FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o...

43
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. Por: Luciana Batista Moreira Orientador Prof. Maria Esther de Araújo Rio de Janeiro 2009

Transcript of FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o...

Page 1: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO

FEEDBACK PARA OS COLABORADORES.

Por: Luciana Batista Moreira

Orientador

Prof. Maria Esther de Araújo

Rio de Janeiro

2009

Page 2: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

LUCIANA BATISTA MOREIRA

A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO

FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial. Por: Luciana Batista Moreira

Rio de Janeiro

2009

Page 3: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

FOLHA DE ROSTO

LUCIANA BATISTA MOREIRA

A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FEEDBACK PARA OS

COLABORADORES.

Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Candido Mendes, como exigência parcial para conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial.

Nota: ________________ Aprovada ( ) Aprovada com louvor ( ) Aprovada com restrições ( ) Reprovada ( ) Data: ____/____/_______ _________________________________________________________

Professor (a) Universidade Candido Mendes

__________________________________________________________

Professor (a) Universidade Candido Mendes

_________________________________________________________

Professor (a) Universidade Candido Mendes

Page 4: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

AGRADECIMENTOS

A Deus que tornou possível a

concretização desse trabalho, me

dando força para chegar até aqui,

de onde partirei para caminhos

diversos, mas nunca sozinho.

A todos os professores e

colaboradores da Universidade

Candido Mendes que de forma

atenciosa e proficiente me

ensinaram a ser profissional

diferenciado flexível e capacitado

para enfrentar desafios

profissionais.

Page 5: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu

namorado Rafael, aos meus pais e ao

meu irmão que estiveram sempre ao

meu lado dando forças para continuar

nessa caminhada

Page 6: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

RESUMO

Durante muito tempo, os administradores preocuparam-se

exclusivamente com a eficiência da máquina como meio de aumentar a

produtividade da empresa. A ênfase sobre o equipamento e a

abordagem mecanicista da administração não resolveu o problema do

aumento da eficiência da organização. O homem era visto como um

objeto moldável aos interesses da organização e facilmente manipulável,

uma vez que se acreditava ser motivado exclusivamente por motivos

salariais e econômicos. Constatou-se que as organizações conseguiram

resolver os problemas relacionados com a máquina, porém nenhum

progresso foi alcançado em relação ao homem e a eficiência das

organizações ainda estava a desejar. Com o surgimento da Escola de

Relações Humanas e humanização da teoria da administração a

preocupação dos administradores passou a ser o homem. A avaliação

de desempenho é um processo que serve para julgar ou estimar o valor,

a excelência e as qualidades de uma pessoa e, sobretudo, qual é a sua

contribuição para o negócio da organização. Dessa forma, este trabalho

apresenta resultados obtidos por meio de uma pesquisa bibliográfica

sobre o tema avaliação de desempenho humano. Apresentam-se

algumas questões referentes aos métodos de avaliação.

Page 7: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

METODOLOGIA

Para o presente estudo será utilizada a metodologia de revisão,

com pesquisa bibliográfica, conforme afirmam Marconi e Lakatos (2002),

tem por finalidade abranger toda a bibliografia tornada pública em

relação ao tema em questão, colocando o pesquisador em contato direto

com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

Page 8: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO ................................................................................................. 2

AGRADECIMENTOS ............................................................................................... 2

DEDICATÓRIA ......................................................................................................... 3

RESUMO ................................................................................................................... 4

METODOLOGIA ....................................................................................................... 5

SUMÁRIO .................................................................................................................. 6

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8

1. NOÇÕES HISTÓRICAS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPRENHO ................... 9

1.1 CONCEITUANDO AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ............................................... 10

1.2. A NECESSIDADE DE SE AVALIAR O DESEMPENHO ........................................... 13

1.3. QUEM DEVE APLICAR A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO HUMANO? .................... 16

1.4. FORMAS DE AVALIAÇÃO ................................................................................. 19

1.4.1. Avaliação realizada pela equipe de trabalho................................ 19

1.4.2. Avaliação 360° ........................................................................... 20

1.4.3. Avaliação de baixo para cima ..................................................... 21

2. MÉTODOS TRADICIONAIS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ............. 23

2.1. ESCALAS GRÁFICAS DO DESEMPENHO ........................................................... 23

2.2. ESCOLHA FORÇADA ....................................................................................... 26

2.3. PESQUISA DE CAMPO..................................................................................... 27

3. MÉTODOS MODERNOS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO .................. 29

3.1. TENDÊNCIA CONTEMPORÂNEA: AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIAS .................. 31

3.2. AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIAS .................................................................... 32

4. OS BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HUMANO NAS

ORGANIZAÇÕES................................................................................................... 36

4.1. A ÉTICA NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ..................................................... 36

4.2. A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO ................................................................. 38

CONCLUSÃO ......................................................................................................... 40

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 42

Page 9: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

8

INTRODUÇÃO

As organizações crescem no decorrer dos anos e conseqüentemente o

número de funcionários aumenta. Portanto faz-se necessário saber como

esses funcionários estão desempenhando suas tarefas e, da mesma forma,

percebe-se uma necessidade por parte dos mesmos em receber um feedback

de seus gestores,ou seja, dos sócios-proprietários da organização, em

relação ao desempenho individual. Ora, a melhor forma de dar esse feedback

parece ser a avaliação do desempenho das pessoas.

As organizações inovaram seus processos de trabalho, diminuíram

seus efetivos e dos poucos que sobraram, esperam um desempenho acima

do normal; querem resultados, e resultados significativos do trabalho de seus

colaboradores. É justamente aí que entra a questão da necessidade de se ter

uma metodologia para avaliar o desempenho humano, para saber de fato se

os colaboradores estão contribuindo para que a organização consiga atingir

os resultados desejados. Se esses colaboradores estão adicionando valor ao

serviço final e se estão trabalhando para a obtenção e manutenção da

competitividade organizacional.

Assim sendo, o interesse em pesquisar o tema abordado se deu devido

ao fato de muitas empresas ainda não terem implantado em seu sistema de

gestão um processo de avaliação de desempenho humano. Percebe-se

também uma necessidade por parte dos colaboradores em receber um

feedback de como sua funções estão sendo desempenhadas e quais são os

resultados esperados.

O presente estudo tem por objetivo analisar alguns dos processos de

avaliação do desempenho humano desenvolvidos para as organizações.

Page 10: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

9

1. NOÇÕES HISTÓRICAS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPRENHO

O método analítico denominado avaliação de desempenho ou de mérito, não é como se considera em alguns casos, um fim. É mais uma ferramenta, um principio aplicável à área da administração dos meios humanos, com profundas repercussões sobre outras áreas, entre as quais a da produção e a dos custos (MARIANO; MARIANO, 1979, p. 67 e 68).

Para os autores, esse método, embora não elimine totalmente o

aspecto subjetivo e a tendenciosidade humana ao colocar-se um homem

avaliando o desempenho de outro, visa a transformar comparações ou

deduções assistemáticas e não raro, altamente viciadas, em julgamentos

programados, organizações e, tanto quanto possível, isentos de parcialismos.

A eliminação destes no sistema de avaliação parece-nos impossível, de vez

que sempre será a análise de uma pessoa por outra. Critérios diversos

podem proporcionar a diminuição dessa fraqueza humana e vulnerabilidade

do sistema, porém não de todo. O que se tem como objetivo é orientar o ato

de analisar, de julgar, fazendo com que incida a apreciação sobre fatores

próprios do trabalho, conforme os enfoques específicos, e não por

consideração a fatores completamente dissociados do mesmo, como por

exemplo, o avaliado e o avaliador pertencerem a um mesmo clube, serem,

companheiros de atividades extra-empresa, dentre outros.

