemporâneo, mostra que muitas

alterações e inovações foram realizadas nos últimos tempos no sistema de

administração de recursos humanos.

A evolução e desenvolvimento das atividades de treinamento estão

diretamente relacionados à evolução das necessidades das empresas, aos modelos

de gestão, à cultura organizacional e, num espectro mais amplo, a própria evolução

do sistema capitalista.

De acordo com Stubbefield e Keane citados por Steil (2002) as novas

técnicas de treinamento adviram da crescente expansão dos mercados e o aumento

da produção gerado pela Revolução Industrial, o então conhecimento que os

trabalhadores tinham dos artefatos utilizados na sociedade agrária e artesanal eram

inadequados as demandas da sociedade industrial.

Malvezzi citado por Oliveira e Vanalle (1999, p.87) reforça dizendo que a

incapacidade dos trabalhadores em operar nos seus ambientes de produção, foi

sentida já no século XVIII, prenunciando a importância de investimentos na

capacitação profissional.

No século XIX, foram criadas salas de aula dentro das fábricas, para o

treinamento de um grande número de operários que trabalhavam no manejo das

máquinas. A principal vantagem dessa prática se deve ao fato de um único

especialista capacitar dezenas de operários em um pequeno período de tempo.

De acordo com Fortes (2010, p. 26) "A necessidade de formação profissional

consolidou-se a partir do setor industrial, e estendeu-se gradativamente para todos

os setores econômicos da sociedade.”

42

Para Pereira (1999, p. 25) “Datam do final do século XIX e dos primeiros anos

do século XX as primeiras iniciativas de integração de empresas e escolas

objetivando a formação profissional, notoriamente visíveis em países como os EUA e

a Inglaterra.

Ainda de acordo com Pereira (1999, p.25) “No decorrer da primeira metade do

século XX, o treinamento ganhou novo impulso através de três fatores: o

aperfeiçoamento de padrões de trabalho, a crescente influência das escolas

comportamentais e sua inserção na estratégia empresarial.”

O aperfeiçoamento de padrões de trabalho surgiu das necessidades criadas

pela própria industrialização. Com um diferente modo de produção os trabalhadores

dispunham tão somente de sua força de trabalho no manuseio das máquinas.

Segundo Pereira (1999) os grandes anos de efervescência social, propiciaram

a formulação de uma teoria organizacional calcada no “homem social”, deslocando

parcialmente o foco das tarefas laborais para o das relações e aspirações das

pessoas nas organizações.

Ainda de acordo com o autor com o “homem organizacional” e com o “homem

administrativo” surgem os programas de treinamento de supervisores, enfocando

questões de métodos e técnicas de trabalho, preparação de instrutores, padrões de

avaliação e supervisão e relações humanas no trabalho. (PEREIRA, 1999).

Segundo Oliveira e Vanalle (1999) “Estudos históricos esclarecem que o

crescimento do trabalho especializado, a partir de 1880, redobrou a atenção para o

setor de treinamento, destacando-o dos demais produtos da área de recursos

humanos nas organizações.”

Esse crescimento favoreceu a organização dos programas de treinamento

que eram voltados para habilidades específicas na empresa, que a reduziam os

erros operacionais provenientes da mão-de-obra.

Ainda de acordo com os autores (1999) com o treinamento estruturado a

formação profissional passou a ser preocupação de diversos sistemas, entre eles o

sistema social e educacional da época.

Começaram então a surgir escolas profissionalizantes, que tinha como

objetivo desenvolver o treinamento dos trabalhadores. A partir daí o treinamento

passou a evoluir qualitativamente.

Mattos citado por Gonçalves (2006) retrata três fases do treinamento em sua

historicidade:

Primeira Fase: enfatiza, o homem-objecto, do qual era concebido como meramente instrumento, cujo objetivo principal era a produtividade por

43

excelência. Aqui o indivíduo não tinha identificação com a organização, considerado um equipamento sofisticado. O treinamento neste período era uma espécie de adestramento. Segunda fase: o homem era visto como recurso adicional, onde a maior preocupação neste período era o “aprimoramento das habilidades” já com a integração do indivíduo com a organização, devido ao movimento de relações humanas, porem ainda centralizado na produtividade. Terceira fase: mostra o homem como indivíduo complexo, capaz de expressar atitudes e comportamentos em sua totalidade social, política, familiar e profissional, de maneira crítica e reflexiva. (MATTOS apud GONÇALVES, 2006, p.02).

Ao longo da história as atividades de treinamento nas organizações evoluíram

de uma abordagem mecanicista para uma abordagem holística.

A evolução tecnológica impulsionou a busca pela aprendizagem conforme

relatam Oliveira e Vanalle, (1999, p.88): “A partir dos anos 70, com a busca da

competitividade ocasionada pela rápida evolução tecnológica, a eficiência dos

negócios passou a depender mais da contínua aprendizagem das pessoas, ficando

em segundo plano a autoridade gerencial.”

Com o crescimento tecnológico, já na década de 80, as organizações

passaram a investir recursos nos programas de treinamento e na capacitação de

todos os níveis hierárquicos, como tentativa de ampliar sua margem de atuação no

mercado competitivo.

O quadro nº 8 a seguir demonstra as cinco fases na evolução do treinamento:

Quadro 9 - Cinco Fases na Evolução do Treinamento (Continua)

1ª Fase: Subdesenvolvimento Estratégia existente e o futuro do treinamento 1. Plena utilização da mão-de-obra. 2. Início do desenvolvimento de mão-de-obra qualificada de acordo com a demanda 3. Procura de mão-de-obra profissional e tecnológica.

2ª Fase: Em desenvolvimento Estratégia existente e o futuro do treinamento 1.Estabelecimento de padrões de mão-de-obra e de trabalho: a) Estudos de tempos e movimentos; b) Padrões de trabalho e avaliação de desempenho; 2.Fortalecimento do treinamento de mão-de-obra: a) Treinamento de instrução; b) surgimento de instituições de formação profissional; 3.Fortalecimento da estrutura institucional.

3ª Fase: Após o início da Industrialização Estratégia Existente e o futuro do treinamento 1. Aumento da responsabilidade social interna. 2. Previsão da mão-de-obra requerida para o planejamento de negócios. 3. Ênfase na eficiência e avaliação da mão-de-obra. 4. Maior ênfase na mobilidade interna.

44

Quadro 9 - Cinco Fases na Evolução do Treinamento (Conclusão)

4ª Fase: Industrialização avançada Estratégia existente e o futuro do treinamento 1. Formulação de planos de negócios a longo prazo para atender ao social 2.Planejamento do desenvolvimento de RH a longo prazo 3.Desenvolvimento do potencial de mão-de-obra na futura força de trabalho. 4.Educação através das ciências do comportamento para fortalecimento do desenvolvimento gerencial. 5.Promoção do bem-estar e benefícios indiretos.

5ª Fase: Pós-industrialização Estratégia existente e o futuro do treinamento 1.Promoção do desenvolvimento organizacional e aceleração da inovação gerencial. 2. Patrocínio de seminários de desenvolvimento gerencial.

Fonte: Pontual apud Oliveira e Vanalle, 1999

5.2 Conceituações de Treinamento

Inúmeras são as definições produzidas por vários autores atribuídas ao

treinamento. Apresentam-se algumas que se espera proporcionar melhor elucidação

do tema.

Segundo Pereira (1999, p.23) “Quase cinco décadas se passaram e uma

série de conceitos foi elaborada por diversos especialistas.”

O quadro nº 9 a seguir demonstra alguns desses conceitos pesquisados:

Quadro 10 – Diversos conceitos de treinamento (Continua)

AUTOR ANO CONCEITO

McGehee, W. e Thayer, P.W. apud Chiavenato

(1998)

1961 Treinamento significa educação especializada. Compreende todas as atividades que vão desde a aquisição de habilidade motora até o fornecimento de conhecimentos técnicos, o desenvolvimento de aptidões administrativas e de atitudes referentes a problemas sociais

Campbell, J. P. apud Chiavenato (1998)

1971 Treinamento é a educação profissional que visa adaptar o homem para determinado cargo.

Hamblin in Boog (1994)

1978 Treinamento é um processo que provoca reações, que provocam aprendizado, que provoca mudanças de comportamento no cargo, que provocam mudanças na organização, que provocam mudanças na consecução dos objetivos finais.

Élio Vieira (1994)

1994 Treinamento consiste na aplicação de um conjunto de técnicas de ensino-aprendizagem, objetivando levar o indivíduo à aquisição de conhecimentos e habilidades específicas que visam prepará-lo para o desempenho imediato e satisfatório das tarefas referentes a seu cargoou função.

45

Quadro 10 – Diversos conceitos de treinamento (Conclusão)

Fonte: Adaptado de Pereira, 1999

Proporcionar a aquisição e o desenvolvimento de eficiência, habilidades,

conhecimentos e atitudes são características do treinamento. Isto pode ser

confirmado nos conceitos de diversos outros autores tais como Silveira, Ferreira,

Stammers & Patrick, Carvalho, Lacerda, Chiavenato entre outros.

Conforme Silveira citado por Guelbert e outros (2008, p.02) “A palavra treinar

é derivada do francês traîner e significa exercitar-se para competições desportivas,

adestrar, acostumar. A palavra treinamento, por sua vez compõe-se de

treinar+mentor, sendo que mentor significa pessoa que aconselha, ensina ou guia.”

Stammers & Patrick citado por Gonçalves (2006, p. 03) atribui que o

“treinamento é um desenvolvimento sistemático do padrão de

atitude/conhecimento/habilidade/conduta requerido para que o indivíduo

desempenhe de forma adequada uma determinada tarefa.”

Nesta mesma linha de pensamento Lacerda citado por Guelbert e outros

(2008, p. 03) definiu treinamento como “uma aquisição sistemática de atitudes,

conceitos, conhecimentos, regras ou habilidades que resultem na melhoria do

desempenho no trabalho, obtidos por meio da análise de tarefas e princípios da

tecnologia instrucional.”

Neste mesmo raciocínio Carvalho citado por Oliveira e Vanalle (1999, p. 89)

considera que o treinamento auxiliar os empregados a adquirirem eficiência na

execução do seu trabalho através do desenvolvimento de atitudes apropriadas

John Ivancevich apud Chiavenato (1999)

1995 Treinamento é um processo sistemático de alterar comportamento dos empregados na direção do alcance dos objetivos organizacionais.

DeCenzo e Robbins apud Chiavenato (1999)

1996 Treinamento é a experiência apreendida que produz uma mudança relativamente permanente em um indivíduo e que melhora sua capacidade de desempenhar um cargo.

Boudreau e Milkovich (2000)

1997 Treinamento é um processo sistêmico para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais.

Chiavenato (1998)

1998 Treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizado, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos.

