FÉ EM FÉ -...
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RELEMBRANDO
• Creio = fé
• Jesus = nome que salva
• Cristo = título messiânico
• Único Filho = somos filhos no Filho
• Senhor = Ele é o Kyrios
TEMÁTICA DA AULA
A concepção da Segunda Pessoa da Trindade no seio de Maria a Teologia chama de Encarnação.
TEMÁTICA DA AULA
O CIC, ao falar da Encarnação, apresenta o seguinte esquema:
• Razões da Encarnação
• Conceito de Encarnação
• Princípio Calcedônico
• Dimensões da humanidade de Cristo: alma, conhecimento, vontade, corpo e afeto
1. RAZÕES DA ENCARNAÇÃO
Razão Gnosiológica
O Verbo se fez carne para conhecermos o amor de Deus
(CIC 458)
1. RAZÕES DA ENCARNAÇÃO
Razão Participativa
O Verbo se fez carne para participarmos da natureza divina
(CIC 460)
1.1 Razão Soteriológica
Somente o homem Jesus, nascido sem pecado, pode dar a Deus uma satisfação: a sua vida
1.3 Razão Ética
Jesus era o grande modelo de tendência ética dos homens e nisto se buscava o significado
salvífico de Jesus
1.4 Razão Participativa
Posição da Cristologia Antiga
Santo Ireneu (século II)
Santo Atanásio (século III)
1.4 Razão Participativa
Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, a razão pela qual o Filho de Deus se tornou Filho do
homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a
filiação divina, se torne filho de Deus
(Santo Ireneu)
1.4 Razão Participativa
A Encarnação é a possibilidade de que o Verbo se comunique novamente ao ser humano, de
maneira humana, visto que a comunicação havíamos perdido mediante o pecado
1.4 Razão Participativa
O homem foi criado à imagem de Deus
(Cf. Gn 1,26)
O Verbo é a imagem de Deus
(Cf. Col 1,15)
1.4 Razão Participativa
Pois o Filho de Deus se fez homem para que o homem se torne Deus
(Santo Atanásio)
2. CONCEITO DE ENCARNAÇÃO
A Igreja chama “Encarnação” ao fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana
para nela levar a efeito a nossa salvação
(CIC 461)
2. CONCEITO DE ENCARNAÇÃO
O que significa a palavra “Encarnação”?
É a versão portuguesa do latim incarnatio, que por sua vez é a tradução literal do grego sárkosis
(carne), tomada em sinédoque por “homem”; encarnar-se é tornar-se homem.
2. CONCEITO DE ENCARNAÇÃO
O núcleo da fé cristã é a Encarnação
A fé na verdadeira Encarnação do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã
(CIC 463)
3. PRINCÍPIO CALCEDÔNICO
Termo referente ao Concílio de Calcedônia (451), que promulgou que Cristo é Verdadeiro Deus e
Verdadeiro Homem
3. PRINCÍPIO CALCEDÔNICO
O acontecimento único e absolutamente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que Jesus
Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que seja o resultado de uma mistura confusa do divino com o humano. Ele se fez verdadeiro homem, permanecendo
verdadeiro Deus. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem
(CIC 464)
4. DIMENSÕES DA HUMANIDADE DE CRISTO
Princípio dos Santos Padres
O que não foi assumido não é redimido
4. DIMENSÕES DA HUMANIDADE DE CRISTO
Uma vez que, na união misteriosa da Encarnação, “a natureza humana foi assumida, não absorvida”, a Igreja, no decorrer dos
séculos, foi levada a confessar a plena realidade da alma humana, com as suas operações de inteligência e vontade, e do corpo humano de Cristo. Mas, paralelamente, a mesma Igreja
teve de lembrar repetidamente que a natureza humana de Cristo pertence, como própria, à pessoa divina do Filho de Deus que a
assumiu. Tudo o que Ele fez e faz nela, depende de “um da Trindade”. Portanto, o Filho de Deus comunica à sua humanidade o seu próprio modo de existir pessoal na Santíssima Trindade. E
assim, tanto na sua alma como no seu corpo, Cristo exprime humanamente os costumes divinos da Trindade
(CIC 470)
4. DIMENSÕES DA HUMANIDADE DE CRISTO
Na realidade o mistério do homem só se torna claro verdadeiramente no mistério do Verbo encarnado. Cristo manifesta plenamente o
homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação. Não é, portanto, de se
admirar que em Cristo estas verdades encontrem sua fonte e atinjam seu ápice
4. DIMENSÕES DA HUMANIDADE DE CRISTO
Imagem do Deus invisível (Col 1,15), Ele é o homem perfeito, que restituiu aos filhos de Adão a semelhança divina,