O responsável pelos estudos sobre avaliação de desempenho,

provavelmente terá sido Walter Dill Scott, introduzindo nos Estados Unidos

há mais de meio século uma escala de avaliação usada pelo Exército desse

país durante a I Guerra Mundial. Ainda cita que, no Brasil, um dos poucos

países onde a administração dos meios humanos tem a sua cronologia fixada

numa data determinada (12 de dezembro de 1930 – Decreto nº. 19.482),

sendo por isto um dos primeiros a estabelecer regras para as relações

empregado-empregador, a avaliação de desempenho não vem sendo

amplamente utilizada, mesmo quando apenas aplicado o seu resultado às

promoções salariais (MARIANO E MARIANO, 1979).

Page 11: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

10

O sistema de avaliação de desempenho não deve ter como objetivo

primordial o ajustamento do funcionário em relação ao salário entre o mínimo

e o máximo determinados pelo método de avaliação de funções.

1.1 Conceituando Avaliação de Desempenho

Pode-se conceituar a avaliação de desempenho, segundo Milioni

(2002), como o processo de avaliação de fatores considerados relevantes

para uma organização tais como: assiduidade, pontualidade, disciplina,

dedicação, relacionamento e apresentação pessoal.

Para Chiavenato (2004) a avaliação do desempenho humano é um

processo de redução da incerteza e, ao mesmo tempo, uma busca por

harmonia no ambiente de trabalho, ou seja, reduz a incerteza ao proporcionar

ao funcionário um feedback. O feedback, no dizer de Chiavenato (2004) é um

retorno que aprimora o desenvolvimento de competências e habilidades em

relação ao trabalho desempenhado pelo colaborador, e busca a harmonia à

medida que proporciona uma troca de idéias e a concordância de conceitos

entre colaboradores e seus gestores.

De acordo com Marras (2000) entende-se que:

Desempenho humano é o ato ou efeito de cumprir ou executar determinada missão ou meta previamente traçada. É diretamente proporcional a duas condições do ser humano: o ‘querer fazer’, que explicita o desejo endógeno de realizar (a motivação), e o ‘saber fazer’, isto é, a condição cognitiva e experiencial que possibilita o indivíduo realizar com eficiência e eficácia alguma coisa. (MARRAS, 2000, p.173)

Segundo Davis (2001), percebe-se que a avaliação do desempenho é o

processo de certificação da qualidade de atuação dos colaboradores, sendo

necessária para alocar recursos em um ambiente dinâmico, recompensar

colaboradores, fornecer feedback em relação ao desempenho, manter

relações justas dentro dos grupos, aconselhar e desenvolver colaboradores e

atender regulamentos. Assim sendo, sistemas de avaliação do desempenho

Page 12: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

11

são necessários para uma correta gestão e também para o desenvolvimento

dos recursos humanos na organização.

Bergamini e Beraldo (1988) afirmam que caracterizar a avaliação do

desempenho em termos institucionais é um processo que prevê

oportunidades mais definidas de entendimento entre as pessoas, propondo a

revisão e a atualização mais permanente do seu próprio comportamento. Isto

significa dizer que a implantação de um processo de avaliação desenvolve

um clima de confiança e espontaneidade, permitindo assim um melhor

relacionamento entre as pessoas dentro da organização.

A avaliação do desempenho humano, de acordo com Chiavenato

(2004), consiste em uma observação cuidadosa do desempenho de cada

colaborador em relação às atividades que ele executa, das metas e

resultados a serem alcançados propostos pela organização e da sua

capacidade de desenvolver-se ao longo do tempo.

Vroom (1997, p. 5) afirma que “a avaliação do desempenho em cargos

gerenciais tornou-se uma prática padrão em muitas empresas nos últimos

vinte anos e hoje continua sendo adotada por muitas outras”.

De acordo com Marras (2000), pode-se definir avaliação de

desempenho como um instrumento gerencial que permite ao administrador

mensurar os resultados obtidos por um colaborador ou por um grupo, em

períodos e áreas específicas envolvendo conhecimentos, metas e

habilidades.

É um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e

as qualidades de uma pessoa e, sobretudo, qual é a sua contribuição para o

negócio da organização, conforme afirma Chiavenato (2004). Sendo um

processo dinâmico, envolve o avaliado e seu gestor e está se tornando uma

ferramenta indispensável nas organizações atuais. Portanto, a administração

deve delinear e operacionalizar esses processos de forma cuidadosa a fim de

alcançar seus objetivos e metas traçados.

Para que se alcancem tais objetivos e metas, o desempenho humano

tem um papel fundamental, mas esse desempenho varia de pessoa para

pessoa e de situação para situação. O valor das recompensas que esse

desempenho pode gerar e a percepção de que essas recompensas

Page 13: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

12

dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está

disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

Assim sendo, Marras (2000) entende que a avaliação de desempenho

foi criada para que se pudesse acompanhar o desenvolvimento cognitivo dos

funcionários durante o tempo que estivessem na organização prestando

serviços e especificamente para medir seu nível de CHA (Conhecimentos,

Habilidades e Atitudes).

Portanto percebe-se, de acordo com Chiavenato, que “o esforço

individual depende das habilidades e capacidades da pessoa e da sua

percepção do papel a ser desempenhado”. (CHIAVENATO, 2004, p.224)

Através da figura 1 abaixo, pode-se notar que o desempenho no cargo

se deve a todas essas variáveis que o condicionam fortemente.

Figura 1 – Os principais fatores que afetam o desempenho no cargo Fonte: Chiavenato (2004, p. 224)

A participação do funcionário no processo de avaliação de seu

potencial, é a oportunidade do funcionário de conhecer seus pontos fortes e

fracos, e de tomar ações para melhorar o seu desempenho se necessário.

Valor das recompensas

Habilidades das pessoas

Esforço individual

Desempenho

Percepção de que as recompensas dependem do esforço

Percepção do papel

Page 14: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

13

1.2. A necessidade de se avaliar o desempenho

Os planos formais de avaliação de desempenho, de acordo com Vroom

(1997), são elaborados para atender três necessidades, ou seja, uma da

organização e duas do colaborador, sendo elas:

- Fornecer julgamentos sistemáticos que justifiquem aumentos salariais, promoções, transferências e às vezes rebaixamentos e demissões; - Dar um feedback ao colaborador para que ele saiba como está se saindo e sugerir mudanças necessárias de comportamento, atitudes, habilidades ou conhecimento da função; permitir que o colaborador tome conhecimento “da posição que ocupa” na opinião do gestor; - Servir como base para instrução e aconselhamento do indivíduo por seu superior. (VROOM, 1997, p.164)

Chiavenato (2004) afirma que toda pessoa necessita receber um

feedback em relação ao seu desempenho para saber como está

desempenhando suas funções. Da mesma maneira, as organizações

precisam saber como seus colaboradores executam o trabalho a eles

designados para se ter uma idéia das suas potencialidades.

Portanto, a avaliação de desempenho humano, de acordo com Marras

(2000), é um instrumento extremamente valioso e importante na gestão de

recursos humanos, pois revela o resultado de um investimento realizado

numa trajetória profissional através do retorno recebido pela organização.

Chiavenato entende que “a avaliação de desempenho deve

proporcionar benefícios para a organização e para as pessoas”.

(CHIAVENATO, 2004, p. 224)

Portanto, segundo Chiavenato (2004), uma avaliação de desempenho

precisa atender aos seguintes requisitos:

• avaliar não somente o desempenho no cargo, mas também verificar

o alcance de metas e objetivos traçados;

• enfatizar o desempenho do colaborador no cargo e não concentrar-

se em uma análise subjetiva de hábitos pessoais;

• avaliador e avaliado devem aceitar a avaliação;

Page 15: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

14

• a avaliação deve ser utilizada para melhorar a produtividade do

colaborador dentro da organização, incentivando-o a obter, cada vez

mais, melhores resultados.

Ainda de acordo com Chiavenato (2004), pode-se citar alguns pontos

fracos da avaliação de desempenho:

• quando as pessoas entendem a avaliação do desempenho como

uma forma de recompensa ou de punição pelo desempenho

passado;

• quando a ênfase de um processo de avaliação gira em torno do

preenchimento de formulários, deixando de lado a avaliação crítica e

objetiva do desempenho;

• quando o avaliado julga a avaliação como injusta ou tendenciosa,

prejudicando assim o processo;

• quando comentários impróprios da pessoa que está aplicando a

avaliação se revertem em resultados negativos na opinião de quem

está sendo avaliado;

• um processo de avaliação pode se tornar negativo quando a

avaliação está baseada em fatores que não agregarão valores nem à

organização nem aos seus colaboradores.

