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FATORES RELEVANTES PARA O INVESTIDOR INDIVIDUAL BRASILEIRO NA FORMAÇÃO DA SUA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS MARCOS NATANAEL MARINHO Artigo científico apresentado ao Programa de Pós-Graduação em MBA Gestão Empresarial do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, para obtenção do grau de MBA em Gestão Empresarial. Orientadora: Stela Cristina Hott Corrêa, M. Sc. Resumo O objetivo desta pesquisa é identificar, no contexto das finanças comportamentais, quais são os fatores relevantes para o investidor ao formar uma carteira de investimento. O método utilizado no trabalho foi a pesquisa do tipo exploratória, utilizando-se fontes secundárias, coletando dados oriundos de documentação, sites de bancos e instituições financeiras, informações divulgadas pelo governo federal, observação formal e histórico de séries e dados estatísticos do Banco Central, IBGE e institutos de pesquisas, além de pesquisa bibliográfica. Os resultados obtidos no trabalho reforçaram a importância de mudança de comportamento da população brasileira sobre a questão do orçamento familiar, para que se inverta a condição do indivíduo de devedor para investidor. Quando se fala em investimento, um dos maiores erros que se pode cometer é desprezar a inflação, independentemente de ela ser alta ou baixa. A inflação pode anular parte ou todo o ganho que o investidor acredita estar obtendo com uma aplicação financeira. Na análise de investimentos é importante também saber da existência do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma instituição privada que protege os depositantes e os investidores e, assim, contribui para a manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Outro fator importante a ser avaliado é a possibilidade de isenção de Imposto de Renda (IR), dentre outros tributos e taxas de administração. Ao se realizar o desconto de impostos e outras taxas sobre os ganhos obtidos no investimento, altera-se a expectativa de ganho real e por conseqüência alteram-se as alternativas de investimentos mais rentáveis. A pesquisa permitiu concluir sobre a relevância de constância de propósitos, com relação ao acompanhamento dos objetivos e metas, bem como sobre a importância de análise sistemática para acompanhamento, verificação e validação se estes continuam coerentes em relação ao planejado, uma vez que o histórico dos rendimentos não garante o desempenho futuro. A diversificação também é importante para equilibrar o portfólio de investimentos pois, ao concentrar os investimentos em uma só aplicação, o investidor fica desprotegido e aumenta a sua exposição ao risco. As diferentes estratégias podem se complementar, diminuindo o risco do portfólio em cenários instáveis ou de crise. Pode-se perceber que um único investimento não se desempenha bem o tempo todo, sendo, portanto necessário reavaliar de tempos em tempos o portfólio da carteira de investimento, visando o melhor aproveitamento dos recursos aplicados. Palavras-chave: Finanças Comportamentais, Investimento, Educação Financeira. Ipatinga – MG

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FATORES RELEVANTES PARA O INVESTIDOR INDIVIDUAL BRASILEIRO NA FORMAÇÃO DA SUA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS

MARCOS NATANAEL MARINHO

Artigo científico apresentado ao Programa de Pós-Graduação em MBA Gestão Empresarial do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, para obtenção do grau de MBA em Gestão Empresarial. Orientadora: Stela Cristina Hott Corrêa, M. Sc.

Resumo

O objetivo desta pesquisa é identificar, no contexto das finanças comportamentais, quais são os fatores relevantes para o investidor ao formar uma carteira de investimento. O método utilizado no trabalho foi a pesquisa do tipo exploratória, utilizando-se fontes secundárias, coletando dados oriundos de documentação, sites de bancos e instituições financeiras, informações divulgadas pelo governo federal, observação formal e histórico de séries e dados estatísticos do Banco Central, IBGE e institutos de pesquisas, além de pesquisa bibliográfica. Os resultados obtidos no trabalho reforçaram a importância de mudança de comportamento da população brasileira sobre a questão do orçamento familiar, para que se inverta a condição do indivíduo de devedor para investidor. Quando se fala em investimento, um dos maiores erros que se pode cometer é desprezar a inflação, independentemente de ela ser alta ou baixa. A inflação pode anular parte ou todo o ganho que o investidor acredita estar obtendo com uma aplicação financeira. Na análise de investimentos é importante também saber da existência do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma instituição privada que protege os depositantes e os investidores e, assim, contribui para a manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Outro fator importante a ser avaliado é a possibilidade de isenção de Imposto de Renda (IR), dentre outros tributos e taxas de administração. Ao se realizar o desconto de impostos e outras taxas sobre os ganhos obtidos no investimento, altera-se a expectativa de ganho real e por conseqüência alteram-se as alternativas de investimentos mais rentáveis. A pesquisa permitiu concluir sobre a relevância de constância de propósitos, com relação ao acompanhamento dos objetivos e metas, bem como sobre a importância de análise sistemática para acompanhamento, verificação e validação se estes continuam coerentes em relação ao planejado, uma vez que o histórico dos rendimentos não garante o desempenho futuro. A diversificação também é importante para equilibrar o portfólio de investimentos pois, ao concentrar os investimentos em uma só aplicação, o investidor fica desprotegido e aumenta a sua exposição ao risco. As diferentes estratégias podem se complementar, diminuindo o risco do portfólio em cenários instáveis ou de crise. Pode-se perceber que um único investimento não se desempenha bem o tempo todo, sendo, portanto necessário reavaliar de tempos em tempos o portfólio da carteira de investimento, visando o melhor aproveitamento dos recursos aplicados.

Palavras-chave: Finanças Comportamentais, Investimento, Educação Financeira.

