Feromônios Tradução Capítulo de Livrol

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13.1 - INTRODUÇÃO Como nós somos mamíferos, é muito provável que muitos aspectos comportamentais e psicológicos da biologia humana seja influenciados pelos ferormônios. Entretanto, apenas recentemente a importância das pistas químicas para os humanos se tornou clara, então eu começo por investigar a evidência que os odores são importantes para os humanos. E depois eu olho para como esses odores naturais são produzidos e percebidos. As respostas humanas para perfumes e essências artificiais formam um livro em si. Os humanos são uma das 200 espécies vivas de primatas (Dixson 1998) enquanto a gente e nossos relativos mais próximos, os grandes macacos ( gorilas, orangotangos, bonobos e chimpanzés), não usamos a nossa comunicação de odores da mesma forma que os macacos do antigo e novo mundo usam, comunicação química ainda é importante para nós. Diferentemente dos outros primatas, humanos e grandes macacos possuem glândulas nas axilas. Em termos de numero e tamanho das glândulas sebáceas e apócrinas, os humanos tem que ser considerados os primatas mais perfumados de todos. Essas glândulas do cheiro dão uma infinidade de produtos naturais que envolvem o corpo com uma complexa e provavelmente um distintivo individual, uma marca volátil. A olfação é o sentido reprimido na sociedade contemporânea ocidental. Nós damos o mínimo de atenção e parecemos valorizá-la como o ultimo dos nossos sentidos. Porém, a sua importância é percebida quando perdida. Oliver Sacks menciona um homem que perdeu o seu olfato depois de uma lesão na cabeça: “quando eu perdi (meu olfato) foi como ter sido cegado. A vida perdeu uma boa parte do seu sabor – ninguém percebe o quão saboroso é o olfato. Você cheira pessoas, você cheira livros, você cheira a cidade, você cheira a primavera – talvez não conscientemente, mas com uma inconsciência rica a fundo de todo o resto. Meu mundo inteiro foi de repente e drasticamente empobrecido”. (O.

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Tradução do capítulo 13

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13.1 - INTRODUO

Como ns somos mamferos, muito provvel que muitos aspectos comportamentais e psicolgicos da biologia humana seja influenciados pelos ferormnios. Entretanto, apenas recentemente a importncia das pistas qumicas para os humanos se tornou clara, ento eu comeo por investigar a evidncia que os odores so importantes para os humanos. E depois eu olho para como esses odores naturais so produzidos e percebidos. As respostas humanas para perfumes e essncias artificiais formam um livro em si.

Os humanos so uma das 200 espcies vivas de primatas (Dixson 1998) enquanto a gente e nossos relativos mais prximos, os grandes macacos ( gorilas, orangotangos, bonobos e chimpanzs), no usamos a nossa comunicao de odores da mesma forma que os macacos do antigo e novo mundo usam, comunicao qumica ainda importante para ns. Diferentemente dos outros primatas, humanos e grandes macacos possuem glndulas nas axilas. Em termos de numero e tamanho das glndulas sebceas e apcrinas, os humanos tem que ser considerados os primatas mais perfumados de todos. Essas glndulas do cheiro do uma infinidade de produtos naturais que envolvem o corpo com uma complexa e provavelmente um distintivo individual, uma marca voltil.

A olfao o sentido reprimido na sociedade contempornea ocidental. Ns damos o mnimo de ateno e parecemos valoriz-la como o ultimo dos nossos sentidos. Porm, a sua importncia percebida quando perdida. Oliver Sacks menciona um homem que perdeu o seu olfato depois de uma leso na cabea: quando eu perdi (meu olfato) foi como ter sido cegado. A vida perdeu uma boa parte do seu sabor ningum percebe o quo saboroso o olfato. Voc cheira pessoas, voc cheira livros, voc cheira a cidade, voc cheira a primavera talvez no conscientemente, mas com uma inconscincia rica a fundo de todo o resto. Meu mundo inteiro foi de repente e drasticamente empobrecido. (O. Sacks, The man who mistook his wife for a hat, citado em Classen et al. 1994, p.1.) Na obra imaginative de Suskind, O Perfume (1986), o sinistro personagem principal possui um senso extraordinrio do olfato e memria dos odores, mas sem um cheiro seu.

O pequeno tamanho relativo do bulbo olfatrio no crebro, mas o sentido da olfao mais complicado do que simples propores cerebrais (Schaal & Porter 1991). Pequenos bulbos olfatrios no demonstram que o cheiro seja irrelevante, porque o numero de neurnios que eles possuem pode ser menos importante do que as suas integraes: mensagens olfatrias complexas tambm so decodificadas em outras regies do crebro em adio ao bulbo olfatrio. (Kevern 1983)

Nos humanos, assim como em outros mamferos, parece que a maioria das preferencias de odores so aprendidas e que as experincias individuais e culturais so fatores importantes, porm, como em cegueira para as cores, a variedade de odores que podem ser detectadas talvez sejam geneticamente determinadas. Soussignan usou a expresso facial de bebs recm-nascidos para julgar as suas respostas a odores ( por exemplo, sorriso ou nojo). A respostas de recm-nascidos para alguns odores so bem diferentes das de adultos e isso continua at o comeo da infncia. Por exemplo, crianas novinhas com idade entre 4 e 5 anos toleram odores como cido butlico (cheiro de manteiga ?) o qual crianas mais velhas e adultos acham desagradvel e nojento (Schaal 1988). Respostas apropriadas a alguns odores podem ser aprendidas.

13.2 Aspectos sociais e culturais dos odores e humanos

O cheiro no apenas um fenmeno biolgico e psicolgico: o cheiro cultural, por isso um fenmeno histrico e social.

Evidencias que as pistas olfativas so importantes para humanos vem de estudos detalhados de casos por clinicas psicolgicas e psiquitricas, juntas com dados comparados de antroplogos, etlogos e socilogos (Schaal & Porter 1991). Sociedades diferentes talvez possuam diferentes universos de odores. Esses, em parte, do origem diferentes osmologias (palavras em diferentes idiomas que tambm refletem significados culturais).

Nos ltimos 300 anos, normas culturais no mundo ocidental levaram a intensa supresso e mascaramento dos odores naturais do corpo e controle sobre a evidente apreciao (Schaal 1988). Entretanto, essas atitudes no so inteiramente recentes, como os gregos antigos comentaram do cheiro ruim das axilas. Cheiro pode ser politico: aqueles muito pobre para se manter limpos facilmente desprezados como sujos.

Em algumas culturas no ocidentais, que podem ser descritas como descobrindo o cheiro, atitudes para os cheiros dos outros so muito diferentes. Por exemplo, entre os Yanomamos da Amaznia ou os Kaum-Irebe da Nova Guin, esfregar os corpos dos outros e depois cheirar os dedos so atos comuns (Schaal & Porter 1991).