deformada desde o primeiro pecado. Como a natureza humana foi n'Ele assumida, não aniquilada, por isso mesmo também foi em nós elevada a uma dignidade sublime. Com
efeito, por Sua encarnação, o Filho de Deus uniu-Se de algum modo a todo homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se
verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado
(GS 22)
4.1 A Alma de Cristo
Esta alma humana, que o Filho de Deus assumiu, é dotada de um verdadeiro conhecimento humano. Como tal, este não podia ser por si mesmo ilimitado. Exercia-se nas condições históricas da sua existência no espaço e no
tempo. Foi por isso que o Filho de Deus, fazendo-Se homem, pôde aceitar “crescer em sabedoria, estatura e graça” (Lc 2, 52) e também teve de Se informar sobre o que, na condição humana, deve aprender-se de modo
experimental. Isso correspondia à realidade do seu abatimento voluntário na condição de servo
(CIC 472)
4.1 A Alma de Cristo
Mas, ao mesmo tempo, este conhecimento verdadeiramente humano do Filho de Deus exprimia a
vida divina da sua pessoa. A natureza humana do Filho de Deus, não por si mesma, mas pela sua união com o
Verbo, conhecia e manifestava em si tudo o que é próprio de Deus. É o caso, em primeiro lugar, do conhecimento
íntimo e imediato que o Filho de Deus feito homem tem do seu Pai. O Filho também mostrava, no seu
conhecimento humano, a clarividência divina que tinha dos pensamentos secretos do coração dos homens
(CIC 473)
4.2 A Vontade Humana de Cristo
De igual modo, a Igreja confessou, no sexto Concilio ecumênico, que Cristo possui duas vontades e duas
operações naturais, divinas e humanas, não opostas, mas cooperantes, de maneira que o Verbo feito carne quis
humanamente, em obediência ao Pai, tudo quanto decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação. A vontade humana de Cristo segue a sua vontade divina, sem fazer resistência nem oposição em
relação a ela, antes estando subordinada a essa vontade onipotente (CIC 475)
4.3 O Corpo de Cristo
Afirmar que Cristo é verdadeiramente homem é afirmar a passibilidade de seu corpo
4.3 O Corpo de Cristo
Uma vez que o Verbo Se fez carne, assumindo uma verdadeira natureza humana, o corpo de
Cristo era circunscrito. Portanto, o rosto humano de Jesus pode ser “pintado”. No VII Concílio
ecuménico, a Igreja reconheceu como legítimo que ele fosse representado em santas imagens.
(CIC 476)
4.3 O Corpo de Cristo
Ao mesmo tempo, a Igreja sempre reconheceu que, no corpo de Jesus, Deus que, por sua natureza, era invisível, tornou-Se visível aos nossos olhos. Com efeito, as particularidades individuais do corpo de Cristo exprimem a pessoa divina do Filho de Deus. Este fez seus os traços do seu corpo humano, de tal modo que, pintados numa imagem sagrada, podem
ser venerados porque o crente que venera a sua imagem, venera nela a pessoa nela representada
(CIC 477)
4.4 Os Afetos de Cristo
Jesus conheceu-nos e amou-nos, a todos e a cada um, durante a sua vida, a sua agonia e a sua paixão,
entregando-Se por cada um de nós: “O Filho de Deus amou-me e entregou-Se por mim” (Gl 2, 20). Amou-nos a
todos com um coração humano. Por esse motivo, o Sagrado Coração de Jesus, trespassado pelos nossos pecados e para nossa salvação é considerado sinal e
símbolo por excelência daquele amor com que o divino Redentor ama sem cessar o eterno Pai e todos os homens
(CIC 478)
CONSEQUÊNCIAS PARA NOSSA FÉ
• A Encarnação é o modo de vermos o humano a partir de uma perspectiva diferenciada
• A Encarnação nos possibilita uma justa relação com a as coisas criadas
CONCLUSÃO
Ó Cristo Jesus, carregais verdadeiramente em vossa humanidade toda a implacável grandeza do mundo. E é por isso, por essa inefável síntese realizada em vós, que nossa experiência e nosso pensamento jamais ousaram
reunir para adorar em conjunto: o elemento e a totalidade, a unidade e a multidão, e espírito e a matéria, o infinito e o pessoal; é pelos contornos indefiníveis que esta complexidade dá à vossa Face e à vossa Ação que meu coração, cativado pelas realidades cósmicas, se dá
apaixonadamente a vós (Teilhard Chardin)