Fasc2 Laboratorial

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Dr. Miguel Zerati Filho Dr. Cesar Nardy Zillo Dr. José Carlos Trindade Filho Dra. Ita Pfeferman Heilberg Perfil Laboratorial do Homem

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Dr. Miguel Zerati FilhoDr. Cesar Nardy ZilloDr. José Carlos Trindade FilhoDra. Ita Pfeferman Heilberg

Perfi l Laboratorialdo Homem

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Iniciativa e Realização:

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Expediente

Coordenação do Projeto: Wagner Eduardo Matheus • Ubirajara Ferreira

Coordenação Editorial: Miguel Zerati Filho

Projeto Visual Gráfi co: Lado a Lado comunicação & marketing(11) 3057-3962 • www.ladoalado.com.br

Diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia:

Secção São Paulo – Biênio 2008/2009

Presidente: Ubirajara Ferreira Vice-Presidente: Rodolfo Borges dos Reis 1o Secretário: Wagner Eduardo Matheus 2o Secretário: Rodrigo Sousa Madeira Campos 1o Tesoureiro: Archimedes Nardozza Júnior 2o Tesoureiro: Fabiano André Simões

Delegados: Celso Gromatzky

Douglas Otto Verndl José Carlos Souza Trindade Filho Limirio Leal da Fonseca Filho Miguel Zerati Filho Renato Falci Júnior

Suplentes Delegados: Antonio Corrêa Lopes Neto

César Nardy Zillo Sérgio Félix Ximenes Walter Antonio Melarato Júnior

Perfi l Laboratorialdo Homem

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Aos colegas urologistas,

Desde o começo desta gestão, sempre estivemos preocupados em ampliar o campo de trabalho da classe urológica.

Aproveitando o direcionamento da política de saúde do homem em Brasília, a Sociedade Brasileira de Urologia – secção São Paulo (SBU-SP) está empenhada em transformar o urologista no “médico do homem”.

Pensando nisso, criamos o Projeto de Saúde do Homem, que será composto de quatro fascículos distribuídos da seguinte forma: Saúde Sexual, Cânceres, Perfi l Laboratorial do Homem e Tudo Sobre o checkup.

Os fascículos serão distribuídos bimestralmente, e o último será entregue no evento de Saúde do Homem, em agosto de 2009.

Com isso, esperamos estar contribuindo na formação dos colegas neste novo papel do urologista.

Dr. Ubirajara FerreiraPresidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção São Paulo

Dr. Wagner Eduardo MatheusCoordenador do Projeto Saúde do Homem

Editorial

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Sumário

I. Exames mais solicitados ....................................................................7• Alterações lipídicas .................................................................................7• Creatinina .............................................................................................9• Glicemia ...............................................................................................9• Hemograma completo ..........................................................................10• PSA ..................................................................................................11• Urina tipo I ..........................................................................................12

II. Exames relacionados à saúde do homem ........................................13• Ácido úrico .........................................................................................13• Alfabeto proteína (AFP) .........................................................................13• Albumina ............................................................................................14• Beta HCG ...........................................................................................14• Catecolaminas ....................................................................................15• Coagulograma ....................................................................................16• Cortisol ..............................................................................................17• Clearence de creatinina ........................................................................17• Eletrólitos (Ca, Na e K) ..........................................................................18• Espermograma ...................................................................................19• Testes de função hepática ....................................................................20• Hemoglobina glicosilada .......................................................................22• Hormônios (testosterona, SHBG, FSH, LH e prolactina) .............................22• Proteinúria de 24h ..............................................................................24• Hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4) ...................................................24• Ureia .................................................................................................25

III. Investigação metabólica - litíase urinária ........................................26

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A realização de exames laboratoriais tornou-se uma

necessidade imprescindível na prática médica.

Sua utilização, associada à história clínica, aos

antecedentes pessoais, aos exames físicos e de imagens é

fundamental para um perfeito diagnóstico e tratamento.

O exame médico periódico (checkup) e o rastreamento

de doenças e problemas de saúde em adultos assinto-

máticos (screening) vêm ganhando importância cada vez

maior entre médicos e não médicos. Mas estes serão

assuntos de outro fascículo.

A medicina baseada em evidências vem questionando

e desmistifi cando muitas ditas “verdades” e mostrando-

nos outras direções e, como em todas as áreas médicas,

também na urologia, não há uma diretriz ou mesmo uma

orientação segura para realização de exames laborato-

riais, quando e para quem utilizá-las.

A seguir, estão relacionados os principais exames labo-

ratoriais utilizados no homem, algumas características,

indicações e valores de referências.

Para isso, foram divididos em exames mais solicitados de

rotina (parte 1), outros exames importantes para a práti-

ca urológica relacionados à saúde do homem (parte 2) e,

por último, investigação metabólica de pacientes com

litíase renal (parte 3).

