Oficina: construção de modelos descritivos e preditivos utilizando R
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Departamento de Psicologia
FATORES PREDITIVOS NEUROPSICOLÓGICOS E
NEUROPSIQUIÁTRICOS DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DE
DEMÊNCIA BASEADO EM UM ESTUDO LONGITUDINAL.
Aluna: Juliana Rodrigues
Orientadora: Helenice Charchat
Introdução
No processo de envelhecimento, um subgrupo evolui para a síndrome demencial e os
demais permanecem estáveis por muitos anos (Charchat-Fichmanet al., 2005). A
diferenciação destes subgrupos é fundamental para o diagnóstico precoce das demências e a
caracterização dos seus estágios pré-clínicos (Charchat-Fichmanet al.,2005).O projeto de
PIBIC foi inserido em um estudo mais amplo onde foram aplicados testes neuropsicológicos
para a avaliação de 100 pacientes idosos com 60 anos ou mais apresentando queixa de déficit
cognitivo, com o intuito de identificar fatores preditivos neuropsicológicos do diagnóstico da
Doença de Alzheimer. No presente relatório serão mostrados os resultados de 23 idosos
estudados neste ano.
Objetivo
O objetivo do presente estudo foi analisar 23 casos clínicos de idososda geriatria de um
hospital federal da cidade do Rio de Janeiro submetidos a uma avaliação e reavaliação
neuropsicológica compreensiva que inclui testes de funcionamento cognitivo global,
memória, atenção, funções executivas, atividades da vida diária e escalas comportamentais.
Metodologia
Sujeitos:Foram analisados 23 idosos no projeto PIBIC com queixa subjetiva de déficit
cognitivo, porém sem preencher os critérios para demência acompanhados no ambulatório de
neurologia ou geriatria de serviços de referência ao atendimento de idosos na cidade do Rio
de Janeiro (Hospital dos Servidores do Estado).
Instrumentos:Foram utilizados testes neuropsicológicose todos os sujeitos foram submetidos
ao mesmo protocolo de investigação clínica que incluiu: 1) avaliação médica e laboratorial
analisada por neurologista ou geriatra especializado em diagnóstico de demência; 2) entrevista
semi-estruturada e escalas específicas para avaliar uso de medicação atual, queixa de
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comprometimento cognitivo, grau de independência e impacto do funcionamento cognitivo
nas atividades da vida diária; 3) avaliação neuropsicológicacom lápis/papel e cronômetro
manual. A entrevista, avaliação cognitiva e aplicação de escalas neuropsiquiátricas foram
realizadas por neuropsicólogas treinadas em aplicação de testes e avaliação funcional de
idosos. Foram incluídos idosos com idade superior a 60 anos e que preencheram os critérios
de inclusão para o grupo de idosos sem demência.
Procedimento:os testes neuropsicológicos foram administrados com o uso de estímulos
padronizados para apresentação. O registro das respostas corretas e observações foram feitos
com lápis e papel e o tempo foi mensurado com o uso de cronômetros manuais. A bateria é
composta por 18 testes, são eles:1) Mini Exame do Estado Mental (MEEM); 2) Escala de
Avaliação de Demência – “MattisDementia Rating Scale (DRS)”; 3)Extensão (Span) de
dígitos em ordem direta e inversa (WMS-R); 4) Stroop – paradigma Victória; 5) Trailmaking
– teste de trilhas; 6) Cálculo; 7) Memória Lógica imediata e tardia (WMS-R); 8) Reprodução
visual imediata e tardia (WMS-R); 9) Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey
(RAVLT); 10) Teste de memória de figuras; 11) Cópia e Recordação da Figura Complexa de
Rey; 12) Desenho do Relógio; 13)Cópia do cubo de Necker; 14) Labirintos; 15) Teste de
Organização Visual-espacial de Hooper; 16) Teste de Construção com cubos (WAIS-R); 17)
Fluência verbal; 18)Teste de nomeação de Boston.
Conclusões e Resultados
Neste estudo já foram avaliados 70 idosos na primeira avaliação e destes 23 já foram
reavaliados após dois anos de acompanhamento. Os resultados sugerem um impacto da
disfunção executiva como um possível marcador do diagnóstico de demência vascular e a
memória episódica anterógrada como possível marcador de demência do tipo Alzheimer.Os
resultados do estudo longitudinal sugerem que os idosos com comprometimento cognitivo
leve do tipo amnéstico na primeira avaliação tendem a evoluir para um quadro demencial e os
idosos com comprometimento cognitivo leve disexecutivo tendem a ficar estáveis ou evoluir
de forma lenta mantendo o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve. O terceiro grupo
com comprometimento cognitivo leve associado a sintomas de depressão tende a melhorar
após dois anos de seguimento com acompanhamento médico adequado.
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Referência
1) Charchat-Fichman H., Caramelli P., Sameshima K.,Nitrini R. (2005) Declínio da
capacidade cognitiva durante o envelhecimento. Rev. Bras. Psiquiatr. 27(1): 79-82