At hoje na sociedade ocidental, odores corporais possuem um lugar especial na interao sexual. Algum contato (pessoal) anncios requisitam parceiros para permanecer sujos ???. No sculo 19 dito que Napoleo escreveu para a Empress Josephine pedindo para ela no se lavar durante as duas semanas antes deles se encontrarem de novo.

Odores corporais (tanto naturais como adicionados culturalmente, por exemplo, por perfumes) so importantes para as pessoas em ambas as sociedades ocidentais ou orientais. Os motivos e tcnicas subjacentes para suprimir o nosso prprio odor natural produzido pelo corpo e adicionar odores artificiais, variam muito entre culturas ou ainda com eles (Schaal & Porter 1991). A funes de adicionar odores incluem, primeiramente, como uma marca de um mesmo grupo/outro grupo. Segundo, perfumes sedutores esto em uso em quase todos os lugares: em Melansia, homens usam um forte cheiro almiscarado durante danas e, claro, anncios de perfume enchem revistas ocidentais.

Como muitos aspectos do nosso comportamento, a nossa atual condio to fortemente influenciada pela evoluo social que difcil distinguir influncias culturais das biolgicas. At uma abordagem moderna de cultura cruzada podem no nos fornecer respostas, como nenhuma atual sociedade necessariamente apresenta a resposta e produo de odores dos ancestrais paternais. O desafio descobrir os odores biolgicos e as respostas que dependem da experincia, e potencialmente comum para todos os humanos. A ideia que os odores podem ter efeito sobre as nossas emoes ou subconsciente, e que no est inteiramente sob o nosso controle, assustadora para as nossas sensibilidades modernas (mas paradoxalmente, ao mesmo tempo, sempre o chamado das propagandas de perfume). Qual a evidencia que os odores humanos so biologicamente importantes para ns?

13.3 Evidncia que a olfao importante no comportamento e biologia humana.

Pistas qumicas so importantes em duas reas principais do comportamento humano e biolgico: primeiro, para o reconhecimento de parentes e pessoas familiares e para distinguir categorias biolgicas como masculino e feminino; e, segundo, como ns ainda estamos descobrindo, a olfao tem um papel importante na reproduo comportamental e biolgica.

13.3.1 Reconhecimento

Para uma espcie que j pensou possuir um sentido de olfao reduzido, ns somos surpreendentemente bons em reconhecer as pessoas familiares pelo cheiro. Uma pista para a individualidade dos nossos odores dada pela facilidade com a qual os cachorros so capazes de nos separar pelo cheiro (a no ser que formos gmeos idnticos em dietas idnticas). Apenas recentemente as habilidades humanas para fazer isso foram investigadas mais sistematicamente com resultados surpreendentes.

O experimento tpico questiona as pessoas as quais as habilidades esto sendo testadas para sentir o cheiro que coletou em um pedao de roupa padronizada. Esta geralmente uma camisa limpa providenciada pelos experimentadores, na qual o doador do odor usou por um tempo, talvez durante a noite. Os doadores do odor geralmente recebem instrues, incluindo quais sabonetes usar e evitar comidas de cheiro forte, para tentar minimizar o numero de odores ambientais que poderiam afetar os testes. O uso de camisetas ou extratos de odor de vrios tipos, facilitam a padronizao de experimentos e fazem reaplicaes possveis. Doadores de odor no precisam estar presentes durante os testes, removendo o rico que as respostas vo ser influenciadas pelas caractersticas visuais, auditivas ou comportamentais dos doadores de odor.

Os odores que ns produzimos refletem o nosso estado metablico e a psicolgico interno em uma interao complexa entre a nossa maquiagem gentica e o ambiente, incluindo dieta. Os odores carregam mensagens que do pistas para nossa idade, gnero, fase reprodutiva e estado de sade. Muitos desses sero importantes no reconhecimento de pretendentes em potencial e na escolha de um parceiro.

Machos e fmeas humanas uma vez que atingem a puberdade, podem ser frequentemente distinguidos pelos seus odores. Entretanto, os resultados dos experimentos so misturados e as vezes, identificaes corretas so feitas ainda menos regularmente do que por vez. Pessoas frequentemente erram, comumente assumem que cheiros fortes vm de machos mesmo que no seja o caso. Nesses e em tantos outros testes de odores, mulheres tendem a acertar mais vezes que homens.

Varios testes de habilidades de reconhecimento de suas prprias camisetas pelo odor tem sido feitos. Por exemplo, entre um quarto ou um tero das pessoas conseguem corretamente pegar as suas prprias camisetas pelo cheiro ou pela escolha de 10 camisetas usadas em 2 ou 3 testes. A mesma proporo de pessoas conseguem identificar corretamente o seu parceiro pelo cheiro.

13.3.1.1 pais e filhos, incluindo bebs

Alguns dos trabalhos mais importantes sobre reconhecimento humano pelo odor foram feitos atravs da interao entre me e bebs recm-nascidos.

Bebs recm-nascidos aprendem o odor especifico de suas mes nas primeiras horas aps o nascimento e pelos 3 dias de idade vo preferir almofadas que carreguem o cheiro dos seios de suas mes ao invs de almofadas limpas de outra me de leite. O beb tambm aprende o odor individual da axila de sua me e vo se virar para esse odor em teste. Bebs mexem menos a cabea e braos e sugam mais quando so expostos aos odores de suas mes.

As bases do olfato para o reconhecimento individual provvel que incluam odores relacionados com o Complexo Principal de histocompatibilidade (MHC). Talvez hajam efeitos de longo termo dessas precoces experincias olfativas nas escolhas adultas de parceiro.

Naturalmente ocorre que odores maternais so comuns a todas as mes lactantes, incluindo secrees das glndulas da pele na aureola ao redor do mamilo, talvez deve ter um papel em guiar o recm-nascido para o mamilo e isso contribui para uma ligao e suco mais rpida. Estas pistas olfatrias so interrompidas pela lavagem. Se oferecida a escolha, bebs nascidos recentemente se viram espontaneamente e sugam do peito no-lavado. Enquanto o beb est alimentado ou dormindo, a me tambm est aprendendo o seu odor. Mes conseguem reconhecer os seus bebs pelo odor sozinho com os 6 primeiros dias mesmo que eles apenas tenham tido contato de poucas horas. Experimentos posteriores por Kaitz mostraram que todas as mes com o sentido do olfato desimpedido puderam reconhecer os seus bebs pelo cheiro aps ter tido algumas horas de contato. Nas horas aps ter dado a luz, muitas mes classificam os odores de seus filhos pedindo e achando odores de beb no geral, agradveis. Em mes de primeira viagem, isso e o sucesso no reconhecimento dos odores de seus prprios bebs, esto positivamente correlacionados com o seu nvel de homnimo adrenal, cortisol. Cortisol pode ser simplesmente um marcador de medida facilitador para outro, ainda no identificado, mudanas hormonais mudam subjacentemente s mudanas de percepo. Reconhecimento olfativo no confinada hora aps o nascimento. Mes podem reconhecer seus filhos mais velhos tambm pelo cheiro.