Os programas de avaliação apresentavam inicialmente segundo Davis

(2001), a tendência em enfatizar traços, habilidades e deficiências dos

colaboradores. Atualmente, os sistemas têm como filosofia básica a ênfase

no desempenho atual e nos objetivos futuros. Salienta-se também a

participação conjunta de colaboradores e supervisores no estabelecimento de

objetivos.

Assim sendo, Davis (2001) afirma que a marca registrada dos

modernos sistemas de avaliação de desempenho são:

• orientação para o desempenho;

• foco nos objetivos e metas;

Page 16: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

15

• fixação mútua de objetivos por gestores e colaboradores.

Entende-se, ainda segundo Davis (2001), que através da fixação mútua

de objetivos, espera-se que as pessoas trabalhem mais por objetivos e metas

que ajudaram a estabelecer. Pressupõe-se que, se a administração

proporcionar um ambiente de trabalho favorável, as pessoas irão satisfazer

algumas de suas necessidades através do trabalho que executam. Dentre os

anseios pode-se citar: o desempenho de tarefas significativas, o

compartilhamento de esforço com o grupo, o compartilhamento de objetivos

estabelecidos, a divisão das recompensas pelo esforço despendido e um

contínuo crescimento pessoal. Isso se dá devido à fixação mútua de

objetivos.

Partindo desse princípio, Davis (2001) afirma que colaboradores que

participam do estabelecimento de objetivos visando ao próprio sistema de

avaliação tendem a apresentar um nível de desempenho relativamente maior.

Observa-se que em muitas empresas o desempenho e a produtividade

da equipe são muito valorizados, porém poucos funcionários parecem

apresentar o perfil e o desempenho esperado. Segundo Gil (2001), é

necessário para uma organização, que ela mantenha um sistema de

avaliação de desempenho tecnicamente elaborado, sendo esta uma maneira

de evitar que a avaliação seja feita de forma superficial e unilateral, do gestor

em relação ao supervisionado.

Através de um programa de avaliação do desempenho, conforme

Marras (2000), a organização visualiza a possibilidade de administrar a

mensuração de três campos organizacionais, sendo eles: o campo de

resultados, onde se integra uma diversidade de fatores ligados às metas pré-

definidas pela organização e que devem ser alcançadas em determinado

espaço de tempo; o campo do conhecimento onde se deseja conferir o

andamento ou trajetória de bagagem cognitiva do funcionário e o campo do

comportamento, onde a organização mede os valores, as atitudes e os

comportamentos de cada funcionário.

Page 17: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

16

1.3. Quem deve aplicar a avaliação do desempenho humano?

Se a avaliação do desempenho pressupõe crescimento e crescimento

pressupõe entendimento entre as pessoas, a responsabilidade pela avaliação

ainda que formalmente assumida pelo gestor, na verdade, é de todos na

organização, afirmam Bergamini e Beraldo (1988).

Portanto, de acordo com os autores, isso significa que todos são,

simultaneamente, avaliadores e avaliados dentro da empresa e esse enfoque

implica em preparar as pessoas para desenvolverem seu papel como

avaliadores e praticá-lo com desenvoltura, assumindo com maturidade

crescente a responsabilidade pela avaliação, transformando a avaliação do

desempenho, de um instrumento ameaçador em uma atitude construtiva

dentro da organização.

Assim sendo, Bergamini e Beraldo (1988) entende que tanto o

avaliador como o avaliado devem estar habilitados para receber e dar

feedback um ao outro sobre seu desempenho. Só assim haverá

desenvolvimento e emergência da potencialidade individual das pessoas.

A avaliação do desempenho para Chiavenato pode ser também feita

pelo próprio avaliado. Percebe-se, segundo o autor que “muitas organizações

estão tentando desenvolver esquemas de auto-avaliação para suas equipes.

Essa auto-avaliação coletiva tem proporcionado excelentes resultados.”

(CHIAVENATO, 2004, p.227)

Conforme Bergamini e Beraldo (1988), existem basicamente três

métodos através dos quais se pode concretizar o procedimento de avaliar as

pessoas nas organizações, ainda que eles suportem muitas variações

utilizadas tecnicamente no sentido de atender mais especificamente ao

contexto em que está inserido o processo de avaliação: a avaliação direta; a

avaliação conjunta e a auto-avaliação.

- Avaliação direta: quem pratica a avaliação é o supervisor direto, representado pela chefia hierárquica ou funcional ligada ao avaliado. Esse método atribui ao supervisor direto a tarefa de emitir parecer sobre o pessoal que lhe cabe dirigir no dia-a-dia de trabalho;

Page 18: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

17

- Avaliação conjunta: esse método traz intrinsecamente a possibilidade de participação, uma vez que o avaliador e o avaliado desde logo conversem sobre seu desempenho e, quando é o caso, preencham juntos a ficha de avaliação de desempenho. Trata-se de uma possibilidade de troca extremamente rica e que, quando o contexto organizacional permite, não deve ser desprezada;

- Auto-avaliação: é a possibilidade de avaliação que ao longo do tempo foi a menos utilizada, tornando-se mais conhecida e mais amplamente praticada recentemente, talvez de uns dez a quinze anos pra cá. Esse método implica uma participação mais ativa do avaliado. (BERGAMINI E BERALDO, 1988, p.45-46)

É importante considerar que esses métodos de avaliação, conforme

citam Bergamini e Beraldo (1988), possuem pontos favoráveis como também

dificuldades que pode-se caracterizar da seguinte forma, conforme o quadro

1 abaixo, que se refere à avaliação direta:

Pontos favoráveis Pontos desfavoráveis

• é o supervisor direto que conhece

melhor o avaliado, pelo fato de

conviver com ele todos os dias e em

diferentes situações;

• é o supervisor direto que, na

realidade, deve conhecer melhor os

padrões de desempenho esperados

para cada indivíduo posicionado nos

diferentes cargos da área sob sua

responsabilidade;

• é o supervisor direto que tem a

responsabilidade e, portanto, a

autoridade para distribuir tarefas e

cobrar os resultados. Ao avaliar seu

pessoal com fidedignidade, obtém de

volta a reafirmação de sua autoridade

pela confiança que conquista dos

seus subordinados.

• a proximidade do supervisor direto

com o avaliado pode precipitar

disfunções perceptivas que

contaminam o julgamento do

avaliado;

• os dados fornecidos podem não ser

suficientemente ricos, isto é, ser

qualitativamente inexpressivos;

• o avaliador não propõe a obtenção de

feedback do avaliado sobre o

julgamento emitido; portanto, pode

sentir-se ou inseguro sobre a

precisão do mesmo, ou então

soberano sobre sua própria opinião.

Quadro 1 – Pontos favoráveis e desfavoráveis na Avaliação Direta Fonte: Bergamini e Beraldo (1988, p.45)

Page 19: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

18

Da mesma forma, tanto a avaliação conjunta quanto a auto-avaliação

merecem destaque para pontos específicos, conforme mostra o quadro 2

abaixo:

Pontos favoráveis Pontos desfavoráveis

• proporciona a oportunidade de mútuo

esclarecimento entre avaliador e

avaliado;

• muitos defeitos de avaliação

originados da distorção de percepção

podem ser reparados;

• oferece também oportunidade de

orientação do avaliado por parte do

avaliador, bem como dá a ele

oportunidade de ver os defeitos de

sua supervisão.

• pode constituir-se em ocasião de

sérios atritos;

• se o avaliado for mais competente

que seu supervisor, poderá levá-lo a

assumir um julgamento que não seja

o dele;

• exige muitas qualidades, tanto do

supervisor como do avaliado, que

não são facilmente encontráveis.

