Fanzine - SKATE É SUJO! n. 00

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Esse é meu primeiro fanzine feito em 2012, mas só agora está na plataforma digital que permite uma maior visualização das pessoas que se interessam por skate. O conteúdo desse fanzine é sobre o skate da Cidade de Suzano-SP, nossas preferências culturais e pela arte de rua que nos cercam diariamente.

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EDITORIAL

Além da memória afetiva e visual que

todos nós guardamos, ela também deve ser

registrada, documentada, isso é muito

importante para aqueles que não viveram

essas determinadas épocas, venham a ter

contato e conhecer essas histórias.

Esse é o objetivo deste fanzine que

fala sobre o skateboarding e todos os

assuntos que o cercam como vídeos,

músicas, livros, artes, tudo que tenha

ligação com o que nós mais gostamos de

fazer: ANDAR DE SKATE!

O skate da cidade de Suzano é o foco

principal deste fanzine, porque é a nossa

cidade e devemos fazer algo por ela,

mostrar que o skate é real e verdadeiro

por aqui também, como ele é em qualquer

parte do Brasil e do mundo.

Estamos começando esse fanzine do

número 0, se irá sair outras edições no

futuro (who knows), sinceramente nós não

sabemos, mas o que importa mesmo é que o

skate nunca vai acabar e os verdadeiros

skatistas também não. *

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Carlos Eduardo Elidio

* Nota do editor

Diferente dos skatistas bumerangue que vão

e voltam a todo o momento.

Felipe Caetano – f/s grind

Foto – Leandro Almeida

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Foto – Leandro Almeida

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Desenho – Fabricio Figueroa

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03 GERAÇÕES DO SKATE DE SUZANO

Veremos nessas entrevistas, três

skatistas que são muitos importantes para

o skate suzanense, propriamente é o

passado, presente e futuro, que forma a

linha de evolução do que o skate de Suzano

se tornou hoje. Estes skatistas são:

Joaquim Grilo, Rafael Cagão e Gabriel

Fortunato, vejam a seguir um pouco das

histórias desses skatistas, que

consequentemente juntos com muitos outros,

ajudaram a formar o que o skate de Suzano

é hoje.

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Joaquim Grilo

Idade: 35 anos

Tempo de skate: 23 anos

Apoio: Rip Off Army (Portugual)

Considerado como um T.Rex do skate

de Suzano, com sua trajetória de mais 20

anos em cima do skate, é o único skatista

de Suzano que começou a andar nos anos 80

e até hoje continua andando. Mesmo que

atualmente esteja morando em Portugual,

Joaquim Grilo é uns dos responsáveis pelo

skate de Suzano estar vivo hoje.

1 – Quando você começou a andar de skate?

E qual foi motivo?

Bom eu comecei a andar de skate aos 11

anos de idade, na realidade foi em meados

de 1988, eu queria andar de bike, foi uma

febre naquela época em Suzano, mas meu pai

me deu uma grana e eu acabei comprando um

skate usado de um chegado, um Pro Life e

desde lá ando até hoje. O motivo maior

foi pelo skate ser um esporte diferente,

geralmente quem andava de skate era

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associado como um cara que tinha uma

cultura e atitudes diferentes dos outros.

2 – No início você costumava andar de

skate aonde? Sendo que existiam poucos

lugares e pistas nessa época.

Não havia muitos picos naquela época, mas

eu morava no centro da cidade e tinha um

pessoal da TRASHER, que era uma skate shop

da época (os caras da loja eram o Bola, o

Marquinho que hoje atualmente é dono da

Fast Plant em Sertãozinho) e todo mundo

andava no Banco Itaú, também faziamos um

obstáculos para andar, tipo uma rampas

para pular, uns trilhos para dar rock

slides, nós íamos algumas vezes andar na

pista de São Bernardo do Campo, nessa

época existia também a extinta KBS em

Ribeirão Pires, colavamos na Praça

Roosevelt, mas quando inaugurou a pista de

Mogi das Cruzes virei local de lá, foi

então que eu conheci o Dú (Eduardo

Augusto) , Gersoni (Ninho) e toda a Mogi

Crew, mas tudo que era lugar que dava para

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fazer um rolê eu ia andar de skate.

