FACULDADE UnB PLANALTINA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS...

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FACULDADE UnB PLANALTINA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS VARIAÇÕES POPULACIONAIS DAS LAGARTAS-ROSCA (AGROTIS SENSU POOLE) NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA EMBRAPA CERRADOS, DE JULHO DE 2013 A JUNHO DE 2015 FERNANDO FERREIRA MARTINS ORIENTADOR: Dr. ALEXANDRE SPECHT Planaltina - DF Novembro de 2015

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FACULDADE UnB PLANALTINA

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS

VARIAÇÕES POPULACIONAIS DAS LAGARTAS-ROSCA (AGROTIS

SENSU POOLE) NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA EMBRAPA

CERRADOS, DE JULHO DE 2013 A JUNHO DE 2015

FERNANDO FERREIRA MARTINS

ORIENTADOR: Dr. ALEXANDRE SPECHT

Planaltina - DF

Novembro de 2015

FACULDADE UnB PLANALTINA

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS

VARIAÇÕES POPULACIONAIS DAS LAGARTAS-ROSCA (AGROTIS SENSU POOLE) NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA EMBRAPA

CERRADOS, DE JULHO DE 2013 A JUNHO DE 2015

FERNANDO FERREIRA MARTINS

ORIENTADOR: Dr. ALEXANDRE SPECHT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca

Examinadora, como exigência parcial para a obtenção de

título de Licenciado do Curso de Licenciatura em Ciências

Naturais, da Faculdade UnB Planaltina, sob a orientação do

Dr. Alexandre Specht.

Planaltina - DF

Novembro de 2015

Aos que sempre estiveram por mim, responsáveis pela minha

educação e crescimento, meus avós, Edson Joaquim Ribeiro

Serra e Maria da Conceição Gomes Pinheiro, minha tia,

Aryane Pinheiro Martins, e meus padrinhos, Jessé Gomes e

Camila Rodrigues. Amar é pouco, para quem gosta tanto.

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Alexandre Specht, que me ajudou a escolher o tema do meu

trabalho e aceitou o desafio de me orientar e a sua esposa, a professora Drª. Vânia Ferreira

Roque-Specht, por me proporcionar a grande oportunidade de trabalhar no que mais tarde eu

iria descobrir o meu amor, a Entomologia.

À Drª. Silvana Vieira de Paula Moraes pelo conhecimento compartilhado com a

equipe da entomologia e pelas ótimas oportunidades que me proporcionou.

À Cintia Lepesqueur, sua alegria, simplicidade e amor pela área de estudo me

afetaram ao ponto de querer sua participação na minha banca, pois acredito que o seu

conhecimento irá enriquecer ainda mais este. Obrigado por aceitar o convite. Gratidão.

Aos professores, responsáveis pelo meu crescimento acadêmico e que me motivaram

estar onde estou em especial, Alexandre Luis Parize, Rodrigo Miloni Santucci, Maria Cristina

Oliveira, Evelin Sanchez, Poliana Dutra Maia e aos demais, Renata Aquino, Maria de Lourdes

L. Freitas, Cynthia Bisinoto, Ivan Ferreira, Marcella Lemos e Otilie Eichler.

Aos amigos de laboratório que me ajudaram a desenvolver essa pesquisa: Caik Hott,

Eunice Gontijo, Henrique Clementino, Marcia Bernardes, Pollyanna Otánasio, Priscila

Colombo, Vander Célio de Matos. Obrigado família dois pelos momentos maravilhosos que

vivemos juntos, pela possibilidade de crescimento, de amadurecimento e de despertar para

uma profissão que amo exercer.

Aos amigos responsáveis por momentos de muita alegria e diversão, por

compartilharem gostosas risadas e os sofrimentos da graduação, da vida. Ágatha Camila,

André Miguel, Amanda Bezerra, Ana Carolina Almeida, Bárbara Hélen, Bruno Felinto, Caik

Hott, Débora Gomes, Débora Sousa, Elaine Cavalcante, Gabriela Cardoso, Isabela Decursi,

Janini Hott, Janara Hott, Joseane Andrade, Julia Viegas, Juliana Monteiro, Hellen Loyane,

Juan de Medeiros, Lara Sadi, Letícia Sousa, Lorena da Conceição, Lídia Sarmanho, Mayara

Medeiros, Maurício Almeida, Monique Nascimento, Patrícia de Alcântara, Pedro Lucas,

Roberto Ricart, Sabrina Ribeiro, Sabrina Terezinha, Stefanne Laia, Tácito Barbosa e Wenes

Júnior.

