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6º Encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) 25 a 28 de julho de 2017, PUC-Minas/Campus Coração Eucarístico, Belo Horizonte Área Temática: Ensino e Pesquisa em Relações Internacionais PRINCIPAIS RESULTADOS E ANÁLISES DA PRIMEIRA PESQUISA DOS EGRESSOS DA GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UFSC Fernando Seabra, Iara Leite e Filipe Dias Departamento de Economia e Relações Internacionais Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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6º Encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)

25 a 28 de julho de 2017, PUC-Minas/Campus Coração Eucarístico, Belo Horizonte

Área Temática: Ensino e Pesquisa em Relações Internacionais

PRINCIPAIS RESULTADOS E ANÁLISES DA PRIMEIRA PESQUISA DOS

EGRESSOS DA GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UFSC

Fernando Seabra, Iara Leite e Filipe Dias

Departamento de Economia e Relações Internacionais

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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Resumo: A realização de pesquisas de acompanhamento dos egressos é prática

comum em diversas universidades do mundo. Os objetivos principais de coleta desses

dados são o acompanhamento do desempenho profissional do egresso e avaliação do

ex-aluno quanto à formação obtida em termos de adequação ao mercado de trabalho

(profissional ou acadêmico). No Brasil, essa prática ainda não é comum, mas vem

ganhando espaço, por exemplo, em alguns cursos de graduação em Relações

Internacionais, sendo a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas)

pioneira na sua realização. Com base no modelo da pesquisa da PUC-Minas, foi

realizada em 2016 a primeira pesquisa dos egressos da Graduação em Relações

Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O curso, aberto em

2009, contava com um total de 157 egressos quando da realização da pesquisa, tendo

sido obtido mais de um terço de respostas ao questionário, média bem acima da

obtida em pesquisas similares aplicadas em outras universidades do Brasil. O objetivo

desse artigo é relatar e analisar os principais resultados da pesquisa de egressos da

Graduação em Relações Internacionais da UFSC, realizada, preliminarmente, com o

intuito de gerar evidências empíricas e contribuir para alcançar consensos entre

docentes e discentes do curso acerca da avaliação de seu currículo e de eventuais

direcionamentos em termos de ajustes. Trata-se de um artigo exploratório, no sentido

de que não se parte de hipóteses, mas foca-se no estabelecimento de correlações

entre o acesso ao mercado de trabalho e outras variáveis, como tempo transcorrido

desde a conclusão da graduação a realização de estágio durante a graduação.

Palavras-chave: Pesquisa de egressos; Relações Internacionais; UFSC; currículo;

mercado de trabalho.

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Introdução

As pesquisas de egressos do Ensino Superior difundiram-se inicialmente nos

Estados Unidos e em outros países desenvolvidos em um contexto marcado, por um

lado, por demandas por accountability e, por outro, pela necessidade de adequar o

ensino às necessidades de mercado. Tais demandas são particularmente relevantes

no caso das instituições públicas, dada a necessidade de se demonstrarem os

benefícios econômicos e sociais da alocação de recursos públicos para o Ensino

Superior (CABRERA, WEERTS, ZULICK, 2005).

De acordo com Coelho e Oliveira (2012, p. 6),

[o]s egressos podem exercer a função de permuta no diálogo da Universidade com a Sociedade na medida que poderão trazer informações para o interior dos colegiados dos cursos. (...) Acredita-se ser muito significativo avaliar a Universidade pelo lado da formação recebida, ou seja, pelo lado do que se viveu e aprendeu, uma vez que o ex-aluno tem possibilidade de fornecer informações sobre a qualidade do curso ofertado, condições de trabalho no processo de ensino - aprendizagem, dificuldades cognitivas vivenciadas no processo de formação e estratégias utilizadas para superação das mesmas. Neste sentido, o egresso é aquele que pode opinar sobre a valorização do aprendido, materializado no mundo do trabalho e na vida cotidiana.

