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FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA E DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM CAMPO SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL DANILO RAFAEL MESQUITA NEVES Orientador: Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Júnior Campo Grande, março de 2009

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FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA E

DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM

CAMPO SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL

DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL

DANILO RAFAEL MESQUITA NEVES

Orientador: Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Júnior

Campo Grande, março de 2009

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FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA E

DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM

CAMPO SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL

DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL

DANILO RAFAEL MESQUITA NEVES

Dissertação apresentada como um dos requisitos para obtenção do

grau de Mestre em Biologia Vegetal

junto ao Departamento de Biologia do Centro de Ciências Biológicas e

da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Júnior

Co-orientador: Prof. Dr. Erich Arnold Fischer

Campo Grande

Março/2009

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

________________________________________________________________________

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL

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Teatro Dos Vampiros

Legião Urbana

Composição: Renato Russo

Sempre precisei

De um pouco de atenção

Acho que não sei quem sou

Só sei do que não gosto...

E nesses dias tão estranhos

Fica a poeira

Se escondendo pelos cantos

Esse é o nosso mundo

O que é demais

Nunca é o bastante

E a primeira vez

É sempre a última chance

Ninguém vê onde chegamos

Os assassinos estão livres

Nós não estamos...

Vamos sair!

Mas não temos mais dinheiro

Os meus amigos todos

Estão procurando emprego...

Voltamos a viver

Como há dez anos atrás

E a cada hora que passa

Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem!

Eu só quero me divertir

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Esquecer dessa noite

Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo

E a artilharia

Comparamos nossas vidas

E esperamos que um dia

Nossas vidas

Possam se encontrar...

Quando me vi

Tendo de viver

Comigo apenas

E com o mundo

Você me veio

Como um sonho bom

E me assustei

Não sou perfeito...

Eu não esqueço

A riqueza que nós temos

Ninguém consegue perceber

E de pensar nisso tudo

Eu, homem feito

Tive medo

E não consegui dormir...

Vamos sair!

Mas estamos sem dinheiro

Os meus amigos todos

Estão, procurando emprego...

Voltamos a viver

Como a dez anos atrás

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E a cada hora que passa

Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem

Eu só quero me divertir

Esquecer dessa noite

Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo

E a artilharia

Comparamos nossas vidas

E mesmo assim

Não tenho pena de ninguém...

Faço duas dedicações desta dissertação à pessoas que sabem do que não gosto e que

me entendem quando não sei quem sou: meus pais & meu amor Suzy Saab

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AGRADECIMENTOS

Acima de tudo a Deus, pela força que pedi nos momentos difíceis;

Ao meu orientador Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Junior, pelos ensinamentos

essenciais no desenvolvimento do projeto e principalmente pela paciência;

Aos meus pais pelo apoio no traslado campo-disciplina-campo;

A Suzyane Saab de Lima, minha companheira, pelo carinho e compreensão nos

momentos difíceis;

Aos meus colegas de mestrado Marcelo Leandro Bueno, Vanessa Pontara, Elio de

Oliveira Rocha Junior, Fernando Belan do Santos, Wagner José Martins, Wellington

Matsumoto Ramos, Alex Marcel Melotto, Jaqueline Cabral Vilas Boas, Carla Braga

Leite, Amanda Galdi Boaretto, Anne Karen Dutra Salomão, Deborah Christiane Leite

Kufner, Gabriela Atique Fernandes, Arly Porto de Oliveira, Cristiane Bezerra da Silva e

Aurora Maria Rosa de Oliveira pelo apoio;

Ao co-orientador Prof. Dr. Erich Arnold Fischer pelas inúmeras sugestões dadas na

qualificação e na redação da dissertação;

A Prof. Dra. Maria Rosângela Sigrist e Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

pelas valiosas sugestões na defesa da dissertação;

Ao MSc. Carlos Rodrigo Lehn pelas sugestões durante a fase de pré-defesa;

A Dra. Rosilene Rodrigues Silva e Profa. Dra. Ângela Lúcia Bagnatori Sartori pelo

incentivo na realização do projeto no mestrado em Biologia Vegetal da UFMS;

Aos professores e funcionários do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal da

UFMS, que me possibilitaram uma formação de qualidade;

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Ao Antônio Valtemir de Lima, Jussara Saab de Lima, Juliane Saab de Lima e Jussara

Saab de Lima pelo apoio;

Ao Guilherme Arruda pelas caronas ao local coleta na MCR;

Ao Marcos da Costa Mendes e Danilo Sandro Barbosa pelas discussões científicas

produtivas durante a graduação;

A FUNDECT/CAPES pela bolsa concedida;

A Profa. Dra. Iria Hiromi Ishii pela disposição do Herbário COR durante os períodos de

coleta;

Aos especialistas Prof. Dr. Arnildo Pott, Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Junior,

Prof. Dr. Marcelo Oscar Bordignon, MSc. Ana Cristina de Meira Cristaldo, MSc. Fábio

de Matos Alves, MSc. Carolina Ferreira Santos, MSc. Marcus Vinícius Santiago

Urquiza e Marcelo Leandro Bueno pelo auxílio taxonômico;

Ao Elias Alvarenga, Lucas Barbosa e Juliana Minuncio, companheiros de uma boa

educação sócio-educativa em Catalão - GO;

Ao Seu Fausto Cuiabano pelo auxílio nos trabalhos de campo;

Ao Sr. Edson Miranda da Silva, Gerente Geral da MCR, e Engenheiro Felipe Tadashi

Asao Coelho pelas autorizações de acesso à área de coleta;

A Mineração Corumbaense Reunida S/A pela cessão dos dados climáticos;

Ao Os Plantas, pelas risadas e momentos de união dos amigos;

A todas as pessoas que me ajudaram na vida e que não foram citadas por falta de

espaço, fato este que não desabona a importância;

A ECOTEC, uma idéia de um futuro próspero, Deus nos ilumine.

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RESUMO GERAL

O presente estudo foi desenvolvido na área do planalto residual do Urucum,

Corumbá – MS, com o objetivo geral de descrever as variações fenológicas de uma

comunidade vegetal de campo sujo de cerrado e verificar a dispersão de sementes por

morcegos para esta área. A amostragem fenológica foi feita com oito transectos de 250

metros, distantes 50 metros entre si, onde foram amostradas todas as espécies de

angiospermas floridas ou frutificadas que se encontravam distantes até no máximo três

metros de cada lado dos mesmos, no total de 0,6 hectares. Os morcegos foram

capturados com auxílio de redes-de-neblina dispostas até três metros acima do solo.

Foram armadas três redes (14x3m) por noite. As fases de captura constaram de duas

noites (período de lua nova) consecutivas por mês, durante um ano, totalizando 48

noites/ano. A maior intensidade da fenofase floração registrada para a comunidade

avaliada, calculada pelo índice de Fournier, foi em novembro de 2007, com 19,63% da

intensidade total da área. A maior intensidade de frutificação para a comunidade foi

registrada em fevereiro de 2008, com 15,08% da intensidade total da área estudada. Os

dados demonstram possível influência da queima na comunidade ao se analisar os picos

de floração no mês seguinte ao evento. No entanto, um maior período de estudo seria

necessário para a realização de testes estatísticos que comprovassem essa influência.

Informações sobre a intensidade das fenofases são muito importantes para um melhor

entendimento da disponibilidade de recursos para a fauna local e para auxiliar nos

planos de manejo e conservação do planalto residual do Urucum, o qual sofre com

atividades de mineradoras de ferro. Em 36.288 m2.h de esforço amostral foram

capturados 49 indivíduos, divididos em cinco espécies, sendo todos frugívoros. Das

cinco espécies coletadas, três apresentaram amostras fecais com sementes, num total de

20 amostras, equivalente a 40,8% do total de capturas. Mesmo no período de maior

disponibilidade de frutos, os morcegos coletados não consumiram recursos do campo

sujo de cerrado, sendo as espécies dispersadas para o local consumidas, provavelmente,

nas matas semidecíduas adjacentes à área de estudo. Porém, o fato dos morcegos

utilizarem recursos da mata semidecíduas não desabona a sua importância ecológica

como dispersores de espécies nativas e pioneiras para as áreas degradadas de campo

sujo.

Palavras-chave: floração, frutificação, zoocoria, fogo, campos de altitude

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GENERAL ABSTRACT

This study was carried out on Urucum plateau, in order to describe the phenological

variations of the campo sujo vegetation and the dispersal seeds by bats on this area. The

phenological sample was made with eight transects of 250 meters, apart 50 meters from

each other. All angyosperms species distant at most three meters of each side of the

transect were sampled, reaching 0.6 hectares. Bats were monthly mist netted over a full

year (october/2007 to september/2008), and fecal samples were collected for dispersal

seeds analysis. The intensity peak of flowering registered to the studied community,

calculated with the Fournier intensity, was in november/2007, with 19.63% of the total

area intensity. The fruiting intensity peak of the studied community was in

february/2008, with 15.08% of the total area intensity. This study provide us

information about the possible fire influence on the community, presenting flowering

peaks after one month of this event. However, more researches are necessary for

statistical analysis of this influence. The intensity of the phenological patterns data are

very important for a better understanding of the avaiability of resources to the local

animals and to help with the restoration and conservation plans of Urucum plateau. In

36.288 m2.h of field works were collected 49 bats of five species, all frugivorous. Three

of the five bat species collected presented feces with seeds, total of 20 samples,

corresponding to 40.8% of the total bats collected. The animals collected on the first

thirty minutes rarely presented feces with seeds. Even in the peak of fruiting, the bats

did not eat the fruits available in the campo sujo vegetation studied. The species

dispersed by bats to the area were, propably, eaten in a close semideciduous forest.

However, the fact of the bats eat fruits from the semideciduous forests do not diminish

the ecological importance of the bats such as potential seed dispersers of native and

pioners plant species to degraded campo sujo areas.

Key words: flowering, fruiting, zoochory, fire, high altitude grasslands

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

Fenologia pós-queima em uma área de campo sujo de cerrado no planalto residual

do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil

Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum,

Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil e esquema dos transectos realizados no campo

sujo de cerrado, sendo quatro de 250 metros em cada vertente do morro (Fonte:

Mineração Corumbaense Reunida S/A - imagem IKONOS 2005 modificada).

Figura 2: Padrão do fotoperíodo no período de outubro de 2007 a setembro de 2008 no

planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul (Fonte: On-line

Photoperiod Calculator).

Figura 3: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado

do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao

hábito.

Figura 4: Número de espécies apresentando a fenofase floração no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a

precipitação do período de estudo.

Figura 5: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do

planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos

de outubro/2007 a setembro/2008.

Figura 6: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do

planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies

classificadas quanto ao hábito. Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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Figura 7: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul

durante os anos de 2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente aos meses de coleta

dos dados fenológicos (Mineração Corumbaense Reunida S/A 2009).

Figura 8: Número de espécies apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, campo sujo de cerrado do planalto residual do

Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período de estudo.

Figura 9: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado

do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados

pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

Figura 10: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as

espécies classificadas quanto ao hábito. Dados pluviométricos de outubro/2007 a

setembro/2008.

Figura 11: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado

do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto à

síndrome de dispersão.

Figura 12: Número de espécies apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as

espécies classificadas quanto à síndrome de dispersão. Dados pluviométricos de

outubro/2007 a setembro/2008.

.

Figura 13: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as

espécies classificadas quanto à síndrome de dispersão. Dados pluviométricos de

outubro/2007 a setembro/2008.

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CAPÍTULO 2

Dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de cerrado no

planalto residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil

Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum,

Corumbá, Mato Grosso do Sul, esquema dos oito transectos de 250 metros para estudo

fenológico no campo sujo de cerrado e esquema do transecto de 300 metros na área

recuperada da Mina 02 (Fonte: Mineração Corumbaense Reunida S/A - Imagem

IKONOS 2005 modificada).

Figura 2: Porcentagem das espécies de sementes encontradas nas fezes de três espécies

de morcegos em campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá,

Mato Grosso do Sul.

Figura 3: Número de espécies apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a

precipitação do período estudado.

Figura 4: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul

durante os anos de 2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente ao período estudado

(Fonte: Mineração Corumbaense Reunida S/A 2009).

Figura 5: Intensidade de frutificação das espécies zoocóricas no campo sujo de cerrado

do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados

pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1

Fenologia pós-queima em uma área de campo sujo de cerrado no planalto residual

do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil

Tabela 1: Número de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas

quanto ao hábito e síndrome de dispersão. HER = herbácea, LIA = liana, PTA = planta-

anã, SBA = subarbusto, ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica.

Tabela 2 – Duração das fenofases, em meses, das espécies estudadas no campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo cinza a

floração e preto a frutificação.

Tabela 3: Resultado da análise do coeficiente de Correlação de Spearman (rs) entre a

precipitação/comprimento do dia, a intensidade de Fournier e o número de espécies em

floração/frutificação e frutos classificados quanto à síndrome de dispersão no campo

sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. Po =

precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de um mês anterior à observação;

P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação de três

meses anteriores à observação; CD = comprimento do dia; ns = não significativo.

Valores marginalmente significativos em negrito.

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CAPÍTULO 2

Dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de cerrado no

planalto residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil

Tabela 1: Espécies de morcegos amostradas em campo sujo de cerrado do planalto

residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul.

Tabela 2: Número de amostras fecais contendo sementes dispersadas por morcegos em

uma área de campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato

Grosso do Sul.

Tabela 3: Lista das espécies utilizadas pela Mineração Corumbaense Reunida S/A para

revegetação da Mina 02 no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do

Sul, classificadas quanto ao hábito e origem. ARB = arbórea, HER = herbácea, SUB =

subarbustiva, EXO = exótica, NAT = nativa (Fonte: Mineração Corumbaense Reunida

S/A).

Tabela 4: Espécies de plantas encontradas em transecto realizado na Mina 02 no

planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao

hábito e síndrome de dispersão. ARB = arbórea, HER = herbácea, SUB = subarbustiva,

ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica.

Tabela 5: Número de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de

cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas

quanto ao hábito e síndrome de dispersão. HER = herbácea, LIA = liana, PTA = planta-

anã, SBA = subarbusto, ZOO = zoocórica.

Tabela 6: Duração da fenofase frutificação, em meses, das espécies zoocóricas

estudadas no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato

Grosso do Sul.

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Tabela 7: Resultado da análise do coeficiente de Correlação de Spearman (rs) entre a

precipitação, a intensidade de Fournier e o número de espécies zoocóricas em

frutificação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. P0 =

precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de um mês anterior à observação;

P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação de três

meses anteriores à observação; ns = não significativo.