Quadro 2 – Pontos favoráveis e desfavoráveis na Avaliação Conjunta e Auto-avaliação Fonte: Bergamini e Beraldo (1988, p.47)

Bergamini e Beraldo (1988) ressaltam que um ponto em comum e de

grande importância entre os três métodos é a participação do avaliado no

processo de avaliação.

Na maior parte das organizações, o gestor é o responsável pelo

desempenho de seus colaboradores, conforme relata Chiavenato (2004),

contando com a assessoria do órgão de RH (Recursos Humanos) que

estabelece os meios e os critérios mais adequados para que a avaliação

possa ser feita. O RH funciona também como staff, montando,

acompanhando e controlando o sistema enquanto o gestor mantém sua

autoridade de linha, avaliando o trabalho de seus subordinados.

Percebe-se ainda que, de acordo com Chiavenato (2004), o

envolvimento entre o indivíduo e o gestor é de fundamental importância para

o sucesso de um processo de avaliação, pois o gestor fornece recursos ao

colaborador como orientação, treinamento, aconselhamento, informação,

equipamentos, metas e objetivos a serem alcançados e cobra resultados. Por

outro lado, o colaborador fornece desempenho e resultados e cobra recursos

de seu gestor.

Page 20: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

19

O principal interessado na avaliação do desempenho é o próprio

colaborador, e também a organização, mas às vezes os sistemas de

avaliação são centralizados no diretor de recursos humanos.

O ideal seria um sistema simples de avaliação no qual o próprio cargo

ou trabalho proporcionasse a retroação do ocupante, sem necessidade de

intermediários ou terceiros. Infelizmente a hierarquia, o staff e a centralização

quase sempre impõem regras e normas rígidas que se afastam da realidade

que cerca o funcionário e fazem o processo de avaliação tornar-se um

método burocrático.

Cita-se abaixo, algumas formas de avaliação de desempenho humano

que podem ser aplicados nas organizações:

1.4. Formas de Avaliação

As limitações dos métodos tradicionais de avaliação do desempenho

têm levado organizações a buscar soluções criativas e inovadoras. Estão

surgindo novos métodos de avaliação de desempenho que se caracterizam

por uma colocação totalmente nova do assunto: auto-avaliação e auto-

direção das pessoas, em seu próprio desenvolvimento pessoal e na melhoria

contínua do desempenho.

1.4.1. Avaliação realizada pela equipe de trabalho

A avaliação de desempenho neste caso, de acordo com Chiavenato

(2004), é feita pela própria equipe de trabalho, que avalia o desempenho de

cada um de seus integrantes e propõe melhorias para a organização,

tornando-se responsável pela avaliação de seus participantes e definindo

com os mesmos, os objetivos e metas que a organização pretende alcançar.

Page 21: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

20

A avaliação de desempenho acontece numa relação de troca, de intercâmbio e se distribui por toda uma equipe de pessoas que abrange desde o próprio avaliado até aqueles que têm poder de decisão dentro da organização. (BERGAMINI E BERALDO, 1988, p.49)

Conforme afirmam Bergamini e Beraldo (1988), em um processo de

avaliação faz-se necessário esclarecer que quem faz avaliação são pessoas

e, como tal, podem estar sujeitas a cometerem enganos. Ao avaliar outra

pessoa, uma série de variáveis pode interferir na avaliação causando assim

uma distorção da realidade.

Portanto, ainda segundo Bergamini e Beraldo (1988) precisa-se

entender como as pessoas se comportam quando estão prestes a emitirem

um parecer sobre outras pessoas, fazendo com que a percepção de certas

circunstâncias não influencie no resultado final da avaliação.

A própria equipe de trabalho avalia o desempenho de cada um de seus

membros e programas, e toma com cada um as providências necessárias

para sua melhoria.

A equipe torna-se responsável pela avaliação do desempenho de seus

participantes e define os objetivos e metas a alcançar.

1.4.2. Avaliação 360°

A avaliação 360° é um método, através do qual a avaliação é feita de

modo circular por pessoas que mantêm alguma interação com o avaliado,

afirma Chiavenato (2004), de acordo com a citação abaixo:

Participam da avaliação, o chefe, os colegas e pares, os subordinados, os clientes internos e externos, os fornecedores, enfim, todas as pessoas ao redor do avaliado, em uma abrangência de 360 graus. Avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes informações vindas de todos os lados e funciona no sentido de assegurar a adaptabilidade e o ajustamento do funcionário às variadas demandas que ele recebe de seu ambiente de trabalho ou de seus parceiros. (CHIAVENATO, 2004, p. 228)

Page 22: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

21

Cabe explicar aqui, de acordo com os autores em questão, que nem

todas as pessoas que interagem com o avaliado participam da avaliação. Em

algumas empresas o próprio avaliado é convidado a escolher os seus

avaliadores, cujos nomes são submetidos ao gestor, que poderá vetar algum

deles, caso entenda que esse avaliador não terá isenção na sua avaliação.

Hipólito e Reis (2002) entendem a avaliação 360° como uma técnica

utilizada principalmente em programas de desenvolvimento gerencial, com a

finalidade de coletar feedbacks dos comportamentos de liderança dos

principais gestores no ambientes interno e externo da organização.

Chiavenato afirma ainda que não é fácil para o avaliado “ficar na

berlinda recebendo um verdadeiro tiroteio de todos os lados”. (CHIAVENATO,

2004, p.228). Segundo o autor, é de fundamental importância que o avaliado

tenha uma mente aberta e receptiva para fazer parte de um processo de

avaliação de desempenho, sabendo crescer com as possíveis críticas.

A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes

informações e vendas de todos os lados, e funciona no sentido de assegurar

a adaptação e o ajustamento do funcionário às variadas demandas que ele

recebe de seu ambiente de trabalho ou de seus parceiros.

1.4.3. Avaliação de baixo para cima

A avaliação de baixo para cima, ao contrário da avaliação do

subordinado pelo superior, é a avaliação do gerente pela equipe, onde a

equipe avalia como o gerente proporcionou os meios e os recursos para que

a equipe pudesse alcançar seus objetivos e como o gerente poderia melhorar

a eficácia e os resultados da equipe, afirma Chiavenato (2004).

Este tipo de avaliação, conforme o autor, permite à equipe um contato

maior com o gerente, facilitando assim as negociações e intercâmbios. Faz

também com que a equipe exija novas abordagens de em termos de

liderança, motivação e comunicação, tornando assim, o relacionamento no

trabalho mais livre e mais eficaz. O comando absoluto do superior passa a

Page 23: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

22

ser substituído por uma nova forma de atuação, mais democrática, mais

sugestiva, mais consultiva e mais participativa.

Page 24: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

23

2. MÉTODOS TRADICIONAIS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Devido à dificuldade em se avaliar um grande contingente de pessoas

dentro das organizações, surgiram algumas soluções que se transformaram

em métodos de avaliação bastante populares, ou seja, os métodos

tradicionais de avaliação de desempenho. De acordo com Chiavenato (2004),

muitas organizações desenvolvem seu próprio sistema de avaliação conforme

as características peculiares do seu pessoal.

Chiavenato (2004) afirma ainda que os métodos tradicionais mais

utilizados são: escalas gráficas, escolha forçada, pesquisa de campo,

incidentes críticos e listas de verificação.

Abordar-se-á a seguir, os métodos escalas gráficas, escolha forçada e

a pesquisa de campo. Os métodos de incidentes críticos e lista de verificação

não se aplicariam à empresa estudada.

2.1. Escalas gráficas do Desempenho

Pode-se entender o método de escalas gráficas conforme definição de

Chiavenato:

O método das escalas gráficas é baseado em uma tabela de dupla entrada: nas linhas estão os fatores de avaliação e nas colunas estão os graus de avaliação do desempenho. Os fatores de avaliação constituem os critérios relevantes ou parâmetros básicos para avaliar o desempenho dos funcionários (CHIAVENATO, 2004, p.230).