Introdução

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Alterações lipídicas

Colesterol é um esterol encontrado em todos os tecidos animais e no sangue.

Níveis elevados estão correlacionados a: processos ateroscleróticos; hipercolesterolemia primária.

Secundariamente, estão correlacionados a: síndrome nefrótica, hipotiroidismo, diabetes mellitus, cirrose biliar primária e hipoalbuminemia.

Níveis baixos podem ser vistos por: desnutrição; hipertireoidismo.

Valor de referência Acima de 19 anos

Colesterol sérico Desejável: inferior a 200 mg/dLLimítrofe: de 200 a 239 mg/dLElevado: superior a 239 mg/dL

I. Exames mais solicitados

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LDL é uma lipoproteína de baixa densidade. A relação entre a doença aterosclerótica e o aumento de LDL é signifi cativa e direta.

Está aumentado em: doenças ateromatosas; hiperlipoproteína do tipo IIa, IIb e III; síndrome nefrótica; hipotiroidismo; icterícia obstrutiva.

HDL é uma lipoproteína de alta densidade. O HDL colesterol é tido como protetor do de-senvolvimento de aterosclerose, portanto níveis elevados de HDL colesterol são benéfi cos e desejáveis.

Valores baixos são encontrados: obesos vida sedentária fumantes diabéticos

O exercício físico pode aumentar esta fração do colesterol.Triglicérides são compostos de ácidos graxos e glicerol e constituem a principal reserva ener-gética do organismo. Seus valores elevados associados a colesterol elevado aumentam o risco de doença coronariana.

Valor de referência Acima de 19 anos

HDL colesterol sérico Maior ou igual a 40 mg/dL

LDL colesterol sérico

Ótimo: inferior a 100 mg/dLSubótimo: de 100 a 129 mg/dLLimítrofe: de 130 a 159 mg/dLElevado: de 160 a 189 mg/dLMuito elevado: superior a 189 mg/dL

VLDL colesterol sérico Normal: inferior a 30 mg/dL

Triglicérides sérico

Normal: inferior a 150 mg/dLLimítrofe: de 150 a 199 mg/dLElevado: de 200 a 499 mg/dLMuito elevado: superior a 499 mg/dL

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Indicações: O screening inclui o colesterol total e a lipoproteína de alta densidade (HDL). Sem recomendação a favor ou contra triglicéride. É recomendada a realização rotineira em: (1) homens acima de 35 anos sem fator de risco para doença coronariana;(2) homens entre 20 e 35 anos com fator de risco para doença coronariana. Para o acompanhamento dos pacientes sem fator de risco recomenda-se dosagem a cada três anos, para pacientes com fator de risco, controle anual.

Observação: O valor do VLDL colesterol é obtido rotineiramente por meio de cálculo feito com base na dosagem dos triglicérides ou do colesterol total e de suas demais frações (LDL e HDL).

CreatininaA creatinina é um produto da degradação da creatina, eliminada na maior parte pelos rins. É o teste mais utilizado para avaliação da taxa de fi ltração glomerular.

Sua concentração depende de: taxa de fi ltração renal; massa muscular; idade; sexo; alimentação; uso de medicamentos e outros.

Níveis baixos podem ser encontrados nos estados que cursam com diminuição da massa mus-cular e não é um bom indicador em pacientes acima de 65 anos.

Valor de referência

Sérico: sexo masculino 0,7 a 1,3 mg/dL

Glicemia

Dosagem da glicose sérica serve para determinar: principalmente, diabetes; pré-diabetes; hipoglicemia; diagnóstico monitorar diabetes.

cular e não é um bom indicador em pacientes acima de 65 anos.cular e não é um bom indicador em pacientes acima de 65 anos.cular e não é um bom indicador em pacientes acima de 65 anos.

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O rastreamento é importante para as pessoas com alto risco de desenvolver diabetes, checando: história familiar; sobrepeso; quarta década de vida.

Deve ser realizado como parte de um exame médico regular, quando houver sintomas sugesti-vos de hiperglicemia ou hipoglicemia e durante a gravidez.

Valor de referência

Glicemia de jejum:

70 a 99 mg/dL (3,9 a 5,5 mmol/L) Normal

100 a 125 mg/dL (5,6 a 6,9 mmol/L) Pré-diabetes

126 mg/dL (7,0 mmol/L) ou mais em mais de um exame Diabetes

Teste de Tolerância Oral à Glicose (OGTT)(Ingerir 75 g de glicose duas horas antes do exame)

< 140 mg/dL (7,8 mmol/L) Normal

140 a 200 mg/dL (7,8 a 11,1 mmol/L) Pré-diabetes

200 mg/dL (11,1 mmol/L) ou mais em mais de um exame Diabetes

Hemograma completoO hemograma completo é dividido em eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas.

