Feira Moderna Zine # 13

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Feira Moderna Zine é uma publicação independente surgida na cidade de Niterói (Rio de Janeiro - Brasil) no ano de 2002.

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Feira Moderna ZineAno 04 - Setembro de 2005 - Niteri/Rio de Janeiro/Brasil - Latitude Zero Prod.

#13

Distribuio Interna. Preserve o Meio Ambiente, no jogue papel nas ruas.

Motosierr Paur aura E+: Motosierra - Ensam - RPG - PauraSOL - Damian - DZK - Os Pedrero Pedrero edrer

NO PAGUE POR ESTE FANZINE !!!

EditorialPois bem. Aqui estamos ns, de novo. , tem um bom tempo desde o nosso #12, mas a est o FMZ#13. Peo desculpas pela demora, e em alguns casos pelo sumio. Pela demora em responder as correspondncias. E por qualquer transtorno ou trabalho que esse sumio possa ter causado a algum. O ano de 2005 est sendo, sem dvida, a pior coisa que j vivi. que muitas coisas aconteceram desde o nosso ltimo nmero. Coisas ruins que fizeram com que tudo parasse por aqui. Muito do teso de fazer as coisas foi por gua abaixo, a empolgao para um monte de coisas que me faziam bem desapareceu. E aconteceu o que eu havia jurado, pra mim mesmo, que no deixaria acontecer nunca: Durante alguns dias o Feira Moderna Zine deixou de existir. como se voc visse o tempo passar, muitas coisas se perderem e no se sentisse capaz de fazer nada com relao a isso. Se sentir impotente diante de coisas erradas acontecendo bem debaixo de seu nariz. Ver gente mentindo e gente sendo enganada. Querer fazer algo mas descobrir que no tem mais foras suficientes para isso. E mesmo havendo outra pessoa envolvida nisso tudo, voc sabe que a culpa s sua, voc que no foi forte o suficiente pra passar por cima disso (e sabe que nunca ser, e na verdade nem quer ser). T, o Consciente Coletivo fica em outra pgina. Eu sei. Mas devia essas explicaes a todos que do crdito ao FMZ. E, infelizmente, no aprendi a ser diferente do que sou, ou sentir vergonha das coisas que sinto. S consigo ser sincero com as pessoas e comigo mesmo. No, no est tudo bem. E no acho que vai ficar to cedo. E no, O FEIRA MODERNA ZINE NO VAI DESAPARECER E EST, MAIS DO QUE NUNCA, MUITO LONGE DISSO. Desculpem por qualquer coisa, ok? Falo isso por mim. Os outros dois que embarcaram nessa comigo em nada tem haver com isso. Alis, o fato desse nmero estar em suas mos tem muito mais haver com a pacincia e persistncia deles dois que com qualquer outra coisa. Quanto a mim e minhas besteiras: Infelizmente no depende s de mim pra que as coisas voltem a ser como antes. Infelizmente tem mais uma pessoa envolvida nisso tudo. Algum que no tem culpa alguma sobre minhas fraquezas. Mas uma pessoa muito especial que, espero, um dia me entenda e d o devido valor ao que estou 'vivendo'. E um dia vai entender, no possvel que no entenda... Neste nmero? Tem uma penca de negcios legais, ok? Espaonave, Motossierra, SOL, Os Pedrero, DZK, Ensam, RPG, Resenhas aos montes (notaram que aumentamos o nmero de pginas, n? Um dia chegaremos onde queremos, podem acreditar), Consciente Coletivo, Contatos com Zines & Distros., e todas as 'bobagens com cheiro de cerveja' que escrevemos e vocs parecem gostar. Boa viagem. Rafael A.

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Tamanhos / Preos 06,5 x 08cm....R$30,00 13 x 04cm......R$30,00 13 x 08cm.......R$50,00 26 x 08cm.......R$90,00 26 x 16cm.......R$150,00 Entre em contato: Latitude Zero Prod.

Escrevam para ns: Leitores, Bandas, Zines e Distros enviem seus materiais pra c!

[email protected]

Contatos c/ FMZ: Caixa Postal 105003 Niteri - RJ - Brasil CEP 24 [email protected]

www.feiramodernazine.comFeira Moderna ZineEditor: Rafael A. Diagramador: Rodolfo Caravana Produtores: Rafael A. ([email protected]) Rodolfo Caravana ([email protected]) Deise Santos ([email protected]) Colaboradores: Carlos Alberto (R. Joana Nascimento, 153 - Bonsucesso / Rio de Janeiro / Brasil - CEP21042-180)

Carlinhos ([email protected]) Foto da Capa: Divulgao Espaonave

E a AntDiscos, em parceria com a Tamborette, relanou recentemente Menorme, o primeiro lbum do Zumbi do Mato, com direito a capinha em formato digipack e vdeo clipe da msica O Alien que Veio do Espao. Essa pra galera que curtia a banda Destino Ignorado: Rolam por a trs sons dos caras que nunca foram lanados. Ao que parece, uma das msicas chegou at a ser executada em shows. Mas esta gravao, feita em um ensaio pouco antes da sada do guitarrista Rogrio Carvalho, continua indita. Nela, a banda mostra uma cara extremamente pesada, indo alm do hard Rock blueseiro que marcou o comeo da banda. Alis, esse direcionamento para sons mais pesados j vinha sendo apontado desde o lanamento da demo Podres Poderes. Vale a pena dar uma corrida atrs desses trs sons inditos do Destino Ignorado. Quem esteve de volta ao Nordeste foi a banda carioca Jason, do guitarrista Leonardo Pano, que lanou recentemente seu primeiro livro. Jason 2001: Uma Odissia na Europa registra as turns da banda pelo nordeste, sul do pas e Europa. Via T-Rec, saiu o primeiro da banda carioca Mutreta. Quem tambm assinou com o selo carioca foi Martha V. E a banda Lispector lanou seu primeiro cd. O guitarrista Rafael A. (editor deste treco que voc tem nas mos) deixou a banda Fungus & Bactrias. A sada se deu aps desentendimentos durante os shows que marcaram os nove anos da banda em janeiro deste ano. Com isso foram abortados o lanamento do k7 Um Pouco de Histria (19962004) e o debut Guerra Santa que sairiam via Latitude Zero Prod., conforme anunciado aqui faz um tempo. Ao que parece a banda continua na ativa. Vo a os contatos da banda para quem quiser maiores esclarecimentos: www.fungusebacterias.cjb.net Dance of Days (entrevista no FMZ#9) gravando DVD e dando as caras por terras cariocas. E foi breve a passagem de Rafael Ithzaak pela banda Super Soda. O cara agora divide suas atenes entre o hc da Final Dayz e o Rock alternativo da banda Sinesthezia. Alis, Sinesthezia e Katstroffi so os primeiros nomes confirmados no volume dois da coletnea Conexo Underground (Latitude Zero Prod.). A carioca Menores Atos lanou, recentemente cd em show na Elam, em Jacarepagu (RJ). Andou rolando um abaixo assinado pela internet visando trazer Eddie Vearder & cia. para o Brasil. Sendo que fazem brincando uns sete anos que eu ouo falar de abaixo assinado pra trazer o Pearl Jam pra c, algo me diz que a coisas bem mais complicada do que parece... Verona comemorou aniversrio com show no Bar R9 em Jacarpagu. Banda nova em Niteri? O hardcore da Premiere parece ser uma boa pedida. A banda, inclusive, lana sua primeira demo dia 27 de agosto no Studio Bar, em Pendotiba (Niteri/RJ). Maiores informaes: www.fotolog.net/premiere E tome banda nova em Niteri: Set-Setters (que surgiu das cinzas da banda Nauzia) comeou a fazer shows por a. E o povo d'O Incrvel Mart (So Gonalo/RJ) entrou em estdio, re-mixou e relanou seu excelente primeiro trabalho Projeto Secreto e o Grande Circo Mstico (resenha no FMZ#12). E o selo carioca NFWRECK promete mais lanamentos para breve! E a terceira edio do projeto Rock Session trar para terras cariocas a Misso Metlica Tour 2005. As atraes so nada mais n a d a m e n o s q u e a s s e g u i n t e s : Te m o s finlandeses do Fora Macabra em sua segunda visita ao Rio em show nico em terras cariocas. Os paulistas do Sick Terror tambm marcam presena no Rock Session 3 junto com as cariocas Confronto, Uzmi, Jason e Ataque Mais banda nova na terra do Perifrico. Araribia??? Em breve o Rock psicodlico da banda 1984 d as caras por a. Noo de Nada de volta. Essa apareceu no site do editor desse z i n e q u e v o c t e m n a s m o s (www.sangueazulnapracavermelha.cjb.net) : Ao que parece o evento Caravana do RPG volta em 2006.... Vai saber... E a verso gringa do Feira Moderna Zine deve mesmo sair, mas s em meados do segundo semestre. E os finais de semana na boate Beverlly Hill's tem cara 100% Rock n'Roll. Todas as sextas rolam shows com bandas undergrounds e pelo menos um sbado p o r m s t e m f e s t i va l d a U n i o P u n k Independente ([email protected]). A Beverlly Hill's fica na rua Cato, 190 na Pavuna (Rio de Janeiro/RJ). Continua rolando o Araribia Rock com eventos e projetos visando a revitalizao do meio independente em Niteri. E agora j rola o Araribia Rock zine , o informativo que traz notcias referentes aos projetos promovidos pela galera do Araribia Rock . Arrume um! Fim do Silncio com lanamento via AntDiscos. E depois da volta com Phellipe Seabra e Clemente dividindo os vocais e promessas de lanamento ainda este ano, nada de notcias da Plebe Rude. Se algum souber de algo, por favor avise! Rolando em terras cariocas o projeto Curto Circuito ( w w w. e v e n t o c u r t o c i r c u i t o . c o m . b r ) . A iniciativa leva para unidades do Sesc, clubes e casas noturnas, shows, feira alternativa e outras manifestaes da cultura independente. Aplausos!!! E a banda Bendis de Niteri comemora em 2005 dez anos de estrada. Parabns pra eles. Os paulistas do NX Zero deram as caras num dos espaos mais legais

