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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA CIÊNCIAS CONTÁBEIS
BRUNA OLIVEIRA LIMA
A CONTABILIDADE APLICADA AO AGRONEGÓCIO COMO INSTRUMENTO GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO APLICADO NA
ATIVIDADE DA PECUÁRIA EM UMA PROPRIEDADE RURAL NA CIDADE DE SALTO DA DIVISA - MG
EUNÁPOLIS, BA 2018
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BRUNA OLIVEIRA LIMA
A CONTABILIDADE APLICADA AO AGRONEGÓCIO COMO INSTRUMENTO GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO APLICADO NA
ATIVIDADE DA PECUÁRIA EM UMA PROPRIEDADE RURAL NA CIDADE DE SALTO DA DIVISA - MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Helton Pereira Paiva da Cruz
EUNÁPOLIS, BA 2018
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BRUNA OLIVEIRA LIMA
A CONTABILIDADE APLICADA AO AGRONEGÓCIO COMO INSTRUMENTO GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO APLICADO NA
ATIVIDADE DA PECUÁRIA EM UMA PROPRIEDADE RURAL NA CIDADE DE SALTO DA DIVISA - MG
Aprovada em: ____/____/____
Conceito Final: _______
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Helton Paiva (Orientador)
_____________________________________ XXXX
______________________________________ XXXX
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DEDICÁTORIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, logo a minha família e amigos. Foram quatro anos de muita fé, superação e descobrimentos. Gratidão a Deus pela realização desse sonho, e por tudo que me proporcionou nesses quatros anos de graduação. Aos professores que se dedicaram arduamente na efetivação dessa conquista, muito obrigado.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela realização e conclusão desse curso. Por me ajudar em
todos os momentos. Me fez crer no possível e no impossível. Gratidão!
Aos meus pais, Aécio e Adelvany, pelo amor incondicional, por serem
exemplos de honestidade, dedicação, força e superação, me impulsionaram a
continuar lutando para crescer, sem vocês esse sonho não teria dado tão certo.
Aos meus irmãos Eduarda, Luiz e Júnior pelo incentivo, amor e carinho.
Meus padrinhos Sidney e Nícia, muito obrigada pelo apoio e amor pleno.
Ao meu namorado, Bergman pela paciência, apoio, amor e dedicação, por me
motivar, ajudar e me fazer acreditar na realização dessa conquista.
Agradeço a Paulo e Eliene, que além de chefe e colega de trabalho,
respectivamente, são meus amigos, agradeço muito pelo incentivo, carinho e
amizade e por me fazerem acreditar e ajudado de todas as formas na
realização desta graduação.
Aos professores, agradeço imensamente cada um de vocês, especialmente a
Helton, meu orientador e amigo. Um dos maiores incentivadores que pude ter,
tem meu respeito, carinho e muita admiração. Obrigada pelo empenho e
paciência.
Aos meus amigos de Turma, obrigada pelo companheirismo, dedicação,
amizade, amor e pelas lembranças maravilhosas que irei guardar em meu
coração, em especial agradeço à Ana Paula, Diórgenes, Clebes, Tatielle e
Eliane.
A todos os familiares e amigos que torceram pela efetivação deste sonho. Essa
vitória com certeza, não é somente minha. Obrigado a todos!
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RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de identificar o nível de utilização da contabilidade aplicada ao agronegócio como instrumento gerencial. Sabe-se que em uma propriedade rural, a administração da mesma pode ser tanto familiar como profissional, podendo ser explorada tanto como pessoa física ou pessoa jurídica. Havendo uma predominância maior em relação à pessoa física. O estudo teve como objetivo identificar e analisar o uso da contabilidade como instrumento gerencial, através de um estudo de caso com coleta de dados por questionário direcionado a um dos responsáveis da propriedade rural, localizada no município de Salto da Divisa - MG. Considerando as informações coletadas, verifica-se que o controle e planejamento da propriedade são efetivados e administrados pela família, visto que os mesmos não fazem uso de sistemas gerencias para o auxílio no processo à tomada de decisão, não utilizando, portanto, as informações contábeis para uma análise eficaz dos resultados da empresa. A propriedade obtém o suporte da contabilidade não para a tomada de decisão em si, mas como o responsável informou há a utilização de conhecimentos práticos adquiridos com o tempo. Palavras-Chave: Contabilidade. Propriedade Rural. Agronegócio.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Balanço Patrimonial ......................................................................... 15
Figura 2 - Dados depreciação .......................................................................... 15
Figura 3 - Balanço Patrimonial ......................................................................... 16
Figura 4 - Dados do rebanho em estoque ........................................................ 16
Figura 5 - Balanço Patrimonial ......................................................................... 17
Figura 6 – Rateio custo do rebanho ................................................................. 17
Figura 7 - Demonstração do Resultado do Exercício ....................................... 20
Figura 8 - Balanço Patrimonial ......................................................................... 20
Figura 9 - Demonstração do Resultado do Exercício ....................................... 21
Figura 10 - Balanço Patrimonial ....................................................................... 21
Figura 11 - Demonstração do Resultado .......................................................... 23
Figura 12 - Balanço Patrimonial ....................................................................... 23
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LISTA DE ABREVIATURAS
CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil
PIB – Produto Interno Bruto
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2 METODOLOGIA ............................................................................................. 3
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 4
3.1 INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIO ........................................................... 4
3.2 CONTABILIDADE RURAL ........................................................................... 6
3.3 CONTABILIDADE DA PECUÁRIA ............................................................... 8
3.3.1 Fases do desenvolvimento ativo na pecuária de corte ............................ 10
3.3.2 Custos na atividade da pecuária ............................................................. 12
3.3.3 Gestão de Custos na Atividade Rural ..................................................... 13
3.3.3.1 Método do Custo Histórico ................................................................... 14
3.3.3.2 Método do valor de Mercado (ou Valor Justo) ...................................... 18
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................... 24
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................... 27
6 AÇÕES COM BASE NA ANÁLISE .............................................................. 28
7 CONCLUSÃO ............................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31
ANEXOS
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1 INTRODUÇÃO
A Contabilidade obtém grande relevância dentre as organizações, como uma
importante ferramenta na tomada de decisões. Sendo também, uma
especialidade que oferece ao profissional diversas áreas de atuação, sendo
uma delas a Contabilidade Rural, atuando como foco na atividade rural.
Conforme aborda Corte (2010), a contabilidade tem por finalidade analisar,
interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas
físicas e das pessoas jurídicas. Na propriedade rural, não seria diferente. Ou
seja, os produtores podem atuar com essas duas formas de exploração,
havendo uma predominância maior em relação á pessoa física.
Corte (2010) ainda explica que uma dessas razões poderia ser por motivos de
menor onerosidade, podendo haver outras razões como ter uma administração
voltada mais para a produção do que para controle. Ou seja, uma
administração familiar e não profissional. É nesse aspecto que foi abordado o
tema deste trabalho que objetivou retratar o gerenciamento de uma
propriedade rural, quando se tem o auxílio do profissional contábil nas
atividades rurais, com foco somente na atividade da pecuária.
A Pecuária no Brasil é considerada uma das mais produtivas em todo o mundo,
ostentando um dos maiores rebanhos no mesmo. Esta atividade está ligada a
criação de gado. Portanto, fazem parte da pecuária a criação de bois, porcos,
aves, cavalos, ovelhas, coelhos, búfalos, etc. Dividindo-se em pecuária leiteira
e de corte.