Para a utilização do método das escalas gráficas, deve-se

primeiramente escolher e definir os fatores de avaliação de desempenho que

serão utilizados como instrumento para medir e comparar o desempenho dos

funcionários envolvidos, afirma Chiavenato (2004). Os fatores, ainda segundo

o autor, são previamente selecionados e escolhidos para definir em cada

pessoa as qualidades que se pretendem avaliar. Cada fator é definido com

Page 25: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

24

uma descrição sumária, simples e objetiva, ou seja, quanto melhor essa

descrição, maior a precisão do fator.

Os comportamentos e atitudes selecionados e valorizados pela

organização constituem os fatores de avaliação. Portanto, Chiavenato afirma

que: “os funcionários que mais os ostentam são aqueles que melhor

desempenham as atividades a eles designadas.” (CHIAVENATO, 2004,

p.230)

Segue abaixo um modelo de escala gráfica, conforme mostra o quadro

3:

Fatores Ótimo Bom Regular Sofrível Fraco Produção (quantidade de trabalho realizada)

Sempre ultrapassa os padrões

Às vezes ultrapassa os

padrões

Satisfaz os padrões

Às vezes abaixo dos padrões

Sempre abaixo dos padrões

Qualidade (esmero no trabalho)

Excepcional qualidade no trabalho

Superior qualidade no trabalho

Qualidade satisfatória

Qualidade insatisfatória

Péssima qualidade no trabalho

Conhecimento do trabalho (perícia no trabalho)

Conhece todo o trabalho

Conhece mais do que o necessário

Conhece o suficiente

Conhece parte do trabalho

Conhece pouco do trabalho

Compreensão de situações (capacidade de resolver problemas)

Excelente espírito de colaboração

Bom espírito de

colaboração

Colabora normalmente

Colabora pouco

Não colabora

Criatividade (capacidade de inovar)

Tem sempre excelentes idéias

Quase sempre

excelentes idéias

Algumas vezes

apresenta idéias

Raramente apresenta idéias

Nunca apresenta idéias

Realização (capacidade de fazer)

Excelente capacidade de realizar

Boa capacidade de realizar

Razoável capacidade de realizar

Dificuldade de realizar

Incapaz de realizar

Quadro 3 – Modelo de Escala Gráfica do Desempenho Fonte: Chiavenato (2004, p. 230)

É um método baseado em uma tabela de dupla entrada, onde nas

linhas estão os fatores de avaliação e nas colunas estão os graus de

avaliação do desempenho. Os fatores de avaliação constituem em

comportamentos e atitudes selecionados e valorizados pela organização.

Ainda segundo Chiavenato (2004), os fatores são determinados

previamente a fim de definir em cada colaborador as qualidades que se

pretende avaliar. Cada fator é definido de forma sumária, simples e objetiva.

Portanto, quanto melhor esta descrição, maior será a precisão de cada fator

de avaliação. Percebe-se ainda segundo o autor algumas vantagens e

desvantagens no método de escalas gráficas.

Page 26: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

25

Como vantagens na aplicação do método de escalas gráficas como

forma de avaliação, segundo Chiavenato (2004), pode-se citar:

• O método de escalas gráficas permite aos avaliadores um

instrumento de fácil entendimento e simples aplicação;

• Permite uma visão integrada e resumida dos fatores de avaliação;

• Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro das informações

e simplifica o processo.

As desvantagens na aplicação de um método de escalas gráficas

conforme cita Chiavenato (2004) são:

• Não permite flexibilidade ao avaliador que deve ajustar-se ao

instrumento e não ao avaliado;

• Está sujeito a distorções pessoais por parte dos avaliadores podendo

levar ao efeito halo (onde o avaliador pode tanto considerar o

avaliado ótimo em todos os fatores como também considerá-lo

fraco);

• Pode tende-se a rotina tornando falhos os resultados das avaliações.

O quadro 4 a seguir nos mostra os fatores de avaliação mais utilizados

pelas organizações:

Habilidades/Capacidades/ Necessidades/Traços

Comportamentos Metas e resultados

Conhecimento do cargo Desempenho da tarefa Quantidade de trabalho Conhecimento do negócio Espírito de equipe Qualidade do trabalho Pontualidade Relacionamento

humano Atendimento ao cliente

Assiduidade Cooperação Satisfação do cliente Lealdade Criatividade Redução de custos Honestidade Liderança Rapidez nas soluções Apresentação pessoal Hábitos de segurança Redução de refugos Bom senso Responsabilidade Ausência de acidentes Capacidade de realização Atitude e iniciativa Manutenção do

equipamento Compreensão das situações Personalidade Atendimento a prazos Facilidade de aprender Desembaraço Foco em resultados Quadro 4 Critérios de avaliação do desempenho Fonte: Chiavenato (2004, p.231)

Page 27: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

26

O método das escalas gráficas avalia o desempenho das pessoas

através de fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Utiliza-se

um formulário de dupla entrada, na qual as linhas horizontais representam os

fatores de avaliação do desempenho, enquanto as colunas verticais

representam os graus de variação daqueles fatores. Cada fator é definido em

uma descrição sumária, simples e objetiva. Quanto melhor a descrição, maior

será a precisão do fator.

Definindo os fatores de avaliação, o segundo passo é a definição dos

graus para definir as escalas de variação do desempenho em cada fator de

avaliação. Geralmente, utilizam-se três, quatro ou cinco graus de variação

(ótimo, bom, regular, sofrível e fraco) para cada fator.

2.2. Escolha Forçada

O método de avaliação de desempenho através da escolha forçada,

segundo Chiavenato (2004), consiste em avaliar os colaboradores por

intermédio de frases descritivas de determinadas alternativas de tipos de

desempenho individual. Em cada bloco, ou conjunto composto de duas,

quatro ou mais frases, o avaliador é forçado a escolher apenas uma ou duas

alternativas, que mais se aplicam ao desempenho do colaborador avaliado:

daí o nome de escolha forçada.

A origem das frases pode variar, porém existem duas formas de

composição das mesmas conforme mostra Chiavenato:

• os blocos são formados por duas frases de significado positivo e de duas de significado negativo. O supervisor ou avaliador, ao julgar o empregado, escolhe a frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao desempenho do avaliado; • os blocos são formados apenas por quatro frases com significado positivo. O supervisor ou avaliador, ao julgar o empregado, escolhe as frases que mais se aplicam ao desempenho do avaliado. (CHIAVENATO, 2004, p. 272)

As frases são selecionadas através de um procedimento estatístico que

tem por objetivo verificar a adequação aos critérios existentes na empresa e

Page 28: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

27

sua capacidade de discriminação através de dois índices: o índice de

aplicabilidade (como a frase é aplicável ao desempenho) e o índice de

discriminação (como a frase identifica o desempenho) (CHIAVENATO, 2004).

Consiste em avaliar o desempenho das pessoas através de blocos de

frases descritivas que focalizam determinados aspectos do comportamento.

Cada bloco é composto de duas, quatro ou mais frases.

O avaliador deve escolher apenas uma ou duas frases em cada bloco

que mais se aplica ao desempenho do funcionário avaliado. Ou então,

escolher a frase que mais representa o desempenho do funcionário e a frase

que mais se distancia dele.

2.3. Pesquisa de Campo

Este método, assim como afirma Chiavenato (2004), é baseado em

entrevistas de um especialista em avaliação (staff) com o superior imediato

(gestor). O especialista vai a cada seção para entrevistar o gestor sobre o

desempenho de seus respectivos subordinados, embora a avaliação seja

responsabilidade de cada chefe.

Pode-se afirmar, segundo o autor, que tal método é mais amplo,

permitindo além de um diagnóstico do desempenho do colaborador, a

possibilidade de planejar com o superior imediato seu desenvolvimento no

cargo e na organização.

Segue abaixo, conforme nos mostra o quadro 5 algumas vantagens e

desvantagens da pesquisa de campo:

Vantagens do método pesquisa de campo

Desvantagens do método pesquisa de campo

1 – Permite ao gestor uma visualização do conteúdo dos cargos sob sua responsabilidade, e das habilidades, capacidades e conhecimentos exigidos.