No caso do Brasil, as pesquisas de egressos vêm sendo cada vez mais

reconhecidas como estratégia relevante para obtenção de informações acerca da

qualidade da formação discente e de sua adequação às novas exigências da

sociedade e do mercado de trabalho (ANDRIOLA, 2014). A Lei 10.861/2004, que

instituiu o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES), foi um marco

na medida em que estabeleceu o acompanhamento do egresso como um dos

indicadores de avaliação institucional, no âmbito de um movimento mais amplo e

crescente no sentido de garantir um ensino de qualidade, atrelado a um sistema de

avaliação capaz de desencadear as mudanças demandadas pela sociedade.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), quando da comemoração

de seus 50 anos em 2010, lançou um portal de egressos para “manter um vínculo

contínuo com nossos ex-alunos, saber de seus sucessos e dificuldades, e

acompanhar os profissionais que formamos em seu ingresso no mercado de trabalho”

a fim de “melhorar nossos cursos de graduação e pós-graduação a cada ano, e

direcionar nossos projetos de formação continuada às necessidades dos profissionais

da área” (UFSC, 2017).

Paul (2015), que identificou a existência de portais similares em 32 instituições

de ensino superior no Brasil (entre elas quatro universidades federais), afirma que tais

iniciativas responderam a demandas de órgãos encarregados de sua avaliação e

acreditação. Para ele o fato de tais portais restringirem-se, em grande medida, a um

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sistema de cadastramento de egressos demonstra que se tratam mais de um

“procedimento administrativo”, não remetendo necessariamente a “uma tomada de

consciência generalizada sobre a importante contribuição das informações prestadas

pelos egressos para a estratégia de formação das IES” (PAUL, 2015, p. 320).

Este artigo é parte de uma proposta para avançar no tema do

acompanhamento dos egressos na UFSC a partir da agregação de uma estratégia

bottom-up, ou seja, desenhada em âmbito departamental e em consonância com

iniciativas institucionais e governamentais. O artigo apresenta os principais resultados

da pesquisa de egressos da Graduação em Relações Internacionais da UFSC,

realizada em 2016 e motivada principalmente pela demanda por coletar evidências

que permitissem avaliar a necessidade e o direcionamento de ajustes no currículo do

curso. Os questionários, aplicados apenas aos alunos que concluíram a graduação em

Relações Internacionais, seguiram o modelo da Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais (PUC-Minas), que foi a primeira universidade no Brasil a realizar

pesquisa com egressos de cursos de Graduação em Relações Internacionais.

O artigo é dividido em quatro partes, além desta introdução. Na primeira

realiza-se uma breve revisão histórica, teórica e de práticas relacionadas às pesquisas

dos egressos. A segunda é dedicada a um panorama do perfil do egresso de Relações

Internacionais no Brasil. A terceira descreve e analisa os principais resultados da

pesquisa dos egressos da UFSC, ao passo que a última seção aponta aprendizados e

possíveis caminhos para o avanço das pesquisas de egressos no Brasil.

1. Breve revisão histórica, teórica e de práticas das pesquisas de egressos

A realização de pesquisas de egressos do Ensino Superior tem origem nos

Estados Unidos nos anos 30 (CABRERA, WEERTS, ZULICK, 2005), difundindo-se em

diversos países ao longo das décadas posteriores e incorporando novas dimensões.

Analisando o tema a partir da perspectiva holandesa, Allen, Ramaekers e Van Der

Velden (2005) apontam mudança do foco das avaliações do Ensino Superior dos

inputs e processo educacional para resultados, com foco nas competências1 em

contexto marcado pela emergência da economia do conhecimento no fim dos anos 90.

Parte-se da premissa de que “higher education courses can best demonstrate their

quality through the ability of their graduates to perform in practice”, sendo que a

questão central é “to what extent courses succeed in providing their graduates with the

1 O conceito de competências evolui da elaboração das chamadas “competências-chave”: “The key

qualifications concept focuses on the knowledge, skills, and attitudes needed for flexible performance within a particular occupational domain. Toward the end of the 1990s, this concept made way for the concept of competencies, regarded as learnable and teachable attributes that indicate aptitude to perform various human activities such as work, learning, and coping with change” (ALLEN, 2005, p. 50).

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qualifications needed to make a good start in the labor market” (ALLEN, RAMAEKERS

e VAN DER VELDEN, 2005, p. 51).

