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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA01CONCEITOSFUNDAMENTAISDEMECNICADOSFLUIDOS

    1.IntroduoA mecnica dos fluidos a parte da mecnica aplicada que estuda o

    comportamentodosfluidosemrepousoeemmovimento.Amecnicadosfluidosse

    divide em duas partes: a Esttica dos fluidos, em que se estudam os fluidos em

    repousoeaDinmicadosfluidos,emqueseestudamosfluidosemmovimento.

    O escopo desta cincia abrange um vasto conjunto de problemas. Por

    exemplo,estespodemvariardoestudodoescoamentodesanguenoscapilaresato

    escoamentodeguaemgrandesadutoras,comotambmoprojetodeconstruode

    reservatriosdeparaabastecimentodegua.

    Oconhecimentoeacompreensodosprincpiosbsicosedosconceitosda

    mecnicados fluidos so essenciaispara a anlisedequalquer sistemanoqualum

    fluidoomeiooperante.Podesecitarcomoexemplo:

    Projetodeaeronavessubsnicasesupersnicas; Desenvolvimentodecarrosdecorridas; Construodeponteseviadutos; Sistemadeaduodeguaporgravidadeourequalque; Projetodetodotipodemquinadefluxo; Alubrificaodesistemasmecnicos; Ossistemasdeaquecimentoeventilaoderesidncia.

    Estes so alguns exemplos de aplicaes da mecnica dos fluidos. No

    mundorealesta listapoderiaseraplicadaquaseque indefinidamente.Logo,podese

    destacarqueo seuestudodeextrema importncia, tantonasexperinciasdirias

    quantonamodernatecnologia.

    Opropsitodestecursoapresentaras leisbsicaseosconceitosfsicos

    associadosque

    fornecem

    os

    fundamentos

    ou

    pontos

    de

    partida

    para

    aanlise

    de

    qualquerproblemademecnicadosfluidos.

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    Utilizamse no estudo da mecnica dos fluidos as mesmas leis

    fundamentaisqueseestudamnoscursosdeFsicaeMecnica.Podesecitarasleisdo

    movimentodeNewton,a leideconservaodamassa,aprimeiraeasegunda leida

    termodinmica.

    Logo,

    h

    uma

    grande

    similaridade

    entre

    as

    abordagens

    geral

    da

    mecnicadosfluidosedamecnicadoscorposrgidosedeformveis.

    Um fluido pode ser definido como uma substncia que se deforma

    continuamentesobaaodeumatensodecisalhamento,pormenorquesejaessa

    tenso.Osestadosdamatriaqueapresentamestacaractersticacompreendemos

    estados gasoso e lquido. Neste caso, os fluidos so compreendido por lquidos e

    gaese.

    Atensodecisalhamentocriadaquandoumaforaatuatangencialmente

    numasuperfcie.Considereumslidocomumsubmetidoaumadeterminada tenso

    decisalhamento,oslidodeforma,pormnoescoa(deformaocontnua).Nocaso

    dos fluidos comunsocorreoescoamentoquando submetidos aqualquer tensode

    cisalhamento.

    2.Ofluidocomoumcontnuo

    Apesardaestruturamoleculardos fluidos ser importanteparadistinguir

    umfluidodooutro,nopossveldescreverocomportamentodosfluidosapartirda

    dinmica individualdesuasmolculas.Ouseja,caracterizaseocomportamentodos

    fluidos considerando os valores mdios, ou macroscpicos, da quantidade de

    interesse.Notequeestamdiadeveseravaliadaemumvolumepequeno,masque

    aindacontmumnmeromuitograndedepartculas.

    Assim,aidiadeutilizarovalormdioavaliadonestevolumeadequada.

    Tambm, admitese que todas as caractersticas de interesse dos fluidos (presso,

    velocidade,etc.)variamcontinuamenteatravsdo fluido.Logo, tratamseos fluidos,

    sendomaiscomunsaguaeoar,comosendolisosesuaves,ousejacomosendo

    ummeiocontnuo.

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    O conceito de contnuo base da mecnica dos fluidos clssica. A

    hiptese do contnuo vlida no tratamento do comportamento dos fluidos sob

    condiesnormais.Elafalhaquandoatrajetriamdialivredasmolculastornaseda

    mesma

    grandeza

    da

    menor

    dimenso

    caracterstica

    significativa

    do

    problema.

    Isto

    ocorreemcasosespecficoscomonoescoamentodeumgs rarefeito. Isto,neste

    caso, devese abandonar a idia de contnuo em favor dos pontos de vista

    microscpicoeestatstico.

    Deacordocomahiptesedocontnuo, temsequecadapropriedadedo

    fluidoconsideradacomotendoumvalordefinidoemcadapontodoespao.Logo,a

    massaespecfica, temperatura,velocidade,etc., so consideradas funes contnuas

    daposioedotempo.

    3.Dimenseseunidades

    Oestudodamecnicadosfluidosenvolveumavariedadedecaracterstica.

    Logo, tornase necessrio o desenvolvimento de um sistema para descrever estas

    propriedades de modo qualitativo e quantitativo. O aspecto qualitativo indica a

    natureza,ou

    tipo,

    da

    caracterstica

    (como

    comprimento,

    tempo,

    tenso

    evelocidade),

    enquanto,oaspectoquantitativoforneceumvalornumricoparaacaracterstica.

    Adescrioquantitativarequertantoumnmeroquantoumpadropara

    que as vrias quantidades possam ser comparadas. Por exemplo, o padro para o

    comprimento pode ser o metro ou a polegada. Tais padres so chamados de

    unidades.

    Adescrio

    qualitativa

    convenientemente

    realizada

    quando

    utilizam

    se

    certas quantidades primrias, como o comprimento, L , tempo, T, massa, M , e

    temperatura, .Estas quantidadesprimriaspodemsercombinadaseutilizadaspara

    descrever,qualitativamente,outrasquantidadesditassecundrias,porexemplo:rea

    2L ,velocidade 1LT emassaespecfica 3ML .Osmbolo indicaadimenso

    daquantidadesecundriaemfunodasquantidadesprimrias.

    Na

    Tabela

    1

    so

    apresentadas

    as

    dimenses

    das

    quantidades

    fsicas

    comumenteutilizadasnamecnicadosfluidos.

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    Tabela1DimensesassociadasaalgumasquantidadesfsicasusuaisSistemaFLT SistemaMLT

    Acelerao 2L T 2L T

    rea

    2L

    2L

    Calor F L 2 2 M L T

    Calorespecfico 2 2 1L T 2 2 1L T

    Comprimento L L

    Energia F L 2 2 M L T

    Fora F 2M LT

    Freqncia 1T

    1

    T

    Massa 1 2F L T M

    Massaespecfica 4 2F L T 3M L

    Momentodeinrcia(rea) 4L 4L

    Momentodeinrcia(massa) 2F LT 2M L

    Momentodeumafora F L 2 2 M L T

    Pesoespecfico 3F L 2 2M L T

    Potncia

    1F LT 2 3 M L T

    Presso 2F L 1 2M L T

    Quantidadedemovimento F T 1M LT

    Temperatura

    Tempo T T

    Tenso 2F L 1 2M L T

    Tensosuperficial 1F L

    2

    M T

    Torque F L 2 2 M L T

    Trabalho F L 2 2 M L T

    Velocidade 1L T 1L T

    Velocidadeangular 1T 1T

    Viscosidadecinemtica 2 1L T 2 1L T

    Viscosidadedinmica 2F L T 1 1M L T

    Volume

    3L 3L

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    interessantenotarque sonecessriasapenas trsdimensesbsicas,

    L , T eM ,paradescreverumgrandenmerodeproblemasdamecnicadosfluidos.

    Alternativamente,podeseutilizarum conjuntodedimensesbsicas compostapor

    L ,

    T

    e

    F ,

    onde

    F

    a

    dimenso

    da

    fora.

    A segunda lei de Newton estabelece que a fora igual a massa

    multiplicada pela acelerao, ou seja, em termos qualitativos, esta lei pode ser

    expressa por 2F M LT ou 1 2M F L T . Assim, as quantidades secundrias

    expressasemfunodeM tambmpodemserexpressasemfunode F atravsda

    relaoanterior.

    Todasas

    equaes

    tericas

    so

    dimensionalmente

    homogneas,

    isto

    ,

    as

    dimenses dos lados esquerdo e direito da equao so iguais e todos os termos

    aditivosseparveisquecompeaequaoprecisamapresentaramesmadimenso.

    Logo, namecnica dos fluidos aceitase como premissa fundamental que todas as

    equaesquedescrevemosfenmenosfsicossodimensionalmentehomogneas.

    Normalmente, alm de descrever qualitativamente uma quantidade,

    necessrio quantificla. Por exemplo, a afirmao a largura de um terreno foi

    medidaechegouseao resultadoqueeleapresenta 100 unidadesde largurano

    temumsignificadoatqueaunidadedecomprimentosejadefinida.Logo,estabelece

    seumsistemadeunidadeparaocomprimentoquando indicadoqueaunidadede

    comprimentoometroedefineseometrocomocomprimentopadro.

    Almdocomprimento,tornasenecessrioestabelecerumaunidadepara

    cada uma das quantidades fsicas bsicas que so importantes em mecnica dos

    fluidos,como

    fora.

    massa,

    tempo

    etemperatura.

    Existemvriossistemasdeunidadeemuso,masgeralmenteconsideram

    seapenastrsdosmaisutilizadosnaengenharia;oSistemaBritnicoGravitacional,o

    SistemaInglsdeEngenhariaeoSistemaInternacional(SI).

    O sistema aceito legalmente na maioria dos pases o sistema SI de

    unidadesSIabreviaodeSystmeInternationaldUnits(SistemaInternacionalde

    Unidades).AsunidadesbsicasdoSIestolistadasnaTabela2.

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    Tabela2UnidadesdoSIGrandeza Unidade Smbolomassa quilograma kg

    comprimento metro m

    tempo

    segundo

    s

    temperatura Kelvin K

    fora newton N

    AescaladetemperaturaKelvinabsolutaeestarelacionadacomaescala

    Celsius( C )atravsdarelao

    273,15K C= +

    (1)

    ApesardaescalaCelsiusnopertencer ao SI,usualespecificar a temperaturaem

    grausCelsiusquantosetrabalhanestesistema.

    AunidadedeforanoSIonewton(N )edefinidacomasegundaleide

    Newton,isto

    ( )( )21 1 1 N kg m s= (2)

    Assim,umaforade1 N atuandonumamassade1 kg provocarumaaceleraode

    21 m s . O mdulo da acelerao da gravidade padro no SI 29,807 m s

    (normalmenteaproximaseestevalorpara 29,81 m s ).

    AunidadedetrabalhonoSIojoule(J ).Umjouleotrabalhoquandoo

    pontode

    aplicao

    de

    uma

    fora

    de

    1 N

    deslocado

    1 m

    na

    direo

    de

    aplicao

    da

    fora,isto,

    1 1 J N m= (3)

    AunidadedepotncianoSIowatt (W ).Eladefinidacomoumjoule

    porsegundo.Isto,

    1 1 1W J s N m s= =

    (4)

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    7FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    4.Massaepesodosfluidos

    Amassa especfica de uma substncia, , definida como amassa de

    substnciacontidaemumaunidadedevolume.AunidadedamassaespecficanoSI

    3kg m .Estapropriedadenormalmenteutilizadaparacaracterizaramassadeum

    sistemafluido.