O conforto dado por cobertores de segurana e outros objetos de apreo favoritos carregam para crianas mais novas um importante papel para o cheiro familiar (objetos de apego podem ser rejeitados se lavados) Crianas novas com dificuldades de dormir podem ser acalmadas pelo auxilio de odores familiares de sua me.

Outros membros da famlia tambm podem reconhecer uns aos outros pelo cheiro. Em um teste de descriminao de duas escolhas, a maioria dos pais reconheceram corretamente as camisetas vestidas pelos seus prprios infantes em menos de 72 horas aps o nascimento. Tias e avs tambm identificam com segurana os seus parentes recm-nascidos pelo cheiro. Crianas com idade entre 3-8 anos similarmente so capazes de identificar corretamente camisetas usadas pelos seus irmos de idades parecidas.

O entendimento desenvolvido da olfao nas relaes entre mes e recm-nascidos tem importantes implicaes clinicas prticas. Por exemplo, remover os odores do peito lavando podem reduzir as pistas olfativas importantes no inicio da amamentao. Limpeza no necessrio virtude. Semelhantemente, contato olfatrio prximo entre mes e recm-nascidos nas horas aps o nascimento podem ser importantes para ambos aprenderem as assinaturas de cheiro um do outro, em um tempo no qual a me e o beb podem ter sido psicologicamente marcados para aprender o odor de cada um.

Reconhecimento precoce de infantes recentes pode ser facilitado pela semelhana entre os seus odores e de outros membros da famlia a quem so relacionados. Muitos animais podem usar combinao de fentipo para reconhecer relativos geneticamente mas animais no familiares. Essa habilidade foi testada em humanos ao pedir a estranhos para combinar o odor da camiseta de crianas e pais, o que eles conseguiram fazer com sucesso. Presumiu-se que se estranhos podiam fazer isso, membros familiares tambm seriam capazes. Pistas como dieta em comum entre crianas e pais foram excludas dos fatores.

13.3.2 odores e memria

Memorias so poderosamente associadas com odores. Talvez o mais famoso exemplo na literatura Prousts account, no seu romance Swanns way, o jeito de provar e cheirar um biscoito mergulhado em ch de Madeleine desencadeou um intenso prazer e memorias da infncia do heri. Memoria de odor (de odores e as memorias associadas ou evocadas pelos odores) podem ser um sistema de memoria separado da memoria verbal e visual. Testes laboratoriais sugerem entretanto, que odor associado com memorias no so lembrados com mais preciso . Porm, odores parecem ser pistas melhores para a memoria porque elas evocam mais lembranas emocionais, o que se sentiu ser mais real do que outras associaes de memoria estimuladas, como estimuladas pela viso. Recentemente, odores artificiais usados em um museu para fazer a exibio do sculo 10 sobre os vikings mais autentica, deu a oportunidade desse fazer testes de campo sobre associaes de memoria. Apesar da maior parte do tempo desde a sua ultima visita ter sido h mais de 6 anos, pessoas foram capazes de responder mais questes sobre o museu se os odores da exibio foram apresentados durante o questionrio. Memrias de curto-prazo de estimulaes visuais so superiores a aquelas do teste de reconhecimento do odor. Porm, apenas 4 meses depois, a preciso do reconhecimento do odor melhor do que reconhecimento visual. Schaal & Poter imaginaram se a memoria para odores individuais possa ser um mecanismo de longo-prazo para o reconhecimento social. Humanos adultos, por exemplo, so capazes de identificar seus irmos adultos corretamente atravs do odor at se eles no tiveram contato nos ltimos 30 meses.

13.3.3 A escolha de parceiros

No novidade que o cheiro que exalamos importante para a escolha de parceiros pelos humanos. O cheiro humano mais procurado um liberador de feromnio que faa o usurio ficar irresistvel para parceiros em potencial. Existe um grande nmero de relatos, a maioria dos anos 70, sobre os efeitos do pig pheromone (Feromnio do porco?) sobre o comportamento humano. Esses experimentos incluem, por exemplo, uma classificao de fotografias quando expostas ao 3-androstenol (homens classificaram mais positivamente fotos de mulheres) e cadeiras de salas de espera na qual possuam um cheiro contendo 5-androstenona (as mulheres tendem a escolher essas, aparentemente). Essas mesmas histrias parecem ser recicladas pela mdia quase todos os anos.

Os experimentos foram solicitados aps a descoberta da androstenona nas axilas humanas. Esses experimentos so interessantes, e descrevem efeitos que podem um dia serem apresentados como robustos. No entanto, existem fraquezas nos mtodos utilizados nos experimentos, por exemplo o projeto experimental ou a falta de controle de odores neutros. Uma experincia mais natural sobre a atratividade do 3-androstenol no mostrou efeitos.

Variadas formas de escolha de parceiros podem ser baseadas em odores. O desenvolvimento das glndulas odorferas nos humanos na puberdade, particularmente as glndulas axilares, e as diferenas entre as taxas de secreo em homes e mulheres, tudo aponta para que essas glndulas sejam sexualmente escolhidas. Em muitos mamferos, as fmeas usam o odor para a escolha do macho dominante, cujos altos nveis de andrgeno produzem maiores odores nas glndulas. Teoricamente, as mulheres podem ser atradas pelos homens dominantes, aquele com o maior odor nas axilas, as principais glndulas endgeno-dependentes nos humanos. Entretanto, ns no temos evidencia disso atualmente em humanos. Humanos talvez usem odores como pistas para evitarem parceiros com doenas (odores corporais so utilizados por mdicos e dentistas para diagnsticos). Sinais de odor relacionados com a simetria parecem oferecer informaes semelhantes. Por fim, parceiros parecem ser escolhidos para aperfeioar a procriao, evitando parentes prximos. Essas possibilidades so discutidas na seo 13.3.3.1.

Infelizmente, apesar da atrao da ideia do cheiro irresistvel, e dos muitos produtos comercializados na fora dela, no h boas evidncias ainda de que qualquer cheiro ir garantir - ou mesmo aumentar- o sucesso na escolha. Apesar disso, evidncias da influncia do odor na escolha do parceiro no ser humano muito interessante, em particular trabalhando o possvel papel do complexo principal de histocompatibilidade, descrito na prxima seo.