3 – Você acha que os anos 90 se comparando

com hoje em dia, era mais difícil andar de

skate, ter informações, conhecer outros

lugares?

Bem naquele ano houve mudanças na economia

do país, onde dificultou muito para se

andar de skate, assim tanto em termos de

se comprar as peças, como para se ter

informações na mídia especializada, ou em

qualquer outro meio de informação do skate

naqueles anos, hoje há dificuldades ainda,

mas é muito mais fácil.

4 – Eu sei que você tem uma forte relação

com a Crail Trucks, desde a criação da

marca, conte-nos um pouco dessa parceria

entre atleta e funcionário.

Putz cara a Crail é uma longa história.

Bem quando comecei a andar foi um amigo

meu, que até hoje anda (Marquinho) que me

apresentou para o Serginho que é o dono da

Crail, quando eu o conheci (por volta de

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1992) a marca não era nem Crail ainda, ela

se chamava "Variflex" que faziam os trucks

vertx, I, II, III. Por um tempo tive

patrocínio, depois cheguei a trabalhar na

fabricação dos eixos e por outros motivos

sai da empresa, mas sou muito amigo de

todos que trabalham lá.

5 – Quais as suas influências no skate?

Cite três skatistas brasileiros e gringos?

São várias influências que tive e tenho

até hoje, no início eram Christian Hosoi e

o Mureta, mas citando três brasileiros são

o Fabio Cristiano (Chupeta), Biano

Bianchin e o Rodrigo Gerdal, os gringos

são o Danny Way, Josh Kalis e o Kareem

Campbell.

6 – O que você diria pra um skatista que

está começando agora a andar?

Ande por diversão que o resto das coisas

depende apenas do seu desempenho, tudo é

conseqüência de como vai ser levado à

maneira que você anda de skate.

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7 – Finalizando esta entrevista, você

espera ainda estar andando de skate daqui

a 20 anos?

Sim, hoje em dia me preocupo muito com

minhas condições físicas e a saúde, mas

pretendo se Deus quiser, estar firme e

forte andando de skate, vou fazer muitas

sessions ainda.

8 – Agradecimentos

Eu queria agradecer a todos meus amigos

que são skatistas, e todas as pessoas que

me ajudaram direta e indiretamente que

acreditaram e acreditam em mim, a Crail

Trucks (valeu Serginho), aos skatistas de

Suzano, Rafael Cagão, Davidson Bob,

Gabriel Fortunato, Fê, Henrique, Tk,

Dente, o Jorge, muita saudade de todo

mundo e um agradecimento em especial para

o Carlos Eduardo (Carlão) e a todos que

não foram mencionados nesta entrevista

valeu mesmo galera.

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Joaquim Grilo – b/s crooked

Foto – arquivo pessoal

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Rafael Cagão

Idade: 25 anos

Tempo de skate: 12 anos

Atleta: Space Skateshop

Muitos adjetivos podem ser atribuídos a

esse skatista, como técnica, leveza,

altura, persistência nas manobras, mas por

todos que o conhecem o que fica mais na

memória é sua humildade. Um cara que chega

num pico pra andar e cumprimenta todo

mundo, sem fazer distinção e logo depois

acerta uma manobra muita foda, deixando

todos boquiabertos. Esse é o Rafael Cagão.

1 – Quando você começou a andar de skate?

E qual foi o motivo?

Eu comecei em 1999, no ano que me mudei

pro Parque Maria Helena (Suzano), lá um

amigo meu chamado Manico já andava de

skate, então eu andava com o skate dele

emprestado.

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2 – Fale um pouco sobre a pracinha do

Parque Maria Helena e o corrimão que lá

tinha?