Trata-se, contudo, de apenas uma entre as abordagens possíveis. O Quadro 1

sistematiza informações sobre duas das abordagens presentes na trajetória norte-

americana: a abordagem dos resultados (outcomes), característica das pesquisas

realizadas entre os anos 30 e 70 e que ainda são as abordagens mais comuns; e a

abordagem do engajamento e das competências, que se desenvolveu a partir dos

anos 80 (CABRERA, WEERTS, ZULICK, 2005).2

Quadro 1 – Síntese de informações sobre duas abordagens às pesquisas de egressos

Abordagem Premissas e/ou e Policy

questions

Benefícios e aplicações Limites

Outcomes

A qualidade e a efetividade institucionais podem ser medidas pelo monitoramento do que os egressos alcançaram depois de concluir a graduação. - Quão satisfeitos estão os egressos com seu emprego? - Quão satisfeitos estão com a instituição que lhe conferiu seu grau? - Em que medida os egressos estão desempenhando integralmente suas atividades cívicas?

- Indicadores de fácil compreensão, que incluem a opinião dos alunos sobre emprego, opinião dos empregadores sobre os egressos e opinião de ambos sobre as instituições de origem dos egressos. - Uma das audiências são os futuros estudantes e seus pais. - Pode ser utilizada pela universidade e departamentos para realizar mudanças curriculares. - Aplicação potencial para mostrar benefícios públicos do Ensino Superior.

- A percepção dos egressos sobre a instituição muda através do tempo. - Egressos satisfeitos com sua carreira tendem a avaliar melhor sua experiência universitária e vice-versa. - Premissa de que o que o aluno atingiu se deve à sua experiência dentro da universidade. É necessário averiguar sua experiência pregressa e também o que ele fez enquanto estava na universidade.

Engagement and competencies

Dois conjuntos de questões: característica e natureza das experiências dos estudantes na universidade; e em que medida competências são adquiridas na universidade e aplicadas posteriormente. - Quais competências (resultados, habilidades e valores) o Ensino Superior deve estimular? - Em que medida os egressos se engajaram na universidade e com seus pares quando estavam estudando? - Em que medida as instituições engajam os estudantes em atividades

ENGAJAMENTO: - Componentes-chave incluem em que medida estudantes se engajam na universidade e com seus pares, exposição a práticas efetivas de ensino, envolvimento nos trabalhos de curso e qualidade e intensidade do esforço do estudante. Para medir esses componentes adotam-se indicadores que vão desde a participação em atividades academicamente desafiantes (como aplicação de teorias ou conceitos a problemas práticos) à qualidade e características das interações com a universidade. - Audiência: interessados em entender como práticas institucionais se traduzem em aprendizado e sucesso dos estudantes, inclusive legisladores e público geral.

ENGAJAMENTO: - Dificuldade de compreender todo o conjunto de experiências universitárias que contribui para o engajamento do estudante. Menor dificuldade de medir resultados quando se concentra em práticas concretas e observáveis. COMPETÊNCIAS: - Identificação de conjuntos de competências que são realmente desenvolvidas na universidade e não em

2 Uma terceira abordagem mencionada pelos autores é a “giving approach”. Neste caso busca-se

entender a situação do egresso para que se mantenha uma relação com ele em busca de recursos para apoiar os projetos da universidade.

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que contribuem para engendrar competências críticas? - Em que medida tais competências foram aplicadas pelos egressos posteriormente?

- Qualidade da educação deve ser verificada pelo que acontece em sala e fora da sala durante o período universitário, e não na carreira. COMPETÊNCIAS: - Foco no conhecimento e habilidades adquiridas durante a universidade e no que os egressos fazem com esse conhecimento. - Indicadores deixam de ser medidos em termos de reputação e qualidade institucional, e focam a efetividade do ensino. - Interesse dos líderes industriais por egressos que possam trabalhar em equipes e resolver problemas reais.

outro lugar. - Coleta simultânea de informações sobre resultados e experiências universitárias dos egressos pode limitar capacidade de se chegar a conclusões firmes sobre os efeitos da universidade.

Fonte: sistematização de informações disponíveis em Cabrera, Weerts e Zulick, 2005

Diversas pesquisas com estudantes apontam sua preferência por atividades

que estimulem um aprendizado ativo e baseado em experiências reais. Entre elas, o

estágio é apontado como atividade que mais contribui para seu aprendizado (KARNS,

2005). Egressos que realizam estágio também relatam ingresso mais rápido no

mercado de trabalho, maior satisfação com trabalho, salários mais altos e promoções

mais rápidas que aqueles que não fizeram estágio (GAULT, REDINGTON,

SCHLAGER, 2000). Além disso, Gault, Leach e Duey (2010) constataram a

preferência dos empregadores pela contratação de egresso com experiência prévia de

estágio, sendo que os que se desempenharam melhor no estágio tiveram salários

iniciais maiores.