13.3.3.1 o complexo principal de histocompatibilidade (MHC) e a escolha de parceiro humana

Odores associados a enorme variedade do MHC do sistema imunolgico so usados por ratos para evitar acasalamento com parentes prximos [Achei a frase estranha mas a traduo parece ser essa mesmo...]. Os ratos conseguem distinguir outro rato geneticamente idntico diferindo apenas um local do MHC. Notavelmente, os humanos tambm so capazes de distinguir os odores desses mesmos ratos. Humanos tambm possuem um sistema de imunidade MHC, no qual para humanos chamado de HLA (Human Leukocyte Antigen Antgeno Leucocitrio Humano) porque as molculas esto em leuccitos, um tipo de glbulo branco. Como os seres humanos possuem tanto a variabilidade em odores MHC quanto a capacidade de detect-los, vamos us-los na escolha de parceiro?

Experimento de odores com camisas

A primeira investigao do MHC e a escolha de parceiros examinou as respostas de estudantes femininas da Sua para um odor presente em uma camisa de algodo que tinha sido utilizada por um estudante do sexo masculino. (Wedekind et al. 1995). Wedekind classificou tecidos de homens e mulheres para determinar seus grupos HLA (MHC) e comparar as respostas quando as mulheres tinham um MHC similar ou dissimilar ao homem que tinha vestido a camisa. Mulheres que no estavam tomando a plula oral contraceptiva preferiram os odores de camisas previamente utilizadas por homes de MHC dissimilar. Em contra partida, mulheres que estavam tomando a plula contraceptiva preferiram camisas de homens com MHC similar. Esse resultado no foi devido a diferena de intensidade da percepo de odores. Odores preferidos pelas mulheres, tanto as que tomavam plula quanto as que no, foram classificados to intensamente quanto os odores menos preferidos; essa observao importante porque odores fortes geralmente causam repulsa nesse tipo de experimento. Ao serem perguntadas sobre quem elas lembraram ao cheirarem a camisa, as mulheres tendiam a dizer o atual ou um ex-parceiro se a camisa tinha o odor de um homem com MHC-dissimilar.

Em um segundo experimento, projetado ligeiramente diferente, mas com a o mesmo protocolo de camisetas, foram testadas as respostas de ambos os sexos para odores femininos e masculinos. As mulheres no tomavam contraceptivos e os homens preferiram os odores de indivduos com MHC-dissimilares, e a preferncia foi negativamente correlacionada com o grau de semelhana entre o MHC farejador e o da utilizadora da camiseta. A preferncia parece ter ligao com o MHC diferente, e no por qualquer outra complementar particularidade da combinao de MHC. Novamente, em contraste, mulheres que tomavam plulas preferiram odores de MHC-similares.

A plula contraceptiva atua estimulando hormnios da gravidez. A preferncia reversa das mulheres que tomavam a plula sugere para Wedekind e colaboradores que durante a gravidez as mulheres talvez prefiram parentes prximos, assim como uma rata tende a criar seus filhotes em cooperao com outras ratas que possuam MHC-similar. (Captulo 3)

As primeiras experincias tm sido criticadas (veja Hedrick & Loeschcke 1996, e a resposta de Wedekind), mas Wedekind cauteloso em sua interpretao dos experimentos. Ele argumenta apenas que eles mostram que as fmeas e os machos podem discriminar odores de MHC-relacionados. O dado "lembrando do passado ou presente" sugere (mas no mais) que essas preferncias so relacionadas.

Em um estudo sobre perfumes e MHC, Milinski e Wedekind (2001) descobriram que pessoas com dado MHC tendem a escolher os mesmos ingredientes de perfume, e que esses eram diferentes dos escolhidos por pessoas com o MHC diferente. Isso s era verdade quando os indivduos eram pedidos para escolherem um perfume para eles mesmos, no quando questionados sobre qual perfume eles gostariam que um parceiro usasse. Milinski e Wedekind se perguntaram se perfumes eram selecionados para si mesmo para ampliar, de algum modo, os odores imunogenticos da prpria pessoa.

A escolha de mulheres por odores masculinos de MHC-relacionado influenciada pelos alelos HLA (MHC) herdados dos seus pais (mas no de suas mes) (Jacob et al. 2002). Nesse estudo, as mulheres foram capazes de detectar diferenas de um alelo HLA entre doadores de odor do sexo masculino com diferentes gentipos de MHC. Elas preferiram odores de doadores que tinham um alelo HLA em comum, ao invs daqueles que no possuam nada em comum ou que possuam alelos HLA idnticos. Os alelos HLA herdados dos pais eram mais importantes na determinao da escolha de preferencia do odor que a exposio aos odores do HLA associados a suas famlias. Um assunto fascinante foi aberto aqui e levaria a uma investigao mais aprofundada (veja reviso por Penn 2002). Como Wedekind e Fri concluram, ningum cheira bem para todo mundo: isso depende de quem est cheirando quem, e est relacionado aos seus respetivos MHCs.

Evidncias do casamento os dados populacionais

Seria de se esperar que se companheiros foram escolhidos para serem diferentes no MHC, haveria menos acasalamentos do mesmo tipo de MHC do que o esperado aleatoriamente. Entretanto, as estatsticas demonstram que isso pode ser difcil porque o alto polimorfismo do MHC torna rara quase todas as combinaes de acasalamento (Hedrick 1999). Acasalamentos no aleatrios para MHC foram encontrados em alguns experimentos com ratos (Captulo 3), mas a evidencia na populao humana contraditria (Edwards e Hedrick 1998; Penn 2002).

Em um estudo, dos 411 casais da populao de Hutterite (grupo do norte dos EUA e oeste do Canad isolado por crenas religiosas), casais eram menos propensos a compartilhar hapltipos (gentipos) de MHC do que o esperado, mesmo aps controle estatstico da cultura do tabu do incesto (Ober et al. 1997). Entretanto, um segundo estudo, de 194 casais de 11 tribos sul-americanas, no encontrou evidencias para no aleatria preferncia de companheiro MHC-dependente (Hedrick e Black 1997).

Ober et al. (1997) descobriu que em casais casados, cada parceiro foi um pouco menos propenso a ter outra MHC materna do que o esperado por acaso. Quando jovens, ratos aprendem os odores MHC dos seus parentes e irmos e, quando adultos, preferem parceiros que so diferentes (captulo 3). Se a escolha baseada no MHC ocorre em humanos, possvel que seja em resultado da impresso olfativa, dos bebes, no mamilo da sua me? Um mecanismo olfatrio pode tambm responder o kibutz ou efeito Westermarck no qual pessoas no fazem par com as pessoas com quem cresceram na mesma "famlia" ou prximas do seu convvio social (veja Schneider e Hendrix 200).