Nós andamos na praçinha nos anos de 2000,

2001, antes disso a galera andou por um

ano só em calçadas. Nessa época andava

muita gente de skate, juntando o Parque

Maria Helena e a Vila Maluf, tinha uns 20,

25 moleques que andavam de skate. Nós

fazíamos vários obstáculos, um corrimão de

um cano, palco, 45º, savana, pra conseguir

madeira, roubávamos das construções pelo

bairro à noite, até campeonatos já fizemos

lá na pracinha.

3 – Qual foi o motivo que nunca fez você

parar de andar de skate, sendo que muitos

de seus amigos desistiram de andar?

Bom a galera andava mesmo só na pracinha,

mesmo inaugurando a pista de Póa, ninguém

ia lá, depois de um tempo os caras foram

parando de andar de skate, no fim só

restou eu e o Manico, tinha também o

Felipe da Vila Maluf que andava, mas nessa

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época eu não colava muito com ele. Depois

de um tempo o Manico parou de andar, então

eu fiquei andando de skate na pracinha

sozinho por um ano. Andava 02, 03 horas só

no corrimão que lá tinha, dava uma manobra

e já olhava para o lado, pra ver se vinha

alguém, era chato pra caralho andar

sozinho. Então é isso, o motivo mesmo de

eu não ter desistido de andar de skate foi

amar muito esse esporte.

4 – Puxando o gancho de uma pergunta

anterior, qual a sua relação com o

corrimão, é o tipo de obstáculo que você

mais gosta, não?

Sim claro, depois que eu aprendi o ollie,

hellflip, flip, o primeiro obstáculo que

apareceu na rua onde eu morava foi um

corrimão, já tentei um fifty logo de cara,

tomando várias na canela, nem tinha palco

nesse tempo, por isso que quando nós

construímos os obstáculos na pracinha, eu

convenci os caras a fazerem um corrimão de

um cano, na verdade eles queriam de dois

canos por achar mais fácil. Acho que tudo

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isto que eu citei acima, que me fez gostar

tanto de andar de corrimão.

5 – Você filma e edita vídeos de skate,

quando começou esse gosto pela sétima

arte? Tem algum projeto em andamento?

Foi assistindo vídeos de skate, acho que todo skatista se imagina filmando umas manobras, tendo uma parte de video. Um amigo meu o Carlos comprou uma filmadora, nesse tempo à gente ia filmar bastante no Justiniano, uma escola no centro de Suzano, no pão de açúcar, foi nessa fase que eu tive vontade de ter minha filmadora. Um tempo depois eu comecei a trabalhar, a primeira coisa que pensei em comprar foi uma filmadora, depois que eu consegui comprar, precisava de um computador, também juntei dinheiro pra comprar um, depois me aconselharam um editor de video (Vegas da Sony), tive que comprar um, tudo que eu aprendi de filmagem e edição foi fuçando, autodidata mesmo. O projeto que eu tenho é junto com os meus amigos Fê, Dente, Carlos e muitos outros, é o video chamado “Entre Outros Mil”, há vários anos que estamos filmando,

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guardando imagens pra fazer esse video. Eu mesmo já filmo faz uns 07 anos e desde quando eu comprei minha primeira filmadora, já tinha a idéia de fazer um video com meus amigos.

6 – Cite três skatistas brasileiros e

gringos que influenciaram você? E

videomakers também?

Os brasileiros são Bob Burnquist e o

Marcelinho Shibaba, ele tem nível de

profissional e o Rafael Gomes, além dele

andar muito, o cara já veio em Suzano,

muito sangue bom. Os gringos são o Eric

Koston e o Andrew Reynolds. De videomakers

tem os caras que filmaram e editaram o

video da Blueprint, “Lost and Found”, Neil

Chester e Dan Magee e o Ty Evans que já

filmou vários vídeos Transworld e o Lakai.

7 – Pra finalizar, mesmo o skate não sendo

sua fonte de renda, qual o motivo dessa

dedicação tão intensa ao longo dos anos?