2. Perfil do egresso de Relações Internacionais no Brasil

A área de Relações Internacionais se difundiu em universidades norte-

americanas e europeias nos anos 50. O profissional formado nas primeiras décadas

deveria reunir aptidões relacionadas a análises e estudos acerca da realidade

internacional característica da Guerra Fria e à elaboração de políticas de cooperação

internacional. O objetivo era preparar profissionais capazes de auxiliar os agentes de

Estado na formulação e implementação da política externa, exercendo papel de

diplomatas ou críticos interlocutores do poder público (LESSA, 2005).

O primeiro Curso de Graduação em RI do Brasil foi criado na Universidade de

Brasília (UnB) em 1974. A intenção de criar este programa na capital federal era o de

formar profissionais que pudessem atuar de algum modo nas atividades de Estado

relacionadas à expansão da internacionalização do Brasil que então se observava.

Notava-se uma transformação da conjuntura econômica nacional, com a formulação

de uma política externa mais criativa e assertiva abertamente vinculada com a

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expansão internacional da economia brasileira, como resposta ao desafio da

desaceleração econômica (LESSA, 2005).

No fim dos anos 80 foi criado um curso na Faculdade Estácio de Sá, do Rio de

Janeiro, com uma proposta mais voltada ao ensino de comércio exterior, ao passo que

a partir da década de 90 verifica-se intenso crescimento na oferta de cursos na área,

com ampliação das propostas e dos temas cobertos, refletindo a diversificação da

agenda internacional (LESSA, 2005). A ampliação da oferta foi acompanhada,

segundo Ribeiro, Kato e Reiner (2013, p. 11), por uma

grande diversificação de grades curriculares dos mesmos, formando um quadro extremamente heterogêneo de perfis de graduados sob o mesmo rótulo relações internacionais. Miyamoto (1999) argumenta a existência de uma tendência de criação de cursos de RI “mais práticos”, voltados para áreas como comércio exterior, em contraposição a cursos com perfil mais acadêmico, geralmente com elevada carga de disciplinas voltadas à ciência política e teoria de relações internacionais.

A expansão da oferta de cursos de Relações Internacionais no Brasil pode ser

verificada na Figura 1. Em consulta à base de dados oficial do Ministério da Educação

(e-MEC) verificou-se a existência de 154 registros de Cursos de RI no país (e-MEC,

2017).

Gráfico 1 – Evolução da Oferta de Cursos de RI no Brasil (1970-2010)

Fonte: RIBEIRO; KATO; REINER, 2013.

Em relação ao profissional egresso de Relações Internacionais no Brasil, Lessa

(2005, p. 47) afirma que

[d]e todas as formações na área de Ciências Humanas, a de Relações Internacionais é uma das que possui maior versatilidade. O egresso do curso tem, potencialmente, muitas possibilidades de se inserir profissionalmente no mercado de trabalho, que se ainda é majoritariamente caracterizado pela forte presença do setor público, tem muitas oportunidades em outros setores.

Porém, a situação dos egressos no Brasil, de forma geral, ainda é um tema

embasado em poucas pesquisas empíricas. Como exceção podemos citar a pesquisa

realizada por Ribeiro, Kato e Reiner (2013), que aplicou questionário a 121 egressos

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de dez cursos para mapear o mercado de trabalho da área. Segundo a pesquisa

apresentada a maioria dos egressos não realiza outra graduação (89%), realiza cursos

de pós-graduação (60%), tem fluência em línguas estrangeiras, com destaque para o

inglês e o espanhol, realizaram estágio durante a graduação (86%) e avaliam seus

respectivos cursos como “bom” ou “excelente” (89%). Em relação ao mercado de

trabalho, os egressos apresentaram uma maior concentração na faixa salarial de 5 a

10 salários mínimos, atuando principalmente no setor privado (47%), sendo que mais

de 50% já estava empregado quando da conclusão do curso, atuando principalmente

em São Paulo e no Distrito Federal.

Vale destacar ainda o acompanhamento realizado PUC-Minas, precursora na

área de Relações Internacionais no Brasil, e a pesquisa realizada com egressos da

Graduação em Relações Internacionais apresentada por Kindermann e Nogaredo

(2016), realizada com 83 do total de 735 egressos de RI da instituição. Alguns

resultados de ambas podem ser verificados no quadro abaixo.