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ÍNDICE

RESUMO GERAL .......................................................................................................... 8

GENERAL ABSTRACT ................................................................................................. 9

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 10

CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 12

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 13

CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 14

INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................................. 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 21

CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 24

FENOLOGIA PÓS-QUEIMA EM UMA ÁREA DE CAMPO SUJO DE CERRADO

NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL

RESUMO .................................................................................................................... 24

ABSTRACT ................................................................................................................. 25

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 26

MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 28

Descrição da área de estudo ......................................................................................... 28

Estudo fenológico ......................................................................................................... 29

Análises dos dados ........................................................................................................ 30

RESULTADOS ............................................................................................................ 32

Floração ........................................................................................................................ 32

Frutificação ................................................................................................................... 33

Síndromes de dispersão ................................................................................................. 33

DISCUSSÃO ............................................................................................................... . 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 39

NORMAS DE PUBLICAÇÃO EM PERIÓDICO ....................................................... 64

CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 66

DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM UMA ÁREA DE CAMPO

SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO

DO SUL, BRASIL

RESUMO ....................................................................................................................... 69

ABSTRACT .................................................................................................................. 70

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 71

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17

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 73

Local de estudo .............................................................................................................. 73

Captura dos morcegos e análise das amostras fecais ..................................................... 74

Estudo fenológico .......................................................................................................... 75

Análise dos dados .......................................................................................................... 76

RESULTADOS ............................................................................................................. 77

Captura dos morcegos e análise das amostras fecais ..................................................... 77

Estudo fenológico .......................................................................................................... 77

DISCUSSÃO ................................................................................................................. 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 82

NORMAS DE PUBLICAÇÃO EM PERIÓDICO ........................................................ 98

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 104

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INTRODUÇÃO GERAL

O planalto residual do Urucum, situado na borda oeste do Pantanal brasileiro, é

limitado ao norte pelo rio Paraguai, a oeste pela fronteira com a Bolívia e a sul e leste

pelas áreas de inundação do Pantanal, abrangendo cerca de 130.000 hectares (Cardoso

et al. 2002).

O gradiente altitudinal deste maciço é bastante singular com forte contraste da

vegetação, proporcionando ampla variedade de ambientes, como Floresta Estacional

Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, vegetação de bancada laterítica, Savana

Arborizada, Savana Estépica e Savana Gramíneo-lenhosa (Pott et al. 2000), sendo esta

última fitofisionomia representada pelos campos sujos de altitude do maciço do

Urucum, os quais sofrem as conseqüências da extração de minério de ferro e queimadas

(Bortolotto et al. 1996).

A camada herbáceo-subarbustiva de Cerrado apresenta a maior riqueza florística

do Cerrado sensu latu, apesar da carência de estudos sobre sua ecologia e composição

florística (Castro et al. 1999; Sano et al. 2008), sendo que uma das constatações mais

evidentes é que a maioria dos estudos florísticos concentram-se no estrato arbustivo-

arbóreo (Mantovani & Martins 1993). Os campos sujos do maciço do Urucum possuem

grande valor geoeconômico na Bacia do Alto Paraguai em razão da ocorrência de

enormes reservas de ferro e manganês. Atividades mineradoras têm gerado a

fragmentação e destruição destes habitats, colocando em risco a flora e fauna locais, os

quais devem, segundo a legislação brasileira, serem restaurados (Silva et al. 2000).

Segundo Kageyama & Gandara (2004) a restauração de ecossistemas

degradados deve utilizar os conceitos de diversidade de espécies, interação entre

espécies e sucessão ecológica, adaptando as tecnologias existentes para as espécies

nativas. Com isso, dados de fenologia, estratégias de dispersão das espécies e interações

planta-animal são essenciais para um melhor desenvolvimento de planos de manejo e

conservação.

Dentre as importantes interações planta-animal para recuperação de áreas

degradadas, encontra-se a dispersão de sementes por morcegos. A importância dos

morcegos na dispersão de sementes é tão grande que estes mamíferos podem influenciar

a estrutura da vegetação através das espécies de frutos que consomem (Fleming &

Heithaus 1981). Tais espécies de frutos possuem uma série de características que as

diferenciam dos frutos geralmente consumidos por aves e mamíferos não-voadores.

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Assim, os frutos quiropterocóricos apresentam as seguintes características (Van der Pijl

1957): 1) porção comestível macia ou dura; 2) dimensões do fruto e semente variáveis;

3) coloração discreta, geralmente verde, amarelada, branquicenta ou marrom; 4) odor de

fermentação ou almíscar; 5) ligação permanente à planta-mãe mesmo após maturação;

6) pericarpo duro, com indeiscência possível; 7) exposição na parte externa da planta

para facilitar a apreensão em vôo.

A dispersão de sementes por morcegos frugívoros contribui para o

estabelecimento de muitas espécies vegetais pioneiras, auxiliando os mecanismos de

regeneração de áreas desmatadas (Gorchov et al. 1993). Espécies de morcegos

frugívoras são tidas como dispersoras em potencial de sementes de plantas dos gêneros

Cecropia, Piper, Solanum, entre outros (Charles-Dominique 1986).

Passos & Passamani (2003) verificaram que sementes de Piper divaricatum, ao

passarem pelo trato digestivo de morcegos, tiveram eficiência de 72,2 % de germinação,

enquanto que as sementes do fruto fresco obtiveram apenas 4 % de germinação. Este

dado demonstra a função dos morcegos como otimizadores de germinação de sementes,

e consequentemente a sua importância como agentes na regeneração de áreas

degradadas.

O conhecimento da fenologia de uma comunidade vegetal é também um estudo

fundamental para auxiliar nos dados de chuva de sementes e regeneração de áreas

degradadas (Batalha & Mantovani 2000), bem como no entendimento do efeito das

variações climáticas na vegetação (Morellato et al. 1990).

Raison apud Silva & Santos (2008) destaca que fatores como aumentos na

precipitação média mensal, temperatura média mensal, fotoperíodo e efeitos do fogo

correlacionam-se positivamente com o aumento do número de espécies em floração

para o estrato herbáceo-arbustivo de savanas. Entre os efeitos do fogo, pode-se citar a

remoção da vegetação excedente do solo, permitindo que este receba mais intensamente

os raios solares, garantindo o estabelecimento de espécies menores e mais delgadas que

têm dificuldades de crescer sobre a matéria seca acumulada e o estabelecimento de

espécies advindas da chuva de sementes, contribuindo para a composição florística e

variabilidade genética das áreas.

Os campos sujos de cerrado do maciço do Urucum se encontram em altitudes

médias de 900 a 1.000 metros. Este tipo de vegetação, apesar do interesse econômico,

não têm sido frequentemente estudadas, sendo a maior parte dos estudos concentrados

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D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...

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em Floresta Estacional Decidual e Savanas Arborizadas (Pott et al. 1990; Ratter et al.

1996; Damasceno Junior 2005; Ragusa-Netto & Silva 2007; Lehn et al. 2008).

Mauro & Campos (2000), Bordignon & França (2004) e Bordignon (2005)

fornecem listas de espécies da quiropterofauna do maciço do Urucum e ressaltam a

necessidade de levantamentos mais intensivos para desenvolvimento de planos de

manejo.

Devido à jazida de ferro do maciço do Urucum, existe a expectativa de um maior

desenvolvimento industrial nos próximos anos na região. Tal fato gera a possibilidade

dos futuros empreendimentos causarem grandes impactos sobre o ambiente,

principalmente sobre as espécies animais dependentes de ambientes florestados, tais

como pequenos mamíferos. Com isso, trabalhos voltados ao estudo de fenologia e

dispersão de sementes são muito importantes, pois podem subsidiar a elaboração de

planos de manejo na área de estudo, uma vez que os estudos para a região de Corumbá

são pontuais e esporádicos. O presente estudo foi desenvolvido na área do planalto

residual do Urucum com o objetivo geral de descrever as variações fenológicas de uma

comunidade vegetal de campo sujo de cerrado e verificar a dispersão de sementes por

morcegos para esta área.

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ARTIGO A SER SUBMETIDO AO

PERIÓDICO ACTA BOTANICA

BRASILICA

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CAPÍTULO 1

FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA EM CAMPO SUJO DE

CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO DO

SUL, BRASIL1

Danilo Rafael Mesquita Neves2,3

, Geraldo A. Damasceno Junior2 &

Erich A. Fischer

2

RESUMO - (Fenologia pós-queima em uma área de campo sujo de cerrado no planalto

residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil). O presente estudo foi desenvolvido

na área do planalto residual do Urucum com o objetivo geral de descrever a fenologia

reprodutiva de uma comunidade vegetal de campo sujo de cerrado. A amostragem foi

feita com oito transectos de 250 metros, distantes 50 metros entre si, onde foram

amostradas todas as espécies de angiospermas floridas ou frutificadas que se

encontravam distantes até no máximo três metros de cada lado dos mesmos, no total de

0,6 hectares. Foi feito acompanhamento mensal das fenofases de emissão de botões e

flores, e de frutos verdes e maduros nas manchas que se encontravam na área do

transecto. A maior intensidade da fenofase floração registrada para a comunidade

avaliada, calculada pelo índice de Fournier, foi em novembro de 2007, com 19,63% da

intensidade total da área. A maior intensidade de frutificação para a comunidade foi

registrada em fevereiro de 2008, com 15,08% da intensidade total da área estudada. Os

dados indicam possível influência da queima na comunidade ao se analisar os picos de

floração no mês seguinte ao evento. No entanto, um maior período de estudo seria

necessário para a realização de testes estatísticos que comprovassem essa influência.

Correlações com as fenofases demonstraram ainda influência dos dados pluviométricos

e do comprimento do dia. Dessa forma, pode-se concluir que existe um conjunto de

fatores abióticos influenciando os padrões fenológicos apresentado pela comunidade. Os

dados de intensidade das fenofases são muito importantes para um melhor entendimento

da disponibilidade de recursos para a fauna local e para auxiliar nos planos de manejo e

conservação do planalto residual do Urucum, o qual sofre com atividades de

mineradoras de ferro.

Palavras-chave: floração, frutificação, fogo, campos de altitude

1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor

2 Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal – UFMS

3 Autor para correspondência: [email protected]

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ABSTRACT - (Post-fire phenology in a campo sujo vegetation area of Urucum plateau,

Mato Grosso do Sul, Brazil). This study was carried out on Urucum plateau, in order to

describe the phenological variations of the campo sujo vegetation. The sample was

made with eight transects of 250 meters, apart 50 meters from each other. All

angyosperms species distant at most three meters of each side of the transect were

sampled, reaching 0.6 hectares. The phenological patterns were monthly studied on the

flowering and/or fruiting individuals. The intensity peak of flowering registered to the

studied community, calculated with the Fournier intensity, was in november/2007, with

19.63% of the total area intensity. The fruiting intensity peak of the studied community

was in february/2008, with 15.08% of the total area intensity. This study provide us

information about the possible fire influence on the community, presenting flowering

peaks after one month of this event. However, more researches are necessary for

statistical analysis of this influence. Spearman’s (rs) correlation still provide

information about the influence of rainfall and daylenght data on the flowering and

fruiting peaks. This way, it is possible to conclude that there are many abiotics factors

with influence on the phenological patterns of the studied community. The intensity of

the phenological patterns data are very important for a better understanding of the

avaiability of resources to the local animals and to help with the restoration and

conservation plans of Urucum plateau, an iron mining area.

Key words: flowering, fruiting, fire, high altitude grasslands

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INTRODUÇÃO

A vegetação própria do cerrado (sensu lato), segundo o conceito “floresta –

ecótono – campo” (Coutinho 1978), é composta por duas floras distintas: uma

puramente arbustivo-arbórea, predominante nas fisionomias florestais (cerradão), e

outra herbáceo-subarbustiva, característica das fisionomias campestres (campo limpo).

As fisionomias savânicas, ou seja, as formas intermediárias ou ecótonos (cerrado sensu

stricto, campo cerrado e campo sujo), caracterizam-se pela ocorrência de uma flora

mista, composta por elementos florestais e campestres (Coutinho 2002).

Estudos sobre o componente herbáceo-subarbustivo do Cerrado indicam a

ocorrência de grandes mudanças na sua composição entre diferentes regiões,

demonstrando tratar-se de uma flora sensível a variações de clima, solo, e intensidade

de queimadas, entre outros fatores (Filgueiras 2002). Fenologia é o estudo das fases ou

atividades do ciclo de vida dos vegetais e sua ocorrência temporal ao longo do ano,

contribuindo para o entendimento dos padrões reprodutivos e vegetativos dos mesmos

(Morellato 1995).

A forte sazonalidade do Cerrado, com verões chuvosos e invernos secos, vem

sendo alvo de investigações sobre o padrão da fenodinâmica exibido por espécies

vegetais individuais e para grupos de espécies congenéricas e comunidades (Mantovani

& Martins 1988; Oliveira 1998; Miranda 1995; Gouveia & Felfili 1998; Munhoz &

Felfili 2005; Tannus et al. 2006). Mantovani & Martins (1988) demonstraram que

aumento na precipitação média mensal e temperatura média mensal correlacionaram-se

positivamente com o aumento do número de espécies em floração para o estrato

herbáceo-arbustivo. Wright & Calderon (1995) argumentam ainda que a compreensão

da fenofase floração deveria levar em consideração fatores filogenéticos.

Além disso, o fogo é um importante fator causando mudanças florísticas,

fitossociológicas, fisionômicas, estruturais e fenológicas, reduzindo a densidade, porte

da vegetação e alterando a biodiversidade (Coutinho 1990; Sato 2003). Coutinho (2002)

indica que a ocorrência de queimadas no Cerrado data de 32 mil anos, e a adaptação da

vegetação ao fogo está relacionada a vários fatores como o tipo de queimada, o regime

de queima, velocidade de propagação, intensidade do fogo e temperatura do solo

(Miranda et al. 2004).

A vegetação herbácea e subarbustiva é bastante resistente ao fogo. César (1980)

demonstrou picos de floração entre quatro e 100 dias depois da ocorrência de

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queimadas. Oliveira et al. (1996) observaram Habenaria armata Rchb.f. florescer

intensamente logo depois de queimada, sendo que nenhuma floração foi observada nos

quatro anos anteriores em que a área esteve protegida do fogo.

A ocorrência de fogo em áreas de Cerrado é importante para a ciclagem de

nutrientes. Este processo é, em alguns casos, essencial, uma vez que este bioma é pobre

em nutrientes no solo (Haridasan 2000). A lixiviação dos macronutrientes ocorre com as

primeiras chuvas, estando os mesmos disponíveis nas camadas mais superficiais do solo

(Pivello & Coutinho 1992). Com isso, o restabelecimento da vegetação herbácea é

importante para a reincorporação de potássio, cálcio e magnésio na biomassa da

vegetação (Batmanian & Haridasan 1985).

O planalto residual do Urucum, com contraste da vegetação incluindo matas

semidecíduas a campos sujos de altitude, possui uma série de variáveis como: solo rico

em ferro e manganês, umidade edáfica, declividade, queimadas regulares, entre outros

que podem influenciar os padrões fenológicos da comunidade vegetal de campos sujos,

os quais foram pouco estudados até o presente momento.