Aos meus queridos e amados animais, Minerva e Benje. Obrigado por estarem

comigo, por me darem amor e por me divertirem nos momentos que mais precisei. Vocês

sem dúvida sãos os melhores animais de estimação, os amo.

À Patrícia Rodrigues, pelos momentos que se dispôs a ajudar. Sou realmente grato.

Aos meus amados irmãos Davi Martins, Gabriela Martins e Rafael Martins. Somos a

parte de um todo. Gratidão e muito amor.

À João Hott, Francisca Hott e Adriana Lopes por darem todo apoio necessário, e por

sempre estarem disponíveis. Tenho grande admiração e amor por vocês.

Aos tios, Alysson Martins, Aryadne Martins, Aryane Martins e Sanderson Dias que

sempre se mantiveram preocupados e tentaram de alguma forma ajudar na minha criação.

Gratidão e amor.

À minha bisa vó, Catarina (in memorian) pelos bons exemplos que deixou para nossa

família, pelas boas memórias e pela saudade que deixou.

Aos meus amados avós, Edson Serra e Conceição Pinheiro, por terem aceitado o

desafio de participar da minha criação, fazendo o que podiam para o meu melhor conforto,

educação e felicidade. Não tenho como expressar em palavras o quanto grato e o quão grande

é o meu amor por vocês. Vocês são a minha base, as minhas vitórias, os meus verdadeiros pai

e mãe. Do fundo do meu coração, muito obrigado.

À Universidade de Brasília e a Embrapa Cerrados.

À Darwin, à Deus, ao Cosmos.

À todos que torceram pela minha vitória e me deram todo o apoio e os incentivos

necessários. Meus sinceros agradecimentos.

"São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos,

muito mais que as nossas qualidades."

(J. K. Rowling)

1

RESUMO:

A proposta deste estudo foi avaliar as variações populacionais das “lagartas-roscas” (Agrotis sensu Poole, 1989) na Embrapa Cerrados, Planaltina, DF. Os insetos foram coletados com armadilha luminosa nos novilúnios entre julho de 2013 e junho de 2015, com 24 coletas, cada uma formada por 10 amostragens. Após as coletas os insetos foram triados e identificados. Foram coletados 528 representantes de Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1766); 146 de Agrotis lilacina (Zerny,1916); 62 de Agrotis subterranea (Fabricius,1794); 6 de Agrotis repleta (Walker, 1857). De maneira geral, os adultos de todas as espécies foram coletados nas épocas de seca, de final de março a setembro. As espécies mais abundantes, A. ipsilon e A. subterranea foram coletadas durante praticamente todo período, enquanto que A. lilacina ocorreu restritamente entre o final de março e junho. Os poucos exemplares de A. repleta ocorreram apenas entre fevereiro e março e maio e junho. O principal resultado deste estudo relaciona-se ao conhecimento de que os adultos das lagartas-roscas ocorrem em densidades populacionais diferenciadas, voam (e presumivelmente ovipositam) na época seca, com picos populacionais mais ou menos restritos, dependendo da espécie. Ainda aponta a necessidade de avaliar, em campo, a ocorrência dos imaturos, especialmente lagartas de cada espécie.

Palavras-chave: Insetos praga; Flutuação Populacional; Diversidade biológica; Entomologia.

ABSTRACT

The purpose of this study was evaluate the populational variations of "cutworm" (Agrotis sensu Poole, 1989) at Embrapa Cerrados, Planaltina, DF. The insects were collected by light traps in crescents from July 2013 to June 2015, with 24 collections, each consisting of 10 samples. After collecting the insects were screened and identified. Were collected 528 representatives of Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1766); 146 of Agrotis lilacina (Zerny, 1916); 62 of Agrotis subterranea (Fabricius, 1794); 6 of Agrotis repleta (Walker, 1857). Overall, the adults of all species were collected specially in dry season, from late March to September. The most abundant species, A. ipsilon and A. subterranea were collected during almost the entire period, while A. lilacina occurred between late March and June. The few specimens of A. repleta only occurred between February and March and May and June. The main result of this study relates to the knowledge that adults of cutworm occur in different population densities, fly (and presumably lay eggs) in the dry season, with more or less restricted population peaks, depending on the species. Also points out the need to evaluate in the field, the occurrence of immature, especially larvae of each species. Keywords: Pest insects; Populational Variation; Biological diversity; Entomology.