46

conforme corrobora que o treinamento “envolve o processo de ajuda aos

empregados na aquisição da eficiência do seu trabalho presente e futuro, através do

desenvolvimento de apropriados hábitos de pensamento e ação, conhecimentos e

atitudes.”

Conforme Araújo, (2006, p. 92) "Treinamento é o processo sistemático para

promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em

uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as

exigências dos papéis funcionais.” Percebe-se que o treinamento auxilia na melhoria

entre aquilo que o colaborador precisa fazer e aquilo que ele precisa fazer, ou seja,

seu papel na organização.

Conforme é confirmado por Boog (2006, p. 43) quando diz: “Treinamento,

como qualquer processo educacional, é resultado de um processo de aquisição de

conhecimento com conseqüente desenvolvimento, por parte do individuo, de

atitudes e habilidades, a fim de se comportar em determinado papel ou situação.”

Ferreira (1979) colabora na mesma linha de pensamento omenta que o

treinamento é “um processo que permite ao empregado adquirir eficiência no seu

trabalho, através do desenvolvimento de hábitos apropriados de pensamento e

ação, bem como de habilidades, conhecimentos e atitudes [...].”

O treinamento também e visto como um meio de aumentar o conhecimento,

capacitar o empregado e aperfeiçoar os trabalhos na organização, conforme Flippo

citado por Chiavenato (1999, p. 23-24) onde ele colabora dizendo que o

“Treinamento é o ato de aumentar o conhecimento e perícia de um empregado para

o desempenho de determinado cargo ou trabalho”.

Pode-se perceber pontos em comum nos diversos conceitos apresentados

sobre treinamento:

1. O treinamento propicia aprendizagem aos colaboradores da organização;

2. O treinamento envolve conhecimentos, habilidades e atitudes;

3. O treinamento proporciona o aperfeiçoamento continuo das pessoas;

4. O treinamento é um processo educacional.

5.3 A importância do Treinamento

As organizações percebem a importância que a aprendizagem tem no

ambiente do trabalho. Diversos estudos comprovam a importância do treinamento

nas organizações. Treinar e desenvolver pessoas se tornou fundamental para o

47

alcance dos objetivos organizacionais. É fundamental proporcionar oportunidade de

aperfeiçoamento e reciclagem aos colaboradores.

O treinamento pode ser visto como algo essencial para capacitar o capital

humano da organização. Cada colaborador deve ser apreciado, visto como único por

seus conhecimentos, pois são eles que fazem as coisas acontecer, e moldado a fim

de se torne uma ferramenta essencial na busca dos objetivos organizacionais.

“O treinamento prepara as pessoas para a execução imediata da tarefa

organizacional solicitada, contribuindo para o desenvolvimento pessoal não apenas

no cargo ocupado, mas também em outros que o individuo possa a vir exercer.”

(TACHIZAWA; FERREIRA e FORTUNA apud Maldaner et al, 2009, p.48).

O RH deve fazer o seu papel nesta moldagem, acompanhando o processo

de treinamento. "São as pessoas com seu talento, criatividade, motivação e

comprometimento e todas as outras características que fazem com que a empresa

avance nos seus objetivos.” (Campos; Rodrigues; Corrêa apud Queiroz, 2008, p.07).

“O treinamento é um dos instrumentos de recursos utilizados no processo de

desenvolvimento e aperfeiçoamento do desempenho funcional, ao aumento da

produtividade e ao aprimoramento das relações interpessoais.” (TACHIZAWA;

FERREIRA e FORTUNA apud Maldaner et al, 2009, p.49).

Silveira citado por Fortes enuncia que:

A importância do treinamento e desenvolvimento envolve as dimensões da produtividade, das relações e da qualidade. Do ponto de vista da produtividade, procurando atingir as metas e os melhores resultados tanto pessoais quanto da organização; do ponto de vista das relações, estabelecendo vínculos e a boa comunicação, inspirando e motivando os funcionários a fazer emergir o melhor deles e da organização; e finalmente, do ponto de vista do desenvolvimento da qualidade, auxiliando indivíduos e organizações a preencherem demandas e expectativas da qualidade global da empresa. (SILVEIRA apud FORTES, 2010, p.31) .

Entende-se que o treinamento é importante, pois permite que as pessoas

avancem em direção aos objetivos organizacionais, atingindo metas e resultados,

aperfeiçoando o conhecimento técnico-profissional, aprimorando sua consciência de

peça chave na organização, fazendo com que caminhe proativamente, gerando

continuo valor para a organização.

De acordo com Carvalho e Nascimento (1997) o treinamento é de importância

significativa, sendo uma forma de educação especializada de uma determinada

tarefa que lhe é confiada, constituindo um agente motivador comprovado.

Segundo Gil, (1994) o ambiente dinâmico das organizações requer o

desenvolvimento de ações voltadas à constante capacitação das pessoas com vista

48

em torná-las mais eficazes naquilo que fazem. O treinamento é a ferramenta

fundamental na empresa, pois cria um ambiente em que o colaborador se sente

mais motivado e adaptado. Percebe-se que é preciso estar monitorando o ambiente

organizacional e perceber as mudanças a fim criar ações voltadas para desenvolver

o capital humano das empresas.

O treinamento pode ser utilizado como uma dessas ações para alavancar,

reciclar e progredir os colaboradores. Fortes (2010, p.30) comenta que o “[...]

treinamento vem sendo utilizado pelas empresas com o objetivo geral de

desenvolver pessoas, tanto na aprendizagem de novas habilidades quanto na

ampliação daquelas já existentes.”

É de suma importância investir em treinamento. O sucesso no

desenvolvimento e aquisição de habilidades e capacidades esta inter-relacionado

como o treinamento continuo e eficaz. Chiavenato (1999) confirma essa idéia ao

explanar que a preparação e formação das pessoas devem converter-se o quanto

antes em uma verdadeira obsessão.

Com as constantes mudanças nos ambientes organizacionais o treinamento

deve ser visto como um processo contínuo, voltado para a constante manutenção da

aprendizagem.

Malvezzi complementando, Goss e citado por Oliveira e Vanalle (1999, p.89)

coloca que “o treinamento recebeu, em 1930, o status de uma ferramenta

administrativa, fazendo parte de um plano estratégico do sistema organizacional,

privilegiando o como uma ferramenta operacional.”

Boog (2006, p. 71) diz “os processos de mudança não se referem aos fatores

de transformação, mas a mudança nos fatores comportamentais e de valores, nas

organizações, isso ocorre pela mudança de posicionamento e de atitude das

pessoas.” Percebe-se que não há mudança sem a contribuição de novas

aprendizagens. O treinamento aparece como ferramenta organizacional

impulsionador para essa mudança.

Promover a qualificação dos colaboradores proporciona o consentimento em

receber responsabilidades maiores com mais disposição e torna o comprometimento

com os objetivos organizacionais mais evidentes.

Euculápio citado por Guelbert e outros (2008, p. 89) corrobora dizendo que “a

capacitação contínua das pessoas para níveis cada vez mais elevados de

desempenho deve ser incentivada, pois a buscada excelência e da perfeição deve

ser uma jornada infinita, tanto das pessoas, quanto das organizações.”

49

A importância do treinamento também é mencionada por diversos autores

conhecidos como "gurus da qualidade". Deming citado por Guelbert e outros (2008,

p.89), em seus 14 pontos relativos em como formar a qualidade, cita dois ligados à

atividade de treinamento: “instituir o treinamento em serviço permanentemente e

instituir um sólido programa de educação e aperfeiçoamento.” O autor citado dá

grande importância ao treinamento das pessoas em ambiente organizacional, para

que façam bem seu trabalho, mas há requisitos necessários para a organização:

[...] pois quando a empresa está em estado de caos (má chefia, má administração, inexistência de controle estatístico), é impossível para qualquer um dentro da organização desenvolver sua capacidade real e potencial de trabalhar de maneira uniforme ou em favor da qualidade, o autor ainda afirma: “não é econômico tentar dar mais treinamento em um ambiente inapropriado como este”. (GUELBERT apud DEMING, 2008, p.89).

Sousa citado por Fortes (2010, p.31) complementa que “com treinamento

adequado, as equipes de trabalho podem atacar problemas complexos e crônicos,

descobrindo soluções eficazes e permanentes.”

“O treinamento em habilidades técnicas fornece uma maneira lógica e eficaz

de uma organização manter e ampliar suas competências e capacidades coletivas,

fundamentais na alavancagem rumo ao domínio das novas e futuras tecnologias.”

(Guelbert, 2008, p. 05).

O treinamento pode ainda proporcionar mudança no comportamento tais

como:

Transmissão de informações: é o tipo mais simples de mudança no comportamento- a simples transmissão de informações pode aumentar o conhecimento e a habilidade das pessoas. Desenvolvimento de habilidades: muitos programas de treinamento estão voltados para melhorar ou desenvolver habilidades e destrezas necessárias à execução ou operação das tarefas requeridas pelo cargo ocupado. Desenvolvimento ou modificação de atitudes: [...] a mudança de atitudes negativas para atitudes mais favoráveis, conscientização para determinados aspectos do comportamento pessoal, desenvolvimento de sensibilidade (dos gestores ou de pessoas que lidam com o publico) quanto aos sentimento e reações das outras pessoas. Desenvolvimento de conceitos: é o treinamento conduzido no sentido de elevar o nível de abstração e conceitualização de idéias e filosofias, seja para facilitar a aplicação de conceitos nas práticas administrativa, seja para elevar o nível generalização desenvolvendo pessoas que possam pensar em termos globais e amplos”. (CHIAVENATO, 2004, p. 158).

5.4 Custo e Investimento em Treinamento Investir no capital intelectual da organização permite a seguinte indagação:

treinamento é custo ou investimento? Diante dessa dúvida busca-se esclarecer

50

quais as vantagens e desvantagens em se investir em treinamento, e o retorno que

o mesmo trará para a organização.

Quando o planejamento do treinamento é bem feito, ele permite que sejam

feitas análises da necessidade do mesmo dentro da organização.

Diante das análises e possível mensurar qual o tipo de treinamento mais

adequado a organização. De acordo com Reichel (2008, p. 329) “Assim é possível

definir prioridades e novas formas de treinamento considerando o custo, a relação

custo-benefício, a viabilidade entre outros fatores [...].”

O treinamento pode ser visto dentro da organização como gasto

desnecessário, mas para outros como essencial para a evolução da organização e

dos colaboradores. Isto pode ser evidenciado pela afirmação de Coelho (2008):

A atividade de treinamento é inerente ao mundo corporativo. Algumas empresas a entendem como imprescindível para o desenvolvimento de seus colaboradores, elevando a produtividade com impacto positivo na última linha do balanço. Já outras companhias a enxergam como símbolo do desperdício- tempo e dinheiro [...]. (COELHO, 2008, p.02).