O motivo mesmo é a amizade, andar de skate

sozinho não tem a menor graça. Eu ando de

skate mesmo pra estar junto dos meus

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amigos, dando risada, manobra nem importa

se acertar ou não, amizade é o principal.

8 – Agradecimentos

Eu agradeço a minha mãe, Carlos, Felipe

Fê, Dente, Marcelinho Shibaba, Rato,

Amaral, Tk, Alan, Sinho, pra quem eu não

citei já se sinta incluído, todo mundo que

incentiva o rolê.

Rafael Cagão – s/s flip

Foto – Leandro Almeida

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Rafael Cagão – f/s flip

Foto – Alex Arcanjo

Rafael Cagão – b/s nollie flip

Foto – Leandro Almeida

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Gabriel Fortunato

Idade: 14 anos

Tempo de skate: 05 anos

Patrocínio: Element Skateboards

Apoio: Space Skateshop

Uma criança que chegava na pista de

chinelos e atrapalhava a todos, sempre

debaixo da proteção de seu irmão mais

velho Davison Bob, conquistou seu espaço

entre os adultos numa velocidade

assustadora. Mesmo com pouco tempo de

skate, sua habilidade e facilidade pra

andar é incontestável. Esse é Gabriel

Fortunato, um jovem skatista que tem muito

a acrescentar ao skate suzanense.

1 – Pra você foi fácil começar a andar

skate, sendo seu irmão skatista e também

por morar em frente a uma pista? Conte-nos

um pouco sobre esse início?

Eu comecei a andar de skate por causa de

meu irmão (Davidson Bob) em 2007. Ele

comprou uma papete da T & Tigor pra mim,

que veio com um skate de plástico de

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brinde, foi então que eu comecei a andar

de skate, mas não era direto ainda. Um dia

meu irmão foi andar com esse skate e o

quebrou, algum tempo se passou e ele sem

me avisar montou um skate de verdade pra

mim, a partir desse dia eu me tornei

realmente um skatista.

2 – No que a pista pública de Suzano (Max

Feffer), o ajudou a evoluir no skate?

Bom, me ajudou a evoluir nas bordas,

transições, aonde eu ando bastante, a

pista não tem corrimão, mas mesmo assim dá

uma base dahora, fica pertinho de casa,

uns 02 minutos, praticamente eu tenho uma

pista no quintal de casa (risos).

3 – De onde vem essa facilidade de acertar

manobras nos mais variados terrenos. Sendo

que você consegue andar tanto na pista

como na rua?

Ah sei lá, quando eu vou dar uma manobra,

tento acertar ela de uma maneira

diferente, vou fazendo um mix da pista e

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da rua, então acho que é mais ou menos

isso, mesclando as manobras.

4 – Agora que você tem patrocínios que o

mandam para demos e campeonatos. Existe

uma cobrança maior ou menor nos estudos

por parte de sua mãe?

Sempre teve uma cobrança por parte da

minha mãe, só que agora a cobrança é

maior, se eu tiro nota baixa, minha mãe

não me deixa usar o computador, fico uns

dias sem andar de skate, então eu fico em

casa estudando, mas até agora minhas notas

estão boas, estou até fazendo um curso de

inglês.

5 – Falando em campeonatos, conte-nos um

pouco sobre a atmosfera de um, já que

parece que você fica bem tranqüilo quando

corre um?

O primeiro campeonato que eu participei

foi o de Poá (cidade ao lado de Suzano),

eu nem sabia acertar muita manobra. Foi

então que o meu irmão me disse pra eu

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ficar sossegado, como se eu estivesse na

pista de Suzano, eu corri esse campeonato,

acertei minhas manobras tranqüilo, no

final fiquei em 1º lugar. Depois disso

teve vários outros campeonatos, eu fico

normal, sem stress (risos).

6 – Agora que você conhece alguns pros, o

que de positivo já absorveu nessas

conversas?