Hemograma Completo

Eritrograma – Série vermelha

21 a 99 anos, sexo masculino:

Eritrócitos M/mm3 4,50 a 6,70

Hemoglobina g/dL 14,0 a 18,0

Hematócrito mL eritr/dL 41,5 a 54,7

VCM u3 82,0 a 92,0

HCM mm3 27,0 a 31,0

CHCM g/dL 32,9 a 36,0

RDW g/dL 11,6 a 14,8

Deve ser realizado como parte de um exame médico regular, quando houver sintomas sugesti-

O hemograma completo é dividido em eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas.

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Leucograma – Série branca

Valores em % Valores em N/mm3

Leucócitos - 5.000 a 10.000

Promielócitos 0,0 0

Mielócitos 0,0 0

Metamielócitos 0,0 a 0,1 0 a 100

Bastonetes 3,0 a 6,0 150 a 600

Segmentados 55,0 a 65,0 2.750 a 6.500

Neutrófi los 58,0 a 72,0 2.900 a 7.200

Eosinófi los 1,0 a 4,0 50 a 400

Basófi los 0,0 a 1,0 0 a 193Linfócitos típicos 20,0 a 32,0 1.000 a 3.200Linfócitos atípicos 0,0 0Monócitos 4,0 a 8,0 200 a 800Blastos 0,0 0Plaquetas/mm3 150.000 a 450.000/mm3

PSA (Antígeno Prostático Específi co)O PSA é produzido pela próstata e serve como marcador de alterações prostáticas. Seu aumento pode ser devido a: neoplasia prostática; hiperplasia prostática; prostatite.

Atualmente, o valor aceito como normal é abaixo de 2,5 ng/dL. Quando se encontram valores entre 2,5 e 10,0 ng/dL recomenda-se a dosagem em conjunto da fração livre do PSA. Quanto menor a relação PSA livre/PSA total, maior a chance do aumento do PSA ser por uma neoplasia. Atualmente o nível de corte com bom nível de sensibilidade e especifi cidade é 18%.

Valor de referência

PSA < 2,5 ng/dL

Relação PSA livre/total< 18% é sugestivo de neoplasia prostática> 18% é sugestivo de hiperplasia prostática

do PSA ser por uma neoplasia. Atualmente o nível de corte com bom nível de sensibilidade e

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Urina tipo 1A urina tipo 1 é na verdade uma série de testes que detectam vários compostos que são elimina-dos na urina, incluindo subprodutos do metabolismo, células, bactérias e fragmentos celulares. O exame consiste de três fases distintas, exame físico (cor, clareza, pH e concentração), análise química (presença de proteína, glicose, urobilinogênio, corpos cetônicos e bilirrubina) e exame microscópico (identifi ca e conta hemácias, leucócitos, células epiteliais, cilindros, bactérias, cristais e outros componentes).Na presença de hematúria, pode estar especifi cada a presença ou não de dismorfi smo. Quando não existe dismorfi smo eritrocitário o sangramento é de origem não glomerular (cálculos, in-fecções, neoplasia e trauma).

Valor de referência

Cor Amarelo palha

Aspecto Límpida - transparente

Ph 4,6 a 6,5

Densidade 1.015 a 1.025

Proteína Ausente (g/L)

Glicose Ausente (g/L)

Corpos cetônicos Ausente

Bilirrubina Ausente

Urobilinogênio Normal (até 1/20)

Método Enzimático (fonte: Criesp)

Sedimento quantitativo por campo

Valor de referência

Leucócitos Até 5 por campo

Hemácias Até 4 por campo

Cilindros Ausentes

Células epiteliais Raras

Cristais Ausentes

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Ácido úricoÁcido úrico sérico é resultante, principalmente, do metabolismo das purinas.Indicações: Paciente assintomático com forte antecedente familiar e do sexo masculino, após a puberdade. Dor monoarticular em extremidade. Avaliação metabólica de pacientes litiásicos. Pacientes em vigência de esquema quimioterápico ou radioterápico.

Valor de referência

Sérico: Sexo masculino 3,4 a 7,0 mg/dL Urina: 24h 0,25 a 0,75 g/dia

Alfabeto proteína (AFP)Proteína produzida por enzima fetal, tumores hepáticos (hepatocarcinoma) e tes-tículo (não seminomatosos). Indicações: Paciente com doença hepática crônica (cirrose, hepatite B). Suspeita de tumor de testículo ou hepático. Acompanhamento do tratamento desses tumores.

Valor de referência

Sérico: sexo masculino após 2 anos Até 15 µg/L

II. Exames relacionados à saúde do homem

Acompanhamento do tratamento desses tumores.Acompanhamento do tratamento desses tumores.Acompanhamento do tratamento desses tumores.