Ipatinga – MG

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INTRODUÇÃO A importância do planejamento financeiro pessoal é estabelecer e seguir uma estratégia precisa e dirigida para acumulação de bens e valores, que formará o patrimônio da família, sendo que esta estratégia pode ser de curto, médio ou longo prazo. Pensar no futuro requer disposição para aprender a lidar com as finanças, para tanto, é preciso equilibrar as despesas de forma que sejam compatíveis com os rendimentos. Ter despesas menores que o rendimento significa ter um resultado financeiro positivo e, portanto, tem condições de poupar. Poupar nada mais é do que acumular dinheiro no presente para utilizá-lo no futuro. Por outro lado não basta apenas saber poupar. Para que o dinheiro consiga manter o poder de compra no futuro ou até um pouco mais, é preciso saber aplicar o dinheiro poupado, para que ele cresça. Para isso, existem diversos produtos financeiros que podem e devem ser utilizados. É importante salientar que, infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria dos brasileiros, a busca por informações relevantes, que auxilie na gestão das finanças pessoais. Assim, o objetivo desta pesquisa é identificar no contexto das finanças comportamentais, quais são os fatores relevantes para o investidor ao formar uma carteira de investimento. Uma abordagem sistêmica de várias áreas do conhecimento se faz necessária, tendo em vista que além da abordagem de finanças propriamente dita, é de igual importância uma avaliação do comportamento dos indivíduos, que pode fazer com que pessoas cometam erros sistemáticos de avaliação de valores, probabilidades e riscos. As origens das Finanças Comportamentais estão associadas às aplicações das descobertas da psicologia na teoria econômica. A teoria moderna de finanças baseia-se na busca da maximização da utilidade esperada, porém, algumas variáveis econômicas não podem ser descritas pelas condições de equilíbrio, tendo em vista que os agentes financeiros tomam decisões muitas vezes incompatíveis com atitudes baseadas em expectativas racionais.

A maior dificuldade encontrada nesse trabalho foi de encontrar fontes bibliográficas seguras e atualizadas. Houve então a preocupação da utilização de renomados autores e livros para descrição de conceitos e dados de indicadores econômicos e índices obtidos de fontes de pesquisa confiáveis.

Entre os assuntos não tratados vale ressaltar a diversidade de produtos financeiros disponibilizados no mercado, sendo desnecessário, portanto ter a pretensão de fazer uma abordagem plena sobre este assunto. Foram abordados então somente os investimentos mais comuns, disponíveis tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, priorizando aqueles que já são utilizados atualmente pelos brasileiros. Investimentos disponíveis apenas para pessoa jurídica e investimentos de elevado valor de aplicação mínima inicial não foram tratados neste trabalho, ficando, portanto como sugestão de aplicação de estudos futuros com abordagem mais aprofundada e específica sobre estes temas. O trabalho inicia-se com a conceituação de Finanças Comportamentais, investimentos financeiros e riscos associados, descrevendo também em seguida os principais tipos de investimentos disponíveis para pessoa física no Brasil e segue com uma avaliação do endividamento das famílias brasileiras, inadimplência e uma abordagem sobre as taxas de Juros cobradas, além de tratar a questão do cenário inflacionário no país e perspectivas. Por fim é realizada uma avaliação do rendimento atual das principais aplicações financeiras disponíveis no mercado, com intuito de retratar a importância de saber investir bem, conhecer o mercado e buscar sempre diversificar e obter o melhor retorno possível, de acordo com o nível de risco assumido.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1. Educação Financeira e Finanças Comportamentais De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB, 2013), a educação financeira é o meio de prover de conhecimentos e informações sobre comportamentos básicos que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas e de suas comunidades. A disciplina Educação Financeira se encarrega portanto do estudo do uso correto dos mecanismos financeiros nas organizações e na economia doméstica, aplicações financeiras, investimentos, formas de financiamento, bem como o uso racional de recursos financeiros. Segundo Sanvicente (1998), o objetivo básico implícito nas decisões de administração financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indivíduos ou instituições, caracterizados como proprietários. Novamente, de acordo com o BCB (2013), a educação financeira da população é muito importante para toda a sociedade, por esse motivo, o Governo Federal instituiu por meio do Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, a Estratégia Nacional para Educação Financeira (Enef). As Finanças Comportamentais tem como principal objetivo identificar e compreender os frames, ilusões cognitivas que fazem com que pessoas cometam erros sistemáticos de avaliação de valores, probabilidades e riscos. As Finanças Comportamentais consideram que os indivíduos nem sempre agem racionalmente, pois estão propensos aos efeitos destas ilusões cognitivas (ROGERS; FAVATO; SECURATO, 2008).

De acordo com Frankenberg (1999), o planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa e dirigida para acumulação de bens e valores, que formará o patrimônio da família, sendo que esta estratégia pode ser de curto, médio ou longo prazo. Os investimentos financeiros são alternativas para aqueles que desejam guardar algum dinheiro. O hábito de investir não é tão grande no Brasil, geralmente têm-se hábitos de fazer empréstimos e financiamento e não o contrário. Contudo existem inúmeras opções de investimentos financeiros com bons resultados e para todos os perfis, seja ele moderado, conservador ou arrojado.

Frankenberg (1999) define o perfil conservador como sendo a pessoa que não gosta muito de alterar hábitos e experimentar idéias novas, já o arrojado o contrário, ou seja, gosta de experimentar idéias e coisas novas, implicando um aumento de risco, nos investimentos. O moderado seria então um equilíbrio entre os dois.

Presume-se a partir da premissa básica de que investidores gostam de retorno e não de riscos. Portanto, as pessoas investirão em ativos mais arriscados somente se elas esperarem receber retornos acima da média. O conceito de retorno oferece aos investidores uma forma conveniente de expressar o desempenho financeiro de um investimento (BRIGHAM; GAPENSKI, 2001, p.174). Baseado no conceito de ‘aversão às perdas’, pode-se observar também que o medo da perda faz com que pessoas tomem decisões de forma irracional, criando molduras cognitivas que as deixam cegas aos dados históricos e principalmente às probabilidades estatísticas (ROGERS; FAVATO; SECURATO, 2008). De acordo com Kahneman e Tversky (1979), os investidores no mercado financeiro tendem a não aceitar perdas, relutando a se desfazer de posições em que tenham prejuízos, enquanto que desfazem rapidamente de participações lucrativas. Já De Bondt e Thaler (1985) reforçam que os investidores valorizam exageradamente às boas noticias sobre empresas cujas ações tiveram bons desempenhos no passado recente e ignoram as informações relevantes daquelas que tiveram o desempenho ruim.