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VARIAÇÕES POPULACIONAIS DAS LAGARTAS-ROSCA (AGROTIS SENSU POOLE) NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA EMBRAPA CERRADOS, DE JULHO DE 2013 A JUNHO DE 2015

Fernando Ferreira Martins1

INTRODUÇÃO

O Cerrado constitui o segundo maior domínio morfoclimático do Brasil e da América

do Sul, ocupa 22% do território brasileiro, perdendo em área apenas para a Floresta

Amazônica (AB'SABER 1977, 1983). O clima da região é tropical, com distribuição

altamente estacional das chuvas. Apresenta em sua maior porção duas estações bem definidas:

uma chuvosa (outubro a abril), e outra seca (maio a setembro) (CAMARGO, 1999). A

precipitação média anual varia entre 600 mm e 2200 mm, e a altitude de 300 m a 900 m em

mais de 70% da região, (AB'SABER, 1983) e (ADÁMOLI et al., 1986), com temperaturas

médias anuais variando entre 22°C a 28°C em 80% da área (DIAS, 1992).

Em decorrência das altas taxas de conversão do Cerrado em áreas destinadas à

agropecuária ou outras formas de ocupação do homem, faz-se cada vez mais necessário o

conhecimento da diversidade biológica para que se possa entender o funcionamento das

comunidades e desenvolver planos de manejo para sua preservação. Considerando que mais

da metade das espécies descritas no mundo são insetos, este grupo é de fundamental

importância para o entendimento dos padrões da biodiversidade (FERRO e DINIZ, 2007).

Os lepidópteros constituem uma das maiores ordens de insetos e são representadas por

borboletas e mariposas que apresentam desenvolvimento completo (holometábolo): ovo,

lagarta, pupa e adulto. Possuem asas membranosas e corpo cobertos por escamas que se

destacam facilmente e aparelho bucal sugador maxilar, que fica enrolado em repouso. Com

esses caracteres, distinguem-se dos demais insetos (GALLO et. al., 2002). Os lepidópteros

apresentam diversos tamanhos, variando de microlepidópteros com menos de 15 mm até

macrolepidópteros chegando a 30 cm de envergadura (SPECHT e CORSEUIL, 2002).

Apresentam coloração vistosa e são de fácil captura, possuem importância ecológica e

são utilizados para estudos de diversidade, conservação biológica e avaliação de impactos no

____________________________

1 Curso de Ciências Naturais – Universidade de Brasília.

3

meio ambiente. São fundamentais no funcionamento dos ecossistemas naturais, por atuarem

como fitófagos, parasitas e polinizadores (BROWN 1991; BROWN e FREITAS 2000;

ROSENBERG et. al., 1986). De acordo com Kristensen (2007), são conhecidas 160 mil

espécies de lepidópteros, das quais, segundo Heppner (1991), 31,4% ocorrem na região

Neotropical. Estima-se que haja entre 60 e 80 mil espécies ocorrentes no Brasil, estimativa

motivada pelo elevado número de táxons ainda a serem registrados, distribuídas em 71

famílias, das 124 reconhecidas por Heppner (1998) no Brasil.

Das famílias de lepidópteros conhecidas, destaca-se os Noctuideos que possuem pelo

menos 24.801 espécies descritas e compõem a maior família de macrolepidópteros

(HEPPNER, 1991). Constituem a linhagem mais diversa e cosmopolita de todos os

lepidópteros, com adultos e imaturos apresentando uma enorme gama de tamanhos,

colorações e biologia, incluindo entologia e hábitos alimentares (KITCHING; RAWLINGS,

1998). Segundo Paula-Moraes e Specht (2013), uma das principais características destes

representantes é a capacidade de se alimentar de diferentes espécies vegetais, o que determina

que uma ou mais espécies possam desencadear dano econômico a diversas culturas. Algumas

espécies se destacam pelo alto potencial biótico e de dispersão, e também pela sua polifagia

Agrotis Ochesenheimer, 1816 (Noctuidae: Noctuinae: Noctuini) (LAFONTAINE,

2004) é um gênero cosmopolita com 317 espécies (Poole, 1989). Todas as lagartas de Agrotis

são vorazes e são capazes de se alimentar de uma variedade de plantas (KITCHING e

RAWLINS, 1998, POGUE 2006). São conhecidas popularmente como lagartas-rosca e

recebem essa denominação pelo hábito de se enrolarem ao serem retiradas do solo, onde se

abrigam durante o dia. Ao entardecer e a noite as lagartas saem para cortar e devorar os

vegetais jovens, na base, reduzindo drasticamente o número de plantas viáveis da lavoura. É

uma praga de difícil controle principalmente por ter hábitos noturnos e subterrâneos, o que

leva a perca de grande número de cultivares. Já foi identificada ocasionando danos em mais

de 30 espécies de plantas cultivadas, com destaque em abóbora (Cucúrbita moschata),

algodão (Gossypium hirsutum), amendoim (Arachis hypogaea), batata (Solanum tuberosum),

café (Coffea arabica ),couve (Brassica oleracea), feijão (Phaseolus vulgaris), fumo

(Nicotiana tabacum), melão (Cucumis melo), melancia (Citrullus lanatus), milho (Zea mays),

tomate (Solanum lycopersicum), repolho (Brassica oleracea var. capitata) e soja (Glycine

max) (SILVA et al., 1968; LINK, 1987; GALLO et al., 2002). Os prejuízos causados pelas

lagartas-rosca têm como conseqüência grande destruição geográfica, sendo que em alguns

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casos há exigência de replantio em até 50% da área (EMBRAPA, 2007, SPECHT et. al.,

2013).