    Destemodo,amassaespecficamdiadeumasubstnciacomvolume V

    definidapor

    m

    V

    = (5)

    onde m amassadasubstncia.Adimensodemassaespecficadadapor 3ML e

    suaunidadenosistemaSIo 3kg m .

    Os diversos fluidos podem apresentar massas especficas bastante

    distintas.Emgeral,amassaespecficados lquidospouco sensvelasvariaesde

    presso ede temperatura. Entretanto,paraos gases amassa especfica sofre forte

    influnciatanto

    da

    presso

    quanto

    da

    temperatura.

    Ovolumeespecfico, v ,ovolumeocupadoporumaunidadedemassada

    substnciaconsiderada.Podesenotarqueovolumeespecficoorecprocodamassa

    especfica,isto,

    1v =

    (6)

    Adimensodevolumeespecficodadapor 1 3M L esuaunidadenosistemaSIo

    3m kg . Normalmente no se utiliza o volume especfico namecnica dos fluidos,

    pormestapropriedademuitoutilizadanatermodinmica.

    Opesoespecficodeumasubstncia,designadopor ,definidocomo

    sendo o peso da substncia contida numaunidadede volume.Opeso especfico

    utilizado

    para

    caracterizar

    o

    peso

    do

    sistema

    fluido

    e

    sua

    unidade

    no

    SI

    3

    N m .

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    Logo,podeseconcluirqueopesoespecficoestrelacionadocomamassa

    especficaatravsdaseguinterelao

    g= (7)

    onde g aaceleraodagravidadelocal.

    Adensidadedeumfluido,designadapor SG (specificgravity),definida

    comosendoarazoentreamassaespecficadofluidoeamassaespecficadagua

    numacerta temperatura.Emgeral,a temperaturaespecificadaparaagua 4 C ,

    ondeamassaespecficaiguala 31000 kg m .Nestacondio,temse

    subsub

    gua

    SG =

    (8)

    Adensidadeumarelaoentremassasespecficas,entoovalorde SG

    nodependerdo sistemadeunidadesutilizado.bvioqueamassaespecfica,o

    pesoespecficoeadensidade so independentes.Porm,conhecendoumadas trs

    propriedades,asoutrasduaspodemserencontradas.

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA02CONCEITOSFUNDAMENTAISDEMECNICADOSFLUIDOS

    1.LeidosgasesperfeitosA partir de observaes experimentais estabeleceuse que o

    comportamento p v T dos gases a baixa massa especfica dado, com boa

    preciso,pelaequaodeestado

    pv RT = (1)

    ondep

    apressoabsolutadogs,v ovolumeespecficomolardogs,

    T a

    temperatura absoluta do gs e R a constante universal dos gases, cujo valor

    8,3145kJ

    Rkmol K

    = .Dividindo ambos os lados da Equao (1) pelo pesomolecular,

    M ,obtmseaequaodeestadonabasemssica,

    pv RT = (2)

    ondeR

    RM

    = aconstanteparaumgsparticular.AEquao(2)podeserescritaem

    termosdevolumetotal,daseguinteforma

    pV mRT= (3)

    AsEquaesde (1)a (3)sochamadasequaodeestadoparaosgases

    perfeitos.Osgasessomuitomaiscompressveisdoqueos lquidos.Logo,sobcertas

    condies, a massa especfica de um gs est relacionada com a presso e a

    temperaturaatravsdaequao

    p RT = (4)

    onde amassaespecficadogs.

    Apressonumfluidodefinidacomoaforanormalporunidadederea

    exercidanuma

    superfcie

    plana,

    real

    ou

    imaginria,

    imersa

    no

    fluido

    ecriada

    pelo

    bombardeamentodemolculasdefluidonestasuperfcie.

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Apressoquedeveserutilizadanaequaodeestadodosgasesperfeitos

    apressoabsoluta,ouseja,apressomedidaemrelaoapressoabsolutazero(a

    presso que ocorreria no vcuo perfeito). Por conveno internacional, a presso

    padro

    no

    nvel

    do

    mar

    101,3 kPa

    ou

    14,7 psi .

    Emengenharia,comummedirpressesemrelaoapressoatmosfrica

    locale,nestascondies,aspressesmedidassochamadasmanomtricas(relativas).

    Assim, a presso absoluta, absp , pode ser obtida a partir da soma da presso

    manomtrica, manp ,comapressoatmosfricalocal, atmp ,ouseja,

    abs man atm p p p= + (5)

    2.Viscosidade

    Amassa especfica e o peso especfico so propriedades que indicam o

    peso de um fluido. Porm, estas propriedades no so suficientes para a

    caracterizaodos fluidos,poisdois fluidospodemapresentaremmassasespecficas

    aproximadamente

    iguais

    e

    apresentarem

    comportamentos

    bem

    distintos

    quando

    escoarem.Logo,tornasenecessrioalgumapropriedadeparadescreverafluidezdas

    substncias.

    Figura1Comportamentodeumfluidoentreplacasparalelas

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Neste caso, considere o experimento hipottico, onde um fluido

    colocadoentreduasplacas largasparalelas e infinitas, comomostradona Figura 1.

    Quandoumafora P aplicadanapartesuperior,estasemovimentacontinuamente

    com

    velocidade

    U .

    Nota

    se,

    neste

    caso,

    que

    h

    a

    ocorrncia

    de

    uma

    tenso

    de

    cisalhamento, ,dadapor

    P

    A= (6)

    onde A a rea efetiva da placa superior. Este comportamento condiz com a

    definiodefluido,ouseja,seumatensodecisalhamentoforaplicadanofluido,este

    sedeforma

    continuamente.

    Uma anlise detalhada mostra que o fluido em contato com a placa

    superiorsemovecomavelocidadedaplaca,U ,queofluidoemcontatocomaplaca

    inferiorapresentaumavelocidadenulaequeo fluidoentreasduasplacassemove

    comvelocidade u ,dadapor

    yu U

    b= (7)

    onde b adistnciaentreasplacas.

    Podese concluir, atravs da Equao (7), que h um gradiente de

    velocidade,du

    dy,noescoamentoentreasplacas.Nestecaso,ogradientedevelocidade

    constanteedadopor

    du U

    dy b= (8)

    A aderncia dos fluidos s fronteiras slidas tem sido observada

    experimentalmente e um fato muito importante na mecnica dos fluidos.

    Usualmente,estaadernciareferidacomoacondiodenoescorregamento.

    Numpequeno intervalodetempo, t ,uma linhaverticalAB(Figura1)no

    fluidorotaciona

    um

    ngulo

    .

    Assim,

    geometricamente,

    tem

    se

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    atg

    b=

    (9)

    Para pequenos ngulos, temse que tg , conseqentemente a

    Equao(9),podeserescritadaseguinteforma

    a

    b=

    (10)

    AvelocidadeU podesercalculadaatravsdaexpresso

    aU

    t

    =

    (11)

    deondepodeseescreveraexpresso

    a U t= (12)

    SubstituindoaEquao(12)naEquao(10)resultanaseguinteexpresso

    U t

    b=

    (13)

    ou

    U

    t b=

    (14)

    Observe que funo da fora P , que determina U , e do tempo.

    Considere

    a

    taxa

    de

    variao

    de

    com

    o

    tempo

    e

    pode

    se

    definir

    a

    taxa

    de

    deformaoporcisalhamento, ,atravsdaequao

    0limt t

    =

    (15)

    Logo, a taxa de deformao por cisalhamento no caso do escoamento

    entreasplacasparalelas,dadapor

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    U

    b= (16)

    Atravs da Equao (8) podese concluir que a taxa de deformao por

    cisalhamentotambmpodeserdadaemfunodogradientedevelocidade,ouseja

    du

    dy= (17)

    Desta forma, podese concluir que um fluido quando submetido a uma

    tensodecisalhamento, ,experimentaumataxadedeformaodadapordu

    dy.

    Variando as condies deste experimento verificase que a tenso de

    cisalhamento, ,aumentaseforaumentadoovalorde P equeataxadedeformao

    porcisalhamento, ,aumentaproporcionalmente,ouseja

    (18)

    ou

    du

    dy (19)

    Esteresultadoindicaque,parafluidoscomuns,atensodecisalhamentoe

    ataxadedeformaoporcisalhamentopodemserrelacionadascomumaequaoda

    forma

    dudy

    = (20)

    onde a constantedeproporcionalidade, , denominada viscosidadedinmicado

    fluido.

    Analisando a Equao (20), podese concluir que os grficos de em

    funodedu

    dydevemserretascominclinaoiguala .Ovalor de variadefluido

    parafluidoe,paraumfluidoemparticular,estevalordependemuitodatemperatura.

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    Arazoentreaviscosidadedinmica, ,eamassaespecfica, ,deuma

    substnciaconhecidacomoviscosidadecinemtica,.Isto,

    =

    (21)

    Osfluidosqueapresentamrelaolinearentreatensodecisalhamentoe

    a taxa de deformao por cisalhamento so denominados fluidos newtonianos. A

    maioriadosfluidoscomuns,tantolquidoscomogases,sonewtonianos.

    Os fluidos que no apresentam relao linear entre a tenso de

    cisalhamentoeataxadedeformaoporcisalhamentosochamadosdefluidosno

    newtonianos.Porm,existem fluidosnonewtonianosqueapresentamoutros tipos

    decomportamento.

    Para muitas aplicaes em engenharia, um fluido nonewtoniano

    apresentaaseguinterelao

    ndu

    kdy

    =

    (22)

    onde n ondicedecomportamentoe k ondicedeconsistncia.AEquao(22)

    podeserescritadaseguinteforma

    ap

    du

    dy= (23)

    onde ap a inclinao da curva tenso de cisalhamento em funo da taxa de

    deformao por cisalhamento, e denominada viscosidade dinmica aparente. A

    viscosidadedinmicaaparentedadapor

    1n

    ap

    duk

    dy

    = (24)

    Paraosfluidosnewtonianosaviscosidadedinmicaaparente, ap ,igual

    aviscosidade

    dinmica,

    ,

    eindependente

    da

    taxa

    de

    cisalhamento.

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    7FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Para os fluidos no dilatantes (curva acima da referente ao fluido

    newtoniano),aviscosidadeaparentediminuicomoaumentodataxadecisalhamento,

    isto , a viscosidade aparente se tornar menor quanto maior for a tenso de

    cisalhamento

    imposta

    no

    fluido.

    Um

    exemplo

    desse

    tipo

    de

    fluido

    a

    tinta

    ltex.

    Paraosfluidosdilatantes(curvaabaixodareferenteaofluidonewtoniano),

    aviscosidadedinmicaaparenteaumentacomoaumentoda taxadecisalhamento,

    isto , ela se torna cada vez mais alta quanto maior for a tenso de cisalhamento

    impostaao fluido.Comoexemplos,podemsecitarasmisturasguameldemilhoe

    guaareia(areiamovedia).