Uma vantagem seletiva de escolher um parceiro dissimilar uma taxa de implantao mais bem sucedida se o feto e me diferem em MHC (capitulo 3). Isso foi revelado, para a populao humana por uma anlise de resultados da gravidez na populao Hutterite, mencionada acima (veja comentrios por Ober 1999 and Penn 2002).

13.3.3.2 Simetria e odor

Em todo o reino animal, as fmeas podem usar simetria do corpo como um indicador sensvel da qualidade do sexo masculino (veja captulo 3 para discusso). Em humanos, homens que so aparentemente mais simtricos possuem mais parceiros sexuais, so considerados mais facialmente atraentes e tem mais casos (?) (referencias em Gangestad e Thornhill 1998). Em um teste duplo-cego, Gangestad and Thornhill pediram para mulheres classificarem a agradabilidade de camisetas usadas por homens diferentes. Normalmente, mulheres que estavam ovulando preferiram, no perodo de pico da fertilidade, o cheiro de homens simtricos. Da mesma forma, mulheres durante perodos de baixa fertilidade do seu ciclo no demonstraram preferencias por simetria ou assimetria. Curiosamentepara a idiade umferomnioatrativohumano, as mulheres classificaramas camisetasvestidas, por homens simtricos,comomais atraentes do que uma limpa,no usada.muito cedo para sabera que podem ser devido essesefeitos.

13.3.4 Anncio da ovulao estral (cio) ou oculta

Na maioria dos mamferos, ciclos hormonais conduzem a fmea para serem sexualmente receptivas durante intervalos discretos conhecidos como estral, sinalizado por mudanas de comportamento, cheiros e sinais visuais (Hrdy e Witten 1987). Em algumas espcies primatas, sinais olfativos so importantes, em outras existem sinais visuais como brilhantemente colorida pele sexual produzida durante o cio. Mas, em um numero de espcies primatas, incluindo os sers humanos, no existem sinais visveis para observadores humanos e as fmeas so sexualmente receptivas durante todo o ciclo. Essas espcies, inclusive os prprios humanos, so chamadas de concealed ovulators (ovulares ocultas) (Silln-Tullberg e Moller 1993). No entando, Dixson (1998, p.352) argumenta que muitas espcies de primatas descritos como com ovulaes ocultas, possuem diferenas rtmicas na atividade sexual atravs do ciclo ovariano que so sinalizadas por sinais olfativos, sutis pistas visuais ou resultando no aumento de iniciao feminina de acasalamento nesses momentos. Assim, para os machos dessas espcies, por exemplo, vervet sagis e micos, cio no oculto (mesmo que isso seja de observaes humanas).

A ovulao humana realmente escondida do sexto masculino (ou da prpria mulher)? No existem sinais visuais bvios mas trabalhos dos anos 70 sugerem que mudanas cclicas dos odores vaginais podem ser um sinal em macacos rhesus e, j que tambm somos primatas, talvez em humanos tambm.

Em muitas espcies de macaco, o comum chimpanz e gorila, o macho ir sempre cheirar intensivamente a vagina de uma provvel parceira, inserir um dedo e cheir-lo antes de acasalar (Dixson 1998, p.106). No incio dos anos 70, liberadores de feromnios sexuais em macacos rhesus foram relatados. Os feromnios, nomeados de copulins (copuladores), foram ditos ser C2-C5 cidos alifticos, encontrados na vagina de um fmea prxima da ovulao, o que atraa machos e esimulava comportamento sexual masculino (Michael e Keverne 1970). Esses mesmos cidos foram encontrados na secreo vaginal de algumas mulheres. Entretanto, outras pesquisas (Goldfoot et al. 1976; Goldfoot 1981) questionaram esses resultados: pistas olfativas no foram necessrias para macacos rhesus masculinos, as maiores concentraes de cidos alifticos em fmeas de macacos rhesus ocorreram aps o perodo frtil, e adicionando as naturais ou sintticas misturas com putativo "copulin" para fmeas ovariectomizadas no houve aumento do acasalamento por machos (ver comentrios de Dixson 1998, Stoddart 1990, Preti e Wysocki 1999). pistas olfativas no so descartadas, mas, nas evidncias atuais, um papel liberador chave para odores vaginais no suportado. As primeiras experincias, implicando cidos graxos (por Michael e colegas) utilizou respostas condicionadas com um pequeno nmero de machos de macacos rhesus, e podem ter sido inadivertidamente testado outras respostas aprendidas a estmulos olfativos. A histria complicada a histria uma questo complicada - no surpreendente j que o comportamento sexual dos primatas altamente complexa. No entanto, at o momento no h nenhuma evidncia de que "copulins" existam como feromnios humanos. O nico estudo duplo-cego placebo-controlado com 62 casais humanos por mais de 3 meses no mostrou aumento na atividade sexual quando a mistura de acido aliftico sinttico copulins ao invs de controlos (gua, lcool ou perfume) que era aplicado pela mulher contra o peito na hora de dormir (Morris e Udry 1978). Perturbadoramente, os primeiros trabalhos de Michael sobre copulins ainda so por vezes citado como evidncia de feromnios humanos, sem mencionar o debate associado.

Existe alguma pista odorfera para a ovulao humana? Em um teste sobre respostas humanas para odores vaginais, Doty et. Al. (1975) descobriu que embora o maioria dos resultados mostrem um padro, existem tantas variaes individuais entre os ciclos que odores no a maneira mais confivel para identificar a fase mais frtil. No entanto, como eles admitem, o teste de 'farejar' odores por um painel de voluntrios em um ambiente de laboratrio pode ser um pouco fora do contexto. Muitas respostas objetivamente psicolgicas de machos podem ser uma melhor forma para investigar essa questo. Em muitos mamferos, como as ratazanas, o nvel de testosterona no sangue aumenta em machos sexualmente maduros expostos a odores femininos (captulo 9), e esta foi a medida utilizada em um estudo no publicado, realizado por Jtte, de respostas dos machos humanos (Jtte, 1995 [not seen]). Infelizmente, os estmulos foram os 'copulins mencionados acima e os nmeros eram muito pequenos, mas a abordagem interessante.

Alteraes nas secrees de odores axilares e cheiros da boca em todo o ciclo menstrual tm sido relatados, mas at recentemente no havia evidancia que os seres humanos poderiam usar pistas olfativas para identificar a fase ovulatria. Singh e Bronstad (2001) tem agora sugerido que homens podem ser capazes de distinguir odores de mulheres em sua fase ovulatria (folicular final) e no ovulatria (fase lutenica).

