Famílias e Vida Doméstica
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FAMÍLIAS E VIDA DOMÉSTICA
LEILA MEZAN ALGRANTI
A FAMÍLIA E O DOMICÍLIO
Nos primeiros séculos da colonização, a organização familiar e a vida doméstica não poderiam deixar de ser influenciadas por alguns elementos que marcaram profundamente a formação da sociedade brasileira e o modo de vida dos seus habitantes. A distância da Metrópole – que dividia muitas vezes os membros de uma família entre os dois lados do Atlântico -, falta de mulheres brancas, a presença da escravidão negra e indígena, a constante expansão do território, assim como a precariedade de recursos e de toda sorte de produtos com os quais estavam acostumados os colonos no seu dia a dia, são apenas alguns dos componentes que levaram a transformações de práticas e costumes solidamente constituídos no Reino, tanto no que se refere à constituição das famílias como aos padrões de moradia, alimentação e hábitos domésticos.
A FAMÍLIA E O DOMICÍLIO
• Sociedade estratificada, na qual a condição legal e racial dividia os indivíduos entre brancos e negros, livres e escravos, dificulta a tentativa de buscarmos de norte a sul do país, no mundo urbano e rural e ao longo de quase quatro séculos, padrões semelhantes de vida e de organização familiar.
• O domicílio foi o espaço de convivência e intimidade no “viver em colônias”. Os domicílios eram de vários tipos, temporal e regionalmente delimitados, habitados por indivíduos de origens diferentes.
FONTES E OS DIFERENTES TIPOS DE UNIÕES FAMILIARES.
• Os dados sobre a vida doméstica e a organização familiar foram recolhidos em inventários e testamentos, escritos de cronistas e de viajantes e correspondências.
• As famílias se constituíam a partir de diferentes tipos de uniões (sacramentadas ou não). Encontravam-se muito frequentemente dispersas por longos períodos – característica de certa forma imposta pela própria colonização. Ora era o pai que se ausentava a serviço da Coroa ou em virtude de suas atividades, ora era a filha que se casava fora do local de seu domicílio, ou o filho que partia numa expedição ao sertão. Isso sem contar esposas e maridos que abandonavam a família para viver com outros companheiros, além, é claro, das repetidas interrupções dos laços familiares causados por morte prematura.
ORGANIZAÇÃO FAMILIAR.
• Apenas pessoas de uma mesma família nuclear e um ou dois escravos;
• Agregados e parentes próximos, como irmãs viúvas e mães solteiras;
• Padres com suas escravas, concubinas e afilhadas;
• Comerciantes solteiros com seus caixeiros;
• Mulheres com seus filhos, porém sem maridos;
• Casal de cônjuges com a concubina do marido vivendo no mesmo teto;
• Filhos naturais e ilegítimos criados no mesmo teto como legítimos.
CASAMENTO
• É certo que não se pode negar a importância do casamento no projeto colonizador do Estado e da Igreja, embora na prática ele tenha sido uma instituição primordialmente da elite.
• O casamento sacramentado conferia status e segurança aos colonos, tornando-o desejável para homens e mulheres.
• Pessoas de origem humilde, inclusive escravos, uniram-se em matrimônio perante a Igreja, conforme indicam vários estudos.
• A prática de oferecer dotes a moças órfãs e desprotegidas institucionalizou-se na Colônia mediante doações, reveladoras de que o casamento dignificava as pessoas.
ESPAÇOS DE INTIMIDADE