Fernando Pessoa

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Fernando Pessoa Ortónimo Não sei, mas meu ser Tornou-se-me estranho.”

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Fernando Pessoa

Ortónimo

“Não sei, mas meu ser

Tornou-se-me estranho.”

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OrtónimoFernando Pessoa ortónimo, seguia,

formalmente, os modelos da poesia tradicional portuguesa, em textos de grande suavidade rítmica e musical. Poeta introvertido e meditativo, anti-sentimental, reflectia inquietações e estranhezas que questionavam os limites da realidade da sua existência e do mundo. O poema “Mensagem”, cruza-se com um certo desalento, uma expectativa ansiosa de ressurgimento nacional, revela uma faceta misteriosa e espiritual do poeta, manifestada também nas suas incursões pelas ciências ocultas e pelo rosa-crucianismo.

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Obra

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Características temáticas

  Identidade perdida;   Consciência do absurdo da existência;  Tensão sinceridade/fingimento,

consciência/inconsciência, sonho/realidade; Oposição sentir/pensar,

pensamento/vontade, esperança/desilusão;   Anti-sentimentalismo: intelectualização da

emoção;   Estados negativos: solidão, cepticismo, tédio,

angústia, cansaço, desespero, frustração;   Inquietação metafísica, dor de viver;   Auto-análise.

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Características Estilísticas

Musicalidade: aliterações, transportes, ritmo, rimas, tom nasal (que conotam o prolongamento da dor e do sofrimento);

 Verso geralmente curto (2 a 7 sílabas métricas); Predomínio da quadra e da quintilha (utilização de elementos

formais tradicionais); Adjectivação expressiva; Linguagem simples mas muito expressiva (cheia de significados

escondidos); Pontuação emotiva; Comparações, metáforas originais, oxímoros (vários paradoxos –

pôr lado a lado duas realidades completamente opostas);  Uso de símbolos (por vezes tradicionais, como o rio, a água, o

mar, a brisa, a fonte, as rosas, o azul; ou modernos, como o andaime ou o cais);

 É fiel à tradição poética “lusitana” e não longe, muitas vezes, da quadra popular;

 Utilização de vários tempos verbais, cada um com o seu significado expressivo consoante a situação.

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Algumas das suas obras

Poesias de «Cancioneiro» ;

Poesias Coligidas;Mensagem;Chuva Oblíqua;Passos da Cruz;     

Poesias de Orpheu;«Quadras ao Gosto

Popular»;«Canções de

Beber»;«Poesia Inglesa I»;«Poesias

Dispersas».

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IstoDizem que finjo ou mintoTudo que escrevo. Não.Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.Não uso coração

Tudo que sonho ou passo,O que me falha ou finda,É como que um terraço

Sobre outra coisa ainda.Essa coisa é que linda.

Por isso escrevo em meioDo que não esta ao pé,

Livre do meu enleio,Serio do que não é.

Sentir? Sinta quem lê! Fernando Pessoa,

Cancioneiro