O treinamento dentro da organização é imprescindível para desenvolver o

capital intelectual, capacitando-as para trabalhar melhor e a realizar tarefas com

mais eficiência.

Mas para que o programa de treinamento possa trazer benefícios reais à

empresa é preciso que haja um bom planejamento, pois este é fundamental para

que o treinamento saia como esperado, para se obter resultados satisfatórios e

preciso planejar, com o planejamento pode se evitar perda de tempo e investimentos

matérias e intelectuais. Conforme Boog (2006, p.30) é preciso estimar os

investimentos necessários à execução de cada evento do programa de treinamento.

O planejamento é importante para identificar cada etapa do treinamento e

quem estará envolvido no mesmo, como também a razão de se estar realizando um

programa de treinamento, se tudo for planejado antes se evita perde tempo e

dinheiro. Segundo Coelho (2008):

Sem planejamento adequado, que identifique porque fazer o treinamento, quando e onde realizá-lo, quem participará quem ministrará quanto será investido, como será mensurado o resultado e o que a empresa e colaboradores ganharão com a atividade, corre-se o risco de efetivamente ver tempo e dinheiro desperdiçados. (COELHO, 2008, p.02).

51

Com as constantes mudanças no cenário atual, o treinamento não pode ser

visto mais como custo, mais como um investimento necessário. Os colaboradores

munidos de conhecimentos e habilidades são recursos essenciais na empresa.

“São as pessoas com seu talento, criatividade, motivação e

comprometimento e todas as outras características que fazem com que a empresa

avance nos seus objetivos.” (QUEIROZ, 2005, p.31).

O gestor da organização deve investigar quais as reais necessidades de um

programa de treinamento na organização e se comprometer em fazer com o que o

programa de treinamento se torne um bom investimento. Isto é evidenciado por

Vasconcelos (2007, p.13) quando diz que o “responsável pelo programa de

treinamento deve empenhar-se ao máximo para fazer com que o treinamento se

torne um investimento feito pela empresa e que após o seu término traga reais

benefícios para a organização e seus funcionários.”

Para que os objetivos organizacionais sejam atingidos, o treinamento se torna

indispensável, como peça fundamental para reduzir a diferença entre o atual

desempenho dos colaboradores e os objetivos almejados pela organização. Isto é

evidenciado na afirmação de S.Hoyler citado por Reichel (2008, p. 329) “treinamento

é um investimento empresarial destinado a capacitar uma equipe de trabalho a

reduzir ou eliminar diferenças entre o atual desempenho e os objetivos e realizações

propostos.”

Entende-se em outras palavras que o treinamento é um investimento capaz

de alinhar as capacidades e habilidades dos colaboradores com os objetivos

almejados pela organização. Para Reichel (2008, p. 330) “neste enfoque o

treinamento não é mais despesa, mas é investimento necessário, cujo retorno pode

ser altamente compensador para a organização.”

5.5 Fases do Treinamento

O treinamento é composto por etapas, que deverão ser seguidas para a

obtenção de êxito na implantação do programa de treinamento. Considerando a

importância da implantação de programas de treinamento nas organizações, os

capítulos a seguir visam demonstrar as etapas que compõem um processo de

treinamento.

De acordo com Chiavenato (1989, p. 149-150) o processo praticado

atualmente pelas organizações nos programas de treinamento segue basicamente o

fluxo conforme figura nº 5 a seguir:

52

Figura 4 – O Processo de Treinamento

Retroação

Resultados satisfatórios

Retroação

Resultados insatisfatórios

Fonte: Chiavenato, 1989

5.5.1 Levantamento de Necessidades de treinamento

A primeira etapa nas fases do programa de treinamento é o levantamento da

sua necessidade. Esta etapa deve ser feita com cautela, para não ocorrer o desvio

das reais necessidades da organização, bem como dos seus objetivos. Deve-se

fazer uma investigação dos problemas causados pela carência de um programa de

treinamento e a partir daí começar o desenho do programa.

Para Boog (1980) O LNT é “a detecção, através de uma prospecção

utilizando técnicas de entrevista, questionário e observação, das necessidades

organizacionais presentes e futuras que possam ser resolvidas através de ações e

processos de treinamento e desenvolvimento.”

A inconsistência entre os objetivos almejados pela organização e o que esta

sendo alcançado pela mesma, leva-se a necessidade de fazer um diagnóstico das

necessidades de treinamento dos colaboradores para alinhamento dos objetivos.

Diagnóstico da

Situação

Decisão quanto à

Estratégia Implementação ou

Ação

Avaliação e

Controle

Alcance dos objetivos da organização.

Determinação de requisitos básicos da força de trabalho.

Resultados da avaliação desempenho.

Análise de problemas de produção (a priori ou a posterior).

Análise de problemas de pessoal.

Análise de relatórios e outros dados.

Quem treinar. Como treinar. Em que treinar. Onde treinar. Quando treinar. Quanto Treinar. Quem treinará.

Aplicação dos

programas pela

assessoria, pela linha ou combinadam

ente por ambos.

Acompanhamento. Verificação ou medição. Comparação da situação atual com a situação anterior.

Levantamento de Necessidades de

Treinamento

Programação de

treinamento

Execução do treinamento

Avaliação

dos resultados

do treinamento

53

O levantamento das necessidades de treinamento auxilia o planejamento.

A necessidade de treinamento pode se referir a diferença entre a condição

existente na organização e a condição almejada pela mesma, e a visão da

organização de que ao investir em um programa de treinamento haverá mudanças

no capital intelectual levando ao desempenho desejado. Isto é corroborado por

Morisson apud Magalhães e Borges-Andrade (2001):

Uma necessidade de treinamento pode ser descrita como a existência, em qualquer tempo, de uma condição real que difere de uma condição desejada nos aspectos humanos ou pessoais, do desempenho de uma organização, ou mais especificamente, quando uma mudança nos conhecimentos, habilidades ou atitudes humanas atuais pode levar ao desempenho desejado. (MORISSON apud MAGALHAES; BORGES ANDRADE, 2001, p.34).

No LNT deve se priorizar investigar quem precisa ser treinado e porque se

investe no mesmo. A organização deve usá-lo como ferramenta imprescindível para

implantação de mudanças. Essas mudanças pode se basear na diminuição da

inconsistência entre o desempenho vivenciado e o real, bem como nas

necessidades existentes.

Para Magalhães e Borges-Andrade (2001) As necessidades podem ser as

discrepâncias existentes entre os desempenhos esperados e os reais. Percebe-se

com esse conceito que ao se avaliar as necessidades deve se mensurar a

quantidade de conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA - existentes na

organização e qual a quantidade almejados pela mesma.

Diversos autores concordam que um criterioso LNT e de suma importância e

deve ser feito antes da implantação do programa de treinamento. Ostroff e Ford

apud Magalhães e Borges-Andrade (2001, p.35) afirmam que “A avaliação de

necessidades de treinamento fornece informações sobre que treinamento é

necessário, qual o conteúdo que o treinamento deve ter e quem, dentro da

organização, precisa de treinamento em certos tipos de habilidades e

conhecimentos.”

“Sem um diagnóstico das necessidades das pessoas que estão sendo

treinadas, é impossível conseguir-se um treinamento eficaz e, além disso, podemos

estar treinando as pessoas erradas, sobre coisas erradas e em tempos errados.”

(Byhan apud Magalhães e Borges-Andrade, 2001, p.35).

Marras (2009) cita dois cenários em que se diagnostica carências ao se fazer

o LNT: o cenário reativo e o cenário prospectivo.

54

Cenário Reativo: representa situações em que a necessidades „já está presente‟, ocasionando problemas reais. Portanto, pode ser sentida e avaliada em termos de conseqüências práticas. É uma verdadeira operação „tapa-buracos‟; uma situação análoga à manutenção corretiva: primeiro tem de acontecer à anomalia ou o problema para depois acionar o remédio (treinamento). Cenário Prospectivo: No cenário prospectivo o treinamento age com vista ao atingimento de metas e objetivos futuros, antecipando-se às mudanças previstas. (MARRAS, 2009, p.152).

Ao fazer o LNT é necessário analisar através de três componentes básicos.

Estes componentes são citados por Chiavenato (2002, p. 502):

1. No nível da análise da organização total: o sistema organizacional.

2. No nível da análise dos recursos humanos: o sistema de treinamento.

3. No nível da análise das operações e tarefas: o sistema de aquisição de

habilidades.

Os três níveis são detalhados conforme quadro nº 10 a seguir:

Quadro 11 – Os três Níveis de Análise no LNT

Nível de Análise Sistema Envolvido Informações Básicas

Análise

Organizacional

Sistema Organizacional Objetivos Organizacionais e

Filosofias de Treinamento

Análise dos

Recursos Humanos

Sistema de Treinamento Análise da Força de Trabalho

(Análise das Pessoas)

Análise de

Operações e Tarefas

Sistema de Aquisição de

Habilidades

Análise de Habilidades,

Capacidades, atitudes,

comportamentos e

Características pessoais

exigidos pelos cargos (Análise

dos Cargos)

Fonte: Chiavenato, 2002

5.5.1.1 Análise Organizacional (AO)

A análise se refere ao estudo da empresa em um todo e tem como objetivo

conhecer a realidade da organização. São incluídas nesta análise de acordo com

Chiavenato (2002, p.502) “a missão, seus objetivos, seus recursos, a distribuição de

recursos para consecução de objetivos - como também a ambiente socioeconômico

e tecnológico no qual a organização está colocada.”

55

Através das investigações das variáveis pode ser determinado o que precisa

ser ensinado aos colaboradores, a fim de alinhar a execução do trabalho com os

objetivos organizacionais.

Segundo Magalhães e Borges-Andrade (2001) a análise organizacional é

imprescindível ao fazer o levantamento das necessidades de treinamento, pois esta

pode afetar o treinando antes e depois do treinamento.

A AO evita que os problemas existentes pela falta de capacitação recaiam

somente nos colaboradores ou que a necessidade individual seja priorizada

causando prejuízo aquelas de cunho organizacional.

A AO é imprescindível para investigar as causas da carência de habilidades e

capacidades na organização, bem como a falta de eficiência na mesma. Chiavenato

(2002, p.503) comenta que a “análise organizacional é a determinação da qual se

deverá dar ênfase ao treinamento.”

Na AO ocorre dificuldades não somente em investigar quais as necessidades

de treinamento na organização como também fazer o alinhamento dessas

necessidades com o treinamento organizacional.

“Assim, os objetivos de treinamento devem estar ligados intimamente às

necessidades da organização.” (Chiavenato, 2002, p.503).