Toda vez que eu encontro com algum

profissional, eles sempre vão me alertando

pra andar de skate todos os dias,

continuar estudando, fazer as correrias

certas do skate pra um dia poder ir pra

gringa. Manter sempre o foco pra poder ir

cada vez mais longe com o skate, é muito

dahora ouvir isso dos pros.

7 – Quais são as suas influências no

skate, no Brasil e lá fora?

No Brasil eu curto ver andar o Luan de

Oliveira, Felipe Buchecha e o Alex

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Carolino. E os gringos são o Eric Koston,

Shane O’Neill e o Theotis Beasley.

8 – Mesmo sendo muito jovem, qual conselho

você daria pra quem está começando a andar

de skate?

Pra não jogar bola, porque antes eu ficava

viajando, jogava bola em vez de andar de

skate, pipa também, já empinei tanto que

meus dedos ficavam todos cortados. Meu

conselho é andar de skate sempre, às vezes

chega uns skatistas aqui na pista e falam

que vão parar de andar de skate, por não

conseguir dar umas manobras, mano tem que

ter força de vontade, todo mundo se

esforçou nessa vida pra acertar até um

ollie, por isso nunca desista de tentar.

9 – Agradecimentos.

Eu agradeço todo mundo, minha família,

meus padrinhos, minha mãe, meu irmão,

minha irmã e os meus amigos aqui da pista

do Max Feffer, o Carlão, Rafael Cagão,

Tiago, Fê, Dente, TK, Amaral, meus

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patrocínios, então é isso aí, vamos andar

de skate.

Gabriel Fortunato – b/s flip

Foto – Cristiano Santos

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Gabriel Fortunato – half cab nose slide

Foto – Leandro Almeida

Gabriel Fortunato – crail grab

Foto – Homero Nogueira

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PÓS-SESSÃO

MÚSICAS/VIDEOS/LIVROS

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MÚSICAS

HIEROGLYPHICS

Esse grupo tem uma forte relação com

o skate, na primeira metade dos anos 90,

muitos skatistas colocavam os sons do

Hieroglyphics em suas partes, assim como

dos álbuns solo dos seus integrantes,

prova disso, basta olhar nos créditos do

clássico video da Plan B, “The

Questionable” de 1992 e ver que boa parte

das músicas é do Hiero ou do Souls of

Mischief (um grupo que faz parte do

Hieroglyphics). Vale muito ouvir Casual,

Del, Pep Love, Opio, Tajai, Phesto D,

Souls of Mischief... Quem é skatista tem o

dever de conhecer o Hiero (até mesmo os

pancadão do rock).

Pra ouvir = Hieroglyphics – “Full Circle”

de 2003

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DINOSAUR JR.

O que falar de uma banda que mais

teve suas músicas em videos de skate. Se

você gostou da parte do Anthony Pappalardo

no Mosaic, do Mikey Taylor no Mind Field

ou na clássica parte do Rudy Johnson no

Video Days da Blind, todas essas partes de

videos se consagraram devido também às

músicas do Dinosaur Jr. Esses três caras

que são: J. Mascis, Lou Barlow e Emmett

Murphy, que já passam dos 40 anos, tocaram

com bandas como o Sonic Youth, Nirvana,

Pixies e em contrapartida ficaram anos sem

tocar, por causa de várias brigas entre

eles mesmos. Finalizando,

independente do que aconteceu com o

Dinosaur Jr, é uma banda que fez história

no passado, está na ativa no presente e

tomara que continue assim no futuro.

Pra ouvir = Dinosaur Jr. – “Farm” de 2009

e “You’re Living All Over Me” de 1987.

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*Pra ouvir = Sebadoh – “Bakersale” de 1994

(banda do baixista Lou Barlow)

VIDEO

VISUAL TRAVELING – 10.000 KILOMETERS

Esse é um video de skate diferente

da maioria, por ter a característica de um

documentário do National Geography.