O objetivo desse estudo está voltado particularmente à pecuária de corte e
suas fases no desenvolvimento ativo. E na verificação da utilização da
contabilidade como instrumento gerencial aos proprietários, para o controle e
entre outras formas de gerenciamento.
Diante desse contexto o presente trabalho busca responder a seguinte
questão: Qual o nível de conhecimento e planejamento por parte do
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proprietário da propriedade na utilização da contabilidade aplicada ao
agronegócio como instrumento gerencial para a tomada de decisões?
Este estudo visa identificar a relevância da contabilidade como instrumento
gerencial em uma propriedade rural, no município de Salto da Divisa-MG. O
objetivo geral desta pesquisa consiste em entender a importância da
contabilidade gerencial aplicada em uma propriedade rural, buscando-se
verificar as formas de gerenciamento e controle que são utilizados como
ferramenta de gestão para a tomada de decisão.
Em cumprimento ao objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos: Conceituar a contabilidade aplicada ao Agronegócio, Contabilidade
Rural e a Contabilidade da Pecuária. Demonstrar as fases do desenvolvimento
do ativo na Pecuária de corte: Cria, recria e engorda. Analisar a importância da
gestão de custos na atividade da pecuária. Realizar um estudo de caso em
uma propriedade rural que explora a atividade da pecuária para expor o nível
de utilização da contabilidade como ferramenta de gestão.
A Contabilidade Rural é de extrema relevância social prestado não somente
aos grandes produtores rurais, mas também aos pequenos e médios
produtores que por muitas vezes ao não fazerem uso dos sistemas de
planejamento e acompanhamento de um profissional contábil não mantém
suas propriedades, ou mantém, mas tendo prejuízos sem notá-los. É relevante
este estudo para entender o grau de informação que os produtores obtêm
sobre suas propriedades ao serem auxiliados ou não por contadores como
suporte na tomada de decisão.
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2 METODOLOGIA
O método utilizado na pesquisa foi o método explicativo e qualitativo. O Método
explicativo consiste em analisar, interpretar e registrar os fatos, identificando
suas causas. O método qualitativo consiste em entender como o produtor
utiliza a contabilidade como auxiliador no processo à tomada de decisão e na
utilização como ferramenta de gestão, esse tipo de pesquisa evidencia o ponto
de vista do produtor.
Foram utilizados outros métodos de estudo, como pesquisa e seleção
bibliográfica. Silva (2006, p. 54) a define como:
A pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa realizada pela maioria dos pesquisadores mesmo em seu preâmbulo. Essa pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos etc. Podem ocorrer pesquisas exclusivamente com base em fontes bibliográficas.
A metodologia do estudo de caso e os demais procedimentos técnicos teve por
finalidade identificar e analisar os objetivos apresentados. Nesse método Silva
(2006), explica que o estudo de caso analisa os fatos com mais profundidade,
devendo-se estar preparado por envolver certas habilidades do pesquisador,
como treinamento e preparação para o estudo de caso específico,
desenvolvimento de protocolo e condução de um estudo de caso piloto. A
exposição do mesmo pode ser tanto escrito como oral.
Ao conceituar a contabilidade aplicada ao agronegócio, contabilidade rural,
contabilidade da pecuária, e ao analisar a importância da gestão de custos na
atividade da pecuária, teve como base a análise e aplicação bibliográfica e
sites confiáveis que auxiliou na abordagem das informações.
Quanto a metodologia aplicada nas fases do desenvolvimento ativo, foi
realizado através de um embasamento teórico e pesquisas bibliográficas. Já no
estudo de caso em uma propriedade rural que explora a atividade da pecuária,
o método utilizado consistiu na elaboração de questionário e coleta de dados e
informações.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIO
O Agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira. É notória a
sua importância para o Brasil e para o mundo. Envolve a cadeia agrícola e
pecuária, mantendo uma relação comercial e industrial no mundo dos
negócios. O agronegócio é considerado um dos maiores geradores de
empregos no mundo, visto como uma atividade que oferece alta rentabilidade,
sendo segura, próspera e eficiente.
Oliveira (2010, p. 17) explica que John Davis e Ray Goldberg, definiram um
novo conceito à agricultura, criando-se o termo agribusiness que significa
agronegócio:
[...] conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários, in natura ou industrializados. (OLIVEIRA, 2010 apud ARAUJO, 2003).
Há três grupos distintos sobre as atividades que são realizadas no setor do
agronegócio. Segundo Marion (2002, p.24), são elas:
Atividade Agrícola – produção vegetal, que se subdivide em dois grandes grupos: Culturas hortícolas e forrageiras – cereais, hortaliças, fibras, floricultura, e Arboricultura – florestamento, pomares, seringais etc.
Atividade Zootécnica – produção animal, compreendendo: Apicultura (criação de abelhas); Avicultura (criação de aves) e Pecuária (criação de gado) etc.;
Atividade agroindustrial – são as indústrias rurais, desenvolvidas em unidades empresariais onde ocorrem as etapas de beneficiamento, processamento e transformação.
Ulysses Remy em uma declaração ao site Jornal hora extra, em 12 de
dezembro de 2017, considera que o agronegócio é o que move ou sustenta a
economia brasileira. Para tanto, afirma que esse segmento é o pilar da
economia, por representar 21% do Produto Interno Bruto (PIB) do país; é líder
em exportação e geração de riqueza; integra os três setores da economia (o
primário, por meio da produção rural; o secundário por meio das agroindústrias
e indústrias de insumos agrícolas e o terciário, por meio do transporte e
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também da comercialização dos bens agropecuários); sendo um grande
gerador de empregos, além de possuir relevância na expansão econômica da
atividade devido ao solo fértil que contribui para impulsionar o agronegócio
brasileiro. Outro ponto importante é o clima favorável, com várias regiões
diferentes com climas característicos.
É válido salientar que a tecnologia é de grande valia no setor do agronegócio, a
mesma tem mudado o modo de se conduzir o empreendimento. É preciso
verificar também qual o tipo de investimento tecnológico que precisa ser feito,
qual a informação que precisa obter sobre seu negócio, como é feito o
levantamento de dados e o entendimento do mesmo. Há vários sistemas de
informações gerencias que oferecem um suporte e evidenciam todas as
informações que forem precisas para auxiliar o processo à tomada de decisão,
desde que os dados informados sejam confiáveis e verídicos.
Os administradores, produtores e qualquer outro responsável pelo negócio
precisam estar atentos às ferramentas que o mercado oferece para alcançar o
crescimento, desenvolvimento, rentabilidade sobre aquilo que produz, e dentre
outros benefícios que a tecnologia dispõe.
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3.2 CONTABILIDADE RURAL
A Contabilidade Rural surgiu com a necessidade de se controlar o patrimônio, e
o seu objeto de estudo é o patrimônio das entidades rurais, afirma Crepaldi
(2005).
Marion (2006), diz que a contabilidade pode ser estudada de duas formas,
sendo de um modo geral (para todas as empresas) ou particular (aplicado a
certo ramo de atividade ou setor da economia). Desse modo, na atividade rural
ela pode ser estudada dessas duas formas no setor do agronegócio.
Crepaldi (2005, p. 84), conceitua a contabilidade rural como:
Contabilidade Rural é um instrumento de função administrativa que tem como finalidade: Controlar o patrimônio das entidades rurais; apurar o resultado das entidades rurais; prestar informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades rurais aos diversos usuários das informações contábeis.