    Algunsmateriaispodemresistirauma tensodecisalhamento finitasem

    semover(assim,elenoumfluido)mas,umavezexcedidaatensodeescoamento,

    o material se comporta como um fluido e escoa (assim, ele no slido). Esses

    materiaissoconhecidoscomoplsticosdeBingham.

    fcil deduzir que as dimenses para a viscosidade dinmica, , e

    viscosidadecinemtica, , so 2FL T e 2 1L T , respectivamente.NoSIasunidades

    paraaviscosidadedinmica, ,eviscosidadecinemtica,,so 2 N s m e 2m s .

    Aviscosidadedinmicavariapoucocomapressoeoefeitodavariaoda

    pressosobreovalordaviscosidadenormalmentedesprezado.Porm,aviscosidade

    muitosensvelasvariaesdetemperatura.

    Estavariaodaviscosidadedinmicacomrelaoatemperaturavariade

    fluidoparafluido.Aviscosidadedoslquidosdecrescecomoaumentodatemperatura,

    enquanto paraos gases a viscosidade cresce como aumentoda temperatura. Esta

    diversidadeentrelquidosegasesdevediferenaqueexisteentreassuasestruturas

    moleculares.

    A influncia das variaes de temperatura na viscosidade pode ser

    estimada com duas equaes empricas. A equao de Sutherland, adequada para

    gases,

    3 2C T

    T S= + (25)

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    8 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    onde C e S soconstantesempricase T atemperaturaabsoluta.Conhecendoo

    valor de para duas temperaturas diferentes, podese estimar os valores para as

    constantes C e S .

    Paralquidos,

    aequao

    emprica

    utilizada

    aequao

    de

    Andrade,

    dada

    por

    B TD e= (26)

    ondeD eB soconstantesempricaseT atemperaturaabsoluta.Anlogoaocaso

    daEquao(25),conhecendoovalorde paraduastemperaturasdiferentes,pode

    se

    estimar

    os

    valores

    para

    as

    constantes

    D

    e

    B .

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA03CONCEITOSFUNDAMENTAISDEMECNICADOSFLUIDOS

    1.CompressibilidadedosfluidosApropriedadenormalmenteutilizadaparacaracterizaracompressibilidade

    deumfluidoomdulodeelasticidadevolumtrico, vE ,quedefinidopor

    v

    dpE

    dV V= (1)

    onde dp avariaodiferencialdepressonecessriaparaprovocarumavariao

    diferencialdevolume dV numvolume V .OsinalnegativonaEquao(1)indicaque

    umaumentodepressoresultarnumadiminuiodovolumeconsiderado.

    Sabese que um decrscimo no volume de uma dada massa, m V= ,

    resultaemumaumentodemassaespecfica.Logo,aEquao (1)podeserreescrita

    como

    v dpEd

    =

    (2)

    A dimenso do mdulo de elasticidade volumtrico 2FL . Assim, no

    sistema SI, sua unidade amesma de presso, ou seja, ( )2 N m Pa .Um fluido

    incompressvelquandoovalordoseumdulodeelasticidadevolumtricogrande,

    isto , necessitase de uma grande variao de presso para criar uma pequena

    variaono

    volume

    ocupado

    pelo

    fluido.

    Os valores do mdulo de elasticidade volumtrico para os lquidos so

    grandes. Logo, os lquidos podem ser considerados incompressveis na maioria dos

    problemasdeengenharia.Ovalorde vE paraos lquidosaumentacomapresso,

    masoqueimportaoseuvaloraumapressoprximadaatmosfera.Quando os gases so comprimidos, ou expandidos, a relao entre a

    pressoeamassa

    especfica

    depende

    da

    natureza

    do

    processo.

    Se

    acompresso,

    ou

    expanso,ocorreatemperaturaconstante(processoisotrmico),temse

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    pC=

    (3)

    onde C umaconstante.

    Se a compresso, ou a expanso, ocorre sem atrito e calor no

    transferidodogsparaomeioeviceversa(processoisoentrpico),temse

    k

    pC=

    (4)

    onde k arazoentreocalorespecficoapressoconstante, pc ,eocalorespecfico

    avolume

    constante,

    vc ,isto

    p

    v

    ck

    c= (5)

    Osdoiscaloresespecficosestorelacionadoscomaconstantedogs, R ,

    atravsdarelao

    p v R c c= (6)

    Omdulodeelasticidadevolumtricopodeserfacilmenteobtidotendose

    uma equao de estado explcita, que relaciona a presso em funo da massa

    especfica. Este mdulo pode ser determinado a partir do clculo de dp d e

    substituindooresultadonaEquao(2).

    Assim,

    para

    um

    processo

    isotrmico,

    obtm

    se

    vE p= (7)

    eparaumprocessoisoentrpico,obtmse

    v E kp= (8)

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    2.Tensosuperficial

    detectadonainterfaceentreumlquidoeumgs,ouentredoislquidos

    imiscveis,aexistnciadeforassuperficiais.Estasforasfazemcomqueasuperfcie

    do lquidosecomportecomoumamembranaesticada sobreamassa fluida.Apesar

    destamembrananoexistir,aanalogiaconceitualpermiteexplicarmuitosfenmenos

    observadosexperimentalmente.

    Por exemplo, uma agulha de ao flutua na gua se esta for colocada

    delicadamentenasuperfcielivredofluido,devidoaofatodeque tensodesenvolvida

    namembranahipotticasuportaaagulha.Pequenasgotasdemercriosoformadas

    quandoofluido

    vertido

    numa

    superfcie

    lisa,

    pois

    as

    foras

    coesivas

    na

    superfcie

    tendemasegurarasmolculasjuntasenumaformacompacta.

    Estes fenmenos superficiais soprovocadospelodesbalanodas foras

    coesivas que atuam nas molculas de lquido que esto prximos superfcie do

    fluido.Asmolculasque esto no interiordamassa de fluido esto envolvidas por

    outrasmolculasqueseatraemmutuamentee igualmente.Entretanto,asmolculas

    posicionadas na regio prxima a superfcie esto sujeitas a foras lquidas que

    apontam para o interior. A conseqncia fsica o surgimento da membrana

    hipottica.

    Podeseconsiderarqueaforadeatraoatuanoplanodasuperfcieeao

    longodequalquerlinhanasuperfcie.Aintensidadedaatraomolecularporunidade

    de comprimento ao longo de qualquer linha na superfcie chamada de tenso

    superficial, .

    A tenso superficial uma propriedade do lquido e depende da

    temperatura bem como do outro fluido que est em contato com o lquido. A

    dimensodatensosuperficial 1FL eaunidadenoSIN m .

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Figura1Forasqueatuamnametadedeumagotadelquido

    Apressodentrodeuma gotade fluidopode ser calculadautilizandoo

    diagramade

    corpo

    livre

    mostrado

    na

    Figura

    1.

    Se

    agota

    esfrica

    cortada

    pela

    metade,aforadesenvolvidaaolongodaborda,devidaatensosuperficial, 2 R .

    Estaforaprecisaserbalanceadapelaforaprovocadapeladiferenadepresso, p ,

    entreapressointerna, intp ,eaexterna, extp ,queatuasobrearea2

    R .

    Assim,podeseescrever

    2

    2 0 R p R =

    (9)

    ou

    2p

    R =

    (10)

    ondeint ext p p p = . O resultado obtido na Equao (10) mostra que a presso

    internada

    gota

    maior

    do

    que

    apresso

    no

    meio

    que

    envolve

    agota.

    Um dos fenmenos associados com a tenso superficial a subida, ou

    queda,deumlquidonumtubocapilar,comomostradonaFigura2.Seumtubocom

    dimetropequenoeaberto inseridonagua,onveldaguanotubosubiracima

    nonveldoreservatrio(verFigura2.a).Nestecasoidentificaseumainterfaseslido

    lquidogs.Aatraoentree asmolculasdaparededotuboeasdolquidoforteo

    suficienteparasobrepujaraatraomtua(coeso)dasmolculasdofluido.Ento,o

    fluidosobenocapilareditoqueolquidomolhaasuperfcieslida.

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Figura2Ascensoedepressocapilardentroeforadeumtubocircular

    Aalturadacolunadelquido, h ,funodosvaloresdatensosuperficial,

    ,doraiodotubo,R ,dopesoespecfico, ,edonguloentreofluidoeomaterial

    do tubo, .Analisandoodiagramado corpo livre, Figura3,podese concluirquea

    foraverticalprovocadapelatensosuperficial 2 cosR equeopesodacoluna

    2R h .

    Figura3Diagramadecorpolivrenaascensocapilar

    A fora vertical provocada pela tenso superficial e o peso da coluna

    devemestaremequilbrio.Nestecaso,temse

    22 cos 0 R h R = (11)

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    6 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Assim,aalturadacolunadadapelaequao

    2 cosh

    R=

    (12)

    eongulodecontatofunodacombinaolquidomaterialdasuperfcie.

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA04CONCEITOSFUNDAMENTAISDEMECNICADOSFLUIDOS

    EXERCCIOSPROPOSTOS01) O volume especfico do nitrognio contido num tanque 30,54 m kg quando atemperatura do gs igual a 15 C . Sabendo que a presso atmosfrica local igual a

    97 kPa , determine a presso relativa no gs.

    02) Ar a 20 C e 120 kPa (absoluta) comprimido isoentropicamente at a presso

    absoluta de 400 kPa . Determine a massa especfica e a temperatura do ar no estado

    final. Sabe-se que para o ar tem-se 0,287 R kJ kg K = e 1,4k= .

    03) A distribuio de velocidade para o escoamento laminar desenvolvido entre placas

    paralelas dada por

    22

    1mx

    u y

    u h

    =

    onde h a distncia entre as placas e a origem est situada na linha mediana entre as

    placas. Considere um escoamento de gua a 15 C , onde 3 21, 2 10 N s m= , com

    1mxu m s= e 20h mm= . Determine a fora sobre uma seo de21 m da placa

    inferior e d o seu sentido.

    04) A presso pode ser determinada medindo-se a altura da coluna de lquido num tubo

    vertical. Qual o dimetro de um tubo limpo de vidro necessrio para que o movimento

    de gua promovido pela ao capilar seja menor do que 1,0 mm ? Admita que a

    temperatura uniforme e igual a 20 C . Sabe-se que a gua na temperatura de 20 C

    tem uma tenso superficial dada por 0,0728 Pa= .

    05) Um tubo de vidro, aberto e com 5 mm de dimetro interno inserido num banho de

    mercrio a 20 C . Qual ser a depresso do mercrio no tubo? Sabe-se que a densidade

    do mercrio 13,6SG = e a tenso superficial 484 mPa .

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA05AESTTICADOSFLUIDOS

    Um fluido definido como sendo uma substncia que escoar ou

    deformarcontinuamentesemprequeumatensodecisalhamentoagirsobreela,por

    menorquesejaestatenso.Logo,podeseafirmarqueatensodecisalhamentoem

    um fluidoem repousodeveserzero.Apenasa tensonormalestpresenteemum

    fluidoestticoouemummovimentodecorporgido.

    Em um fluido homogneo e esttico,ou em um fluido submetido a um

    movimento de corpo rgido, uma partcula fluida retm sua identidade por todo o

    tempoeos

    elementos

    fluidos

    no

    deformam.