O presente estudo foi desenvolvido na área do planalto residual do Urucum com

o objetivo geral de descrever as variações fenológicas de uma comunidade vegetal de

campo sujo de cerrado, com foco nas seguintes questões: 1) Qual o padrão fenológico

reprodutivo da comunidade vegetal de um campo sujo de cerrado no evento pós-

queima? 2) Os eventos fenológicos observados se correlacionam com a sazonalidade

pluviométrica da área, conforme proposto na literatura para as espécies subarbustivas de

ambientes savânicos (Spina et al. 2001; Munhoz & Felfili 2005)? e 3) Existe variação

fenológica ao se analisar as espécies vegetais classificadas por síndromes de dispersão?

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MATERIAL E MÉTODOS

Descrição da área de estudo

Este estudo foi realizado em área pertencente à Mineração Corumbaense

Reunida S/A (MCR), situada no maciço do Urucum, um planalto residual com área de

5.327 hectares, em Mato Grosso do Sul, sendo considerado o mais proeminente dos

relevos residuais da borda oeste do Pantanal alto (Isquierdo 1997).

O conjunto de numerosas elevações que constituem o maciço do Urucum é

recortado por uma série de falhas que se separam, cujas escarpas formam diversas

serras, localmente denominadas “morrarias”. Entre as morrarias que constituem o

maciço do Urucum, citam-se a morraria do Urucum com uma cota altimétrica de 971

metros, a morraria Grande (951m) a morraria Santa Cruz (1065m), a morraria São

Domingos (800m), a morraria Tromba dos Macacos (500m), a morraria do Jacadigo

(600m) e a morraria do Rabichão com uma cota altimétrica entre 500 a 700 metros

(Franco & Pinheiro 1982).

A área estudada está assentada sobre o embasamento Gnáissico-Granítico

(complexo Apa) do proterozóico médio (era pré-cambriana), constituído principalmente

por moscovitagnaisses, biotita-gnaisses de granulação fina com fraturas preenchidas por

veeiros de quartzo (Anjos & Okida 2000). Acima dessa camada se situa, de forma

descontínua, o Grupo Cuiabá que é formado por metassedimentos representados por

mica-xistos no sopé da serra do Jacadigo, a NE da serra do Rabicho e morro Grande

com calcários silicificados no Jacadigo. Na seqüência está o grupo Jacadigo (de idade

proterozóica superior), que está assentado na maioria das vezes sobre o embasamento

cristalino, sendo que em alguns casos por sobre o Grupo Cuiabá. É constituído pelas

formações Urucum e Santa Cruz, em seqüência estratigráfica. A formação Urucum é

caracterizada como um relevo conservado, identificado como uma superfície estrutural

tabular, marcada a oeste por escarpa de falha. Posicionada ao leste desta, as morrarias

Santa Cruz e São Domingos caracterizam dois blocos de relevos justapostos, cujas

bordas ocidentais são marcadas por escarpas de falhas com desníveis acima de 100

metros (Franco & Pinheiro 1982). Essas duas formações são exploradas comercialmente

na região para extração de ferro e manganês, sendo a extração de manganês subterrânea

e a de ferro nas camadas superficiais com retirada total da vegetação herbácea (Brasil

1982).

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O clima da região é do tipo tropical megatérmico (com temperatura média de

25ºC), com precipitação pluvial da ordem de 1.120 mm anuais e duas estações bem

distintas, uma seca de abril a setembro (inverno) e uma chuvosa, de outubro a março

(verão), classificado como Aw no sistema de Köppen (Soriano 2000).

A paisagem da região é representada por um mosaico de diferentes tipos de

fitofisionomias naturais, de acordo com a grande variedade na geologia e geomorfologia

locais. Ocorrem as principais fitofisionomias típicas do domínio do Cerrado como

cerrado stricto sensu, campo cerrado, campo limpo e campo sujo, intrusões de florestas

estacionais deciduais e semideciduais, matas ciliares e de galeria (Pott et al. 2000).

Os campos sujos de cerrado, que cobrem os topos dos morros, são caracterizados

por uma cobertura de gramíneas, ervas e subarbustos com altura variando entre 30 e 40

cm. Espécies como Trachypogon spicatus (L.f.) O. Kuntze, Thrasya petrosa (Trin.),

Aiouea trinervis Meissn. e Qualea cryptantha (Spreng.) Warm. são importantes para a

cobertura vegetal desta fitofisionomia (Damasceno Junior et al. 2005).

Estudo fenológico

Foi amostrada uma área na morraria Santa Cruz (19º12’ S; 57º35’ W), município

de Corumbá – MS, denominada como morro Bonito pela MCR - Mineração

Corumbaense Reunida S/A (Fig. 1). Este morro é a única área de campo sujo de cerrado

que ainda não foi explorado pela MCR, porém o local sofre algumas pertubações com

pesquisas geológicas e fogo, com o último ocorrido em setembro de 2007. As coletas

iniciaram-se no dia 26 de outubro de 2007, sendo aproximadamente um mês após o fim

das queimadas. Pesquisas são realizadas no local por geólogos da MCR, com o intuito

de incluir o morro Bonito no projeto de expansão da mina (Eng. Felipe Tadashi - MCR,

comunicação pessoal).

A amostragem foi feita com oito transectos de 250 metros, distantes 50 metros

entre si. Foram utilizados pedaços de tecido vermelho denominado TNT, para demarcar

as duas vertentes do morro Bonito. Nos transectos foram amostradas todas as espécies

de angiospermas distantes até no máximo três metros de cada lado do mesmo. Com o

objetivo de padronizar a coleta de dados, foram estabelecidos quatro transectos em cada

vertente do morro, totalizando 0,6 hectares de amostragem (Fig. 1).

Entre outubro de 2007 a setembro de 2008 foi feito acompanhamento mensal das

fenofases de emissão de botões e flores, e de frutos imaturos e maduros nas manchas

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que se encontravam na área dos transectos. O critério de inclusão das espécies na

análise fenológica foi a presença do evento de floração e/ou frutificação durante o

período estudado.

Os hábitos da vegetação deste estudo foram divididos em herbáceas, lianas,

plantas-anãs e subarbustos. As plantas-anãs são espécies que, sob condições ambientais

normais, possuem o hábito arbustivo-arbóreo, porém devido a características do maciço

do Urucum como: solo (baixa profundidade, umidade), velocidade do vento e

queimadas, estas espécies não se desenvolvem normalmente nos campos sujos de

cerrado da área de estudo (Lehn et al. 2008).

Para confecção de exsicatas, foram coletados exemplares de cada espécie deste

estudo fora da área dos transectos, para não causar interferência nos dados fenológicos.

Com a utilização de tesoura de poda, as espécies coletadas eram armazenadas em sacos

plásticos, prensadas e utilizadas para a identificação taxonômica com auxílio de

bibliografia especializada e comparação com material depositado no Herbário COR. Os

exemplares com material fértil conservado foram montados em cartolina, etiquetados e

enviados para incorporação no herbário CGMS/UFMS.

A nomeação dos taxa seguiu o Angiosperm Phylogeny Group (2003) e a grafia

dos nomes foi obtida por consulta à base de dados W3 Tropicos do Missouri Botanical

Garden (2009).

Análise dos dados

Para estimar a intensidade de cada fenofase, as espécies com n ≥ 10 manchas

foram classificadas nas categorias da escala semi-quantitativa adaptada de Fournier

(1974) para as espécies herbáceo-subarbustivas, com valores estimativos para as

fenofases conforme a seguinte escala: 0 – ausência da característica; 1- presença da

característica em um intervalo de 1-25%; 2- de 26-50%; 3- de 51-75%; 4- de 76-100%.

O cálculo da Intensidade de Fournier é feito através da seguinte fórmula:

% de Fournier = Fournier. 100

4. N

onde, Fournier é a somatória das categorias de Fournier das manchas dividido pelo

máximo de Fournier que pode ser alcançado por todas as manchas (N) na amostra.

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Porém, na análise do número de espécies em floração e/ou frutificação foram

consideradas todas as espécies encontradas, sendo os frutos classificados quanto ao

estágio de maturação.

Para avaliar a influência da precipitação e comprimento do dia nos padrões

fenológicos observados no campo sujo de cerrado foi utilizado o teste do coeficiente de

Correlação de Spearman (Sokal & Rohlf 1995), utilizando o software BIOESTAT 3.0

(Ayres et al. 2003). Esta análise foi realizada correlacionando-se os eventos fenológicos

com os dados de precipitação do mês da observação, do primeiro, segundo e do terceiro

mês anteriores à observação, conforme descrito por Ferraz et al. (1999).

O cálculo do coeficiente de Correlação de Spearman é feito através da seguinte

fórmula:

rs = 1 – 6 n(R1 – R2)2

n(n2 – 1)

onde, n é o número de pares (xi, yi), R1 é o escore de xi dentre os valores de x e R2 é o

escore de yi dentre os valores de y.

Os dados de precipitação foram obtidos junto ao Departamento de Meio

Ambiente da Mineração Corumbaense Reunida S/A e os de fotoperíodo (Fig. 2) foram

obtidos no On-line Photoperiod Calculator (2001).

Para análise da intensidade de Fournier (1974), classificada quanto aos hábitos

das plantas, foram utilizados os três hábitos mais representativos.

Para determinação das síndromes de dispersão foram consideradas observações

de campo, consultas à literatura científica disponível para as espécies estudadas e ainda

informações contidas em Pott & Pott (1994) e Jardim et al. (2003). Para efeito de

análise, as síndromes barocórica e balística foram agrupadas sob a denominação

autocórica (Van der Pjil 1972).

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RESULTADOS

Neste estudo foram acompanhadas 53 espécies de angiospermas, pertencentes a

45 gêneros e 25 famílias (Tab.1). Destas, cinco espécies apresentaram número de

manchas menor que 10, sendo excluídas do cálculo da intensidade de Fournier (1974),

mas foram incluídas na análise do número de espécies em floração e frutificação

durante o período de estudo (Tab. 2). Os hábitos mais representativos da comunidade de

campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum foram plantas-anãs com 41,45%,

herbáceas com 32,26% e subarbustos com 26,24% do total de manchas (Fig.3), sendo

que lianas e palmeiras representaram menos de 1%.

A espécie mais abundante no campo sujo de cerrado do planalto residual do

Urucum foi Bulbostylis paradoxa Nees com 354 manchas, seguida por Spiranthera

odoratissima A. St.-Hil. com 176, Qualea crypthanta (Spreng.) Warm. com 155 e

Davilla elliptica A. St.-Hil. com 126 manchas.

Floração

A maior concentração de espécies da comunidade da área estudada apresentando

a fenofase floração foi registrada nos meses de outubro e novembro de 2007, com 17 e

13 espécies (Fig. 4) em floração, respectivamente.

A maior intensidade da fenofase floração registrada para a comunidade avaliada,

calculada pelo índice de Fournier (1974), foi também nos meses de outubro e novembro

de 2007, sendo maior em novembro com 19,63% da intensidade total da área (Fig. 5).

Ao analisar a intensidade de floração classificada quanto aos hábitos das plantas,

é possível verificar picos em novembro para os subarbustos e em outubro para as

plantas-anãs e herbácea (Fig. 6).

Foi registrada correlação significativa entre comprimento do dia (horas) e

número de espécies/intensidade de Fournier para a fenofase floração (Tab. 3). A

intensidade de floração foi negativamente correlacionada com a precipitação de dois

meses anteriores à observação, não significativa com a precipitação de um mês anterior

à observação e positivamente correlacionada com a precipitação do mês da observação

(Fig. 7).

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Frutificação

Esta fenofase registrou menor número de espécies frutificando em um único

período do que a fenofase floração, apresentando picos de frutificação em dezembro de

2007 e fevereiro de 2008, com 12 espécies (Fig. 8), correspondendo ao final da estação

chuvosa. Em seguida, os meses de novembro de 2007 e maio e setembro de 2008

apresentaram 10 espécies em frutificação. Em Borreria sp., Eriosema crinitum (Kunth)

G. Don., e Indigofera lespedezioides Kunth, Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. foi

registrada apenas a fenofase floração, não sendo observado a frutificação (Tab. 2).

A maior intensidade de frutificação para a comunidade foi registrada em

fevereiro de 2008, com 15,08% da intensidade total da área estudada (Fig. 9).

Ao analisar a intensidade de frutificação classificada quanto aos hábitos das

plantas, é possível verificar picos em novembro para as herbáceas e em fevereiro para as

plantas-anãs e subarbustos (Fig. 10).

O coeficiente de correlação de Spearman foi significativo na fenofase de

frutificação para a intensidade de Fournier ao se correlacionar com o comprimento do

dia, a precipitação do mês da observação e com a precipitação de um mês anterior à

observação (Tab. 3).

Síndromes de dispersão

A síndrome de dispersão zoocórica apresentou o maior número de manchas,

sendo 50,94% do total (Fig. 11). Esta síndrome registrou pico de espécies frutificando

no final do período de estudo (setembro de 2008), com sete espécies, das quais quatro

estavam em dispersão (Fig. 12). A maior intensidade de Fournier foi também registrada

em setembro com 10,78% (Fig. 13).

As espécies anemocóricas, com 36,36% do total de manchas, apresentaram pico

de espécies frutificando em fevereiro e março de 2008 com seis espécies em cada mês,

das quais cinco estavam em dispersão no mês de fevereiro e quatro em março. O pico da

intensidade de frutificação foi registrado no final da estação chuvosa, em fevereiro de

2008 (17,27%). Não foram observadas Poaceae em floração e/ou frutificação durante o

período estudado.

A síndrome de dispersão autocórica apresentou a menor porcentagem de

manchas (12,7%), sendo os picos de espécies em frutificação demonstrados nos meses

de dezembro de 2007 e fevereiro de 2008, com três espécies frutificando em cada mês,

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das quais duas estavam em dispersão. A maior intensidade de Fournier ocorreu em

fevereiro de 2008 com 22,4% da frutificação total desta síndrome.

Foram observadas correlações significativas entre a precipitação de um mês

anterior à observação e as espécies anemocóricas e autocóricas. As espécies zoocóricas

foram negativamente correlacionadas com a chuva de três meses anteriores à

observação. O comprimento do dia correlacionou significativamente apenas com as

espécies anemocóricas (Tab. 3).

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DISCUSSÃO

Estudos demonstram que em savanas sul-americanas há acentuada diminuição

da floração na estação seca, especialmente nos meses de junho a agosto, e concentração

de espécies florescendo na estação chuvosa, com pico ocorrendo nos meses de janeiro a

abril (Sarmiento 1984; Mantovani & Martins 1988; Batalha et al. 1997; Batalha &

Mantovani 2000), mostrando forte sincronia dos eventos fenológicos com a

disponibilidade hídrica (Morellato et al. 1990; Morellato et al. 2000).