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Quando se fala em investimento, um dos maiores erros que se podem cometer é desprezar a inflação, independentemente de ela ser alta ou baixa. De acordo com Casarotto Filho e Kopittke (2000, p. 80), a inflação é a perda do poder aquisitivo da moeda. De acordo com Frankenberg (1999), a única maneira realmente efetiva para resguardar o valor das aplicações é obter um rendimento maior do que a taxa inflacionária do período em que o capital está sendo aplicado. Ao realizar análise de investimento, o BCB (2013) ressalta que é importante também saber que existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma instituição privada que protege os depositantes e os investidores e, assim, contribui para a manutenção da estabilidade do SFN. Produtos financeiros como depósitos de poupança e CDBs, por exemplo, são garantidos pelo FGC. De acordo com a descrição obtida no site do FGC (2014), “o total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), limitado ao saldo existente”. Outro fator importante a ser analisado é a isenção ou não de IR (imposto de renda) e taxas. Ao se realizar o desconto de impostos e taxas sobre os ganhos obtidos no investimento, altera-se a expectativa de ganho real e por conseqüência alteram-se as alternativas de investimentos mais rentáveis.

1.2 Principais Tipos De Investimento Disponíveis Para Pessoa Física No Brasil De acordo com o BCB (2013), os investimentos podem ser classificados como renda fixa e/ou de renda variável. No primeiro caso são investimentos que pagam, em períodos definidos, a remuneração correspondente a determinada taxa de juros, que pode ser estipulada no momento da aplicação (prefixada) ou calculada no momento do resgate (pós-fixada), com base na variação de um indexador previamente definido, acrescido ou não de uma taxa de juros. Nessa modalidade de investimento, existe o risco de crédito. Já no caso da renda variável são investimentos cuja remuneração não pode ser dimensionada no momento da aplicação. Envolvem riscos maiores, pois, além do risco de crédito, existe também o risco associado à rentabilidade incerta.

Ainda de acordo com o BCB (2013), existe também a possibilidade de investir em imóveis para receber renda de aluguéis. Em geral, o imóvel é considerado um investimento seguro, no entanto, assim como os demais tipos de investimentos, também existem custos e riscos envolvidos. Há riscos de o imóvel não ser alugado, de desvalorizar-se, de inadimplência do locatário, dentre outros. Existem também vários custos como manutenção e reformas, condomínio, IPTU e taxa de administração de aluguel, sendo do mesmo modo importante considerar que o aluguel recebido é tributado de acordo com a tabela progressiva do imposto de renda.

A seguir serão descritos os principais tipos de investimentos utilizados atualmente pelos brasileiros, como indicado no Portal de Investimentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM 2014) e em sites de instituições financeiras autorizadas pelo BCB:

Caderneta de poupança A modalidade de aplicação mais difundida no pais é a dos depósitos em caderneta de poupança (CASAROTTO; KOPITTKE 2000, p. 97). A poupança é um investimento muito tradicional e conservador, paga juros bem baixos, porém é bastante seguro, quando comparado a outras formas de investimento.

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As principais características das cardenetas de poupança são a isenção de imposto de renda, ausência de limite mínimo para aplicação ou quando há é apenas simbólico, possibilidade de acesso a menores de idade e garantia do FGC, conforme já mencionado.

CDB e RDB O Certificado de Depósitos Bancários (CDB) é o mesmo que financiar um valor para o banco, em que ao final do prazo estabelecido o banco pagará o valor que foi emprestado acrescido de juros, ou seja receberá o dinheiro investido mais um lucro do tempo passado. Uma das vantagens do CDB é que o investidor poderá realizar outra proposta antes do fim do prazo, porém isso implicará ou poderá implicar na perda de parte do que foi emprestado. Estes títulos são análogos, em termos de finalidade e órgãos emissores, a seus similares com correção prefixada. A diferença reside na forma de se calcular o rendimento (CASAROTTO; KOPITTKE, 2000, p. 96). O Recibo de Depósitos Bancários (RDB) funciona da mesma forma, a diferença é que não há a opção de negociar ou transferir, após ter fechado o acordo.

‘São objeto da garantia proporcionada pelo FGC, os Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado RDB (Recibo de Depósito Bancário) e CDB (Certificado de Depósito Bancário)’ (FGC, 2014). Outro fator importante a ser considerado é a cobrança do IR (Imposto de Renda) nos CDB/RDBs, com alíquota decrescente sobre o rendimento, em função do prazo de permanência na aplicação (BB, 2014).

Fundo de investimento As aplicações em Fundos de Renda Fixa podem ser realizadas por pessoas físicas ou jurídicas através de bancos comerciais e estão lastreadas em títulos da dívida pública e títulos privados (CASAROTTO; KOPITTKE, 2000). Também pode ser denominado por comunhão de recursos financeiros, isto é, todo o valor investido é utilizado na compra de bens, seja mobiliário ou títulos, que são todos passados ao investidor. Portanto, o fundo de investimento é uma poupança aplicada, em que qualquer pessoa, física ou jurídica pode realizar, porém sempre por intermédio do banco ou gestora de fundos de investimentos.

Os fundos de investimentos são classificados de acordo com o tipo de investimento, e deve-se identificar o perfil do investidor para assim escolher o fundo mais adequado. De acordo com a CVM (2014), os fundos de investimento podem ser classificados da seguinte forma: Fundo de Curto Prazo; Fundo Referenciado; Fundo de Renda Fixa; Fundo de Ações; Fundo Cambial; Fundo de Dívida Externa; e Fundo Multimercado. Em caso de aplicações em fundos de investimentos deve-se ter claro as taxas cobradas pela instituição financeira que administra o fundo, que podem variar de acordo com a instituição e o serviço que ela prestará, tais como taxas de administração, taxas de performance e despesas do fundo. Estas taxas, juntamente com a incidência de impostos, podem inviabilizar o investimento, ao se avaliar o lucro real obtido.