Quadro 2 – Resultados das pesquisas de egressos aplicadas pela PUC-Minas e pela UNISUL

Egressos PUC Minas Egressos UNISUL

2007 2010 2012 Tubarão Florianópolis

Realizou estágio

Sim 67,3% 69% 70% 72% 89%

Não 32,7% 31% 30% 28% 11%

Outra graduação

Sim 29,6% 31% 27% 85% 77%

Não 70,4% 69% 73% 15% 23%

Pós-graduação

Sim 68,9% 66,2% 66,2% 67% 61%

Não 31,1% 26,9% 34% 41% 39%

Tempo para o primeiro emprego

Menos de 6 meses 50,8% 57,1% 50% 80% 70%

Entre 6 meses e 1 ano 15,6% 19,9% 13% 10% 16%

Entre 1 ano e 2 anos 10,1% 13,4% 11% 2% 7%

Mais de 2 anos 6,5% 9,5% 10% 8% 7%

Não obtive trabalho depois de graduado

17,1% 16%

Setor de atuação

Acadêmico 17,6% 15,6% 14% 3% 7%

Privado 42,8% 52,1% 52% 79% 64%

Público 27% 25,1% 29% 15% 18%

Terceiro Setor 12,6% 7,1% 5% 3% 11%

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Grau de Satisfação

Alto ou muito alto 52,8% 62,6% 62,9% 75% 73%

Médio 16,6% 28,4% 27,8% 18% 25%

Baixo ou muito baixo 7,5% 9,1% 9,3% 7% 2%

Adequação das atividades

desempenhadas à área de RI

Alto ou muito alto 28,2% 36,9% 32,3% 31% 32%

Médio 22,1% 24,9% 32,8% 28% 29%

Baixo ou muito baixo 26,7% 38,2% 34,9% 41% 39%

Fonte: Elaborado pelos autores com base nas pesquisas de egressos do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas 2007, 2010 e 2012 e na pesquisa de Kindermann e Nogaredo (2016).

3. Resultados da pesquisa com egressos na UFSC

A pesquisa com egressos do curso de graduação em Relações Internacionais

da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi realizada em 2016, motivada

principalmente pela necessidade de coletar insumos para que se avaliasse

necessidade de mudanças curriculares na grade do curso. Os questionários, aplicados

pelo Collecta (Sistema de Computação para coleta de dados da UFSC), seguiram o

modelo adotado pela PUC-Minas, de forma a permitir comparação entre os resultados.

Foram enviados questionários para todos os egressos do curso de RI desde a primeira

turma de formados, que ingressou no primeiro semestre de 2009 e se formou no fim

de 2012, até os que se formaram no primeiro semestre de 2016, totalizando uma

população de 185 egressos. Deste total, 59 responderam o questionário, o que

representa um índice de sucesso de 31,9%. Esse coeficiente relativamente alto de

reposta pode ser atribuído ao procedimento de abordagem, com contato pessoal (via

Facebook) e contando com a colaboração da Coordenação e professores do Curso,

alunos regulares e egressos que mantêm contato com o público alvo da pesquisa.

Embora a análise dos resultados para os egressos de RI/UFSC proceda uma

comparação, em alguns indicadores, com os resultados obtidos junto aos egressos de

RI/PUC-Minas (em pesquisa realizada em 2012), deve-se salientar que essa

comparação tem limitações. Por exemplo, a amostra de respondentes da PUC-Minas

tem uma incidência maior de egressos com mais tempo desde a formatura.

Um primeiro resultado diz respeito à situação presente dos egressos de

RI/UFSC. A Figura 2 indica que os egressos que estão trabalhando ou estudando

(pós-graduação ou outro curso de graduação) alcança 76% dos respondentes. Deve-

se atentar, ainda, para o fato de que dos 24% que estão sem trabalho e não estão

estudando, há um contingente de pessoas que não estão, de fato (por diversas

razões), buscando trabalho/estudo.

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Figura 2 – Situação Atual dos Egressos de RI/UFSC

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016

Quanto ao tempo percorrido entre a conclusão do curso e o primeiro emprego,

pode-se observar (Figura 3) que o contingente mais expressivo dos egressos, que

trabalhava no momento da pesquisa, obteve seu primeiro emprego ainda antes da

formatura. Nota-se também que boa parte das primeiras colocações no mercado de

trabalho é alcançada em até 1 anos após a conclusão do curso (18,8% dos

respondentes). É importante considerar, ainda, que significativa parcela dos

respondentes da pesquisa graduou-se após 2015.1 (60% dos entrevistados formou-se

entre 2015.1 e 2016.2), período em que se agravou a crise econômica no Brasil.