Bass e Vaughn citados por Chiavenato (1989) vislumbram três fases na

análise organizacional:

1. O primeiro passo: na utilização dessa análise, para fins de treinamento, deve ter em vista os objetivos da empresa a curto e longo prazos. Os objetivos a longo prazo devem ser primeiramente analisados de forma global e a seguir as metas especificas para as diversas divisões, departamentos e seções da empresa. Os objetivos a curto prazo devem ser estudados, tendo-se, porém, em vista, que são suscetíveis 2. O segundo passo: é um inventário das tentativas da companhia para atingir suas metas, através de seus recursos de produção, físicos e humanos. [...]. 3. A última fase: será a análise da empresa como uma organização operando num ambiente social, político e econômico determinado, ao qual ela pode influenciar em alguma medida, mas não controlá-lo. [...] (BASS E VAUGHN apud CHIAVENATO, 1989, p.34).

5.5.1.2 Análise dos Recursos Humanos

A análise do RH, procura identificar, quais colaboradores necessitam de

treinamento e qual o treinamento é mais adequado aos mesmos. Além disso, de

acordo com Chiavenato (2002, p. 503) a análise do RH “procura verificar se os

recursos humanos são suficientes quantitativa e qualitativamente para as atividades

atuais e futuras da organização.”

56

Pode-se também analisar o perfil dos colaboradores para verificar qual o

conjunto de competências necessárias a organização. Isto é confirmado por

Chiavenato (2004, p.345) “A partir do perfil das pessoas, determinar quais os

comportamentos, atitudes, conhecimentos, e competências necessários, para que as

pessoas possam contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos da

organização.”

5.5.1.3 Análise de Operações e Tarefas

A análise das tarefas é mais exclusiva, é feita através da investigação das

tarefas diretamente ligadas ao cargo. Trata-se do detalhamento das atividades ou

operações executadas e como este é executado.

Magalhães e Borges-Andrade (2001, p. 35) corroboram dizendo que: “A

análise das tarefas resulta na descrição de uma seqüência de atividades ou

operações desempenhadas no trabalho e nas descrições das condições em que

este trabalho é desempenhado.”

Além disso, a análise dos cargos serve, entre outras coisas, para “determinar

os tipos de habilidades, conhecimentos, atitudes e comportamentos, e as

características de personalidade requeridas para o desempenho eficaz dos cargos.”

(CHIAVENATO, 1989, p.39).

Na análise das operações o treinamento tem como foco o comportamento dos

colaboradores. Chiavenato (1989, p.39) “A análise de operações consiste em

estudos definidos para determinar que tipos de comportamentos os empregados

devem exibir para desempenhar eficazmente as funções dos seus cargos.”

Na figura nº 6 é evidenciado como calcular a necessidade de treinamento a

nível do cargo:

Figura 5 – Conceito de Necessidade de Treinamento ao Nível do Cargo

Fonte: Chiavenato, 1989

Requisitos exigidos pelo

cargo

Habilidades atuais do

ocupante do

cargo

Necessidades de Treinamento.

57

5.5.2 Programação do Treinamento

Programar o treinamento é alinhar o levantamento das necessidades com

planejamento das ações, é determinar os objetivos e as ações necessárias a sua

realização. Para Claro e Borges-Andrade (2010, p.18) “O desenho do programa de

treinamento refere-se ao planejamento das ações de treinamento a partir do

diagnóstico das necessidades. [...], envolve identificar o que fazer (metas); como

(estratégias) e por que fazer (objetivos).”

A programação do treinamento deve se basear nos itens descritos na figura nº

7 a seguir:

Figura 6 - Principais itens de uma Programação de Treinamento

Fonte: Chiavenato, 2002

Quem deve ser Treinado

Quem vai treinar

Em que treinar

Onde treinar

Como treinar

Quando treinar

Quanto treinar

Para que treinar

Treinandos

Treinador ou Instrutor

Assunto ou conteúdo do treinamento

Local físico, órgão ou entidade

Métodos de treinamento e ou recursos necessários

Época do treinamento e horário

Volume, duração ou intensidade

Objetivo ou resultados esperados

58

5.5.3 Execução do Treinamento

A execução é a implementação da programação de treinamento após todo o

processo de LNT e o desenho do mesmo.

Segundo Marras (2001, p. 157) “A execução é aplicação prática daquilo que

foi planejado e programado para suprir as necessidades de aprendizagem

detectadas na organização.”

Percebe-se que na execução do treinamento é preciso unir o treinador com os

treinandos para a prática do treinamento.

Segundo Gil (1994, p. 78) “A execução do treinamento centra-se na relação

instrutor - treinando”. Chiavenato (1989) nesta mesma linha de pensamento

completa que a execução do treinamento é composta da relação entre o

“instrutor x aprendiz” com as seguintes definições:

Aprendizes são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa e que necessitam aprender ou eventualmente melhorar os seus conhecimentos sobre alguma atividade ou trabalho. Instrutores são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa, experientes ou especializados em determinada atividade ou trabalho e que transmitem seus conhecimentos, de maneira organizada, aos aprendizes. (CHIAVENATO, 1989, p.65).

A execução do treinamento depende ainda de alguns outros fatores, que são

enumerados por Chiavenato (1989):

1. Adequação do programa de treinamento às necessidades da organização - A decisão de estabelecer determinados programas de treinamento deve depender da necessidade de preparar determinados empregados ou melhorar o nível dos empregados disponíveis;

2. A qualidade do material de treinamento apresentado – o material de ensino deve ser cuidadosamente planejado, a fim de facilitar a execução do treinamento;

3. A cooperação dos chefes e dirigentes da empresa – o treinamento deve ser feito em todos os níveis da empresa, em todos os níveis e funções;

4. A qualidade e preparo dos instrutores – o êxito da execução dependerá do interesse, do gabarito e do treinamento dos instrutores.

5. A qualidade dos aprendizes – aparentemente a qualidade dos aprendizes influi substancialmente nos resultados do programa de treinamento. (CHIAVENATO, 1989, p.67).

5.5.4 Avaliação dos Resultados do Treinamento

A última etapa do programa de treinamento é a avaliação dos resultados

alcançados. Significa verificar a sua eficiência dentro da organização, e mensurar se

o treinamento trouxe o feedback esperado.

59

Para Marras (2009, p.160) haverá “ocasiões em que o treinamento é um

investimento de longo prazo, sem nenhuma possibilidade imediata de computar

resultados diretos sobre o trabalho.” Isto se deve ao fato de que alguns programas

de treinamento estão mais voltados para o lado comportamental do colaboradores,

sendo que as mudanças provocadas nos mesmos demoraram mais tempo para se

conseguir mensurar.

De acordo com Chiavenato (1989, p 68) a avaliação deve considerar dois

pontos principais: “Determinar até que ponto o treinamento realmente produziu as

modificações desejadas no comportamento dos empregados e demonstrar se os

resultados do treinamento apresentam relação com a consecução das metas da

empresa.”

Hamblin citado por Marras (2009, p.162) propõem cinco níveis de avaliação

do treinamento. Conforme demonstra a figura nº 8 a seguir:

Figura 7 – Avaliação do Treinamento, segundo Hamblin

Fonte: Hamblin apud Marras, 2009

Marras (2009) discorre sobre cada um dos níveis:

1. Avaliação da Reação : é a mais fácil de obter, busca-se aqui a reação

dos treinandos com relação ao módulo aplicado e seu conteúdo, ao instrutor e às condições em que o módulo foi apresentado (local, ambiente, suporte logísticos etc.)

2. Avaliação do Aprendizado: é a verificação prática do que foi assimilado durante módulo de treinamento, comparativamente ao resultado que se vinha obtendo antes do treinamento.

3. Avaliação do Comportamento: é o processo avaliativo mais complicado devido á dificuldade imediata de comprovar mudança e pela própria subjetividade em estimar os resultados obtidos.

4. Avaliação de Valores: analisa os efeitos do treinamento no que diz respeito aos sistemas de valores de indivíduos.

5. Avaliação dos Resultados Finais: é a comparação que se faz levando-se em conta as metas organizacionais, que deveriam registrar, no período pós-treinamento, melhorias, tais como: redução do absenteísmo (faltas), da rotatividade, otimização das relações intergrupais, otimização da qualidade etc. (MARRAS, 2009, p. 161-162).

Reação

Aprendizagem

Comportamento

Valores

Resultados Finais

60

6 GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

A sociedade cada vez mais voltada para o desenvolvimento vem exigindo

melhores prestações de serviços em todos os lugares, inclusive no âmbito público.

Os usuários dos serviços públicos têm aumentado a exigência em relação à

qualidade e a prestatividade dos serviços oferecidos aos mesmos, além da exigência

de ética e transparência dos servidores públicos municipais.

Os capítulos que se seguem abordarão a administração pública com ênfase

no RH.

6.1 Características das Organizações Públicas

A administração de RH nas organizações públicas possuem características

próprias, se diferenciando em vários aspectos da administração de uma organização

privada. “Dentre as divergências entre esses dois tipos de organização se pode citar

a finalidade, os meios utilizados para recrutamento, seleção, e contratação, as

políticas de remuneração, os métodos de avaliação de desempenho, além de

outros.” (Ferreira et al, 2004, p. 05).

Entre as diferenças existentes pode-se citar a própria finalidade de cada uma,

enquanto, a empresa privada esta voltada para o lucro e espera ao contratar um

funcionário que este, ajude a aumentá-lo, na organização pública o gestor espera ao

contratar um servidor que este possa contribuir com eficiência e eficácia com seus

serviços e prestar os melhores serviços possíveis aos usuários dos serviços

públicos.

Percebe-se que prestar serviços de qualidade é um dos grandes desafios da

organização pública. No entanto para Olivier citado por Ferreira et al (2004, p. 06)

esclarece que “O que se percebe é uma grande dificuldade em se adotar novas

técnicas de gestão, o que resulta numa defasagem do setor público em relação à

evolução do mercado e às mudanças de paradigmas de recursos humanos.”

De acordo com Marconi citado por Magalhães et al (2010, p.58), “ a área de

recursos humanos em muitas organizações públicas exerce, ainda, papel tradicional

no desempenho de funções que se restringem às rotinas de processamento de

tarefas administrativas [...].”

Fica evidenciado que as organizações públicas estão voltadas apenas as

rotinas mecanicistas e não em uma gestão eficiente voltada para o desenvolvimento.

61

A forma como a organização pública conduz sua política de RH, é devido ao

um conjunto de características adotadas e não repensadas pelas mesmas, criando

assim diversas barreiras a uma maior eficiência na administração publica.