Câmbio O BCB (2014) define câmbio da seguinte forma: “Câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando um turista brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe do turista brasileiro a moeda nacional e lhe entrega (vende) a moeda estrangeira. Já quando um turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em reais, o agente autorizado a operar no mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, entregando-lhe os reais correspondentes.”

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Investir em câmbio significa comprar moedas estrangeiras, como o Dólar, Euro ou Libra, por exemplo. Na compra de uma moeda o investidor espera que esta tenha uma valorização em relação à moeda corrente, o Real, e assim vendê-la por um valor acima do valor de compra. Mas a compra de moeda também poderá ter outras finalidades, como viagens para o exterior, onde a mesma será usada ou para investimento de longo prazo.

De acordo com Frankenberg (1999), guardando dólar embaixo do colchão ou no cofre, haverá uma dupla perda, a primeira ocasionada pela perda do poder de compra do próprio dólar no decorrer dos anos e a segunda por não se investir esse mesmo dólar em alguma aplicação do mercado financeiro ou imobiliário. Esta mesma analogia pode ser replicada para outras moedas estrangeiras.

Também é possível seguir uma estratégia de diversificação de investimentos no exterior. O BCB (2014) define como investimento brasileiro em carteira, entre outros, as aquisições, por brasileiros, de ações de companhias estrangeiras. As negociações podem ser conduzidas tanto no Brasil, sob a forma de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) quanto diretamente no exterior. Além disso, entram na conta as compras de títulos de renda fixa negociados fora do país e emitidos por instituições estrangeiras.

Ouro O ouro é um investimento razoavelmente seguro e pode ser feito através dos bancos. As barras de ouro compradas podem ficar com o comprador ou ele poderá contratar um serviço de custódia ou guarda nos bancos. Diariamente são informados os valores do grama do ouro para compra e venda.

O Banco do Brasil (2014), em seu site, descreve duas modalidades para investimento em ouro. A primeira é através do Ouro Lingote, que é a modalidade de comercialização em barras de Ouro de 250 gramas. A segunda é o Ouro Escritural, que é a modalidade criada pelo Banco do Brasil (2014), especialmente para os seus correntistas que desejam investir em Ouro em quantidades múltiplas de 25g, permitindo assim que os investidores diversifiquem os investimentos sem que seja necessário alocar grande volume de recursos, como no padrão de negociação. A BM&FBOVESPA oferece, no mercado a vista, contratos com lotes de 250g, 10g ou 0,225g de ouro com teor de pureza de 0,999.

De acordo com o site da BM&FBOVESPA (2014), os principais riscos associados a este mercado são a flutuação de preço, influenciada, inclusive, por cenário macroeconômico, bem como pela cotação externa do metal e do dólar, o transporte e a guarda das barras de ouro pelo titular. Já os principais custos são referentes à taxa de corretagem, que é o valor cobrado pelas corretoras, pelo acesso ao mercado, taxa de custódia, que é apurada diariamente e cobrada mensalmente, seguro para transporte de barras de ouro e a incidência de imposto de renda em conformidade com a legislação vigente.

LCI Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um título de renda fixa emitido com base em lastro de créditos garantidos por hipoteca de primeiro grau de bens imóveis. São emitidos por instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, com carteira de créditos imobiliários.

A remuneração de LCI é geralmente calculada tendo por base o percentual do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia. O BB (2014) enfatiza dentre os pontos positivos deste investimento, as condições diferenciadas de rendimento, de liquidez e de tributação, sendo que os rendimentos da Letra de Crédito Imobiliário são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas e a alíquota de

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IOF (Imposto sobre Opções Financeiras) pode chegar a zero, de acordo com o prazo do investimento.

LCA De acordo com a BM&FBOVESPA (2014), a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro emitido com base em lastro de recebíveis originados de negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas, e terceiros, inclusive financiamentos ou empréstimos relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária. O Banco do Brasil (2014) enfatiza dentre os pontos positivos deste investimento, as condições diferenciadas de rendimento, de liquidez e de tributação, sendo que os rendimentos da LCA também são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas e a alíquota de IOF (Imposto sobre Opções Financeiras) é reduzida à zero. Ainda de acordo com o FGC (2014), as LCAs são objeto da garantia proporcionada pelo FGC. Existem outros tipos de títulos do agronegócio admitidos a registro e/ou negociação na BM&FBOVESPA (2014), como Cédula de Produto Rural (CPR), Certificado de Depósito Agropecuário/Warrant Agropecuário (CDA/WA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Estes não serão objetos deste estudo, ficando, portanto como indicação para inclusão em estudos futuros, com foco mais específico neste assunto.

Debêntures Uma forma de a empresa obter recursos é por emissão de debêntures, que são títulos de renda fixa negociáveis.

A CVM (2014), através do site Portal do investidor, define debênture como um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora. Esta consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma forma também de melhor gerenciar as dívidas destas empresas. A CVM esclarece ainda que ao disponibilizar os recursos para ser utilizado pela empresa, o comprador faz jus a uma remuneração. Desta forma, a debênture é um título de crédito privado em que os debenturistas são credores da empresa e esperam receber juros periódicos e pagamento do principal, correspondente ao valor unitário da debênture, no vencimento do título ou mediante amortizações nas quais se paga parte do principal antes do vencimento.

Como a emissão das debêntures envolve altos valores, é obrigatória a elaboração de um documento chamado ‘Escritura de Emissão’, onde são especificados os direitos e deveres dos debenturistas e da emissora. O governo federal, com o intuito de incentivar o crescimento do país, através da lei número 12431, isenta de imposto de renda os investidores pessoa física que participam de oferta de debêntures que tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura no país. Esta é uma forma de facilitar o financiamento destes projetos, que são importantes para o desenvolvimento e crescimento do país.