Sabe-se que a Contabilidade Rural é uma ferramenta pouco utilizada pelos
produtores, principalmente no Brasil. Muitos a vêem como uma ferramenta que
não oferece um alto retorno na prática e acredita ser necessária somente para
gerar impostos, não percebendo que a mesma é um dos principais sistemas de
controle e informação para aqueles que exploram a atividade rural, seja como
pessoa física ou pessoa jurídica.
Uma das finalidades da contabilidade rural é o planejamento. Crepaldi (2005, p.
84) especifica suas finalidades como:
• Orientar as operações agrícolas e pecuárias; • Medir o desempenho econômico-financeiro da empresa e de cada
atividade produtiva individualmente; • Controlar as transações financeiras; • Apoiar as tomadas de decisões no planejamento da produção, das
vendas e dos investimentos; • Auxiliar as projeções de fluxos de caixa e necessidades de crédito; • Permitir a comparação da performance da empresa no tempo e
desta com outras empresas; • Conduzir as despesas pessoais do proprietário e de sua família; • Justificar a liquidez e a capacidade de pagamento da empresa
junto aos agentes financeiros e outros credores; • Servir de base para seguros, arredamento e outros contratos; • Gerar informações para a declaração do Imposto de Renda.
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Portanto, a utilização da contabilidade rural no processo de gestão da atividade
rural consiste em um conjunto de atividades que além de dar suporte ao
produtor na tomada de decisão, auxilia no desenvolvimento econômico de sua
propriedade, oferecendo uma visão sistêmica e planejamento estratégico. Atua
também como um auxiliador através da adoção de estratégias e um bom
gerenciamento, o alcance de melhores resultados.
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3.3 CONTABILIDADE DA PECUÁRIA
A contabilidade da pecuária ostenta um dos maiores rebanhos do mundo,
contribuindo de forma significativa no desenvolvimento das atividades rurais. O
rebanho bovino no Brasil é explorado em dupla finalidade, sendo em leite e
corte. No trabalho em questão será abordada a finalidade de corte.
A pecuária de corte refere-se a todos os animais que vivem em rebanhos,
sendo bois e vacas, búfalos, ovelhas, carneiros e aves que incluem: frango,
pato, marreco e todos os animais que vivem em coletividade. São geralmente
criados no campo para abate, reprodução, consumo, no processo de
comercialização e para a industrialização também.
De acordo com o balanço publicado pela CNA (Confederação Nacional da
Agricultura e Pecuária do Brasil), o Brasil em 2017 apresentou o maior rebanho
bovino comercial do mundo com 220 milhões de cabeças, o que representou
um aumento de 1% em relação a 2016. A CNA apresentou ainda uma
expectativa de um aumento de 1% para 2018, chegando a 220 milhões de
cabeças de gado bovino destinado à pecuária de corte.
Vendo a importância desse setor para a economia do país, observa que o
mesmo é responsável por boa parte do Produto Interno Bruto (PIB), gerando
também empregos diretos e indiretos. Esse crescimento é obtido também pelo
avanço da tecnologia e inovações adquiridas pelos produtores que visam um
desenvolvimento econômico financeiro ativo e uma rentabilidade maior sobre
seu negócio.
A contabilidade na atividade da pecuária tem a finalidade de dar todo um
suporte gerencial ao pecuarista, auxiliando no desenvolvimento e crescimento
econômico-financeiro do produtor rural, sobre suas propriedades. Concede ao
mesmo uma visão eficiente e ampla sobre seu negócio, através de relatórios
relevantes para auxiliar no planejamento, controle, produtividade, rentabilidade
e dentre outros fatores importantes.
Com a demanda de exigências e pela concorrência de mercado, o produtor
precisa de ferramentas que o auxilie na gestão, na obtenção de informações
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úteis, e que apresente a realidade da empresa. Essa ferramenta em questão é
especificamente a Contabilidade, que com o auxilio de sistemas de
informações gerencias apresentam relatórios sobre a situação econômico-
financeira do empreendimento. A contabilidade pode ser aplicada em diversos
ramos, em todos os tipos de empresa ou de forma particular (ramos
específicos), como aborda Marion (2006).
Percebe-se que nas atividades rurais há uma dependência de diversos fatores
imprevisíveis como o mercado e o clima. Esses fatores são relevantes no
processo de desenvolvimento, por isso é necessário não somente aos
produtores, mas também aos usuários dessa atividade entender a importância
da contabilidade como ferramenta de gestão. Essa utilização se resume em
obter foco nos resultados, observar a demanda e as necessidades do negócio,
ter uma visão ampla sobre tudo que é produzido, saber também como utilizar
os recursos de forma que ajude no seu gerenciamento, moldando as
informações de acordo com a necessidade de cada segmento.
Com vasto crescimento e acesso à tecnologia, acabam ocorrendo muitas
mudanças no mercado e com isso o empresário deve estar atento para
acompanhar e se adaptar a essa realidade que a todo momento se torna
instável, obtendo também um amplo conhecimento técnico gerencial.
Diante disso, a contabilidade aplicada ao agronegócio na atividade pecuária
fornece ao empreendedor rural toda uma base sobre a saúde de seus
negócios. Além de registrar, analisar, controlar, mensurar os fatos, a mesma
evidencia toda a situação econômico-financeira, fazendo com que o produtor
entenda todo o funcionamento de sua propriedade, para assim tomar as
decisões corretas.
Portanto, Marion e Ribeiro (2015) retratam justamente que os usuários internos
da contabilidade como os proprietários necessitam de informações que os
possibilitem conhecer, dentre outros, o desempenho, a produtividade e a
rentabilidade para orientar na tomadas de decisões, visando principalmente à
redução de custos, a eficiência no uso de equipamentos, a melhoria na
qualidade e a maior lucratividade possível.
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3.3.1 Fases do desenvolvimento ativo na pecuária de corte
Na fase do desenvolvimento ativo, há três tipos de atividades em que é feito o
manejo do gado, bem como o estudo de custo/benefício para avaliar qual
atividade oferece ao produtor, maior rentabilidade em sua empresa. A atividade
em que o gado é classificado pode ser feito em um ciclo completo de cria,
recria e engorda, ou podem ser classificados dentro da propriedade rural em
até seis alternativas de produção, dependendo da viabilidade que as mesmas
dispõem ao proprietário.
Crepaldi (2005, p. 213), classifica as fases do gado. Sendo:
Cria: A atividade principal é a produção do bezerro que é vendido após o desmame (período igual ou inferior a 12 meses). Recria: A partir do bezerro desmamado (período de 13 a 23 meses), produzir e vender o novilho magro para engorda. Engorda: É a atividade denominada de invernista, que a partir do novilho magro, produz o novilho gordo para vendê-lo (o processo leva de 24 a 36 meses).
As fases em que o gado é classificado envolve todo um processo de cuidados
no tratamento de acordo com a necessidade de cada rebanho, aplicação de
medicamentos, cuidados na alimentação e um bom gerenciamento para
analisar o custo/benefício que cada atividade proporciona aos proprietários
rurais. É importante salientar que o tratamento do gado pode ser desenvolvido
de forma coletiva ou individual, dependendo da extensão da propriedade para a
utilização de cada estágio e do conjunto de tecnologias para definir o sistema
de produção dentro da propriedade rural.