As lagartas do gênero possuem hábitos subterrâneos e levam aproximadamente 30 dias

para empuparem, ficam no solo por um período de 10 a 20 dias até se tornarem adultos

(SCHNELDER et. al., 2015). Possuem, na fase imatura, corpo robusto e cilíndrico e sua cor é

escura, cinzenta, parda ou quase preta. Seu comprimento atinge 4 – 5 centímetros, quando

completamente desenvolvidas (MARINONI, 1954). A pupa é encontrada no solo dentro de

câmaras pupais (casulos formados com seda e terra) construídas pelas lagartas. O ciclo de

desenvolvimento dura entre 34 a 64 dias (ovo: 4; lagarta: 20-40; pupa: 10-20 dias). As

fêmeas normalmente podem ovipositam mais de 1.000 ovos e têm preferência de fazer suas

posturas no solo ou nas folhas mais altas, que logo servirão de alimento às lagartas recém-

eclodidas (SANTOS et.al., 1982, MOREIRA et. al., 2007, SCHNELDER et. al., 2015).

Entre as espécies mais conhecidas ocorrentes no Brasil, destacam-se, Agrotis ipsilon

(Hufnagel, 1776), possivelmente nativa da América do Norte, porém com relato de ocorrência

em cinco continentes e mais de 19 países ao redor do mundo (RINGS et al., 1975;

CAPINERA, 2006). Possui uma lagarta de cor marrom com uma linha dorsal e tubérculos

pretos em cada segmento que no seu tamanho máximo mede de 40mm a 50mm de

comprimento. Nos primeiros instares alimenta-se de folhas próximas ao solo e nos últimos

corta plantas abaixo ou ao nível do solo (MELO, 2013). Durante a noite é ativa, escondendo-

se debaixo de folhas ou torrões de solo durante o dia. Concluindo o período larval passa para

a fase de pupa é de coloração marrom brilhante e mede cerca de 20mm a 30mm de

comprimento. Depois de dez a vinte dias que emerge o adulto pode apresentar uma

envergadura de 35 mrn a 50 mm, sendo as asas anteriores cinza-escuro, algumas vezes com

manchas pretas. Asas posteriores peroladas com uma margem estreita. O tórax e o abdome

são cinza. Os adultos depositam ovos isolados ou em grupos principalmente em ervas

daninhas. (HEPPEN, 2001).

Agrotis malefida (Guénee, 1852), já foi documentada na Argentina, Brasil, Chile

Estados Unidos, México e Uruguai (SPECHT et. al., 2013). A espécie possui imaturos que

atingem cerca de 35mm de comprimento quando totalmente desenvolvidas. Apresenta

coloração cinza-escuro na parte dorsal e ventral com duas listras esbranquiçadas ou pálidas ao

longo das laterais, separadas por uma linha escura. Já os adulto possuem envergadura de 28

mm a 45 mm, asas anteriores com mancha claviforme bem desenvolvida, a reniforme grande

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e escura e a orbicular bem pequena. Deposita os ovos em locais úmidos, hastes e folhagens

baixas (SPECHT et. al., 2013; MELO, 2013).

Agrotis Subterranea (Fabricius, 1794), já foi registrada nos Estados Unidos, America do Sul e

Caribe (SAUNDERS et. al., 1998). Seus imaturos possuem cor cinza-marrom com leves

manchas dorsais diagonais. Quando bem desenvolvida atinge o comprimento aproximado de

40 mm. As larvas de primeiros instares se alimentam de folhas novas junto ao solo. O adulto

possui asas anteriores com o bordo anterior mais claro e mancha orbicular e reniforme com

faixa mais escura. Envergadura de 34mm a 42mm. Os ovos são depositados em pequenos

grupos na superfície de folhas de seed1ings junto ao solo, em terra cultivada ou em solo

úmido (HEPPEN, 2001, MELO, 2013).