    Logo,

    pode

    se

    aplicar

    asegunda

    lei

    do

    movimentodeNewtonparaavaliarasforasagindosobreumapartculafluida.

    Oprincipalobjetivodestecaptulooestudodapresso,decomoelavaria

    no meio fluido e do efeito da presso sobre superfcies imersas. A ausncia das

    tensesdecisalhamentosimplificamuitoamodelagemdosproblemasepermiteque

    seobtenhasoluesrelativamentesimplesparamuitassituaesemengenharia.

    1.PressoemumpontoO termopresso utilizadopara indicar a foranormalporunidadede

    rea que atua sobre um ponto do fluido em um dado plano. Devese, no entanto

    analisarcomoapressovariacomaorientaodoplanoquepassapeloponto.

    Para isso,considereodiagramadecorpo livremostradonaFigura1.Esta

    figurafoiconstrudaremovendose,arbritariamente,umpequenoelementodefluido,

    com a forma de uma cunha triangular, de um meio fluido. Como a tenses de

    cisalhamentosonulas,asnicasforasexternasqueatuamnacunhasoasdevidas

    aopesoeapresso.Emtermosdesimplificaonosemostraasforasnadireo x

    eoeixo z tomado como sendoovertical,ondeopesoatuano sentidonegativo

    desteeixo.Fazseumaanlisegeraleadmitesequeoelementofluidoapresentaum

    movimentoacelerado.

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    A hiptese de que as tenses de cisalhamento so nulas ser ideal

    enquantoomovimentodoelementofluidoforigualaqueledeumcorporgido,isto,

    ondeoselementosadjacentesnoapresentammovimentorelativo.

    Figura1Forasnumelementodefluidoarbitrrio

    Osomatriodas forasnasdirees y e z sodados, respectivamente,

    pelasequaes

    y y sF p x z p x s sen = (1)

    cos2

    z z s

    x y zF p x y p x s

    = (2)

    onde

    sp ,

    yp

    e

    zp

    so

    as

    presses

    mdias

    nas

    superfcies

    da

    cunha

    e

    o

    peso

    especficodofluido.

    Como y yF ma= e z zF ma= ,podesereescreverasEquaes(1)e(2)

    dasseguintesformas,respectivamente,

    2 y s y

    x y z p x z p x s sen a

    = (3)

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    cos2 2

    z s z

    x y z x y z p x y p x s a

    = (4)

    onde amassaespecficadofluidoe ya , za soasaceleraesnasdirees y e

    z ,respectivamente.AnalisandoageometriadaFigura1,podeseconcluirque

    cosy s = (5)

    z s sen = (6)

    Logo, substituindo as Equaes (5) e (6) nas Equaes (3) e (4),

    respectivamente,esimplificandooresultadoobtmseasequaes

    2 y s y

    y p p a

    = (7)

    ( )2

    z s z

    z p p a

    = + (8)

    Interessase no que acontece num ponto, neste caso, analisase o caso

    limiteonde

    x ,

    ye

    ztendem

    azero,

    mantendo

    se

    ongulo

    constante.

    Assim,

    asEquaes(7)e(8)podemserescritas,respectivamente,como

    0y sp p = (9)

    0z sp p = (10)

    DasEquaes(9)e(11)podesechegaraoseguinteresultado

    s y z p p p= = (11)

    Comoaescolhadongulo arbitrria,podeseconcluirqueapresso

    num ponto de um fluido em repouso, ou num movimento onde as tenses de

    cisalhamentonoexistem,soindependentesdadireo.

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    2.Aequaobsicadaestticadosfluidos

    Agora pretendese encontrar a equao bsica da esttica dos fluidos.

    Logo,aplicaseasegundaleideNewtonaumelementodefluidodiferencialdemassa

    dm dV = ,comlados dx , dy e dz conformemostradonaFigura2.

    Figura2Elementodiferencialdefluidoeforasdepresso

    As foras que atuam em umapartcula fluida so deduas naturezas: as

    foras de campo (tambm chamadas de foras de corpo) e as foras de superfcie

    (tambmchamadasdeforasdecontato).Asforasdesuperfcieconsideradassoas

    devidoapressoouaocisalhamento,enquanto,anicaforadecampoquedeveser

    consideradadecorrentedagravidade.

    Uma

    vez

    que

    para

    fluidos

    estticos

    no

    h

    tenso

    de

    cisalhamento,

    ento,

    a nica fora de superfcie fora de presso. A presso um campo escalar,

    ( ), ,p p x y z= ,variandocomaposiodentrodo fluido.Emcada facedocuboatua

    umaforadevidopresso,queumprodutoentredoisfatores.Ouseja,amagnitude

    dapressomultiplicadapelareapara resultarnamagnitudeda foradepresso.

    Nocentodocuboatuaaforapeso(devidoagravidade)nadireonegativadoeixo

    z .

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Aforaresultantenadireox dadapor

    2 2x

    p dx p dxdF p dy dz p dy dz

    x x

    = +

    (12)

    ou

    x

    pdF dx dy dz

    x

    =

    (13)

    Aforaresultantenadireox dadapor

    2 2y p dy p dydF p dx dz p dx dz

    y y = +

    (14)

    ou

    y

    pdF dx dy dz

    y

    =

    (15)

    AforapesoparaoelementofluidodiferencialW g dx dy dz= . Logo,a

    foraresultantenadireoz dadapor

    2 2z

    p dz p dzdF p dx dy p dx dy g dx dy dz

    z z

    = +

    (16)

    ou

    z

    pdF g dx dy dz

    y

    = +

    (17)

    Aformavetorialdaforaresultantequeatuanoelemento

    x y zd F dF i dF j dF k = + +

    (18)

    onde i

    , j

    e k

    soos vetoresunitriosnasdirees x , y e z , respectivamente.

    Substituindoas

    Equaes

    (13),

    (14)

    e(15)

    na

    Equao

    (18)

    resulta

    na

    equao

    vetorial

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    6 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    p p pd F i j g k dx dy dz

    x y z

    = + +

    (19)

    Como

    dV dx dy dz= ,

    onde

    dV

    o

    volume

    do

    elemento

    diferencial,

    ento

    aEquao(19)podeserreescritacomo

    p p pd F i j g k dV

    x y z

    = + +

    (20)

    ou

    p p pd F i j k g k dV x y z

    = + +

    (21)

    PodeseescreveraEquao(21)daseguinte

    ( )d F p g dV = +

    (22)

    onde p p p

    p i j k

    x y z

    = + +

    ovetorgradientedepressoe g g k=

    ovetor

    gravidade.Fisicamente,ogradientedepressoonegativodaforadesuperfciepor

    unidadedevolumedevidopresso.Onveldepressonoimportantenaavaliao

    da foraresultantedapresso.Emvezdisto,oque importaa taxadevariaoda

    pressocomadistncia,ouseja,ogradientedepresso.

    Aforaresultanteporunidadedevolumeescritadaseguinteforma,

    d Fp g

    dV= +

    (23)

    Paraumapartculafluida,asegundaleideNewtonfornece

    d F a dm=

    (24)

    ou,como dm dV = ,

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    7FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    d F a dV =

    (25)

    DaEquao(25),podeseescreveraequao

    d Fa

    dV=

    (26)

    ecomoparaumfluidoesttico 0a =

    ,ento,temse

    0d F

    dV=

    (27)

    Combinandoas

    Equaes

    (23)

    e(27)

    pode

    se

    escrever

    0p g + =

    (28)

    ondeotermo ( )p significaaforadepressoresultanteporunidadedevolumeem

    umpontoe ( )g

    significaaforadecampoporunidadedevolumeemumponto.A

    Equao(28)umaequaovetorialepodeserescritanaseguinteformaalternativa

    0 p p p

    i j g k x y z

    + + =

    (29)

    Da Equao (29) podese escrever trs equaes unidimensionais nas

    direesx , y ez ,

    0p

    x

    =

    (30)

    0p

    y

    =

    (31)

    0p

    gz

    + =

    (32)

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    8 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Logo, podese concluir, de acordo com as consideraes feitas, que a

    pressodependeapenasdavarivel z ,oqueimplicaqueaderivadatotal,d p

    d z,pode

    serusada

    no

    lugar

    da

    derivada

    parcial,

    p

    z

    .Assim,

    d pg

    d z= (33)

    AEquao (33) a relaobsicapressoalturadaestticados fluidos.

    Estaequaoestsujeitasasseguintesrestries

    1. Fluidoemrepouso2. Agravidadeanicaforadecampo3. Oeixoz verticaleapontaparacima

    Paradeterminaradistribuiodepressonum fluidoesttico,aEquao

    (33)podeser integrada,aplicandoseascondiesdecontornoapropriadas.Devese

    lembrardo fatodequeosvaloresdepressodevemserestabelecidosemrelaoa

    umnvel

    de

    referncia.

    Se

    este

    nvel

    de

    referncia

    for

    ovcuo,

    as

    presses

    so

    denominadasabsolutas.

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA06AESTTICADOSFLUIDOS

    1.Variaodepressoemumfluidoesttico

    Foi visto anteriormente que a presso p de um fluido em repouso

    funo apenas da varivel z e que a relao bsica pressoaltura dada pela

    equaodiferencialordinria

    dpg

    dz= (1)

    AEquao(1)fundamentalparaoclculodadistribuiodepressonos

    casos onde o fluido est em repouso e pode ser utilizada para determinar como a

    presso varia com a elevao. Esta equao indica que o gradiente de presso

    decrescequandohummovimentoparacimaemumfluidoesttico.

    AEquao(2)podeserescritanaseguinteformadiferencial

    dp g dz= (2)

    Na integrao da Equao (2) para encontrar a distribuio de presso,

    devem ser feitas consideraes sobre as variaes da massa especfica, , e da

    acelerao da gravidade, g . Porm, para a maioria das situaes prticas da

    engenharia,consideramsedesprezveisasvariaesdaaceleraodagravidade,neste

    casoconsiderase g constantecomaaltitudeemqualquerlocaldado.

    Inicialmente

    considera

    se

    o

    caso

    de

    um

    fluido

    incompressvel,

    isto

    ,

    um

    lquido. No caso dos lquidos a variao de massa especfica pode ser desprezada,

    mesmoquandoasdistnciasverticaisenvolvidassosignificativas.

    Logoparaahiptesedamassaespecficaconstanteecomoaacelerao

    da gravidade tambm considerada constante, devese aplicar condies de

    contornosapropriadasparaaobtenodavariaodepresso.Sabendoovalorda

    presso 1p nonvel 1z ,podesedeterminarovalordapresso 2p nonvel 2z ,como

    mostraaFigura1.

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Figura1Clculodapressonumponto

    Ento,aplicandoacondio ( )1 1 p z p= ,podeseresolveraEquao(2)da

    seguinteforma

    2 2

    11

    p z

    p z

    dp g dz= (3)

    oqueresultaem

    ( )2 1 2 1 p p g z z = (4)

    ou

    ( )2 1 1 2 p p g z z =

    (5)

    Para lquidos, em geral, conveniente colocar a origem do sistema de

    coordenadasnasuperfcie livreemedirasdistnciasparabaixoapartirdasuperfcie

    comosendopositivas.Fazendo,ento, 1 2h z z= ,podeseescrever

    2 1 p p g h = (6)

    ouainda

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    2 1 p p g h= + (7)

    AEquao (7) indicaque adiferenadepressoentredoispontosnum

    fluidoem

    repouso

    pode

    ser

    calculada

    atravs

    da

    medida

    da

    diferena

    de

    elevao

    entre dois pontos. Os dispositivos utilizados para esta finalidade so chamados de

    manmetros.