Títulos Públicos Este tipo de investimento criado pelo governo federal com o intuito de financiar as atividades do governo. Por outros lados é uma opção de investimento. A venda de títulos públicos geralmente é feita por leilão ou diretamente no Tesouro Nacional.

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De acordo com a descrição apresentada no próprio site do Tesouro Nacional (2014), os títulos públicos são ativos de renda fixa, ou seja, seu rendimento pode ser dimensionado no momento do investimento. Dada a menor volatilidade dos ativos de renda fixa frente aos ativos de renda variável, este tipo de investimento é considerado mais conservador, ou seja, de menor risco. O investidor deve escolher, entre os títulos ofertados, aqueles cujas características sejam compatíveis com o seu perfil e com o objetivo de seu investimento. Existem títulos prefixados, cuja taxa de rentabilidade é determinada no momento da compra. Há também títulos pós-fixados, cujo valor do título é corrigido por um indexador definido, como os títulos remunerados por índices de preços e indexados à taxa de juros básica da economia, a Selic1. Os títulos podem ser ainda de curto, médio ou longo prazo, e realizar ou não pagamento de cupons semestrais de juros.

Títulos públicos são considerados os ativos de menor risco da economia de um País, por serem garantidos pelo Tesouro Nacional. O Brasil possui excelente reputação de emissor, sendo que seus títulos são considerados Grau de Investimento pelas três maiores agências de classificação de risco.

Ações De longe, o mercado secundário mais ativo e o mais importante para os administradores financeiros é o mercado de ações. Aqui, os preços das ações de empresas são estabelecidos. Uma vez que o objetivo principal da administração financeira é maximizar o preço da ação da empresa, o conhecimento do mercado de ações é importante para qualquer pessoa envolvida no gerenciamento de um negócio (BRIGHAM, GAPENSKI, 2001, P.140).

Ações são ativos de empresas com capital aberto ou Sociedade Anônima (S.A), que são negociados em bolsas de valores, em outras palavras pode-se dizer que ações são pedaços ou partes das empresas que são vendidas na bolsa de valores. Quando uma pessoa compra um grupo de ações de uma empresa, significa que ela estará se tornando sócia daquela empresa, cuja participação dependerá da quantidade de ações compradas. As ações não são vendidas diretamente na bolsa, mas através das corretoras de valores mobiliários que são empresas credenciadas a operar no mercado de ações. Estas fazem a intermediação entre o investidor e a bolsa.

As ações podem ser ordinárias (ON) ou preferenciais (PN). As ações ordinárias dão o direito a participação nos lucros da empresa e ainda conferem o direito a voto nas assembleias da empresa. Já as ações preferenciais também permitem a participação nos lucros, porém, sem direito a voto.

No Brasil, a BM&FBOVESPA é uma companhia que administra mercados organizados de títulos, valores mobiliários e contratos derivativos, além de prestar serviços de registro, compensação e liquidação, atuando, principalmente, como contraparte central garantidora da liquidação financeira das operações realizadas em seus ambientes.

De acordo com a BM&FBOVESPA (2014), como regra geral, o IR sobre ganhos com ações é de 15%. Caso o investidor venda menos que 20 mil em ações num determinado mês, os ganhos deste período serão isentos. Importante ressaltar que existe também a taxa de 1 SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que é definido pelo BCB (2014) como sendo o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna de emissão do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia desses títulos. É também um sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos negócios. É a taxa básica de juros utilizada como referência pela política monetária na qual as taxas de juros cobradas pelo mercado se referenciam. A meta para a taxa SELIC é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

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corretagem, que é o valor cobrado pelas corretoras pelo acesso ao mercado, que dependendo da corretora, pode ser uma porcentagem da operação realizada ou um valor fixo e também a taxa de custódia, que é o valor mensal cobrado pela guarda das ações pela Bolsa e pelos serviços oferecidos pela Corretora. Esta taxa de custódia varia entre corretoras, podendo até ser gratuita.

FII De acordo com a BM&FBOVESPA (2014), os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) são veículos de investimento que agrupam investidores com o objetivo de aplicar recursos em ativos de cunho imobiliário. O patrimônio de um fundo imobiliário pode ser composto de imóveis comerciais, residenciais, rurais ou urbanos, construídos ou em construção, para posterior alienação, locação ou arrendamento. A rentabilidade para o investidor é dada de duas formas; pela distribuição mensal do resultado trazido pelos ativos do fundo e pela valorização destes ativos que possuem impacto direto no valor da cota do fundo.

A partir da instituição da Lei 11.196/2005, os rendimentos distribuídos pelos FIIs passaram a ser isentos de IR. Isto vale quando as seguintes condições são cumpridas: O FII possua no mínimo 50 investidores e tenha suas cotas negociadas em Bolsa, ou mercado de balcão organizado; O investidor pessoa física não possua 10% ou mais das cotas do Fundo, ou que seus rendimentos não representem 10% dos lucros auferidos pelo FII. Já o ganho de capital auferido por este tipo de investidor na venda de suas cotas no mercado secundário é tributado a uma alíquota de IR de 20%. Ainda, os FIIs podem ter suas cotas negociadas em bolsa de valores ou balcão organizado, o que, além de trazer maior liquidez ao investidor, é também condição obrigatória para que este, quando pessoa física, possa gozar de isenção de imposto de renda nos rendimentos mensais.

Além dos FIIs, a BM&FBOVESPA (2014) também oferece diferentes tipos de Fundos âs pessoas interessadas nesta aplicação financeira, como por exemplo, Fundos de Índices (ETF), Fundos de Investimento em Ações (FIA), Fundos de Investimento em Participações (FIP) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Estes não serão objetos deste estudo, ficando, portanto como indicação para estudos futuros.

2. METODOLOGIA Este trabalho assume o desafio em avançar em uma área carente de estudos no país, ao oferecer uma significativa contribuição ao entendimento e desenvolvimento da educação financeira e planejamento financeiro pessoal, que de acordo com Frankenberg (1999), significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa e dirigida para acumulação de bens e valores, que formará o patrimônio futuro da família. O objetivo então da pesquisa é identificar no contexto das finanças comportamentais, quais são os fatores relevantes para o investidor ao formar uma carteira de investimento.