O período seco na área de estudo foi de quatro meses, demonstrando uma

semelhança com as médias do Cerrado, que variam de quatro a cinco meses. Este

período de seca é muito importante para as espécies arbustivas do cerrado, uma vez que

a floração destas espécies se concentra no período seco ou na transição entre o período

seco e o chuvoso (Oliveira & Gibbs 2000; Batalha & Mantovani 2000). Neste estudo, o

comportamento fenológico dos campos sujos de cerrado do planalto residual do Urucum

apresenta dados semelhantes ao se comparar com essas formações (Fig. 6).

Os estudos fenológicos em nível comunitário, realizados no Cerrado, têm

detectado diferenças significativas no comportamento fenológico das espécies, quando

se comparam diferentes classes de hábito (Mantovani & Martins 1988, Batalha &

Mantovani 2000). Em estudo fenológico de campos sujos e campos úmidos, Munhoz &

Felfili (2005) observaram picos de frutificação do estrato herbáceo-subarbustivo na

transição entre o período seco e o chuvoso, demonstrando semelhança com as espécies

deste hábito registradas no campo sujo do maciço do Urucum.

Uma condição importante ao se analisar o comportamento fenológico de uma

comunidade de campo sujo é a queima. Entre as espécies desta fitofisionomia, o fogo

pode favorecer a reprodução sexuada da comunidade (Sarmiento 1992; Miranda &

Klink 1996; Munhoz & Felfili 2005). Os resultados obtidos neste estudo indicam

possível influência da queima na comunidade, ao se analisar o pico de intensidade de

floração ocorrido no fim da fase seca (novembro de 2007), dois meses após a ocorrência

de fogo na área de estudo.

Ao analisar o número de espécies em floração, verifica-se também pico desta

fenofase no fim da estação seca, porém com valor maior em outubro. Estes dados

demonstram a importância do cálculo da intensidade de Fournier para um melhor

entendimento da dinâmica da comunidade, uma vez que ele pode fornecer dados mais

precisos sobre a disponibilidade de recursos para os agentes polinizadores.

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Bencke & Morellato (2002) em comparação de metodologias fenológicas,

argumentaram que o percentual de intensidade de Fournier (1974) mostra os picos e

tendências da fenofase, distinguindo vários níveis de intensidade. Os autores

argumentam ainda que este tipo de detalhamento e refinamento das informações

fenológicas é desejável, especialmente em estudos populacionais e análises de

correlação.

O fotoperíodo corresponde à resposta dos organismos às mudanças de luz e

escuro em ciclos de 24 horas. As plantas de dias longos florescem somente quando os

períodos da luz excedem uma duração crítica, normalmente no início do verão, quando

os dias são longos. As plantas de dias curtos florescem apenas quando os períodos

luminosos são menores do que um período crítico, geralmente no final do inverno. E as

plantas de dias neutros florescem independentemente dos fotoperíodos (Ferri 1979).

Estudos demonstraram que aumentos no fotoperíodo correlacionaram-se

positivamente com o aumento do número de espécies em floração para o estrato

herbáceo-arbustivo (Mantovani & Martins 1988) e para o arbóreo (Rivera et al. 2002).

Na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, a floração

correlacionou-se significativamente com o comprimento do dia para o número de

espécies e para a intensidade de Fournier.

O pico da intensidade de frutificação foi em fevereiro de 2008, indicando

influência do pico de floração ocorrida três meses antes (novembro de 2008). Espécies

como Chamaechrista cordistipula (Mart.) H.S.Irwin & Barneby, Eryngium pristis

Cham. & Schlecht., Mandevilla illustris (Vell.) Woodson, Qualea crypthanta (Spreng.)

Warm. e Spiranthera odoratissima A. St.-Hil., que floresceram em novembro de 2007,

contribuíram para a intensidade de frutificação da comunidade em fevereiro de 2008.

No entanto, o coeficiente de Spearman (rs) apresentou significância quando

correlacionado o mês de registro da fenofase com a respectiva precipitação, com a

precipitação do mês anterior e com o fotoperíodo.

Ao analisar o número de espécies em frutificação no período do estudo, verifica-

se poucas variações ao longo do ano, demonstrando, novamente, a importância da

intensidade de Fournier (1974) para a verificação dos picos desta fenofase, auxiliando

no entendimento da disponibilidade de recursos para a fauna local.

A fenofase de frutificação correlacionou-se significativamente com o

fotoperíodo apenas para a intensidade de Fournier. De acordo com Rathcke & Lacey

(1985), sinais ambientais raramente estimulam o início do amadurecimento do fruto, mas

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podem influenciar secundariamente a taxa de amadurecimento pela influência no

metabolismo. Apesar da ausência de dados de temperatura para o planalto residual do

Urucum, este fator abiótico também pode influenciar nos padrões fenológicos (Mantovani

& Martins 1988; Ferraz et al. 1999).

No estudo realizado por Ragusa-Netto & Silva (2007) numa mata decídua do

morro Santa Cruz, próxima à área de estudo, o pico de floração ocorreu no final da

estação seca, demonstrando semelhanças com o campo sujo de altitude deste mesmo

morro (início da estação chuvosa). A frutificação na mata decídua apresentou dois

picos, sendo um no meio da estação seca e outro maior na transição entre a estação seca

e a chuvosa. Este maior pico foi representado pela frutificação de espécies zoocóricas

como Protium heptaphyllum March., Guarea guidonia (L.) Sleumer, Pouteria torta

Radlk. e Spondias lutea L..

As espécies zoocóricas do campo sujo demonstraram um pico de frutificação

também na transição entre o período seco e o chuvoso, em setembro de 2008 (Figs. 12 e

13). O pico de frutificação no campo sujo pode também ter sido influenciado pela

queima de setembro de 2007, pelo fato das espécies zoocóricas terem sido mais

afetadas, frutificando, assim, no final do período de estudo. Esta frutificação tardia pode

ter ocorrido devido a 48,74% das manchas de espécies zoocóricas possuírem o hábito de

plantas-anãs, as quais foram danificadas durante a queima, afetando assim o

restabelecimento das mesmas. As herbáceas, por outro lado, tiveram suas partes aéreas

totalmente destruídas durante a queima, porém possivelmente restabeleceram-se mais

rapidamente a partir de sementes e propágulos.

A comunidade do campo sujo de cerrado apresentou frutos durante todo o

período do estudo, o que pode ser explicado pela predominância de espécies zoocóricas,

como foi demonstrado em outros estudos no Cerrado (Batalha et al. 1997; Batalha &

Mantovani 2000). Gentry (1982), Morellato & Leitão-Filho (1996) e Talora &

Morellato (2000) mostraram proporção superior a 80% de zoocóricas em florestas

tropicais úmidas.

As gramíneas do campo sujo de cerrado estudado não floresceram, diminuindo

assim a porcentagem de manchas anemocóricas na comunidade (Fig. 11). A queima,

ocorrida no mês anterior ao início do estudo, pode ter influenciado no ciclo das

gramíneas, as quais geralmente florescem no período próximo ao evento ocorrido

(Munhoz & Felfili 2005; Tannus et al. 2006). Damasceno Junior et al. (2005)

registraram 10 espécies de gramíneas nos campos sujos de cerrado do morro Santa

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Cruz, sendo Trachypogon spicatus (L.f.) O. Kuntze, Axonopus aureus Beauv. e Thrasya

petrosa (Trin.) Chase as mais abundantes.

Janzen (1980), ao analisar a ecologia de plantas tropicais, evidenciou um padrão

de frutificação de espécies autocóricas, onde se observa floração na estação mais úmida

e frutificação na estação seca. No campo sujo de cerrado do presente trabalho, o pico da

intensidade de frutificação das espécies autocóricas ocorreu no final da estação chuvosa.

Tal fato pode ter ocorrido devido a 40,29% das manchas de espécies autocóricas

pertencerem à família Fabaceae, a qual demonstrou pico de floração no final da estação

seca. Silva (2006) registrou 129 espécies de leguminosas para o maciço do Urucum,

ressaltando mais pesquisas para a criação de Unidade de Conservação, uma vez que o

local de estudo encontra-se na lista de áreas prioritárias para este fim (Conservation

International 1999).

Os padrões fenológicos apresentados pela comunidade estudada trazem

contribuições importantes para o entendimento dos períodos de floração e frutificação

da área estudada. Os dados indicam possível influência da queima no campo sujo de

cerrado ao analisar os picos de floração da comunidade e a ausência de frutificação das

espécies zoocóricas no mês seguinte ao evento. No entanto, um maior período de estudo

seria necessário para a realização de testes estatísticos que comprovassem essa

influência. As correlações de Spearman demonstraram ainda influência dos dados

pluviométricos e do fotoperíodo. Dessa forma, pode-se concluir que existe um conjunto

de fatores abióticos influenciando os padrões fenológicos apresentado pela comunidade.

Os dados de intensidade das fenofases são muito importantes para um melhor

entendimento da disponibilidade de recursos para a fauna local e para auxiliar nos

planos de manejo e conservação do planalto residual do Urucum, o qual sofre com

atividades de mineradoras de ferro e manganês. Estudos contínuos no local podem

fornecer dados mais precisos sobre a influência dos fatores ambientais, como um todo,

na comunidade do campo sujo de cerrado.

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Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato

Grosso do Sul, e esquema dos transectos realizados no campo sujo de cerrado, sendo quatro de 250

metros em cada vertente do morro (Fonte: Mineração Corumbaense Reunida S/A - imagem IKONOS

2005 modificada).

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Figura 2: Fotoperíodo registrado de outubro de 2007 a setembro de 2008 no planalto residual do Urucum,

Corumbá, Mato Grosso do Sul (Fonte: On-line Photoperiod Calculator).

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Tabela 1: Número de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto

residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e síndrome de

dispersão. SBA = subarbusto, HER = herbácea, LIA = liana, PAL = palmeira, PTA = planta-anã, ANE =

anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica.

Família Espécie Hábito Manchas SD

Apiaceae Eryngium pristis Cham. & Schlecht. SBA 34 AUT

Apocynaceae Hemipogon acerosus Decne. HER 10 ANE

Mandevilla illustris (Vell.) Woodson HER 59 ANE

Odontadenia lutea (Vell.) Markgr. LIA 47 ANE

Arecaceae Allagoptera leococalyx Kuntze PAL 21 ZOO

Asteraceae Baccharis sp. SBA 26 ANE

Eupatorium inulifolium H.B. & K. HER 13 ANE

Eupatorium cf. squalidum DC. SBA 24 ANE

Vernonia coriacea Less. SBA 38 ANE

Vernonia herbacea Rusby HER 16 ANE

Vernonia nitens Gardner HER 45 ANE

Vernonia sp. SBA 27 ANE

Viguiera grandiflora Gardner HER 56 ANE

Bignoniaceae Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de Souza HER 29 ANE

Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos PTA 27 ANE

Bromeliaceae Dyckia sp. HER 81 ANE

Cactaceae Echinopsis calochlora K. Schum. HER 90 ZOO

Clusiaceae Kielmeyera coriacea (Spreng.) Mart. PTA 84 ANE

Cyperaceae Bulbostylis paradoxa Nees HER 354 ANE

Dilleniaceae Davilla elliptica A. St.-Hil. PTA 126 ZOO

Erythroxylaceae Erythroxylum campestre A.St.Hil. PTA 44 ZOO

Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. PTA 3 ZOO

Euphorbiaceae Manihot tripartita Müll.Arg. HER 41 ZOO

Sebastiania hispida (Mart.) Pax. SBA 36 ZOO

Fabaceae Aeschnomene falcata (Poir.) DC. SBA 6 AUT

Chamaechrista cordistipula (Mart.) H.S.Irwin & Barneby SBA 33 AUT

Clitoria guianensis (Aubl.) Benth. SBA 22 AUT

Eriosema crinitum (Kunth) G. Don. SBA 21 AUT

Indigofera lespedezioides Kunth SBA 42 AUT

Galactia sp. SBA 11 AUT

Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne PTA 18 ZOO

Mimosa nuda Benth. SBA 114 ANE

Mimosa sensibilis Griseb. SBA 30 ANE

Stryphnodendron obovatum Benth. PTA 46 ZOO

Stylosanthes macrocephala M.B.Ferreira & Sousa Costa HER 26 ZOO

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(Cont.)

Família Espécie Hábito Nº ind. SD

Lauraceae Aiouea trinervis Meissn. PTA 110 ZOO

Lithraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil. PTA 22 ANE

Malpighiaceae Byrsonima coccolobifolia Kunth PTA 34 ZOO

Byrsonima intermedia A. Juss. PTA 4 ZOO

Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. PTA 60 ANE

Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Triana PTA 63 ZOO

Miconia fallax DC. PTA 14 ZOO

Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg PTA 112 ZOO

Eugenia punicifolia (Kunth) DC. SBA 22 ZOO

Psidium cinereum Mart. ex DC. SBA 7 ZOO

Ochnaceae Ouratea spectabilis (Mart.) Engl. SBA 2 ZOO

Rubiaceae Borreria sp. HER 11 AUT

Palicourea rigida Kunth PTA 53 ZOO

Rutaceae Spiranthera odoratissima A. St.-Hil. SBA 176 AUT

Salicaceae Casearia sylvestris Swartz PTA 30 ZOO

Smilacaceae Smilax fluminensis Steud. LIA 27 ZOO

Styracaceae Styrax ferrugineous Nees & Mart. PTA 53 ZOO

Vochysiaceae Qualea crypthanta (Spreng.) Warm. PTA 155 ANE

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Tabela 2 – Duração das fenofases, em meses, das espécies estudadas no campo sujo de cerrado do

planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo cinza a floração e preto a frutificação.

Espécie Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Aeschnomene falcata

Aiouea trinervis

Allagoptera leucocalyx

Anemopaegma arvense

Baccharis sp.

Blepharocalyx salicifolius

Borreria sp.

Bulbostylis paradoxa

Byrsonima coccolobifolia

Byrsonima intermedia

Casearia sylvestris

Chamaechrista cordistipula

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(Cont...)

Espécie Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Clitoria guianensis

Davilla elliptica

Dyckia sp.

Echinopsis calochlora

Eriosema crinitum

Eryngium pristis

Erythroxylum campestre

Erythroxylum suberosum

Eugenia punicifolia

Eupatorium cf. squalidum

Eupatorium inulifolium

Galactia sp.

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(Cont...)

Espécie Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Hemipogon acerosus

Heteropterys byrsonimaefolia

Hymenaea stygonocarpa

Indigofera lespedezioides

Kielmeyera coriacea

Lafoensia pacari

Mandevilla illustris

Manihot tripartita

Miconia albicans

Miconia fallax

Mimosa nuda

Mimosa sensibilis

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(Cont...)

Espécie Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Odontadenia lutea

Ouratea spectabilis

Palicourea rigida

Psidium cinereum

Qualea crypthanta

Sebastiania hispida

Smilax fluminensis

Spiranthera odoratissima

Stryphnodendron obovatum

Stylosanthes macrocephala

Styrax ferrugineous

Tabebuia ochracea

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(Cont...)