    PodeseobservardaEquao (6)queadiferenaentrepressesdedois

    pontospodeserespecificadospeladistncia h ,isto,

    2 1p ph

    g

    =

    (8)

    Neste caso, adistncia h denominada carga e interpretada como a

    altura da coluna e fluido com massa especfica necessria para provocar uma

    diferenadepresso 2 1p p .

    Figura2Pressoemqualquerprofundidade

    Sempreexisteuma superfcie livrequando se trabalha com lquidos (ver

    Figura2)econvenienteutilizarovalordapressonestasuperfciecomoreferncia.

    Assim,apressodereferncia 0p correspondeapressoqueatuanasuperfcielivre

    (usualmente igual a presso atmosfrica). Ento, fazendo 1 0p p= e 2p p= na

    Equao(7)obtmseaseguinteequao

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    0 p p g h= + (9)

    DeacordocomaEquaes(7)e(9)podeseconcluirqueadistribuiode

    pressopara

    um

    fluido

    homogneo,

    incompressvel

    eem

    repouso

    no

    tem

    influncia

    algumacomotamanhoouformadotanqueourecipientequecontmofluido,sendo

    funoapenasdaprofundidade.

    Figura3Equilbriodeumfluidonumrecipientedeformaarbitrria

    DeacordocomaFigura3,todosospontoscontidosnalinhaABpossuema

    mesmapressomesmoorecipientetendoumaforma irregular.Logo,ovalorrealda

    presso ao longo da linha AB depende apenas da profundidade, h , da presso na

    superfcielivre, 0p ,edamassaespecficadofluidocontidonorecipiente.

    O fato da presso ser constante num plano com fundamental para a

    operaodedispositivoshidrulicoscomomacacos,elevadores,prensas,controlesde

    aviesedemquinaspesadas.Oaspectobsicodofuncionamentodestesdispositivos

    esistemasestmostradonaFigura4.

    Um pisto localizado num sistema fechado e repleto de lquido (por

    exemplo,leo)utilizadoparavariarapressonosistemaeassimtransmitirafora

    1 1 1F p A= noponto1paraum segundopistoqueapresentauma fora resultante

    2 2 2F p A= noponto2.Aspressesnospontos1e2sodadas,respectivamente,por

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    11

    1

    Fp

    A= (10)

    222

    Fp

    A= (11)

    Figura4Transmissodapressonumfluido(Fonte:FrankM.White FluidMechanics Sixth

    Edition)

    Comoaspressesnospontos1e2soiguais, 1 2p p= ,devidoestaremem

    uma mesma altura, ento, combinado as Equaes (10) e (11) temse o seguinte

    resultado

    22 1

    1

    AF F

    A

    =

    (12)

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    6 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Observequearea 2A muitomaiorquearea 1A .Nestecaso,podese

    amplificaromdulodeuma fora,ouseja,uma forapequenaaplicadanopisto1

    podeseramplificadanopisto2.Aforaaplicadanopisto1,comrea 1A ,podeser

    geradamanualmenteetransmitidaatravsdealgumdispositivomecnicoouatravs

    dearcomprimidoatuandodiretamentenasuperfciedolquido.

    Agora, pretendese modelar a distribuio de presses para fluidos

    compressveis,tais comoooxignioenitrognio.Nestecaso,amassaespecficano

    constante e sofrem variaes significativas com as alteraes de presso e

    temperatura.

    Logo,antes

    de

    se

    resolver

    aEquao

    (2)

    deve

    se

    levar

    em

    conta

    que

    a

    massaespecfica, ,paraessefluidosvariam.Entretantoamassaespecficadosgases

    comunssopequenasemrelaoaosfluidos.AnalisandoaEquao (1)notaseque,

    nestes casos, o gradiente de presso na direo vertical pequeno pois a massa

    especficadosgasesnormalmentebaixa.Assim,avariaodepressonumacoluna

    de ar com centenas de metros pequena. Logo, podese desprezar o efeito da

    variaode elevao sobre apressono gs contido em tanquese tubulaesque

    apresentamdimensesverticaismoderadas.

    Paraoscasosondeavariaodealturagrande,daordemdemilharesde

    metros,deveseconsideraravariaodamassaespecficado fluidonosclculosdas

    variaesdepresso.Paraumgsperfeitotemse

    p

    R T= (13)

    onde p apressoabsolutadogs, R aconstantedogse T a temperatura

    absolutadogs.SubstituindoaEquao(13)naEquao(1)resultaem

    pdp g dz

    RT= (14)

    ou,separandoasvariveis,

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    7FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    dp gdz

    p RT = (15)

    Logo,sabendoovalordapresso 0p nonvel 0z ,podesedeterminaro

    valordapresso 2p nonvel 2z ,daseguinteforma

    0 0

    p z

    p z

    dp g dz

    p R T = (16)

    Antes de resolver a Equao (16) necessrio especificar como a

    temperaturavaria

    com

    aelevao.

    Por

    exemplo,

    se

    for

    admitido

    que

    atemperatura

    constanteeiguala 0T ,temse

    00 0

    p z

    p z

    dp gdz

    p R T = (17)

    queresultaem

    ( )00 0

    lnp g

    z z p RT

    = (18)

    ResolvendoologaritmodaEquao(18)obtmseoseguinteresultado

    ( )00 0

    expp g

    z z p RT

    =

    (19)

    ou

    ( )0 00

    expg

    p p z zRT

    =

    (20)

    AEquao(20)fornecearelaoentreapressoeaalturanumacamada

    isotrmica

    de

    um

    gs

    perfeito.

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    8 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    2.Atmosferapadro

    Uma aplicao importante da Equao (16) o clculo da variao da

    pressonaatmosferaterrestre.Medidasdepressonumagrandefaixadealtitudese

    para condies ambientais especficas (temperatura e presso de referncia) so

    informaesquenormalmentenoestodisponveis.Logo,umaatmosferapadrofoi

    desenvolvidaparaserutilizadanoprojetodeavies,msseiseespaonaves,etambm

    paracompararocomportamentodestesequipamentosnumacondiopadro.

    O conceito de atmosfera padro foi desenvolvido na dcada de 1920 e

    desde ento muitas organizaes nacionais e internacionais tem desenvolvido este

    padro.A

    atmosfera

    americana

    padro

    atual

    baseada

    no

    documento

    publicado

    em

    1962equefoirevisadoem1976.Estaatmosferatambmutilizadacomopadroem

    vrios outros pases. A atmosfera padro uma representao ideal da atmosfera

    terrestreefoiavaliadanumalatitudemdiaenumacondioambientalmdiaanual

    daatmosferaterrestre.

    Tabela1

    Propriedades

    da

    Atmosfera

    Padro

    Americana

    no

    nvel

    do

    mar

    Temperatura,T ( )288,15 15K C Presso, p ( )101,3 kPa abs

    Massaespecfica, 31, 225 kg m

    Pesoespecfico, 312,014 N m

    Viscosidade, 5 21,789 10 N s m

    ATabela1mostraalgumaspropriedadesimportantesnaatmosferapadro

    relativasaonveldomar.Naatmosferapadroatemperaturadiminuicomaaltitude

    naregioprximaasuperfciedaTerra(troposfera),ficaaproximadamenteconstante

    naestratosferaediminuinaprximacamada.

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    9FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Avariaode temperaturanaatmosferapadrorepresentadaporuma

    sriede segmentos lineares.Assim, a integraoda Equao (16) possvelpara a

    obtenodavariaodepressocorrespondente.

    Porexemplo,

    na

    troposfera

    (regio

    que

    se

    estende

    at

    uma

    altura

    aproximadamenteiguala11km),adistribuiodetemperaturadadapor

    0T T z= (21)

    onde 0T a temperaturanonveldomar ( 0z = ) e a taxadedecaimentoda

    temperatura.

    Acondio

    neste

    caso

    seria

    para

    0z = temse 0T T= e 0p p= .Logopode

    seescreveraEquao(16)daseguinteforma

    000

    p z

    p

    dp g dz

    p R T z=

    (22)

    ResolvendoaEquao(22)obtmse

    0

    0 0

    ln lnT zp g

    p R T

    =

    (23)

    DaEquao(23)obtmseoseguinteresultado

    00

    0

    g RT z

    p p

    T

    =

    (24)

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA07AESTTICADOSFLUIDOS

    1.MedidasdepressesemanometriaA presso uma caracterstica muito importante do campo de

    escoamento.Poressemotivo,vriosdispositivosetcnicasforamdesenvolvidoseso

    utilizados para suamedio. A presso num ponto de um sistema fluido pode ser

    designadaemtermosabsolutosourelativos(manomtricas).

    Aspressesabsolutassomedidasemrelaoaovcuoperfeito(presso

    absoluta nula), enquanto a presso relativa (manomtrica) medida em relao a

    presso atmosfrica local.Destemodo, a presso relativa nula corresponde a uma

    presso igualapressoatmosfrica.Aspressesabsolutassosemprepositivas,mas

    aspressesrelativaspodemserpositivas(pressomaiordoqueapressoatmosfrica

    local)ounegativas(pressomenordoqueapressoatmosfricalocal).

    Uma das tcnicas utilizadas na medio da presso envolve o uso de

    colunasde lquidosverticaisou inclinadas.Osdispositivosparaamedidadapresso

    baseadosnesta

    tcnica

    so

    denominados

    manmetros.

    Os

    trs

    tipos

    usuais

    de

    manmetrossootubopiezomtrico,omanmetroemUeocomtuboinclinado.

    O tipomaissimplesdemanmetroconsistenum tuboverticalabertono

    topoeconectadoaorecipientenoqualsedesejamedirapresso(verFigura5).

    Figura5Tubopiezomtrico

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Comoacolunadelquidoestemequilbrio,podeseescrever

    0 p p g H = + (1)

    Estaequao

    fornece

    ovalor

    da

    presso

    gerada

    por

    qualquer

    coluna

    de

    fluidohomogneoemfunodapressodereferncia 0p edadistnciaverticalentre

    osplanosqueapresentam p e 0p .

    Lembresequeapressoaumentarquandoocorreummovimentopara

    baixonumacolunadefluidoemequilbrioedecrescerseomovimentoforparacima.

    AaplicaodaEquao(1)aotubopiezomtricodaFigura5indicaqueapresso Ap

    podeserdeterminadaapartirdeH atravsdarelao

    A p g H = (2)

    onde amassaespecficadolquidodorecipiente.

    Notequeapresso0

    p foiigualadaazero(otuboabertonotopo)eisso

    implica que se lida com presses relativas (manomtricas). A altura H deve ser

    medidaapartirdomeniscodasuperfciesuperioratopontoB.ComoopontoBeo

    pontoAdorecipienteapresentamamesmaelevao,temseque A Bp p= .Logo,

    B p g H = (3)

    Autilizaodotubopiezomtricomuitorestritaesadequadoousonos

    casosondeapressonorecipientemaiordoqueapressoatmosfrica.Almdisso,

    noreservatrionopodesermuitogrande(paraqueaalturadacolunasejarazovel).