Para isso, o método de pesquisa utilizado no trabalho foi a pesquisa do tipo exploratória, utilizando-se fontes secundárias, empregando como técnicas de coleta de dados oriundos de documentação, sites de bancos, corretoras, informações divulgadas pelo governo federal, observação formal e histórico de séries e dados estatísticos do Banco Central, IBGE e renomados institutos de pesquisas, além de estudo bibliográfico. A pesquisa exploratória é usada quando se busca um entendimento sobre a natureza geral de um problema, as possíveis hipóteses, alternativas e as variáveis relevantes que precisam ser consideradas. Neste caso, normalmente existe pouco conhecimento prévio daquilo que se pretende conseguir. Os métodos são muito flexíveis, não estruturados e qualitativos, para que

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o pesquisador compare seu estudo sem preocupações sobre aquilo que será encontrado. A falta de estrutura rígida permite que se investiguem diferentes idéias e indícios sobre a situação (Aaker, Kumar, Day, 2004, p. 94). Diante destes conceitos, pode-se considerar que o objetivo da pesquisa exploratória é examinar um problema ou situação para proporcionar maior conhecimento e compreensão sobre um determinado tema. De acordo com Rampazzo (2005) a pesquisa é chamada de documental porque procura documentos de fonte primária, provenientes de órgãos que realizam as observações. Já de acordo com Malhotra (2012, p.80) os dados secundários são aqueles que foram coletados para objetivos que não são relacionados diretamente ao problema em pauta e podem ser localizados de forma rápida e com custo relativamente baixo.

3. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS 3.1 Endividamento Das Famílias Brasileiras e Taxas de Juros O endividamento, segundo trabalho realizado pelo Centro de Estudos sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, é definido como sendo o saldo devedor de um indivíduo e este pode resultar apenas de uma dívida ou mais de uma simultaneamente, utilizando-se, neste caso, a expressão multiendividamento. Neste mesmo estudo é apresentado também o conceito de sobreendividamento, que é definido como a situação em que o devedor se acha impossibilitado de cumprir com os seus compromissos financeiros, sem por em risco a subsistência da família, ou seja, embora o devedor continue a satisfazer os seus compromissos, o faz com certas dificuldades (OEC, 2002).

O gráfico 1, abaixo representa o endividamento das famílias brasileiras, com o Sistema Financeiro Nacional, exceto crédito habitacional, em relação à renda acumulada dos últimos doze meses, bem como o endividamento imobiliário das famílias com o Sistema Financeiro Nacional, em relação à renda acumulada no mesmo período. Estes valores foram obtidos por meio da série n° 20400 do Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS), disponível no site do Banco Central do Brasil.

Gráfico 1 Gráfico 2

Fonte: Dados do BCB

No gráfico 2 é apresentada a taxa média de juros das novas operações de crédito contratadas no período de referência no Sistema Financeiro Nacional. Taxa ponderada pelo valor das concessões. Inclui operações contratadas no segmento de crédito livre e no segmento de crédito direcionado. Estes valores foram extraídos da série 20716 (Taxa média de juros das operações de crédito - Pessoas físicas - Total) disponível no site do Banco Central do Brasil, representando a evolução da taxa média de juros (ao ano) registradas ao longo dos últimos meses, para pessoas físicas, no Brasil.

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3.2 Avaliação Do Cenário Inflacionário No Brasil Os modelos macroeconômicos usualmente tratam a inflação como uma grandeza única, buscando quais são seus determinantes e as políticas mais adequadas para contê-la (MARTINEZ; CERQUEIRA, 2011). “O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários. O Comitê enfatiza, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda” (BCB - Relatório de Inflação, 2014 p. 9).

No Brasil, historicamente, as principais instituições que calculam os índices de preços para economia brasileira são Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE). Segue abaixo o gráfico mostrando a evolução do índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) registrada nos últimos anos (% ao mês).

Gráfico 3

Fonte: Dados do BCB

Trimestralmente é publicado pelo Banco Central do Brasil (2014), o Relatório de Inflação que tem o objetivo de avaliar o desempenho do regime de metas para a inflação e delinear cenário prospectivo sobre o comportamento dos preços, explicitando as condições das economias nacional e internacional que orientaram as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à condução da política monetária. “No que se refere a projeções de inflação, de acordo com procedimentos tradicionalmente adotados e levando em conta o conjunto de informações disponíveis até 14 de março de 2014 (data de corte), o cenário de referência, que pressupõe manutenção da taxa de câmbio constante no horizonte de previsão em R$2,35/US$ e meta para a taxa Selic em 10,75% ao ano (a.a.), projeta inflação de 6,1% em 2014, 5,5% em 2015 e 5,4% no primeiro trimestre de 2016” (Relatório de Inflação do BCB, 2014 p.9).

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3.3 Rendimento Atual Das Principais Aplicações Financeiras De acordo com a legislação atual, ou seja, art. 12 da Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, com a redação dada pela Medida Provisória nº 567, de 3 de maio de 2012, e art. 7º da Lei nº 8.660, de 28 de maio de 1993, a remuneração dos depósitos de poupança é composta de duas parcelas: A primeira é a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial - TR, e a segunda é a remuneração adicional, correspondente a 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%.

No gráfico abaixo está representado a evolução do rendimento registrado nos últimos anos da cardeneta de poupança. Os valores registrados representam o rendimento mensal apresentado no período de acordo com a data diária de aniversário.

Gráfico 4

Fonte: Dados do BCB

Observa-se um período onde a Taxa Referencia (TR) ficou próxima ou igual a zero, fazendo com que a correção ficasse muito próximo de 0,5% ao mês, no mesmo período. Para a ‘nova’ poupança também houve períodos com rendimentos abaixo de 0,5%.