Idealizado por Patrick Wallner, que juntou

um grupo de skatistas, a maioria

desconhecidos por nós aqui do Brasil

(menos o Kenny Reed) em uma viagem de trem

que saiu de Moscou na Rússia com destino a

Hong-Kong na China, milhares de

quilômetros percorridos nas linhas

Transiberianas, que percorrem uma extensão

gigantesca, indo da Europa e chegando até

a Ásia, que foram criadas a mais de 100

anos. Um video totalmente diferente

mostrando o dia a dia dentro desses trens,

as paisagens e claro que vários lugares

para se andar de skate, até na Muralha da

China os caras andaram.

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10.000 Kilometers é um video que

realmente nos transporta para outro lugar,

deixando a todos que assistem com uma

vontade imensa de andar de skate e viajar.

De um jeito de baixar, eu mesmo já fiz o

download e estou em projeto de comprar o

DVD original, a escolha é sua. Have fun.

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LIVROS

CHARLES BUKWOSKI

Todo mundo sabe que a maioria dos

skatistas não tem o hábito de ler livros,

mas e se fosse uma história parecida com a

de muitos skatistas que têm uma vivência

nas ruas já conhecem. Histórias que

ambientam o submundo dos grandes centros

urbanos, no caso destes livros, a cidade

de Los Angeles, protagonizado por Henry

Chinaski e seus alteregos, histórias que

contam a sua vida em meio a várias

bebedeiras, resssacas, sua relação com

mulheres problemáticas, prostitutas, seus

empregos que não duram mais de um mês.

Bukwoski nos conta um mundo que sempre

existiu, mas que todos fingem não existir.

Por isso que nós skatistas devemos

ler esses livros, por que se você já ficou

andando de skate até altas horas da

madrugada em sua cidade, tomando uns

drinks, com certeza irá se identificar com

essas histórias. Agora se você é um

skatista que só anda de dia e não conhece

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o que a noite tem a oferecer, talvez sua

compreensão dessas leituras fique um pouco

mais difícil, mas isso não o impede de

tentar ler esses livros.

A única coisa que eu posso garantir

para quem ler esses livros, você dará

muitas risadas, pode acreditar. BOA

LEITURA.

Para ler:

Charles Bukwoski – “A mulher mais linda da

cidade” e “Factotum”

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Entrevista Leandro de Almeida:

Toda cidade que tem skatistas que além de

andar de skate, contribuem também

fotografando, filmando, editando ou que

trabalhem em prol do skate, já pode se

considerar um lugar privilegiado.

Felizmente em Suzano, existem várias

pessoas que ajudam a levantar o cenário do

skate da cidade. Nessa entrevista,

falaremos com Leandro Almeida, um

promissor fotógrafo, que está ajudando a

divulgar os skatistas da cidade de Suzano

e consequentemente com este trabalho,

divulgando suas fotos pelo Brasil e quem

sabe até pelo mundo.

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1 - Conte-nos um pouco sua história.

Quando você começou a andar de skate?

Bom, eu comecei a andar de skate em 1994,

quando eu tinha 11 anos, andei por dois

anos com uns caras da minha rua, logo

depois eu parei porque meu pai escondeu

meu skate e nessa época devido às

condições financeiras não pude continuar a

andar. Voltei a andar em 1999 na pracinha

do Parque Maria Helena e Maria Maggi com o

Rafael Cagão, Felipe, Boca, Danilo, andei

por um ano e parei, porque comecei a

trabalhar e tive outros interesses além do

skate. Passaram-se uns quatro, cinco anos,

quando eu já estava melhor de grana,

resolvi voltar a andar de skate, isso foi

em 2006, retomei as amizades com os caras,

foi uma fase ótima, andava de skate

direto, viajava de vez em quando. Em 2008

novamente eu parei de andar por dois anos,

porque eu casei, a mulher era brava

(risos). Felizmente eu me separei e voltei

pro skate em 2010 e continuo andando até

hoje. Mesmo parando de andar inúmeras

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vezes, o skate sempre esteve presente em

minha vida de alguma forma.

Alexandre Amaral – f/s nollie

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2 – Quando surgiu seu interesse pela

fotografia?