Espécie Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Vernonia coriacea

Vernonia herbacea

Vernonia nitens

Vernonia sp.

Viguiera grandiflora

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Figura 3: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto residual

do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito.

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Figura 4: Número de espécies em floração no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum,

Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período estudado.

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Figura 5: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do planalto residual

do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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Tabela 3: Análise do coeficiente de Correlação de Spearman (rs) entre a precipitação/comprimento do

dia, a intensidade de Fournier e o número de espécies em floração/frutificação e frutos classificados

quanto à síndrome de dispersão em campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá,

Mato Grosso do Sul. P0 = precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de um mês anterior à

observação; P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação de três meses anteriores à observação; CD = comprimento do dia; ns = não significativo. Valores marginalmente

significativos em negrito.

Fenofase P0 P1 P2 P3 CD

Fournier Espécies Fournier Espécies Fournier Espécies Fournier Espécies Fournier Espécies

Floração rs=0,43 ns ns ns rs=-0,41 ns ns ns rs=0,71 rs=0,55

ns ns ns ns ns ns ns ns p=0,00 p=0,05

Frutificação rs=0,77 rs=0,52 rs=0,62 rs=0,45 ns ns rs=-0,44 rs=-0,47 rs=0,68 rs=0,42

p=0,00 p=0,08 p=0,02 ns ns ns ns ns p=0,01 ns

Anemocoria rs=0,55 ns rs=0,76 rs=0,65 rs=0,40 rs=0,57 ns ns rs=0,63 ns

p=0,06 ns p=0,00 p=0,02 ns p=0,05 ns ns p=0,02 ns

Autocoria rs=0,70 rs=0,66 rs=0,63 rs=0,58 rs=0,62 rs=0,62 ns ns rs=0,49 ns

p=0,01 p=0,01 p=0,02 p=0,04 p=0,03 p=0,03 ns ns ns ns

Zoocoria ns ns ns ns ns rs=-0,43 rs=-0,66 rs=-0,62 ns ns

ns ns ns ns ns ns ns p=0,03 ns ns

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Figura 6: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do planalto residual

do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto ao hábito. Dados

pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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Figura 7: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul durante os anos de

2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente aos meses de coleta dos dados fenológicos (Mineração

Corumbaense Reunida S/A 2009).

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Figura 8: Número de espécies em frutificação no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum,

Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período estudado.

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Figura 9: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto

residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos de outubro/2007 a

setembro/2008.

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Figura 10: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto ao hábito.

Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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Figura 11: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto

residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto à síndrome de dispersão.

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Figura 12: Número de espécies para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto

residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto à síndrome de

dispersão. Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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Figura 13: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto

residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto à síndrome de

dispersão. Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.

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BRASILICA

1.A Acta Botanica Brasilica publica artigos originais em todas as áreas da Botânica,

básica ou aplicada, em Português, Espanhol ou Inglês. Os trabalhos deverão ser

motivados por uma pergunta central que denote a originalidade e o potencial interesse

da pesquisa, de acordo com o amplo espectro de leitores nacionais e internacionais da

Revista, inserindo-se no debate teórico de sua área.

2. Os artigos devem ser concisos, em quatro vias, com até 25 laudas, seqüencialmente

numeradas, incluindo ilustrações e tabelas (usar fonte Times New Roman, tamanho 12,

espaço entre linhas 1,5; imprimir em papel tamanho A4, margens ajustadas em 1,5 cm).

A critério da Comissão Editorial, mediante entendimentos prévios, artigos mais

extensos poderão ser aceitos, sendo o excedente custeado pelo(s) autor(es).

3. Palavras em latim no título ou no texto, como por exemplo: in vivo, in vitro, in loco,

et al. devem estar em itálico.

4. O título deve ser escrito em caixa alta e baixa, centralizado, e deve ser citado da

mesma maneira no Resumo e Abstract da mesma maneira que o título do trabalho. Se

no título houver nome específico, este deve vir acompanhado dos nomes dos autores do

táxon, assim como do grupo taxonômico do material tratado (ex.: Gesneriaceae,

Hepaticae, etc.).

5. O(s) nome(s) do(s) autor(es) deve(m) ser escrito(s) em caixa alta e baixa, todos em

seguida, com números sobrescritos que indicarão, em rodapé, a filiação Institucional

e/ou fonte financiadora do trabalho (bolsas, auxílios etc.). Créditos de financiamentos

devem vir em Agradecimentos, assim como

vinculações do artigo a programas de pesquisa mais amplos, e não no rodapé. Autores

devem fornecer os endereços completos, evitando abreviações, elegendo apenas um

deles como Autor para correspondência. Se desejarem, todos os autores poderão

fornecer e-mail.

6. A estrutura do trabalho deve, sempre que possível, obedecer à seguinte seqüência:

- RESUMO e ABSTRACT (em caixa alta e negrito) – texto corrido, sem referências

bibliográficas, em um único parágrafo e com cerca de 200 palavras. Deve ser precedido

pelo título do artigo em Português, entre parênteses. Ao final do resumo, citar até cinco

palavras-chave à escolha do autor, em ordem de importância. A mesma regra se aplica

ao Abstract em Inglês ou Resumen em Espanhol.

- Introdução (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve conter

uma visão clara e concisa de: a) conhecimentos atuais no campo específico do assunto

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tratado; b) problemas científicos que levou(aram) o(s) autor(es) a desenvolver o

trabalho; c) objetivos.

- Material e métodos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve

conter descrições breves, suficientes à repetição do trabalho; técnicas já publicadas

devem ser apenas citadas e não descritas. Indicar o nome da(s) espécie(s) completo,

inclusive com o autor. Mapas - podem ser incluídos se forem de extrema relevância e

devem apresentar qualidade adequada para impressão. Todo e qualquer comentário de

um procedimento utilizado para a análise de dados em Resultados deve,

obrigatoriamente, estar descrito no item Material e métodos.

- Resultados e discussão (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda):

podem conter tabelas e figuras (gráficos, fotografias, desenhos, mapas e pranchas)

estritamente necessárias à compreensão do texto. Dependendo da estrutura do trabalho,

resultados e discussão poderão ser apresentados em um mesmo item ou em itens

separados.

As figuras devem ser todas numeradas seqüencialmente, com algarismos arábicos,

colocados no lado inferior direito; as escalas, sempre que possível, devem se situar à

esquerda da figura. As tabelas devem ser seqüencialmente numeradas, em arábico com

numeração independente das figuras.

Tanto as figuras como as tabelas devem ser apresentadas em folhas separadas (uma para

cada figura e/ou tabela) ao final do texto (originais e 3 cópias). Para garantir a boa

qualidade de impressão, as figuras não devem ultrapassar duas vezes a área útil da

revista que é de 17,5´23,5 cm. Tabelas - Nomes das espécies dos táxons devem ser

mencionados acompanhados dos respectivos autores. Devem constar na legenda

informações da área de estudo ou do grupo taxonômico. Itens da tabela, que estejam

abreviados, devem ter suas explicações na legenda.

As ilustrações devem respeitar a área útil da revista, devendo ser inseridas em coluna

simples ou dupla, sem prejuízo da qualidade gráfica. Devem ser apresentadas em tinta

nanquim, sobre papel vegetal ou cartolina ou em versão eletrônica, gravadas em .TIF,

com resolução de pelo menos 300 dpi (ideal em 600 dpi). Para pranchas ou fotografias -

usar números arábicos, do lado direito das figuras ou fotos. Para gráficos - usar letras

maiúsculas do lado direito.

As fotografias devem estar em papel brilhante e em branco e preto. Fotografias

coloridas poderão ser aceitas a critério da Comissão Editorial, que deverá ser

previamente consultada, e se o(s) autor(es) arcar(em) com os custos de impressão.

As figuras e as tabelas devem ser referidas no texto em caixa alta e baixa, de forma

abreviada e sem plural (Fig. e Tab.). Todas as figuras e tabelas apresentadas devem,

obrigatoriamente, ter chamada no texto.

Legendas de pranchas necessitam conter nomes dos táxons com respectivos autores.

Todos os nomes dos gêneros precisam estar por extenso nas figuras e tabelas. Gráficos -

enviar os arquivos em Excel. Se não estiverem em Excel, enviar cópia em papel, com

boa qualidade, para reprodução.

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66

As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela primeira vez, devem ser precedidas do

seu significado por extenso. Ex.: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).

Usar unidades de medida de modo abreviado (Ex.: 11 cm; 2,4 μm), o número separado

da unidade, com exceção de percentagem (Ex.: 90%).

Escrever por extenso os números de um a dez (não os maiores), a menos que seja

medida. Ex.: quatro árvores; 6,0 mm; 1,0-4,0 mm;125 exsicatas.

Em trabalhos taxonômicos o material botânico examinado deve ser selecionado de

maneira a citarem-se apenas aqueles representativos do táxon em questão e na seguinte

ordem: PAÍS. Estado: Município, data, fenologia, coletor(es) n úmero do(s) coletor(es)

(sigla do Herbário).

Ex.: BRASIL. São Paulo: Santo André, 3/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP).

No caso de mais de três coletores, citar o primeiro seguido de et al. Ex.: Silva et al.

(atentar para o que deve ser grafado em CAIXA ALTA, Caixa Alta e Baixa, caixa

baixa, negrito, itálico).

Chaves de identificação devem ser, preferencialmente, indentadas. Nomes de autores de

táxons não devem aparecer. Os táxons da chave, se tratados no texto, devem ser

numerados seguindo a ordem alfabética. Ex.:

1. Plantas terrestres

2. Folhas orbiculares, mais de 10 cm diâm.

................................................................... 2. S. orbicularis

2. Folhas sagitadas, menos de 8 cm compr.

...................................................................... 4. S. sagittalis

1. Plantas aquáticas

3. Flores brancas ..............................................1. S. albicans

3. Flores vermelhas ........................................ 3. S. purpúrea

O tratamento taxonômico no texto deve reservar o itálico e o negrito simultâneos apenas

para os nomes de táxons válidos. Basiônimo e sinonímia aparecem apenas em itálico.

Autores de nomes científicos devem ser citados de forma abreviada, de acordo com

índice taxonômico do grupo em pauta (Brummit & Powell 1992 para Fanerógamas).

Ex.:

1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753.

Pertencia albicans Sw., Fl. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870.

Fig. 1-12

Subdivisões dentro de Material e métodos ou de Resultados e/ou discussão devem ser

escritas em caixa alta e baixa, seguida de um traço e o texto segue a mesma linha. Ex.:

Área de estudo - localiza-se ...

Resultados e discussão devem estar incluídos em conclusões. - Agradecimentos (em

caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): devem ser sucintos; nomes de

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pessoas e Instituições devem ser por extenso, explicitando o porquê dos

agradecimentos.

- Referências bibliográficas

- Ao longo do texto: seguir esquema autor, data. Ex.:

Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et al. (1997) ou Silva (1993; 1995), Santos

(1995; 1997) ou (Silva 1975; Santos 1996; Oliveira 1997).

- Ao final do artigo: em caixa alta e baixa, deslocado para a esquerda; seguir ordem

alfabética e cronológica de autor(es); nomes dos periódicos e títulos de livros devem

ser grafados por extenso e em negrito. Exemplos:

Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do XXVIII

Congresso Nacional de Botânica. Aracaju 1992. São Paulo, HUCITEC Ed. v.I.

Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas palinológicas. Amaranthaceae.

Hoehnea 33(2): 38-45.

Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27-55. In: F.C. Hoehne (ed.). Flora

Brasilica. São Paulo, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.

Não serão aceitas Referências bibliográficas de monografias de conclusão de curso de

graduação, de citações resumos simples de Congressos, Simpósios, Workshops e

assemelhados. Citações de Dissertações e Teses devem ser evitadas ao máximo; se

necessário, citar no corpo do texto. Ex.: J. Santos, dados não publicados ou J. Santos,

comunicação pessoal.

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ARTIGO A SER SUBMETIDO

AO PERIÓDICO REVISTA

BRASILEIRA DE ZOOLOGIA

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CAPÍTULO 2 1

DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM UMA ÁREA DE CAMPO 2

SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO 3 GROSSO DO SUL, BRASIL

1 4

Danilo Rafael Mesquita Neves2,3

, Geraldo A. Damasceno Junior2 &

Erich A. Fischer

2 5

RESUMO – (Dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de 6

cerrado no planalto residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil). O presente estudo 7

foi desenvolvido na área do planalto residual do Urucum com o objetivo geral de 8

verificar a dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de cerrado, 9

com foco nas seguintes questões: 1) Quais espécies de morcegos possuem atividade no 10

campo sujo de cerrado do maciço do Urucum? 2) As espécies de morcegos presentes 11

utilizam os frutos disponíveis na área? 3) Quais as espécies de plantas possuem suas 12

sementes dispersadas por morcegos na área estudada? As fases de captura de morcegos 13

constaram de duas noites consecutivas por mês, durante um ano, totalizando 48 14

noites/ano, com a utilização de redes-de-neblina para captura dos mesmos 15

(outubro/2007 a setembro/2008). A amostragem fenológica foi feita com quatro 16

transectos distantes 50 metros entre si, onde eram amostradas todas as espécies 17

zoocóricas distantes até no máximo três metros de cada lado do mesmo. Em 36.288 18

m2.h de esforço amostral foram capturados 49 indivíduos, divididos em cinco espécies, 19

sendo todos frugívoros. Das cinco espécies coletadas, três apresentaram amostras fecais 20

com sementes, num total de 20 amostras, equivalente a 40,8% do total de capturas. 21

Mesmo no período de maior disponibilidade de frutos, os morcegos coletados não 22

consumiram recursos do campo sujo de cerrado, sendo as espécies dispersadas para o 23

local consumidas, provavelmente, nas matas semidecíduas adjacentes à área de estudo. 24

Porém, o fato dos morcegos utilizarem recursos da mata semidecíduas não desabona a 25

importância ecológica como dispersores de espécies nativas e pioneiras para as áreas 26

degradadas de campo sujo, pois foram encontradas espécies consumidas pelos morcegos 27

em uma área recuperada pela mineradora que atua no local. 28

Palavras-chave: zoocoria, fenologia, recuperação de áreas, campos de altitude 29

1Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor 30

2Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal - UFMS 31

3Autor para correspondência: [email protected] 32

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70

ABSTRACT – (Dispersal seeds by bats in a campo sujo vegetation area of Urucum 33

plateau, Mato Grosso do Sul, Brazil). This study was carried out on Urucum plateau, in 34

order to describe the dispersal seeds by bats in a campo sujo vegetation, with three 35

questions to be answered: 1) Wich bat species have activities on the campo sujo 36

vegetation of Urucum plateau? 2) Are these bat species eating the fruits available in the 37

campo sujo vegetation? 3) Wich plant species have their seeds dispersed by bats to the 38

studied area? Bats were monthly mist netted over a full year (october/2007 to 39

september/2008), during two consecutive nights, and fecal samples were collected for 40

dispersal seeds analysis. It was also monthly studied the phenological patterns on the 41

fruiting individuals. Phenological sampling was made in four transects, far 50 meters 42

from each other, where all zoochoric species distant at most three meters of each side of 43

the transect were sampled. With the aim to have patterns for the samples, it was 44

established 250 meters of transects on each side of the plateau, reaching 0.6 hectares. In 45

