Falcão etal2005 morcegos do planalto de Conquista

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5/10/2018 Falcoetal2005morcegosdoplanaltodeConquista-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/falcao-etal2005-morcegos-do-planalto-de-conquista Chiroptera Neotropical, 11(1-2), December 2005 Page 220 ESPÉCIES DE MORCEGOS DO PLANALTO DA CONQUISTA, BAHIA, BRASIL Fábio C. Falcão 1 , Binael Soares-Santos 2 & Sávio Drummond 3 1 Instituto Dríades de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade, Ilhéus, Bahia, Brasil, CEP 45653-020 - [email protected] 2 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, Brasil, CEP 45650- 000 - [email protected] 3 Programa de Pós-graduação em Zoologia, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, Brasil, CEP 45650-000 – [email protected] Abstract: Bat species of the Conquista Plateau, Bahia State, Brazil. The present study attained to make the first bat survey of the Conquista Plateau, Brazil’s northeast Atlantic rainforest, Bahia state. Bat species were sampled using mist-nets in 10 forest fragments, and resulted in 41 individuals of 13 species belonging to two families (Phyllostomidae and Vespertilionidae). Bats were also sporadically sampled in edges and cleared areas, and diurnal roosts were searched, which increased species number to 20.  Artibeus gnomus , Micronycteris hirsuta,  M. schmidtorum and Pygoderma bilabiatum had their distribution range extended. Keywords: Atlantic Forest, bats, habitat fragmentation, species list. I NTRODUÇÃO A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais devastada, fragmentada e rica em biodiversidade do mundo. O conhecimento disponível aponta a região sudeste da Bahia como um importante centro de endemismo para animais e plantas (Haffer 1974, Jackson 1978, Brown 1979, Mori et al. 1981, Rylands 1982, Thomas et al. 1998) desse bioma. O sudeste da Bahia abriga as florestas mesófilas, as matas-de-cipó ou floresta estacional latifoliada subcaducifólia (Andrade-Lima 1966) e os brejos de altitude, que são áreas de florestas úmidas circundadas por áreas de vegetação mais seca localizadas sobre complexos altitudinais (Andrade-Lima 1982). O Planalto da Conquista é representado predominantemente por florestas mesófilas e matas-de-cipó. Os morcegos foram pouco estudados no estado da Bahia, mas os estudos realizados até o momento apontam uma alta diversidade para o estado. Soares- Santos (2001) analisou a comunidade de morcegos de 12 cavernas localizadas na Bacia Metassedimentar do Rio Pardo, onde foram registradas 21 espécies distribuídas em cinco famílias. Faria (2002) analisou a comunidade de morcegos e a estrutura da vegetação em 36 transectos de amostragem, incluindo florestas maduras (interiores e bordas de áreas florestas contínuas e fragmentos), capoeiras e cabrucas (plantações sombreadas de cacau). A autora encontrou 46 espécies de morcegos, sendo estas representantes de quatro famílias. Recentemente, Faria & Soares- Santos (in press), em uma compilação dos dados referentes às espécies de morcegos da região nordeste do Brasil, registraram 59 espécies para o estado da Bahia, pertencentes a sete famílias. Tendo em vista a importância biológica da região do Planalto da Conquista, o presente estudo teve como objetivo fazer o primeiro inventário das espécies de morcegos ocorrentes nesta região. MATERIAL E MÉTODOS Área de estudos As amostragens sistemáticas de morcegos em fragmentos florestais foram feitas dentro de dois projetos realizados em duas regiões do Planalto da Conquista: Região de Conquista, abrangendo os municípios de Vitória da Conquista, Itambé, Barra do Choça, Ribeirão do Largo; e a Região de Boa Nova, com os municípios de Boa Nova e Poções. A Região de Conquista apresenta diferentes fitofisionomias, caracterizando-se pela presença de florestas estacionais no sopé, e florestas ombrófilas nas escarpas e na borda do Planalto. A Região de Boa Nova é caracterizada pela presença de serras que abrigam florestas ombrófilas, estacionais semideciduais e deciduais. Na Região de Conquista, as amostragens foram realizadas entre janeiro e novembro de 2003, e na Região de Boa Nova, de outubro de 2003 a março de 2004. Foram estabelecidos seis transectos, sendo que cada um foi amostrado por oito noites não-consecutivas. Também foram incluídos dados de morcegos

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Chiroptera Neotropical, 11(1-2), December 2005

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ESPÉCIES DE MORCEGOS DO PLANALTO DA CONQUISTA, BAHIA, BRASIL

Fábio C. Falcão1, Binael Soares-Santos2& Sávio Drummond3

1

Instituto Dríades de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade, Ilhéus, Bahia, Brasil, CEP 45653-020 [email protected] de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, Brasil, CEP 45650-

000 - [email protected] de Pós-graduação em Zoologia, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, Brasil, CEP

45650-000 – [email protected]

Abstract: Bat species of the Conquista Plateau, Bahia State, Brazil. The present study attained to make the firstbat survey of the Conquista Plateau, Brazil’s northeast Atlantic rainforest, Bahia state. Bat species were sampledusing mist-nets in 10 forest fragments, and resulted in 41 individuals of 13 species belonging to two families(Phyllostomidae and Vespertilionidae). Bats were also sporadically sampled in edges and cleared areas, and

diurnal roosts were searched, which increased species number to 20. Artibeus gnomus, Micronycteris hirsuta, M. schmidtorum and Pygoderma bilabiatum had their distribution range extended.