Pacientes em vigência de esquema quimioterápico ou radioterápico.

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Albumina (albumina sérica humana)Proteína com maior concentração (60%) no plasma sanguíneo.

Hipoalbuminemia é causada por: doença hepática; síndrome nefrótica; queimadura; síndromes de má absorção (por exemplo, doença de Crohn).

Hiperalbuminemia quase sempre se relaciona com desidratação.

Indicações: Albumina sérica: Pacientes com doença hepática. Síndrome nefrótica. Avaliação do estado nutricional.

Albumina urinária (dosagem anual) – recomendação da Sociedade Internacional de Nefrologia para: Pacientes diabéticos (principalmente insulino-dependentes). Pacientes hipertensos. Pacientes com mais de 50 anos e antecedentes familiares de diabetes ou doença cardiovascular.

Valor de referência

Albumina sérica 3,5 a 5,2 g/dL.

Beta HCGA gonadotrofi na coriônica é um hormônio glicoproteico constituído de duas subunidades di-ferentes (alfa e beta), produzido pelas células do sinciciotrofoblasto (placenta), sendo utilizado também como marcador de tumores trofoblásticos e testiculares (células germinativas). Indicações: É marcador específi co para o diagnóstico e monitorização de coriocarcinomas e, em conjunto com AFP, determina prognóstico, monitoriza terapia e detecta recorrências em neoplasias das células germinativas.

Valor de referência

Homens: até 3,0 mIU/mL

Pacientes com mais de 50 anos e antecedentes familiares de diabetes ou doença cardiovascular.

em conjunto com AFP, determina prognóstico, monitoriza terapia e detecta recorrências em

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Catecolaminas As catecolaminas (dopamina, noradrenalina e adrenalina) são hormônios neurotransmissores. Indicações: Feocromocitomas. Ganglioneuromas. Neuroblastomas.

A dosagem bioquímica de catecolaminas plasmáticas e de metanefrinas, normetanefrinas e do ácido vanilmandélico na urina de 24 horas são usados para evidenciar a hiperssecreção de epinefrina e norepinefrina. Para essas dosagens há necessidade de dieta específi ca e restrição de alguns medicamentos.

Catecolaminas livres no plasma

Valor de referência: adultos

ADRENALINA

Deitado Em pé

Inferior a 50 pg/mL Inferior a 95 pg/mLNORADRENALINA

Deitado Em pé

112 a 658 pg/mL 217 a 1.109 pg/mLDOPAMINA

Deitado Em pé

Inferior a 10 pg/mL Inferior a 20 pg/mLTOTAL ADE DRENALINA + NORADRENALINA

Deitado Em pé

123 a 671 pg/mL 242 a 1.125 pg/mL

Catecolaminas - Urina 24h

Valor de referência: Acima de 10 anos

Noradrenalina De 15 a 80 µg/24hAdrenalina Até 20 µg/24hDopamina De 65 a 400 µg/24h

A metanefrina e a normetanefrina são metabólitos da adrenalina e da noradrenalina, respectiva-mente, que constituem hormônios secretados em tumores da medula adrenal. Ambas as substân-cias quando dosadas juntas, em urina 24 horas, fornecem as metanefrinas fracionadas e totais.

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Indicações: Diagnóstico de tumores produtores de catecolaminas como feocromocitomas, pa-ragangliomas, neuroblastomas e ganglioneuromas.

Valor de referência: Homens adultos

Metanefrina 26 a 230 µg/24hNormetanefrina 44 a 450 µg/24hTotal 90 a 690 ug/24h

O diagnóstico de feocromocitoma requer a identifi cação da hipersecreção de catecolaminas. Valores de metanefrina total > 1.300 ug/24 horas são sugestivos de feocromocitoma.

O ácido vanilmandélico (VMA) é o principal metabólito da epinefrina e da norepinefrina. Apresenta sensibilidade inferior à dosagem de metanefrinas. Vários medicamentos e alimentos podem interferir em sua determinação.

Valor de referência

Acima de 15 anos De 2,0 a 7,0 mg/24 h

CoagulogramaO coagulograma contém testes de triagem para avaliação da hemostasia. Esse teste inclui: o tempo de protrombina (TAP ou TP); o tempo de tromboplastina parcial ativado; a contagem de plaquetas. Indicações: É indicado nos casos em que há tendência a hemorragia, antes de intervenções cirúr-gicas e no controle de terapêutica anticoagulante pela heparina. Na fase estável de anticoagulação oral, os indivíduos devem ser monitorados com resultados de TP expressos em INR*. Na maioria dos casos de uso de anticoagulante oral, o INR tem de ser mantido entre 2,0 e 3,0.

* INR (Razão Normalizada Internacional) é o TP corrigido a padrões mundiais.