1 – Custo operacional elevado, pela atuação de um especialista em avaliação..

2 – Permite uma avaliação profunda, imparcial e objetiva de cada colaborador.

2 – Lentidão no processo devido a entrevista um a um a respeito de cada colaborador ao gestor..

3 – Permite um planejamento de ação capaz de remover os obstáculos e proporcionar melhorias no desempenho.

3 – Indiferença por parte do colaborador em participar dos processos de avaliação e da execução do plano de ação.

Quadro 5 – Vantagens e desvantagens do método pesquisa de campo Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004, p. 232)

Page 29: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

28

O método se desenvolve em quatro etapas: entrevista de avaliação

inicial; entrevista de análise complementar; planejamento das providências e

acompanhamento posterior dos resultados.

Page 30: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

29

3. MÉTODOS MODERNOS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

Os processos de avaliação do desempenho nas organizações acabou

sendo muito criticado nos final dos anos 1980, conforme afirmam Hipólito e

Reis (2002). Contudo, de acordo com os autores, essas opiniões

desfavoráveis são conseqüências de inúmeras transformações pelas quais

passaram diversas organizações nos últimos tempos.

O novo momento das organizações fez com que surgissem novos

métodos de avaliação de desempenho, com uma abordagem completamente

inovadora como: auto-avaliação e auto-direção das pessoas, maior

participação dos colaboradores em seu planejamento de desenvolvimento

dentro da organização. As organizações estão focadas em uma melhoria

contínua do desempenho de seus colaboradores a fim atingirem resultados,

(CHIAVENATO, 2004).

Algumas organizações estão adotando em seu sistema de gestão de

pessoas um sistema moderno de avaliação de desempenho que, de acordo

com Chiavenato (2004), é denominado de Avaliação Participativa por

Objetivos (APPO), no qual participam ativamente colaborador e gestor.

Chiavenato (2004) afirma ainda que, na APPO, os objetivos são

definidos conjuntamente, ou seja, cada um é responsável pelo

comprometimento para com os objetivos definidos, a negociação é aberta

entre gestores e colaborador, o desempenho é o reflexo do comportamento

do colaborador no alcance dos objetivos, há uma constante monitoração dos

objetivos e desempenhos e também uma avaliação conjunta e retroação dos

resultados para os avaliados.

Ainda, de acordo com o autor, percebe-se que

(...) na moderna concepção, a avaliação de desempenho começa não pela apreciação do passado, mas pela focalização no futuro. Ou melhor, está mais orientada para o planejamento do desempenho futuro do que para o julgamento do desempenho passado.” (CHIAVENATO, 2004, p.241)

Portanto, a visão moderna da avaliação do desempenho, segundo

Chiavenato (2004), não está preocupada em punir ou celebrar alguma ação

Page 31: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

30

do passado, mas preocupa-se em determinar ações para melhorar o

desempenho futuro.

A avaliação, de acordo com Chiavenato (2004) está preocupada em

verificar se os objetivos foram alcançados e como o desempenho poderá ser

melhorado para que as metas e os resultados sejam cada vez melhores.

Preocupa-se também em saber qual foi o resultado alcançado e qual será a

participação que cada indivíduo ou grupo terá por tê-lo proporcionado.

Esse foco do processo de avaliação, segundo Hipólito e Reis (2002),

consiste na tentativa de depreender o esforço e a dedicação dos

colaboradores em relação ao trabalho executado.

A expectativa de desempenho de um profissional na organização, de

acordo com Hipólito e Reis (2002), está diretamente ligada ao grau de

desenvolvimento do profissional, que deve ser acompanhado e avaliado.

Esse desenvolvimento pode ser observado através da análise dos cargos,

que segundo Hipólito e Reis (2002), podem revelar experiências adquiridas

pelo colaborador ao longo de sua carreira profissional, de acordo com o

potencial e as características comportamentais de cada um.

Esses fatores, de acordo com os autores, são de primordial relevância

para se determinar o quanto cada profissional está contribuindo para com a

organização.

Através do quadro 6 abaixo, pode-se perceber melhor quais são os

focos e os objetivos de uma avaliação na opinião de Hipólito e Reis (2002):

Foco das avaliações Objetivos

Aferição de potencial

Predizer a adequação futura do profissional a determinada situação ouobjetivo de trabalho. Propõe-se a prever o desempenho potencial deuma pessoa caso ocupe cargo ou papel na organização.

Análise comportamental

Dar feedbacks de determinados comportamentos observáveis,alinhados a valores, missão e objetivos da empresa. Propõe-se apromover autoconhecimento e contribuir para a identificação de pontosfortes e oportunidades de melhoria, estimulando a adoção decomportamentos considerados críticos para a empresa.

Desenvolvimento profissional

Observar o grau de desenvolvimento e maturidade do profissional comosubsídio à distribuição de responsabilidades, à definição de ações decapacitação e a movimentações salariais e de carreira.

Realização de metas e resultados

Orientar o desempenho para metas e objetivos da organização. Permiteaferir quantitativamente, o gap entre resultados individuais/grupaisesperados e resultados efetivamente alcançados.

Quadro 6 – Foco das avaliações Fonte: Hipólito e Reis (2002, p. 76)

Page 32: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

31

Hipólito e Reis (2002), afirmam que houve um reaquecimento do tema

avaliação de desempenho no final dos anos 1990, o que fez com que as

organizações se interassem mais a respeito das diferentes formas de

avaliação, adequando-se assim, à melhor forma de avaliação de acordo com

seus objetivos e metas estabelecidos.

Estão surgindo novos métodos de avaliação do desempenho que se

caracterizam por uma colocação nova do assunto: auto-avaliação e

autodireção das pessoas, maior participação do funcionário em seu próprio

planejamento de desenvolvimento pessoal; foco no futuro e na melhoria

contínua do desempenho.

3.1. Tendência contemporânea: Avaliação por Competências

As principais tendências do processo de avaliação de desempenho

humano, de acordo com Hipólito e Reis (2002), podem ser resumidas como:

• estabelecimento de um compromisso cada vez mais direto com a

estratégia da organização, utilizando-se a gestão por competências e

a adoção de metas e indicadores de desempenho;

• aplicação de sistemas que orientam tanto a gestão do desempenho

quanto ações de seleção, desenvolvimento, carreiras, promoções

dentre outras.

• fortalecimento do papel do gestor como orientador do

desenvolvimento e de melhorias em relação ao desempenho;

• avaliação seguida por um feedback e encarada como uma

oportunidade de autoconhecimento;

• utilização de diversas ferramentas de avaliação, todas muito bem

definidas quanto ao foco e aos resultados esperados;

• prévia sistematização de possíveis ações em virtude de um processo

de avaliação como subsídio à decisão gerencial;

Page 33: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

32

• utilização de avaliações que passam por diversos pontos de vista

(avaliação 360°), com feedbacks de chefias, pares, subordinados e

clientes internos e externos.

Assim sendo, uma tendência atual, na avaliação do desempenho

humano, é a avaliação por competências.

Gramigna (2002) afirma que é possível pensar a avaliação do

desempenho por competências como um poderoso meio de identificar os

potenciais dos colaboradores, melhorar o desempenho da equipe e a

qualidade das relações entre funcionários e superiores, assim como estimular

aos funcionários a assumir a responsabilidade pela excelência dos resultados

pessoais e empresariais.

3.2. Avaliação por competências

A avaliação por competências pode ser entendida como

(...) um processo em que as competências, descritas e referendadas como perspectiva de resultados de um cargo, função, especialização ou equipe de trabalho são pontuadas como indicadoras da “entrega”, ou seja, dos produtos ou resultados efetivos. (MILIONI, 2002, p.320)

Hipólito e Reis (2002) afirmam que quando o assunto é avaliação do

desenvolvimento humano, o desafio gira em torno da elaboração de

ferramentas capazes de demonstrar o grau de complexidade do trabalho com

que os colaboradores conseguem lidar e o conjunto de capacidades

necessárias para tal realização. Sistemas de gestão por competências são

exemplos base que podem ser adotados para se avaliar o desenvolvimento

das pessoas e, a partir de então, decidir sobre ações de capacitação, carreira

ou remuneração.