Keywords: Atlantic Forest, bats, habitat fragmentation, species list.

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais maisdevastada, fragmentada e rica em biodiversidade domundo. O conhecimento disponível aponta a regiãosudeste da Bahia como um importante centro de

endemismo para animais e plantas (Haffer 1974, Jackson1978, Brown 1979, Mori et al. 1981, Rylands 1982,Thomas et al. 1998) desse bioma.

O sudeste da Bahia abriga as florestas mesófilas, asmatas-de-cipó ou floresta estacional latifoliadasubcaducifólia (Andrade-Lima 1966) e os brejos dealtitude, que são áreas de florestas úmidas circundadaspor áreas de vegetação mais seca localizadas sobrecomplexos altitudinais (Andrade-Lima 1982). O Planaltoda Conquista é representado predominantemente porflorestas mesófilas e matas-de-cipó.

Os morcegos foram pouco estudados no estado daBahia, mas os estudos realizados até o momentoapontam uma alta diversidade para o estado. Soares-Santos (2001) analisou a comunidade de morcegos de12 cavernas localizadas na Bacia Metassedimentar doRio Pardo, onde foram registradas 21 espéciesdistribuídas em cinco famílias. Faria (2002) analisou acomunidade de morcegos e a estrutura da vegetaçãoem 36 transectos de amostragem, incluindo florestasmaduras (interiores e bordas de áreas florestascontínuas e fragmentos), capoeiras e cabrucas(plantações sombreadas de cacau). A autora encontrou46 espécies de morcegos, sendo estas representantesde quatro famílias. Recentemente, Faria & Soares-

Santos (in press), em uma compilação dos dadosreferentes às espécies de morcegos da região nordestedo Brasil, registraram 59 espécies para o estado daBahia, pertencentes a sete famílias.

Tendo em vista a importância biológica da região do

Planalto da Conquista, o presente estudo teve comoobjetivo fazer o primeiro inventário das espécies demorcegos ocorrentes nesta região.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudos

As amostragens sistemáticas de morcegos emfragmentos florestais foram feitas dentro de doisprojetos realizados em duas regiões do Planalto daConquista: Região de Conquista, abrangendo osmunicípios de Vitória da Conquista, Itambé, Barra do

Choça, Ribeirão do Largo; e a Região de Boa Nova,com os municípios de Boa Nova e Poções. A Região deConquista apresenta diferentes fitofisionomias,caracterizando-se pela presença de florestas estacionaisno sopé, e florestas ombrófilas nas escarpas e na bordado Planalto. A Região de Boa Nova é caracterizada pelapresença de serras que abrigam florestas ombrófilas,estacionais semideciduais e deciduais.

Na Região de Conquista, as amostragens foramrealizadas entre janeiro e novembro de 2003, e na Regiãode Boa Nova, de outubro de 2003 a março de 2004.Foram estabelecidos seis transectos, sendo que cada

um foi amostrado por oito noites não-consecutivas.Também foram incluídos dados de morcegos

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capturados esporadicamente a partir de 2001 em abrigosurbanos (S. Drummond e moradores locais). Foramutilizadas redes-de-neblina medindo seis, nove e 12 x3,0m. As redes eram mantidas abertas por até cincohoras a partir do pôr do sol e foram armadas em

transectos no interior de fragmentos previamenteselecionados a partir da análise de imagens de satélite.Também foram realizadas coletas esporádicas nasbordas dos fragmentos, áreas abertas e também coletascom redes elevadas a aproximadamente 8m do solo. NaRegião de Boa Nova foram estabelecidos quatrotransectos, amostrados por quatro noites não-consecutivas. O tamanho dos fragmentos nas duasregiões variou de 80 ha a 650 ha. Não foram realizadasamostragens em noites de chuva ou ventos intensos.

As redes eram checadas a cada 20-30 minutos, e cadaindivíduo coletado era identificado ao nível de espécie,

a partir das chaves de identificação de Vizotto & Taddei(1973), Simmons & Voss (1998) e Lim & Engstrom (2001).O esforço de captura foi obtido a partir do resultadodo número de horas que as redes ficaram armadasmultiplicado pelo número de noites amostradas, sendoo resultado expresso em horas-rede. O sucesso decaptura foi obtido dividindo-se o número total deindivíduos capturados nas redes pelo número de noitesde amostragem. A curva cumulativa de espécies foialeatorizada 1000 vezes usando-se o programaEstimateS 7.0 (Colwell, 2004) (Figura 1).