NOTAS NOTAS

NOTAS

abertos par a o underground da cidade maravilhosa: A Elam, em Jacarepagu. A banda Confronto lanou seu novo cd recentemente no Garage. Agora no vai ter volta mesmo: Foi pro saco de vez o site RioHC (www.riohc.com.br). E o povo do Focus deu as caras novamente por aqui. Desta vez os caras, alm de SP, passaram pelo Caneco e MusiFest na praia de so Francisco em Niteri. Enfim! Notcias da banda Abstral: A banda que surgiu das cinzas da excelente banda poca, em So Gonalo (RJ) gravou e deve estar lanando seu primeiro ep em breve. Estamos esperando. E o povo da paulista FxOxMxI faz mini tour que passa por Minas, interior de SP e chega em terras cariocas. M a ta n z a l a n a n d o DV D , homenajeando o Homem de Preto Johnny Cash. E faz um tempinho que saiu o terceiro volume da coletnea Tributo ao Indito . Continua rolando o festival TomaRock, em Duque de Caxias (RJ). Caraaamba Rock! e Rock Sim! Dois novos eventos a figurar pelos palcos do Rio. O primeiro rola no Espao Constituio, no centro do Rio. O outro no Convs Bar, em N i t e r i . Uzmi (FMZ#7) comemorando aniversrio com trs shows em espaos no Rio de Janeiro. Uma das datas na praa de Rocha Miranda 'di grtis'! Aguardem a. Nara o nome de nova banda figurando no cenrio hardcore carioca. Vale lembrar que a banda conta com exmembros da saudosa Solstcio. Rolou no Circo Voador o evento Circo Riocore, que reuniu Emo., Asterisco Zero entre outros nomes do cenrio 'hc emo e por a vai' carioca. E os holandeses da banda Fubar tocaram no Garage no dia 24 de maio. E no segundo semestre rola a edio que marca os dez anos do Rio Artrock. Um dos fes tivais voltado par a o Rock Progressivo mais significativos da Amrica latina, promovido pelo selo niteroiense Rock Symphony. E a atrao deste ano nada mais nada menos que a clssica banda Nctar. Slipknot no Rio de Janeiro! Acredite se quiser. Rolou lanamento da coletnea Msicas Bacanas para Pessoas Descoladas vol.2 no Hangar 110 no ltimo dia 10/07! E continua rolando o Arte Jovem Brasileira toda segunda no Bar Convs, em Niteri. Sarcstico, dramtico romntico o nome do cd da banda Mickey Diesel. O Espao D' em Botafogo (zona sul carioca) a nova casa do Rolando na Em fase de gravao o segundo Estrada. trabalho dos caras do Life is a Lie. Saiu via Radical Livros A filosofia do punk Mais do que Barulho, de CRAIG O'hara. Confira www.dissonancia.com! Saiu o cd rock ilha s com bandas da Iha do Governador (Rj/RJ). Em agosto tem os norte americanos do The Sophomore Effort em terras brazucas. E nada de Cachorro Grande di grtis na praia de Piratininga, n? Prefeitura de Niteri... que coisa feia... no dia seguinte os caras se apresentaram di grtis no sebo Baratos da Ribeiro em Copacabana. O Sol o nome do segundo clipe da banda Farsantes que entra na programao da MTV. Bambix da Holanda, Nitrominds e Garotos Podres em tour por a! E h quem jure que The Mars Volta e System of a Down repetem a dobradinha que rolar em tour pelos U$A em palcos brasileiros. Fico s tentando imaginar o estrago que um show desses pode provocar na cabea de um desavisado... E o Raimundos t de material novo. No, nada de cd, dvd nem nada do tipo. Os sons novos devem ser distribudos via internet apenas j que a banda est, ao que parece, sem contrato com gravadora alguma. Shaaman com cd novo via Deckdisc. E no que o novo do Green Day bom mesmo? Saiu o novo do Protesto Suburbano (maiores informaes no prximo FMZ, ok?). Dr. Silvana no progama da Luciana Jagger Gimenez??? S rindo mesmo... Judas Priest,com direito a Rob Halford, no Rio! Novidades no catlogo da No Fashion Hc Records? Tem o grindcore dos americanos do Catheter em uma compilao de eps batizada de Do you love grind?, o punk Rock dos espanhis do La Soga Del Muerto e seu Nos quierem enterrar e o novo do Mukeka di Rato entre muitas outras coisas bem legais. Contatos: Cx.P: 03, Santa B. D'Oeste / SP Brasil CEP 13450-970 ou www.nofashionhc.com Saiu Frias do Gueto, do poeta Bruno Candas. After Forever no Circo Voador dia 27 de julho. T, sabemos que o site do FMZ tem estado meio enrolado nos ltimos tempos, ok? Pode ir l agora em www.feiramodernazine.com que a coisa j est organizada. E mais: a partir de agora a galera cadastrada em nossa lista de contatos receber informativos dando conta do que vai pro ar. Mais uma vez, bandas, parceiro, produtores de eventos: Desculpem pela demora em pr tudo no lugar. Ateno galera de Niteri, Rio de Janeiro, So Gonalo e adjacncias: Vem a a Machina Rock Shop, nova loja no centro de Niteri voltada para bandas, selos, editoras e mercado independente em geral, ok? Alis, finalmente uma loja em Niteri voltada exclusivamente para o underground. Est no ar o portal Domnio Pblico ( w w w. d o m i n i o p u b l i c o . g ov. b r ) , u m a b o a iniciativa do Governo (finalmente!). O site oferece gratuitamente cerca de mil obras literrias, artsticas e cientficas no formato (.pdf), que sejam de domnio pblico (sem direitos autorais obras clssicas ou de autores que

abriram mo de seus direitos autorais). O site no pra de crescer e vale dar uma olhada. E j saiu o DVD dos belgas do Aghatocles (Capa do F M Z # 12 ) ! V e j a m m a i s e m w w w. t u m u l t productions.tk Zine novo no pedao! As editoras Milenna e Priscila lanaram o primeiro nmero do Diego Kleber Zine. Nesta primeira edio, temos curiosidades sobre Os Simpsons, dados sobre a violncia contra a mulher e uma entrevista com o Marcos, editor do Momento de Pausa e do Replicantes Zine. Contato: [email protected] Quer ajudar a salvar a Mata Atlntica? Ento entre em www.clickarvore.com.br e ajude a salvar o Meio Ambiente! Se cadastrando, voc ajuda a plantar uma rvore por dia (de graa), ou vrias mudas (se quiser desembolsar algum $ em nome do ar puro). Quer ver uns blogs bacanas? Se l i g u e e m : http://100poemasimaginarios.zip.ne t e http://perdicanarquist.blogspot.com A banda Corvets (So Gonalo/RJ) lanou cd recentemente em evento no Convs Bar em Niteri. Regio Ocenica de 'nossa querida Niteri' com espao aberto para bandas underground! Arab's Caf vai se firmando com mais (???) uma opo em Niteri. Espao novo rolando? Tem o Hardcore Caf, na Praa Chico Mendes em Alcntara (So Gonalo/RJ). La Puta Madre (que atendia pelo nome de Radio Havana e mudou sabe-se l por cause de que) com cd lanado. No prximo nmero do FMZ mais sobre a bolachinha de Bolinho e sua turma. E no que tudo quanto banda agora tem fotolog? Ento vo a alguns legais (na verdade de bandas e pessoas legais, j que fotolog tudo igual mesmo...) pra quem tiver afim de visitar: T e m o d a b a n d a S i n e s t h e z i a (fotolog.net/sinesthezia) e o fotolog.net/sempremariana que o da vocalista da banda, o da banda gonalense, que ao que parece gravou recentemente, Julieta Suspensa (fotolog.net/julietasuspensa), o da Deise que fotolog.net/Deise... Teve o evento 30 anos de Punk no CCBB. Shows, palestras, vdeos, e muitas outras atraes passaram pelo centro do Rio no comeo de julho. PS: No, eu no estava bbado. Eu sei que tem gente que vai chiar: Mas saiu o novo da Pitty (gosto muito sim, e da?)! Quem tambm botou barulho de qualidade na pr aa for am os car as do SOAD !!!!!! Cabeudos relanando seu material mais recente (em algum lugar de Resenhas) com direito a uma penca de bnus. Algum que est lendo este zine e mora em Niteri estava na rua no ltimo domingo, dia 21/08??? A cidade simplesmente virou de pernas pro ar!!! Teve de tudo! De micareta com direito a assaltos e seguranas descendo o brao na playboyzada at gente batendo as botas do lado de fora do lugar, at teto de tnel vindo abaixo!!! Enfim, a bruxa estava solta! E no meio disso tudo as bandas Corerent's Alternadas , Uzmi , e outras tocando pra meia dzia de testemunhas no Convs Bar.... Fala srio... Me recuso a acreditar que os 'roqueiros' da cidade preferiram ir ver o Chiclete com Banana (ou seja l qual for o nome daquele treco) a prestigiar um evento e bandas legais fazendo som num dos pouqussimos (mesmo!) espaos que rolam por aqui... Niteri, Niteri... E no pra de pipocar novos espaos aqui nas redondezas (nunca achei que fosse poder dizer isso.... )! Em So Gonalo rola o Metallica Pub! Que venham outros (e viro, s aguardar...)!!! Teve evento da Cattre Music durante os meses de junho e julho no Pub 9 em Niteri. D uma olhada em nosso site e saiba mais do que rolou, ok? Rhuna lanou seu cd no Bar convs faz bem pouco tempo. Quem tambm ta com demo saindo do fo r n o a g a l e r a d a b a n d a P r e m i e r e (Niteri/RJ)... acho que j falei delas por aqui... Nmero novo do Araribia Zine circulando por a! E Niteri vai dando sinais de vida inteligente! Tem um zine bacana de skate chamado Brech Skate Zine circulando por a. Mais uma da cidade estranha no outro lado da Baia de Guanabara: A banda Seu Miranda ficou sem guitarrista. Candidatos, apaream! Em breve A Kombi que Pega Crianas com cd novo, ao que parece via Tomba Records, circulando por a. Banda nova de algum lugar do eixo Niteri-So Gonalo: Joo do Caminho, sorte pras meninas! Banda Estado Livre de volta com direito a Felipe Salvador, colaborador do FMZ na guitarra. Agora sim... Self (so Gonalo/RJ) tocando na terra da garoa. Maiores informaes sobre a Latitude Zero banda: www.selfcore.com Prod. e ROCK_SIM produes em parceria e prometendo aprontar algumas boas por a. Aguardem... Antes que eu me esquea: Life Is a Lie pisando no palco do T na Rua, na Lapa Agrotxico e Periferia S/A, que carioca. lanou cd, passaram por terras cariocas e fizeram barulho no Garage e em Volta Redonda. E a Trino, do ES, passou por So Gonalo e tocou ao lado de Matanza e outras. Mais uma da srie Variaes de um Mesmo Tema: Se algum souber de notcias da banda Abstral (ex- poca) por favor grite. At onde se sabe os caras aprontaram um ep, mas no rola prazo para o lanamento... E a banda Filhos da Ptria lanou material novo! No prximo FMZ maiores informaes. Louco voc que t querendo me enternar! Rumores revelam que o Camaro o inimigo natural do Pavo Albino Assustado.

Quem vai morrer?J faz um tempinho, mas nem tanto assim. Por volta do ano 2000 o cenrio underground de So Gonalo, cidade grudada em Niteri, era animador. Surgiam bandas de qualquer canto, rua, garagens, enfim. No causava espanto algum sair pelas ruas e dar de cara com bandos de garotos e garotas vestindo roupas pretas e carregando guitarras e violes de um lado pro outro. Espao para esse monte de bandas tinha tambm. Bar do Blues, CEJOP, Lava Jato, Parada 40, Recreativo Trindade, fora outros buracos (literalmente) onde se dava um jeito e botava-se o povo pra fazer barulho. Eventos e projetos tambm pipocavam pela cidade: Festival Off Mdia, Zoeira Cultural, Band-Aid. Mais ou menos nessa poca, este que vos escreve no s comeou a descobrir esse cenrio como passou a ter uma banda nessa cidade bacana. Cheia de roqueiros estilizados que s no superavam em nmero a massa funkeira (covardia, n?). Pois bem, a histria que vou tentar contar a partir de agora se passa no cenrio descrito acima. Algumas datas podem no estar totalmente corretas, j que a memria no costuma colaborar comigo na maioria das vezes. Mas vamos l. Como disse, havia uma penca de bandas dando as caras por So Gonalo nessa poca, n? E o mais legal que em sua maioria esmagadora elas tinham trabalho prprio. Isso mesmo! Nada de covers nos shows, s de vez em quando. E isso acabou sendo uma espcie de necessidade j que a grande maioria tinha repertrio prprio, as mais novas acabavam tendo que se adequar a esse formato para entrar nesse circuito que se formava (ao menos era o que se pensava, ou diziam). As bandas? poca, Filhos da Ptria, Calvins, A Kombi Que Pega Crianas, Boddah, Fungus & Bactrias (esta de Niteri, mas j sendo vista como banda de SG), DWE, os punks do Inrcia, ORN (do Rio, que depois veio a se chamar Matilha). E outras mais novas como Ogiva do Caos (formada s por garotas), R3DI, A Ydra, Mosteiro Em Chamas, Kmel, Silvertape, Spirit Fire, Agnata... Pronto! Chegamos onde nos interessa: Muitas dessas bandas novas citadas acima foram aos poucos sumindo. Menos o tal de Agnata, que continuava a fazer shows e demonstrar, ao menos por parte de seu vocalista e lder Charles, um interesse e disposio para arregaar as mangas e at organizar seu prprio evento para que sua banda (junto com outras, claro) tivesse espao para mostrar o seu som. Confesso que de cara no fui muito com a cara do tal Agnata. Talvez por tambm estar em uma banda no mesmo circuito e todo aquele lance de ... p, eles no fazem nada que minha banda no possa fazer e tal... Sem problemas, isso normal. Ainda mais na cabea de um moleque de dezessete anos. Mas no fundo este que vos escreve via qualidades no 'tal' Agnata. Afinal, os caras mostravam um gama de influncias que iam do Smashing Pumpkins ao hardcore. Mas fincavam mesmo o p no Rock Alternativo (sabe aquele rtulo que voc meio que usa quando no sabe ao certo de onde saiu o som de determinada banda?). O vocal do, j citado, Charles soava no mnimo incomum. Era uma banda interessante, sim. Deixou como legado uma demo, que ao que parece nunca viu a luz do dia. Ou apenas poucos tiveram acesso. Deixaram tambm boas canes, que comeavam a ficar na cabea dos poucos que acompanhavam a banda: Quem Vai morrer?, Formigas, Deixa Eu Te Salvar (essa eu no lembro ao certo se era dessa poca...). Mas a histria estava apenas comeando...