Schikmann (2010) cita como barreira as impostas pelas legislações

existentes. Segundo ela nas pesquisas efetuadas como os servidores, percebe que

eles têm muitas idéias para solucionar problemas, mas muitas dessas soluções

esbarram nas legislações existentes, ou seja, muitas iniciativas esbarram nas

limitações da legislação. Para ela “ainda que dependa de um processo legislativo

complexo, é inerente à administração pública cogitar as hipóteses de mudança na

legislação, inclusive como forma de preservar o interesse público.” (SCHIKMANN,

2010, p. 14-15).

A falta de percepção de que são os cidadãos beneficiários dos serviços

públicos, isto se traduz no fato que nas organizações públicas ainda não é clara a

idéia de que o cidadão é a razão de ser da organização, pois é para ele que

qualquer serviço público trabalha. Para Schikamann (2010, p. 15) o “próprio cidadão

desacredita do papel do serviço público como forma de solução para seus

problemas.”

A remuneração que independe do desempenho pode levar ao fato de não

haver quase nenhum esforço por parte dos servidores em buscar melhor eficiência e

eficácia no desempenho de suas tarefas. Para Schikamann (2010, p. 15) os

funcionários sentem-se pouco estimulados a melhorar seu desempenho, uma vez

que a remuneração independe desse fator.

A falta de atuações voltadas para o desempenho conduz a ações voltadas

somente para o cumprimento de tarefas mecanicamente, sem nenhum

planejamento. Schikamann (2010, p. 15) diz que “Por conta disso também não há

uma cultura de monitoramento de resultados, feedback e envolvimento dos

funcionários na melhoria contínua da gestão.”

A gratificação que é oferecida somente a alguns servidores, os denominados

“cargos de confiança” é também uma das barreiras existentes na organização

pública, “esta gratificação tem sido usada como compensação salarial, quando na

verdade ela foi criada para contemplar funções desempenhadas que apresentam

algum risco ou esforço adicional aos previstos na execução da maior parte das

tarefas da organização.” (SCHIKAMANN, 2010, p. 15).

Esta gratificação se torna uma barreira, porque os servidores que exercem

funções que deveriam ser gratificadas se sentem prejudicados ou até mesmo

injustiçados quando não são contemplados com a gratificação, a conseqüência disso

62

é que o desempenho dos mesmos começa a diminuir, criando assim um déficit na

eficiência e eficácia do serviços público.

De acordo com Lotta (2002) O recrutamento e a seleção realizados por

concursos têm foco baseado em cargos e, não, em competências. A forma como os

cargos são descritos possibilita o remanejamento dos servidores em áreas com

característica diferentes, porém não suprem as reais necessidades em relação às

competências necessárias para a realização de suas atividades típicas.

Schikmann (2010, p.17) completa dizendo que “A descrição de cargos, da

forma como é realizada, limita o escopo de atuação dos funcionários, [...] e configura

com frequência os desvios de função que são muito comuns nos diversos órgãos

públicos em todos os âmbitos.”

As características citadas estão voltadas para o departamento de RH, que fica

evidenciado que, na administração pública, estão mais voltados para tarefas do dia-

a-dia como confeccionar a folha de pagamento, do que ter uma administração

eficiente, voltada para a gestão de pessoas.

Percebe-se que RH atua quando acionado, para responder as demandas dos

outros departamentos. “O foco nessas demandas prioriza as questões emergenciais,

relegando a segundo plano as atividades estratégicas como o estabelecimento de

objetivos e metas alinhados com as definições da organização [...].” (Schikmann,

2010, p.17).

Farias e Gaetani citados por Magalhães et al (2010) discutem a

profissionalização da administração pública. Para eles os principais pontos de

mudanças concentram-se nos seguintes elementos:

1. Institucionalização do princípio do mérito nas políticas de recrutamento, seleção e promoção de funcionários;

2. Gerenciamento da força de trabalho, bem como de suas necessidades de alocação e dimensionamento;

3. Realização de investimentos em recursos humanos pela promoção de programas de capacitação, orientados para dirigentes,

4. Quadros de carreira e empregados públicos em geral; 5. Gestão integrada dos recursos envolvidos; 6. Implementação de políticas e recursos humanos; e 7. Adoção de mecanismos de avaliação de desempenho, ligados à

remuneração diferenciada para resultados satisfatórios. (FARIAS; GAETANI apud Magalhães, 2010, p. 59).

6.2 Formação e o treinamento na Administração Pública

Os usuários dos serviços públicos buscam nas organizações públicas

serviços de alta qualidade, para isso se faz necessário que a administração pública

63

exerça seu papel com desempenho excelente e que os servidores públicos tenham

um bom nível de capacitação e preparo.

Andrade (2005) comenta que:

O sucesso de uma empresa pública, por exemplo, torna presente os inúmeros benefícios que essa organização pode prestar a milhares, senão milhões de pessoas. A falta de um bom pessoal provocará um mau resultado para a empresa e, conseqüentemente, para a comunidade onde ela se acha localizada, bem como para a usa grande clientela. Seria assim de todo imperdoável que um órgão público falhasse no atendimento de suas precípuas finalidades, por não contar com servidores capazes. (ANDRADE, 2005, p.147).

Ainda de acordo com Andrade (2005, p.143) “Ninguém nasce sabendo! Todos

os seres humanos necessitam desenvolver a inteligência e as suas aptidões,

mediante habilitação e aperfeiçoamento para a execução de seus deveres e

tarefas.”

Percebe-se que é importante contar com pessoas capacitadas, para a

realização das atividades inerentes aos seus cargos nas organizações, sejam elas

públicas ou privadas, mas para isso é preciso que estejam formados e treinados.

Magalhães (2010, p.57) citando Nunberg e Pacheco diz que “No que se refere

às políticas de recursos humanos no setor público especialmente no que se refere

ao treinamento, na maioria das instituições públicas, não existem políticas definidas

para o desenvolvimento do funcionário pelo treinamento e a progressão na carreira.”

A autora continua dizendo que:

O conhecimento dos servidores públicos, em algumas situações, é limitado, o que se reflete na realização de um trabalho inferior ao exigido, não correspondendo às necessidades atuais dos cidadãos. Essa situação demanda trabalho efetivo de modo a dar atenção especial à capacitação permanente dos servidores, por meio do treinamento. (MAGALHÃES, 2010, p. 57).

Para Rosembaum (2008, p.04) “Os critérios de avaliação de excelência na

formação e no treinamento em administração pública devem facilitar a atuação do

setor público, formando servidores da mais alta qualidade.” Percebe-se que o

treinamento é um importante componente para o desenvolvimento de habilidades e

capacidades dos servidores públicos, além de promover a conscientização no

sentido de gerar valor dentro da organização.

Segundo Magalhães (2010, p.58) “Pelo treinamento as pessoas podem

aprimorar seu conhecimento técnico-profissional, compartilhar mais informações

sobre a organização e também ampliar seus relacionamentos interpessoais.”

64

Andrade (2005, p.148) colabora com uma definição de treinamento voltada

especificamente para a organização pública quando diz que treinamento “ É o

processo de auxiliar o servidor a adquirir eficiência no seu trabalho presente ou

futuro, mediante o desenvolvimento de hábitos apropriados de pensamento e ação

de técnica, conhecimento e atitudes.”

Investir em treinamento dos servidores públicos é prover os mesmos com as

competências e capacitações necessárias para um melhor desempenho de suas

tarefas e prestação de serviços aos usuários dos serviços públicos.

Além disso, de acordo com Chiavenato (1994) a qualidade de vida das

pessoas pode ser incrivelmente aumentada com a capacitação e com o crescente

desenvolvimento profissional. Magalhães (2010, p.58) completa dizendo que “outro

aspecto importante do treinamento é que ele pode ser um excelente instrumento de

transformação organizacional e de mudança de atitude pessoal a favor da melhoria

dos serviços prestados.”

Os servidores públicos parecem não entender seu papel dentro da sociedade,

portanto cabe as organizações públicas investir esforços no desenvolvimento dos

seus servidores para uma melhor desempenho do seu papel de forma eficaz e

eficiente.

Drucker citado por Rosebaum corrobora dizendo que “É o indivíduo, e

especialmente o funcionário qualificado e dotado de conhecimento, quem decide em

grande parte com o que ele irá contribuir para a organização e qual será o

rendimento do seu conhecimento.”

Gil (1994) comenta que desenvolver pessoas é mais do que passar

informações e trabalhar suas habilidades e sim ajudar as pessoas modificarem seus

antigos hábitos e desenvolver novas atitudes aprimorando seus conhecimentos.

Nesta linha de pensamento percebe-se que é de fundamental importância que

o treinamento esteja voltado para não somente a ampliar as capacidades, mas

também para servir como modificador do comportamento dos hábitos adquiridos.

7 ESTUDO DE CASO

O presente trabalho tem como principal objetivo demonstrar as dificuldades

pelas quais passam os servidores públicos, em especial neste trabalho, os

servidores que integram o quadro de pessoal do departamento financeiro da

Prefeitura Municipal de Paracatu, no inicio do exercício de sua carreira ou quando

65

remanejados para o departamento citado, quanto à necessidade de passarem por

um programa de treinamento no mesmo.

Pretende-se também demonstrar através da análise de tais dificuldades, a

influência que esta tem sobre o desenvolvimento das tarefas dos servidores do

Departamento Financeiro, através do estudo de caso.

O estudo de caso é uma importante técnica de pesquisa e que de acordo com

Yin citado por Roesch (2009, p.155) “é uma estratégia de pesquisa que busca

examinar um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto.”

Neste capítulo são descritas as características básicas da pesquisa, a

população investigada, os instrumentos utilizados para a coleta de dados, assim

como os procedimentos utilizados para o tratamento estatístico dos mesmos.

7.1 Breve Histórico e Narrativa do Caso

O local onde ocorreu o estágio, ou seja, o Departamento de Finanças está

localizado dentro do prédio da Prefeitura Municipal de Paracatu, situado na Avenida

Olegário Maciel, nº 166, Centro da Cidade. Trata-se de uma empresa pública que

tem como sua missão trabalhar para a população da cidade, representando-a e

administrando aquilo que lhe pertence.

O Departamento Financeiro faz parte da Secretária de Fazenda, e compõem

o seu quadro de pessoal um diretor (a), um chefe de divisão (a) e três auxiliares

administrativos.

Sabe-se que a missão é razão de ser de uma empresa, seja ela pública ou

privada. A missão dos servidores públicos sejam eles municipais, estaduais ou

federais é servir a população, representando-a e gerenciando aquilo que lhe

pertence.

Administrar aquilo que pertence à população da cidade de Paracatu é um dos

principais objetivos dos servidores que integram o quadro de pessoal de

Departamento Financeiro, sendo o quadro do mesmo composto por um diretor (a),

sendo este cargo em comissão, ou seja, cargo de confiança indicado pelo Sr.