13.3.5 Priming pheromones (Feromnios pr-ativadores)

Feromonios pr-ativadores atuam evocando uma cascada de efeitos via estimulao do sistema endcrino; seus efeitos na reproduo de ratos, ovelhas e saguis esto bem estabelecidos (captulos 6 e 9). Recentemente, evidencias de feromnios pre-ativadores foi reforada.

13.3.5.1 Sincronia menstrual

Influencias fmea-fmea

Mulheres que vivem juntas e interagem durante muitos meses podem, sob certas circunstancias, desenvolver ciclos menstruais sincronizados (McClintock 1971, 200; Weller e Weller 1993, 1997).

Experimentos recentes tem demonstrado um mecanismo de feromonio para sincronia menstrual: secrees produzidas por mulheres em diferentes estgios em seu ciclo menstrual pode apressar ou retardar os ciclos de outras mulheres. Com base em estudos anteriores de Preti et. ai. (1986), Stern e McClintock (1998) coletaram amostras de axila de nove mulheres doadoras saudveis em diferentes fases dos ciclos menstruais. As amostras aparentemente inodoras foram aplicadas diariamente ao lbio superior de 20 mulheres beneficirias, abaixo dos seus narizes. Amostras de doadoras secretados durante a fase folicular tardia apresentou o pico pr-ovulatrio de hormnio luteinizante das mulheres beneficirias e encurtou seus ciclos menstruais (Fig. 13.2). Amostras coletadas na fase final do ciclo (na ovulao) tiveram o efeito oposto. Dois feromnios podem estar envolvidos, tal como proposto para o controle da ovulao em ratos (McClintock 2000): um, produzido antes da ovulao, encurta o ciclo ovariano; o outro, produzido na ovulao, alonga o ciclo. Os experimentos demonstram que odores de outros humanos podem ter efeito significante no processo neuroendcrino, nesse caso o ciclo menstrual. Os resultados abrem a possibilidade distante de aplicaes potenciais para o controle da fertilidade e contracepo. Em ratos e camundongos muitas interaes sociais so mediadas por feromnios ovrio-dependentes (captulo 6). Isso inclui a idade da puberdade e os intervalos de inter-natalidade. Talvez alguns desses efeitos sero demonstrados em pessoas no futuro.

Influncias macho-fmea

Outra influencia no ciclo menstrual feminino vem de secrees axilares masculinas (Cutler et al. 1986). Usando um protocolo similar de coleta de amostras das axilas, nesse caso de machos, e aplicando-as no lbio superior, logo abaixo do nariz, o ciclo menstrual de voluntarias, com ciclos anormalmente curtos ou longos, tornou-se mais regular e aproximou-se do tempo normal de 28 dias ou mais. Um grupo controle de mulheres, s quais foi dado lcool solvente, no foram afetadas. O efeito parece requerer proximidade fsica: contato social no intimo entre homes e mulheres no suficiente.

Por que sincronizar?

A funo adaptativa da sincronizao menstrual no clara. As vantagens da sincronia de acasalamentos e os nascimentos subsequentes em alguns primatas de reproduo sazonal pode se relacionar a presso de predao e disponibilidade dos alimentos (Dixson 1998, p. 458). Uma tropa com muitos jovens pode mover-se lentamente, enquanto uma me solteira com sua prole pode ser deixada para trs. Humanos e macacos no so reprodutores sazonais, no entanto, e a sincronizao de ciclos em chimpanzs e gorilas selvagens raramente tem sido descrito. Outras razes para sincronia menstrual em humanos podem ser especuladas. Primeiramente, sincronia menstrual afetar a razo sexual operacional (a proporo de fmeas em condio de reproduo deixa os machos sexualmente ativos), trazendo isso para prximo de 1:1. Se todas as fmeas ovularem ao mesmo tempo, h uma menor possibilidade de qualquer macho obter uma maioria de acasalamentos. Cada macho ir, portanto, ser forado a se ligar a uma ou a um pequeno numero de fmeas, como pode ser visto em muitas espcies de aves nidificao com um curto perodo de acasalamento. Isso poder aumentar o investimento paternal, como vantagem para a fmea. Segundo, a vantagem de sincronizar nascimentos pode dar a oportunidade para criao comunal.

13.3.5.2 Idade da puberdade feminina?

Efeitos de feromonios pre-ativadores na idade durante a puberdade em alguns primatas prosimian (?) parece provvel, mas nenhum foi aprovado (Dixson 1998, p.460). Por exemplo, em uma pesquisa da idade da fmea na puberdade em humanos, Surbey concluiu que a exposio fsica a um homem relacionado (parente, prximo, conhecido), atrasa a menarca (puberdade), enquanto a exposio fsica a um homem independente (como um padrasto) tem o efeito oposto.

*Box 13.1 Glndulas sebcea e sudorpara humanas

As principais fontes de odor

Trs principais glndulas do sistema de abastecimento de produtos qumicos para a superfcie da pele: as glndulas sebceas e dois tipos de glndulas sudorparas, o crinas e apcrinas (veja figura abaixo e a tabela 13.2) (Labows e Preti, 1992).

As glndulas sebceas so encontradas na maior parte do corpo, especialmente a parte superior. Pode haver at 400-900 glndulas / cm na parte superior do trax, costas, couro cabeludo, face, testa. Suas secrees so ricas em lipdios.

Os dois tipos de glndulas sudorparas produzem secrees um pouco diferentes. crinas esto distribudas por todo o corpo. Cada humano adulto tem cerca de 3 milhes de glndulas crinas, capazes de secretar 12 litros de fluido aquoso bem diludo por dia, para termorregulao. Algumas glndulas crinas respondem a estmulos psicolgicos. Elas no contribuem muito para o odor. No que ns descrevemos coloquialmente como suando em um clima quente ou com grande esforo fsico, quase toda secreo vem das glndulas sudorparas crinas (da o ditado: o suor honesto no cheira). Mas, a humidade no ajuda a criar as condies necessrias para o crescimento de bactrias.

As glndulas apcrinas secretam apenas um pequeno volume de material (em torno de 1-10 ul/dia por glndula) mas so as mais importantes para a produo de odor. Elas so encontradas principalmente ao redor dos mamilos, genitlias e na regio da axila. Elas secretam nos folculos pilosos acima da glndula sebcea, em momentos de estresse, emoo ou excitao sexual.

FEROMNIOS PAG. 285 - 293

Por que sincronia?