Valor de referência

Tempo de protrombina (TP) Até 13,1 segundos

Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA): relação TTPA do paciente/TTPA do pool normal Até 1,26

Plaquetas 150.000 a 450.000/mm3

* INR (Razão Normalizada Internacional) é o TP corrigido a padrões mundiais.

Apresenta sensibilidade inferior à dosagem de metanefrinas. Vários medicamentos e alimentos

26 a 230 µg/24h

ragangliomas, neuroblastomas e ganglioneuromas.

26 a 230 µg/24h

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CortisolO cortisol, principal glicocorticoide endógeno, é sintetizado pela camada fasciculada da córtex adrenal, sendo de importância capital para o metabolismo orgânico e inorgânico. Obedece um ritmo circadiano, sendo mais elevado pela manhã e mais baixo à noite. Indicação: No diagnóstico de hiperfunção da adrenal (síndrome de Cushing), para o qual o teste de supressão com dexametasona é bastante sensível, e na detecção de hipofunção adrenal primária (Addison) ou secundária, na qual o teste de estímulo com ACTH é útil.

Valor de referência

Cortisol Entre 7 e 9 horas: 5,4 a 25,0 µg/dL (149 a 690 nmol/L)

Teste da dexametasonaTomar dexametasona, 1 mg, na noite anterior ao exame.Em normais, espera-se a depressão dos níveis de cortisol para valores abaixo de 5 µg/dL.

Valor de referência: ACTH

Condições basais até 46 pg/mL entre 7h e 10h da manhã

Clearence de creatininaO teste é útil na avaliação funcional renal. É mais sensível que a determinação sérica isolada. A depuração está diminuída em: Insufi ciência cardíaca congestiva. Desidratação grave. Nefropatias agudas e crônicas.

Na insufi ciência renal terminal serve para indicar estados em que processos dialíticos se tornam imperiosos. Pode estar aumentada após exercícios físicos, em diabetes (fase inicial), hipertireoi-dismo e acromegalia. No clearence os valores séricos e urinários são medidos e a depuração é calculada e corrigida tendo em vista a superfície corporal.

Valor de referência

Homem 85 a 125 mL/min/1,73 m2

calculada e corrigida tendo em vista a superfície corporal.

Em normais, espera-se a depressão dos níveis de cortisol para valores abaixo de 5 µg/dL.

Entre 7 e 9 horas: 5,4 a 25,0 µg/dL (149 a 690 nmol/L)

primária (Addison) ou secundária, na qual o teste de estímulo com ACTH é útil.

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Eletrólitos (Ca, Na, K )

Cálcio

A hipercalcemia é encontrada em: Hiperparatireoidismo. Neoplasias com ou sem metástases ósseas. Mieloma. Desidratação. Hipervitaminose D. Hipertireoidismo. Uso de diuréticos e estrógenos.

Níveis baixos são encontrados: Osteomalácia. Pancreatite. Hipomagnesemia. Hipervolemia. Diminuições da albumina. Situações que cursam com fósforo elevado (insufi ciência renal, hipoparatireoidismo).

Níveis críticos de cálcio total são aqueles inferiores a 6 mg/dL e superiores a 14 mg/dL. A do-sagem do cálcio iônico evita as distorções causadas pelas variações dos níveis da albumina, mas é infl uenciada, por sua vez, pelas condições de equilíbrio ácido-básicoCálcio urinário é útil na investigação dos efeitos da vitamina D e PTH sobre a reabsorção óssea. Também é utilizado na avaliação de nefrolitíase. Sua determinação é preferida na urina de 24 horas, realizando a razão cálcio/creatinina. A hipercalciúria é encontrada em hipercalce-mias, corticoterapia, osteoporose, acromegalia, hipertireoidismo, feocromocitoma e Cushing. A hipocalciúria pode ser secundária à hipocalcemia, à insufi ciência renal, à osteomalácia, ao raquitismo, à alcalose e ao uso de diuréticos.

Valor de referência:

Cálcio total sérico 8,6 a 10,3 mg/dLCálcio iônico 1,11 a 1,40 mmol/LCálcio (urina 24h) Adultos: 55 a220 mg/dia

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SódioAvaliação eletrolítica, balanço ácido-básico, balanço da água, intoxicação aquosa. Hipernatre-mia no aldosteronismo primário, síndrome de Cushing, diabetes insipidus, hiperglicemia. Hi-ponatremia, sem insufi ciência cardíaca ou de hidratação, sugere hipotireoidismo, hipopituita-rismo, Addison, meningite, tumor cerebral ou abscesso, trauma cerebral, cirrose, insufi ciência cardíaca congestiva.