Marion (2006, p. 106), evidencia que há empresas que obtém até seis
alternativas de produção:
• Cria;
• Recria;
• Cria-recria;
• Cria-recria-engorda;
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• Recria-engorda
• Engorda
O processo de cria, conforme Marion (2006), o bezerro é vendido somente
após o desmame, e uma matriz (de boa fertilidade) produz um bezerro por ano.
O sistema de produção pode ser feito de forma isolada em uma propriedade,
ou dentro de um sistema de cria-recria ou em um ciclo completo de cria-recria-
engorda, conforme as alternativas evidenciadas acima. Segundo o site
Beefpoint, em um texto publicado por Miguel da Rocha, o mesmo aborda sobre
a baixa rentabilidade sobre o processo de cria feito de forma isolada. Um
desses motivos seria pelo fato de a atividade ser de longo prazo, gerando
menos possibilidade de financiamento.
O processo de recria, é entendido entre a desmama e o inicio da engorda. É
uma fase do desenvolvimento em que o mesmo apresenta um maior alcance
em seu índice de massa corporal e uma formação eficaz da sua estrutura
óssea.
O processo de engorda, é a fase onde há um maior desenvolvimento do
animal, obtendo uma maior eficiência no ganho de peso. É necessário uma
atenção maior na alimentação e identificar o ponto certo para o abate, para que
não gere grandes custos ao proprietário.
O ciclo operacional da atividade pecuária é relativamente longo e tem uma
variação de três a cinco anos, desde a concepção do bezerro, seu nascimento,
crescimento, até a sua venda. Geralmente a comercialização ocorre quando o
gado atinge o ponto ótimo de venda, em estado adulto como destaca Marion
(2006).
Segundo uma publicação feita por Eduardo de Freitas no site mundo educação,
a atividade pecuária depende também do nível tecnológico em que é inserido
na produção. Há duas modalidades básicas de sistemas empregados na
atividade do gado, sendo o sistema extensivo e o sistema intensivo.
No sistema extensivo, os animais vivem soltos em extensas áreas, sem muitos
cuidados, obtendo um índice de produtividade baixo. Não possuem um
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acompanhamento de veterinários, e um dos fatores da baixa produtividade
seria pela não utilização de métodos eficientes e a não utilização também de
recursos tecnológicos.
No sistema intensivo, há uma forte utilização de recursos tecnológicos e a
utilização de métodos que intensificam na melhoria do tratamento aos animais.
Uma dessas melhorias seria na alimentação do animal com rações específicas
e balanceadas, e no acompanhamento de especialistas que auxiliam no
tratamento desse processo, onde o rebanho é criado confinado para auxiliar no
ganho de peso. Há também, propriedades que utilizam o processo de
inseminação artificial, fazendo-se aplicações de hormônios e dentre outros
procedimentos dentro desse sistema.
3.3.2 Custos na atividade da pecuária
De acordo com o entendimento doutrinário, custo pode ser conceituado como
todo esforço, ou gasto e até mesma toda aplicação de um bem no processo de
fabricação de outro bem, ou na prestação de serviços.
Marion e Ribeiro (2015) aborda que para se ter uma definição certa sobre o
custo, é necessário saber o enfoque em que está sendo dado em cada caso
particular, devido a palavra custo possuir um significado muito abrangente. Os
mesmos retratam a dificuldade dos estudantes, proprietários, e dentre outros
usuários, em saber diferenciar um gasto, quando o mesmo venha representar
um custo ou uma despesa.
Crepaldi (2005) diz que para alcançar o sucesso do negócio é necessário que
obtenha e compreenda as informações sobre os custos. A contabilidade de
custos é de extrema relevância por que auxilia na estruturação dos custos
contribuindo para a estratégia da empresa, a mesma irá contribuir para o seu
desenvolvimento e visualização ampla das variações patrimoniais. Da mesma
forma ocorre na atividade rural, é sobre essa relação de custos aplicáveis aos
serviços e produtos, que será determinado o preço de venda do gado no caso
da atividade da pecuária.
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Através da contabilidade, os proprietários rurais vão verificar se está havendo
lucro ou prejuízo em seu negócio. Se os custos forem maiores que o valor da
venda, logo haverá prejuízo. Se os custos forem menores que o valor da
venda, logo haverá lucros.
Desta forma, é importante saber identificar os gastos que compõem os custos.
Marion (2006), fala sobre os gastos que compõem os custos do rebanho e sua
manutenção que são considerados como: Custo do rebanho (Salário,
alimentação de gado, exaustão de pastagens, depreciação dos reprodutores,
cuidados veterinários e outros), e os custos da manutenção do rebanho
(alimentação, tratamento veterinário, depreciação e outros).
3.3.3 Gestão de Custos na Atividade Rural
O sistema de custos conforme Santos e Marion (1996) representa um conjunto
de procedimentos administrativos que registra, sistematicamente e
continuadamente, a efetiva remuneração de fatores de produção empregados
nos serviços rurais. Os mesmos autores abordam sobre os objetivos do
sistema de custo, como sendo:
a) Auxiliar a administração na organização e controle da unidade de produção, revelando ao administrador às atividades de menor custo, as mais lucrativas, as operações de maior e menor custo e as vantagens de substituir umas pelas outras. b) Permitir uma correta valorização dos estoques para apuração dos resultados obtidos em cada cultivo ou criação. c) Oferecer bases consistentes e confiáveis para projeção dos resultados e auxiliar o processo do planejamento rural, principalmente quando o administrador precisa decidir o que, como e quando plantar. d) Orientar os órgãos públicos e privados na fixação de medidas, como garantia de preços mínimos, incentivo á produção de determinado produto em escala desejada, estabelecimento de limites de crédito etc. SANTOS E MARION (1996, pág. 53).
Marion (2006) trata sobre a necessidade do custo e destaca que é relevante
conhecer o custo real de cada lote ou do rebanho a qualquer momento, sendo
uma informação imprescindível á gerência. O controle de custos auxilia em
identificar qual atividade se torna mais rentável na propriedade, sendo o de
cria, recria e engorda ou a integração das três atividades e busca identificar
qual o ponto certo de venda e abate do gado, sua rentabilidade e lucro nos
períodos.
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A gestão de custos através da aplicabilidade de uma gestão eficiente é de
grande importância tanto na atividade rural, como em qualquer outro tipo de
seguimento. Crepaldi (2005), diz que os princípios da contabilidade são
aplicáveis e válidos na contabilidade rural. Vemos então, que neste ramo os
ativos são registrados pelo valor de entrada, o lucro só será reconhecido
quando houver realização da receita, devendo obedecer também aos princípios
de competência e prudência, e dentre outros aspectos que devem ser
respeitados para que se tenha um controle útil e de confiança.
Com base nisso, veremos os métodos de custos utilizados para se fazer os
devidos controles e planejamentos sobre o gado dentro de uma propriedade
rural, fornecendo informações para os gestores sobre suas operações.
Nos métodos de avaliação dos estoques (rebanho para comercialização ou
consumo próprio), há dois métodos diferentes que são utilizados por empresas
pecuárias, sendo o método do custo histórico e o método a valor de mercado.
Os mesmo serão evidenciados a seguir.