Uma alternativa de investimento a ser apresentada é o Tesouro Direto, conforme tabela abaixo. Neste o investidor pode optar por adquirir títulos públicos prefixados e pós-fixados. A rentabilidade da aplicação depende do desempenho do indexador e da taxa contratada no momento da compra.

Tabela 1: Títulos negociados no Tesouro Direto.

Título Vencimento Taxa(a.a.) Preço Unitário Dia

Compra Venda Compra Venda

Indexados ao IPCA NTNB Principal 150519 15/05/2019 5,78% - R$ 1.847,65 - NTNB 150820 15/08/2020 5,82% - R$ 2.502,97 - NTNB Principal 150824 15/08/2024 6,06% - R$ 1.339,73 - NTNB 150535 15/05/2035 6,03% - R$ 2.440,91 - NTNB Principal 150535 15/05/2035 6,08% - R$ 710,63 - NTNB 150850 15/08/2050 6,06% - R$ 2.464,82 -

Prefixados LTN 010117 01/01/2017 11,76% - R$ 750,01 - LTN 010118 01/01/2018 11,96% - R$ 667,69 - NTNF 010125 01/01/2025 12,10% - R$ 923,25 -

Indexados à Taxa Selic LFT 070317 07/03/2017 -0,02% - R$ 6.145,93 -

Fonte: Dados Tesouro Nacional

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Importante destacar que entre a data de compra e de vencimento, o preço do título flutua em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros futuras. “Uma redução nas taxas de juros de mercado em relação à taxa de compra do título provocará aumento no valor do título. Já um aumento nas taxas de juros proporciona o efeito contrário” (Tesouro Nacional, 2014).

A fim de conceder liquidez aos títulos públicos adquiridos no Tesouro Direto, o Tesouro Nacional realiza recompras semanais, no valor atual de mercado, que pode ser maior, igual ou menor que o valor originalmente pago pelo título. Assim, a diferença entre o preço de aquisição e o valor de mercado, menos o custo de oportunidade, representa o ganho do investidor que não leva o papel até o resgate.

Os impostos cobrados sobre as operações realizadas no Tesouro Direto são os mesmos que incidem sobre as operações de renda fixa, além das taxas de custódia da BMFBOVESPA de 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos e da taxa que é cobrada pelos agentes de custódia.

Outro importante tipo de alternativa para investimento são as LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio), que como já destacado anteriormente, são títulos emitidos por uma instituição financeira, utilizados para captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio. Abaixo será apresentado o rendimento histórico estimado de três títulos tradicionais de renda fixa LCA. Para realização dos cálculos dos rendimentos, para esta análise, foram avaliados diversos títulos emitidos por diferentes instituições financeiras e selecionado apenas três títulos de bancos distintos e de diferente porte. Esta escolha foi realizada para exemplificação do comportamento deste investimento ao longo dos anos.

O primeiro é um banco de grande porte, tradicional no mercado (BG). O segundo trata-se de um Banco de médio porte, também tradicional no mercado (identificado como BM). Já o terceiro é um banco de porte menor, pouco conhecido no mercado (BP). Os três rendimentos seguem o mesmo padrão de curva porque para todos estes, a remuneração se da através de juros flutuantes baseados na Taxa DI, que é o índice de taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia (BM&FBOVESPA, 2014). Pode-se observar que para bancos maiores, o percentual da taxa DI pago aos clientes é, em geral, mais baixo, geralmente em torno de 80% do DI. Este percentual aumenta para em torno de 90% para os bancos médios e aproxima ainda mais da taxa DI nos casos dos bancos menores, podendo ainda ser possível encontrar aplicações com valores acima do DI. Para avaliação do ganho real deste investimento, ou seja, descontado da inflação, é apresentado também o gráfico com a mesma base de dados, porém representado pelos valores de rendimentos anuais, para assim facilitar a comparação com a meta de inflação estipulada para o país. Observa-se, portanto um período de aproximadamente um ano, onde o valor do rendimento esteve dentro da faixa para o valor máximo estipulado como meta para a inflação, que é atualmente de 4,5 ± 2 p.p., de acordo com o BCB (2014).

Gráficos 5 e 6

Fonte: Bancos Central do Brasil

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No gráfico abaixo será apresentada a evolução do rendimento de três títulos de renda fixa LCI, escolhidos de forma similar ao que foi apresentado para as LCAs e para efeito de comparação estão sendo apresentados juntamente com o rendimento observado para a caderneta de poupança (nova).

Gráfico 7

Fonte: Bancos Central do Brasil

É importante reforçar, como já mencionado anteriormente, que estes investimentos são isentos de Imposto de Renda (IR), para pessoas físicas. Por isso, esses títulos geralmente alcançam melhores rentabilidades do que outros produtos de renda fixa disponíveis no mercado, como o CDB, por exemplo, além de também contar com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito. Estas características em conjunto proporcionam melhor rentabilidade ao investimento e menor risco. O interessado nestes produtos deve atentar para a qualidade do lastro, como também para a credibilidade da instituição financeira. Mesmo sendo investimentos com boa rentabilidade, observa-se uma variação significativa do rendimento ao longo dos anos. Isto se deve à forte variação da taxa SELIC, no período avaliado, que registrou valores mínimos de aproximadamente 7,11% ao ano, até o valor máximo de aproximadamente 12,42% ao ano.

Tabela 2: Variação da Taxa SELIC (%a.a.) Média 9,64 Erro padrão 0,049 Mediana 9,90 Desvio padrão 1,61 Variância da amostra 2,59 Mínimo 7,11 Máximo 12,42 Nível de confiança(95,0%) 0,095 Período jan 2010 a maio 2014.

Fonte: Bancos Central do Brasil

Uma alternativa de diversificação pode ser uma debênture, cuja remuneração normalmente é superior à dos títulos emitidos pelo Tesouro, pois tem risco de crédito da empresa emissora. O investidor, ao investir em uma debênture, poderá também ter rendimentos periódicos (juros) ou mesmo converter seu investimento em ação na data de conversão estabelecida na escritura, dependendo do tipo dessa debênture.