36.288 m2.h of field works were collected 49 bats of five species, all frugivorous. Three 46

of the five bat species collected presented feces with seeds, total of 20 samples, 47

corresponding to 40.8% of the total bats collected. The animals collected on the first 48

thirty minutes rarely presented feces with seeds. Even in the peak of fruiting, the bats 49

did not eat the fruits available in the campo sujo vegetation studied. The species 50

dispersed by bats to the area were, propably, eaten in a close semideciduous forest. 51

However, the fact of the bats eat fruits from the semideciduous forests do not diminish 52

the ecological importance of the bats such as potential seed dispersers of native and 53

pioners plant species to degraded campo sujo areas, because it was found plant species 54

dispersed by bats in a restored area of Rio Tinto mining. 55

Key words: zoochory, phenology, restoring areas, high altitude grasslands 56

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71

INTRODUÇÃO 57

A camada herbáceo-subarbustiva de Cerrado apresenta a maior riqueza florística 58

do Cerrado sensu latu, apesar da carência de estudos sobre a sua ecologia e composição 59

florística (CASTRO et al. 1999; SANO et al. 2008), sendo que uma das constatações 60

mais evidentes é que a maioria dos estudos foram realizados levando-se em conta 61

apenas espécies arbustivo-arbóreas (MANTOVANI & MARTINS 1993). O sub-solo 62

dos campos sujos do maciço do Urucum possuem um grande valor geoeconômico na 63

Bacia do Alto Paraguai em razão da ocorrência de enormes reservas de ferro e 64

manganês. Atividades mineradoras têm gerado a fragmentação e destruição destes 65

hábitats, colocando em risco a flora e fauna locais, os quais devem, segundo a legislação 66

brasileira, serem restaurados (SILVA et al. 2000). 67

Segundo KAGEYAMA & GANDARA (2004) a restauração de ecossistemas 68

degradados deve utilizar os conceitos de diversidade de espécies, interação entre 69

espécies e sucessão ecológica, adaptando as tecnologias existentes para as espécies 70

nativas. Com isso, dados de fenologia, estratégias de dispersão das espécies e interações 71

planta-animal são essenciais para um melhor desenvolvimento de planos de manejo e 72

conservação. Dentre as importantes interações planta-animal para recuperação de áreas 73

degradadas, encontra-se a dispersão de sementes por morcegos. MULLER & REIS 74

(1992) apontaram que os morcegos frugívoros são importantes disseminadores de 75

sementes por serem muito vorazes e voarem longas distâncias. 76

O Cerrado abriga 80 espécies de morcegos, o que corresponde a quase 60% das 77

143 espécies de morcegos brasileiros (GREGORIN & TADDEI 2002) e mais de 40% 78

do total da fauna de morcegos da América do Sul. A família Phyllostomidae é a mais 79

abundante, com 41 espécies, seguida por Molossidae com 16 espécies e 80

Vespertilionidae com 11 espécies (MARINHO-FILHO 1996). Alguns estudos 81

demonstram a dispersão de sementes por morcegos no Cerrado, onde observa-se 82

espécies como: Aechmea sp., Cecropia pachystachya Trécul., Centropogus cornutus 83

(L.) Druce Ficus spp., Emmotum nitens (Benth.) Miers. Gurania spinulosa (Poepp. & 84

Endl.) Cogn., Hirtella gracilipes (Hook. f.) Prance, Piper spp., Pseudomaedia sp., 85

Senna sp. (AGUIAR & AQUINO 2003; AGUIAR 2005, FREITAS & ZORTÉA 2006). 86

No maciço do Urucum dados sobre frugivoria e dispersão de sementes por 87

morcegos são pontuais e esporádicos. NEVES & BORDIGNON (2005) registraram 88

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sementes de Cecropia pachystachya Trécul, Ficus sp. e Piper sp nas fezes de morcegos 89

coletados durante a estação seca. 90

Os campos sujos de cerrado cobrem os topos dos morros que constituem o 91

planalto residual do Urucum. Estes campos de altitude são caracterizados por uma 92

cobertura de gramíneas, ervas e subarbustos com altura variando entre 30 e 40 cm. 93

Espécies como Trachypogon spicatus (L.f.) O. Kuntze, Thrasya petrosa (Trin.), Aiouea 94

trinervis Meissn. e Qualea cryptantha (Spreng.) Warm. são importantes para a 95

cobertura vegetal desta fitofisionomia (DAMASCENO JUNIOR et al. 2005). Nestes 96

campos ocorre a extração de minério de ferro, atividade que tem gerado a fragmentação 97

e degradação dos diversos habitats do local. 98

Estudos sobre a quiropterofauna no maciço do Urucum apresentam espécies 99

frugívoras como Artibeus jamaicensis Leach, 1821, Artibeus lituratus (Olfers, 1818), 100

Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758), Glossophaga Soricina (Pallas, 1766), 101

Lophostoma silvicolum (d'Orbigny, 1836), Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767), 102

Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810), entre outros (MAURO & CAMPOS 2000; 103

BORDIGNON & FRANÇA 2004; BORDIGNON 2005). No entanto, estas espécies 104

foram coletadas nas matas decíduas e semidecíduas do maciço do Urucum, não havendo 105

estudos para os campos sujos de cerrado deste planalto. 106

Devido à jazida de minério, existe a expectativa de um maior desenvolvimento 107

industrial nos próximos anos na região, havendo com isso a possibilidade dos futuros 108

empreendimentos causarem mais impactos sobre o ambiente, principalmente sobre as 109

espécies animais dependentes de ambientes florestados, tais como pequenos mamíferos. 110

Sendo assim, o presente estudo foi desenvolvido na área do planalto residual do 111

Urucum, com foco nas seguintes questões: 1) Quais espécies de morcegos possuem 112

atividade no campo sujo de cerrado do maciço do Urucum? 2) As espécies de morcegos 113

presentes utilizam os frutos disponíveis na área? 3) Quais as espécies de plantas 114

possuem suas sementes dispersadas por morcegos na área estudada? 115

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73

MATERIAL E MÉTODOS 116

Local de estudo 117

Este estudo foi realizado em uma área de 5.327 hectares, pertencente à 118

Mineração Corumbaense Reunida S/A (MCR), no maciço do Urucum, Corumbá, Mato 119

Grosso do Sul, considerado o mais proeminente dos relevos residuais da borda oeste do 120

Pantanal alto (ISQUIERDO 1997). 121

O conjunto de elevações que constituem o maciço do Urucum é recortado por 122

uma série de falhas, cujas escarpas formam diversas morros. Entre os morros que 123

constituem o maciço há o morro do Urucum (971m), o morro Grande (951m) o morro 124

Santa Cruz (1065m), o morro São Domingos (800m), a Tromba dos Macacos (500m), o 125

morro Jacadigo (600m) e o morro Rabichão com uma cota altimétrica de 700m. 126

(FRANCO & PINHEIRO 1982). 127

A área estudada está assentada sobre o embasamento Gnáissico-Granítico 128

(complexo Apa) do proterozóico médio (era pré-cambriana), constituído principalmente 129

por moscovitagnaisses, biotita-gnaisses de granulação fina com fraturas preenchidas por 130

veeiros de quartzo (ANJOS & OKIDA 2000). Acima dessa camada se situa o grupo 131

Jacadigo (de idade proterozóica superior). É constituído pelas formações Urucum e 132

Santa Cruz, em seqüência estratigráfica. A formação Urucum é caracterizada como um 133

relevo conservado, identificado como uma superfície estrutural tabular, marcada a oeste 134

por escarpa de falha. Posicionada ao leste desta, as morrarias Santa Cruz e São 135

Domingos caracterizam dois blocos de relevos justapostos, cujas bordas ocidentais são 136

marcadas por escarpas de falhas com desníveis acima de 100 metros (FRANCO & 137

PINHEIRO 1982). Essas duas formações são exploradas comercialmente na região para 138

extração de ferro e manganês, sendo a extração de manganês subterrânea e a de ferro a 139

céu aberto, a segunda com retirada total da vegetação herbácea (BRASIL 1982). 140

Neste estudo foram realizadas coletas em áreas de campo sujo de cerrado, as 141

quais se encontram em altitudes médias de 1.000 metros, na morraria Santa Cruz 142

(19º12’ S; 57º35’ W), município de Corumbá – MS, denominada como morro Bonito 143

pela MCR - Mineração Corumbaense Reunida S/A (Fig. 1). Este morro é a única área 144

de campo que ainda não vem sendo explorada pela MCR, porém o local sofre algumas 145

pertubações com pesquisas geológicas e fogo, sendo o último ocorrido em setembro de 146

2007. Pesquisas são realizadas no local por geólogos da MCR, com o intuito de incluir o 147

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morro Bonito no projeto de expansão da mina (Eng. Felipe Tadashi - MCR, 148

comunicação pessoal). 149

O clima da região é do tipo tropical megatérmico (com temperatura média de 150

25ºC), com precipitação pluvial da ordem de 1.120 mm anuais e duas estações bem 151

distintas, uma seca que se estende de abril a setembro (inverno) e uma chuvosa, de 152

outubro a março (verão), classificado como Aw no sistema de Köppen (SORIANO 153

2000). 154

A paisagem da região é representada por um mosaico de fitofisionomias típicas 155

do Cerrado, como cerrado sentido restrito, campo cerrado, campo limpo e campo sujo, 156

intrusões de florestas estacionais deciduais e semideciduais. O gradiente altitudinal é 157

bastante singular com forte contraste da vegetação proporcionando ampla variedade de 158

ambientes, incluindo desde Mata Estacional Semidecidual Submontana a Savana 159

Gramíneo-Lenhosa no topo (POTT et al. 2000; POTT et al., 2002). 160

Captura de morcegos e análise das amostras fecais 161

O período total de estudo compreendeu de outubro de 2007 a setembro de 2008. 162

Os morcegos foram capturados com auxílio de redes-de-neblina dispostas até três 163

metros acima do solo. Foram armadas três redes (14x3m) por noite. 164

As fases de captura constaram de duas noites (período de lua nova) consecutivas 165

por mês, durante um ano, totalizando 48 noites/ano. A cada noite as capturas iniciavam 166

após o pôr-do-sol e encerravam seis horas depois de iniciada. 167

As redes eram armadas próximas aos frutos zoocóricos disponíveis e/ou nas 168

proximidades de uma Mata Estacional Semidecidual adjacente ao campo sujo. Foram 169

feitas revisões a cada 15 minutos nas redes. 170

Cada exemplar capturado foi colocado em um saco de pano, onde permaneceu 171

por cerca de uma hora para a coleta das fezes depositadas pelo animal. Após este 172

período, os animais foram identificados (conforme VIZOTTO & TADDEI 1973) e 173

soltos, sendo que um indivíduo de cada espécie foi sacrificado para material testemunho 174

e depositado em coleção zoológica (ZUFMS). 175

As amostras fecais foram triadas e as sementes encontradas foram identificadas 176

por meio de comparações com sementes coletadas das espécies vegetais existentes no 177

local de estudo, em áreas adjacentes e acompanhamento fenológico. 178

Foi feito um transecto de 300 metros em uma área adjacente ao morro. Esta área 179

foi recuperada pela MCR (Mina 02) em 2002. Todas as espécies de angiospermas 180

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distante até no máximo três metros de cada lado do transecto foram registradas (Fig. 1), 181

para verificar a existências de espécies quiropterocóricas no local. 182

Estudo fenológico 183

A amostragem das espécies zoocóricas foi feita com oito transectos de 250 184

metros, distantes 50 metros entre si. Foram utilizados pedaços de tecido vermelho 185

denominado TNT, para demarcar as duas vertentes do morro Bonito. Foram amostradas 186

todas as espécies zoocóricas distantes até no máximo três metros de cada lado do 187

transecto. Foram estabelecidos quatro transectos em cada vertente do morro, totalizando 188

0,6 hectares de amostragem (Fig. 1). 189

Entre outubro de 2007 a setembro de 2008 foi feito acompanhamento mensal da 190

frutificação nas manchas que se encontravam na área dos transectos. O critério de 191

inclusão das espécies na análise fenológica foi a presença do evento de frutificação 192

durante o período estudado. 193

Os hábitos da vegetação deste estudo foram divididos em herbáceas, lianas, 194

plantas-anãs e subarbustos. As plantas-anãs são espécies que, sob condições ambientais 195

normais, possuem o hábito arbóreo, porém devido a características do maciço do 196

Urucum como: solo (baixa profundidade, umidade), velocidade do vento e queimadas 197

regulares, estas espécies não se desenvolvem normalmente nos campos sujos de cerrado 198

da área de estudo (LEHN et al. 2008). 199

Para confecção de exsicatas, foram coletados exemplares de cada espécie deste 200

estudo fora da área dos transectos, para não causar interferência nos dados fenológicos. 201

Com a utilização de tesoura de poda, as espécies coletadas eram armazenadas em sacos 202

plásticos, prensadas e utilizadas para a identificação taxonômica com o auxílio de 203

bibliografia especializada e comparação com material depositado no Herbário COR. Os 204

exemplares com material fértil conservado foram montados em cartolina, etiquetados e 205

enviados para incorporação no herbário CGMS/UFMS. 206

A nomeação dos taxa seguiu o ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP (2003), 207

e a grafia dos nomes foi obtida por consulta à base de dados W3 Tropicos do 208

MISSOURI BOTANICAL GARDEN (2009). 209

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Análise dos dados 210

Para estimar a intensidade da fenofase, as espécies zoocóricas com n ≥ 10 211

manchas foram classificadas nas categorias da escala semi-quantitativa adaptada de 212

FOURNIER (1974) para espécies herbáceo-subarbustivas, com valores estimativos para 213

as fenofases conforme a seguinte escala: 0 – ausência da característica; 1- presença da 214

característica em um intervalo de 1-25%; 2- de 26-50%; 3- de 51-75%; 4- de 76-100%. 215

O cálculo da Intensidade de Fournier é feito através da seguinte fórmula: 216

% de Fournier = Fournier. 100 217

4. N 218

onde, Fournier é a somatória das categorias de Fournier das manchas dividido pelo 219

máximo de Fournier que pode ser alcançado por todas as manchas (N) na amostra. 220

Porém, na análise do número de espécies zoocóricas em frutificação foram 221

consideradas todas as espécies encontradas, sendo os frutos classificados quanto ao 222

estágio de maturação. 223

Para avaliar a influência da precipitação nos padrões fenológicos das espécies 224

zoocóricas observadas no campo sujo de cerrado, foi utilizado o teste do coeficiente de 225