3.3.3.1 Método do Custo Histórico
O método de custo histórico com base de valor, fala sobre a incorporação de
ativos pelo valor de aquisição ou pelo custo de fabricação (incluindo todos os
gastos necessários, a fim de colocar o ativo em condições de gerar benefícios
para a empresa). São evidenciadas algumas justificativas para a utilização
deste método, sendo a objetividade e a fácil verificação. Além disso, a
realização do lucro é efetivada apenas no ato da venda. Umas das
interposições sobre a utilização desse método é a inflação. A contabilização no
estoque pelo valor de custo se distancia de seus valores correntes de mercado,
podendo obter relatórios contábeis distorcidos, segundo Lemes (Marion).
O procedimento para utilização do custo histórico consiste em:
a. Inicialmente, soma-se o custo do rebanho (salário, alimentação do gado, exaustão de pastagens, depreciação dos reprodutores, cuidados veterinários...) e divide-se o resultado pelo total de cabeças do rebanho em formação (em crescimento e aquelas nascidas no período). Tem-se, portanto, o custo médio de produção por cabeça, por período.
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b. O número de cabeças do rebanho exemplificado a seguir não inclui, para efeito de rateio de custo, o gado reprodutor em plena produção, pois eles não recebem custos (já estão em formação). Todavia, o custo de manutenção desse rebanho já formado (alimentação, tratamento veterinário, depreciação...) seria incluído no custo do rebanho e distribuído para o rebanho em formação. MARION (2006, pág. 125-126).
Marion (2006, pág. 126) apresenta dados para exemplo do custo histórico,
como segue:
A Fazenda Santa Mônica, recém construída, adquire, no inicio do ano X1, 100
matrizes por R$ 1.000,00 (hum mil reais) cada uma e cinco touros por R$
2.000,00 (dois mil reais) cada um, para desenvolver atividade bovina de corte
(cria, recria, engorda), as fêmeas produzidas na fazenda seriam, no terceiro
ano, incorporadas ao permanente após um período de experimentação.
Figura 1 - Balanço Patrimonial
Fonte: Marion (2006, pág. 126) Adaptado
Figura 2 - Dados depreciação
Fonte: Marion (2006, pág. 126) Adaptado
Dados do ano X1:
• Nasceram 80 bezerros: 40 machos e 40 fêmeas; O custo com o rebanho
do período foi de R$ 36.000,00 (inclui-se manutenção do rebanho,
exaustão de pastagem, salários de pessoal da fazenda e outros).
Logo temos:
• Rateio do custo do rebanho em formação. Só o rebanho em estoque
recebe os custos. Sendo R$ 36.000,00/80 (bezerros nascidos), logo
teremos um custo unitário de cada bezerro no valor de R$ 450,00.
• Sendo assim, a avaliação se dá da seguinte forma:
40 bezerros de 0 a 12 meses x R$ 450,00 cada um = R$ 18.000,00
40 bezerras de 0 a 12 meses x R$ 450,00 cada uma = R$ 18.000,00
Balanço Patrimonial 31/12/X0
Imobilizado
Reprodutores ........... R$ 10.000,00
Matrizes ................ R$ 100.000,00
Ativo
Circulante
Depreciação
Gado Reprodutor ................. 8 anos
Gado Matriz ....................... 10 anos
-
16
Figura 3 - Balanço Patrimonial
Fonte: Marion (2006, pág. 129) Adaptado
Dados do ano X2:
• Nasceram 80 bezerros: 40 machos e 40 fêmeas (Admitindo uma taxa de
natalidade de 80%);
• Custo do rebanho em formação foi de R$ 120.000,00.
O rebanho em estoque, em 19X2, é de 160 cabeças. Logo R$ 120.000,00/160
cabeças de gado, temos R$ 750,00 por cabeça. O gado referente ao período
de X1 em X2 passa para a categoria de novilhos (as).
Figura 4 - Dados do rebanho em estoque
Fonte: Marion (2006, pág. 130) Adaptado
No devido exemplo está sendo considerado os custos médios. O rebanho em
formação recebe todos os custos, inclusive os anteriores, admitindo-se que o
mesmo só será vendido após a engorda.
Balanço Patrimonial 31/12/X0 31/12/X1
Ativo Circulante - 36.000,00R$
Estoques
Bezerros de 0 a 12 meses - 18.000,00R$
Bezerras de 0 a 12 meses - 18.000,00R$
Ativo Não Circulante 110.000,00R$ 98.750,00R$
Permanente
Imobilizado
Reprodutores 10.000,00R$ 10.000,00R$
(-) Depreciação Acumulada - R$ (1.250,00)
Matrizes 100.000,00R$ 100.000,00R$
(-) Depreciação Acumulada - R$ (10.000,00)
Total 110.000,00R$ 134.750,00R$
80 cabeças de X1 -> R$ 36.000,00 + (80 x R$ 750,00) 96.000,00R$
80 cabeças de X2 -> (80 x R$ 750,00) 60.000,00R$
Total do rebanho em estoque 156.000,00R$
-
17
Figura 5 - Balanço Patrimonial
Fonte: Marion (2006, pág. 132) Adaptado
Dados do ano X3:
• Nasceram 80 bezerros: 40 machos e 40 fêmeas;
• Morreram 10 bezerros, no inicio de 19x3, referentes ao lote dos bezerros
de 0 a 12 meses. Referente as mortes, os mesmos serão tratados como
uma perda no período, visto que as mortes foram acidentais;
• O custo do bezerro de 0 a 12 meses nascidos em 19X2 é de R$
30.000,00. O lote era de 40 bezerros, dividindo-se pelo custo teremos
um valor unitário por cabeça de R$ 750,00, totalizando um custo de
bezerros mortos de R$ 7.500,00;
• O custo do rebanho em formação foi de R$ 276.000,00.
Desta forma, temos o rateio do custo do rebanho em formação como segue:
Figura 6 – Rateio custo do rebanho
Fonte: Marion (2006, pág. 133) Adaptado
Balanço Patrimonial 31/12/X0 31/12/X1 31/12/X2
Ativo Circulante - 36.000,00R$ 156.000,00R$
Estoques
Bezerros de 0 a 12 meses - 18.000,00R$ 30.000,00R$
Bezerras de 0 a 12 meses - 18.000,00R$ 30.000,00R$
Novilhos de 13 a 24 meses - - 48.000,00R$
Novilhas de 13 a 24 meses - - 48.000,00R$
Ativo Não Circulante 110.000,00R$ 98.750,00R$ 87.500,00R$
Permanente
Imobilizado
Reprodutores 10.000,00R$ 10.000,00R$ 10.000,00R$
(-) Depreciação Acumulada - R$ (1.250,00) R$ (2.500,00)
Matrizes 100.000,00R$ 100.000,00R$ 100.000,00R$
(-) Depreciação Acumulada - R$ (10.000,00) R$ (20.000,00)
Total 110.000,00R$ 134.750,00R$ 243.500,00R$
Custo anual R$ 276.000,00
N° de cabeças que receberão custos;
80 cabeças nascidas em X1
---------------------------------------------------------
80 cabeças nascidas em X2
(10) mortes em 19X3
70 cabeças no periodo de X2
---------------------------------------------------------
80 cabeças nascidas em X3
Total = 230 cabeças
-
18
Logo, foi obtido um custo de R$ 276.000,00 dividindo-se pelo total de 230
cabeças, temos um valor unitário por cabeça de R$ 1.200,00. Percebe-se que
fica cada vez mais difícil atribuir os custos à medida que o rebanho cresce e se
altera. Marion (2006) aborda que o ciclo operacional da pecuária, dificilmente
seja inferior a três anos, o ciclo é longo e mesmo que venha obter os custos
conforme os fatos evidenciados, como abordado anteriormente a inflação tende
a desatualizar as informações evidenciadas no estoque.