Valor de referência

Sérico 136 a 145 mEq/LUrina 24h 30 a 90 mEq/L; 40 a 220 mEq/24h

PotássioO potássio sérico é útil em avaliação do balanço eletrolítico, análises de pacientes em diure-ticoterapia, pacientes tratados por acidose, prevenção de arritmias cardíacas, aldosteronismo primário, síndrome de Cushing, tumor ectópico de ACTH, hiperplasia congênita adrenal, insufi ciência renal, acidose tubular renal.A medida da potassiúria de 24 horas é fundamentalmente interessante para efetuar o balanço das en-tradas e saídas de potássio nos estudos fi siopatológicos. Na prática cotidiana não apresenta mais que um interesse limitado: o de auxiliar no diagnóstico etiológico da hipopotassemia não explicada.

Valor de referência

Sérico 3,5 a 5,1 mEq/LUrina 24h 25 a 125 mEq/24h

EspermogramaA exploração do testículo endócrino e exócrino ocupa um lugar importante no estudo das es-terilidades do casal. A análise do esperma inclui a quantifi cação, a avaliação da motilidade e o estudo morfológico dos espermatozoides e a contagem de leucócitos. Indicações: O exame é útil no estudo da fertilidade e no controle de vasectomia. Da mesma forma, se aplica em casos de disgenesias gonadais, orquites e caxumba com atrofi a testicular e também durante o uso de algumas drogas (cimetidina, estrógenos, metiltestosterona e citotóxi-cos), uma vez que há diminuição do número de espermatozoides nessas situações. No controle pós-vasectomia o tempo médio para atingir a azoospermia é de cerca de seis meses

um interesse limitado: o de auxiliar no diagnóstico etiológico da hipopotassemia não explicada.

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Valor de referência

Aspecto Habitual (branco perolado)Liquefação Inferior a 30 minutosViscosidade NormalVolume 2,0 a 5,0 mLNúmero de espermatozoides > 20 milhões/mL, > 40 milhões no volume totalFormas rápidas e direcionais > 60% na 1ª hora e > 40% na 6ª horapH 7,0 a 8,3

Outras células: Leucócitos: quantidade inferior a 1 milhão/mL. Células germinativas: quantidade inferior a 1 milhão/mL.

Morfologia segundo classifi cação da Organização Mundial da Saúde (OMS): Valor de referência: > 30% de formas ovais.

Morfologia estrita de espermatozoidesValor de referência

> 14% Fértil5% a 14% Subfértil – bom prognóstico0% a 14% Subfértil – mau prognóstico

Testes da função hepática

Indicações: Indivíduos assintomáticos com fatores de risco (diabéticos, síndrome metabólica, abuso de consumo de álcool, hepatite crônica B e C Comorbidades que possam afetar o fígado – hemocromatose, doença autoimune, do-enças intestinais infl amatórias crônicas, tumores metastáticos, doença da tireoide, insufi ci-ência cardíaca direita. Uso crônico de medicamentos. Pacientes com neutropenia, trombocitopenia, macrocitose.

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Entre os testes mais importantes temos:

Fosfatase alcalinaTem como objetivo avaliar se existe alguma obstrução do ducto biliar ou danos no fígado e até alguma suspeita de câncer.

Valor de referência

Maiores de 17 anos 40 a 129 U/L

Alanina transaminase (ALT - TGP)É a transaminase mais específi ca para medir a produção de enzimas no fígado. É uma enzima produzida pelo fígado que é liberada na corrente sanguínea quando ocorre lesão de células hepáticas.

Valor de referência

ALT – TGP Até 41 U/L

Aspartato transaminase (AST – TGO)Essa transaminase é produzida por outros órgãos além do fígado sendo liberada na corrente sanguínea quando ocorre uma lesão hepática, cardíaca, muscular ou cerebral.

Valor de referência

AST - TGO Até 37 U/L

Método Cinético UV

Bilirrubina É utilizada para se observar se existe obstrução do fl uxo da bile, lesão hepática, destruição ex-cessiva de eritrócitos (a partir dos quais a bilirrubina é formada).

Valor de referência

Total 0,20 a 1,00 mg/dL

Direta 0,00 a 0,20 mg/dL

Indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL

Tem como objetivo avaliar se existe alguma obstrução do ducto biliar ou danos no fígado e

sanguínea quando ocorre uma lesão hepática, cardíaca, muscular ou cerebral.

0,20 a 1,00 mg/dL

cessiva de eritrócitos (a partir dos quais a bilirrubina é formada).

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Gamaglutamil transpeptidase (Gama-GT)É uma enzima produzida pelo fígado, pelo pâncreas e pelos rins, liberada na corrente sanguínea quando esses órgãos estão sendo danifi cados. Serve para se saber se existe alguma lesão orgânica, intoxicação por drogas ou medicamentos, abuso de álcool ou doenças do pâncreas.

