Família de Dona Quitéria vive melhor depois da chegada das cisternas

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Família de Dona Quitéria vive melhor depois da chegada das cisternas Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1141 Setembro/2013 Buíque No Sítio Barra dos Pilões, em Buíque, a família da Dona Quitéria Feitosa está rindo à toa. Morando com o marido Francisco de Assis e os filhos Hermes, Henrique e João Manoel, Quitéria conta que já passou situações sem nenhuma água em casa. “Nem para fazer um café tinha. Era meio ruim, carregava água de longe das barragens. Quando não tinha essas cisternas era um sufoco”, disse Quitéria, que antes pedia água emprestada dos vizinhos para regar as plantas. Hoje a situação é bem diferente. A família possui uma cisterna de 16 mil litros para consumo da família e uma cisterna-calçadão de 52 mil litros, que guarda água para produção de alimentos. Morando na propriedade há aproximadamente 30 anos, a família é muito feliz no local, e pretende continuar encontrando meios de conviver com a região de forma sustentável.“Eu já morava com meu pai aqui, nasci e me criei aqui”, afirmou Seu Francisco, que pretende morar o resto da vida no sítio. O casal planta milho, feijão, mandioca, fava, tomate, jerimum, melancia, alface, cebolinha, coentro, dentre outras hortaliças, que tanto utilizam para enriquecer a alimentação familiar, quanto para vender o restante que sobra, o que traz um grande benefício tanto para a família, quanto para os moradores do Sítio Barra dos Pilões, que fica a 30 km da zona urbana de Buíque.

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Família de Dona Quitéria vive melhor

depois da chegada das cisternas

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1141

Setembro/2013

Buíque

No Sítio Barra dos Pilões, em Buíque, a família da Dona Quitéria Feitosa está rindo à toa. Morando com o marido Francisco de Assis e os filhos Hermes, Henrique e João Manoel, Quitéria conta que já passou situações sem nenhuma água em casa. “Nem para fazer um café tinha. Era meio ruim, carregava água de longe das barragens. Quando não tinha essas cisternas era um sufoco”, disse Quitéria, que antes pedia água emprestada dos vizinhos para regar as plantas. Hoje a situação é bem diferente. A família possui uma cisterna de 16 mil litros para consumo da família e uma

cisterna-calçadão de 52 mil litros, que guarda água para produção de alimentos.

Morando na propriedade há aproximadamente 30 anos, a família é muito feliz no local, e pretende continuar encontrando meios de conviver com a região de forma sustentável.“Eu já morava com meu pai aqui, nasci e me criei aqui”, afirmou Seu Francisco, que pretende morar o resto da vida no sítio.

O casal planta milho, feijão, mandioca, fava, tomate, jerimum, melancia, alface, cebolinha, coentro, dentre outras hortaliças, que tanto utilizam para enriquecer a alimentação familiar, quanto para vender o restante que sobra, o que traz um grande benefício tanto para a família, quanto para os moradores do Sítio Barra dos Pilões, que fica a 30 km da zona urbana de Buíque.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

Realização Apoio

A família cria cerca de 100 galinhas doadas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas, que garantem ovos e carne quando necessitam, promovendo uma alimentação mais saudável. O casal ainda mantém uma pequena criação de gado e ovelhas. Devido a última estiagem, quando perdeu alguns animais por falta de alimento e água, hoje Seu Francisco faz silagem para garantir a alimentação dos animais. Para isso, usa a palha do milho, que antes era um rejeito na propriedade. “Aprendi a fazer a silagem com um compadre meu, trabalhei com ele”, afirmou Seu Francisco, demonstrando ainda o grande valor da troca de experiências.

A família utiliza apenas insumos naturais como fertilizante para as plantas, produzindo assim alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, e agregando valor aos produtos que vende. “Vendemos nas portas e para alguns amigos que têm banca”, disse Dona Quitéria, que aproveita a ocasião de trabalho de meio período em Buíque para vender os alimentos e ajudar os vizinhos, carregando também os produtos deles no transporte que possui, demostrando assim um espírito de solidariedade. “Eu gosto de incentivar as pessoas”, afirmou Quitéria, demonstrando que para ajudar alguém muitas vezes um pequeno gesto é suficiente para melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Dona Quitéria ainda falou sobre o barreiro trincheira que foi construído pelo Programa Uma Terra e Duas Águas na comunidade. “O meu sonho era ter água em abundância”, disse, demonstrando a aspiração coletiva dos que padeceram ou padecem com a escassez de água, que é um bem comum, garantido pela legislação brasileira a todos, porém que ainda não é uma realidade em muitas comunidades da zona rural, especialmente no Semiárido: cujas características peculiares do solo e irregularidade de chuvas requerem a captação de água da chuva para garantir água em quantidade e qualidade necessária para dessedentação humana e animal, produção de alimentos e diversos usos.

A cisterna-calçadão que a família possui há um ano é fruto da parceria da Diocese de Pesqueira e a Articulação no Semiárido, através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que visa garantir água de qualidade para as famílias do Semiárido através de tecnologias sociais de captação de água da chuva.