    Estedispositivospodeserutilizadoseofluidocontidonorecipienteforumlquido.

    OmanmetrocomtuboemUfoidesenvolvidoparasuperaralgumasdas

    dificuldadesencontradasnousodotubopiezomtrico.AFigura6mostraumesboo

    deste tipo de manmetro e o fluido que se encontra no tubo do manmetro

    denominado fluidomanomtrico.Para aobtenodapressonopontoA, Ap ,em

    funodas

    alturas

    das

    vrias

    colunas,

    aplica

    se

    aEquao

    (9)

    nos

    vrios

    trechos

    preenchidoscomomesmofluido.

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Figura6ManmetrocomtuboemUsimples

    ApressonopontoAigualapressonopontoB,isto A Bp p= .Logoa

    pressonopontoC, Cp ,igualasomade Ap com A Agh ,ouseja,

    C A A A p p g h= + (4)

    ApressonopontoC, Cp , igualapressonopontoD, Dp ,poisaelevaoa

    mesma.

    DemodoanlogopodesedeterminarapressonopontoD, Dp ,usandoa

    Equao(9)daseguinteforma

    0 D B B p p g h= + (5)

    onde0

    p apressorelativaparaasuperfcie.Como0

    0p = ,resultaem

    D B B p g h= (6)

    IgualandoasEquaes(4)e(6)resultanaexpresso

    A A A B B p g h g h+ = (7)

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    ou

    A B B A A p g h g h= (8)

    Agrande

    vantagem

    do

    manmetro

    com

    tubo

    em

    U

    que

    ofluido

    manomtricopodeserdiferentedofluidocontidonorecipienteondeapressodeve

    serexaminada.

    OmanmetrocomtuboemUtambmpodeserutilizadoparadeterminar

    diferenasdepressoemsistemas fluidos.Considereomanmetroconectadoentre

    osrecipientesAeBdaFigura7.Adiferena A Bp p podeserdeterminadademodo

    anlogoasoluo

    obtida

    em

    para

    aEquao

    (8).

    Figura7ManmetrodiferencialemU

    Paramanmetrosqueusammltiplos lquidos,comomostradonaFigura

    7,asseguintesregrassoteisnaanlise:

    Quaisquerdoispontosnamesmaelevaoemumvolumecontnuodomesmolquidoestomesmapresso.

    A presso cresce medida que se desce na coluna de lquido e decresce medidaquesobenacolunadelquido.

    Paradeterminaradiferenadepresso, A Bp p ,entredoispontos,AeB,

    separadosporumasriedefluidos,aseguinteequaopodeserusada

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    A i i B p g h P+ = (9)

    onde i e ih representam as massa especficas e as alturas (profundidades) dos

    vriosfluidos,

    respectivamente.

    Deve

    se

    lembrar

    do

    fato

    de

    que

    as

    alturas

    ih , so

    positivasparabaixoenegativasparacima.

    Logo,usandoaEquao(9),podeseescrever

    A A A B B C C B p gh gh gh p+ = (10)

    oqueresultanaexpressoparaadiferenadepresso, A Bp p ,dadapor

    A B A A B B C C p p gh gh gh = + + (11)

    Normalmente, os efeitos da tenso superficial nas vrias interfaces do

    fluido manomtrico no so considerados. Os dois fluidos manomtricos mais

    utilizados so a gua e o mercrio. Estes dois fluidos formam um menisco bem

    definido e apresentam propriedades bem conhecidas. claro que o fluido

    manomtricodeve

    ser

    imiscvel

    nos

    fluidos

    que

    esto

    em

    contato

    com

    ele.

    Figura8Manmetrocomtuboinclinado

    O manmetro esboado na Figura 8 freqentemente usado para

    mediesdepequenasvariaesdepresso.Umapernadomanmetro inclinada,

    formandoumngulo comoplanohorizontal,ea leitura L medidaao longodo

    tuboinclinado.

  • 8/3/2019 fenomenos 1c

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    6 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Nestascondies,temse

    A A A B C C B p gh g Lsen gh p+ = (12)

    ou

    A B A A B C C p p gh g Lsen gh = + + (13)

    NotequeadistnciaverticalentreospontosBeC Lsen .Assim,para

    ngulosrelativamentepequenos,aleituradiferencialaolongodotuboinclinadopode

    serfeitamesmoqueodiferencialdepressosejapequeno.

    Omanmetro

    de

    tubo

    inclinado

    sempre

    utilizado

    para

    medir

    pequenas

    diferenasdepressoemsistemasquecontmgases.Nestescasos,

    A B B p p g Lsen = (14)

    ou

    A B

    B

    p pL

    g sen

    =

    (15)

    porqueascontribuiesdascolunasdegspodemserdesprezadas.

    AEquao(15)mostraque,paraumadadadiferenadepresso,aleitura

    diferencial,L ,domanmetrodetuboinclinado1

    senvezesmaiordoquequelado

    manmetrocomtuboemU.

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA08AESTTICADOSFLUIDOS

    1.Forahidrostticanumasuperfcieplana

    Sempresedetectaapresenadeforasnasuperfciedoscorposqueesto

    submersosnosfluidos.Estadeterminaomuito importantenoprojetodetanques

    de armazenamentode fluidos,navios,barragens edeoutras estruturashidrulicas.

    Sabesequeos fluidosemrepousoexercemuma foraperpendicularnassuperfcies

    submersas e que a presso varia linearmente com a profundidade se o fluido se

    comportarcomincompressvel.

    Figura1Foraresultantedesenvolvidanofluidodeumtanqueaberto

    Assim,paraumasuperfciehorizontal,comoainferiordotanquemostrado

    naFigura1,omdulodaforaresultantesobreasuperfciedadopor

    RF pA=

    (1)

    onde p a presso na superfcie inferior e A a rea desta superfcie. Se

    0 p p g h= + ,entoaEquao(1)podeserescritacomo

    ( )0RF p g h A= + (2)

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Seapresso 0p atuanasuperfcielivredo lquidoenasuperfcieinferior

    do tanque, a fora resultantedevida somente ao fluido contidono tanque.Neste

    caso,aEquao(2)seresumea

    RF g h A= (3)

    Logo,paradeterminarcompletamentearesultantedaforaatuandosobre

    umasuperfcieplanasubmersa,devemseespecificar

    1. Amagnitude(mdulo)dafora;2. Osentidodafora;3. Alinhadeaodafora.

    Considereinicialmenteumaforanormal 0p atuandosobreumasuperfcie

    plana,comomostraaFigura2.

    Figura2Superfcieplanasubmersa(Fonte:FrankM.White FluidMechanics SixthEdition)

    Comonohtensodecisalhamentoemum lquidoemrepouso,afora

    hidrostticasobrequalquerelementodasuperfcieagenormalsuperfcie.Aforade

    pressoatuandosobreumelemento dA dx d y= dafacesuperiordadapor

    dF p dA=

    (4)

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Aforaresultanteagindosobreasuperfcieencontradaatravsdasoma

    dascontribuiesdaforasinfinitesimaissobreareainteira.Asuamagnitudedada

    por

    R

    A

    F p dA= (5)

    Temseque 0 p p gh= + edageometriadosistemapodeseconcluirque

    h y sen= ,ento 0 p p g y sen = + .DaaEquao(5)resultaem

    ( )0RA

    F p g y sen dA = +

    (6)

    ou

    0R

    A A

    F p dA g sen y dA = + (7)

    Doclculodiferencialtemse,pordefinio,

    A

    dA A= (8)

    e defineseoprimeiromomentodereadasuperfcieemtornodoeixox ,como

    C

    A

    y dA y A= (9)

    onde Cy acoordenada y docentridederea.

    Substituindo as Equaes (8) e (9) na Equao (7), ento resulta na

    expresso

    0R CF p A g sen y A= + (10)

    ecomo

    C Ch y sen= ,ento,

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    ( )0R CF p g h A= + (11)

    O termo ( )0 C p g h+ a presso absoluta no lquido na posio do

    centridedarea A ,sendo indicadapor Cp ,ento,aEquao(11)podeserescrita

    daforma

    R CF p A= (12)

    AEquao (12)exprimeaforaresultantedevidoao lquido, incluindoos

    efeitosdapresso ambiente 0p , sobreum ladodeuma superfcie submersaplana.

    Estaequao

    no

    leva

    em

    considerao

    qualquer

    presso

    ou

    distribuio

    de

    foras

    que

    eventualmenteexistanooutroladodasuperfciesubmersa.

    Se a mesma presso 0p da superfcie livre do lquido existir no lado

    externo da superfcie, seu efeito sobre RF cancelado e a fora lquida sobre a

    superfciedadapor

    ( )R C manF p A=

    (13)

    onde ( )c manp apressomanomtrica.

    Figura3

    Linha

    de

    ao

    da

    fora

    resultante

    (Fonte:

    Frank

    M.

    White

    Fluid

    Mechanics

    Sixth

    Edition)

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Em seguidadevesedeterminaroponto ( ),R Rx y de aplicaoda fora

    resultante.Primeiramente,determinaseacoordenada Ry (verFigura3).A intuio

    sugerequealinhadeaodaforaresultantedeveriapassaratravsdocentrideda

    rea, porm este no o caso. A coordenada Ry da fora resultante pode ser

    determinadapelasomadosmomentosem tornodoeixo x ,ouseja,omomentoda

    foraresultanteprecisaserigualaosmomentosdasforasdevidasapresso.

    Tomandoasoma(integral)dosmomentosdasforasinfinitesimais dF em

    tornodoeixox resulta

    R R

    A

    y F y p dA= (14)

    Da Equao (14) podese escrever a expresso para a determinao da

    coordenada Ry ,quedadapor

    ARR

    y pdA

    yF=

    (15)

    Prximopasso adeterminaoda integral

    A

    y pdA .Usandoo fatode

    que 0 p p g y sen = + ,ento,podeseescrever

    2

    0

    A A A

    y p dA p y dA g sen y dA = +

    (16)

    Definese, ento, o segundo momento de rea em torno do eixo x ,

    indicadopor x xI ,daseguinteforma

    2x x

    A

    y dA I = (17)

    edoteoremadeeixoparalelospodeseescrever

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    6 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    2 x x x x C I I A y= + (18)

    onde xxI osegundomomentodereapadro,emtornodoeixo x comorigemno

    centride.Logo,

    aEquao

    (17)

    reduz

    se

    a

    22 x x C

    A

    y dA I A y= + (19)

    Substituindo as Equaes (9) e (19) na Equao (16), e simplificando o

    resultadotemse

    ( ) 0C C x xA

    y p dA y p g y sen A g sen I = + + (20)

    Como C C y sen h= ,ento,podeseescrever

    ( ) 0C C x xA

    y p dA y p g h A g sen I = + + (21)

    ou,daEquao(11),

    C R x x

    A

    y p dA y F g sen I = + (22)

    Logo, substituindo a Equao (22) na Equao (15) e simplificando o

    resultado,temsequeacoordenada 'y dopontodeaplicaodaforaresultante RF ,

    dadapelaexpresso

    x xR C

    R

    g sen Iy y

    F= +

    (23)

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    7FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AEquao(23)convenienteparaoclculodacoordenada Ry doponto

    deaplicaodaforasobreoladosubmersodasuperfcie,quandosedeseja incluira

    pressoambiente 0p .Seestamesmapressoatuasobreooutroladodasuperfciee

    como ( ) C CC man p g h g y sen= = ,entoaEquao(11)podeserescritadaforma

    R CF g y sen A= (24)

    Daacoordenada Ry dopontodeaplicaodaforaresultantedadapor

    x xR C

    C

    Iy y

    A y= + (25)

    AEquao (25)convenienteparacalcular Ry quandoo interessena

    fora lquida em que a mesma presso 0p atua sobre os dois lados da superfcie

    submersa.Paraproblemasemqueapressosobreooutro ladodasuperfcieno

    0p ,podeseouanalisarcadaumdosladosdasuperfcieseparadamenteoureduziras

    duasdistribuiesdepressoaumadistribuiolquidadepresso.