Sim, o Agnata acabou. Mas aqueles colegas de escola que tocavam violo na hora do recreio no desistiram de ter uma banda. Alis, no mesmo! Visto que a mesma formao, ou seja, Charles no vocal, Sandro na batera, Gustavo no baixo e Thiago e Jorge nas guitarras continua a mesma desde sempre. S que o nome Aganata j no agradava mais a seus integrantes. Da surgia O Incrvel Mart! Mart? Um personagem criado por um deles, ou por todos, no se sabe.A explicao quem d a prpria banda: ... queramos que a idia fosse como numa apresentao de artistas de circo onde a apresentao sempre antecedida por fantstico, magnfico ou incrvel fulano, nesse caso Mart que foi um nome casual, uma espcie de anti-heri, um incrvel qualquer um como mostra a capa do cd, varias pessoas andando na cidade qualquer um deles ou todos eles poderiam ser o incrvel Mart. Gravaram um cd, intitulado Em Breve nas melhores lojas... alegria! alegria! Assim como a demo do, a essa altura, finado Agnata no teve a repercusso esperada (ou que poderia ter). Na verdade, de novo, pouca gente ouviu o cd. O caminho da pra frente? O mesmo de sempre: Shows, correria pra organizar um evento aqui outro ali, enfim. Mas no palco alguma coisa parecia ter mudado. O que era, a princpio, uma banda com boas possibilidades, agora se tornava algo surpreendente. O 'Rock Alternativo' praticado por Charles & cia. transformava-se em um emaranhado de influncias e trilhava caminhos, ao mesmo tempo, confusos e apaixonantes. As msicas passavam a ter uma durao maior e levavam quem se dispusesse a prestar ateno para uma viagem maravilhosa que trazia mente o j citado Smashing

Pum p k i n s , Soundgarden, os holandeses do Bambix, guitarras certeiras como a do Pumpkin James Iha, o ento em alta, hardcore meldico. E at mesmo a viajem de um Violeta de Outono mostrava sua cara em composies que se, harmonicamente eram simples, incorporadas a arranjos aonde a criatividade chegava a assustar davam a coisa toda um ar de novidade. E tudo isso guiado pelo vocal de Charles. Com melodias simples e envolventes e letras que primam por uma melancolia tremenda que chegam a soar 'do avesso'. Srio. como se o cara estivesse falando de algo muito triste, mas que no final das contas pode dar em algo positivo. Impressionante mesmo! Coisas do tipo: No ande pelas guas, aqui muito raso. O preo muito alto, e voc pode se molhar... Esses versos so de S e desguam em um refro lindo, de guitarras inspiradas que diz: O menino anda s, e o que ele quer s ser feliz.... Indo por caminho semelhante, Projeto Secreto e o Grande Circo Mstico tem letra simples e que representa esse sentimento de melancolia, ou tristeza, que se tem a impresso de estar sendo passado, ou jogado em cima de ns: A frase O circo chegou e voc ainda no se preparou repetida de forma quase hipnotizante. Da mesma forma que os versos finais, depois de uma viagem de quase sete minutos: O circo se foi... O circo se foooooi.... Pronto! O circo, literalmente, havia chegado e estava armado. Faltava um registro que valorizasse essas belas composies e conseguisse passar ao pblico toda essa loucura que se instalava na cabea de quem assistia a um show desses caras com a ateno devida. E o que estava por vir? No, ao menos eu, no tinha a menor idia...

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Mar vel rEra o que faltava

amigo nosso e ele est com uma sonoridade mais prxima da que desejvamos e ns agora estamos realmente satisfeitos com o resultado. A faixa ttulo e, a tambm citada acima, S eram respectivamente primeira e segunda faixa dando ao ouvinte a noo da viagem na qual ele est prestes a embarcar. Quem tem medo? extremamente pessoal e vem logo em seguida com seus mais de sete minutos de durao, Formigas tem um final viajante, guitarras com flanger e vocais embolados no final do um tom de urgncia e desespero interessantssimo. Essa da fase Agnata, e mostra uma outra faceta das letras do lder e vocal da banda. Ainda sobre letras Charles comenta: As letras so pessoais, por isso no existe uma linearidade, cada uma reflete um momento diferente, por isso idias e sentimentos diferentes, variam de acordo com a ocasio que so escritas, mas mesmo assim no perdem sua intensidade e sua verdade... E conclui: Como eu que escrevo, posso dizer que s procuramos que o discurso seja natural, no parea nada panfletrio ou pretensioso, crtico ou meloso, seja s honesto e reflita o que pensamos. Em seguida vem a candidata a hit do lbum: Era o que faltava. A msica tem a veia hardcore da banda saltando aos olhos. Mas nada de CPM22 e

dessa forma e simplesmente fazer um som que nos agrade e agrade a quem como ns, goste de sons com experimentaes e misturas incomuns. Precisa dizer mais alguma coisa?

What is Your Money?S realmente pena que uma banda com um trabalho desses nas mos ainda no tenha conseguido o reconhecimento do pblico de sua prpria cidade. Alis, cidade que, como j foi dito aqui, tem uma quantidade enorme de 'roqueiros', mas nem tanta gente assim disposta a conhecer novos sons ou romper a barreira estpida das rdios e da MTV. Um reflexo disso , como tambm j foi dito, a necessidade da banda ter de se envolver com produo de eventos pelo fato de no tocarem na prpria cidade durante um bom tempo. Infelizmente So Gonalo, cidade natal d'Incrvel Mart, parece mais preocupada em trabalhar o meio underground como algo descartvel, vazio, sem valor cultural, s como entretenimento e fonte de renda para alguns poucos. Claro que o pblico tem sua parcela de culpa e o cenrio (ou o que o valha) acaba sendo um reflexo. E o pblico tambm no colabora, j que parece estar mais preocupado em usar o maior nmero de peas de roupa na cor preta, correntes enfiadas sabe-se l onde e, claro, fazendo a velha carinha de malvados de sempre. Da chega-se ao ponto lamentvel de em alguns eventos sequer termos bandas com trabalhos prprios. Isso mesmo! S bandas covers! D pra acreditar? Ao menos eu acharia um saco. Nada novo? S o que o rdio e a MTV j cospe na gente, ou o que temos como comprar na seo de CDs do supermercado? Tipo, resumindo: Tem shows de 'rock' mas so raros os eventos voltados realmente para o underground. Ento tenta imaginar uma banda que mesmo entre bandas de t r a b a l h o prprio j soa incomum num cenrio como esse? Vendo a coisa por outra tica, Charles parece ter uma posio bem interessante sobre o assunto: ... eu sempre vejo bandas novas surgirem, mas nem sempre com o espao pra tocar e tambm muito aquela coisa, tem muita banda que meio genrica tipo, hc ou new metal, umas bandas que parecem com muita coisa que j existe e parece que a idia essa, criar um grupo de bandas similares onde uma ajuda outra e buscando conquistar o pblico das bandas grandes, imitando ao mximo a sua sonoridade. E isso acaba dando um carter meio frgil ao cenrio independente, a falta de identidade prpria de muitas bandas. E se j parece complicado quando falamos do pblico local, imagine ento na mdia de massa? De novo, Charles mostra tranqilidade ao analisar o tema: ... se o som teria espao? Acho que at teria na mdia de massa, mas a gente prefere no ficar contando com isso, isso depende de uma srie de fatores que no necessariamente o som, 'tipo contatos, conchavos e jabs e cosas do gnero', se isso acontecer vai ser de uma forma natural, conseqncia de um trabalho sincero e esforado. Sobre assinar com um selo e ter uma estrutura melhor de show, claro que isso interessante pra qualquer banda poder fazer seu som, amparado por uma estrutura bacana e com o mnimo de respeito por parte dos organizadores, o que nem sempre rola; qualquer mercado vivel, independente ou no....

ess e tipo de besteira no. O temos aqui uma coleo de riffs e bateria muitssimo inspirados. Ela soa extremamente, e surpreendentemente, positiva e confiante, por assim dizer. Como nos versos: ... que venham os outros, no vou desistir... que venha a tempestade, no vai me molhar... ou ainda: Se Deus por ns, quem vai nos deter? Calar nossa voz, no vo conseguir! O refro perfeito e tem as mesmas guitarras com acordes usando as oitavas caractersticas das novas geraes do hardcore (ou o que chamam de). A frase No v que eu era o que faltava pra voc? repetida vrias vezes soa irnica, provocadora e, at, apaixonada. Ao gosto do fregus. A faceta hardcore continua em alta na atordoante A luta terminou que seguida de No meio do Caminho havia a Chuva cheia de climas, e com cara Alice in Chains em determinados momentos, cheia de guitarras hipnotizantes e que com seus seis minutos e tanto literalmente fecha o circo. At a trata-se do lbum Projeto Secreto e o Grande Circo Mstico. A partir da o que temos so bnus frutos de gravaes ao vivo da fase Agnata. Esto l todos aqueles sons aos quais me referi no comeo da matria e disse que mais gente deveria ter ouvido. Destaque absoluto para Quem Vai Morrer?, com letra voltada para a crtica social bem interessante, e Deixa eu Te Salvar com belssima melodia cacoete pop. Incluses mais que merecidas de um material que, como disse, pouca gente teve a oportunidade de ouvir. Para a banda os motivos so parecidos, e fazem mais sentido ainda: ... a gente gosta muito do som dessa fase e achvamos que tnhamos uma espcie de dbito com essas

ca! ata t

Projeto Secreto e o Grande Circo MsticoAps meses em estdio v a luz do dia Projeto Secreto e o Grande Circo Mstico. O segundo cd d'O Incrvel Mart tinha produo e apresentao caprichadas. No entanto a banda no ficou satisfeita e re-mixou o lbum. Quem explica o prprio Charles: ... a produo final a princpio no estava da forma que imaginamos, mas na ansiedade de divulgar acabamos fazendo algumas cpias e botando pra rodar antes de msicas e tambm achvamos que elas tinham a ver com o dar um acabamento que ns achvamos necessrio, agora agente conceito que queramos dar ao cd, por isso ns as inclumos no finalmente terminou de mixar e masterizar o cd no estdio de um projeto., comenta Charles. A ltima faixa acaba como a maior surpresa do trabalho. Depois do Fim uma balada com voz e guitarras e gravao caseira. O vocal de Charles mostra um lado mais melodioso. A composio chega at a lembrar momentos inspirados de Herbert Vianna ou seu parceiro Fito Paez. Essa mais uma das que mostra um lado positivo, cheio de esperanas e otimismo das letras da banda. Ao final, tem-se a noo perfeita do que , e foi a banda. J que temos como comprovar o salto que O Incrvel Mart deu ao passar da fase Agnata para a atual. Tanto com relao as composies quanto questo tcnica. E a tem que se destacar o trabalho do batera Sandro, que arrebenta no cd. Guitarras que conseguem ao mesmo tempo soar delicadas e pesadas o suficiente para nos deixar com a pulga atrs da orelha, nos perguntando: De onde esses caras tiraram isso? A prpria banda comenta suas influncias musicais e nos fazem compreender um pouco do emaranhado de sons de sua msica: ...o Thiago ouve muito Los Hermanos, Pearl Jam, Gram. Jorge, eu sei que ouve muito Alice in Chains, Tool, Ozzy, System of a Down e Los Hermanos e muito rock dos anos 80 e Diesel. Gustavo ouve muito Stone Temple Pilots, Spine, Shank e uns lances bem pesados que eu nem sei os nomes. Sandro, eu sei que curte Bad Religion, acho que muito hc e bandas pesadas tipo death, thrash e grindcore. E eu t ouvindo muito Chico Buarque e mpb principalmente dos anos 70. Radiohead, Weezer, Deftones e hc nacional, Dead Fish, Fullheart; Reffer, som dos 80, The Cure, Violeta de Outono, muito ps punk e Los Hermanos e Tool. Ainda sobre a sonoridade da banda Charles conclui: O fato de o som ser diferente e no tentarmos rotul-lo, ou seguir uma linha com certeza atrapalha, isso limita muito participaes em coletneas e coisas do tipo, mas a gente prefere no pensar