Agrotis repleta (Walker, 1857), que possui registros na Argentina, Canadá, Chile, Índia e

do México ao Sul do Brasil (LIMA, 1953). Sua lagarta pode chegar a 4,5cm quando

totalmente desenvolvida. Na fase adulta, possui o comprimento da asa de aproximadamente

2,5cm, sua asa anterior estreita relativa que dá uma aparência semelhante as dos

representantes de Sphingidae, a presença de uma linha preta no meio da superfície anterior da

tíbia anterior. A espécie possui dimorfismo sexual e ocorre nas mesmas duas formas de cores

como a A. subterranea, onde o macho possui uma asa dianteira marrom e a fêmea possui a asa

dianteira castanho-escura (HEPPEN, 2001).

Existe uma lacuna quanto a estudos que nos mostram as espécies de lagartas-rosca que

danificam as culturas nas diferentes regiões produtoras, principalmente no Cerrado. Compara-

se com o fato de muitas lagartas-rosca apresentarem ampla variação morfológica nos estágios

adulto e larval, levando a conclusões errôneas quanto à determinação da (s) espécie (s)

(MELO, 2013). Assim, estudos com o objetivo de conhecer as espécies de lagartas, bem como

explicar a sua biologia nos trazem informações necessárias sobre as variações sazonais das

espécies, demonstrando a época de ocorrência e permitindo um melhor conhecimento sobre o

estado da fauna em determinado lugar.

OBJETIVO

Considerando a importância econômica dos representantes do gênero Agrotis, este

trabalho teve por objetivo principal avaliar as variações populacionais dos adultos do gênero

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A B

no período de dois anos, a partir de junho de 2013, na estação experimental da Embrapa

Cerrados, Planaltina- DF.

MATERIAIS E MÉTODOS:

A utilização de armadilhas luminosas tem sido bastante útil para se obter

levantamentos populacionais, por ser a maneira mais eficiente de captura de grande número

de indivíduos (WILLIAMS, 1936). Os pioneiros na prática no Brasil foram Wiendl e Silveira

Neto (1967), que tinham o intuito de saber quais as espécies existentes na região de

Piracicaba, São Paulo. De um modo geral, insetos que apresentam uma resposta positiva aos

efeitos da luz visível, podem ser monitorados ou até controlados por meio das armadilhas

luminosas (NAKANO; LEITE, 2000). Com os resultados obtidos pelo uso de armadilhas

luminosas pode-se determinar parâmetros reprodutivos, conhecer a maior incidência de pragas

e prevenir as culturas sendo todos esses pontos básicos constituintes da ecologia.

Segundo Gallo et. al., (2002) armadilhas luminosas são aparelhos destinados a atrair e

capturar insetos de voo noturno. A atração de um inseto pela luz é denominada de

fototropismo, o qual pode ser positivo quando o movimento ocorre em direção à luz (atração)

e negativo em caso contrário (MATIOLI e SILVEIRA NETO, 1988). De acordo com

NAKANO e LEITE (2000), cada tipo de inseto pode ser atraído por um tipo diferente de luz,

ou seja, luz com diferentes comprimentos de onda.

Figura 1: (A) Armadilha luminosa modelo Pensilvânia. Fonte: adaptado de ALMEIDA et. al. (2012), (B) Armadilha luminosa montada em campo (Foto: MARTINS, 2015).

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Para o levantamento dos insetos foi utilizada armadilha luminosa modelo Pensilvânia,

(Figura 1A) que consiste basicamente em 4 aletas de 50,8 cm de comprimento e 13,9 cm de

largura e um funil de 30,48 cm de diametro e providas de lampadas fluorecentes ultravioleta

de 15 watts e tubo coletor com álcool 92% (FROST, 1957). Foi elencado um ponto para

coleta na area experimental da Embrapa Cerrados, Planaltina – DF. A armadilha foi colocada

em uma altura de 3 metros (Figura 1B) onde são cultivadas parcelas de diversas culturas

anuais e perenes como sorgo, milho, soja, café, trigo e girassol em desenvolvimento (Figura

2). (Latitude 15º36’04.29”S e Longitude 47°42'38.61"W, altitude 992m).

Figura 2: Ponto de coleta de Agrotis em parcelas cultivadas na Embrapa Cerrados (GOOGLE EARTH, 2015).

A radiação emitida durante a noite é principalmente na faixa do infravermelho

distante. Insetos noturnos possuem a capacidade de detectar comprimentos de onda nesta

faixa e assim se orientarem no escuro. No decorrer do ciclo lunar regular, de 28 dias, a partir

da lua nova, a lua passa pela fase de lua cheia, de volta para a lua nova. Neste intervalo os

insetos de voo noturno estão expostos a todo um espectro de variáveis que envolvem o fator

luz (MUIRHEAD-THOMSON, 1991). O padrão lunar também é mais complexo devido a

variações na elevação angular da lua, e também são marcadores de mudanças sazonais no

número de insetos. Por isso, é importante que os insetos sejam amostrados sempre em

mesmas condições de luminosidade da lua (fase).