    IstocorrespondeacriarumsistemaparaserresolvidousandoaEquao

    (11),comapresso Cp expressacomoumapressomanomtrica.

    Umaanlise similarpode ser feitapara calcular Rx ,acoordenada x do

    pontode aplicao da fora resultante sobre a superfcie. Logo, podese chegar ao

    seguinteresultado

    x yR C

    R

    g sen Ix xF

    = + (26)

    onde x yI oprodutodeinrciaemrelaoaoseixosx

    e y

    .

    AEquao(26)convenienteparacalcular Rx quandosedesejaincluira

    presso ambiente 0p . Quando a presso ambiente age sobre o outro lado da

    superfcie,desprezase 0p noclculodaforalquidaenestecaso

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    8 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    xyp C

    C

    Ix x

    Ay= + (27)

    Em resumo,asEquaes (5)a (27)constituemumconjuntocompletode

    equaes para o clculo da magnitude e localizao da fora resultante devido a

    presso hidrosttica sobre uma superfcie plana submersa. A direo da fora ser

    sempreperpendicularaoplanodasuperfcie.

    2.Forashidrostticassobresuperfciescurvassubmersas

    Na seo anterior foi desenvolvidas equaes para a determinao do

    mdulo, e a localizao do ponto de aplicao, da fora resultante que atua numa

    superfciesubmersaplana.Porm,necessitasederesultadosequivalentesrelativosa

    superfciesquenosoplanas, taiscomoassuperfciesdasbarragens, tubulaese

    tanques.

    possvel determinar a fora resultante em qualquer superfcie por

    integrao, como foi feito anteriormente, porm esteprocedimento trabalhoso e

    nopossvel

    formular

    equaes

    simples

    egerais.

    Logo,

    alternativamente,

    pode

    se

    considerar o equilbrio de um volume de fluido delimitado pela superfcie curva

    consideradaepelassuasprojeesverticalehorizontal.

    Emgeral,amagnitudedacomponenteresultantenadireo l qualquer

    dadapor

    R ll

    A l

    F p dA=

    (28)

    onde ldA a projeodo elementode rea dA sobreumplanoperpendicular

    direo l .

    A linhade aode cada componenteda fora resultantedeterminada

    reconhecendoqueomomentoda componenteda fora resultante aumdadoeixo

    deve ser igualaomomentodacomponenteda foradistribudacorrespondenteem

    relaoaomesmoeixo.

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    9FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Figura4Forassobreumasuperfciecurvasubmersa

    AtravsdaEquao (28)podese chegarao seguinte resultado:as foras

    horizontaisesuas localizaessoasmesmasqueparaumasuperfcieplanavertical

    imaginriadamesmareaprojetada. Isto ilustradona Figura4,onde chamase a

    forahorizontalde HF .Logo,

    H CF p A= (29)

    onde

    Cp apressonolquidonaposiodocentridederea A .

    Quandoapressoatmosfricaatuasobreasuperfcielivreesobreooutro

    ladodasuperfciecurva,aforalquidaverticaligualaopesodiretamenteacimada

    superfcie. Isto pode ser confirmado aplicando a Equao (28) para determinar a

    magnitudedacomponenteverticaldaforaresultante

    V z

    Az

    F p dA=

    (30)

    Como

    p g h= ,ento

    V z

    Az

    F g h dA= (31)

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    10 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    onde zg hdA opesodeumcilindrodiferencialde lquidoacimadoelementode

    readasuperfcie zdA ,estendendoadistncia h dasuperfciecurvaatasuperfcie

    livre.Temseque zh dA dV = ,entoaEquao(31)podeserescritacomo

    V

    Az

    F g dV = (32)

    Acomponenteverticaldaforaresultanteobtidapelaintegraosobrea

    superfcieinteirasubmersa.Ento,resolvendoaintegraldaEquao(32),obtmse

    VF g V=

    (33)

    Mostrouse que a linha de ao da componente vertical da fora passa

    atravsdocentrodegravidadedovolumedolquidodiretamenteacimadasuperfcie

    curva.

    A fora hidrosttica resultante sobre uma superfcie submersa

    especificadaem termosdesuascomponentes.Sabesequearesultantedequalquer

    sistemade

    foras

    pode

    ser

    representada

    por

    um

    sistema

    fora

    conjugada,

    isto

    ,

    a

    foraresultanteaplicadaemumpontoeumconjugadooumomentoemrelaoao

    ponto.Logo,omdulodaforaresultantedadopor

    ( ) ( )2 2

    R H V F F F= + (34)

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    1FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    AULA09AESTTICADOSFLUIDOS

    1.Empuxoeestabilidade

    Sempre se identificouuma fora,exercidapelos fluidos, sobreos corpos

    que esto parcialmente ou totalmente submersos. Esta fora lquida vertical, com

    sentidoparacima,um resultadodogradientedepresso.Logo,a fora resultante

    geradapelofluidoequeatuanoscorposdenominadaempuxo.

    Considereumobjetototalmenteimersoemumlquidoesttico,conforme

    mostrado na Figura 1.A fora vertical sobre o corpo devido presso hidrosttica

    pode serencontradamais facilmente considerandoelementosdevolume cilndricos

    similaresquelesmostradonaFigura1.

    Figura1Corpoimersoemumlquidoesttico

    Sabendo que0

    p p g h= +

    , ento, a fora vertical sobre o elemento

    dadapelaequao

    ( ) ( )0 2 0 1zdF p g h dA p g h dA = + + (1)

    resultandoem

    ( )2 1zdF g h h dA= (2)

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    2 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Como ( )2 1h h dA dV = ,ento,resultaem

    zdF gdV = (3)

    A fora vertical zF obtida atravs da integrao sobre o volume da

    Equao(3),isto

    z

    V

    F gdV = (4)

    Logo, resolvendo a Equao (4), obtmse a seguinte expresso para a

    foravertical,

    zF g V= (5)

    onde V ovolumedoobjeto.

    Assim,podeseconcluirqueparaumcorposubmerso,aforadeempuxo

    dofluidoigualaopesodofluidodeslocado,

    empuxo subF g V= (6)

    onde subV ovolumesubmersodocorpo.

    A relaodadapelaEquao (6)muitasvezeschamadadePrincpiodeArquimedes. Nas aplicaes tcnicas mais correntes, esta relao empregada no

    projeto de embarcaes, flutuadores, bales meteorolgicos, batiscafos e outros

    equipamentosflutuantes

    ou

    submersveis.

    Objetos submersos no necessitam ser slido. Bolhas de hidrognio,

    usadasnavisualizaode linhasdetempoedeemissoestosujeitasaumempuxo

    positivo;elassobemlentamenteenquantosoarrastadaspeloescoamento.Poroutro

    lado,gotasdeguaemleogeramumempuxonegativoetendemaafundar.

    AEquao(6)predizqueafora lquidaverticalsobreumcorpoqueest

    totalmentesubmerso

    em

    um

    nico

    fluido.

    Nos

    casos

    de

    imerso

    parcial,

    um

    corpo

    flutuantedeslocaumvolumedelquidocomopesoigualaopesodocorpo.

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    3FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    A linhadeaoda foradeempuxoageatravsdocentridedovolume

    deslocado. Como os corpos flutuantes esto em equilbrio sob a ao de forasde

    campoedeempuxo,a localizaoda linhadeaodaforadeempuxodeterminaa

    estabilidade.

    2.Variaodapressonumfluidocommovimentodecorporgido

    Considerandoaforatotalatuandosobreumelementofluido,emrepouso

    ouemmovimentoquenoapresentatensesdecisalhmento,deduziuseaseguinte

    expressovetorial

    dFp g

    dV= +

    (7)

    onde p

    ovetorgradientedapresso,dadopor p p p

    p i j k x y z

    = + +

    ,e g

    o

    vetorgravidade,dadopor x y zg g i g j g k = + +

    .

    DasegundaleideNewton,obtmse,paraumapartculafluida,aseguinte

    expressovetorial

    dFa

    dV=

    (8)

    onde x y za a i a j a k = + +

    .

    CombinandoasEquaes(7)e(8)temse

    p g a + =

    (9)

    ou

    ( ) p a g =

    (10)

    A Equao (10) apresenta as seguintes equaes componentes, nas

    direesx ,

    y

    ez ,

    respectivamente,

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    4 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    ( )x xp

    a gx

    =

    (11)

    ( )y yp

    a gy

    =

    (12)

    ( )z zp

    a gz

    =

    (13)

    Foiescolhidoumsistemadecoordenadasnoqualovetorgravidadeest

    alinhadocomoeixoz apontandoparacimanadireovertical.Assim,temse 0xg = ,

    0yg = e zg g= .Sobestascondies,asequaescomponentestornamse

    x

    pa

    x

    =

    (14)

    y

    pa

    y

    =

    (15)

    ( )z

    pa g

    z

    = +

    (16)

    O movimento do fluido que no apresenta tenso de cisalhamento

    aquele onde amassade fluido submetida a ummovimento de corpo rgido. Por

    exemplo, seum recipientede fluido acelera ao longodeuma trajetria retilnea,o

    fluidosemovercomoumamassargida(depoisqueomovimentotransitrio inicial

    tiver desaparecido) e cada apresentar a mesma acelerao. Como as tenses de

    cisalhamento

    so

    nulas

    ento

    a

    Equao

    (10)

    ideal

    para

    descrever

    o

    movimento

    do

    fluido.Demodoanlogo,seofluidocontidonumtanquerotacionaemtornodeum

    eixofixo,ofluidosimplesmenterotacionarcomotanquecomoumcorporgidoea

    Equao(10)podeserutilizadaparadeterminaradistribuiodepressodofluido.

    Inicialmente, considerase o movimento retilneo uniformemente

    aceleradodeumrecipienteabertocontendoumlquidoemque 0ya = ,oqueimplica

    0

    p

    y

    = . Logo, os gradientes de presso nas direes x e z so, respectivamente,

    dadospelasEquaes(14)e(16).