Eu sempre gostei de ver na sessão de skate

os caras tirando fotos, mas nunca passou

pela minha cabeça querer ser fotógrafo.

Depois de um tempo eu comecei a prestar

atenção nas fotos de um amigo meu (Raul

Motta), por influência dele eu me

interessei pela fotografia, isso foi em

2010. Nessa época eu sai de meu antigo

trabalho, peguei todo dinheiro de rescisão

e me dediquei integralmente a fotografia,

fazendo cursos, comprando equipamentos,

fotografando bastante para adquirir

conhecimento.

3 – Quais equipamentos fotográficos você

usa?

Eu uso duas câmeras da Nikon, uma D-90 e

uma 3100, cinco lentes que são uma fisheye

10.5 mm, 55 200, 50 mm fixa, 28 85, 55 18

e um flash SB 900. Todo meu equipamento é

da Nikon.

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4 – Existem muitos fotógrafos de skate

hoje em dia. O que é necessário fazer para

conseguir o seu espaço?

Marcelo Shibaba – tail block

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Pra você conseguir entrar na cena do skate

é um pouco complicado, eu mesmo no momento

ainda não estou fazendo fotos pra nenhum

site ou revista de skate. O que é preciso

fazer é se empenhar bastante em fotografar

melhor, visualizar seus objetivos, correr

atrás e não esperar por ninguém.

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5 – Você se interessa por outras áreas da

fotografia? Já fez algum trabalho que não

seja relacionado com o skate? Já fiz

alguns books, me interesso bastante na

área da moda, por isso que eu gosto muito

de fotografar pessoas. Um dia eu quero

poder trabalhar com isso, meu objetivo é

associar o skate que é o que me dá mais

prazer na fotografia com a moda, visando

sempre o lado profissional dessas áreas.

6 – Para finalizar, você pretende num

futuro próximo viver apenas da fotografia,

ou para você é apenas um hobby?

Sim eu pretendo viver da fotografia, quem

sabe eu possa ganhar algum dinheiro no

futuro. Eu não tenho a convicção de ser o

melhor fotógrafo, o cara mais famoso. Eu

quero trabalhar com a fotografia e ter

prazer em fazer esse trabalho, ganhando o

suficiente para viver dignamente pra mim

está bom.

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7 – Agradecimentos.

Eu agradeço a Deus por abrir várias

portas, a minha família que apesar de não

ter me apoiado muito nas coisas que eu

quis fazer, sempre esteve comigo nos bons

e maus momentos e meus amigos que sempre

estão comigo, me oferecem a oportunidade

de mostrar meu trabalho, eles são o Rafael

Cagão, Carlos Eduardo, Gabriel Fortunato,

Felipe Caetano, todo mundo que faz parte

do skate de Suzano, sempre estou tirando

fotos do pessoal, que gosta de andar de

skate, é isso então, valeu.

Filipi Rato – b/s ollie

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Thiago Ribeiro – nollie nose slide

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ARTE SUBVERSIVA

Uma homenagem ao BLZ. Descanse em paz.

(Fotos feitas por Carlos Eduardo)

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Poema – “A brincadeira mais séria de nossas vidas”

Acho que todo mundo

Começa sem nenhum compromisso

Alguns foram apresentados por amigos

Outros o viram na rua

Igual a um tesouro perdido

Mas quem é de verdade, sabe

Que desde o primeiro dia que o viu

Foi um choque de realidade

A mudança de suas vidas

Que até hoje, seus pais e parentes

Não entendem o valor dessa alegria

Não importa quem você é

De onde veio

Se é play ou do gueto

Na comunhão da união

Todos seguimos o mesmo preceito

Ande como se fosse

O último dia de sua vida

Porque nós temos o orgulho

De estufar o peito ao máximo

E gritar pra todo mundo ouvir

Que fazemos parte de uma família

Chamada de skatistas

Para hoje e para o sempre

Por todas as nossas vidas.

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