Valor de referência

Masculino 12 a 73 U/L

Hemoglobina A1c (Hemoglobina glicada ou glicosilada)Medida da porcentagem de hemoglobina ligada a glicose. Quanto maior a concentração de gli-cose no sangue, mais hemoglobina glicada é formada. Uma vez que a glicose liga-se à hemoglo-bina, a meia-vida da hemoglobina é de 90 a 120 dias e essa ligação é permanente, sua medida permite verifi car como estava o controle da glicemia nas últimas semanas antes do exame.Valores normais: 4,2% a 5,8%.

Hormônios (testosterona, FSH, LH, SHBG, prolactina)

Testosterona e SHBGA testosterona é um hormônio esteroide com várias ações androgênicas sobre o organismo (re-gulação da secreção de gonadotrofi nas, início e manutenção da espermatogênese, formação de fenótipo masculino durante a diferenciação sexual e a instalação da puberdade).A testosterona é sintetizada no homem nas células de Leydig localizadas nos testículos. Admite-se que a adrenal participe da produção de testosterona por meio da síntese de seus precursores que são convertidos em testosterona em outros orgãos.Sua produção é estimulada e controlada pelo hormônio luteinizante (LH), que é fabricado na hipófi se. A testosterona leva a um feedback negativo na produção de LH, dessa forma regulando os níveis normais do hormônio. Existe maior produção do hormônio pela manhã, sendo este o horário preconizado para sua coleta, e produção menor durante a noite.Na circulação, a testosterona liga-se à albumina (54%) e à globulina ligadora de esteroides sexu-ais (SHBG) (44%). Apenas 2% da testosterona presente no sangue encontra-se na forma livre, sendo esta a fração ativa do hormônio que irá desempenhar suas funções virilizantes.O controle da produção de testosterona é feito no homem por gonadotrofi nas, em especial o LH que age nas células de Leydig promovendo um incremento na produção de testosterona.Como a fração da testosterona que é metabolicamente ativa é a livre, recomenda-se a dosagem dessa fração. Tal dosagem não deve ser feita diretamente, pois seus valores não são fi dedignos.

intoxicação por drogas ou medicamentos, abuso de álcool ou doenças do pâncreas.

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Para obtermos os valores reais da testosterona livre, deve-se solicitar a testosterona livre calcu-lada, que é obtida por meio dos valores de testosterona total, SHBG e albumina. Alguns laboratórios fornecem esse cálculo pronto ou pode-se calcular com a utilização de nomo-gramas ou calculadoras específi cas.

Valor de referência

Testosterona > 15 anos: 180 a 880 ng/dL

SHBG 17 a 65 anos: 14,5 a 48,4 nmol/L

Testosterona livre calculada 5,0 a 64,0 pg/mL

LHO hormônio luteinizante (LH) é produzido na hipófi se. Tem uma ação estimulante sobre as células de Leydig nos testículos causando um aumento na produção de testosterona. A tes-tosterona tem um efeito de feedback negativo na hipófi se diminuindo a produção de LH. Na infertilidade masculina, os valores normais de LH e altos de FSH são indicativos de falência espermatogênica.

Valor de referência

LH Adultos: 1,7 a 8,6 mU/mL Pré-púberes: < 1,7 mU/mL

FSHO hormônio folículo estimulante (FSH) age diretamente nas células dos túbulos seminíferos (células de Sertoli) estimulando a espermatogênese. O FSH também atua nas células de Leydig, aumentando o número de receptores para LH, potencializando a ação desse hormônio na pro-dução de testosterona. O FSH em valores elevados e leva ao diagnóstico de hipofunção gonadal primária (falência esperma-togênica). No hipogonadismo hipogonadotrófi co os valores de FSH estão abaixo dos normais.

Valor de referência

FSH Adultos: 1 a 10,5 mU/mLPré-púberes > 2 anos: < 2,0 mU/mL

togênica). No hipogonadismo hipogonadotrófi co os valores de FSH estão abaixo dos normais.

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ProlactinaA prolactina (PRL) é um hormônio polipeptídico produzido pelas células lactotrófi cas hipofi -sárias. Sua principal função é relacionada ao início e à manutenção da lactação, porém essa ação só é plena quando estiverem presentes certos fatores com estrógenos, progesterona, cortisol e insulina. No homem a PRL tem uma ação inibidora da espermatogênese, bloqueando-a na pas-sagem espermatide I para espermatide II. Pode ainda desempenhar uma ação antitestoterona e não raramente a hiperprolactinemia é causa de impotência e ginecomastia.

Valor de referência

Prolactina Homens: 4,04 a 15,2 ng/mL

Proteinúria de 24 horasMedida da quantidade de proteína excretada pela urina em um período de 24 horas. É útil na avaliação de doenças renais, glomerulares ou tubulares.