Nota-se, que a contabilidade tem por objetivo fornecer informações úteis e
confiáveis aos seus usuários, e na utilização do método do custo histórico
deixa a desejar, já que os relatórios não atendem ao usuário, visto que as
informações contidas nos relatórios não fornece o devido auxílio para a tomada
de decisão, podendo haver relatórios contábeis distorcidos.
3.3.3.2 Método do valor de Mercado (ou Valor Justo)
Neste método, os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos poderão
ser avaliados aos preços correntes de mercado conforme as práticas usuais
em cada tipo de atividade como cita Lemes (Marion 1996). O mesmo expõe
outras justificativas para o uso deste método, sendo:
• O ciclo operacional longo; • Auxílio quando houver alterações na empresa por saída de
acionistas, fusões, incorporações e etc.; • Fatores de produção e crescimento natural resultam em ganho
econômico; • Existência de avaliação objetiva de mercado em estágios distintos
do gado. Tal avaliação é obtida, principalmente, através de Bolsas de Mercadorias ($ por arroba do gado em estágio adulto), Secretarias da Fazenda Estadual e Sindicatos Rurais.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis através do (CPC) 29, item 8
conceitua o método do valor justo, como:
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado de mensuração.
Marion (2006), fala que o ponto certo para se reconhecer a receita é
exatamente no momento da transferência do bem ou serviço ao cliente,
concordando com o exposto do CPC 29. Para obter o resultado (lucro ou
-
19
prejuízo), é necessário o confronto da Receita com as despesas que fazem
parte da aquisição da receita. É valido em algumas situações o reconhecimento
da receita antes do ponto de venda. Ao fazer a contabilização do Estoque a
valor de mercado, é preciso que se faça uma provisão das despesas de vendas
que ocorrerá na venda como impostos, transportes e outros, ou diminuir as
despesas previstas para a venda e entrega.
Segue o exemplo pelo método de valor de mercado, conforme Marion (2006,
pág.173):
Dados do ano 19X1:
• Nasceram 200 bezerros (as) ao valor de mercado de R$ 100.000,00
cada um, totalizando R$ 20.000.000,00
• Despesas/Custos no período, totalizando R$ 16.000.000,00
• A provisão para despesa de Distribuição será á base de 2,5% sobre o
valor de mercado.
Logo, teremos (em R$ mil):
Receita
(a) 20.000 20.000 (a) xxxx 16.000 (b)
(b) 16.000 (c) 500 (c) 500
Bezerros (as)
Var. Patr. Líq. (Superveniências
Ativas)
Custo/Despesa do Período
Caixa/Contas a pagar
Desp. Distr. Prov. p/Desp. Distr.
-
20
Figura 7 - Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Marion (2006, pág. 174)
Figura 8 - Balanço Patrimonial
Fonte: Marion (2006, pág. 174).
Dados do ano 19X2:
• Nascem 180 bezerros(as) x R$ 150.000 = R$ 27.000.000.
• Os (as) bezerros (as) de X1 são transferidos (as) para a categoria de
novilhos (as) de 13 á 24 meses. A reavaliação dos estoques é de R$
10.000.000, ou seja, os novilhos passam ao valor de mercado de R$
30.000.000.
• Morrem 10 bezerros nascidos em 19x2, 10 bezerros x R$ 150.000 =
1.500.000.
• Houve despesas/custos do período no total de R$ 30.000.000.
• A provisão para Despesas de Distribuição é realizada sobre os R$
10.000.000 da Reavaliação dos Estoques e os R$ 28.500.000 sobre os
bezerros (as) nascidos (as), menos os mortos.
Receita
Variações Patr. Líquidas 20.000
(-) custos/despesas (16.500)
Resultado 3.500
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADO DO
EXERCÍCIO (19X1) Ativo Circulante
-----------------------------
Estoques
Bezerros (as) 20.000
(-) Prov. p/ Despesas
Distribuição (500)
19500
BALANÇO PATRIMONIAL (19X1)
(X1) 20.000 20.000 (a) (b) 20.000 xxxx 30.000 (d)
(a) 27.000 1.500 (c) (b1) 10.000
25.500 30.000
(d) 30.000 (c) 1.500 27.500 (a)
10.000 (b1)
35.500
500 (X1) (e) 887,5250 (e)
637,50 (e)
1.387,50
Desp. Distribuição
Em R$ mil
Prov. p/ Desp. Distr.
Receita
Bezerros (as) Caixa/Contas a pagarNovilhos (as) 13/24
meses
Desp. Custos/Período Var. Patr. Líquidas
-
21
Figura 9 - Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Marion (2006, pág. 175)
Figura 10 - Balanço Patrimonial
Fonte: Marion (2006, pág. 175) Adaptado
Dados do ano 19X3:
• Nascem 200 bezerros(as) x R$ 200.000 cada um(a) = R$ 40.000.000.
• Os(as) novilhos(as) de 13/24 meses são transferidos (as) para a
categoria de 25/36 meses. A reavaliação foi de R$15.000.000, passando
para R$45.000.000.
• Os(as) bezerros(as) de 19X2 são transferidos(as) para a categoria de
novilhos(as). A reavaliação foi de R$14.500.000, passando para
R$40.000.000.
• Houve Despesas/Custo, no período, no total de R$ 40.000.000.
• A provisão para Despesas de Distribuição é realizada sobre as
Variações Patrimoniais Líquidas, ou seja:
R$ 40.000.000 de bezerros(as),
R$ 15.000.000 de Reavaliação dos(as) novilhos(as) de 25/36 meses,
R$ 14.500.000 de Reavaliação dos(as) novilhos(as) de 13/24 meses,
R$ 69.500.000 versus 2,5% = R$ 1.737.500
• Houve a venda de 1/2 dos(as) novilhos(as) de 25/36 meses por R$
25.000.000 á vista. Como já houve o reconhecimento da Receita
referente ao plantel de R$ 22.500.000 (1/2 de R$ 45.000.000),
reconhece-se como lucro apenas a diferença, ou seja, R$ 2.500.000 (R$
25.000.000 – R$ 22.500.000).
• Despesa de Distribuição: nessa operação tem-se uma despesa de
venda de R$ 625.000 (2,5% x R$ 25.000.000). Todavia, já houve a
identificação dessa despesa na parcela baixada de R$ 22.500.000,
Variações Patr. Líquidas 35.500
(-) custos/despesas (30.887,50)
Resultado 4.612,50
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADO DO
EXERCÍCIO (19X2) Ativo Circulante
-----------------------------
Estoques
Bezerros (as) 25.500
Novilhos (as) 13/24 30.000
(-) Prov. p/ Despesas (1387,5)
Total Estoques 54.112,5
BALANÇO PATRIMONIAL (19X2)
-
22
referente aos(as) novilhos(as) vendidos(as). Assim, faz-se a adição á
Despesa de distribuição da diferença: R$ 2.500.000 x 2,5% = 62.500.
Contudo, no que se refere ao pagamento, o valor a ser liquidado será de R$
625.000 gerados no ato da venda. Por isso, o credito será lançado em
Caixa ou Contas a Pagar, e o Débito, á provisão e á Despesa de
Distribuição. A provisão do período, no valor de R$ 1.737.500, foi realizada
com base nas novas Variações Patrimoniais Líquidas (Receita Econômica).