As funes adaptativas da sincronia menstrual no so claras. As vantagens da sincronia entre os acasalamentos e subsequentes nascimentos em algumas reprodues primatas sazonais pode se relacionar a presso de predao e disponibilidade sazonal dos alimentos. Uma tropa com muitos jovens podem mover-se lentamente, enquanto uma me solteira com sua prole pode ser deixada para trs. Seres humanos e macacos no so reprodutores sazonais. Seres humanos e os macacos no so reprodutores sazonais, no entanto, e sincronizao de ciclos em gorilas ou chimpanzs raramente tem sido descritos. Outras razes para a sincronia menstrual em humanos podem ser especuladas. Primeiro, a sincronia menstrual pode afetar a proporo sexual (a proporo em fmeas na ovulao ativa os machos), ficando perto de 1:1. Se todas as fmeas ovulassem no mesmo tempo, iria ter uma menor oportunidade para qualquer macho ter uma supremacia nos acasalamentos. Cada macho seria, portanto, forado a se ligar a um ou a um pequeno numero de fmeas, como visto em muitas espcies de aves. Isso pode aumentar o investimento paternal, como uma vantagem para a mulher. Segundo, a vantagem da sincronia dos nascimentos pode ser uma oportunidade para uma criao comunal.

Compostos candidatos para odores feromnios humanos

Como descrito nas sees acima, odores so importantes em vrios aspectos em escolha de parceiro e interaes sociais. Vrios dos nossos odores corporais so produzidos por bactrias e outros micro-organismos na pele, agindo em secrees em grande parte sem cheiro. A caracterstica de odores em diferentes partes do nosso corpo vem da interao entre secrees de diferentes glndulas e bactrias, que vivem l. A secreo de semioqumicos em praticamente todos os locais produtores de odor dependente da atividade endcrina, que por sua vez podem ser extremamente sensvel a eventos psicossociais.

Pesquisas olfatrias em humanos tem mais foco nas axilas, por vrias razes: primeiro, o crescimento de pelos embaixo do brao e atividade nas glndulas na axila so uma das mais caractersticas mudanas na puberdade; segundo, glndulas axilares so nicas em humanos e em alguns macacos; terceiro, os gorilas machos possuem distintivo odor forte, diferente das fmeas; quarto, o reconhecimento e outros efeitos olfatrios podem ser mostrados com amostras tiradas da parte superior do corpo (teste com camisas), e a maioria pode ser demonstrada com amostras de odores axilares; e, quinto, os cheiros podem ser detectados, quando fortes, distncia.

TABELAS

13.2 Glndulas Secretrias em Humanos

Glndula

Distribuio

Principais secrees

Controle

Anotaes

Glndula Sudorpara crina

Toda superfcie corprea

Secreo aquosa, reflete concentraes de plasma diludo

Termorregulao, emoo/stress

Glndula Sudorpara Apcrina

Axilas, ao redor dos mamilos, ao redor do nus e na rea genital

cidos graxos em protenas transportadoras, esteroides.

Contnuo, mas especialmente por emoo/stress/excitao sexual

Secreo na e depois da puberdade

Glndula Sebcea

Folculos do cabelo, lbio superior, genitlia masculina e feminina, couro cabeludo, testa.

Sebo (lipdios como colesterol, steres, longa cadeia de cidos graxos, esqualeno, triglicerdeos.

Secreo contnua

Secreo na e depois da puberdade

13.3 - As reas de produo de odores em humanos

rea

Formao do Odor

Classe do odor

Couro cabeludo/cabelo

Levedura/bactria em lipdeos sebceos

cidos, lactonas

Boca/Nariz

Bactria em saliva aminocidos e acares

cidos, sulfetos, ?

Axilas/Embaixo do brao

Bactrias em apcrinas/sebceas secrees

cidos, esterides

Peito

Bactrias em apcrinas/sebceas secrees

cidos, esterides

Genital/vaginal

Levedura/bactria em glndulas secretrias

cidos, aminas

P

Bactria em secrees crinas e lipdeos

cidos

Axilas

As secrees apcrinas nas axilas tem menos cheiro quando so secretadas primeiro, mas se incubada com bactria de pele, os odores caractersticos emergem. O cabelo elstico (?) da axila fornece uma rea de superfcie grande para as bactrias viverem e uma superfcie de evaporao para odores quando as axilas so expostas por elevao dos braos. Rapar as axilas aumenta drasticamente o perodo de tempo antes de odores vierem tona. Outras formas de controlar o odor, alterando o ecossistema axilar incluem antitranspirantes, que reduzem o fluxo a partir de glndulas crinas de modo que h menos umidade e nutrientes para o crescimento bacteriano, e compostos que alteram o pH para torn-lo menos favorvel para o crescimento bacteriano, matando as bactrias ou inibindo as suas enzimas.

Quais so os odores caractersticos? Grande parte do odor de urina relatado na axila humana causada por 3-androstenol (tambm encontrada na urina humana), 5-androstenona e outros esterides. Os homens produzem at 50 vezes mais 5 androstenona em sua axila do que as mulheres. Mais produzido na axila direita de destros e, de forma similar, na axila esquerda de canhotos, a razo no conhecida. O esteride 5-androstenona tambm encontrada em trufas (?), um fungo gourmet. Isso pode explicar a sua popularidade o sculo XIX francs Brillat-Savarin (?) concluiu que "A trufa no um afrodisaco de verdade, mas... pode tornar as mulheres mais carinhosas e os homens mais atentos.

GRFICO: O cabelo nas axilas proporciona um lar para as bactrias que convertem as secrees sem cheiro das glndulas sudorparas apcrinas nos cheiros caractersticos da axila. O efeito pode ser demonstrado por uma axila depilada de voluntrios do sexo masculino, lavando ambas as suas axilas com sabo e, em seguida, enxaguando. Um teste simples de cheirar axilas de cada homem revelou que a axila no-depilada recuperou seu odor tpico, aps 6 horas, enquanto a axila depilada s recuperou um odor perceptvel aps 24 horas.

Entretanto, a anlise qumica recente organolptica e analtica sugere que outros compostos criadores dos odores axilares encontram caracterstica: voltil C6-C12 ramificados de cadeia linear, e cidos alifticos insaturados. Em termos de abundncia geral, estes cidos, em particular (E)-3-metil-2-hexenic cido ((E)-3M2H ou o sinnimo AHMT, Trs Metil cido Hexenico) esto presentes em mais de 100 vezes as quantidades do esterides volteis.

Os cidos alifticos volteis so secretados nas mesmas inodoras secrees apcrinas como os esterides. Atividade bacteriana libera os cidos das protenas transportadoras que esto vinculados. Uma das protenas de ligao apolipoprotena D (apoD), mas glicosilada de modo diferente do que em outras partes do corpo, que interessante, como os outros membros da mesma famlia de protenas, as lipocalinas, esto implicados em especficos complexos feromnio-protena em camundongos, hamsters, porcos e elefantes.