Valor de referência

< 150 mg/24hMétodo Colorimétrico pelo cloreto de benzetônio (fonte: CRIESP)

Hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4)O hormônio estimulador da tireoide (TSH) é produzido na hipófi se estimulando a tireoide a produzir tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). A produção de TSH é regulada pela produção de hormônio liberador tireotrofi na (TRH) pelo hipotálamo, que sofre feedback negativo pelas concentrações de T3 e T4.O T3 corresponde a 10% dos hormônios produzidos pela tireoide, e 90% é de T4. Nas fases iniciais do hipotireoidismo o T3 pode ainda estar normal, e o T4 já se apresenta re-duzido. Dessa forma, os exames comumente solicitados para avaliar a função da tireoide são o TSH e o T4.

Valor de referência

TSH 0,35 a 5,5 µ/mL (fonte: Einstein)

T4 3,2 a 12,6 µ/dL (fonte: Einstein)

T4 livre 0,7 a 1,8 ng/dL (fonte: Einstein)

T3 0,6 a 1,81 ng/mL (fonte: Einstein)

não raramente a hiperprolactinemia é causa de impotência e ginecomastia.

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UreiaMedida da concentração da ureia plasmática. A ureia representa 90% do nitrogênio não pro-teico presente no plasma. A produção da ureia ocorre no fígado, sendo decorrente da metabo-lização das proteínas. Liberada na corrente sanguínea, então é excretada pelos rins. Juntamente à creatinina é utilizada para avaliar a função renal. Pode também ser utilizada para avaliar o estado geral de saúde de um paciente.

Valor de referência

Adultos até 65 anos Até 50 mg/dL

> 65 anos Até 71 mg/dL

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A avaliação metabólica permanece polêmica e distante de um consenso, entre-tanto é imprescindível em pacientes com litíase, sobretudo nos recorrentes.

A investigação metabólica permite o diagnóstico dos mais comuns distúrbios como hipercalciúria idiopática, hiperexcreção de ácido úrico, hipocitratúria, hiperoxalúria, hiperparatireoidismo primário, cistinúria, acidose tubular renal, entre outros.

A investigação metabólica pode ser realizada em qualquer paciente com a fi na-lidade de prevenir recorrência e estabelecer recomendações dietéticas, mas é indi-cada especialmente em casos de recorrência elevada; antecedentes de intervenções urológicas para tratamento de litíase; história familiar signifi cativa; crianças; rim único; infecção urinária associada à nefrolitíase (não vigente). Os itens a seguir resumem os principais exames referentes à investigação metabólica.

• Exame de urina (sedimento urinário) e urocultura (suspeita de ITU).• Dosagens séricas de cálcio (preferencialmente ionizado), PTH intacto, áci-do úrico, fósforo e creatinina.• Dosagens urinárias de cálcio, sódio, ácido úrico, oxalato, citrato e creatinina em duas amostras de urina de 24 horas coletadas em dias não consecutivos e preferencialmente em dias úteis. • pH urinário (segunda micção matutina) após jejum de 12 horas (medido em pHmetro) e gasometria venosa. - suspeita de formas incompletas de acidose tubular renal distal, solicitar prova de acidifi cação com cloreto de amônio (NH4Cl). - suspeita de tubulopatias associadas, solicitar Mg, K e cloro séricos. • Pesquisa qualitativa de cistina urinária (quantitativa se necessária). Especial-mente em pacientes jovens com recorrência muito elevada.• Densitometria óssea (especialmente nos casos de hipercalciúria devida à possibilidade de osteopenia associada).

III. Investigação metabólica – litíase urinária.

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Critérios diagnósticos

Hipercalciúria idiopáticaExcreção urinária de cálcio maior do que 300 mg/24h nos homens ou 250 mg/24h nas mu-lheres ou 4 mg/kg/24h.

Hiperexcreção de ácido úrico ou hiperuricosúria Excreção urinária de ácido úrico maior do que 800 mg/24h em homens ou 750 mg/24hs em mulheres.

Hiperoxalúria Excreção urinária de oxalato maior do que 45 mg/24h.

HipocitratúriaExcreção urinária de citrato menor do que 320 mg/dia em indivíduos de ambos os sexos.

Cistinúria Cistinúria tipo I (ou tipo A): 0 a100 mmoles/g creatinina (urina de 24h). Cistinúria não - tipo I (ou tipo B): Antiga tipo II: > 900 mmoles/g creatinina (urina de 24h). Antiga tipo III: 100 a 900 mmoles/g creatinina (urina de 24h).

Acidose tubular renal distal pH urinário de jejum de 12 horas > 5,5 na vigência de acidose sistêmica (nas formas completas) ou induzida pela ingestão de cloreto de amônio (NH4Cl) (detecção das formas incompletas).

Obs: Os exames realizados em urina de 24 horas sofrem alterações importantes quando da presença de insufi ciência renal associada.

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Iniciativa e Realização:Apoio:

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