Prefeito Municipal, um (a) chefe de divisão, sendo também este cargo em comissão

indicado pelo Sr. Prefeito Municipal, e três auxiliares administrativos, recrutados

através de concurso público, fazendo estes parte do quadro efetivos de pessoal.

Compete ao Departamento de Finanças, segundo a Lei Complementar nº

034/2001 em seu Art. 34: “planejar e coordenar as atividades de recebimento,

66

pagamento, guarda e movimentação dos recursos financeiros e outros valores do

município.”

Compete à Divisão de Tesouraria, segundo o art. 35 da mesma LC:

1. Executar as atividades de recebimento, pagamento, guarda e

movimentação de recursos financeiros e outros valores do Município;

2. Aplicar as disponibilidades financeiras do Município no mercado de

capitais, nos termos da legislação específica;

3. Emitir notas de autorização de pagamento, ordens bancárias e cheques.

(PARACATU, 2001, p.11-12).

Convêm comentar as atribuições dadas ao departamento financeiro pela LC

034/2001 nos artigos 34 e 35. Receber e guardar os recursos financeiros implica em

contabilizar as receitas entregues ao município pela União, Estado e pelo próprio

Município. Denominados respectivamente receitas federais, municipais e tributárias.

Quanto à guarda dos recursos implica em aplicar no mercado financeiro os recursos

recebidos de modo que não haja perda, tendo dessa forma que analisar os diversos

tipos de aplicações existentes, seus riscos e suas rentabilidades para fazer a melhor

aplicação possível. A emissão de notas de pagamento, ordens bancárias e cheques

citadas no inciso lll do art. 35 implica em pagar dentro do prazo estabelecido na

liquidação do empenho, os fornecedores de mercadorias e prestadores de serviços.

Além das atribuições dadas pelos artigos 34 e 35 da LC 034/2001,

recentemente o departamento financeiro passou a executar mais atividades, que

antes não faziam parte das suas atribuições. O departamento agora é também

responsável pelo recebimento das notas fiscais emitidas pelos fornecedores de

mercadorias e prestadores de servidores para a cidade. Após receber a NF, o

servidor responsável por essa tarefa, deve fazer a liquidação da mesma, retendo os

impostos devidos e estabelecer o prazo para o pagamento da mesma.

O departamento onde foi realizado o estágio conta com pontos fracos e

pontos fortes no desenvolvimento de suas atividades. Como pontos fortes podem-se

destacar o compromisso do pessoal que integra o departamento com o

desenvolvimento e a execução de suas tarefas, a união da equipe, o seu ótimo

relacionamento com os outros departamentos, que fazem parte do paço municipal e

o excelente atendimento ao público em geral, que é frequentemente elogiado não

somente pelas pessoas da cidade que são atendidas pelo telefone ou pessoalmente

como também pelas pessoas de outras cidades que são atendidas via telefone.

Os pontos fracos também são muitos, porém o que ficou mais evidenciado foi

à falta de habilidades e capacidades necessárias a execução das tarefas, que vão

67

desde tarefas simples, como o atendimento ao público em geral, como tarefas mais

complexas como reter corretamente os impostos devidos nas NF de mercadorias e

serviços, aplicar no mercado financeiro os recursos recebidos da União, do Estado e

do próprio Município e prestar esclarecimentos ao Tribunal de Contas de Minas

Gerais dos recursos recebidos, quanto ao que foi gasto, onde, como, etc.

7.2 Definição dos Fenômenos em estudo e inserção na literatura ou teoria

O departamento financeiro conta como uma equipe compromissada e

conforme observações e diagnósticos realizados no departamento, os servidores

buscam oportunidades de novas aprendizagens, no entanto se sentem

“engessados” pela falta de capacitação e habilidades necessárias a realização de

suas tarefas.

Sendo assim, fica evidenciada, a necessidade da realização de um

programa de treinamento no departamento em questão, pois conforme Chiavenato

(1994) treinar é o ato intencional de fornecer os meios para proporcionar a

aprendizagem.

O treinamento pode também ser entendido conforme bibliografia estudada

como processo de assimilação de novas competências em curto prazo, que tem

como objetivo repassar, ensinar ou reciclar conhecimentos, habilidades e atitudes

relacionados diretamente à execução de tarefas ou à otimização no trabalho.

Visando a assimilação de novas competências em curto prazo, um programa

de treinamento no departamento estudado, traria a aquisição e melhora de

competências essenciais a realização das atividades contribuindo dessa forma com

o auto desenvolvimento dos servidores, pois de acordo com Guelber et al (2008. 03)

“O treinamento envolve, a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao

trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente do

desenvolvimento de habilidades e competências.”

7.3 Apresentação de Questões de Pesquisa, Objetivos e Hipóteses.

Como instrumento de coleta de dados para a pesquisa, foi utilizado um

questionário, que se encontra em anexo no Apêndice A. O questionário é composto

de quinze questões fechadas com três opções de respostas cada uma, podendo

cada entrevistado marcar somente uma das respostas. Os entrevistados em questão

foram os quatro servidores que integram o quadro de servidores do Departamento

68

Financeiro da Prefeitura Municipal. Os servidores foram informados que o

questionário ao qual estavam respondendo seria utilizado para fins acadêmicos, e

dada a sua importância, eles deveriam utilizar de sinceridade ao respondê-lo, a fim

de contribuir com o objetivo da pesquisa.

Torna-se importante, para todas as organizações, conhecer, apoiar e investir

nos seus colaboradores. É indispensável que a empresa, aqui no caso, a Prefeitura

Municipal, se preocupe com o meio pelo qual recrutam os servidores recém-

contratados e a forma como são inseridos no seu ambiente de trabalho.

O objetivo almejado em se alcançar através das questões do questionário é

demonstrar como ocorre o aprendizado das tarefas no Departamento estudado, o

grau de avaliação da eficiência das tarefas executadas e se os servidores

desejariam passar por um programa de treinamento para melhora a eficiência na

execução das tarefas.

Através do exposto no questionário, levantam-se as seguintes hipóteses:

1. A forma de recrutamento e inserção dos servidores no Departamento

Financeiro é adequada?

2. Os servidores se consideram aptos a desempenhar com eficiência as

tarefas de suas responsabilidades?

3. A maneira como aprendem as tarefas e suficiente para atender a demanda

de serviços no Departamento?

Através dos resultados dos questionários, será possível, esclarecer não

somente a estas questões, como também outras indagações pertinentes ao estudo.

7.4 Delineamento do Estudo e Fonte Pesquisada

A pesquisa utilizada tem como finalidade averiguar as indagações pertinentes

ao problema em estudo. Foi utilizada em primeiro lugar a pesquisa bibliográfica, que

tem como finalidade “colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi

escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...].” (MARCONI; LAKATOS,

2011, p.57). Portanto, foram utilizados como fonte de pesquisa neste estudo

materiais escritos, tais como: livros, leis, artigos, teses, monografias, e diversos

materiais publicados na internet.

Como técnica de pesquisa para coleta de dados, foi utilizada a observação

direta extensiva, através do instrumento denominado questionário, onde segundo

69

Marconi e Lakatos (2011, p. 86) “questionário é um instrumento de coleta de dados

constituídos por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por

escrito e sem a presença do entrevistador.”

O questionário foi composto por quinze perguntas fechadas, com três opções

de respostas cada uma, devendo cada respondente marcar somente uma opção.

Esse número de questões foi escolhido propositadamente, onde se visou não

cansar os entrevistados e colher as informações necessárias pertinentes ao estudo,

pois Marconi e Lakatos (2011, p. 88) afirmam que “o questionário deve ser limitado

em extensão e em finalidade. Ser for muito longo, causa fadiga e desinteresse; se

curto demais, corre o risco de não oferecer suficientes informações.”

A amostra da pesquisa foi censitária, pois abrangeu o total da população alvo

do estudo, ou seja, os quatro servidores integrantes do Departamento Financeiro da

Prefeitura Municipal de Paracatu – MG.

Cabe ressaltar que a pesquisadora deste estudo, faz parte do quadro de

funcionários do Departamento Financeiro entrevistado. Beneficiando-se dessa

forma, da técnica da coleta de dados denominada “observação participante natural,

onde o observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga.”

(MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 79).

Almeja-se com a aplicação do questionário, colher informações precisas, a fim

de se obter comprovações e ampliar a visão do tema em análise neste estudo.

7.5 Análise de Dados

Buscando demonstrar com mais clareza os resultados obtidos com a

pesquisa através do questionário aplicado no Departamento Financeiro, os dados

colhidos serão representados por meio de gráficos.

Optou-se neste estudo pelo uso do gráfico do tipo informativo ou de

informação, cujo objetivo, de acordo com Marconi e Lakatos (2011, p. 193) “é dar ao

leitor ou ao investigador um conhecimento real, atual, do problema estudado ou de

interesse.”

Na primeira pergunta buscou-se demonstrar o tempo de efetivo exercício de

cada servidor no Departamento Financeiro. Está investigação se torna importante,

na medida em que se busca analisar a relação entre o tempo de serviço do servidor

e sua possível insatisfação com os meios empregados para aprender as tarefas.

A questão foi elaborada da seguinte forma:

Há quanto tempo você é servidor público municipal?

70

Conforme demonstra o gráfico a seguir, foram encontrados os seguintes

resultados:

Gráfico 1 - Tempo de Efetivo Exercício no Departamento Financeiro

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Conforme se pode observar no gráfico 75% dos servidores do Departamento

Financeiro possuem mais de cinco e menos de 10 anos de efetivo exercício. Pode-

se analisar com este resultado, que a maioria dos servidores integrantes do

Departamento já possuem tempo de serviço suficiente para expressarem sua

opinião sobre os meios utilizados para a aprendizagem das tarefas.

Na pergunta nº 02, foi feita a seguinte pergunta:

Qual o grau de escolaridade exigido no concurso para a função que você

exerce agora?

Conforme gráfico a seguir foi encontrado os seguintes resultados:

Gráfico 2 - Nível de Escolaridade Exigido para a Função

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

0%

25%

75%

0%

Há menos de 1 ano

Entre 1 e 5 anos

Entre 5 e 10 anos

Acima de 10 anos

50% 50%

0%

Nível Fundamental

Nível Médio

Nível Superior

71

Esta pergunta foi feita com a intenção de se analisar se o nível de

escolaridade exigido tem relação com as tarefas exercidas atualmente no cargo.

Como se pode verificar, quando prestaram concurso, 50% dos servidores o

fizeram para cargos do nível fundamental e os outros 50% para cargos do nível

médio.