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    5FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    Figura2Aceleraolineardeumamassafluidacomsuperfcielivre(Fonte:FrankM.White Fluid

    Mechanics SixthEdition)

    Avariaodepressoentredoispontosprximos,localizadosem

    p pdp dx dz

    x z

    = + (17)

    AplicandoasEquaes(14)e(16)naEquao(17)obtmse

    ( )x zdp a dx a g dz= + (18)

    Note que 0dp = ao longo de uma linha de presso constante.Assim, a

    inclinao

    destas

    linhas

    dada

    por

    x

    z

    adz

    dx a g=

    + (19)

    Apressoaolongodasuperfcielivreconstante.Destemodo,asuperfcie

    livre damassa de fluido ser inclinada se 0xa (ver Figura 2).Note que todas as

    linhasdepressoconstanteseroparalelasasuperfcielivre.

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    6 FenmenosdeTransporteSemestre2011.2

    No caso especial onde 0xa = e 0za , que corresponde a uma massa

    fluidaacelerandonadireovertical,asuperfciedofluidoserhorizontal,isto

    0

    dz

    dx = (20)

    AEquao(16)indicaqueadistribuiodepressonoserahidrosttica,

    masafornecidapelaequao

    ( )zdp

    a gdz

    = + (21)

    AEquao

    (21)

    mostra

    que

    apresso

    variar

    linearmente

    com

    a

    profundidade se a massa especfica do fluido for constante. A variao devida a

    combinaodosefeitosdagravidadecomosinduzidospelaacelerao, ( )za g+ .

    Seumamassafluidaestemqueda livre, temse za g= ,oque implica

    queaEquao(21)seresume

    0

    dp

    dz = (22)

    implicando que o gradiente de presso nas trs coordenadas zero. Assim, se a

    pressonoambienteondeestlocalizadaestamassafluidazero,apressonofluido

    tambm sernula.Apresso internanuma gotade sucode laranja localizadanum

    veculo espacial zero e a nica fora que mantm o lquido coeso a tenso

    superficial.

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    1FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    AULA11DINMICADOSFLUIDOS

    Anteriormente foi discutido situaes onde o fluido estava em repouso

    (imvel)ouapresentandoummovimentoigualaqueledeumcorporgido.Porm,os

    fluidosapresentamoutrostiposdemovimentos.Agorapretendese investigaralguns

    movimentostpicosdosfluidos(dinmicadosfluidoselementar).

    Para entender os fenmenos associados aos movimentos dos fluidos

    necessrioconsideraras leisfundamentaisquemodelamomovimentodaspartculas

    fluidas. Tais consideraes incluem os conceitos de fora e acelerao. Logo, se

    discutir,com

    algum

    detalhe,

    aaplicao

    da

    segunda

    lei

    de

    Newton

    ao

    movimento

    da

    partcula fluida, obtendo a Equao de Bernoulli e suas aplicaes em vrios

    escoamentos.

    1.SegundaleideNewton

    usual identificar uma acelerao, ou desacelerao, quando uma

    partculafluidaescoadeumlocalparaoutro.DeacordocomasegundaleideNewton,

    afora lquidaqueatuanapartculafluidaconsideradadeveser igualaoprodutode

    suamassapelaacelerao,isto

    F m a=

    (1)

    onde a

    aaceleraodapartculafluida.

    Ser

    considerado

    somente

    os

    escoamentos

    invscidos,

    isto

    ,

    escoamentos

    em que se possam admitir que a viscosidade do fluido nula. Neste caso, a

    condutibilidadetrmicatambmnulae,assim,onicomecanismodetransferncia

    decalorpresentenosescoamentosinvscidosaradiaotrmica.

    Osfluidos invscidossexistemnateoria,poistodofluidoapresentauma

    tenso de cisalhamento quando submetido a uma taxa de deformao. Porm,

    existem escoamentos ondeos efeitos viscosos so relativamentepequenosquando

    comparadosao

    outros

    efeitos

    presentes.

    Assim,

    pode

    se

    obter

    uma

    boa

    aproximao

    paraestescasosseforignoradoosefeitosviscosos.

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    2 FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    Por enquanto, admiteseque omovimento do fluido provocado pelas

    forasdegravidade(foradecampo)edepresso(forasuperficial).Logo,aplicandoa

    segundaleideNewtonpartculafluida,obtmse

    B SF F ma+ =

    (2)

    onde BF

    a fora na partcula devida a gravidade e SF

    a fora lquida na

    partculadevidaapresso.

    Aanlisedainteraoentreocampodepresso,ocampogravitacionalea

    aceleraoda partcula fluida somuito importantenamecnica dos fluidos. Logo,

    paraaplicar

    asegunda

    lei

    de

    Newton

    partcula

    fluida

    deve

    se

    definir

    um

    sistema

    de

    coordenadas para descrever o movimento. Geralmente, o movimento da partcula

    fluida ser tridimensional e transitrio, isto , so necessrias trs coordenadas

    espaciaisetempoparaadescrioadequadadomovimento.

    Agora,pretendeseanalisarosescoamentosbidimensionais,comomostra

    a Figura 1. Podese, ento, descrever o escoamento em funo das aceleraes e

    velocidadesdaspartculas fluidasnasdirees x e z .As equaes resultantes so

    normalmente conhecidas como a forma bidimensional da equaes de Euler no

    sistemadecoordenadascartesiano.

    O movimento de cada partcula fluida descrito em funo do vetor

    velocidade, V

    , que definido como a taxa de variao temporal da posio da

    partcula.Quandoapartculamudadeposio,elasegueumatrajetriaparticularcujo

    formatodefinidopelavelocidadedapartcula.Alocalizaodapartculaaolongoda

    trajetriafuno

    do

    local

    ocupado

    pela

    partcula

    no

    instante

    inicial

    ede

    sua

    velocidadeaolongodatrajetria.

    Seoescoamentotemumregimepermanente(aspropriedadesnovariam

    comotempo),todasaspartculasquepassamnumdadoponto,comooponto(1)na

    Figura1,seguiroamesmatrajetria.Atrajetriaumalinhafixanoplano x z .As

    partculasvizinhas,quepassamnasvizinhanasimediatasdoponto(1),seguemoutras

    trajetriasquepodemapresentar formatosdiferentesdaquele relativoaspartculas

    quepassampeloponto(1).

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    3FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    Figura1Linhasdecorrentenoescoamentonoplanoxz

    Se o regime de escoamento permanente, ento, toda partcula fluida

    escoaaolongodesuatrajetriaeseuvetorvelocidadesempretangentetrajetria.

    As linhasque so tangentes aos vetores velocidadesno campode escoamento so

    chamadas de linhas de correntes. Em muitas situaes mais fcil descrever o

    escoamentoemfunodascoordenadasdalinhadecorrente.

    O movimento da partcula descrito em funo da distncia, ( )s s t= ,

    medidaaolongodalinhadecorrenteeapartirdeumaorigemconveniente,edoraio

    de curvatura localda linhade corrente, ( )R R s= .Adistncia ao longoda linhade

    correnteestrelacionadacomavelocidadedapartculaatravsdeds

    Vdt

    = eoraiode

    curvatura est relacionado com o formato da linha de corrente. Por definio, a

    aceleraoataxadevariaotemporaldavelocidadedapartcula,ousejadV

    adt

    =

    .

    Paraumescoamentobidimensionalnoplanox z ,aaceleraoapresenta

    duascomponentesumaaolongodalinhadecorrente sa ,eoutranormalalinhade

    corrente,n

    a .

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    4 FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    A acelerao ao longo da linha de corrente resulta da variao da

    velocidadedapartcula ao longoda linhade corrente, ( )V V s= .A componenteda

    aceleraonacoordenada s dadapor

    s

    dV Va V

    dt s

    = =

    (3)

    Acomponentenormaldaacelerao,aaceleraocentrfuga,dadaem

    funodavelocidadedapartculaedoraiodacurvaturadatrajetria.Assim,temse

    2

    n

    Va

    R= (4)

    ondeR oraiodecurvaturadatrajetria.

    Geralmenteexisteuma acelerao ao longoda linhade corrente,pois a

    velocidademudaaolongodatrajetria, 0V

    s

    ,etambmumaaceleraonormala

    linhadecorrente,poisapartculanoescoanumalinhareta, 0R .

    Logo, para determinar as foras necessrias para produzir um dado

    escoamentoconsideraseodiagramadecorpolivredapartculafluida.Admiteseque

    asnicasforasimportantessoprovocadaspelagravidadeepelocampodepresso,

    isto , admitese que as outras foras (como as viscosas e as devidas a tenso

    superficial)sodesprezveis.

    2.AplicaodasegundaleideNewtonaolongodeumalinhadecorrente

    AFigura2mostraodiagramade corpo livredeumapartcula fluida.Os

    versoresnadireoaolongodalinhadecorrenteenanormallinhadecorrenteso

    representadospor s

    e n

    .Seoescoamentopermanente,aaplicaodasegundalei

    deNewtonnadireodalinhadecorrentefornece

    s sF m a= (5)

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    5FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    onde sF representaasomadoscomponentesdasforasqueatuamnapartculanadireo s

    .SubstituindoaEquao(3)naEquao(5)ecomo m V= ,podese

    escrever

    s

    VF V V

    s

    =

    (6)

    Figura2Diagramadecorpolivreparaumapartculafluida

    A fora provocada pela acelerao da gravidade na partcula pode ser

    escritacomo

    sW g V= (7)

    onde amassaespecficadofluido.OsinalnegativonaEquao(7)deveseaofato

    dequeesta foraatuano sentidonegativo.Assim,a componenteda forapesona

    direodalinhadecorrentedadapor

    sW g V sen= (8)

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    6 FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    A presso num fluido que est escoando usualmente no constante.

    Geralmente, para escoamentos permanentes temse ( ),p p s n= . Se a presso no

    centrodapartculamostradanaFigura2representadapor p ,osvaloresmdiosnas

    duasfacesperpendicularessoiguaisa2

    p sp

    s+

    e

    2

    p sp

    s

    .

    Assim, se p sF a fora lquida de presso na direo da linha de

    corrente,segueque

    2 2p s

    p s p s pF p n y p n y s n y

    s s s

    = + =

    (9)

    ou,como V s n y= ,

    p s

    pF V

    s

    =

    (10)

    AEquao(10)mostraqueaforalquidaqueaceleraapartculafluidano

    o fato da presso no ser constante no campo de escoamento. O gradiente de

    presso,

    no

    nulo,

    p p p s n

    s n

    = +

    (11)

    o responsvel pela fora lquida que atua na partcula. As foras viscosas,

    representadaspor s y , sonulasporqueutilizaseahiptesedequeo fluido

    invscido.

    Assim,afora

    lquida

    que

    atua

    sobre

    apartcula

    fluida

    mostrada

    na

    Figura

    2,dadapor

    s s p sF W F= + (12)

    SubstituindoasEquaes(8)e(10)naEquao(12)temse

    s

    p

    F gsen V s

    =

    (13)

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    7FenmenosdeTransporte Semestre2011.2

    Combinando as Equaes (6) e (13), obtmse a seguinte equao do

    movimentoaolongodalinhadecorrente

    p Vgsen V

    s s

    =

    (14)

    ou,como sV

    a Vs

    =

    ,

    s

    pgsen a

    s

    =

    (15)

    A interpretao fsicadaEquao (15)queavariaodavelocidadeda

    partculaprovocadaporumacombinaoadequadadogradientedepressocoma

    componentepesodapartculanadireoda linhadecorrente.Estebalanoentreas

    forasdepressoegravidade,