RESULTADOS

O esforço de captura de morcegos nos 10 transectosamostrados com redes-de-neblina no Planalto daConquista foi de 64 noites de coleta e 320 horas-rede.O sucesso de captura obtido foi de 0,6 indivíduos/ noites.

As coletas nos fragmentos resultaram na captura de 41indivíduos, distribuídos em 13 espécies.Acrescentando-se as espécies capturadas em áreasabertas e abrigos, o número de espécies se eleva para20, sendo nove na região de Boa Nova, e 17 na região

de Conquista (Tabela 1). A curva acumulativaaleatorizada de espécies não se estabilizou, conformemostra a figura 1.

DISCUSSÃO

O pequeno esforço de captura realizado nos fragmentosnão foi suficiente para se determinar a riqueza total demorcegos ocorrentes nas áreas amostradas no Planaltoda Conquista. A curva obtida pelo acúmulo aleatorizadode espécies não atingiu a assíntota , indicando queoutras espécies seriam acrescentadas com um esforçomaior de captura do que o empregado.

Apesar do baixo número de capturas nos fragmentos

amostrados, o número de espécies (13) foirelativamente alto, sendo que uma nova espécie eraacrescentada a cada três indivíduos coletados. Alémdisso, a inclusão dos morcegos capturados em abrigosdiurnos na área urbana e nos arredores elevou para 20

o número de espécies, demonstrando a importância daprocura de abrigos como forma complementar deinventários, como já registrado em outros trabalhos(Simmons & Voss 1998, Tavares 1999, Portfors et al.

2000, Baptista & Mello 2001). A ocorrência de um maiornúmero de espécies de molossídeos e vespertilionídeosna região de Conquista pode ser explicada pelo maioresforço empregado na busca de abrigos nesta região,uma vez que foram incluídos registros das coletasesporádicas e dos indivíduos doados por moradores,a partir de 2001.

As espécies   Artibeus gnomus,  Micronycteris

schmidtorum, M. hirsuta,  e Pygoderma  bilabiatumforam recentemente registradas para a região litorâneado sul da Bahia (Faria & Soares-Santos in press) e oregistro destas espécies para o Planalto da Conquistaampliam a área de distribuição em aproximadamente300 km em direção ao interior do continente.

Nossos resultados sugerem que a região do Planaltoda Conquista abriga uma alta diversidade de morcegos,distribuídos em pequenas populações dentro dosfragmentos. Certamente a realização de novosinventários, com maior esforço amostral e associadosa métodos complementares, como a busca sistemáticaem abrigos, aumentará o número de espécies demorcegos existentes na área estudada.

Apesar das peculiaridades da fauna de quirópteros doPlanalto da Conquista, as florestas mesófilas, matasde cipó e florestas de galeria há muito vêm sofrendouma redução na sua área original em decorrência doprocesso de ocupação humana, sendo substituídas porformações pioneiras similares à caatinga (Soares-Filho2000). Além disso, a ausência de Unidades deConservação no Planalto torna a situação ainda maiscrítica para a proteção dos remanescentes florestais,

que continuam sendo devastados e colocando abiodiversidade destes locais em risco.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos colegas Carol, Erick, Daniel, Marceloe Robinho, pelo auxílio nas coletas de campo. Osprojetos foram financiados pelo PROBIO/GEF/MMA/ BIRD/CNPq e The Conservation British PetroleumProgram.

REFERÊNCIAS

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Tabela 1 – Espécies de morcegos capturadas no Planalto da Conquista, Mata Atlântica daBahia. Na Região de Conquista, as amostragens foram realizadas entre janeiro e novembro de2003, e na Região de Boa Nova, de outubro de 2003 a março de 2004.

Boa Nova Conquista Método*

PHYLLOSTOMIDAE  Artibeus lituratus X X 1,3

  Artibeus jamaicensis X 1

  Artibeus obscurus X 1

 Artibeus gnomus X 3

Platyrrhinus lineatus X 2

Pygoderma bilabiatum X 2

Sturnira lilium X X 1, 2

Carollia perspicillata X X 1,2

 Desmodus rotundus X X 1,2

Glossophaga soricina X X 1,2,3

 Micronycteris hirsuta X 1  Micronycteris schmidtorum X 1

 Mimon crenulatum X 1

Phyllostomus discolor  X 1

Tonatia saurophilla X 2

VESPERTILIONIDAE

 Eptesicus diminutus X X 1

 Myotis nigricans X 2,3

MOLOSSIDAE

  Molossops temmincki X 2

  Molossus molossus X 2,3

 Eumops glaucinus X 3* Métodos de captura: (1) coleta em fragmentos, (2) Coleta em áreas abertas, (3) coletas emabrigos

Figura 1 – Curva cumulativa de espécies de morcegos capturados em redes de neblina nos fragmentos doPlanalto da Conquista (espécies aleatorizadas 1000 vezes; as barras representam o desvio padrão).

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