Na questão nº 03, foi feita a seguinte pergunta:

Quando foi chamado (a) para tomar posse da vaga pela qual tinha direito,

você foi interpelado sobre suas aptidões e habilidades e se essas tinham relação

com a vaga a qual iria ocupar?

Foram encontrados os seguintes resultados, conforme gráfico a seguir:

Gráfico 3 - Questionamento das Aptidões e Habilidades na Posse

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

A intenção ao se fazer essa pergunta foi a de se analisar como é feito o

recrutamento dos servidores para as vagas disponíveis.

Pode se analisar através do gráfico que 75% não foram interpelados sobre

suas aptidões e habilidades no momento da posse e somente 25% foram.

A pergunta nº 04 foi elaborada da seguinte maneira:

Ao chegar ao Departamento no qual tomou posse sentiu dificuldade para

aprender as tarefas relacionadas à sua função?

Foram obtidos os seguintes resultados:

25%

75%

0%

sim

não

Em partes

72

Gráfico 4 - Dificuldade em Aprender as Tarefas Relacionadas à Função

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Com essa pergunta busca-se analisar a dificuldade no aprendizado das

tarefas. Como se pode analisar 50% responderam que sentiram dificuldade no

aprendizado das tarefas e 50% ficaram relataram que houve sentiram dificuldades

em partes.

Na pergunta nº 05 foi feita a seguinte pergunta:

Houve disponibilidade por parte da equipe que já trabalhava no

Departamento em ensinar as tarefas inerentes as sua função?

Obteve-se os seguintes resultados:

Gráfico 5 - Disponibilidade da Equipe em Ensinar as Tarefas

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Essa pergunta foi considerada importante para se mensurar o grau de

colaboração dos servidores veteranos com os recém contratados.

Conforme se pode analisar no gráfico nº 5, 50% responderam que não houve

disponibilidade por parte dos servidores que já trabalhavam no Departamento em

50%

0%

50% sim

não

em partes

50%

25%

25%

Não

Sim

Em Partes

73

ensinar as tarefas, 25% responderam que houve sim disponibilidade no ensino das

tarefas e os 25% restante responderam que houve disponibilidade em partes.

A pergunta nº 06 foi elaborada da seguinte forma:

Em sua opinião, você desempenha com eficiência as tarefas inerentes ao seu

cargo?

Foram encontrados os seguintes resultados, conforme gráfico a seguir:

Gráfico 6 - Desempenho das Tarefas Inerentes ao Cargo

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Através da análise do gráfico, observa-se que 100% dos servidores,

consideram que realizam as tarefas nem com total eficiência e nem sem nenhuma,

ou seja, consideram que realizam suas tarefas em partes com eficiência.

Na questão nº 07, foi feita a seguinte pergunta:

Quais as maiores dificuldades que você em executar suas tarefas?

Obteve-se os seguintes resultados:

Gráfico 7 - Dificuldades na Execução das Tarefas

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

0%

100%

Sim

Não

Em partes

75%

0%

25% Dificuldade em assimilar as tarefas

Dificuldade no Manuseio do Sistema

Outros

74

Essa pergunta foi feita com a intenção de se analisar quais os tipos de

dificuldades encontradas pelos servidores na execução das tarefas inerentes ao seu

cargo. Conforme o gráfico nº 07, fica evidenciado que 75% dos servidores

encontram dificuldade em assimilar as tarefas e 25% encontram outros tipos de

dificuldade na realização das mesmas.

Foi feita a seguinte pergunta aos servidores do Departamento Financeiro na

questão nº 08:

Como você aprendeu a desempenhar as tarefas inerentes ao seu cargo?

Gráfico 8 - Aprendizado das Tarefas

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Essa pergunta foi elaborada com a intenção de se demonstrar como ocorre o

aprendizado das tarefas no Departamento Financeiro para os recém contratados ou

remanejados para o mesmo. Pode-se analisar que 50% dos servidores do

Departamento aprenderam as tarefas inerentes ao seu cargo com servidores que já

trabalhavam no local e os outros 50% aprenderam de outras formas.

A pergunta nº 09 foi elaborada da seguinte forma:

As tarefas que você executa no seu cargo são compatíveis com o grau de

instrução exigido no cargo para o qual você prestou o concurso?

O gráfico a seguir demonstra os resultados.

0%

50% 50%

Passei por um Programa de Treinamento

Aprendi com Servidores que já Trabalhavam no Departamento

Outros

75

Gráfico 9 - Compatibilidade das Tarefas com Cargo do Concurso

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Ao se fazer essa pergunta, a intenção foi a de demonstrar se há

compatibilidade entre o que é descrito no edital do concurso como descrição das

tarefas que terão que ser executada no cargo e a realidade, quando se toma posse.

Conforme o gráfico nº 09, pode se analisar que 75% responderam que as

tarefas que executam não são compatíveis com o cargo exigido no concurso e os

25% restantes responderam que é compatível.

Na pergunta nº 10 indagou-se dos servidores:

Como você classifica as tarefas que desempenha?

O gráfico nº 10 a seguir demonstra os resultados.

Gráfico 10 - Classificação das Tarefas Executadas

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Com essa pergunta busca-se analisar o nível das tarefas desenvolvidas no

Departamento Financeiro. O gráfico nº 10 demonstra que 50% dos servidores que

25%

75%

0%

Sim

Não

Em Partes

50% 50%

0% Tarefas complexas, que exigem alto grau de conhecimento

Tarefas simples, mas que exigem muito conhecimento

Tarefas simples, que não exigem muito conhecimento

76

trabalham no Departamento consideram que suas tarefas são complexas e que

exigem alto grau de conhecimento e 50% consideram que executam tarefas simples,

mas que exigem muito conhecimento.

Na questão nº 11, foi feita a seguinte pergunta:

Você acha importante adquirir novos conhecimentos, capacidades e

habilidades e aprimorar as que já possuem?

Foram obtidos os seguintes resultados:

Gráfico 11 - Importância e Aprimoramento de novos conhecimentos

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

.

Esta pergunta foi considerada importante, na medida em que tenta

demonstrar se os servidores almejam adquirir conhecimentos e habilidades novas,

para desempenharem com mais eficiência as tarefas inerentes aos seus cargos.

Conforme resultado do gráfico nº 11, fica evidenciado que todos os servidores

integrantes do Departamento Financeiro desejam novas aprendizagens.

Na questão nº 12, indagou-se dos servidores:

Em sua opinião, os conhecimentos, capacidades e habilidades que possui,

são suficientes quantitativamente e qualitativamente para desempenhar com eficácia

e eficiência as tarefas inerentes ao seu cargo?

Obteve-se os seguintes resultados:

100%

0%

Sim

Não

Em partes

77

Gráfico 12 - Suficiência de Eficácia e Eficiência na Execução das Tarefas

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Esse questionamento foi feito com a intenção de se demonstra a eficácia e

eficiência na execução das tarefas, ou seja, se os servidores do Departamento

consideram suficientes os conhecimentos, habilidades e capacidades que possui

para desempenhar as tarefas inerentes aos seus cargos.

Conforme pode ser verificado no gráfico nº 12, 75% dos servidores

consideram seus conhecimentos insuficientes, ou seja, não desempenham com

eficiência suas tarefas e 25% consideraram seus conhecimentos suficientes em

partes.

Na pergunta nº 13 foi feita a seguinte pergunta:

Quais dos itens abaixo você acha importante para enriquecer seu

conhecimento e melhorar o desempenho de suas atividades?

Gráfico 13 - Itens importantes para enriquecer o conhecimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

0%

25%

75%

sim

não

em partes

75%

25%

0%

programa de treinamento

cursos

outros

78

Conforme se pode analisar através do gráfico, 75% dos servidores

consideraram importante passar por um programa de treinamento para

enriquecerem o conhecimento e 25% acharam importante enriquecer o

conhecimento através de cursos.

Na questão nº 14, indagou-se dos servidores:

Você gostaria de passar por um programa de treinamento?

Os resultados são mostrados através do gráfico nº 14.

Gráfico 14 - Vontade de passar por um programa de treinamento

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Essa pergunta foi elaborada, buscando demonstrar se havia uma vontade por

parte dos servidores integrantes do Departamento Financeiro, em passar por um

programa de treinamento para adquirirem novos conhecimentos, habilidades e

capacidades bem como aprimorar as que possuem, podendo dessa forma trabalhar

com mais qualidade, eficácia e eficiência. Como pode se analisar através do gráfico

nº 11 o resultado foi unânime, ou seja, todos os servidores do Departamento

desejam passar por um programa de treinamento.

A última pergunta do questionário foi elaborada da seguinte forma:

Em sua opinião, passar por um programa de treinamento melhoraria a

qualidade no desempenho das suas tarefas, bem como a qualidade dos serviços

prestados aos usuários dos serviços públicos?

Obteve-se os seguintes resultados:

100%

0% Sim, gostaria

Não, não gostaria

Já aprendi as tarefas, agora não é mais necessário

79

Gráfico 15 - Resultados obtidos através do programa de treinamento

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

Fica evidenciado através do gráfico nº 15, que 100% dos servidores acham

que passar por um programa de treinamento iria ajudá-los a desempenhar com mais

qualidade suas tarefas e consequentemente prestar melhores serviços aos usuários

dos serviços públicos.

100%

0%

sim

não

em partes

80

8 CONCLUSÃO

O presente estudo buscou apresentar e contribuir através de várias fontes de

pesquisas bibliográficas sobre este importante tema, o treinamento.

A pesquisa bibliográfica apresentada procurou deter-se no tema principal, ou

seja, o treinamento, o que não impediu que fossem apresentadas outras abordagens

relacionadas ao tema principal, tais como: competência, conhecimento e a

aprendizagem.

Após a pesquisa bibliográfica, foi utilizada a pesquisa para coleta de dados, a

fim de apresentar dados vindos do próprio local foco do estudo, que poderiam vir a

trazer comprovações ou não do problema aqui apresentado.

Após o término de todo estudo, a conclusão que se pode chegar foi que tanto

a pesquisa bibliográfica como a pesquisa para coleta de dados foi de grande valia

para o alcance dos objetivos apresentados nos mesmo.

Com a pesquisa bibliográfica pode-se elucidar mais sobre o tema, podendo-

se concluir que este é de suma importância para a organização, seja ela pública ou

privada.

A partir desta constatação, pode-se relacionar o treinamento como uma

ferramenta gerencial que deve ser utilizada continuamente pela organização para

que esta possa contar com colaboradores competentes. Isto se aplica ao

Departamento Financeiro da Prefeitura de Paracatu – MG, foco deste estudo.

A pesquisa utilizada para coleta de dados serviu como base, para se ter uma

visão acerca dos problemas enfrentados pela falta de um programa de treinamento,

sendo enfatizados alguns pontos mais importantes.