Desta forma, teremos:
Despesas de Distribuição pela Venda: 2,5% x 25.000.000 = 625.000
Despesas de Distribuição Apropriada: 2,5% x 22.500.000 = (562.500)
Despesas de Distribuição a Contabilizar: 2,5% x 2.500.000 = 62.500
(X2) 25.500 25.500 (c) (X2) 30.000 30.000 (b) (b) 30.000
(a) 40.000 (c) 25.500 (b1) 15.000 22.500(f2)
40.000 (c1) 14.500 22.500
40.000
40.000 (a) (f1) 25.000 40.000 (d) (d) 40.000
15.000 (b1) 562,5 (g2)
14.500 (c1) 62,5 (g1)
69.500
(f2) 25.500 25.000 (f1) 1387,50 (X2) (e) 1.737,50
2.500 (Receita) 1737,50 ( e) (g1) 62,5
( g2) 562.50 1.800,00
2.562,50
Resultado de VendaProvisão para Despesas
de Distribuição Desp. Distribuição
Em R$ mil
Bezerros (as) Novilhos (as) 13/24 mesesNovilhos(as) 25/36
meses
Var. Patr. Líquida
Receita
Caixas/Contas a pagar Desp./Custos Período
-
23
Figura 11 - Demonstração do Resultado
Do Exercício
Fonte: Marion (2006, pág. 177)
Figura 12 - Balanço Patrimonial
Fonte: 1 Marion (2006, pág. 175) Adaptado
Resultado de Venda:
Receitas de Venda 25.000
(-) Est. Vendido (22.500) 2.500
Var. Patr. Líq. 69.500
72.000
(-) Custo/Despesa (40.000)
(-) Desp. Distribuição (1.800)
Resultado 30.200
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADO DO EXERCÍCIO (19X3)
Ativo Circulante
-----------------------------
Estoques
Bezerros (as) 40.000
Novilhos (as) 13/24 meses 40.000
Novilhos (as) 25/36 meses 22.500
(-) Prov. p/ Despesas (2.562,5)
Total Estoques 99.937,5
BALANÇO PATRIMONIAL (19X2)
-
24
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O levantamento dos dados foi efetuado em uma propriedade rural, denominada
como Fazenda Conjunto Ensoado, localizada na Zona Rural do município de
Salto da Divisa – MG.
Conforme proposta desta pesquisa foi elaborado um questionário para levantar
as informações necessárias à avaliação do nível de utilização da contabilidade
como ferramenta na tomada de decisões na propriedade em estudo.
O questionário com perguntas abertas, conforme modelo no Anexo I foi
enviado a um dos responsáveis da empresa via e-mail em arquivo eletrônico no
dia 18 de outubro de 2018.
Após o envio do questionário o gestor responsável fez a devolutiva do mesmo
no dia 25 de outubro de 2018 com as respostas de acordo com os resultados
apresentado a seguir.
Na questão de número um, foi solicitada a descrição e surgimento da empresa,
o responsável fez o levantamento de informações em que a propriedade foi
originada de forma hereditária, tratando-se de uma empresa familiar. A mesma
localiza-se em Salto da Divisa – MG, mas boa parte de sua produção é
direcionada ao Estado da Bahia, devido a sua localização. A administração da
empresa sempre foi conjunta, objetivando a busca de evolução e ampliação da
fazenda, com a aquisição de reprodutores de boa qualidade.
Na questão de número dois do questionário, quando perguntado a cerca dos
instrumentos para a organização contábil administrativo, a resposta foi que a
parte administrativa é realizada pelos proprietários, os mesmos possuem
escritórios próprios. Em relação à parte contábil, os serviços são contratados
de um escritório externo.
Na questão de número três, foi questionado se a Contabilidade Gerencial é
feita na empresa. A resposta obtida foi que sim, toda a parte de gestão é
executada na empresa.
-
25
Na questão de número de quatro, foi perguntado ao responsável se na
propriedade havia o uso de Sistemas de Informações Gerencias. O mesmo
informou que os sistemas de controle são basicamente compostos por
planilhas em Excel. E que estão em processo de implantação de sistemas que
venha fornecer relatórios e informações úteis no que diz respeito ao
conhecimento dos processos e gastos no desenvolvimento do rebanho.
Na questão de número cinco, quando questionado sobre os métodos de gestão
utilizados, não se obteve um resposta do responsável da empresa.
Na questão de número seis, pergunta-se sobre o nível de utilização da
contabilidade como auxiliador no processo á tomada de decisão. Em resposta
do entrevistado, não há utilização da contabilidade em si para essa finalidade,
há a utilização de conhecimentos práticos adquiridos com o tempo.
Na questão de número sete, quando perguntado se o administrador recebe da
contabilidade relatórios contendo uma análise econômico financeira da
propriedade, a resposta foi que os relatórios são feitos pelo setor
administrativo, e que a contabilidade não é utilizada para essa finalidade.
Na questão de número oito, foi perguntado se a contabilidade está sendo
informada sobre a situação da propriedade, assim como na questão sete a
resposta, foi que os gestores não utilizam da contabilidade como ferramenta,
portanto as informações da situação da propriedade não são passadas à
contabilidade com essa finalidade (tomada de decisão).
Na questão de número nove, sobre as inovações tecnológicas adquiridas na
propriedade para um aumento na rentabilidade do negócio, obteve-se a
resposta em que atualmente a preocupação de muitos empresários está
relacionada ao clima, e pensando nisso, o proprietário está finalizando a
implantação de um sistema de água para atender todas as propriedades e
trabalhando também na recuperação de pastagens. Para uma melhoria na
qualidade do rebanho, há uma busca desta realização na inseminação artificial,
com um objetivo maior da melhoria na qualidade do gado bovino.
-
26
Na questão de número dez, pergunta se na propriedade há a realização de
sistemas de custeio, que possa auxiliar na administração a organização e
controle da unidade de produção, em resposta pelo entrevistado, o mesmo
informa que ainda não foi implantado o sistema de custeio e que esse processo
deva demorar um pouco. O mesmo está ciente dessa necessidade, mas
ressalta que há uma dificuldade na coleta de informações para alimentar os
devidos sistemas em grandes propriedades, dificultando-se assim a
implantação.
Na questão de número onze, foi indagado sobre quais seriam as atividades de
produção no desenvolvimento ativo do gado, em resposta do entrevistado, foi
informado que há a classificação das três fases de Cria, Recria e Engorda.
-
27
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
No tocante das informações, vimos nas respostas do questionário apresentado
nos resultados obtidos, que a gestão da propriedade aqui estudada é
preponderante uma administração familiar. É percebido que apesar de
entenderem que a contabilidade é uma ferramenta que fornece informações
para a tomada de decisão, a empresa não utiliza das ferramentas contábeis
para tomar decisões.
Assim conforme as questões três, quatro e seis, vê-se que a empresa apesar
de possuir um controle operacional, não tem um controle contábil que possa
subsidiar melhor a gestão com informações que pode municiar a gestão de
informações econômico financeira para a tomada de decisões.
