Felizmente Há Luar!

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Nome:Nome: Luís Infante de Lacerda Sttau Luís Infante de Lacerda Sttau

MonteiroMonteiro

Nasce:Nasce: 3-4-1926, Lisboa

Morre:Morre: 23-7-1993, Lisboa

Para mim há uma coisa sagrada:Ser livre como o vento.

Luís de Sttau Monteiro

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Ficcionista, autor dramático, encenador e jornalista, formado em Direito.

De ascendência espanhola, viveu uma parte da adolescência em Inglaterra, onde o seu pai foi embaixador.

Nos anos 70 desenvolveu actividade como jornalista.

Da segunda geração neo-realista, recebeu com Felizmente Há Luar!, em 1962, o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores.

As suas sátiras sobre a ditadura e a Guerra Colonial, fruto do seu espírito crítico e combativo, tornaram-no objecto de perseguição política, chegando mesmo a ser preso.

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Conteúdos Essenciais:Conteúdos Essenciais:

Contextualização – histórica – social; Classificação da obra – drama narrativo; Teatro Épico Vs Teatro Aristotélico; Personagens – o Poder – o Contrapoder; Espaço; Tempo – sobreposição metafórica de

dois tempos.

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Contextualização Contextualização – – histórica – socialhistórica – social

-Revolução Francesa (1789).

-Invasões napoleónicas abalam o Ocidente da Europa.

-Só a Inglaterra resiste ao imperador Napoleão Bonaparte.

-Em 29 de Novembro de 1807, com as tropas de Junot às portas de Lisboa, D. João VI, e grande parte da corte, embarcam para o Brasil, para evitar a capitulação.

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Contextualização Contextualização – – histórica – socialhistórica – social

-A corte pede ao governo inglês um oficial para reorganizar o exército.

-É nomeado o general Beresford, generalíssimo do exército português, quando o País sofre as invasões das forças comandadas por Soult e, depois, por Massena.

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Contextualização Contextualização – – histórica – socialhistórica – social

-Após as invasões, Beresford vê os seus poderes consolidados, mas começa a atrair inimigos.

-Começa então uma acção repressiva, nomeadamente contra conspiradores, agrupados em sociedades secretas.

-Em 1815, o general Gomes Freire de Andrade chega a Lisboa, o Intendente da Polícia avisa Beresford da simpatia que o povo nutre pelo general e do ambiente de conspiração que se respira. esscp - 2007/08 - elisa

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Trata-se de uma drama narrativo de carácter épico que retrata a trágica apoteose do movimento liberal oitocentista, em Portugal;

Apresenta as condições da sociedade portuguesa do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas;

Segue a linha de Brecht e mostra o mundo e o homem em constante transformação;

Mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria, a alienação, a denúncia da ausência de moral, a busca de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem;

De acordo com Brecht, Sttau Monteiro proporciona uma análise crítica da sociedade, mostrando a realidade, de modo a levar os espectadores a reagir criticamente e a tomar uma posição.

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Classificação da obra – drama narrativoClassificação da obra – drama narrativoClassificação da obra – drama narrativoClassificação da obra – drama narrativo

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Predomina a acção; Proporciona ao

espectador uma experiência afectiva, implicando-o na acção;

Desperta-lhe sentimentos;

Sugere; Proximidade entre o

espectador e a peça, levando a maior envolvimento.

Predomina a narração; Proporciona ao

espectador uma experiência intelectual, levando-o a observar;

Obriga-o a tomar decisões;

Argumenta; Distanciação entre o

espectador e a peça, levando na maior nitidez de análise. esscp - 2007/08 - elisa

Teatro Épico Vs Teatro AristotélicoTeatro Épico Vs Teatro AristotélicoTeatro Épico Vs Teatro AristotélicoTeatro Épico Vs Teatro Aristotélico

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D. Miguel ForjazD. Miguel Forjaz“frio, desumano, calculista,

medíocre, rancoroso”

Marechal Marechal BeresfordBeresford

“preocupado com as aparências, despreza os que o rodeiam, ganancioso, cínico”

Principal SousaPrincipal Sousa“imponente, fanático,

hipócrita”