Para Fleury (2002):

O conceito de competência é pensado como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (isto é, o conjunto de

Page 34: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

33

capacidades humanas) que justificam uma alta performance, acreditando-se que as melhores performances estão fundamentadas na inteligência e na personalidade das pessoas. (FLEURY, 2002, p.53)

Fleury (2002) entende que a competência não se limita apenas aos

conhecimentos teóricos do indivíduo e nem se encontra limitada a uma

tarefa. A competência é a capacidade que a pessoa tem em assumir

iniciativas, ir além das atividades que lhe cabem, ser capaz de compreender

e dominar novas situações de trabalho, sendo responsável e reconhecida por

tal iniciativa.

Fleury (2002) afirma que:

Os conhecimentos e o know-how não adquirem status de competência a não ser que sejam comunicados e utilizados. A rede de conhecimento em que se insere o indivíduo é fundamental para que a comunicação seja eficiente e gere competência A noção de competência aparece, assim, associada a verbos e expressões como: saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber se engajar, assumir responsabilidades, ter visão estratégica. Do lado da organização, as competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo. (FLEURY, 2002, p. 55)

Algumas empresas exigem certas competências gerenciais como

requisitos básicos aos colaboradores que pretendem seguir carreira na

organização. De acordo com Chiavenato (2004) pode-se citar:

• Habilidades interpessoais: facilidade para se trabalhar em equipe,

liderar e integrar pessoas;

• Habilidade para solucionar problemas: analisar problemas e usar

estratégias para solucionar da melhor forma;

• Habilidade de comunicação: saber verbalizar articuladamente, fazer

boas apresentações e escrever bem;

• Habilidade de planejamento e organização: possuir habilidade para

gerenciar o tempo, cumprindo metas e prazos;

• Responsabilidade: ter iniciativa, aceitar novos desafios e tarefas

adicionais para o bem do grupo;

• Assertividade: possuir uma comunicação aberta e direta,

demonstrando auto-confiança e atenção para com os outros;

Page 35: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

34

• Flexibilidade: adaptação a mudanças organizacionais, aceitando

novas idéias e formas diferentes de se desenvolver uma mesma

tarefa.

• Julgamento: saber determinar riscos e o momento certo de tomadas

de decisões significativas.

Assim sendo, Fleury (2002) define competência como: “um saber agir

responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir

conhecimentos, recursos, habilidades, que agregue valor econômico à

organização e valor social ao indivíduo”. (FLEURY, 2002, p.55)

Portanto, competências são entendidas como as capacidades, os

conhecimentos e as características pessoais que distinguem os profissionais

de alto desempenho daqueles de desempenho regular em determinada

função.

O gerenciamento baseado em competências é uma ferramenta que

identifica as competências essenciais, as habilidades e conhecimentos

determinantes da eficácia profissional, e também as lacunas de qualificação

do funcionário para tarefas específicas e fornece recursos para aperfeiçoar

suas capacidades. O resultado é um quadro de funcionários mais talentosos

e mais produtivos. Isso representa uma mudança cultural em direção a um

maior senso de responsabilidade e autogestão dos funcionários. É também

uma maneira simples de melhorar o desempenho.

O primeiro passo é definir as competências técnicas, conceituais e as

interpessoais, dentro de cada função. É importante salientar que definir

competência não é definir tudo aquilo que o funcionário faz, mas determinar

quais as capacitações devem ser mais desenvolvidas, protegidas ou

diminuídas.

A avaliação por competências é apenas uma ferramenta que auxilia o

funcionário a clarear para si mesmo e para a organização, quais as

competências que possui e quais deverão buscar desenvolver ou

incrementar. Esse processo deverá sempre estar alinhado as competências

essenciais da própria organização.

Pode-se perceber que a avaliação inicia-se pelo mapeamento, que irá

permitir colher dados relativos às competências necessárias para o bom

Page 36: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

35

desempenho das atividades e o perfil do funcionário quanto a estas

competências, categorizando-as em três blocos, que são: Competências

Conceituais (conhecimento e domínio de conceitos e teorias que embasam as

técnicas); Competências técnicas (domínio de métodos e ferramentas

específicas para determinada área de trabalho) e Competências

interpessoais (permitir que as pessoas se comuniquem e interajam de forma

eficaz. Atitudes e valores pessoais).

Page 37: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

36

4. OS BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HUMANO NAS

ORGANIZAÇÕES

Os principais benefícios da avaliação de desempenho humano são

melhorar o desempenho dos empregados, promovendo a satisfação através

de comunicações proativas entre o supervisor e o empregado.

Segundo Chiavenato (2004) os benefícios decorrentes são:

expectativas mutuamente compreendidas, prioridades claras, melhoria dos

métodos de trabalho e reconhecimento precoce das tendências positivas e

negativas do desempenho. Tanto o supervisor como o empregado tem igual

responsabilidade para iniciar conversações, responder à retroação e fazer a

avaliação funcionar.

4.1. A Ética na Avaliação de Desempenho

Como acontece nas escolas, onde os professores avaliam seus alunos

no que se refere ao rendimento do aprendizado, nas empresas também

acontece um processo semelhante. Hoje, diante da necessidade de sempre

agregar valor ao negócio, as organizações também se mostram preocupadas

em avaliar o desempenho dos seus colaboradores. Nesse momento, surge

em cena uma ferramenta conhecida como avaliação de desempenho que

corresponde a uma apreciação sistemática do desempenho do profissional

em função das atividades que a pessoa de realiza, das metas e dos

resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento

(BISPO, 2004).

Nos dias atuais, as empresas mostram-se preocupadas em avaliar o

desempenho do seu quadro de funcionários. Com o surgimento da avaliação

de desempenho que faz jus a uma análise sistemática do desenvolvimento do

profissional em função das tarefas que o indivíduo executa, as metas

atingidas e dos resultados a serem alcançados e de sua capacidade de

desenvolvimento.

Page 38: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

37

De acordo Bispo (2004, p. 1), “é possível evitar que erros éticos

comprometam a qualidade do processo de avaliação de desempenho”.

Para que um funcionário de uma determinada empresa mostre suas

aptidões por intermédio de uma demanda avaliativa, é essencial que o

avaliador seja exclusivo e aponte os fatos; que mostre seus erros e acertos,

fazendo comparações das suas atitudes, ou seja, das ações com aquilo que a

organização esperava daquele empregado.

A empresa deve adotar algumas medidas e parâmetros para que não

ocorra dentro da mesma, comportamentos antiéticos que possam

comprometer a qualidade do processo de avaliação de desempenho. Medidas

essas, que tornará seguro tal avaliação e que passe também credibilidade

aos colaboradores que serão avaliados. Além disso, deve se instituir uma

forma pelo qual aos funcionários solicitem pedido de revisão das políticas e

dos procedimentos de avaliação em vigor; adotando assim, critérios

avaliativos, com base na avaliação das demandas do profissional e dos

resultados almejados por ele, bem como definir que a avaliação de

desempenho seja registrada por escrito e argumentada em fatos, condutas do

empregado e resultados alcançados por ele, também registrados (BISPO,

2004).

É importante tomar outras precauções para que a ação tenha efeitos

convincentes, como por exemplo, a avaliação de desempenho e os

fundamentos que devem ser conhecidos pelos colaboradores. Fixar prazo,

para que o profissional inspecione minuciosamente a avaliação e os erros

cometidos, estabelecendo um meio de poder apelar, ou, admitir que o

colaborador não satisfeito possa recorrer a uma instância decisória

independentemente da primeira, ao perceber este que está sendo

prejudicado injustamente e por fim, determinar que todas as avaliações ou

uma amostra representativa delas, seja revisada por um mesmo grupo ou

comissão de pessoas, de preferência externo à organização, para preservar

sua firmeza e tornando seguro a forma de se avaliar.