Na questão nove, percebe-se que há investimentos no que tange ao
desenvolvimento ativo da propriedade, porém não há um planejamento
adequado que busque atender as devidas necessidades e rentabilidade do
investimento. Na questão dez e onze, vê-se que a propriedade em estudo
trabalha com os três tipos de atividades do gado, o de cria, recria e engorda e
que ainda não foi implantado um sistema de custeio. Percebe-se que mesmo
ciente da necessidade da implantação por dar o devido suporte ao produtor na
tomada de decisão, a empresa não utiliza e nem possui outro meio de controle
que evidencie as informações necessárias para identificar se há ou não
rentabilidade em trabalhar com as três fases do gado.
-
28
6 AÇÕES COM BASE NA ANÁLISE
Com base nas informações prestadas pelo responsável da empresa, foi
possível entender como é o funcionamento e gerenciamento da organização.
Através dos dados coletados identificou-se que o gerenciamento da
propriedade é realizado por uma administração familiar. E com base nisso,
também nas informações apresentadas na análise do resultado, sugere-se aos
gestores e responsáveis da empresa:
• Fazer uso da contabilidade para o auxilio no gerenciamento e suporte à
tomada de decisão. A Contabilidade Rural é de suma importância no
que diz respeito há um bom planejamento da organização. A finalidade
do planejamento em suas especificidades consiste em orientar as
operações agrícolas e pecuárias; medir o desempenho econômico-
financeiro da empresa e de cada atividade produtiva individualmente;
controlar as transações financeiras, auxiliar nas projeções de fluxo de
caixa, conduzir as despesas pessoais do proprietário e de sua família, e
outros.
• É viável ao proprietário fazer uso de Sistemas de Informações
Gerencias, manter um controle administrativo e financeiro para
identificar se realmente há lucro, e qual a proporcionalidade desse lucro,
para assim projetar informações úteis para que o mesmo saiba a
realidade de suas atividades, obter um planejamento estratégico e
identificar a verdadeira situação econômica da empresa e a
rentabilidade de suas atividades, identificando-se assim os possíveis
lucros e prejuízos, já que a mesma não faz esse controle.
• A empresa trabalha com três tipos de atividade de Cria, Recria e
Engorda. Por saber que o clima é relativamente seco, é necessário que
se faça um estudo meteorológico, que seja capaz de prestar
informações para a gestão. Na atividade de Cria por exemplo, que é a
produção e o inicio de desenvolvimento do gado, o clima seco e com
altas temperaturas podem interferir em vários aspectos na formação
muscular do gado e na capacidade produtiva. O gado quando submetido
-
29
á temperaturas elevadas, ficam estressados, e esse fator tem um
impacto negativo no que diz respeito na qualidade e quantidade do
sêmen, tornando-se assim mais cara a produção. As vacas prenhas por
exemplo, podem vir a óbito ou obter um aborto pelo calor excessivo.
Fazendo-se um monitoramento adequado, haverá um direcionamento
dos custos de forma que os mesmos sejam aplicados no momento certo
e adequados de acordo com a necessidade em uma produção de
qualidade.
Portanto, é necessário que acompanhe de perto o desempenho de suas
atividades, a utilização dos recursos, e a redução de custos através de uma
gestão eficiente. A gestão das propriedades rurais é fundamental para uma
excelente administração sobre os riscos de custos e das produções.
-
30
7 CONCLUSÃO
O propósito do trabalho foi analisar a aplicação da contabilidade no
agronegócio como instrumento gerencial, fazendo-se um estudo de caso em
uma propriedade rural no município de Salto da Divisa-MG. O enfoque foi dado
em identificar como seria essa aplicação e se realmente haveria essa utilização
da contabilidade na empresa estudada.
A utilização da contabilidade rural no processo de gestão da atividade rural em
uma empresa consiste em um conjunto de atividades que além de dar suporte
ao produtor na tomada de decisão, auxilia no desenvolvimento econômico de
sua propriedade, oferecendo assim uma visão sistêmica e um planejamento
estratégico.
Percebe-se que no que diz respeito há utilização e emprego de sistemas
gerenciais, a empresa não utiliza a contabilidade para esta finalidade. O que
gera uma preocupação por identificar que a empresa tem suporte
administrativo, contábil, veterinários, agrônomos, toda uma gama de
profissionais que se bem organizados, com certeza representaria um suporte
eficaz, caso tivesse uma estrutura de planejamento e uma organização das
devidas funções.
Portanto, conclui-se que em nível médio há um conhecimento, mas não há
planejamento eficiente por parte do proprietário da propriedade na utilização da
contabilidade aplicada ao agronegócio como instrumento gerencial no processo
á tomada de decisão. Sabe-se que a contabilidade aplicada de forma eficaz ao
agronegócio, evidencia toda a situação econômica financeira da empresa, além
de analisar, registrar, mensurar e controlar os fatos, a mesma expõe ao
produtor um controle para que o mesmo entenda todo o funcionamento, para
assim tomar as decisões certas, no momento certo.
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REFERÊNCIAS
BLB BRASIL. Escola de negócios. Disponível em
acesso em 18 de maio de 2018
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural. São Paulo: Editora Atlas
S.A, 2005.
MARION, José Carlos. Contabilidade Rural. São Paulo: Editora Atlas S.A,
2006.
SANTOS, MARION E SEGATTI, Gilberto José, José Carlos e Sonia.
Administração de Custos na Agropecuária. São Paulo: Editora Atlas S.A.
2002.
SILVA, Antônio Carlos Ribeiro. Metodologia da pesquisa aplicada á
contabilidade. São Paulo: Editora Atlas S.A. 2006
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Disponível em
acesso em 21
de julho de 2018
CNA. Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil. Disponível
em acesso em julho de 2018
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Editora Atlas S.A.
2006
HORA EXTRA. Disponível em
acesso em 04 de agosto de 2018
TODA MATÉRIA. Disponível em
acesso em 05 de agosto de 2018
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MUNDO EDUCAÇÃO. Disponível em <
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/pecuaria.htm> acesso em 05
de agosto de 2018
MARION e RIBEIRO, José Carlos e Osni Moura. Introdução à Contabilidade
Gerencial. São Paulo: Editora Saraiva, 2015
BEEFPOINT. Disponível em acesso em 31 de agosto de
2018
Marion. José Carlos. Contabilidade e Controladoria em Agribusiness. São
Paulo: Editora Atlas S.A., 1996
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ANEXOS
ANEXO I – QUESTIONÁRIO DO MAGISTRADO
1) Surgimento e descrição da empresa
2) Quais são os instrumentos para a organização contábil administrativa? Ex:
Profissionais da área, escritório de contabilidade, familiares, outros.
3) A contabilidade gerencial é feita na empresa?
4) Há a utilização de Sistemas de Informações gerencias?
5) Quais são os métodos de gestão utilizados para fazer o planejamento e
controle de dados e informações úteis?
6) Qual o nível de utilização da contabilidade como um auxiliador no processo a
tomada de decisão?
7) O Administrador recebe da contabilidade relatórios contendo uma análise
econômica e financeira da propriedade?
8) A contabilidade está atualizada sobre a situação da propriedade?
9) Visando o desempenho econômico financeiro ativo da propriedade, quais são
as inovações tecnológicas adquiridas para obter um aumento da rentabilidade
do negócio?
10) No desenvolvimento ativo integrado na propriedade é realizado algum
sistema de custeio que venha auxiliar a administração da organização e controle
da unidade de produção?
11) Quais são as atividades de produção no desenvolvimento ativo do gado?