...e o Circo Chegou!Junto com O Incrvel Mart, seu vocal Charles ainda tem pretenses de investir em projetos paralelos. Ao que parece o cara compe sempre ( quase impossvel ver esse cara na rua e no avistar um violo em suas costas). Mas o foco principal ainda , e ao que parece continuar sendo, O Incrvel Mart. Um projeto que surgiu h seis anos mais ou menos e sobreviveu quando uma penca de bandas surgidas na mesma poca simplesmente desapareceu. Um projeto, ainda, que resiste a um arremedo de cenrio (se que podemos chamar assim) que o que temos em Niteri, So Gonalo e redondezas. Dificuldades e situaes esdrxulas so comuns a qualquer artista. Como na vez que uma menina depois de insistir em um cover que sequer tinha haver com a banda tomou o microfone do vocal Charles e cantou ela mesma sem a menor cerimnia. Absurdo? Sim, mas acontece. E mesmo com todas as dificuldades e barreiras os caras continuam firmes, e acredite, com a mesma formao desde o incio! Coisa rara por esses dias onde tudo tem de ser rpido e fcil. Como diz a letra da msica que d nome ao segundo e mais recente trabalho da banda: O Circo chegou e voc ainda no se preparou... E apesar das dificuldades em se trabalhar de forma independente, de se estar meio que nadando contra a correnteza e por vezes soar deslocado dentro de seu prprio meio... De no receber apoio de quem controla (???) o meio 'underground (???)' de sua prpria cidade... Apesar de, infelizmente, no ter o reconhecimento merecido... Apesar do trocadilho ridculo no ttulo da matria e levando em considerao o quanto angustiante ver um belo trabalho sendo feito, saber que muita gente pode ouvir e ficar de queixo cado, enfim... Apesar dos pesares O Incrvel Mart e seu Circo Mstico esto a. Dispostos a mostrar seu som pra quem quiser ouvir. Um conselho? Oua.

Depois do Fim

Por RafaelA.

Fotos: Feira Moderna Zine

Contatos: www.incrivelmart.hpgvip.com.br [email protected]

Confira a entrevista com O Incrvel Mart na ntegra na verso on line do FMZ em www.feiramodernazine.com

Cavera, Macaco y Os PedreroObrigada Ramones!Assistir ao documentrio End of the Century s confirmou uma coisa: eu amo Ramones. Mais do que um documentrio sobre uma banda que excursionou por mais de 20 anos, End of the Century mostrou as fraquezas e verdades sobre os donos das quatro jaquetas de couro mais importantes do punk rock. Nasci no ano em que os Ramones comeavam a ensaiar os primeiros acordes, logo posso dizer que nascemos juntos e vou alm, ficamos amigos na adolescncia. E que experincia! To boa que no nos abandonaremos para o resto da vida... J perdi as contas das vezes em que agradeci pela existncia do Ramones e, conseqentemente, do punk rock. Mais ainda, agradeo por um amigo de infncia passar em frente ao meu porto com aquele vinil amarelo sim o Ramonesmania apesar de que, parafraseando Cazuza, creio que nossos destinos foram traados na maternidade e se no fosse pelo vinilzo de capa amarela, seria de outra forma... Pois , ver esse documentrio me fez voltar no tempo. Mais especificamente ao ano de 1992, quando estudava o 3 ano do 2 grau pela manh e prvestibular tarde. Na poca no trabalhava e no tinha uma moeda no bolso, mas queria muito ir ao show do Ramones no Caneco. Me vetando minha ida, namorado querendo ir sozinho e achando que a treta entre carecas e punks ia ser pesada, enfim o jeito foi raspar minha caderneta de poupana e pagar meu ingresso e da minha irm, porque sozinha eu no podia ir. Bom, ver os quatro ao vivo inexplicvel, s quem foi sabe como a atmosfera de um show genuinamente ramnico... Emoo pura, uma msica atrs da outra e a bomba de gs lacrimogneo... Meu ex-boyfriend estava certo. Correria, tumulto, queda, pisadas e hematomas, estes duraram semanas. Frustrao, choro, pnico e revolta, a vontade era de pegar a infeliz que entrou com a bomba e meter a porrada. Que direito ela tem de estragar o dia mais especial da vida de algumas pessoas ali presentes? Inclusive o meu? O tempo passou, eles vieram tocar na lona voadora, mas os nimos ainda estavam alterados e estavam prometendo uma treta maior, logo fui literalmente proibida de ir, esse foi um dos piores dias da minha vida. Mas veio a recompensa, carregada de tristeza. Eles resolveram fazer a tour de Adios Amigos! E lgico que o Brasil no ficou de fora. Decidida a dizer aos quatro o quanto a msica deles me influenciou, corri atrs e no dia 06 de maro de 1996 eu estava no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro s 6h esperando o vo deles. Como descobri os horrios? Determinao. Nosso encontro no durou mais que 15 minutos, tempo suficiente para falar o quanto Ramones era importante pra mim e pros dois amigos que foram comigo, pegar autgrafos (no cartaz do show do Caneco), tirar algumas fotos, mal tiradas pela mulher da gravadora que foi recepcion-los e por ns, emocionados que estvamos com aquilo tudo. Depois disso, vi o ltimo show, derramando lgrimas por saber que nunca mais veria no palco aquelas quatro jaquetas de couro e toda a energia que isso significava. Ainda havia uma esperana.... Quando eles fizeram o ltimo e derradeiro show em 1999, pensei, eles no vo agentar... Eles vo voltar a excursionar.... Que nada! O ano de 2001 chegou e com ele a partida de Joey, e logo depois Dee Dee e Johnny se foram para o cu. Mas a msica ficou, eles esto conosco pro resto da vida, em cada acorde, cada msica meldica de Joey ou as carregadas de histrias sobre garotos de programa e drogas feitas por Dee Dee. Assim como a autobiografia de Douglas Colvin, o documentrio End of the Century um soco no estmago pela sua objetividade. Tanto os integrantes da banda, como os produtores, parentes, integrantes de outras bandas e demais profissionais que conviveram com os Ramones, no colocaram mscaras para falar dessa histria. No tem como no se emocionar ao ver Joe Strummer com os olhos marejados falar sobre Joey e Dee Dee, e sobre como o som deles influenciou todo uma gerao, at porque na poca em que os longos solos estavam na moda, uma banda conseguiu fazer msica com trs acordes, dando esperana para muitos jovens montarem suas prprias bandas. E ainda tem gente que diz que odeia Ramones. Pra o mundo que eu quero descer! Concordo que o som deles simples, mas desafio qualquer um que diz odiar esse quarteto, a subir num palco e tocar por 90 minutos na velocidade e com a energia que eles tocavam. Definitivamente, ser um Ramone no para Deise Santos 16/06/2005 qualquer um.

Eles pegaram uma penca de clichs do Rock'n'Roll de ontem e sempre, botaram o visual mais Rock Star possvel com direito cara de mau na contracapa do cd e tudo! E quando tu pes o cd pra rodar o que tu ouves ... Rock'n'Roll do bom! Srio mesmo. Tem de tudo: Punk rock, Rock'n'Roll, balada l farofo e muito som pra pogar, danar, beber e dar boas risadas com as histrias que so contadas nas letras. Histrias que nosso entrevistado Mr. Rotten Wine jura serem verdicas. No palco a coisa vai pelo mesmo caminho, muita distoro, suor e cerveja (olha os clichs a, mas dessa vez porque rola mesmo). E foi durante a passagem pelo Rio de Janeiro, no meio de uma tour desses caras ao lado do Thee Bucher's Orchestra e dos uruguaios do Motossierra, que trocamos uma idia com o baixista da banda em frente ao banheiro do Garage (no vai pensar besteira, hein?). Com vocs Fbio Mozine, ops... Mr. Rotten Wine e Os Pedrero!!!FMZ: Pra quem no conhece a banda, conta a quem so Os Pedrero. Mozine: Mr. Rotten Wine, bass and vocals. Jhonny Larva, guitar and vocals. Big Black Bastard, drums and Tony Powzer, guitar and vocals. FMZ: O som de vocs passa a impresso de ser totalmente descompromissado. Rola algum tipo de preocupao na hora de gravar ou compor, com relao ao tipo de som que vai sair? Mozine: Porra, at tem, mas sempre d errado. At temos essa preocupao, mas sempre o que saiu, saiu. A gente tem uma idia: Vai sair assim. Mas nunca sai. Se eu pudesse escolher at faria um bagulho maneiro, mas a gente ruim. Sujeito no identificado:A... Vasco o caralho!!! Fala pra ele, Vasco o caralho...! FMZ: Olha o estado do outro.... Mas se tivesse que rotular o som de vocs do jeito que sai. Como seria? Mozine: Punk Rock ruim. Com influncias diversas de tendncias Rock'n'Roll. S que Rock'n'Roll moda. A gente toca msica infantil pra criana. Pra criana ruim. A gente chama de msica infantil de Satans. Mas pode ser punk Rock tambm. FMZ: As letras de vocs pelo que eu ouvi so, tipo, contando histrias. Quando vocs pegam pra escrever uma letra inspirado em coisas que aconteceram mesmo? Mozine: Olha, vou te dizer que 82% das letras so verdicas. Coisa que aconteceu. Tipo nosso guitarrista transando com travesti, tudo verdade! FMZ: Agora falando de voc e seus projetos. Como que tu faz pra administrar tanta coisa? Tem Mukeka, tem Pedrero, Merda, tem Laj... e como que tu faz pra arrumar tudo? Mozine: Brother, tenso administrar essa bosta. Mas a gente vai dar um jeito a. Chego em casa tera feira de turn. Vejo meus e-mails, respondo, mando pedido, marco show, ligo o celular, marco outro. Brother, eu t cansado, galera. T cansado. FMZ: Mas no desiste da parada. Mozine: Brother, eu t me divertindo. T aqui no Rio de Janeiro bebendo cerveja. Tem um monte de amigo meu aqui. Tem uma galera no show, t legal. T divertido. Mas eu t cansado, t ligado? s vezes eu queria t em casa com a minha namorada, com minha famlia, t ligado? T com 29 anos agora, t quase l. Mas eu gosto. Eu gosto pra caralho. FMZ: Agora, das bandas que tu leva... Pode parecer uma pergunta imbecil, mas de repente j aconteceu: Tipo, nego trocar as bolas, Merda, Mukeka, Pedrero... Tipo ir num show querendo ver outra coisa e tal... Mozine: Rola tipo, show dos Pedrero a vem: toca Mukeka!! Da quando show do Mukeka nego pede: Toca Os Pedrero!!! Nego sempre pede o que num t tocando. Aqui no Rio a gente t fazendo vrios shows com o Mukeka, da vem: Demoro vir os Pedrero! Pedrero!A vem Os Pedrero e num d ningum. FMZ: E o Merda vai vir tambm, n? Mozine: O Merda vai vir agora em abril duas vezes. Um dia no Rio e outro dia em Niteri. FMZ: E agora outra pergunta que pode parecer imbecil: Mas j pensou em tocar com duas, ou as