Figura 3 – Tempo médio decorrido entre a graduação (RI/UFSC) e o primeiro trabalho

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016

Na Figura 4 resumem-se os resultados relacionados com a forma pela qual os

egressos afirmam que obtiveram seus empregos. Pode-se notar que a rede de

sem trabalho 24%

estudando (GouPG)

27%

trabalhando 49%

0

5

10

15

20

25

30

Já Trabalhava < 0,5 ano 0,5-1 ano 1-2 anos + 2 anos sem trabalho

em

% (

tota

l re

spo

nd

en

tes)

36

6,812%

1,7 1,7%

42

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networking dos graduados tem um papel decisivo na obtenção de uma posição no

mercado de trabalho. Alternativas mais convencionais, como anúncios em websites e

jornais e efetivação em cargos de estágios, são menos representativas.

Figura 4 – Meio pelo qual egressos (RI/UFSC) obtiveram seu emprego (% de respondentes com emprego)

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016

Uma análise que busca capturar mudanças nas expectativas diz respeito a

como os egressos avaliavam as chances de obter uma colocação no mercado de

trabalho como bacharéis em RI enquanto estudantes e, depois disso, como já

graduados. A Figura 5 ilustra esse resultado e indica que as expectativas extremas –

muito altas, de um lado, e baixas e muito baixas, de outro – são ampliadas a partir da

formatura.

Figura 5 - Expectativa em relação ao mercado de trabalho para bachareis em Relações Internacionais, enquanto aluno e graduado

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016

Websites e Jornais

11%

Contato Pessoal

39%

Efetivação após estágio

11%

Trainee 7%

Outros 32%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Aluno Graduado

Expectativa em rel Mercado TrabalhoMuito Baixa Baixa Média Alta Muito Alta

41%

22%

10 15%

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Considerando os respondentes que estavam empregados no momento da

pesquisa, foi questionado quais são principais atividades desenvolvidas por eles no

trabalho. Os resultados (em participação relativa de cada atividade) para os egressos

do curso de RI/UFSC e RI/PUC-Minas estão na Figura 6. Pode-se notar que o perfil de

atividades dos egressos de RI/UFSC tem uma incidência maior em atividades

relacionadas ao apoio à administração/gestão de negócios, como vendas, gestão de

projetos e de finanças e marketing.

Figura 6 – Principais atividades desempenhadas no trabalho, por egressos RI/UFSC

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016 RI/PUC-Minas/2012

Ainda em relação aos respondentes empregados, a pesquisa buscou aferir o

grau de satisfação em relação às atividades desempenhadas no trabalho e também o

grau de adequação dessas atividades à área de Relações Internacionais e a

disciplinas relacionadas. A Figura 7 evidencia a relação entre essas duas respostas

para os casos dos egressos de RI/UFSC e RI/PUC-Minas. Os dois percentis finais

(alto e muito alto) estão de acordo com o esperado; isto é, uma participação menor de

respondentes que atribuem uma satisfação muito alta (em relação à alta) está

associada a uma participação também menor de respondentes que avaliam o tipo de

trabalho como adequado ao conteúdo de RI. Cabe ressaltar, contudo, que no caso dos

egressos RI/UFSC, um pequeno percentual de graduados afirma que o nível de

satisfação das atividades desenvolvidas no trabalho é baixo/muito baixo (14%), mas

essa participação é mais significativa nos níveis baixo/muito baixo quando a pergunta

refere-se ao grau de adequação das atividades do trabalho em relação ao conteúdo do

curso de RI (69%).