Após a análise de alguns investimentos tipicamente de renda fixa, serão avaliados alguns investimentos em renda variável e mistos.

Para avaliação do comportamento das ações nos últimos anos será levado em consideração o Ibovespa, que é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos em sua metodologia. De acordo com a BM&FBOVESPA (2014), o

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objetivo do Ibovespa é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. Segue abaixo o gráfico histórico apresentando o desempenho do Ibovespa nos últimos anos.

Gráfico 8

Fonte: BM&FBOVESPA (2014)

A BM&FBOVESPA (2014) destaca como vantagens em investimento em ações, o potencial de boa rentabilidade no longo prazo, a distribuição de dividendos, a possibilidade de início com baixo valor de investimento, a liquidez dos papéis, a facilidade de acompanhamento dos investimentos on-line, a possibilidade de alugar suas ações e ganhar um rendimento extra e a eficiência tributária, na qual o Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos da aplicação em ações é cobrado apenas na saída do investimento, e só existe se o resgate for maior do que R$ 20 mil (neste caso são cobrados 15% sobre o ganho, medido pela diferença entre o valor aplicado e o resgatado). Já para a avaliação da performance de um fundo de investimentos é recomendável a análise de, no mínimo, doze meses, sendo importante destacar que o desempenho passado não garante o desempenho futuro. É fundamental ler e entender o prospecto, bem como o regulamento do fundo antes de investir e entender os riscos associados aos diversos tipos de fundo disponível.

Como apresentado, para se investir bem, é fundamental saber em que aplicar, conhecer o mercado e buscar sempre o melhor retorno possível, de acordo com o nível de risco assumido. A diversificação também é importante, pois ao concentrar os investimentos em uma só aplicação, o investidor fica desprotegido e aumenta a sua exposição ao risco. A diversificação equilibra o portfólio de investimentos. As diferentes estratégias podem se complementar, diminuindo o risco do portfólio em cenários instáveis ou de crise. Pode-se perceber que um único investimento não se desempenha bem o tempo todo, sendo portanto necessário reavaliar de tempos em tempos o portfólio da carteira de investimento, visando o melhor aproveitamento dos recursos aplicados. “Por isso, para ter certeza de que seus objetivos serão realmente atingidos, acompanhe sempre o desempenho de suas aplicações, procure manter-se permanentemente informado e, de tempos em tempos, reavalie suas decisões de investimento para ver se continuam coerentes em relação aos seus planos e ao ambiente que o cerca. Uma boa sugestão é diversificar suas aplicações entre investimentos com diferentes características (por exemplo, imóveis, renda fixa e renda variável), na tentativa de minimizar riscos e maximizar a rentabilidade de seu portfólio de investimentos” (BCB, 2013).

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4. CONTRIBUIÇÕES E CONCLUSÕES O planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa e dirigida para acumulação de bens e valores, que formará o patrimônio da família, sendo que esta estratégia pode ser de curto, médio ou longo prazo. O sobreendividamento põe em risco o equilíbrio orçamental do indivíduo e da família, com implicações importantes ao nível social e psicológico, como a marginalização e a exclusão social, os problemas psíquicos, o alcoolismo, a dissolução das famílias, as perturbações da saúde física e mental dos filhos das famílias sobreendividadas, etc. Embora os valores apresentados ainda não sejam considerados como críticos, mesmo assim, foi observado um alto endividamento das famílias brasileiras, quando comparado com à renda acumulada. Este endividamento penaliza muito as famílias brasileiras devido às altas taxas de juros cobradas no mercado. Um controle no orçamento familiar se faz necessário para inverter a condição do indivíduo de devedor para investidor.

A rentabilidade dos investimentos individuais também contribui para o equilíbrio orçamentário das famílias e indivíduos. Assim, o objetivo desta pesquisa é identificar no contexto das finanças comportamentais, quais são os fatores relevantes para o investidor ao formar uma carteira de investimento.

Quando se fala em investimento, um dos maiores erros que se podem cometer é desprezar a inflação, independentemente de ela ser alta ou baixa. A inflação pode anular parte ou todo o ganho que o investidor acredita estar obtendo com uma aplicação financeira.

A tendência é que a inflação continue sob controle, mas a recente desvalorização cambial mostra que nem tudo pode ser previsto. Para se garantir, é importante, sempre, levar em conta o rendimento real, ou seja, descontar a inflação dos ganhos dos investimentos.

Produtos financeiros como depósitos de poupança, CDBs, LCAs e LCIs, por exemplo, são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, uma instituição privada que protege os depositantes e os investidores e, assim, contribui para a manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de 250 mil reais, limitado ao saldo existente. Esta garantia reduz os riscos das aplicações destes investimentos. Outro fator importante a ser analisado é a isenção de IR (pessoa física) dentre outros tributos e taxas de administração, para alguns tipos de investimentos. Ao se realizar o desconto de impostos e outras taxas sobre os ganhos obtidos no investimento, altera-se a expectativa de ganho real e por consequência alteram-se as alternativas de investimentos mais rentáveis. Para ter certeza de que os objetivos dos investimentos serão realmente atingidos, é importante acompanhar sempre o desempenho das aplicações, procurar manter permanentemente informado e, de tempos em tempos, reavaliar as decisões de investimento, para verificar se continuam coerentes em relação ao planejado. O histórico dos rendimentos não garante o desempenho futuro. A diversificação também é importante, pois ao concentrar os investimentos em uma só aplicação, o investidor fica desprotegido e aumenta a sua exposição ao risco. A diversificação equilibra o portfólio de investimentos. As diferentes estratégias podem se complementar, diminuindo o risco do portfólio em cenários estáveis ou de crise. Pode-se perceber que um único investimento não se desempenha bem o tempo todo, sendo, portanto necessário reavaliar de tempos em tempos o portfólio da carteira de investimento, visando o melhor aproveitamento dos recursos aplicados.

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