trs bandas, no mesmo dia ou j rolou isso? Mozine: J rolou e uma bosta. Repara num show do Mukeka, como que a gente sai: A gente sai modo. foda. Vamos tocar num festival em Cambori: uma banda num dia outra no outro, a at rola. Duas no mesmo dia tenso, tenso. FMZ: E voltando a falar de projetos, a Laj como t, tem planos pra lanar alguma coisa? Mozine: T bem, t indo pro disco 42 agora. Saiu o Merda novo, saiu o Motossierra novo, Chuck Norris/Jazzus, o novo do Butchers. FMZ: Vocs lanaram Guitarria que uma banda de Vila Velha. E que aqui no Rio nutria muitas expectativas. Eles tocaram no Festival Rudo aqui. E supriu as expectativas que voc tinha para com o lanamento, a resposta que eles tiveram? Mozine: Eu acho que uma banda que tem que tocar mais. Eu acho. uma boa banda mas tem que tocar mais, o pessoal conhece pouco. FMZ: Eu lembro de uma entrevista sua, acho que pra MTV, que voc falava dos projetos e tal, mas dizia que sempre foi um lance bem amador. E que se um dia tivesse que profissionalizar a coisa perderia muito da graa. Mozine: Sim... FMZ: Qual o motivo disso? Insatisfao com o mercado independente, o que acontece? Mozine: P, se for pra ficar atrs da mesa assinando papel, ligando pra num sei quem, ligando pra advogado. Porra, eu sou formado em administrao, t ligado? Meu pai empresrio, meu pai tem empresa. Se for pra fazer isso eu vou ganhar dinheiro de verdade. Vou trabalhar com meu pai e vou ganhar dinheiro de verdade, vou ganhar 5 mil reais por ms, brother...Vou trabalhar pra caralho, vou assinar papel, vou botar terno. P, se for pra ter um selo e ficar me fudendo... P, m diverso, t aqui no Rio 'bbsso' tomando minha cervejinha, nis. FMZ: H um tempo atrs falava-se muito da cena capixaba. At porque Mukeka e Dead Fish j estavam conhecidos no Brasil todo. Essa cena capixaba ela realmente forte, continua forte? Tem bandas saindo de l, como t? Mozine: Rapaz, ns estamos tocando no Rio, ningum botou f nesse show e olha s: 100, 120 pagantes. T maneiro pra caralho, mas de vez em quando a gente toca aqui e uma bosta. De vez em toca quando foda... FMZ: Mas isso l na rea de vocs... Mozine: Mesma coisa, velho. De vez em quando toca d 100 nego, de vez em quando d trezentos. Isso tudo sorte. Fazer o show no dia certo. Num dia que no tenha outros eventos. Bem divulgado... Isso tudo sorte. No tem essa iluso de cena maravilhosa, cena fodassa, no tem nada disso, t ligado? Tem um monte de banda foda, tem um monte de cara de banda sangue bom e tudo amigo pra caralho. No tem esse negcio de sonho... uma cena perfeita.... Nada disso! Rola uma vibe boa, rola uns eventos bem sucedidos.Assim como rola umas coisas que so uma bosta. FMZ: Mas ainda tem como tinha h um tempo atrs, tipo circuito Rio So Paulo, at Curitiba meio que fechado. E as bandas conseguirem entrar. No o Mukeka que j... Mozine: Mukeka t carregado... Em qualquer lugar... FMZ: Mas as bandas novas... Mozine: Consegue, consegue. Chuck Norris, tem um selo do Rio que vai lanar os caras. Ajudante de Papai Noel todo mundo conhece... FMZ: Ainda no lance de bandas novas: Quais das que esto aparecendo por l voc coloca como boas apostas? Mozine: As que eu mais gosto: Ajudante de Papai Noel, Chuck Norris o bicho, 'porradera' pra caralho, Z Maria que outro estilo, uma banda de eletrnico e os caras to morando em So Paulo e outra banda que eu gosto. E, bicho, cada dia que passa tem banda nova l. Tem vrias bandas boas l. FMZ: Cara, alguma considerao final, lembrete, ou alguma coisa assim? Mozine: Valeu a galera do Rio que t presente aqui nesse show aqui. Velhos amigos, desde 95. Moleques novos, moderninhos, roqueiros em geral. Geralmente difcil marcar show no Rio. No sei porque um dos piores lugares pra marcar shows assim... No no sentido da galera. No sentido da infra estrutura. Mas vale a pena vir, tenho vrios amigos aqui. Diverso total... O dia que eu entrar dentro de um terno vou dar a bunda no sei aonde! Rock'n'Roll, ainda diverso. T me divertindo. Rock'n'Roll! Grande abrao. FMZ: Valeu velho. Por: Rafael A. fotos: Feira Moderna Zine Mozine: Valeu.

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Irreverencia UruguayaO quarteto uruguaio aportou no Brasil mais uma vez e, entre uma cerveja e outra, antes do show no Garage (RJ), os meninos do Motosierra bateram um papo com a equipe do Feira Moderna Zine para falar um pouco sobre a tour e a histria da banda, que completou 5 anos. FMZ: Como est sendo para vocs tocar mais uma vez no Brasil? Motosierra: Est sendo timo, porque agora j conhecemos muitas pessoas e fizemos alguns amigos. Ns nos surpreendemos com a quantidade de pessoas que aparecem e participam dos nossos shows. FMZ: Mas no Uruguai tambm assim... Motosierra: No. No Uruguai no temos espao. A cena muito pequena, l as bandas que fazem sucesso e tem pblico so aquelas que esto no mainstream. Pra gente mais fcil fazer um show naArgentina. FMZ: A primeira msica gravada de vocs foi editada por um selo alemo para o Tributo ao Turbonegro. Depois veio o primeiro disco que foi lanado naArgentina e naAlemanha.Aque vocs atribuem essa internacionalizao do material de divulgao do Motossierra? Vocs lanaram algo no Uruguai? Motosierra: No! Ns odiamos o Uruguai (isso foi uma piada, risos). Por causa dessa falta de espao no Uruguai, nunca lanamos nada l. O underground assim, selos de outros pases tomam conhecimento de um material e resolvem lanar, fazer um split ou um tributo. E assim foi lanada a nossa primeira msica. FMZ: Vocs participaram de um Tributo ao Ramones h pouco tempo no ? Motosierra: Sim. O tributo Somos todos Ramones! Ns participamos com a Animal Boy. FMZ: Bom, o que falar desta tour? Motosierra: J estvamos querendo voltar para tocar no Brasil, ento o Mozine resolveu relanar o lbum XXX com trs msicas de bnus e mais um vdeo e ento agitamos junto com o pessoal do Forgotten Boys, j que estvamos preparando um split juntos. FMZ: A banda chamada por uns de Motrhead Uruguayo. Faltam muitas cervejas e bourbons para vocs se equipararem ao Motrhead? Motosierra: (risos) Se fosse pela quantidade de cervejas estaramos acima do Motrhead (risos), mas no temos dinheiro para comprar bourbons. FMZ: E sobre a cena brasileira? O que vocs conhecem? Motosierra: Fora o que est no mainstream, conhecemos pouca coisa. Achamos que por causa da barreira da lngua o Brasil acaba se isolando um pouco. Mas atravs do Mozine e da nossas passagens pelo Brasil, passamos a conhecer algumas bandas como Mukeka di Rato, Forgotten Boys, Os Pedrero, Dead Fish, Evil Idols, Estudantes e Thee Butcher's Orchestra. E as pessoas no Uruguai comearam a conhecer algumas bandas do Brasil por causa do Motosierra. FMZ: Nas msicas vocs falam de mulheres, cervejas e drogas, esse o estilo de vida de vocs? Motosierra: Algumas coisas so normais de serem ditas no rock'n'roll, mas algumas refletem o que fazemos (risos). FMZ:Algum recado? Motosierra: Sim!!!! Por favor, peam para mais mulheres aparecerem nos shows do Motosierra (risos). Por Deise Santos e RafaelA.

Fotos: Feira Moderna Zine

Motosierra : Marcos - Vocal Walo - Baterista Luiz - Guitarra Gabriel - Baixo

Para mais informaes acessem: www.motosierra.net

Antes de qualquer coisa: Sim, foi muito legal ter presenciado um show do DZK, uma parte importantssima da histria do punk Rock por essas terras. Porm o mais legal foi poder trocar uma idia com os caras e constatar que, diferente de outras bandas que pouco contriburam com a cena punk no Brasil, so pessoas extremamente simples e solcitas. Como, alis, foram a grande maioria dos nomes importantes para o punk brazuca com quem tivemos o prazer de conversar at agora. Mas claro que, sim, faltava o DZK. Sete anos depois de sua ltima visita capital carioca Barata, Macarro & cia. voltaram e tocaram dentro de uma edio do festival da UPI (Unio Punk Independente RJ) na Pavuna, subrbio carioca. Festival que, infelizmente, parece ser o nico a resistir no plido cenrio carioca. O pblico fez sua parte e compareceu para prestigiar mais de vinte anos de servios prestados ao underground. Uma noite bem agradvel que s terminou quando a noite no era mais noite. Melhor j ir me desculpando antes que reclamem, n? Pois bem, deve-se levar em considerao que essa entrevista (como a maioria das entrevistas desse nmero) foi feita com o som comendo solto, logo transcrev-la no foi tarefa fcil. Se alguma resposta for atribuda a algum que no a respondeu (sei l, pode acontecer...), desde j peo mil desculpas, ok? Quanto ao DZK? Os vinte e poucos anos de banda, trabalhos lanados, sons rolando at no Japo, futuros lanamentos, impresses sobre o movimento punk hoje no Brasil, o Brasil e os jovens do Brasil, mdia, internet, cenrio underground, enfim. Falou-se de tudo (ou quase... vai saber, sempre falta alguma coisa, n?) no papo que o FMZ bateu com Makarro e Barata. D uma olhada a: FMZ: Eu queria que voc avaliasse esses vinte e cinco anos de banda, tanto no aspecto musical quanto no ideolgico, poltico, enfim... Barata : Pega os grandes maestros, os grandes estudiosos da msica, gente que dedicou a vida a estudar msica: Tem um contato com a msica, uma essncia, que voc no vai aprender na escola, cara. Voc pode correr pra onde voc quiser que ela t com voc. Ento a nvel musical... eu no vejo o DZK como uma banda musical. Pra comear, msica. O cara que quer ser msico o cara que tem que estudar muito. o cara que tem que ter um padro de vida muito elevado pra se dedicar a isso. O cara pra tocar bateria, por exemplo, que o meu caso, que eu j pesquisei e vi os batera que tocam muito, os caras estudam no mnimo seis horas por dia. Se sabe o que o cara se dedicar seis horas por dia de estudo? O cara muito fudido. importante ter. Mas se eu chamar um cara desses pra levar o que eu levo o cara no vai levar. Eu levo um pouco pro lado ideolgico da coisa. Eu acho que a banda pega mais pelo lado poltico da coisa. Que do-ityourself, faa voc mesmo. Que voc descobrir, voc ir atrs.