Page 39: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

38

4.2. A importância do Treinamento

Para que haja produtividade satisfatória, com benefício para todos,

(...) é necessário que empregado saiba executar suas funções com segurança, rapidez e precisão. Além disso, toda administração inteligente procura treinar bem o seu pessoal, porque o treinamento prepara o indivíduo para a realidade do trabalho com todas as suas exigências e dureza (MARIANO; MARIANO, 1979, p. 97).

É essencial que o indivíduo saiba desempenhar suas atribuições de

forma segura, exatidão e agilidade. Porque quando ocorre do empregado ou

até mesmo do quadro de funcionários não produzir satisfatoriamente, o

esperado pela empresa, mesmo com ótimas instalações, ferramentas,

máquinas, tal causa poderá ser por ausência de informações e habilidade.

Neste caso, o correto será o treinamento.

Vale ressaltar que, quando o funcionário não possui as informações e a

capacidade adequada para uma ótima execução de suas funções, verifica-se

uma série de efeitos inconvenientes, nos quais são: gastos excessivos de

material; acidentes no trabalho e baixo rendimento na questão da

produtividade.

A necessidade de aumentar a produção ou a qualidade dos serviços, baixar os custos operacionais e obter melhor e maior giro para a capital empregado, estimulou o estudo e a pesquisa de métodos e técnicas para a consecução desses objetivos, que na verdade são as metas de todo empresário (MARIANO; MARIANO, 1979, p. 89).

Os autores ainda tratam da questão dizendo que somente o homem

conduzido e administrado adequadamente é capaz de aumentar sua

produtividade dia após dia.

A expressão treinamento

(...) é um investimento em dinheiro, tempo, material, e, como todo investimento, sempre se espera dele algum dividendo. Inúmeros são os cursos de treinamento que atualmente são dados sem se ter levado em conta tais cuidados e permanecem dados, somente, não fornecendo nenhum resultado (MARIANO; MARIANO, 1979, p.91).

Page 40: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

39

Os métodos de treinamento devem ser aplicados cuidadosamente,

tendo em vista as pessoas a serem treinado, o local do treinamento, a data e

o treinador. Portanto, o treinamento aplicado de maneira adequada visa o

aumento de informações, criando e desenvolvendo habilidades e melhorando

a postura e os hábitos do trabalho.

As programações dos treinamentos devem estar baseadas em políticas

bem conceituadas e entendidas por todos de uma empresa. Desta maneira, é

de grande valia que, qualquer curso de treinamento só poderá ser dado

quando existir real necessidade, desde que reconhecida tanto por parte dos

interessados como do especialista responsável, mesmo porque, os cursos de

treinamentos financeiramente dispensáveis. Além disso, algumas empresas

observam que existem, cursos aplicados de forma errônea, o que poderá

acarretar dificuldades ou treinandos. O treinamento tanto pode ser aplicado

dentro da própria empresa como fora do recinto de trabalho.

“As empresas devem estar atentas aos resultados das avaliações do

treinamento, bem como ao sucesso alcançado e deve ser realizada de três

formas: avaliação informal, sistemática e experimental” (MARIANO e

MARIANO, 1979, p. 93).

Segundo autores, observa-se que, a avaliação informal solicita dos

treinados, uma análise geral do treinamento com opiniões próprias e criticas,

tanto construtiva como destrutiva. Já a avaliação sistemática busca por meio

dos questionários, constatar o que o treinamento lhe trouxe de bom, ou

melhor, capacitação. A avaliação experimental ou acompanhamento requer a

aplicação do treinamento no local de trabalho: o que o funcionário aprendeu

no curso deverá ser levado para a prática.

Page 41: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

40

CONCLUSÃO

Conclui-se que as metodologias tradicionais de avaliação do

desempenho humano não avaliam o desempenho em si, mas avaliam as

competências técnicas, ou as competências comportamentais ou avaliam os

resultados. Cada uma dessas avaliações retrata uma perspectiva, que

isoladamente não retratam o desempenho do colaborador.

A implantação da avaliação de desempenho por competências mostra-

se positiva, pois aumenta o estímulo e motivação para o trabalho. A

objetividade, clareza e transparência contribuem na obtenção dos objetivos e

resultados individuais e, conseqüentemente, nos resultados da organização.

O desenvolvimento profissional não significa coagir os funcionários a

adotar as metas da organização, nem sequer manipular seu comportamento.

Muito pelo contrário, o desenvolvimento exige um relacionamento no qual

cada colaborador possa assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento de

seu próprio potencial de forma planejada e colocada em ação.

Assim, pode-se pensar na avaliação de desempenho por competências

como um importante meio para identificar os potenciais dos funcionários,

melhorar o desempenho da equipe e a qualidade das relações dos

funcionários e superiores, e servir de estímulo nos esforços para alcançar

resultados positivos e satisfatórios para o indivíduo e organização.

A avaliação do desempenho por competências permite a extração e a

mensuração da realidade, gerando argumentos e base científica dos

caminhos para a remuneração justa, em relação ao significado do

colaborador para a organização.

A complexidade do tema e as discussões dele oriundas apontaram para

a necessidade de considerar como preponderante o acompanhamento de

toda a vida funcional do trabalhador.

A Avaliação de Desempenho constitui um excelente instrumento

institucional para a sistematização e planejamento do trabalho, definição e

resolução de problemas, bem como efetiva a participação do trabalhador,

estimula o senso de co-responsabilidade, fomentando a interação

Trabalhador-Equipe-Administração.

Page 42: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

41

Acredita-se que estes resultados só se darão a partir de uma discussão

democrática, ampla e contextualizada, durante todo o processo de avaliação.

A não deliberação coletiva incorrerá na perpetuação dos procedimentos

atuais, considerados a partir dos estudos realizados, inadequados e

improdutivos.

Tais mudanças facilitarão o alcance de metas e objetivos traçados,

refletindo em última instância numa melhoria contínua da qualidade dos

serviços prestados.

Finalmente, cabe destacar que os instrumentos a serem utilizados na

avaliação de desempenho devem merecer atenção especial de cada

instituição.

Page 43: FEEDBACK PARA OS COLABORADORES. - avm.edu.br · dependem de um esforço individual, determinam o quanto cada indivíduo está disposto a se esforçar, conforme afirma Chiavenato (2004).

42

BIBLIOGRAFIA

BERGAMINI, Cecília Whitaker; BERALDO, Deobel Garcia Ramos Avaliação de desempenho humano na empresa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1988.

BISPO, Patrícia. A ética na avaliação de desempenho. 2004. Disponível em: www.w3net.com.br/artigos/competencias/art_etica.doc. Acesso em: 10 abr. 2009.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 – 4ª reimpressão.

DAVIS, Keith. Comportamento humano no trabalho. – São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2001.

FLEURY, M. T. L. A gestão de competência e a estratégia organizacional, In: FLEURY, M. T. (Coord.). As Pessoas na Organização. São Paulo: Gente, 2002.

GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo: Makron Books, 2002.

HIPÓLITO, José Antônio Monteiro; REIS, Germano Glufke. Avaliação como instrumento de gestão. In: LIMONGI-FRANÇA et. al. As pessoas na organização. – São Paulo: Gente, 2002.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 5a ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MARIANO, Magali Silveira Braz; MARIANO, Ruy Rodrigues. Teoria geral da administração: o recrutamento, a seleção, a avaliação de desempenho e o treinamento. Rio de Janeiro: Interciência, 1979.

MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3ª ed. – São Paulo: Futura, 2000.

MILIONI, Benedito. Glossário de termos e expressões de gestão de recursos humanos. In: BOOG, Gustavo e Magdalena (Coordenadores). Manual de gestão de pessoas e equipes: estratégias e tendências, volume 1. – São Paulo: Gente, 2002.

VROOM, Victor H. Gestão de pessoas, não de pessoal. – Rio de Janeiro: Campus, 1997.