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

UFSC PUC-MG

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Tabela 7 - Grau de satisfação em relação às atividades desempenhadas no trabalho e grau de adequação dessas atividades em relação à área de Relações Internacionais

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016 RI/PUC-Minas/2012

Por fim, é válido ainda buscar evidências da importância do estágio e outras

atividades extraclasse sobre o desempenho apurado na pesquisa de egressos. No

caso dos egressos de RI/UFSC, 73% dos respondentes tiveram experiência de estágio

durante o curso de graduação (Figura 8). Destes 43 egressos que realizaram estágio,

93% afirmam que o estágio foi importante para sua formação. Uma tentativa de avaliar

se a opção de fazer estágio tem tido efeito sobre a empregabilidade do egresso está

ilustrada na Figura 9. Na hipótese de que as combinações estágio(sim)-emprego(sim)

e estágio(não)-emprego(não) fossem predominantes, as dimensões das esferas nos

quadrantes nordeste e sudoeste deveriam ser prevalecentes. Nota-se que a

combinação estágio(sim)-emprego(sim) é a mais dominante (25 respostas), contudo a

combinação estágio(sim)-emprego(não) é também significativa (18 respostas). Esse

resultado está em linha com aquele obtido na questão referente ao meio para obter

emprego (que indica uma baixa participação da efetivação profissional a partir do

estágio).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

Satisfação em relação ao trabalho

Satisfação em relação ao trabalho

Adequação do trabalho em relação a RI

Adequação do trabalho em relação a RI

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Figura 8 – Egressos RI/UFSC que realizaram estágio durante o curso e importância do

estágio para formação

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016.

Tabela 9 – A relação entre a realização de estágio e a situação de empregado do

egresso RI/UFSC

Fonte: Dados brutos: Pesquisa com egressos RI/UFSC/2016.

Cabe, por fim, mencionar o alto engajamento dos egressos RI/UFSC, enquanto

acadêmicos, em atividades de pesquisa e extensão (apenas 8,5% dos respondentes

afirmaram que não participaram de qualquer atividade de pesquisa e extensão durante

a graduação). Essas atividades contemplam desde eventos de divulgação de pesquisa

e participação em grupos de pesquisa até o envolvimento em atividades de natureza

política e de extensão profissional.

0

10

20

30

40

50

60

70

Estágio durante o curso Estágio foi importante?

Estágio durante Curso de RI

Sim Não

59

73%

27%

93%

7% 43

Emp

rego

Estágio

Estágio vs Emprego

SIM

SIM

NÃO

NÃO

2

18

12

4

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Considerações finais

Para que seus resultados possam ser retroalimentados em mudanças que

proporcionem melhoria da qualidade dos cursos, as pesquisas dos egressos devem

ser estabelecidas a partir de objetivos departamentais e institucionais consensuados.

Para a pesquisa realizada junto aos egressos da Graduação em Relações

Internacionais da UFSC o objetivo inicial era principalmente gerar insumos que

permitissem avaliar a necessidade e o direcionamento de ajustes curriculares. Neste

caso ainda não há resultados a relatar, pois ainda é necessário avançar na discussão

de seus resultados entre os professores. Algo a se pensar é que a melhoria da

qualidade de ensino passa não apenas pela grade curricular, mas pelo modo como as

disciplinas são oferecidas. Os alunos de Relações Internacionais da UFSC, como

outros de sua geração, interessam-se por atividades desafiantes, o que vem sendo

incorporado na prática de diversos professores, individualmente ou em colaboração.3

Por outro lado, optou-se por não desenhar questionário próprio voltado

especificamente àquele objetivo, sob pena de não ser possível comparar seus

resultados com aqueles aplicados por outras universidades – no caso, a PUC-Minas.

Apontou-se, entretanto, limitação em tal comparação. Parte dessa limitação

certamente poderá ser superada com a publicação dos resultados de pesquisa

realizada pela Universidade Federal de Uberlândia, a pedido do Ministério da

Educação, com vistas a gerar subsídios para o Conselho Nacional de Educação em

suas Diretrizes Curriculares Nacionais de Relações Internacionais. O questionário

também seguiu em grande medida o modelo da PUC-Minas.

Para pesquisas futuras, recomenda-se que os componentes de resultados,

engajamento e competências sejam separados. No caso da pesquisa aplicada, por

exemplo, todas as atividades extraclasse realizadas – desde a participação em grupos

de pesquisa e extensão, passando pela participação em atividades do centro

acadêmico estudantil e Atlética, até a participação nas associações nacionais de

estudantes, foram mantidas em uma única questão, o que impossibilita avaliar o peso

de cada atividade na formação profissional e cívica dos estudantes. Também é

necessário cruzar os dados com aqueles referentes à experiência pré-universitária.

Referências

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3 Para um relato de algumas experiências ver Dri et al (no prelo).

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