A tem toda uma vivncia, e que vai rolando e muita coisa... e que se eu ficar aqui falando eu vou falar muita coisa e vou passar a noite toda aqui falando. uma coisa at certo ponto muito complexa e que pra se falar vai rolar muita teoria. FMZ: Vocs consideram que desde o incio da banda o direcionamento das letras de vocs continua o mesmo ou os alvos de protesto mudaram de l pra c? Barata: Eu acho que no muda porque... Vamos supor: eu acordo, de manh, e posso escrever uma letra sobre alguma coisa que rolou comigo no dia anterior. E nem sempre essa msica pode estar direcionada pro lado poltico. Ou sim. Porque tudo que voc faz, que voc pensa, poltica. Tudo poltica hoje. Um respiro que voc d, voc respirar... Voc t respirando ar contaminado. Ento envolve polticas. Ento eu acho que muitas coisas so politizadas, entendeu? As coisas esto muito direcionadas. As nossas letras, por exemplo, cada um tem um acesso livre a um espao. A gente no questiona, por exemplo, se ele trouxer uma letra, a letra dele. uma parada dele. A gente vai botar msica ali. Ento cada um faz. Mas a maioria de nossas letras voltada pro lance poltico. FMZ: Mudando de assunto: muitas bandas brasileiras so muito conceituadas e respeitadas l fora. Vocs j tiveram algum material editado l fora ou tem planos pra lanar? Barata: A gente j teve um trabalho lanado no Japo. Que os japoneses mandaram uma grana e a gente teve um LP. Eles mandaram a grana e a gente teve uma participao num LP lanado no Japo. S foi lanado l. Eles queriam um trabalho de vinil nosso. Eles mandaram a grana e queriam exclusividade. Ento foi s pra eles l, exclusividade s deles. Tem vrios trabalhos. Tem muita coisa nossa que rola. Na Blgica, eu acho que at naAlemanha. FMZ: E como que voc avalia o cenrio punk hoje no Brasil? Tanto em termos de bandas, como de zines, enfim. Barata: A mesma coisa, n, cara? Porque j mudou muito. Porque tem muito. muito vasto. A humanidade caminha, n, meu? E a fila anda. Eu acho que o ser humano uma coisa infinita. Existem vrias linhas de raciocnio e eu no posso querer que meu filho tenha a mesma linha de raciocnio que eu tive. Ele vai nascer numa coisa melhor. Antigamente era muita treta. Por exemplo, uma coisa que eu no tive: Antigamente pra voc tocar batera, voc no tinha uma batera. Hoje meu filho com doze anos de idade, eu consegui dar uma batera pro meu filho. De trezentos reais. Uma coisa que eu nunca tive. Quando eu comecei eu tocava com umas latas. Ento a coisa evoluiu, em vrios aspectos. Hoje eu no posso exigir de um garoto adolescente... Como que ele vai captar como eu captei? Na minha poca era muita treta. Punk era punk mesma, era gang. No tinha acesso, o acesso era limitado. Hoje a coisa evoluiu. Hoje voc no pode discutir. Antigamente era s tosqueira. Hoje existem vrias coisas, o punk uma rvore que nasceu, faz um certo tempo, em que se tinha uma linha de raciocnio. Depois ele cresceu, da esses punks foram casando e tendo filhos. Esses filhos foram divergindo de vrias formas e enriquecendo a coisa. FMZ: Mas voc acha que o movimento punk em si em termos de movimentao, divulgao, colaborao ainda continua forte como antes? Macarro: Eu acho que enquanto voc tem sangue correndo na veia, voc vai ser punk. Se voc abraa a causa voc vai morrer punk. FMZ: Como voc v o papel de uma banda punk nos dias de hoje? mais a diverso, mais o protesto? Qual seria a funo de uma banda punk, hoje, em cima de um palco? Charuto: No palco a gente faz tudo, n, cara? Pra mostrar o nosso som, fazer protesto. E pra gente se divertir mesmo. Fazer com que o pblico interaja com a gente: V l sobe no palco, pega o microfone e cante tambm. Isso fundamental, tudo. Participao. todo mundo unido. E todo mundo tem que curtir. No s a banda t l curtindo. Mas o pblico tambm, vai l sobe no palco e canta com a gente. aberto, a banda atitude. No s o visual l em cima no. FMZ: Eu acredito que na poca em que o DZK comeou fosse diferente. Mas, hoje em dia o que vocs acham que leva um jovem, um adolescente a se envolver com punk Rock? Makarro: Auto afirmao! Todo jovem tem a necessidade de se auto afirmar. Voc nasce, voc tem uma famlia, voc influenciado na maneira que voc se veste... At pela televiso e pela prpria famlia. Voc tem seus pais, que voc admira. P

meu pai isso, meu pai aquilo.... FMZ: Acaba sendo, ento, uma preocupao de vocs que um moleque desses que t curtindo o som de vocs passar a ver vocs como dolos ou algo do tipo? Makarro: De maneira nenhuma... FMZ: No, eu digo no sentido de preocupar vocs... Makarro: Se um dia acontecer isso eu paro de tocar. Eu mesmo j prometi isso pra mim: Se um dia acontecer isso comigo eu paro de tocar. Isso no faz parte da minha ndole, cara. Eu acho que todo mundo tem a capacidade de fazer... eu acho legal.... a molecada de uma forma geral, o homem, a mulher, o ser humano tem a necessidade de se auto afirmar. De se apegar a uma escola, a uma coisa, ou dentro de casa ou com seu grupo de amigos. Ou pra descolar umas meninas ou pra qualquer coisa. Voc precisa se auto afirmar, se apegar a qualquer coisa. Voc v o punk: O punk legal, cara. Ou sei l... qualquer outra caracterstica que se d ou qualquer comportamento jovem. Ento essa coisa de se apegar, porque o punk a coisa mais forte. uma coisa universal. Voc no tem essa coisa do ideal de vestimenta. O ideal do punk uma coisa totalmente aberta: Que o respeito mtuo. o valor de igual pra igual, que o respeito ao ser humano, indiferente de cor, de nada. Eu acho que o punk o caminho mais lgico. FMZ: Eu fui no site de vocs e l tem discografia, biografia, vrias informaes. E sendo que na poca em que a banda comeou isso no existia, como vocs analisam o papel da internet no meio underground, punk, ou pra uma banda nos dias de hoje? Makarro: Responde essa a voc. Charuto: Hoje em dia t muito bom que a gente consegue conversar com gente do outro lado do mundo. Ontem mesmo eu tava conversando com um cara da Finlndia. Ento a gente consegue passar alguma coisa... s vezes o cara no tem o som da gente ou qualquer coisa e quer divulgar em outro lugar do mundo inteiro. E isso a ajuda bastante. No s na parte de msica, mas o pessoal que quer saber um pouco mais sobre a banda. Ento a internet hoje t maravilha pra essas coisas. FMZ: Um lance que rola ainda hoje o pessoal manter contato, mesmo com as facilidades da internet, por correspondncia mesmo, carta. Voc ainda mantm contato com a galera assim? Charuto: Rola ainda, o Barata tem a caixa postal e recebe material direto.... Makarro: Essa parada nunca pra, nunca pra. Eu acho que o contato que a gente tem muito antigo, n, cara? At pelo fato de a gente ser uma banda que j t a... E pela luta que a gente leva e pelo fato de a gente levar esse movimento nas costas h muito tempo. Ento, todo mundo tem respeito pela gente. Porque a gente uma banda que a gente gosta de beber, a gente gosta de conversar com todo mundo. A gente gosta de ficar na casa de amigo. No tem essa parada de hotel, essas paradas. A gente gosta de fica no buteco bebendo e jogando conversa fora, ento no existe diferena. A gente gosta de ficar no meio da galera, no existe diferena. FMZ: E sobre imprensa alternativa? Tanto fanzines, ou revistas, de acordo com a resposta que vocs tm com relao ao trabalho vocs acham que ainda existe espao pro som que vocs levam, por exemplo? Makarro: Tipo assim, a gente no se preocupa com isso. Quem gosta vai atrs. A gente no se preocupa com isso. O nosso objetivo no fazer sucesso, entrar na mdia. fazer pra quem gosta. E daqui a cinqenta anos a gente vai estar nesse anonimato ainda. Pra quem gosta mesmo. A gente no vai atrs da mdia. A mdia num vai atrs de voc por nada, ela vai te cobrar alguma coisa... FMZ: Ento, como voc v bandas que tem seu comeo no underground e alcanam a grande mdia, por exemplo? Isso traz algo de bom, ou interessante pro meio underground? Makarro: Isso depende de cada banda. Se o interesse da banda viver de msica, estar na mdia, tocar e fazer sucesso

interessante. Ainda interessante. Mas isso no coisa do underground. Eu acho que o punk o lado ideolgico da coisa, do faa voc mesmo. De se ter uma conscincia pra um mundo melhor. Voltado pra uma igualdade, pra um lado cultural. A pessoa vai procurar uma biblioteca, vai ler, se instruir, vai procurar ajudar a comunidade. Nunca vai procurar conquistar algo que seja s pra voc. Nunca procura ser diferente de ningum. Porque a partir do momento que voc consegue ter bens materiais voc no vai ser diferente. Vai ser a mesma coisa. Ento a partir do momento que a banda consegue tocar no rdio, ela vai passar a depender de outras coisas, cara. No vai poder ficar na casa de amigos, ficar no buteco... Vai querer cach, no vai querer fazer da msica um prazer que , vai querer fazer da msica uma profisso. Tocar a troco de grana... A perde a essncia da coisa. Isso no coisa do underground. Num sei... As pessoas s vezes... O underground banda de garagem. Ns somos uma banda punk, uma banda de punk Rock. Temos nossa ideologia... FMZ: Mudando um pouco de assunto: a banda tem mais de vinte anos e apenas dois CDs lanados.Aque se deve isso? Makarro: A gente tem dois CDs lanados exatamente por causa disso. A gente uma banda muito antiga e faz um trabalho constante. A gente no tem s o lance da banda, at pelo fato da gente tocar. O Barata tem programa na internet, tem outros programas sociais com a molecada. Tem outros trabalhos sociais que a gente faz... Ento todo esse tempo de banda e ter s dois CDs exatamente por isso: Porque a banda no pensa s no lance musical. No s tocar e fazer msica. Nosso trabalho est muito alm disso! A msica pra gente como se fosse uma outra expresso do movimento punk. Ento a gente tem outras paradas pra pensar. FMZ: Ento a msica seria um outro meio pra voc chegar at a pessoas? Makarro: . A banda soa mais... O nosso trabalho na banda no uma folga do nosso trabalho. Eu acho que vai muito mais alm. por isso que a gente tem s dois CDs lanados. Porque a gente tem a banda, mas no s isso. No s a banda. A gente tem nossos trabalhos no underground. Cada um faz as suas paradas no underground alm da banda. Ento a banda se rene, mas a gente num toca muito. FMZ: Mas rolam planos para um prximo trabalho? Makarro: A gente j t com um trabalho novo que t lanando, j tem seis msicas novas gravadas. Tem msicas novas que a gente j t tocando. Mas pra lanar no vale a pena porque a gente no tem grana. O lance pra bancar tem que ter grana... FMZ: E das bandas novas que vocs tem visto, que tem tocado com vocs, quais so boas promessas? Makarro: Eu coloco assim: Particularmente eu gosto do Esgoto, Menstruao Anrquica que um banda s de mulheres, que tem uma atitude, que eu respeito muito e admiro. Tem o Revoltados, tem o Lixo Suburbano... So minhas bandas de cabeceira. FMZ: Antes de acabar: Qual foi a impresso da ltima vez que vocs estiveram aqui? Barata: Tinha muito mais gente! O pessoal era mais unido... Hoje todo mundo casou, tem filho... FMZ: Terminando ento... Alguma considerao final, ou recado pra galera? Makarro: Meu recado pra galera : Vamos se informar mais. Hoje as coisas esto muito mais abrangentes. Tem vrias coisas a pra voc se informar. Tem internet, tem acesso... Procurar saber quem quem, que banda a banda tal... Tem boas bibliotecas, tem vrias coisas pra voc se informar, cara. Vai batalhar, tem faculdades gratuitas maravilhosas, tem muitas coisas. E no julgue as pessoas antes de conhec-las, muito ridculo isso. Vamos procurar saber de onde ela veio, quais as origens. Que ridculo isso. No pense com a cabea dos outros, pense com a sua prpria cabea. Barata: Meu recado final o seguinte: Ns tocamos aqui faz sete anos, n? E um prazer pro DZK voltar aqui sete anos depois e encontrar os mesmos amigos. Ainda acreditando na cena. punk Rock Por: RafaelA. Fotos: Feira Moderna Zine e site na veia!