Considerando que os períodos de lua nova possuem menos emissão de espectros

luminosos as coletas foram feitas nos novilúnios entre junho de 2013 e julho de 2015,

totalizando 240 coletas ou 24 coletas, cada uma formada com 10 amostragens. Após cada

coleta, os insetos eram levados para o laboratório de Entomologia da Embrapa Cerrados, onde

foram devidamente triados e identificados a nível de espécie (Figura 3A). Após a triagem os

8

isentos foram contados e preservados em recipientes de vidro com álcool 92.8GL, para

preservação. Cada coleta foi devidamente etiquetada com data e local (Figura 3B). Após a

triagem, identificação e contagem dos insetos, os dados foram organizados em planilha

eletrônica para posterior avaliação das variações populacionais.

Para a preservação do material testemunho, os insetos foram preparados a seco. Os

insetos por terem um corpo muito esclerotizados foram montados em alfinetes entomológicos

de aço inoxidável, específicos para uso em coleções entomológicas (ALMEIDA et. al., 2012).

Os insetos foram dispostos em extensores de madeira (Figura 3C) e colocados em estufa por

24 horas a 40ºC. A preservação em alfinete entomológico é o método mais adequado, pois é

possível observar o inseto sob diferentes ângulos visando à melhor identificação (GULLAN e

CRASTON, 2007). Após secos, os insetos foram mantidos em gavetas entomológicas no

laboratório de Entomologia da Embrapa Cerrados (Figura 3D).

Figura 3: (A) Triagem dos insetos, (B), preservação em álcool 92.8GL, (C) insetos dispostos em extensores de madeira, (D) Caixas entomológicas (Fotos: HOTT, 2014; MARTINS, 2015).

Foi considerado neste trabalho a importância dos dados meteorológicos, para

comparação com os dados de captura de Agrotis, nos quais foram apoiados nos valores de

temperatura máxima, mínima e média (ºC), graus dia, umidade relativa, máxima e mínima

(%), chuva (mm), insolação (hs), radiação e vento (m\s), conforme indicado em Marinoni

A

B

C D

9

(1993); Dutra (1996). Na área experimental da Embrapa Cerrados, através do Laboratório de

Desenvolvimento e Simulação de Cultivos e Agroclimatológicos.

Foram atribuídos valores de constância para cada espécie, calculados a partir da

fórmula: C = (P * 100)/N (DAJOZ, 1974) onde C é o valor de constância da espécie, P é o

número de coletas que contém a espécie e N é o número total de coletas que no caso desse

estudo consistiram em 24 amostragens. Foi categorizada conforme BODENHEIMER (1955):

constante > 50%, acessória > 25-50% e acidental < 25%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o levantamento foram coletadas 19.176 mariposas da família Noctuidae,

distribuídas 89 espécies. Destas 742 mariposas pertenceram a quatro espécies do gênero

Agrotis. A espécie mais abundante foi A. ipsilon (Hufnagel, 1766) com 528 representantes;

seguida por A. lilacina (Zerny,1916) com 146; A. subterranea (Fabricius,1794) com 62 e A.

repleta (Walker, 1857) com apenas 6 exemplares.

Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1776)

Figura 4: Adulto de lagarta-rosca, Agrotis ípsilon (vista dorsal) (Foto: MARTINS, 2015).

Agrotis ipsilon (Figura 4) ocorreu durante todo o período de coleta, apresentando,

quatro picos populacionais correspondentes aos meses de agosto de 2013, maio e junho de

2014 e junho de 2015 (Figura 8). Pode-se considerar como uma espécie constante, uma vez

que ocorreu em, aproximadamente 80% das amostragens (Tabela 2).

10

Agrotis lilacina (Zerny, 1916)

Figura 5: Adulto de lagarta-rosca, Agrotis lilacina (vista dorsal) (Foto: MARTINS, 2015). Ocorreu em um pico populacional de Agrotis lilacina (Figura 5) mais restrito sendo

considerada como acessória (Tabela 2). Ocorreu isoladamente duas vezes durante o período de coleta, na mesma época do ano, entre abril e junho de 2014 e 2015 (Figura 8). Tal restrição pode indicar uma possível sazonalidade dessa espécie, como a observada em alguns representantes do gênero cujo desenvolvimento é anual (SPECHT et. al., 2014). Estudos sobre a espécie são restritos na literatura, sendo citado apenas por Zerny (1916), na sua descrição original.