Correlação de Spearman (SOKAL & ROHLF 1996), utilizando o software BIOESTAT 226

3.0 (AYRES et al. 2003). Esta análise foi realizada correlacionando-se a fenofase de 227

frutificação das espécies zoocóricas com os dados climáticos do mês da observação, do 228

primeiro, segundo e do terceiro mês anteriores à observação, conforme descrito por 229

FERRAZ et al. (1999). 230

O cálculo do coeficiente de Correlação de Spearman é feito através da seguinte 231

fórmula: 232

rs = 1 – 6 n(R1 – R2)2 233

n(n2 – 1) 234

onde, n é o número de pares (xi, yi), R1 é o escore de xi dentre os valores de x e R2 é o 235

escore de yi dentre os valores de y. 236

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RESULTADOS 237

Captura dos morcegos e análise das amostras fecais 238

Em 36.288 m2.h de esforço amostral foram capturados 49 morcegos de cinco 239

espécies frugívoras (Tab. 1). Três espécies apresentaram sementes nas amostras fecais, 240

num total de 20 amostras, equivalente a 40,8% do total de capturas. 241

Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) foi a espécie mais capturada na área, 242

totalizando 19 indivíduos, seguido de Artibeus lituratus (Olfers, 1818) e Carollia 243

perspicillata (Linnaeus, 1758), com 14 e 11 indivíduos respectivamente. 244

P. lineatus foi a espécie que proporcionou maior número de amostras fecais 245

(Tab. 2), seguida por A. lituratus e C. perspicillata, que apresentou menor quantidade 246

de fezes, com apenas 25% do total (Fig. 2), porém foi a espécie que apresentou melhor 247

conservação das sementes após passagem pelo trato digestivo. Artibeus jamaicensis 248

Leach, 1821 e Lophostoma silvicolum (d'Orbigny, 1836) não proporcionaram amostras 249

fecais. 250

No transecto realizado na área em recuperação (Mina 02), foram encontradas 16 251

espécies de plantas, sendo que quatro não constavam na lista de espécies para 252

recuperação da área (Tab. 3). Destas, Aristida riparia Trin. é anemocórica, Trema 253

micrantha Blume é zoocórica e Cecropia pachystachya Trécul. e Piper aduncum L. são 254

zoocóricas/quiropterocóricas (Tab. 4). 255

Estudo fenológico 256

No acompanhamento fenológico foram registradas 22 espécies zoocóricas, 257

pertencentes a 20 gêneros e 15 famílias (Tab. 5). A espécie zoocórica mais abundante 258

no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum foi Davilla elliptica A. St.-259

Hil. com 126 manchas, seguida por Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg com 260

112, Aiouea trinervis Meissn. com 110 e Echinopsis calochlora K. Schum. com 90 261

manchas. (Tab. 6). 262

A frutificação das espécies zoocóricas do campo sujo apresentou pico em 263

setembro, com sete espécies (Fig. 3), das quais quatro estavam em dispersão, 264

correspondendo ao final da estação seca (Fig. 4). Novembro apresentou seis espécies em 265

frutificação, das quais cinco estavam em dispersão. Em setembro a precipitação total foi 266

de 54 mm, sendo a maior do período de seco deste ano (junho a setembro). 267

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A maior intensidade de Fournier (1974) para a fenofase de frutificação das 268

espécies zoocóricas também ocorreu em setembro, com 10,78% da intensidade total da 269

área estudada (Fig. 5). 270

O coeficiente de correlação de Spearman foi significativo na fenofase de 271

frutificação para as espécies zoocóricas ao se correlacionar com a precipitação de três 272

meses anteriores à observação (Tab. 7). 273

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DISCUSSÃO 274

A riqueza de espécies de morcegos em uma comunidade local varia entre 15 e 275

25 espécies na maior parte do Cerrado (COIMBRA Jr. et al. 1982; WILLIG 1983; 276

PEDRO & TADDEI 1997; GARGAGLIONI et al. 1998; BREDT et al. 1999; 277

RODRIGUES et al. 2002; FALCÃO et al. 2003; BORDIGNON 2006; ZÓRTEA & 278

ALHO 2008). A baixa riqueza de espécies de morcegos coletados no campo sujo de 279

cerrado indica a preferência alimentar destes animais por frutos disponíveis nas matas 280

semidecíduas, fazendo com que eles possivelmente utilizem os campos como caminho 281

entre fragmentos de mata. 282

Mesmo no período de maior disponibilidade de frutos como Allagoptera 283

leococalyx Kuntze, E. calochlora, Erythroxylum campestre A.St.Hil., Manihot tripartita 284

Müll.Arg., A. trinervis, Casearia sylvestris Swartz e Smilax fluminensis Steud. os 285

morcegos da área de estudo não consumiram recursos do campo sujo de cerrado, sendo 286

as espécies dispersadas para o local consumidas de matas semidecíduas adjacentes à 287

área de estudo. DAMASCENO JUNIOR (2005) identificou nestas matas semidecíduas 288

oito espécies do gênero Ficus e cinco espécies do gênero Piper, os quais são 289

importantes recursos para a manutenção dos morcegos frugívoros do maciço do 290

Urucum. 291

Segundo JANZEN (1970), a dispersão de sementes é um mecanismo complexo 292

que depende de fatores como a taxa de remoção de frutos/sementes, frequência de 293

consumo pelos animais e local apropriado para germinação longe da planta-mãe. 294

STEBBINS (1974) verificou que morcegos podem fornecer um efetivo meio de 295

transporte de sementes para longe das plantas parentais. Além disso, os frugívoros 296

dispersores de sementes podem modificar os padrões de germinação de muitas espécies 297

de plantas através da variação no potencial de germinabilidade das sementes, da 298

velocidade de germinação, ou ambos (TRAVESET 1998; PASSOS & PASSAMANI 299

2003). 300

As quatro espécies de plantas que não constavam na lista das espécies utilizadas 301

na recuperação da Mina 02, indicam a dispersão de sementes como processo importante 302

na sucessão ecológica. Dentre estas espécies encontra-se A. riparia, uma espécie 303

anemocórica nativa da área de estudo, a qual pode auxiliar na substituição gradativa das 304

espécies de gramíneas exóticas como Melinis minutiflora P. Beauv. e Urochloa 305

brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf. 306

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T. micrantha é citada como recurso alimentar para aves (TREJO-PEREZ 1976; 307

VOSS & SANDER 1980; WHEELWRIGHT et al. 1984; SANCHOTENE 1985; 308

LORENZI 1992). Esta relação pode explicar a presença desta planta na área em 309

recuperação, uma vez que as aves dispersam sementes dos frutos que consomem em 310

vôo. C. pachystachya e P. aduncum também demonstram esta relação, sendo citados na 311

literatura como frutos quiropterocóricos (HOWELL & BURCH 1974; SIPINSKI & 312

REIS 1995; PEDRO & TADDEI 1997; THIES et al. 1998; TAVARES 1999). 313

Numa área onde a vegetação está em processo de sucessão, 314

as espécies de Cecropia podem ser as mais comuns (MEDELLÍN & GAONA 1999), 315

pois uma de suas características é a necessidade de elevada taxa de luminosidade para 316

germinar (GODOI & TAKAKI 2005). Esta característica do gênero justifica a presença 317

de indivíduos de C. pachystachya na Mina 02, uma vez que o local vem passando por 318

um processo de regeneração após lavra de minério de ferro. 319

A frutificação pode ter sido afetada pela queima, uma vez que o pico de 320

frutificação por espécies e a maior intensidade de frutificação (Fournier) ocorreu após 321

um ano do evento (setembro de 2007). Esta frutificação tardia pode ter ocorrido pelo 322

fato de que 48,74% das espécies zoocóricas possuem o hábito de plantas-anãs, as quais 323

foram danificadas durante a queima, afetando assim o restabelecimento das mesmas. As 324

herbáceas, por outro lado, tiveram suas partes aéreas totalmente destruídas durante a 325

queima, porém restabeleceram-se mais rapidamente a partir de sementes e propágulos. 326

No entanto, esta frutificação pode ter uma correlação maior com a precipitação, 327

sendo o mês de setembro o fim da estação seca no local. Eventos fenológicos 328

reprodutivos sazonais e sincronizados podem representar vantagens adaptativas para 329

muitas espécies tropicais. Algumas plantas abrem seus frutos no final da estação seca e 330

início da chuvosa para reduzir a mortalidade das plântulas (VAN SCHAIK et al. 1993; 331

PEDRONI et al. 2002) 332

A ecologia alimentar de morcegos fornece informações extremamente úteis para 333

o entendimento dos mecanismos de partilha recursos, onde espécies semelhantes 334

coexistem em um mesmo lugar variando em pelo menos uma das três dimensões do 335

nicho: espaço, tempo ou alimento (PIANKA 1973). 336

Desta forma, outros estudos podem fornecer dados mais conclusivos quanto ao 337

papel ecológico dos morcegos na regeneração dos campos sujos de cerrado do maciço 338

do Urucum. Porém, o fato dos morcegos utilizarem recursos da mata semidecíduas não 339

desabona a importância ecológica como dispersores de espécies nativas e pioneiras para 340

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as áreas degradadas de campo sujo, pois foram encontradas espécies potencialmente 341

dispersadas por morcegos na área em recuperação. Provavelmente os morcegos tenham 342

papel fundamental na sucessão das áreas de campo, dispersando espécies da mata para 343

estes ambientes. 344

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513

Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum Corumbá, Mato 514 Grosso do Sul, esquema dos oito transectos de 250 metros para estudo fenológico no campo sujo de 515 cerrado e esquema do transecto de 300 metros na área recuperada da Mina 02 (Fonte: Mineração 516 Corumbaense Reunida S/A - Imagem IKONOS 2005 modificada). 517

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Tabela 1: Espécies de morcegos amostradas em campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, 518 Corumbá, Mato Grosso do Sul. 519

520

Chiroptera Machos Fêmeas Total

Artibeus lituratus 8 6 14

Artibeus jamaicensis 2 2 4

Carollia perspicillata 4 7 11

Lophostoma sylvicolum - 1 1

Platyrrhinus lineatus 7 12 19

Total 21 28 49

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Tabela 2: Número de amostras fecais contendo sementes dispersadas por morcegos em uma área de 521 campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. 522

523

Plantas / Chiroptera Artibeus lituratus Carollia perspicilata Platyrhinus lineatus Total

Cecropia pachystachya 2 2 6 10

Piper aduncum - 3 - 3

Ficus sp1 3 - 4 7

Ficus sp2 2 - - 2

Total 7 5 10 22

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524 Figura 2: Porcentagem das espécies de sementes encontradas nas fezes de três espécies de morcegos em 525 campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. 526

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Tabela 3: Lista das espécies utilizadas pela Mineração Corumbaense Reunida S/A para revegetação da 527 Mina 02 no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e 528 origem. ARB = arbórea, HER = herbácea, SUB = subarbustiva, EXO = exótica, NAT = nativa (Fonte: 529 Mineração Corumbaense Reunida S/A). 530

531

Família Espécie Nome comum Hábito Origem

Asteraceae Aspilia grazielae J.U.Moreira dos Santos Aspília SUB NAT

Aspilia latissima Malme Aspília SUB NAT

Vernonia herbacea Rusby Assa-peixe HER NAT

Bignoniaceae Jacaranda cuspidifolia Mart. Carobinha ARB NAT

Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Ipê-roxo ARB NAT

Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spr.) Müll. Arg. Escovinha ARB NAT

Fabaceae Bauhinia forficata Link. Pata-de-vaca ARB EXO

Cajanus cajan (L.) Millsp. Feijão-guandú SUB EXO

Calopogonium mucunoides Desv. Calopogônio SUB EXO

Crotalaria juncea L. Crotalária SUB EXO

Enterolobium contortisiliquum (Vell.)Morong. Ximbuva ARB NAT

Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne Jatobá ARB NAT

Mimosa nuda Benth. Mimosa SUB NAT

Mucuna aterrima CV Mucuna-preta SUB EXO

Plathymenia reticulata Benth Vinhático ARB NAT

Lauraceae Aiouea trinervis Meissn. Canelinha ARB NAT

Malvaceae Ceiba pubiflora K.Schum. Barriguda ARB NAT

Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Triana Folha-branca SUB NAT

Poaceae Andropogon bicornis L. Rabo-de-burro HER NAT

Andropogon sp. Rabo-de-burro HER NAT

Axonopus aureus Beauv. Capim-ouro HER NAT

Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf. Capim-jaraguá HER EXO

Melinis minutiflora P. Beauv. Capim-gordura HER EXO

Urochloa brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf. Braquiária HER EXO

Proteaceae Roupala sp. Carne-de-vaca SUB NAT

Vochysiaceae Qualea crypthanta (Spreng.) Warm. Pau-terrinha ARB NAT

Qualea grandiflora Mart Pau-terra-macho ARB NAT

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Tabela 4: Espécies de plantas encontradas em transecto realizado na Mina 02 no planalto residual do 532 Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e síndrome de dispersão. ARB = 533 arbórea, HER = herbácea, SUB = subarbustiva, ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = 534 zoocórica. 535

536

Família Espécie Nome comum Hábito SD

Asteraceae Aspilia grazielae J.U.Moreira dos Santos Aspília SUB ANE

Vernonia herbacea Rusby Assa-peixe HER ANE

Cannabaceae Trema micrantha Blume Grandiúva ARB ZOO

Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spr.) Müll. Arg. Escovinha ARB ZOO

Fabaceae Cajanus cajan (L.) Millsp. Feijão-guandú SUB AUT

Calopogonium mucunoides Desv. Calopogônio SUB AUT

Crotalaria juncea L. Crotalária SUB AUT

Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne Jatobá ARB AUT

Mimosa nuda Benth. Mimosa SUB AUT

Plathymenia reticulata Benth Vinhático ARB AUT

Piperaceae Piper aduncum L. Pimenta-de-macaco SUB ZOO

Poaceae Aristida riparia Trin. Rabo-de-raposa HER ANE

Melinis minutiflora P. Beauv. Capim-gordura HER ANE

Urochloa brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf. Braquiária HER ANE

Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul. Embaúba ARB ZOO

Vochysiaceae Qualea crypthanta (Spreng.) Warm. Pau-terrinha ARB ANE

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Tabela 5: Número de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto 537 residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e síndrome de 538 dispersão. HER=herbácea, LIA=liana, PTA=planta-anã, SBA=subarbusto, ZOO=zoocórica. 539