VicenteVicente“é do povo, mas despreza-o,

inteligente, mas contraditório, traidor”

Morais SarmentoMorais Sarmento Andrade CorvoAndrade Corvo“denunciantes, só dedicados à sua

própria causa”

Dois políciasDois polícias“iguais a todos os polícias”

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Personagens – o Poder :Personagens – o Poder :Personagens – o Poder :Personagens – o Poder :

Os 3 governantes – Os delatores – A Os 3 governantes – Os delatores – A políciapolícia

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Gomes FreireGomes Freire“um homem às direitas, um

homem como todos nós”

“lúcido, inteligente, idolatrado pelo povo”

Adquire uma dimensão mítica, sobretudo por nunca aparecer ao longo de toda a obra.

MatildeMatilde“é a companheira de todas as

horas do General”“vestida de negro e desgrenhada”

é a verdadeira imagem da dor.

António de Sousa FalcãoAntónio de Sousa Falcão“o amigo inseparável de Matilde e

de Gomes Freire”

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Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :

Gomes Freire – Matilde – António de Sousa Gomes Freire – Matilde – António de Sousa FalcãoFalcão

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Manuel Manuel “o mais consciente dos

populares, mas indeciso na acção”

“sem esperança de que as coisas mudem”

RitaRita“submissa à vontade do

marido”“impulsiva e solidária com

Matilde”

Outros PopularesOutros Populares“são sempre o pano de fundo da cena”“revoltados contra a miséria, mas

receosos do poder repressivo”

Antigo SoldadoAntigo Soldado“mostra a influência do General sobre

os seus homens”“a noite ainda ficou mais escura

quando prenderam o General”

Frei DiogoFrei Diogo“é um homem sério, que procura

mostrar a outra face do poder religioso”

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Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :Personagens – o Contrapoder :

Manuel, Rita, Outros Populares, Antigo Soldado, Frei DiogoManuel, Rita, Outros Populares, Antigo Soldado, Frei Diogo

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EspaçoEspaço

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Rossio Largo do Rato

S. Julião da Barra

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ESPAÇOESPAÇO

O espaço físico não assume grande relevância, por isso são escassas as referências explícitas aos locais;

Só os diferentes espaços sociais importam;

A acção começa na rua(segundo Brecht é o espaço

mais próprio para revelar o homem nas suas relações sociais)

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A agitação social que levou à revolta liberal de 1820 - conspirações internas; revolta contra a presença da Corte no Brasil e influência do exército britânico;

regime absolutista e tirânico classes sociais fortemente

hierarquizadas; classes dominantes com

medo de perder privilégios; povo oprimido e resignado;

Obscurantismo; Miséria, medo, ignorância;

Perseguições dos agentes de Bereford;

Denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento, hipócritas e sem escrúpulos;

Censura; Severa repressão dos

conspiradores; Processos sumários e pena

de morte; Execução do General

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Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo da históriaTempo da história

Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo da históriaTempo da história

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Agitação social dos anos 60 - conspirações internas; guerra colonial;

Regime ditatorial de Salazar; Maior desigualdade entre

abastados e pobres; Classes exploradas, com

reforço do seu poder; Povo reprimido e explorado; Miséria, medo e analfabetismo; Obscurantismo, mas crença nas

mudanças;

Luta contra o regime

totalitário e ditatorial; Agitação social e política

com militares antifascistas a protestarem;

Perseguições da PIDE; Denúncias dos chamados

"bufos", que surgem na sombra e se disfarçam, para colher informações e denunciar;

Censura à imprensa; Prisão e duras medidas de

repressão e de tortura; Condenação em processos

sem provas.esscp - 2007/08 - elisa

Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo do discursoTempo do discurso

Tempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo: sobreposição metafórica de 2 temposTempo do discursoTempo do discurso

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Tempo histórico: século XIX.

Tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a oposição e o regime salazarista.

Tempo da representação: 1h30m/2h.

Tempo da acção dramática: a acção está concentrada em 2 dias.

Tempo da narração: informações respeitantes a eventos não dramatizados, ocorridos no passado, mas importantes para o desenrolar da acção.

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