Agrotis subterranea (Fabricius, 1794)

Figura 6: Adulto de lagarta-rosca, Agrotis subterranea (vista dorsal) (Foto: MARTINS, 2015).

Apesar de ter exemplares amostrados de Agrotis subterranea (Figura 6) no decorrer dos

dois anos de coleta, a espécie ocorreu em dois picos populacionais no período da seca, agosto

de 2013 e setembro de 2014 (Figura 8), o que pode caracteriza-la como uma espécie sazonal.

11

Os representantes dessa espécie foram classificados neste trabalho como uma espécie

constante, por representar mais de 50% das coletas efetuadas.

Agrotis repleta (Walker, 1857)

Figura 7: Adulto de lagarta-rosca, Agrotis repleta (vista dorsal) (Foto: MARTINS, 2015).

Agrotis repleta (Figura 7) ocorreu em densidade populacional muito baixa, podendo-

se inferir que seu aparecimento é esporádico. No estudo, os adultos foram coletados em

março, junho e dezembro de 2014 e abril e junho de 2015 (Figura 8). Com o baixo número de

exemplares coletados pode ser considerada como uma espécie acidental, uma vez que aparece

em menos de 25% das coletas efetuadas (Tabela 2).

Variações populacionais na Embrapa Cerrados

Os dados de ocorrência de cada uma das espécies na Estação Experimental da Embrapa Cerrados encontram-se relacionados na Tabela 1.

De maneira geral, a maioria dos adultos de todas as espécies foram coletadas nas

épocas de seca, de final de março a setembro. Coincidindo com o período de voo de Agrotis

malefida coletados com armadilha luminosa no Rio Grande do Sul (SPECHT et. al, 2013). A

espécie mais abundante, A. ipsilon foi coletada durante praticamente todo período. Agrotis

lilacina ocorreu restritamente entre o final de março e maio. A. subterranea ocorreu na maior

parte dos meses, mas com maior número de exemplares durante a época seca, enquanto que os

poucos exemplares de A. repleta ocorreram apenas entre fevereiro e março e maio e junho

(Figura 8).

12

Tabela 1: Número de mariposas, pertencentes às quatro espécies de Agrotis, coletadas em diferentes novilúnios.

A. ipsilon A. lilacina A. repleta A. subterranea

jul/13 14 0 0 8 ago/13 41 0 0 14

ago-set/13 23 0 0 0 set-out/13 4 0 0 3 out-nov/13 0 0 0 0 nov-dez/13 5 0 0 0

dez-jan/13-14 4 0 0 0 jan-fev/14 0 0 0 0 fev-mar/14 1 0 1 3 mar-abr/14 14 81 0 4 abr-mai/14 54 39 0 2 mai-jun/14 48 1 2 3

jul/14 111 0 0 1 ago/14 82 0 0 6 set/14 80 0 0 10 out/14 22 0 0 5 nov/14 5 0 0 0 dez/14 1 0 1 1 jan/15 1 0 0 0 fev/15 0 0 0 0 mar/15 0 0 0 1 abr/15 0 15 1 1 mai/15 1 8 0 0 jun/15 17 2 1 0

Total 528 146 6 62

Figura 8 – Número médio de mariposas coletadas em armadilha luminosa, por novilúnio, segundo espécie. Estação experimental da Embrapa Cerrados, de julho de 2013 a junho de 2015.

13

Índice de constância

Dos 24 meses de coletas feitas no decorrer dos dois anos, A. ipsilon foi a que mais

esteve presente, 19 coletas, representando uma constância de 79,2% seguida de A.

subterranea, presente em 14 coletas e apresentando uma constância de 58,3% e sendo

classificada, segundo Bodenheimer (1955), como espécie constante. Já A. lilacina e A. repleta

apresentaram uma constância mais restrita, respectivamente 25,0% e 20,3%, sendo

classificadas, respectivamente, como acessória e acidental (Tabela 2).

Tabela 2 – Porcentagem de cada espécie e suas respectivas categorias.

CONSTÂNCIA

Espécie P N Porcentagens Categoria

A.ipsilon 19 24 79,2% Constante

A. lilacina 6 24 25,0% Acessória

A. repleta 5 24 20,8% Acidental

A. subterrânea 14 24 58,3% Constante

Dados meteorológicos

As correlações realizadas entre os fatores metereológicos (Tabela 3) e o número de

indivíduos coletados apontam que a variação populacional dos representantes de Agrotis pode

estar associada às condições ambientais das datas de coleta (Figura 10).