Família Espécie Hábito Manchas SD

Arecaceae Allagoptera leococalyx Kuntze PAL 21 ZOO

Cactaceae Echinopsis calochlora K. Schum. HER 90 ZOO

Dilleniaceae Davilla elliptica A. St.-Hil. PTA 126 ZOO

Erythroxylaceae Erythroxylum campestre A.St.Hil. PTA 44 ZOO

Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. PTA 3 ZOO

Euphorbiaceae Manihot tripartita Müll.Arg. HER 41 ZOO

Sebastiania hispida (Mart.) Pax. SBA 36 ZOO

Fabaceae Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne PTA 18 ZOO

Stryphnodendron obovatum Benth. PTA 46 ZOO

Stylosanthes macrocephala M.B.Ferreira & Sousa Costa HER 26 ZOO

Lauraceae Aiouea trinervis Meissn. PTA 110 ZOO

Malpighiaceae Byrsonima coccolobifolia Kunth PTA 34 ZOO

Byrsonima intermedia A. Juss. PTA 4 ZOO

Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Triana PTA 63 ZOO

Miconia fallax DC. PTA 14 ZOO

Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg PTA 112 ZOO

Eugenia punicifolia (Kunth) DC. SBA 22 ZOO

Psidium cinereum Mart. ex DC. SBA 7 ZOO

Ochnaceae Ouratea spectabilis (Mart.) Engl. SBA 2 ZOO

Rubiaceae Palicourea rigida Kunth ARB 53 ZOO

Salicaceae Casearia sylvestris Swartz PTA 30 ZOO

Smilacaceae Smilax fluminensis Steud. LIA 27 ZOO

Styracaceae Styrax ferrugineous Nees & Mart. PTA 53 ZOO

540

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Tabela 6: Duração da fenofase frutificação, em meses, das espécies zoocóricas estudadas no campo sujo 541 de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. 542

Espécie Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Aiouea trinervis X

Allagoptera leucocalyx X

Blepharocalyx salicifolius X X

Byrsonima coccolobifolia X

Byrsonima intermedia X X X

Casearia sylvestris X

Davilla elliptica X X X

Echinopsis calochlora X X X

Erythroxylum campestre X X

Erythroxylum suberosum X

Eugenia punicifolia X

Manihot tripartita X

Miconia albicans X X

Miconia fallax X

Ouratea spectabilis X

Palicourea rigida X X

Psidium cinereum X

Sebastiania hispida X X

Smilax fluminensis X

Stryphnodendron obovatum X X

Stylosanthes macrocephala X

Styrax ferrugineous X X

543

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544 Figura 3: Número de espécies zoocóricas apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado 545 do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período estudado. 546

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547 Figura 4: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul durante os anos de 548 2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente ao período de estudo (Fonte: Mineração Corumbaense 549 Reunida S/A 2009). 550

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551 Figura 5: Intensidade da fenofase frutificação das espécies zoocóricas no campo sujo de cerrado do 552 planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos de outubro/2007 553 a setembro/2008. 554

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Tabela 7: Resultado da análise do coeficiente de Correlação de Spearman (rs) entre a precipitação, a 555 intensidade de Fournier e o número de espécies zoocóricas em frutificação no planalto residual do 556 Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. P0 = precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de 557 um mês anterior à observação; P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação 558 de três meses anteriores à observação; ns = não significativo. 559

Fenofase P0 P1 P2 P3

Fournier Espécies Fournier Espécies Fournier Espécies Fournier Espécies

Zoocoria ns ns ns ns ns rs=-0,43 rs=-0,66 rs=-0,62

ns ns ns ns ns ns ns p=0,03 560

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Opinion: letters to the editor, comments on other publications and ideas,

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scientists.

Book reviews: books having a broad interest to the membership of the Society

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Short biography: biography of important zoologists that significantly contributed

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MANUSCRIPTS

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ARTICLES AND INVITED REVIEW

Title. Avoid verbiage such as “preliminary studies on...”, “aspects of …”, and

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Abstract. The abstract should be factual (as opposed to indicative) and should

outline the objective, methods used, conclusions, and significance of the study. Text of

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(exceptions are analyzed by the editors). It should contain a single paragraph.

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perspective. The introduction should not be subdivided.

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Material and Methods. This section should be short and concise. It should give

sufficient information to permit repetition of the study by others. Previously published

or standard techniques must be referenced, but not detailed. If the material and methods

section is short, it should not be subdivided. Avoid extensive division into paragraphs.

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Tables and figures are to be used as appropriate, but information presented in them

should not be repeated in the text. Avoid detailing methods and interpreting results in

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Taxonomic papers have a distinct style that must be adhered to in preparing a

manuscript. In taxonomic papers the results section is to be replaced by a section headed

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section comprises a listing of site, locality and specimens deposited (with respective

collection numbers). The appropriate citation sequence and format include: COUNTRY,

Province or State: City or County (minor area as locality, neighborhood, and others, lat

long, altitude, all in parenthesis), number of specimens, sex, collection date, collector

followed by the word leg., collection number. This is a general guideline that should be

adapted to different situations and groups. Several examples can be found in the

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remarks section (Remarks). The Remarks section replaces the discussion of other

articles and gives comparisons to similar taxa. Museum accession numbers for

appropriate type material (new taxa) and for voucher specimens (surveys) are required.

Type specimens, especially holotypes (syntypes, cotypes), should not be maintained in a

private collection. Appropriate photographic material should be deposited if necessary.

Frozen tissues must also include accession numbers if deposited in a museum.

Discussion. An interpretation and explanation of the relationship of the results to

existing knowledge should appear in the discussion section. Emphasis should be placed

on the important new findings, and new hypotheses should be identified clearly.

Conclusions must be supported by fact or data. Subdivisions are possible. A section

labeled Conclusion is not allowed in ZOOLOGIA.

Acknowledgments. These should be concise. Ethics require that colleagues be consulted

before being acknowledged for their assistance in the study.

Literature Cited. Citations are arranged alphabetically. All references cited in

the text must appear in the literature cited section and all items in this section must be

cited in the text. Citation of unpublished studies or reports is not permitted, i.e., a

volume and page number must be available for serials and a city, publisher, and full

pagination for books. Abstracts not subjected to peer review may not be cited. Work

may be cited as “in press” only exceptionally and until the copyediting stage when the

reference should be completed or suppressed if not published by then. If absolutely

necessary, a statement may be documented in the text of the paper by “pers. comm.”,

providing the person cited is aware of the manuscript and the reference to his person

therein. Personal communications do not appear in the Literature Cited section. The

references cited in the text should be listed at the end of the manuscript, according to the

examples below. The title of each periodical must be complete, without abbreviations.

Periodicals

NOGUEIRA, M.R.; A.L. PERACCHI & A. POL. 2002. Notes on the lesser white-lined

bat, Saccopteryx leptura (Schreber) (Chiroptera, Emballonuridae), from southeastern

Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 19 (4): 1123-1130.

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D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...

101

LENT, H. & J. JURBERG. 1980. Comentários sobre a genitália externa masculina em

Triatoma Laporte, 1832 (Hemiptera, Reduviidae). Revista Brasileira de Biologia 40

(3): 611-627.

SMITH, D.R. 1990. A synopsis of the sawflies (Hymenoptera, Symphita) of America

South of the United States: Pergidae. Revista Brasileira de Entomologia 34 (1): 7-

200.

Books

HENNIG, W. 1981. Insect phylogeny. Chichester, John Wiley, XX+514p. Chapter of

book

HULL, D.L. 1974. Darwinism and historiography, p. 388-402. In: T.F. GLICK (Ed.).

The comparative reception of Darwinism. Austin, University of Texas, IV+505p.

Electronic resources

MARINONI, L. 1997. Sciomyzidae. In: A. SOLIS (Ed.). Las Famílias de insectos de

Costa Rica. Available online at: http://www.inbio.ac.cr/papers/insectoscr/

texto630.html [Accessed: date of access].

Illustrations. Photographs, line drawings, graphs, and maps should be termed figures.

Photos must be clear and have good contrast. Please, organize, whenever possible, line

drawings (including graphics, if it is the case) as plates of figures or pictures

considering the size of the page of the journal. The size of an illustration, if necessary,

should be indicated using horizontal or vertical scale bars (never as a magnification in

the legend). Each figure must be numbered in Arabic numerals in the lower right corner.

When preparing the illustrations, authors should bear in mind that the journal has a

matter size of 17.0 by 21.0 cm and a column size of 8,3 by 21,0 cm including space for

captions. Figures must be referred to in numerical sequence in the text; indicate the

approximate placement of each figure in the margins of the manuscript. All figures

should be inserted at the end of the text, following the tables for review purposes. The

authors should be aware that, if accepted for publication in ZOOLOGIA, all figures and

graphics should be sent to the editor in the adequate quality (below). Illustrations must

be saved and sent as separate TIFF files with LZW compression. The required final

resolution is 300 dpi for half-tone or color photos and 600 dpi for line art. The

illustration files should be uploaded to the submission system as a supplementary file.

Upload is limited to 10 MB per file. Color figures can be published if the additional cost

are covered by the the authors. Alternatively, the authors may choose to publish Black

and white illustrations in the paper version of the manuscript and retain the color

versions in the electronic version at no aditional cost. These same figures should be

incorporated, with good lower resolution, directly in the manuscript for review purposes

only. Captions of the figures should be typewritten right after the References. Use a

separate paragraph for the caption of each figure or group of figures.

Tables.Tables should be generated by the table function of the word-processing

program being used, numbered in Roman numerals and inserted after the list of figures

captions. Do not use paragraph marks inside of table cels.

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D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...

102

SHORT COMMUNICATIONS

Manuscripts are to be organized in a format similar to original articles with the

following modifications.

Text. The text of a research note (i.e. Introduction + Material and methods +

Discussion) is written directly, without sections. Acknowledgments may be given,

without heading, as the last paragraph. Literature is cited in the text as described for

articles.

Literature cited, figures captions, tables, and figures. These items are in the

form and sequence described for articles.

OPINIONS

Title. Simply provide a title for the opinion.

Text. Should be concise, objective and contain no figures (unless absolutely

necessary).

Name and address of author. This information follows the text or, if present, the

literature cited section. The reviewer’s name should be in bold type.

BOOK REVIEWS

Title. Give the title of the book, cited as indicated below:

Toxoplasmosis of Animals and Man, by J.P. DUBEY & C.P. BEATTIE. 1988. Boca

Raton, CRC Press, 220p.

The words “edited by” are substituted for “by” when appropriate.

Text. The text usually is not subdivided. If literature must be cited, a headed

literature cited section follows the text in the style described for articles. Figures and

tables should not be used.

Name and address of author. This information follows the text or, if present, the

literature cited section. The reviewer’s name should be in bold type.

SHORT BIOGRAPHIES

Title. Give the name of the person for which this biography is being written in

boldface, followed by the date of birth and death (if it is the case), in parenthesis: Lauro

Travassos (1890-1970)

Text. The text usually is not subdivided. If literature must be cited, a headed

literature cited section follows the text in the style described for articles. Figures and

tables should not be used.

Name and address of author. This information follows the text or, if present, the

literature cited section. The reviewer’s name should be in bold type.

PROCEDURES

Manuscripts submitted to ZOOLOGIA will be initially evaluated by the

Managing and Assistant Editor for adequacy and to determine the specific area. A first

evaluation of the English (if it is the case) is performed at this moment. Manuscripts

with problems may be returned to the authors. Once the area is determined/confirmed,

the manuscript is sent to the appropriate Section Editor by the Managing Editor. The

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D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...

103

Section Editor sends the manuscript for Reviewers. The copies of the manuscript with

the Reviewers’ comments and the Section Editor’s decision will be returned to the

corresponding author for evaluation. The authors have up to 30 days to respond or

comply to the revision and return revised version of the manuscript to the adequate area

of the electronic system. Once approved, the original manuscript, Reviewers comments,

Section Editor’s comments, together with the corrected version and the respective figure

files, properly identified, are returned to the Managing Editor. Exceptionally, the

Managing Editor may, after consultation with the Section Editors, modify the

recommendation of the Reviewers and Section Editor, based on adequate justification.

Later changes or additions to the manuscript may be rejected. A copyedited version of

the manuscript is sent to authors for approval. It represents the last chance for the author

to make any substantial changes to the text, as the next stage is restricted to typographic

and formatting corrections. Electronic proofs will be submitted to the corresponding

author prior to publication for approval.

REPRINTS

The corresponding author will receive an electronic reprint (in PDF format) after

publication. Authors may print and distribute hardcopies of their article on demand.

Authors may also send the electronic file to individuals, as one would send a printed

reprint. However, we would appreciate if you refrain from distributing PDF files via

discussion groups and bulk-mail systems. It is important for ZOOLOGIA that users

access the journal homepage for statistical purposes. By doing this, you are helping

increase the indexes of quality of ZOOLOGIA.

VOUCHER AND TYPE SPECIMENS

Manuscripts must report the museums or the institutions where the specimens (types or

vouchers) are deposited and respective deposit numbers whenever possible.

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D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...

104

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados de fenologia e dispersão de sementes por morcegos são muito

importantes para os processos de recuperação de áreas degradadas. Os campos sujos de

cerrado do planalto residual do Urucum têm sofrido rápida degradação devido à atuação

das empresas mineradoras que atuam no local, sendo estes dados essenciais para a

preservação de ambientes singulares e conservação de espécies endêmicas.

Os padrões fenológicos dos campos sujos de altitude demonstraram correlações

significantes com a precipitação e o fotoperíodo. A queima, ocorrida no mês anterior ao

início do estudo, pode ter influenciado alguns padrões como: a sincronização de

algumas espécies e a interferência no ciclo das gramíneas, as quais geralmente

florescem no período próximo ao evento de queima ocorrido. Porém, um maior período

de pesquisa é necessário para afirmar a influência do fogo nos padrões fenológicas desta

área.

Ao analisar as síndromes de dispersão separadamente, é possível verificar uma

frutificação tardia, possivelmente influenciada pela queima, considerando a destruição

das partes aéreas das plantas-anãs zoocóricas, as quais levaram um tempo maior para se

restabelecerem e apresentar a fenofase de frutificação. Os dados fenológicos das

espécies anemocóricas poderiam ter sido diferentes caso as gramíneas apresentassem a

fenofase floração. Quanto às espécies autocóricas, o pico de frutificação demonstrou

influência da floração nas leguminosas, uma família com muitas espécies no maciço do

Urucum.

Apesar da baixa riqueza de morcegos capturados no local, foi possível observar

alguns padrões como a utilização dos recursos das matas semidecíduas, cujas sementes

eram dispersadas para áreas de campo sujo. Estes dados são importantes para a análise

da recuperação de áreas degradadas, uma vez que foram encontradas espécies de plantas

quiropterocóricas em área recuperada após lavra de minério.

A continuação dos estudos é necessária para a obtenção de dados mais

conclusivos sobre a conservação e manejo do maciço do Urucum. Coleta de dados

fenológicos entre duas queimadas consecutivas podem fornecer importantes

informações sobre o efeito do fogo no estrato herbáceo-subarbustivo. Um maior esforço

amostral poderá também gerar dados sobre a dinâmica dos morcegos no maciço do

Urucum, uma vez que trabalhos de recapturas podem descrever o efetivo papel destes

animais na dispersão de sementes.

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