Contatos: www.radiobase.org/dzk Caixa Postal 23 CEP 09910-970 Diadema SP - Tel (11) 4071-8820 (Dunga)

Motivo para lutars vezes estamos to angustiados e intolerantes que nada parece dar certo. Todo mundo j passou por isso algumas dezenas de vezes. o famoso dia em que no devamos levantar da cama... Enfim, dias assim so timos para fazermos uma auto-anlise de nossas vidas, atitudes e caminhos tomados. um exerccio por vezes doloroso, j que somos sinceros com ns mesmos, sendo duros nas avaliaes e veredictos. Secos e diretos, nossos pensamentos nos apunhalam com aquelas verdades que vivemos velando, seja por falta de tempo, compromisso ou vontade de mudar. Nesses dias lembramos daqueles amigos que nunca visitamos, do livro que continua na estante esperando ser devorado, o cd que no foi devolvido, os trabalhos da faculdade que faltam ser feitos e o acmulo de trabalho que nos amedronta na mesa ao lado do computador. Sem contar as contas que no param de chegar, o telefonema que ficou para ser feito em outra hora e a bendita dieta que sempre vai ser iniciada na segunda-feira, s no sabemos de qual ms e ano. Dias posteriores a este, so produtivos ou ento mais apticos, depende de como iremos aceitar nossas crticas e esporros. Fazemos planos, organizamos horrios, folheamos o livro que estava ansioso na estante e dormimos pensando em como foi bom conversar com ns mesmos, mesmo que tenha sido cruel, triste e desgastante. Foi necessrio! Eu, particularmente, quando estou aborrecida me detono. Fao uma auto-anlise de tirar o couro e depois a minha catarse ouvir os sons que curto, escrever e dar um basta nas minhas pendncias, organizando tudo o que for possvel. Ultimamente ando um pouco dispersa, as responsabilidades da vida adulta tm me sugado tanta energia que s vezes acho que no vou agentar a presso. ... passar dos 30 no nada fcil, ainda mais quando se escolhe uma profisso instvel como a minha e mora-se no Brasil. De modo algum estou dizendo, coitada de mim, cidad do terceiro mundo e jornalista! Mas bem sabemos que cada vez mais o mercado de trabalho est inchando e sem possibilidade de absorver tanta gente, at porque onde esto as redaes dos jornais??? Tudo agora feito via internet. At mesmo os profissionais esto acomodados e no vo s ruas procurar pela notcia, pelas fontes. Ops! Acho que estou fugindo do tema. Mas qual era mesmo o tema? Ah sim! O dia em que no devamos ter levantado da cama. Sei que parece um tema chinfrim, mas o que me ocorreu nesse final de domingo, em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e eu me pergunto: o que eu fao pelo meio ambiente, pelo meu meio ambiente? Grito, esperneio, procuro fazer uso de minha profisso para alertar as pessoas, levar informaes, esclarecer, cutucar, provocar... Mas estou decepcionada com o mundo, que lembra de problemas to latentes como a degradao do meio ambiente somente no dia de hoje e que hipcrita o suficiente para fazer um estardalhao sobre o dia de hoje, mas que passa o ano inteiro jogando toneladas de lixo nos aterros, lixes, rios e ruas. Ningum lembra da importncia do meio ambiente quando est lavando a calada ou o carro com a mangueira, quando deixa o lixo na areia da praia (afinal de contas a areia vai cobrir, n?) e quando avana o sinal de trnsito colocando em risco a vida das pessoas. O ser humano muito inconseqente e me angustia saber que essa inconseqncia individual trar prejuzos globais e a me lembro de umas das mximas da educao ambiental: pensar globalmente e agir localmente. Por Deise Santos Assim como no underground, esse o meu recado: faa voc mesmo.

Consciente Coletivo

O Fim que Nunca Termina (ou o que se faz quando no h nada que se possa fazer)

Migra Violenta o que podemos chamar de Frankenstein. A banda comeou em 99 com Carolina (colombiana) e Daniel (brasileiro), que tinham a idia de fazer uma banda de um estilo que na Argentina no era muito comum. A Carolina j havia tocado na Apatia No e se correspondia por carta com Juan (argentino). Quando comearam a falar sobre msica, alm de outras idias, viram que tinham algumas coincidncias e ento formaram a banda, que tem esse nome adivinhem por qu??? Exato! Cada um de um pas, um legtimo Frankenstein. A banda tem vrios lbuns distribudos por diversos selos, essa postura vem do fato de trabalharem sempre em cima do Faa-voc-mesmo que o principio fundamental da banda, segundo Juan Ruedy, baixista da banda. Fizemos contato atravs da internet e pelo correio, mandamos e trocamos muitos materiais com pessoas de vrios lugares no mundo e comeamos a realizar projetos em comum. Entre esses contatos, alguns selos se interessaram em apoiar a banda e participar da edio do cd e seguimos com essa perspectiva. completa Juan. Eles pretendem lanar todos os lbuns assim. Para ele, essa a maneira mais correta para que o lbum chegue a todos os pontos e para praticarem o que tanto se fala na cena independente sobre o Faa-voc-mesmo. A maioria das letras fala de problemas sociais, como a opresso do povo, mas segundo o baixista a banda no tem um perfil ideolgico determinado e cada integrante da banda tem sua prpria concepo de mundo. - Ns vemos no mundo muita gente vivendo cada vez mais na pobreza e muito pouca gente concentrando a riqueza. Bom, essa maior problemtica do mundo e nesse contexto, ns que vivemos em um pas com muita gente desocupada enfocamos fundamentalmente a problemtica social, se vivssemos em outra realidade talvez tivssemos uma viso diferente. Se no existissem esses problemas, no precisaramos estar por a cantando contra a opresso e a misria diz Juan. O hardcore uma expresso contra-cultural que pode ter diversos contedos. Algumas pessoas podem se manifestar falando de amor e poesia, afinal nem todo mundo precisa fazer letras de carter poltico completa. A Migra Violenta passou pelo Brasil no incio de 2005, para divulgar o novo lbum Holocausto Capitalista e passaram cerca de 15 dias tocando em oito cidades de So Paulo. Uma viagem que estava sendo planejada h muito tempo, desde da poca do split Cucsifae, que foi lanado pelo No Fashion Recs, mas que s foi possvel agora, com o apoio do Fbio do Sick Terror , com quem vo lanar um split ainda este ano e do B a r a t a (baterista do Sick Terror ) que tocou durante a tour, j que a vaga das baquetas est em aberto. M a s antes de pisar em terras tupiniquins, eles conheceram o velho mundo em 2003, na poca em que lanaram o Superficial, onde fizeram 55 shows (6 dias por semana), em 11 pases. Para eles foi uma grande experincia, j que a realidade na Argentina bem diferente: cena pequena, custo dos lugares para fazer shows muito alto e pessoas querendo entrar de graa nos shows. A organizao l maior, os pases tm muitos mais recursos, tm acesso mais fcil a todas as coisas, podem organizar shows maiores e garantir s bandas a comida e o local para dormir. L quando organizam shows, eles jamais perdem dinheiro, enquanto em nosso pas se algum fizer um show, acaba colocando dinheiro do prprio bolso. diz o baixista. Sobre a situao dos nossos vizinhos argentinos, a realidade no muito diferente da nossa: dvida externa, desemprego, acmulo de riqueza por parte de empresas multinacionais. Mas h uma diferena, l as pessoas vo s ruas para reclamar seus direitos, mesmo que sejam reprimidas elas no desistem como na Rebelio Popular de 2001, quando conseguiram derrubar um governo democrtico, com um saldo de 41 mortos nas manifestaes. Situao acompanhada de perto pelo baixista, que alm de ser professor de Histria, faz parte de um movimento de desempregados na Argentina, que promove piquetes e outras manifestaes por melhores condies de vida para todos. o Por: Deise Santos Faa-voc-mesmo na veia.

Frankenstein Latino-americano

Mau PressgioA banda surgiu em meados de 2000, e aps algumas mudanas a formao se estabilizou com Charuto (vocal), Maraj (guitarra); Palito (baixo) e Candandgo (bateria). Lanaram em 94 ODEMO (referncia juno de duas palavras Odeio Emo), cdr com trabalho prprio, mostrando um hc rpido e agressivo. No momento est divulgando seu novo trabalho, intitulado Sdio. A seguir, entrevista com o guitarrista Maraj: FMZ: Quando e como surgiu o Mau Pressgio? Maraj: Em meados de 91 ns montamos o Terica, e at aquele momento ningum sabia se podia tocar alguma coisa. E foi por indicao, tipo Voc toca isso, voc toca aquilo outro e voc qualquer coisa. Duramos pouco tempo, e resolvemos parar. Mas a em 2000 comeamos a pentelhar o saco um do outro, ento voltamos mais feios, porm maduros e tendo como arcar com alguns gastos. FMZ: Quem teve a idia do nome? Maraj: No lembramos de quem foi a idia, mas estvamos entre 2Dnovembro e Mau Pressgio, pois sempre ocorriam acidentes antes dos ensaios como acontece at hoje: corda arrebenta, cabo falha, caixa no funciona, chove, falta luz... FMZ: Voc acha que hoje em dia est mais fcil pra uma banda gravar cd? Maraj: Sim, devido internet, popularizao de programas de udio. Mas existem os dois lados: O bom, que qualquer um pode gravar e lanar coisa boa e ruim e espalhar pela rede. O lado ruim que voc precisa ter um computador para ter acesso a esses recursos, o que no nosso caso. FMZ: Qual foi um dos melhores shows do Mau Pressgio? Maraj: Foi um que fizemos no Espao 911, em Bento Ribeiro. Energia e participao da galera, num show que comeou com trs pessoas assistindo e de repente, ficou cheio, com pessoas que realmente curtem o tipo de som que fazemos. Preferimos tocar pra meia dzia de pessoas que curtem de verdade, do que para 500 modistas que no tem personalidade, e se vendem por qualquer onda ou movimento. FMZ: E o pior? Maraj: Com certeza nosso primeiro no Garage, nada dava certo. Chovia, rolava Flamengo x Vasco no Maracan, pedal de guitarra que no funcionava, pedal de bumbo quebrado. Neste dia, seriam 11 bandas, sendo o Mau Pressgio a sexta a tocar. Faltaram cinco bandas e camos na maldio de ser a ltima a tocar. FMZ: Quais as influncias de vocs? Maraj: S velharia: Dead Kennedys, Slayer, Brujeria , Sepultura , Garotos Podres , Replicantes, Inocentes, RDP, Toy Dolls, Agnostic Front, GBH, MorbidAngel. FMZ: E as letras? Falam de qu? Maraj: As letras falam de mazelas do mundo interior de cada um, dos estados fsicos e de tudo que nos interessa. FMZ: planos para o futuro? Maraj: Ganhar novos espaos e manter nossas cabeas sempre voltadas para adiante, sem esquecer que temos nosso passado.