Primeiro pode-se perceber através da pesquisa que os servidores do

Departamento Financeiro da Prefeitura Municipal são recrutados para o mesmo sem

afinidades com as funções ali exercidas, sendo 75% dos entrevistados não foram

questionados no ato da contratação a respeito de suas aptidões e habilidades.

Outro ponto importante é quanto à relação entre a descrição do cargo no

edital do concurso e as tarefas desempenhas pelos mesmos, sendo que 75%

responderam que as tarefas não tinham relação com o cargo para o qual foram

nomeados.

Quanto ao treinamento foram perguntados se gostariam de passar por um

programa de treinamento e se este, em suas opiniões, os ajudaria a desempenhar

com mais qualidade o desempenho das tarefas, sendo que 100% dos entrevistados

81

disseram que sim, comprovando dessa forma a carência e a solicitude por um

programa de treinamento.

Por fim, pode se concluir que o presente estudo foi de grande valia e de suma

importância, pois trouxe elucidação sobre o tema proposto, e ajudou a esclarecer e

entender um pouco mais sobre as dificuldades enfrentadas pelos servidores do

Departamento Financeiro da Prefeitura Municipal, na execução de suas tarefas,

devido à falta de um treinamento específico.

8.1 Sugestões e Propostas de Projeto de Treinamento

Tendo em vista que o treinamento é uma processo que fornece meios para

aquisição de habilidades, capacidades, conhecimento e atitudes, provocando dessa

forma mudanças tanto no colaborador como na organização, este deve ser usado

como ferramenta administrativa pelas organizações tanto privadas como públicas

afim de se obter resultados satisfatórios em seus processos.

8.1.1 Projeto de Treinamento

No departamento financeiro da Prefeitura Municipal de Paracatu, o principal

problema identificado foi à falta de eficiência na execução das tarefas. As tarefas

são feitas mecanicamente, sem compreensão de fato daquilo que esta sendo

executado, isto pode ser evidenciado através dos resultados do questionário

aplicado e visualizado através dos gráficos que representam os mesmos.

Os servidores passaram pelo concurso público e foram recrutados para o

Departamento sem terem o mínimo de preparo para as tarefas que lá executam. Isto

gera estresse e fadiga aos servidores que não se sentem habilitados para

executarem tarefas tão complexas no departamento e o meio pelo qual aprenderam

não é o mais adequado para se preparar colaboradores para um local com

atividades tão complexas, pois aprenderam o mínimo com servidores que já

trabalhavam no local que por sua vez aprenderam com outros servidores, gerando

dessa forma um processo continuo de aprendizagem insatisfatória, ou seja, os

recém chegados aprendem somente o básico e isto mecanicamente, pois não há

entendimento daquilo que se esta sendo executado e quando a tarefas sai da rotina

padrão ou surge um problema na execução da mesma há uma sucessão de dúvidas

e os servidores não sabem nem como agir e nem como resolver, pois não há como

resolver um problema que não se compreende.

82

Diante desses fatos, sugere-se para que haja o desenvolvimento de

habilidades e capacidades e conseqüentemente a eficiência e eficácia no

desempenho das tarefas um treinamento específico para as tarefas que são

executadas no Departamento Financeiro.

8.1.2 Nome do Projeto

Treinamento para o desenvolvimento de habilidades e capacidades.

8.1.3 Objetivo do Projeto

Propor um programa de treinamento no Departamento Financeiro da

Prefeitura Municipal.

8.1.4 Descrição

Este projeto vem propor um programa de treinamento que venha de encontro

com as necessidades laborais dos servidores do Departamento Financeiro da

Prefeitura Municipal.

A seguir uma relação de algumas tarefas que são executas no departamento:

1. Conciliação bancária;

2. Classificação das receitas no plano de contas;

3. Contabilização de receitas;

4. Retenção de impostos nas notas recebidas dos fornecedores e

prestadores de serviços;

5. Controle de saldos das contas bancárias e no razão contábil;

6. Emitir notas de autorização de pagamento, ordens bancárias e cheques.

7. Aplicação dos saldos das contas bancárias no mercado de capitais;

8. Recebimento de títulos como caução de licitações.

Como se pode perceber, as tarefas executadas no departamento são mais

voltadas para áreas como de economia e contabilidade. Diante desse fato, foi feito

um levantamento de quantos profissionais dessas áreas compõem o quadro de

83

pessoal efetivo da Prefeitura e que trabalham especificamente no prédio municipal,

onde se localiza o Departamento Financeiro.

A informação obtida é que a prefeitura conta com dois profissionais com curso

superior em ciências contábeis e um profissional com curso superior em economia

que estão lotados em departamentos dentro do prédio da prefeitura.

Esta informação foi fornecida pelo Departamento de RH e também esta

disponível no site da Prefeitura Municipal no endereço www.paracatu.mg.gov.br na

opção portal da transparência e quadro de pessoal.

Diante dessas informações propõe-se que esses profissionais sejam contratados

para proverem um treinamento específico para os servidores do Departamento,

relacionado com as tarefas executadas e respectivas áreas afins.

8.1.5 Custos do Projeto

Quadro 12 – Custos do Projeto

Profissional Material

Quantidade Atividade Valor Unitário

Valor Total

Contador 1 Proporcionar treinamento básico em contabilidade pública, de acordo com as tarefas no departamento que são relacionadas com a área, tais como: conciliação bancária, classificação de receitas no plano de contas, retenção de impostos nas notas fiscais recebidas dos fornecedores e prestadores de serviços etc.

R$ 1.400,00 R$ 1.400,00

Economista 1 Proporcionar treinamento básico em Economia, de acordo com as tarefas no departamento que são relacionadas com a área, tais como: noções de produtos e serviços financeiros e de mercado de capitais.

R$ 1.400,00 R$ 1.400,00

Apostila 4 Material de Apoio R$ 50,00 R$ 200,00

Cofee Break 4 Lanche para os servidores durante o treinamento

R$ 120,00 R$ 480,00

Total R$ 3.480,00

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

84

8.1.6 Cronograma do Projeto

Quadro 13 – Cronograma do Projeto

ATIVIDADES / PERÍODOS 7 8 9 10 11 12

1 Reunião com as Partes Envolvidas X

2 Definição da Programação do

Treinamento

X X

3 Confecção da Apostila X

4 Início do Treinamento X

5 Término do Treinamento X

6 Avaliação dos Resultados X

Fonte: Elaborado pela autora, 2012

8.1.7 Benefícios Esperados

Com tais ações, estima-se que os servidores trabalhem mais motivados,

desempenhado com eficiência suas tarefas, e podendo contribuir com mais

qualidade e prestatividade nos serviços prestados ao público em geral.

8.1.8 Considerações Finais

Diante no exposto neste estudo, a constatação é de que o treinamento é uma

importante ferramenta administrativa capaz de produzir mudanças no

comportamento, o desenvolvimento de habilidades, capacidade e proporciona a

aprendizagem assegurando que a organização conte com colaboradores

competentes.

Quando se proporciona treinamento aos colaboradores, este não deve ser

encarado como custo e sim como um investimento de suma importância para o

desenvolvimento dos colaboradores, trazendo dessa forma retornos compensadores

em forma de produtividade, motivação, eficiência, eficácia, competências etc.

Constata-se através desta pesquisa que o treinamento é uma ferramenta

estratégica capaz de proporcionar desenvolvimento ao capital intelectual da

empresa, beneficiando dessa forma a própria organização, seja ela pública ou

privada.

Isto se aplica ao Departamento Financeiro da Prefeitura Municipal de

Paracatu, alvo do estudo, onde foi identificado através do questionário aplicado aos

servidores que estes almejam por aprendizagem e que um programa de treinamento

iria proporcionar melhorias no desempenho.

85

REFERÊNCIAS

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90

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU – MG

.

Dados dos Respondentes

Faixa etária: ( ) 18-30 ( ) 31-40 ( ) 41-50 ( ) Acima de 50 Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Cargo ____________________________________________________________

Instruções

1. Marque com um "X" apenas uma das alternativas

2. Evite deixar questões em branco.

Questão nº 01

Há quanto tempo você é servidor público municipal?

( ) Há menos de 1 ano

( ) Entre 1 e 5 anos

( ) Entre 5 e 10 anos

( ) Acima de 10 anos

Questão 02

Qual o grau de escolaridade exigido no concurso para a função que você

exerce agora?

( ) Nível fundamental.

( ) Ensino Médio.

( ) Nível Superior.

Questão 03

91

Quando foi chamado (a) para tomar posse da vaga pela qual tinha

direito, você foi interpelado sobre suas aptidões e habilidades e se essas

tinham relação com a vaga a qual iria ocupar?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 04

Ao chegar ao departamento no qual tomou posse sentiu dificuldade para

aprender as tarefas relacionadas à sua função?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 05

Houve disponibilidade por parte da equipe que já trabalhava no

departamento em ensinar as tarefas inerentes as sua função?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 06

Em sua opinião, você desempenha com eficiência as tarefas inerentes ao

seu cargo?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 07

92

Quais as maiores dificuldades que você tem em executar suas tarefas?

( ) Dificuldade em assimilar as tarefas

( ) Dificuldade no manuseio do sistema

( ) Outros

Questão 08

Como aprendeu a desempenhar as tarefas inerentes ao seu cargo?

( ) Passei por um por um programa de treinamento

( ) Aprendi com servidores que já trabalhavam no departamento

( ) Outros

Questão 09

As tarefas que você executa no seu cargo são compatíveis com o grau

de instrução exigido no cargo para o qual você prestou o concurso?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 10

Como você classifica as tarefas que desempenha?

( ) Tarefas complexas, que exigem alto grau de conhecimento.

( ) Tarefas simples, mas que exigem muito conhecimento.

( ) Tarefas simples, que não exigem muito conhecimento.

Questão 11

Você acha importante adquirir novos conhecimentos, capacidades e

habilidades e aprimorar as que já possui?

93

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 12

Em sua opinião, os conhecimentos, capacidades e habilidades que

possui, são suficientes quantitativamente e qualitativamente para

desempenhar com eficácia e eficiência as tarefas inerentes ao seu cargo?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

Questão 13

Quais dos itens abaixo você acha importante para enriquecer seu

conhecimento e melhorar o desempenho de suas atividades

( ) Programa de Treinamento

( ) Cursos

( ) Outros

Questão 14

Você gostaria de passar por um programa de treinamento?

( ) Sim, gostaria.

( ) Não, não gostaria.

( ) Já aprendi as tarefas, agora não é mais necessário.

Questão 15

Em sua opinião, passar por um programa de treinamento melhoraria a

qualidade no desempenho das suas tarefas, bem como a qualidade dos

serviços prestados aos usuários dos serviços públicos?

94

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes