Família Xaveriana - Março de 2009 - Ano 11 - Nº 41

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C om o tema “Fraternidade e segurança pública” a Campanha da Fraternidade de 2009 quer promover uma cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos. Com esse intuito, o Texto Base aprofunda a temática principal abordando os diversos aspectos das relações humanas e sociais, do conflito, do medo, da violência, da pirâmide social, da criminalidade, das políticas públicas, da garantia dos direitos humanos. A Igreja no Brasil está convencida que a conquista da paz não vem pela força das armas, mas por novos relacionamentos baseados na justiça, na misericór- dia e no perdão: “somente a partir dos critérios do Evangelho é que se torna possível pensar verdadei- ramente em segurança” (Texto Base, 207). Urge, portanto, um compromisso de todos na luta contra as causas da insegurança, através de ações educativas, da superação da lógica da vingança, da busca de um novo modelo penal, da articulação de redes sociais populares, e, sobretudo, da responsabilidade pessoal diante do problema da violência e da promoção da cultura da paz. “Sem a mudança do comporta- mento pessoal, não há como mudar a sociedade”, decreta o Texto Base (288). Numa perspectiva missionária podemos logo observar que esse desafio de construir uma cultura da paz é de tamanho mundial. Inúmeros são os conflitos de diversa e tremenda intensidade em todos os continentes que têm como causa a fome, a miséria, a intolerância religiosa, o preconceito cultural, étnico, racial, os interesses econômicos, o tráfico de droga, de armas e de seres humanos. Inseguranças de ordem alimentar, familiar, social, econômica, política, cultural, ecológica, midiática, transpassam a vida de toda a humanidade, influindo de maneira trágica sobre o cotidiano de muitas populações, particularmente da África e do Oriente Médio. É dever das comunidades cristãs entender que a busca pelo bem comum não pode apenas se restringir ao círculo de uma sociedade civil nacional, mas deve ser estendida ao mundo inteiro. MARÇO DE 2009 - ANO 11 - Nº 41 O Concílio Vaticano II nos lembra que “cada grupo deve ter em conta as necessidades e legítimas aspirações dos outros grupos e mesmo o bem comum de toda a família humana” (GS 26). Ora, o bem comum concretiza-se quando indivíduos, famílias, grupos e sociedades perseguem e alcançam seus fins específicos. Será por esse caminho que cada um vai se sentir partícipe e responsável da construção do bem comum universal. Ao mesmo tempo, porém, este último representa o bem maior, o horizonte final a ser perseguido continuamente, resultado não apenas da simples suma dos bens comuns particulares, mas do envolvimento de cada um no bem de todos. Para a Igreja no Brasil é de fundamental importância lembrar esse critério, pena a perda de sua catolicidade. Por esse motivo a promoção da cultura da paz vai sempre junto à educação à mundialidade, também no que diz respeito do debate sobre segurança pública. As causas da insegurança, da violência e do medo têm raízes na atual “desordem mundial”. Não conseguiremos criar ilhas de felicidade no meio da tempestade. Estamos diante de uma terrível e fascinante alternativa: a humanida- de ou nada, a fraternida- de universal ou a ruína universal. Pensar só em nível nacional é um bom começo, mas pode se tornar pequeno demais. Para os cristãos o compromisso com todos os povos é ainda mais fundamental e incisivo por decreto estatutário do Evangelho: todos os homens e mulheres são nossos irmãos em Jesus, filhos e filhas do mesmo Pai. Informar-se sobre as diversas situações no mundo e sobre a missão das igrejas nos outros continentes; estender os laços da caridade até os confins da terra através de nossas orações, denúncias, campanhas, projetos de solidariedade; enviar missionários e missionárias para outros países; acompanhar os passos deles e delas para alimentar um intercâmbio entre as igrejas. Tudo isso contribui a criar uma cultura da paz através de uma nova ordem mundial que se fundamenta no engajamento contra toda forma de domínio sobre o outro e na prática assídua da fraternidade como expressão de uma nova lógica de convivência universal. MARÇO DE 2009 . 1 Cultura pela paz de Estevão Raschietti Nossos endereços: MARANHÃO IR. LUCIA BOLOGNESI Rua das Gaivotas s/n Próximo à Rua das Laranjeiras 65269-000 Serrano, MA Fone: (98) 3389.1041 MATO GROSSO IR. TERESITA GARCIA Caixa Postal 122 78530-000 Peixoto de Azevedo, MT Fone: (66) 3504.1041 MINAS GERAIS PE. CLAUDIO BRATTI Recanto das Mangueiras, Av. Ikê 827, 35171-075 Coronel Fabriciano, MG Fone: (31) 3846.1124 PARÁ IR. MARIA DUKUZE Cx. Postal 32 – 68440-000 Abaetetuba, PA Fone: (91) 3751.1949 PE. FELIPE ROTA MARTIR Pass. Eduardo Sillé n. 30, Águas Lindas 67020-105 Ananindeua, PA Fone: (91) 3255.3220 PARANÁ IR. FELICITAS SANTIESTEBAN Cx. Postal 332 – 86001-970 Londrina, PR Fone: (43) 3028.2627 PE. FÁBIO CASTELLI Cx. Postal 687 – 86001-970 Londrina, PR Fone: (43) 3325.1259 PE. ROBERTO CARLOS MARQUES DA SILVA Cx. Postal 24802 – 80810-970 Curitiba, PR Fone: (41) 3335-5545 PE. GABRIEL GUARNIERI C.P. 122 – 85301-970 Laranjeiras do Sul, PR Fone: (42) 3635.1413 SÃO PAULO IR. ELENA CONFORTO R. Ubirajara Donizete de Andrade, 81 Morro Doce – 05267-140 São Paulo, SP Fone: (11) 3911.0213 PE. JOSÉ MARIA RIBEIRO DOS SANTOS Av. Guilherme de Abreu Sodré, 740 08490-010 Cid. Tiradentes, São Paulo, SP Fone: (11) 2555.2553 E-mail: [email protected] PE. CLÁUDIO MARINONI Caixa Postal 12985 – Vila Mariana 04010-970 São Paulo, SP Fone: (11) 5579.2757 PE. JOÃO BORTOLOCI R. Emma Frederici Gerardelli, 877 Jd. Sta. Isabel 13185-310 Hortolândia, SP Fone: (19) 3887 .1925

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Informativo das Missionárias e dos Missionários Xaverianos no Brasil.

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Com o tema “Fraternidade e segurança pública” a Campanha da Fraternidade de 2009 quer promover uma cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e

na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos. Com esse intuito, o Texto Base aprofunda a temática principal abordando os diversos aspectos das relações humanas e sociais, do conflito, do medo, da violência, da pirâmide social, da criminalidade, das políticas públicas, da garantia dos direitos humanos.A Igreja no Brasil está convencida que a conquista da paz não vem pela força das armas, mas por novos relacionamentos baseados na justiça, na misericór-dia e no perdão: “somente a partir dos critérios do Evangelho é que se torna possível pensar verdadei-ramente em segurança” (Texto Base, 207).Urge, portanto, um compromisso de todos na luta contra as causas da insegurança, através de ações educativas, da superação da lógica da vingança, da busca de um novo modelo penal, da articulação de redes sociais populares, e, s o b r e t u d o , d a r e s p o n s a b i l i d a d e pessoal diante do problema da violência e da promoção da cultura d a p a z . “ S e m a mudança do comporta-mento pessoal, não há c o m o m u d a r a sociedade”, decreta o Texto Base (288).

Numa pe rspec t i va missionária podemos logo observar que esse desafio de construir uma cultura da paz é de tamanho mundial. Inúmeros são os conflitos de diversa e tremenda intensidade em todos os continentes que têm como causa a fome, a miséria, a intolerância religiosa, o preconceito cultural, étnico, racial, os interesses econômicos, o tráfico de droga, de armas e de seres humanos. Inseguranças de ordem alimentar, familiar, social, econômica, política, cultural, ecológica, midiática, transpassam a vida de toda a humanidade, influindo de maneira trágica sobre o cotidiano de muitas populações, particularmente da África e do Oriente Médio.É dever das comunidades cristãs entender que a busca pelo bem comum não pode apenas se restringir ao círculo de uma sociedade civil nacional, mas deve ser estendida ao mundo inteiro.

MARÇO DE 2009 - ANO 11 - Nº 41

O Concílio Vaticano II nos lembra que “cada grupo deve ter em conta as necessidades e legítimas aspirações dos outros grupos e mesmo o bem comum de toda a família humana” (GS 26). Ora, o bem comum concretiza-se quando indivíduos, famílias, grupos e sociedades perseguem e alcançam seus fins específicos. Será por esse caminho que cada um vai se sentir partícipe e responsável da construção do bem comum universal. Ao mesmo tempo, porém, este último representa o bem maior, o horizonte final a ser perseguido continuamente, resultado não apenas da simples suma dos bens comuns particulares, mas do envolvimento de cada um no bem de todos. Para a Igreja no Brasil é de fundamental importância lembrar esse critério, pena a perda de sua catolicidade.

Por esse motivo a promoção da cultura da paz vai sempre junto à educação à mundialidade, também

no que diz respeito do debate sobre segurança pública. As causas da i n s e g u r a n ç a , d a violência e do medo têm r a í z e s n a a t u a l “desordem mundial”. Não conseguiremos criar ilhas de felicidade no meio da tempestade. Estamos diante de uma terrível e fascinante alternativa: a humanida-de ou nada, a fraternida-de universal ou a ruína universal. Pensar só em nível nacional é um bom começo, mas pode se tornar pequeno demais. Para os cristãos o compromisso com todos os povos é ainda mais fundamental e incisivo por decreto estatutário do Evangelho: todos os

homens e mulheres são nossos irmãos em Jesus, filhos e filhas do mesmo Pai.Informar-se sobre as diversas situações no mundo e sobre a missão das igrejas nos outros continentes; estender os laços da caridade até os confins da terra através de nossas orações, denúncias, campanhas, projetos de solidariedade; enviar missionários e missionárias para outros países; acompanhar os passos deles e delas para alimentar um intercâmbio entre as igrejas. Tudo isso contribui a criar uma cultura da paz através de uma nova ordem mundial que se fundamenta no engajamento contra toda forma de domínio sobre o outro e na prática assídua da fraternidade como expressão de uma nova lógica de convivência universal.

MARÇO DE 2009 . 1

Cultura pela pazde Estevão Raschietti

Nossos endereços:MARANHÃOIR. LUCIA BOLOGNESIRua das Gaivotas s/nPróximo à Rua das Laranjeiras65269-000 Serrano, MAFone: (98) 3389.1041

MATO GROSSOIR. TERESITA GARCIACaixa Postal 12278530-000 Peixoto de Azevedo, MTFone: (66) 3504.1041

MINAS GERAISPE. CLAUDIO BRATTIRecanto das Mangueiras, Av. Ikê 827,35171-075 Coronel Fabriciano, MGFone: (31) 3846.1124

PARÁIR. MARIA DUKUZECx. Postal 32 – 68440-000 Abaetetuba, PAFone: (91) 3751.1949

PE. FELIPE ROTA MARTIRPass. Eduardo Sillé n. 30, Águas Lindas67020-105 Ananindeua, PAFone: (91) 3255.3220

PARANÁIR. FELICITAS SANTIESTEBANCx. Postal 332 – 86001-970 Londrina, PRFone: (43) 3028.2627

PE. FÁBIO CASTELLICx. Postal 687 – 86001-970 Londrina, PRFone: (43) 3325.1259

PE. ROBERTO CARLOS MARQUES DA SILVACx. Postal 24802 – 80810-970 Curitiba, PRFone: (41) 3335-5545

PE. GABRIEL GUARNIERIC.P. 122 – 85301-970 Laranjeiras do Sul, PRFone: (42) 3635.1413

SÃO PAULOIR. ELENA CONFORTOR. Ubirajara Donizete de Andrade, 81Morro Doce – 05267-140 São Paulo, SPFone: (11) 3911.0213

PE. JOSÉ MARIA RIBEIRO DOS SANTOSAv. Guilherme de Abreu Sodré, 74008490-010 Cid. Tiradentes, São Paulo, SPFone: (11) 2555.2553E-mail: [email protected]

PE. CLÁUDIO MARINONICaixa Postal 12985 – Vila Mariana04010-970 São Paulo, SPFone: (11) 5579.2757

PE. JOÃO BORTOLOCIR. Emma Frederici Gerardelli, 877Jd. Sta. Isabel13185-310 Hortolândia, SPFone: (19) 3887.1925

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O diretor do jornal Família Xaveriana foi chamado pelos b i s p o s dirigentes da C N B B a coordenar o Centro Cultural Missionário de B r a s í l i a . Ficamos felizes

pelos bispos terem reconhecido o valor e a capacidade desse nosso confrade xaveriano, ainda que, temos certeza, nos vai deixar com um tanto de saudade.Felicitações, Pe. Estêvão: votos de sucesso e feliz caminhada em seu novo trabalho missionário!!!!

notíciasDIRETORGiovanni Murazzo

REDAÇÃOAlfiero CeresoliCláudio MarinoniDomenico CostellaElena ConfortoFelipe Rota MártirGhislaine Ciza MuderhwaRafael López Villaseñor

JORNALISTA RESPONSÁVELJ. Eugenio MenezesMTB 21.183.83/87/SP

DIAGRAMAÇÃOHipólita Senem

IMPRESSÃOGráfica Exklusiva

FAMÍLIA XAVERIANARua Gregório Serrão, 177Vila Mariana04106-040 São Paulo, SP

Caixa Postal 1298504010-970 São Paulo, SPTel/Fax: (11) 5572.2016

WEBSITES

CONTRIBUIÇÕESSociedade Educadora São Francisco XavierBanco Itaú Ag. 0081Conta: 82874-1

CNPJ76.619.428/0006-93

www.xaverianos.org.brwww.xaverianas.comwww.xaverianas.blogspot.com

2 . MARÇO DE 2009

Expe

dien

te [email protected]

Parabéns Estêvão!

Aos 15 de fevereiro de 2009 a arquidiocese de Campinas abriu o ano das atividades da Infância Miss ionár ia . 170 cr ianças reuniram-se no Recanto da “Espiritualidade Missionária”, em Hortolândia: oração, reflexão, partilha e jogos. Foi um dia inesquecível. Iniciaram-se assim, com este evento, a caminhada d o s g r u p o s d a I n f â n c i a Missionária espalhados pelas

comunidades da

Infância Missionária

Formação XaverianaDepois termos concluído o ano de 2008 com cinco seminaristas, retomamos neste ano a caminhada em meados de Fevereiro 2009 com um número de nove seminaristas na Casa de Formação Xaveriana de Londrina - Vila Casoni. Geograficamente falando, a proveniência deles é bastante variada sendo que, sete deles provêm da região sul este do Paraná e, mais precisamente das Paróquias de Laranjeiras do Sul, como no caso de William Marcos, Moacir e Fábio, Nova Laranjeiras (Claudino) e Cantagalo (Paulo Henrique, Everson e Evanderson). Paróquias essas, todas da Diocese de Guarapuava. Os outros dois Seminaristas da Comunidade, o Emerson, provem de uma Paróquia Xaveriana localizada em Guaianazes localizada na periferia da Zona Leste da cidade de S. Paulo e, por fim, o Ghibson proveniente de uma Comunidade também de uma Paróquia administrada pelos Padres Xaverianos, no bairro de Vista Alegre na cidade de Curitiba. Sejam bem-vindos os novos jovens que integrarão a comunidade.

No dia 8 de março celebraram-se os 60 anos de vida e evangelização da Paróquia São José de Jaguapitã (Paraná). Foi criada em 28 de dezembro de 1948 por Dom Geraldo de Proença Sigaud, bispo de Jacarezinho. Cuidaram da paróquia os padres do PIME por dez anos, quando em 14 de setembro de 1958 passou aos cuidados dos Padres Xaverianos, primeiro pároco o xaveriano Pe. Luigi Médici, que chegou na cidade com o Irmão Gino Masseroni, com o compromisso de cuidar do seminário a ser redigido. Alguns meses depois chegaram para auxiliar na paróquia as Irmãs

Jaguapitã em festa!

Prezados Amigos das Missionárias de Maria, li a vosso respeito no Boletim Família Xaveriana de dezembro de 2008. Moro em Castro (45 Km) de Ponta Grossa. Fui assessora de grupos da Infância Missionária e agora participo do Conselho Missionário Paroquial, ainda em seu primeiro passo, devido à celebração do segundo ano das Santas Missões Populares em nossa diocese. Sinto que falta sangue missionário, pois campos de missão há de sobra aqui. Gostaria de conhecer mais sobre a Associação dos Leigos Xaverianos. Um abraço a todos.

Gaby - Castro - PR

Amigos Xaverianos, paz e bem!É com imensa alegria que vos escrevo para agradecer pelo carinho e atenção de vocês. Recebo frequentemente o informativo da Congregação Xaveriana.É muito lindo o serviço que vocês desenvol-vem. É encantador.Gostaria de continuar a recebê-lo. Informo-vos que a partir de janeiro, ouvindo a voz de Deus, estarei no Seminário Propedêutico. Forte abraço

Vitor - São Mateus - ES

Missionárias de Maria Xaverianas, trabalhando na catequese, na pastoral rural, entre outros.Na celebração dos sessenta anos participaram vários Xaverianos e Xaverianas, recordamos em particular o Pe. Alessio Cabras, que neste ano, junto com o Pe. Mario Tirloni, celebra os cinqüenta anos de ordenação sacerdotal.

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como laro mundo

OFórum Social Mundial (FSM) de 27 de janeiro a 02 de fevereiro de 2009, realizado em Belém (Pará) como espaço de debates e articulação dos

movimentos sociais e políticos do mundo, nasceu como contraponto ao Fórum Econômico de Davos (Suíça), realizado anualmente na mesma data.

Na edição deste ano em Belém, segundo dados da o rgan ização par t i c ipa ram aproximadamente 135 mil pessoas, entre voluntários, expositores, artistas, profissionais da imprensa vindos dos cinco continentes do mundo, todos com o mesmo objetivo de construir o sonho da pluralidade de um "outro mundo possível", sem desmatamentos, guerras, fome, discriminação, exclusão e sem nenhum tipo de preconceitos raciais, religiosos ou de gênero. O fórum é realizado como proposta alternativa ao sistema econômico vigente, através de atividades e debates organizados por instituições, movimentos sociais e grupos independentes. Cada participante pode expor suas idéias e criar suas propostas e suas ações alternativas.

A construção de “outro mundo possível” supõe uma recriação de todos os valores entre os homens e as mulheres, que permita a transformação do mundo velho, num mundo novo de vida, de solidariedade, de partilha. O “outro mundo possível” é o sonho de um lugar maravilhoso que ainda não tem lugar, mas que poderá ter lugar futuramente. As expectativas de uma situação melhor de esperança no futuro, ainda sem lugar, exercem uma função crítica ao presente existente. Acreditar num “outro mundo possível” aponta para um confronto entre a realidade existente e o futuro desejável.

A mudança alternativa para o diferente e novo só acontece através da organização, da solidariedade, da espiritualidade, dos novos projetos políticos, sociais, econômicos, raciais e ecológicos. Acreditar em “outro mundo possível” é trabalhar pela construção de uma nova sociedade, que gere vida para todos a partir da satisfação das necessidades básicas dos mais pobres, como pão, terra, moradia, educação, saúde e uma vida mais digna sem qualquer tipo de preconceitos e exclusões. É caminhar na contra mão da história e do sistema econômico.

Nos últimos meses assistimos as notícias de guerras e de conflitos mundiais, de desmatamento e de poluição, de opressões e de agressões, de morte e de desespero, de egoísmo e de individualismo, de exclusão e de marginalização. Essa realidade nos interpela e leva a pensar como cristãos o jeito de suscitar

novos valores éticos e morais, a procurar novos caminhos de espiritualidade e libertação a partir do Deus da Vida.

O lugar escolhido do FSM foi proposital: a cidade de Belém é a porta de entrada da Amazônia, a maior floresta do mundo, lugar privilegiado para propor soluções aos problemas da crise ambiental e ecológica, do aquecimento global e a destruição da natureza. Somos chamados a cuidar do planeta terra como nossa casa, nosso lar, nossa moradia, porque as reservas naturais são finitas. Matar a natureza, significa nos auto-destruirmos. O consumo humano está em conflito com a natureza e com o projeto do Deus da Vida.

Cuidar da terra, da água, do ecossistema significa reduzir o consumo, reciclar, reaproveitar e reutilizar o que já usamos, é trabalhar para resolver os problemas da poluição da água, do esgoto, do lixo, do ar entre outros. Trata-se de salvar o planeta terra e a humanidade de um desastre global como conseqüência do abuso destrutivo do meio ambiente. O mundo é nossa casa, nosso lar, é o espaço da vida. Tudo é criação de Deus e faz parte da realidade sagrada. Não podemos assistir impassíveis à destruição do patrimônio natural e cultural, do qual tanto depende o futuro bem-estar da humanidade.

Terra e humanidade é uma unidade. O sofrimento da terra é o sofrimento da humanidade. A crise da criação é a crise da humanidade. Somos convidados a mudar nossas práticas de viver e ter novas maneiras de viver com a criação. Os efeitos destrutivos são sentidos através das mudanças climáticas, através do aquecimento global, ou mudamos nossos hábitos ou todos morreremos. Somos desafiados a recriar uma nova ética e espiritualidade para um outro mundo possível.

A crise global mundial do consumo desmedido e da especulação, gerada pelos banqueiros capitalistas nos desafia a recriar “outro mundo possível”. A crise que leva ao crescimento do desemprego, à diminuição dos salários, ao aumento dos pobres, das favelas, da fome afeta os mais fracos, os pobres e os excluídos. Parece que se vive num mundo de desesperança, onde muitas vezes o povo busca saídas mágicas e espiritualistas. A presente crise econômica deve nos levar a procurar projetos alternativos para que os mais fracos e excluídos não paguem o preço alto da crise econômica global, gerada pelo capital especulativo do sistema. Trata-se de recriar uma jus t i ça soc ia l , j un to com à sustentabilidade ambiental do planeta.

Fórum Social Mundial - Belémde Rafael López Villaseñor

Recriar uma nova ética

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A construção de “outro mundo possível” supõe uma recriação de todos os valores entre os homens e as mulheres, que permita a transformação do mundo velho, num mundo novo

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nos caminhos

Colossos localizava-se no sudoeste da Ásia Menor, na província romana de Frigia, à 12 milhas de Laodicéia, no vale do rio Lico. Foi uma cidade proeminente durante o Império Grego, pois se achava na rota de comércio do Ocidente ao Oriente. Nos dias de Paulo, já havia perdido sua importância por causa do crescimento de cidades vizinhas e da mudança da rota de comércio para Hierápolis e Laodicéia.Colossos sofreu grande destruição no ano 61 d.C. quando foi atingida por um terremoto. A cidade continha uma mistura de gregos, romanos e judeus, e a Igreja provavelmente refletia esta mesma diversidade. Não se sabe quem fundou a Igreja de Colossos, porém, tudo indica que a comunidade cresceu mediante os trabalhos exercidos por Arquipo e Epafras, discípulo e colaborador de Paulo, o qual veio a ser seu pastor.Paulo conhecia a Frigia, mas é quase certo que ele nunca visitou Colossos. Portanto por que motivos e em que circunstâncias ele teria escrito a carta?A linguagem e o estilo literário da carta têm muitas diferenças em relação às outras cartas autênticas de Paulo; também o pensamento teológico confirma esta desigualdade; há, pelo contrário, muita proximidade desta carta com a aos Efésios, que certamente não é de Paulo.Enfim podemos dizer que, mesmo que a carta não foi escrita por Paulo, ela continua seu pensamento e foi assinada em nome dele.

A carta foi escrita com o objetivo de combater um erro que existia na comunidade e que afetava a plena e total soberania de Cristo.A carta se contrapõe às falsas doutrinas e reafirma a primazia da única plenitude de Cristo (Cl 1,19; 2,10); nela é proclamada a centralidade de Cristo no cosmo e na historia, na humanidade e na comunidade cristã, sobre cada pessoa e na vida de cada cristão. Ele é o mediador da criação (Cl 1,15). Ele reconciliou toda a humanidade com Deus. Ele é a cabeça do corpo que é a Igreja (Cl 1,18.24). Ele é o crucificado, o ressuscitado e o glorioso. E a proclamação dessa realidade alcança todos os povos.Em Cristo desaparecem as vantagens atribuídas a

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missionários

Col 3,11O discípulo-missionário: p e s s o a e m diálogo

Temos um grande desafio: vivemos num País pluri-cultural, resultado pela soma de m u i t a s culturas e pela convergência de vários r i t o s religiosos, indígenas, afro-brasileiros.A carta nos lembra que “Cristo é tudo em todos!” Ele é a referencia maior que qualquer c u l t u r a , g r u p o religioso ou teoria filosófica. A partir deste critério saberemos dialogar com pessoas de outras seitas religiosas sem renegar a nossa fé. Não podemos perder a oportunidade de viver livremente como filhas e filhos de Deus, abertos ao amor e ao dialogo, firmes na esperança de “um outro mundo possível”, na luta por uma sociedade justa e fraterna em que Cristo de fato possa ser “tudo em todos”.Acreditamos que a semente da Palavra de Deus já está presente em todas as culturas. É preciso reconhecer esta semente e dar-lhe condições para crescer e frutificar. Já o Vaticano II afirmava que “a divina Providência não nega os auxílios necessários à salvação àqueles que sem culpa ainda não chegaram ao conhecimento expresso de Deus e se esforçam, não sem a divina graça, por levar uma vida reta. Tudo o que de bom e verdadeiro se encontra entre eles, a Igreja julga-o como uma preparação evangélica, dada por Aquele que ilumina todo homem, para que enfim tenha vida” (LG 16).

Atualidade da mensagem no contexto brasileiroA carta aos Colossenses nos lembra que a fé em Deus tem animado a vida e a cultura do povo latinoamericano por cinco séculos (Cfr DA 478). A arte, as festas, as romarias, as caminhadas de fé, as músicas, as devoções populares e as tradições religiosas, tudo faz parte de um grande potencial presente no nosso povo. Este potencial provém da soma de muitas culturas e da convergência de vários ritos religiosos, indígenas, afro-brasileiros, como, por exemplo, o candomblé e tantos outros. Nas culturas da população pobre, a religiosidade é um forte elemento de coesão e harmonia. A fé no sobrenatural constitui um elemento familiar e cotidiano (como não lembrar as palavras tão comuns nas nossas conversa: “se Deus quiser!”). O que é matéria do espírito nunca está separado da atividade humana, no trabalho ou na festa, nas refeições ou nas celebrações, na doença ou na cura...Resgatar e valorizar a riqueza da religiosidade popular é um desafio permanente aos que seguem o caminho de Jesus. “Esta maneira de expressar a fé está presente de diversas formas em todos os setores sociais, em uma multidão que merece nosso respeito e carinho, porque sua piedade 'reflete uma sede de Deus que somente os pobres e os simples podem conhecer'. A 'religião do povo latino-americano é expressão da fé católica. É um catolicis-mo popular', profundamente inculturado, que contém a dimensão mais valiosa da cultura latino-americana” (DA 258).

Dom Guido Maria Conforti, desde o começo, pediu aos seus missionários de se dedicar ao anuncio de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Aparecia tão claro que Jesus era o centro do projeto de vida que estava propondo: Cristo encontrado, procurado e amado nas pessoas e na história, Cristo ouvido na Palavra e celebrado na Eucaristia, Cristo anunciado até os confins da terra.Na Carta pastoral escrita em ocasião da tomada de posse na diocese de Ravenna (Itália, 11 de junho de 1902), Dom Guido M. Conforti escreve assim:“A minha palavra de ordem será sempre aquela que quis gravar no meu brasão episcopal: in omnibus Christus! Sim filhos muitos queridos, em cada coisa nós deve-mos apontar para Cristo e procurar de agradá-lo, sendo que Ele é o principio e a origem de todo nosso bem, seja em ordem à natureza como em ordem à graça; e se não tiver a obra do seu espírito que da vida, logo a sociedade

humana recairia na profundeza da dor e das desgraças materiais e morais, de onde Ele a tirou pelo seu infinito amor. O que seria de fato de nós sem a obra reparadora de Cristo?”E ainda na Carta Testamento ele nos deixa o convite de ver Deus, procurá-lo e amá-lo em tudo.Pe. Giacomo Spagnolo, xaveriano e fundador das Missionárias de Maria Xaverianas, retoma o pensamento de Dom Guido Maria e escreve em 1966: “No espírito de fé, que nos mantém orientados para Deus em tudo e por tudo, ele vê o elemento base do espírito apostólico e o vê em função ou em estreita relação com ele. Esta consideração é fundamental para nós, que somos exclusivamente missionários, o que significa que devemos orientar toda nossa atividade interna e externa para a dilatação do Reino de Deus.”

A Palavra dos fundadores

Para o discípulo missionário, Cristo

é presença constante, ocupa toda a vida e é o

“tudo” da sua vida.Só assim aceitamos

o diálogo aberto com outras

religiões, sem, no enanto, renegarmos

nossa fé

de Elena Conforto

IN OMNIBUS CHRISTUS

determinada religião, status ou cultura, pois nele tudo foi reconciliado (Cl 1,20). Foram superadas todas as distinções discriminatórias: grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, livre, porque Cristo é tudo em todos (Cl 3,11).As questões levantadas na carta nos mostram que é tempo de discernimento e que deveríamos pensar em tantos erros que surgem nas nossas comunidades, sem julgamento. O Espírito Santo sopra onde quer e como quer e as sementes do Evangelho estão semeadas em todas as culturas. Por isso é necessário discernir, para saber reconhecer estas sementes e dar-lhes condições para crescer e frutificar.

Omnia et in omnibus Christus, significa, em primeiro lugar a queda de toda barreira que separa e a negação de todo preconceito: “vós vos desvestistes do homem velho com as suas práticas e vos revestistes do novo, que se renova para o conhecimento segundo a imagem de seu Criador. Aí não há mais grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo em todos”. A radical novidade cristã determina uma novidade de vida sem as distinções de raça, religião, cultura e classe social, que dividiam o gênero humano. Refaz-se a unidade em Cristo, eliminando toda forma de injustiça e exclusão.Cristo é a imagem do Deus invisível; ele é o principio, o modelo e a cabeça.Para o discípulo-missionário, Cristo é uma presença constante, ocupa toda a vida é o “tudo” da sua vida: “Jesus deu tudo para todos e para sempre. Não reservou nada para si, não excluiu ninguém. O seu amor foi verdadeiramente totalitário” escreve Pe. Spagnolo em 1965; e ainda “Amor pede amor; doação total pede completa doação”. As escolhas cotidianas, o dia a dia do missionário é conseqüência inevitável: é urgente anunciar! Se Cristo é o TUDO do universo e da criação da vida humana, vira uma necessidade o anuncio da Boa Nova do evangelho! O

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mulherespara o mundo

Gestar uma sociedadede Rosangela dos Santos

Rosangela, juniorista

Xaveriana, nos deixa o seu

testemunho antes de sair do Brasil para ir na Itália

onde estudará em Roma para se

preparar para a sua futura missão

Nestes últimos anos e s t a v a n a Comunidade do Jardim Castelo em

Londrina, ajudando como secretária no centro de educação infantil Nossa Senhora de Fátima. Neste trabalho pude perceber que como consagradas somos chamadas a colaborar “com a gestação de uma nova geração de cristãos discípu-los missionários e de uma sociedade onde se respeite a justiça e a dignidade da pessoa humana” (DA 217)

Estando com as crianças, que atendemos em regime semi-internato, aprendi que a vida é muito simples, é mesmo um dom a ser doado na alegria. Elas carregam consigo uma vida sem mistérios; são verdadeiras, alegres e possuem uma sabedoria que não se aprende nos bancos acadêmicos.

Com as/os funcionárias/os pude presenciar que as pessoas acreditam no nosso ser consagradas a Deus. Sim somos humanas e limitadas, mas as pessoas esperam algo de diferente de nós que somos religiosas/os.

Para elas não importa o quanto fazemos, mas importa como fazemos. Basta um bom dia, um sorriso, uma escuta, ser paciente, tolerante, saber fazer juntos, e através destes simples gestos que se realizará o sonho de nossos fundadores de “fazer do mundo uma só família”.

Tive a grande graça de morar um tempo em minha cidade natal, estar perto da família, rever os velhos amigos, sentir-se realmente em casa, e isto foi muito bom. Realmente senti e percebi tudo aquilo de bonito que deixei por acreditar em um amor maior, por acreditar em um Transcendente que ama infinitamente a mim e a cada ser humano, por acreditar no projeto de Vida de Jesus Cristo, e que este projeto é para todos os povos.

A missão é antes de tudo um movimento para o coração de Deus: quando amamos a um Deus misericordioso e onipotente queremos que outros o encontrem também. Eis a razão pelo qual deixo minha terra, meu povo e vou ao encontro de outros.

Assim, deixar tudo o que mais tenho de precioso para correr atrás desse ideal se torna uma dádiva, pois acredito que não posso guardar este tesouro somente para mim. É por isso que fui convidada a dar um passo um pouco mais longe e a conhecer a cultura e o povo da Itália. E respondi que sim, vamos nessa...

Não vou a nome próprio, mas o que me impulsiona a deixar meu Brasil verde e amarelo de tantas raças e culturas, e encontrar com o verde e vermelho da Itália, é que realmente vou em nome de Jesus Cristo, em nome desta Igreja do Brasil e em nome das Missionárias de Maria Xaverianas, buscando responder a vocação missionária que me foi confiada.

A partir do coração de Deus, a missão é também um movimento para fora, um ir até outros povos e culturas, para situações exteriores, para o “além fronteiras”, e isto, é verdadeiro à medida que se fundamenta na ordem de Jesus de ir pelo mundo todo e pregar o Evangelho.

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Em Jaguapitã realizou-se aos 31 de janeiro a 1° de fevereiro o Primeiro Encontro Regional das Amigas e Amigos das Missionárias de Maria Xaverianas. Chegaram de São Paulo, de Santa Mariana e Londrina para um dia de convivência com as irmãs. Trinta e cinco amigas e amigos que participam da missão das Missionárias, vivendo o carisma de Pe. Giacomo Spagnolo e Madre Celestina Bottego em sua específica vocação de leigos. As irmãs agradecem pela participação, pela amizade e pela ajuda.

Os amigos das Missionárias

Nas fotos: Abaixo, Rosangela com a menina Heloisa e acima com as

crianças no parque

6 . MARÇO DE 2009

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vidaso mundo

MARÇO DE 2009 . 7

Nasci em Nova Laranjeiras, no Paraná e estou nas Filipinas desde 1997. Fui para lá logo após o estágio do Noviciado para então dar continuidade à próxima etapa

formativa junto aos missionários xaverianos: a teologia; ao mesmo tempo fiz uma experiência de vida em meio a outra cultura e aprendi outras línguas, atividades básicas estas que fazem parte da vida de um missionário.

Chegando nas Filipinas, antes mesmo de dar continuidade aos estudos da teologia, me deparei com a necessidade de aprender duas novas línguas, inglês e tagalog, que são as duas línguas oficiais do país. Após dois anos dedicados ao estudo destas línguas e também ao estudo básico da história e cultura filipina, prossegui então com os estudos de teologia. Em 2003 fui ordenado sacerdote e, recebi minha destinação para continuar trabalhando naquele mesmo país.

Recebi esta destinação com alegria e surpresa. Alegria porque amo e me sinto em casa naquele país; surpresa porque eu sempre havia visto as Filipinas apenas como uma porta de entrada para o mundo asiático e sempre imaginava que o meu futuro fosse viver num país onde os cristãos fossem minoria, como a Indonésia, Bangladesh, Japão e, sobretudo, a grande China. No entanto, aceitei a proposta de continuar nas Filipinas com tranqüilidade porque minha atitude, como religioso, é de sempre ver o lugar atual onde estou como lugar ideal para ser missionário, e ver as pessoas com as quais convivo como a equipe certa de trabalho. Todo chão é chão de missão. Toda pessoa, cada um do seu jeito, sempre tem algo a contribuir.

Filipinas é um arquipélago de 7.107 ilhas e conta com uma variedade de mais de cem idiomas, assim como uma imensa pluralidade de manifes-tações culturais. O tamanho da extensão territorial do país equivale a apenas quatro por cento do tamanho do Brasil, no entanto, a população filipina equivale a aproximadamente a metade da população do Brasil. Com exceção do Timor Leste, o país das Filipinas é o único país de maioria cristã no continente asiático. Portanto, este país tem, nas palavras do Papa João Paulo II, grande responsabilidade na evangelização da Ásia; O país das Filipinas tem o dever de ser testemunho cristão naquele vasto continente onde os Cristãos não passam de três por cento.

É por isso que a Igreja nas Filipinas vem cada vez mais respondendo a este desafio missionário de lançar seu olhar para além das suas próprias fronteiras na missão de evangelizar. No entanto é muito triste saber que o país das Filipinas está contado entre os mais corruptos do continente asiático. Ser ao mesmo tempo um país cristão e um país onde reina a corrupção são duas coisas impossíveis de se conciliar e esta contradição acaba resultando não somente numa situação de anti-testemunho, mas também de escândalo para os demais irmãos e irmãs da Ásia e do mundo

O que faz girar a economia filipina é em grande parte o dinheiro enviado regularmente ao país pelos filipinos e filipinas que trabalham em outros países, sobretudo da Europa, América do Norte, Austrália e Oriente Médio. Dólares entram aos milhões mensalmente no país enviados por

indivíduos que sacrificam suas vidas longe de suas famílias e passando por inúmeras dificuldades para poder ajudá-las e proporcionar para elas um futuro melhor. Dez por cento da população adulta do país trabalha no estrangeiro e, muitas vezes sem saber, estas pessoas se tornam missionários nos lugares onde se encontram, por causa do seu testemunho de vida cristã. Os filipinos leigos pelo mundo afora não somente criaram comunidades cristãs onde antes não existiam, como também reanimaram certas igrejas esfriadas e esvaziadas pelo secularismo da vida moderna em países desenvol-vidos.

Como missionários xaverianos nós colaboramos com a Igreja local filipina no desafio pastoral da periferia de Manila. Organizamos o nosso trabalho de maneira a mostrar solidariedade com os mais pobres e marginalizados daquela sociedade. Proporcionamos aos jovens vocacionados formação adequada para que, como missionários possam trabalhar com vigor até mesmo nas situações mais desafiadoras; e acima de tudo, juntamente com outros institutos religiosos, procuramos ser a memória missionária da Igreja Local, senão até “pedra no sapato” daqueles que querem se acomodar e viver para si.

Todo chão é de missãode Pe. Everaldo dos Santos

Há doze anos o Pe. Everaldo vive nas Filipinas com toda adversidade possível, mesmo assim, sente-se em casa, pois, como todo missionário, entende e aceita sua destinação sacerdotal e contribui para o crescimento da igreja naquele país

Gostaria de partilhar com os caros leitores do Família Xaveriana que esta experiência missionária me faz muito realizado como pessoa. O esforço que fiz para entender meus irmãos de outra cultura me ajudou sobretudo a entender melhor a mim mesmo, a me tornar uma pessoa melhor, e também mais feliz. Mais do que nunca agora me dou conta que a Missão pertence a Deus e que é o seu Espírito aquele que tudo faz; nós somos meros instrumentos nas mãos do Dono da Obra. Aprendi a ser um semeador daqueles que acredita que a colheita pode até tardar, mas jamais falhará.

Convido a todos, principalmente aos jovens, que se sentirem chamados, para que não sufoquem a sua verdadeira vocação. Para que a mesma coragem que alguns tem de se engajar em aventuras perigosas e destruidoras possa ser empenhada para o bem, para a construção do Reino de Deus. Jesus disse que vale a pena investir e arriscar tudo pelo Reino e assim o fez. Rezo para que mais jovens possam ser assim tão corajosos e assim saborear a alegria de ser um discípulo missionário pelo mundo inteiro!

Momento de partilhar e convidar

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j uventudemissionária

8 . MARÇO DE 2009

Um dia missionárioO Encontro iniciou no dia 20 de fevereiro à

noite, na casa Regional das Missionárias de Maria-Xaverianas, contando com a presenças de 5 jovens: Daiane e Karla

(Jaguapitã), Amanda (Centenário do Sul), Tainá (Londrina- 5 conjuntos) e Naiara (Cambê). Essa noite foi um momento de apresentação através de uma dinâmica, após Elena Loi apresentou o trabalho realizado pelas Missionárias no Brasil. Foi um momento muito rico: as moças tiveram a possibilidade de perguntar para as irmãs a respeito da vida celibatária, apresentando a suas dúvidas, da vida em Missão, das dificuldades e desafios, e muitas outras curiosidades. Estavam presentes Lucia Milani, Elza Brogeato, Eliza Colombo, Rosa Fukushima, Dolores Isgró, Megumi, Bete Ferreira, Dorineide e Felicitas, irmãs de 4 nacionalidades (brasileiras, mexicanas, italianas e japonesa) e com diferentes experiências de missão, isso fez com que a partilha fosse muito interessante para as jovens.

O sábado pela manhã começou com o filme da Missão, com a intenção de conhecer mais de perto a figura do missionário, seus desafios, alegrias e dificuldades ao aproximar-se de uma cultura diferente para partilhar a sua fé, percebendo como o missionário é formado pelo povo que o acolhe ou rejeita. Este foi um momento forte para as jovens dado a coragem e valentia do/a missionário/a em

deixar as suas seguranças e lançar-se a mundos novos. Outro elemento fundamental que o filme apresenta é a paixão pela pessoa de Jesus Cristo, ELE que nos ama, nos chama e nos envia, e por ELE que o/a missionário/a é sustentado/a em todo momento. Só ELE pode pedir uma coisa dessas, por ser o ÚNICO a dar a graça para realizar a missão.

Em seguida Megumi (Ir. Japonesa) falou sobre o Japão, mostrando o quanto é importante a missão além fronteiras no caso a Ásia, aonde 0,2% da população são cristãos; as jovens ficaram interessadas em aprofundar mais o conhecimento deste continente. A tarde prosseguiu com a experiência vocacional da Ir. Bete Ferreira (Ir. Brasileira) a qual irá à Tailândia no próximo mês. Aí as jovens puderam escutar pessoalmente uma jovem irmã que experimentou o Amor de Deus, sintonizou o Evangelho na sua Vida e respondeu a este belo presente que o Senhor ofereceu. Agora ela está pronta para ir a outro continente e partilhar com os irmãos tailandeses o maior Dom: a Fé!

Para encerrar o encontro houve uma simples, mas muito linda, Noite Cultural: as jovens prepararam cantos e histórias frisando algumas atitudes cristãs; Megumi nos ensinou uma dança japonesa, deixando o encanto pelo continente asiático. Logo, permanece o apelo de ter um coração sem fronteiras que busque partilhar o Dom recebido no nosso batismo: a Fé, não nos conformarmos em participar da missa de cada domingo, mas precisamos encarnar esta fé nos nossos ambien-tes, até ir aos confins do mundo com o desejo de fazer do mundo uma só família.Sendo assim, daremos início aos encontros de cada mês com o intuito de estarmos juntas e juntas descobrir a vontade de Deus na nossa vida, a nossa vocação.Convidamos você Jovem a participar destes encontros! Quem sabe se Deus a esteja chamando para a Vida Missionária Religiosa!

de Felicitas J. Santiesteban

Nos dias de carnaval, um grupo de jovens participou de um retiro vocacional-missionário, organizado pelo Pe. João Bortoloci, sx. Juntamente com a comunidade do noviciado, que durante os dias 21 a 24 de fevereiro aprofundaram um pouco mais sobre a pergunta fundamen-tal que perpassa a vida humana, nesta etapa: “para que sou? E “ao que me chama, o Senhor?”.O encontro foi realizado em um lugar reservado, afastado do barulho e que ainda preserva um pouco de verde. Ali construímos uma “tenda” e nela instalamos uma capela, modesta e convidativa... onde foi possível realizar nossos momentos de oração comunitária e também de encontro pessoal com Jesus. Tivemos um dia de adoração muito especial, iniciamos com a santa missa bem cedinho e o Santíssimo ficou exposto durante o transcurso do dia (oportuni-dade para quem quisesse cultivar na intimidade com Jesus Eucarístico um louvor de tempo e de

graça); concluímos no inicio da noite dedicando a esse tempo meditações a cerca do tema do seguimento proposto por Jesus.Além dos momentos de oração, palestras, partilhas, de silêncio entre outros, foi-nos proporcionado tempo para o lazer e recreação comunitária.Sem dúvidas, foram dias de fraternal convivência e comunhão na tentativa de escutar a voz de Deus, buscando sempre mais o significado para nossas vidas e com ousadia fazer dela um dom, um ideal: ser para o outro... ser para o mundo!

Você também é chamado

Ao lado, os noviços xaverianosHortolândia

Nos passos de

Objetivo:

Data:

Público:

Local:

percorrer simbolicamente os cenários principais da vida de São Francisco Xavier, identificando-se com ele; trata-se de um caminho interior de busca do projeto de Deus segundo uma espiritualidade missionária.

20 e 21 de abril de 2009:

Jovens de 15 até 25 anos de idade

Centro Pastoral Santa Fé - Via Anhangüera Km 25,5

Ir. Elena Conforto - Missionárias de Maria XaverianasRua Ubirajara Donizeti de Andrade, 8105267-140 Morro Doce - São PauloFone: (11) 3911-0213e-mail:

Para informações e inscrições:

[email protected]

A experiência, os desafios, as histórias de

desprendimento das Missionárias

Xaverianas partilhadas com cinco jovens em

Londrina, no Paraná

FRANCISCOXAVIER