Mentiras h muitas, verdade h uma s. E era com essa frase na cabea que vinha passando as ltimas semanas. Era s mais uma caminhada solitria como tantas outras. Todas as noites acabavam mais ou menos assim. Vagando pelas mesmas ruas de tempos atrs se sentia tentando, no fundo, voltar a uma poca distante onde as coisas que, agora, o atormentavam sequer existiam. Mas era em vo. No dava mais pra fugir. Como no se consegue fugir de nada que seja de verdade e sincero. Embora ningum acreditasse ou levasse a srio. Continuava a andar, madrugada adentro. Com a mesma febre que todos os dias insistia em ir e voltar. Com melodias e frases desconexas querendo sair de dentro dele de alguma forma que fosse. Em forma de grito, choro, msica ou vmito. E por mais que soubesse que aquelas madrugadas cruzando a cidade a p no levavam a lugar algum, sabia tambm que as paredes do quarto sufocavam. As lembranas e sonhos que lhe maltratavam pelas ruas escuras e vazias doam bem mais entre quatro paredes. Na verdade o que lhe doa era o porque das pessoas preferirem a mentira ao invs da verdade. Pior: Preferem uma mentira distante a uma verdade rastejando a seus ps. No dava mesmo pra entender. mais fcil seguir pelo caminho iluminado que virar na rua escura? Nem sempre... E todas aquelas criaturas ridculas sentadas naquelas mesas ou amontoadas numa esquina qualquer sem motivo algum pra estar ali que no encontrar uma vida na qual interferir, cuspir, ridicularizar, brincar (t, l vem as vrgulas de sempre...) e depois fingir que nada aconteceu e pr a culpa na sua condio de 'humano. Pensou que ser humano devia ser realmente covarde demais. J que os 'humanos' de verdade fugiam do que era bom e preferiam representar a viver. Mas, afinal de contas, por qu? Tentava entender. Via isso pelas ruas a todo momento. Por cada esquina que virava ou nos bares pelos quais passava. E eram bem poucos, ou seja, sempre as mesmas pessoas com os mesmos olhares vazios. Diferente do olhar que realmente lhe interessava, mas cujo brilho no era por sua causa. Alis, nunca foi. O qu? Tudo, ora. Nada foi de verdade. Mas de sua parte no, tudo sempre foi verdadeiro demais, ou seja, do jeito que no se deve ser, no ? A vida, os erros comuns, os tropeos causados por seus prprios medos, a ironia de em alguns momentos se ter tudo que se pode desejar menos o que realmente se quer, enfim, todas essas coisas haviam maltratado-lhe sim, mas tambm ensinaram muitas lies. Mas faltou a mais importante: Como mentir pra si mesmo e pras pessoas que so importantes pra ele? Como no ser de verdade para com quem quer que seja? Essa a mais difcil das lies. Alguns conseguem aprender bem rpido, e esses so os vitoriosos, os que merecem aplausos e conquistam as coisas mais valiosas. Mesmo que no meream. E, ao final, no do o menor valor pra nenhuma dessas coisas que ganham de presente da vida. E tudo isso vai machucando, aos poucos, at que se torna incontrolvel. E no se sente medo de nada, no se for para mostrar que o que se sente verdadeiro. como se desafissemos o mundo, a vida e suas mentiras pra mostrarmos o quo sinceros estamos sendo. Da, como todos os maus jogadores e bons perdedores, perdemos. Como sempre acontece... E mesmo assim no desistimos de nos machucar, pois como todo bom louco (ser mesmo?) que se preze, no abrimos mo de nossos valores e sentimentos por causa de algo to frgil e covarde quanto o resto da humanidade e seus medos. Sim, ele sabia que essa madrugada terminaria como tantas outras... Numa dessas madrugadas, sentado em um canto de uma calada depois de uns dois maos de cigarros e um nmero considervel de garrafas amontoadas sobre a mesa teve mais uma prova do quo estpido o ser humano pode ser quando colocamos seus valores e 'certezas' a prova. Um homem praticamente nu passava por entre as pessoas e, debaixo da chuva que insistia em cair, levantava os braos e meio que perguntava a Deus (ou no que ele acreditasse) o porqu. Vez ou outra chamava o nome de algum e dizia pra que o esperasse. O desespero daquele sujeito (que no parecia mesmo estar sob efeito de coisa alguma) aos poucos ia despertando algumas reaes. Ele s observava o homem e ouvia os comentrios. Coisas do tipo: Eu lembro dele de terno e gravata passando por aqui hoje cedo, que absurdo!, O cara deve t muito doido... Vai maluco!!!, Chama a carrocinha!!! Hahahahahaha!!! e por a vai. Ele s conseguia observar e pensar que podia, algum dia, estar naquela situao. No queria, pois mesmo no sentindo vergonha das coisas que sente no achava realmente que devia servir de atrao pra quem quer que fosse. Mesmo j tendo feito esse papel fazia bem pouco tempo. No entanto, no iria julgar aquela pessoa como foi julgado por outras tantas. Achou pattico? Sim, mas no o homem sujo, sofrendo, molhado de chuva e chorando no meio da rua. Achou pattico os gritos e comentrios dos outros sentados nas mesas ao seu redor. Como podiam julgar o comportamento de algum se depois de algumas cervejas, demonstravam suas fraquezas com frases quase sem sentido que s serviam pra mostrar aos outros o quanto estavam insatisfeitos com suas prprias vidas? No fundo entendia muito bem o sujeito. como se sua vida tivesse parado. E quando a vida pra, tudo ao redor passa a ter menos valor. No fazem diferena os risos, deboches, enfim. S se quer ter a prpria vida de volta. E quando se sabe o que preciso para que sua vida volte a andar, tenta-se alcanar isso de todas as formas sem importar o que seja preciso fazer. Tinha certeza: A vida daquele homem havia parado, e ele sabia exatamente o que era preciso para o fazer voltar a viver. No tinha muito haver com o que estava acontecendo, mas se lembrou do que havia acontecido naquele mesmo lugar na noite anterior. Uma mulher, 'levemente alcoolizada' chegou, encontrou com alguns amigos e entre um assunto e outro notou um cachorro com a pata machucada. Junto com o co, seu dono 'realmente alcoolizado'. Brincou com o cachorro, voltou sua conversa com seus amigos. Em determinado momento tentou ver o machucado na pata do cachorro. Sim, foi um erro, mas foi com a melhor das intenes (sempre elas...). Em uma frao de segundos um rasgo abriu-se no rosto da mulher. O cachorro no precisou de muito esforo para fazer um senhor estrago no rosto da pobre coitada. E enquanto ela perguntava ao dono, que, 'trbado', no havia se dado conta do acontecido, se o co era vacinado, era como se de alguma forma a vida dela tambm tivesse parado. O medo de no poder mais fazer as coisas de que gostava, de faltar quando algum que ela ama precisar fez com que a vida daquela mulher parasse. E nada que ningum dissesse faria diferena alguma naquele momento. Ela s queria que sua vida continuasse, voltasse a ser do jeito que era antes do acontecido. Pensando assim, em nenhum dos dois episdios ele falou ou fez nada. Eram duas situaes completamente diferentes mas que refletiam o mesmo sentimento. De algo interrompido. E disso ele entendia bem. Depois que o homem desapareceu tudo voltou ao normal (o que ser que normal, afinal de contas???). Da ele pensou em como era estranho o que estava se passando com ele. Sim, a vida dele havia parado. Planos, projetos, sonhos quase realizados que voltam estaca zero, as coisas de que se gosta perdendo totalmente a graa, enfim. As madrugadas passavam, a febre passava (mas essa sempre voltava), o tempo passava, mas a vida havia parado. Como um pr-do-sol visto em um carto postal, no tinha graa nenhuma. E assim como todos que param suas vidas, ele tambm sabia exatamente o que faria com que ela voltasse a andar. Mas no havia nada mais que pudesse ser feito. Todas as palavras, gestos, lgrimas, enfim. Tudo havia sido gasto e parecia no ter valor nenhum. Ao menos era o que lhe parecia. Por alguns instantes sentiu inveja dos que conseguem simplesmente apagar algo de dentro de si, mesmo algo que aconteceu ou que se sentiu a pouqussimo tempo atrs. Porm, mesmo que fosse capaz de apagar tudo, no adiantaria. O gosto amargo na boca, o silncio no quarto, o rosto fechado, o sorriso difcil de vir, a febre, o enjo diante de qualquer coisa comestvel, o sono que o havia abandonado fazia tempo (ok, as vrgulas de novo...), nada disso desapareceria. Se o que sentisse fosse algo ruim, lutaria para apagar de dentro de si mesmo, bvio. Mas no era. Pelo contrrio, o que o estava destruindo por dentro era um bom sentimento. Um bom sentimento por algum. E isso di mais que qualquer coisa que se possa sentir. E por mais que achasse j ter sentido algo parecido sabia que no. Daquela vez era definitivo. Mesmo que ao final desse tudo errado, precisava tentar. E saber que o mximo que seu desespero, suas tentativas (que nunca foram tentativas e sim splicas), sua vida parada, suas madrugadas vagando pelas ruas ou qualquer coisa que pudesse pensar como sendo um motivo pra tudo aquilo, enfim, tudo aquilo no despertava absolutamente nada em quem mais importava (no mximo a pena alheia, mas isso no lhe importava). Quando muito algumas risadas, fosse de pena, desprezo, ou simplesmente por achar engraado ver algum deixar tudo fugir por entre as mos em nome de algo que ele sequer sabia classificar. Sim, talvez fosse mesmo ridculo, mas era de verdade. Ao menos, nunca fez nada que pudesse, de alguma forma, magoar ou desrespeitar aquela pessoa. Mas isso tambm no parecia ter valor algum pra ela... Ao final de mais uma noite em claro viu o sol nascer pela quadragsima vez por entre as grades de sua janela. Comearia mais um dia e tentaria no lembrar que l fora o mundo ia continuar a andar, que todos, inclusive a que lhe jogara (talvez sem querer) naquele abismo sem fim, iriam acordar e tocar suas vidas como se nada tivesse acontecido. E no fundo era verdade, nada acontecia mesmo. Sim, ia tentar fazer suas coisas, mas se recusou a lutar contra algo que sequer sabia o nome. Era bom? Sim. Mas lhe fazia muito mal. Sabia, no entanto, que um dia poderia vir a fazer bem e sabia que viveria esperando esse tal dia (que podia no chegar). Esperando, mesmo que ningum acreditasse que fosse possvel. Assim como todas as coisas impossveis, o impossvel no existe. Disso ele tinha certeza absoluta. Tipo sentar debaixo de uma rvore com o sol batendo na cara e esperar o sol se mexer pra enfim ter sombra. No d pra esticar a mo e tirar o sol do lugar. E se a tal rvore a sua preferida, voc espera que ela te d sombra, leve o tempo que levar. Comparaes esdrxulas parte: Viveu (?) mais um dia. Viveu (?) outro e assim foi, por um longo tempo. E algo lhe dizia que talvez essa dor no fosse pra sempre. PS: ...e eu continuo do mesmo jeito: te esperando. O verdadeiro forte no teme a morte. E nunca ir fugir mesmo que tenha que ferir. (trecho de letra da msica Sem Perdo da extinta banda carioca Sifuhanks)

Rafael A.

Contatos: [email protected] Mais informaes: www.migraviolenta8k.com

Contatos: www.fotolog.net/maupressagioPor: Carlos Alberto

Mais besteiras que no importam a absolutamente ningum em www.sangueazulnapracavermelha.cjb.net

Ok. No sou o maior defensor do underground de Niteri. Esse o tipo de coisa que nem daria pra negar. To pouco sou f de modinhas que varrem, de tempos em tempos, tanto mainstream quanto mercado independente. Uma delas o tal Emo. Que apesar de, hoje em dia, aparentemente com sonoridade e conceito original deturpados ainda dita visual e gostos de uma penca de adeptos mundo afora. Opa! Estamos chegando a algum lugar. Sim, a banda que figura na capa deste nmero vem de Niteri. E mesmo que nossos entrevistados no abracem o rtulo com tanta veemncia nem d pra dizer que primeira vista (ou audio) no associamos imediatamente o som do Espaonave ao tal Emo, ou Emocore, ou coisa que o valha. Se a associao correta ou no so eles prprios que vo dizer no decorrer da entrevista, ok? Agora, que alm do tal Emocore, tem coisas de som Indie e Rock Alternativo no som dessa galera, isso tambm no d pra negar. Alis, ao que me consta, esses elementos tem mais haver com o surgimento desse tal de Emo do que o Hardcore propriamente dito. Mas esse no o caso aqui, no mesmo? A questo : Com todas essas referncias, eu mesmo me espantei comigo mesmo ao me pegar cantarolando um som dessa galera certa vez. Mas difcil de fugir (e to complicado quanto explicar) dos arranjos certeiros que por vezes soam delicados e em outras pesados e marcantes. Cortesia da guitarra de Maurcio e da cozinha de Jeremias e Benjamim, batera e baixo respectivamente. To pouco d pra tirar da cabea os arranjos de teclado e as boas melodias na belssima voz de Suzana (que alm de cantar comanda os teclados nos CDs da banda). Pera! As coisas comeam a fazer sentido: Banda com vocal feminino de cara me conquista. Mas s isso no basta, n? Tem que ter algo mais. Cara prpria, um certo ar de novidade no ar quando se ouve o som, sei l, tem que ter alguma coisa... E eles tm. Mas como no vou mesmo saber dizer o que vamos nos ater a outras caractersticas do Espaonave, ok? Ficou faltando dizer que apesar de se tratar de uma banda de Niteri, por vezes o Espaonave soa diferente do que normalmente vemos por aqui. Seno vejamos: Essa galera pareceu ser uma das poucas a entender que se voc toca meia dzia de vezes por aqui voc pode estar certo que 100% do pblico j viu (ou conhece) sua banda. Ou seja, quem gostou, gostou, n? E, talvez por causa disso o Espaonave resolveu botar o p na estrada e encarar uma mini tour que passou por So Paulo e Curitiba. Mas a melhor que eles mesmos contem essa histria. E falando dessa tour que iniciamos nosso papo com o Espaonave. Papo este que vem a seguir e trata desse e de outros assuntos. Desde os primeiros passos da banda, passando pela verso dos caras para a msica dos Thundercats (???) at... Niteri (como se desse pra fugir, n?). Ento isso. Com vocs a primeira banda de Niteri a aparecer como entrevistada na capa do FM