Os resultados indicam que os maiores níveis populacionais estão associados à época

seca. Tal comportamento diferencia-se da maioria dos lepidópteros cuja maior ocorrência está

relacionada com a época das chuvas, quando há mais disponibilidade de plantas hospedeiras

para oviposição (Gallo et. al., 2002).

Tais observações criam a expectativa de novos estudos a cerca da distribuição e

ocorrência diferenciada destes lepidópteros considerando os hábitos larvais subterrâneos de

suas larvas como principal ponto de investigação.

14

Tabela 3: Dados meteorológicos obtidos na estação Experimental da Embrapa Cerrados no local da coleta de Julho de 2013 a Junho de 2015para se detectar possíveis influências dos fatores sobre a flutuação populacional de adultos de Agrotis.

Ano

Mês

Temp. Máx.ºC

Temp. Mín.

ºC

Temp. Méd. ºC

U. Relativa

%

Vento m/s

Insolação hs

Radiação Chuva mm

Umi.Rela. Máx.

Umi.Rela. Mín.

Média Média Média Média Média Total Média Total Média Média

2013

J 27,7 13,1 20,1 59,1 2,1 291,8 18,3 0,0 85,7 32,3 A 28,8 14,1 21,4 47,7 2,3 300,8 20,7 1,6 74,3 25,8 S 29,9 16,7 22,8 54,6 2,5 230,9 19,9 55,9 78,0 31,3 O 28,7 17,2 22,4 66,4 2,1 197 20,1 126,2 86,8 41,2 N 28,0 17,4 21,9 76,2 1,7 169,6 20,0 187,8 92,9 49,4 D 26,8 18,0 21,3 86,3 1,4 127,3 18,5 220,9 96,8 62,5

2014

J 29,0 16,9 22,1 72,3 1,5 238,5 22,7 123,4 92,0 43,1 F 28,2 17,4 22,0 73,0 1,5 163,5 23,8 90,9 89,6 46,3 M 27,8 17,7 21,4 82,1 1,1 178,1 17,8 300 94,6 53,9 A 28,4 17,1 21,6 79,7 1,1 212,8 18,2 116,1 95,0 50,3 M 27,6 14,5 20,7 68,1 1,5 252,4 17,6 6,9 91,4 41,3 J 26,7 13,1 19,3 65,7 1,7 217,7 16,9 21,2 88,9 37,9 J 26,8 12,7 19,1 59,0 2,0 265,7 17,2 1,5 82,6 33,7 A 29,6 12,9 21,1 44,9 1,9 299,1 20,8 0 73,0 23,2 S 32,2 16,6 23,7 45,6 2,0 285,1 22,6 8,6 70,5 23,9 O 31,6 17,1 23,7 51,0 2,1 248,9 22,1 86,8 72,3 17,1 N 28,7 17,3 21,8 77,8 1,6 166,7 18,9 256,5 95,4 48,2 D 27,2 17,2 21,2 80,4 1,7 137,3 18,1 338,4 95,7 53,1

2015

J 30,7 16,6 23,0 67,0 1,6 253,9 23,2 92,1 91,9 36,3 F 27,6 17,2 21,7 76,8 1,8 169,2 19,3 190,8 94,2 51,8 M 27,3 17,0 20,9 84,6 1,2 140 16,2 277,6 97,5 56,0 A 28,4 17,5 21,6 82,4 1,2 181,7 16,7 300,6 96,8 52,2 M 26,4 15,4 20,1 77,2 1,7 213,6 15,4 7,4 94,2 51,2 J 26,6 13,9 19,7 65,8 2,1 246,5 16,4 0 87,8 39,8

15

Figura 10: Número de mariposas de quatro espécies de Agrotis (coluna da esquerda) e precipitação mensal (coluna da direita) entre julho de 2013 e junho de 2015, na estação Experimental da Embrapa Cerrados, Planaltina, DF.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento realizado neste trabalho permitiu concluir que o complexo de lagartas-

roca na Embrapa Cerrados, é formado por quatro espécies cujos adultos ocorrem em

densidades populacionais diferenciadas, voam (e presumidamente ovipositam),

preferencialmente na época seca.

Das quatro espécies presentes na área experimental da Embrapa Cerrados Agrotis ipsilon

foi à espécie mais abundante e constante, já Agrotis lilacina apresentou pico populacional

mais restrito.

Por fim, sugere-se como continuidade deste trabalho a avaliação em campo, da

ocorrência dos imaturos de cada espécie para estimar sua importância na região.

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

0

20

40

60

80

100

120

Pre

cip

ita

ção

me

ro d

e m

ari

po

sas

A. ipsilon

A. lilacina

A. repleta

A. subterranea

Precipitação

16

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