Que odores fazem o qu?

Existem pelo menos trs funes que parecem ser mediados pelos odores complexos produzidos por axila: primeiro, reconhecimento; em segundo lugar, potencialmente escolha de parceiro, e, em terceiro, efeitos de tipos possivelmente diferentes. Estes vrios efeitos poderiam ser sinalizados por compostos diferentes no cocktail (?). Atualmente no sabemos, mas, por exemplo, a escolha do parceiro pelas fmeas pode, teoricamente, ser baseada nos odores de axilas refletindo os nveis de andrognio de duas maneiras: por o tamanho da glndula ou a sua atividade. Ambos os mecanismos levaria a axila mais cheirosa, o que poderia, se os seres humanos so como os outros mamferos, ter sido atraentes no passado distante (mesmo se os homens com as mais 'poderosas' axilas no ganhar a maioria das companheiras de hoje). As espcies na flora bacteriana e, portanto, odores, pode tambm variar de acordo com nveis de andrognio. Enquanto os odores esterides podem no ser os odores caractersticos de axilas, as concentraes maiores em axilas masculinas, a variao entre machos e possveis diferenas de sensibilidade entre machos e fmeas, sugere que eles poderiam ter tido esse papel na escolha de parceiro.

Os machos e as fmeas tm em grande parte os mesmos cidos alifticos em sua axila, mas as propores relativas diferem (os machos tm mais (E)-3M2H do que qualquer cidos de cadeia linear C6-C11, enquanto o oposto ocorre no sexo feminino). Embora as secrees originais possam ser diferentes, muitas das diferenas de odor entre machos e fmeas poderiam ser devido s diferenas na flora bacteriana nas suas axilas. Por exemplo, homens tm tipicamente propores mais elevadas de Corynebacterium spp. do que as mulheres e isso se reflete em odores fortes. Se a mesma secreo apcrina inodora inoculada com diferentes bactrias de pele, muitos odores diferentes so produzidos, que correspondem aos odores das axilas fornecendo as bactrias.

Percepo de odores

Sensibilidades humanas a diferentes odores tm sido investigadas por indcios de que eles so feromnios. Seria de se esperar que os odores biologicamente importantes fossem percebidos pelos seres humanos, mesmo que inconscientemente. A histria no clara, mas h diferenas interessantes entre os sexos (e entre os indivduos).

Para a maioria dos odorantes, por exemplo, cheiros florais, h uma distribuio em forma de sino normal dos limites inferiores de indivduos, mas para odorantes muitos associados com o corpo humano existe uma distribuio bimodal, com indivduos quer forem sensvel ou insensvel ao odor. Este fenmeno chamado de anosmia (?) especfica, que a incapacidade de sentir uma molcula de odor especfico ou classe de molculas relacionadas em concentraes prontamente percebidas por outras pessoas. Essa chegueira de odor semelhante ao daltonismo, mas se os ansmicos so diferentes em suas protenas de receptores olfativos de quem pode sentir um odor particular, ainda no conhecido. Embora existam muitas outras anosmias, aquelas na Tabela 13.4 so particularmente comuns. Labows & Preti (1992) comentaram que as pessoas vivem em mundos olfativos diferentes.

Tabela 13.4 - Os seres humanos podem ser incapazes de cheirar compostos particulares (anosmias especficas), os quais incluem compostos encontrados em odores corporais.

Fonte do odor

Odorante

Odor primrio

Anosmia (%)

Axila

Androstenona

Urinoso

46 -50

Axila

Androstenol

Almiscarado

12

Axila

(E)-3-Metil-2-hexenico cido ((E)-3M2H)

Axilar

Algumas pessoas, % no medido

Axila

4-Etilheptanico cido

Caprino

16

Ps

cido isovalrico

Suado

3

Respirao urmica

Trimetilamina

Duvidoso

6

Smen

I-Pirrolina

Esperma

16

Quase metade da populao adulta humana no percebe um odor quando cheiram 5-androstenona, mesmo em altas concentraes (que uma razo pela qual pesquisadores procuraram por outros odores nas axilas). Em contraste, cerca de 15% detectam um odor sutil, mas no so ofendidos por ela e pode at achar que agradvel. Os 35% restantes so requintadamente sensveis a 5-androstenona, detectando menos de 200 partes por trilho (10 ), e dizem que o odor como urina velha ou suor. A base gentica para a capacidade de cheirar 5-androstenona tem sido demonstrada em estudos de gmeos idnticos e fratenais (Wysocki & Beauchamp, 1984). Os dois tipos de gmeos no diferem em sua resposta a um teste de odor nocivo, piridina, mas os gmeos idnticos tinham limiares semelhantes entre si para 5-androstenona enquanto gmeos fraternos mostrou pouca correlao.

Antes da puberdade, a maioria das crianas pode cheirar 5-androstenona. No entanto, durante e aps a puberdade muitos machos ps-pubescentes se tornam ansmicos. Em contraste, as fmeas tornam-se mais sensitivas androstenona medida que envelhecem e uma proporo maior de mulheres continua a ser capaz de cheirar androstenona.

As diferenas na sensibilidade dos machos e fmeas adultas para 5-androstenona e compostos relacionados encontrados em alguns estudos tm sido utilizados como evidncia de que estes compostos podem ser feromnios humanos. Mais mulheres do que homens so sensveis a 5-androstenona, mas at um tero das mulheres so ansmicas. Alguns estudos mostraram acentuadas diferenas relacionadas ao sexo na sensibilidade ao lcool, 3-androstenol, e as mulheres foram pensadas para mostrar aumento da acuidade olfativa imediatamente antes da ovulao e na fase mdia ltea do ciclo menstrual. No entanto, os outros trabalhadores no tm sido capazes de mostrar esse fenmeno. Doty (1985) nos lembra que, o ritmo de todos os tipos de parmetros fisiolgicos, em especial de sensibilidade a estmulos, variam de acordo com o ciclo menstrual, incluindo respostas a muitas coisas quase certamente no sexuais.

Figura 13.6 - Variao na sensibilidade aos supostos feromnios humanos ao longo de um ciclo menstrual pode no ser evidncia confivel da atividade biolgica, porque muitas outras sensibilidades, incluindo a audio, tambm mudam conforme mostrado aqui em dois ciclos menstruais consecutivos de uma mulher tomar a medicao contraceptiva oral. Retngulos escuros nas abscissas significam perodos de sangramento menstrual e retngulos abertos dias durante o qual o medicamento contraceptivo oral foi tomado.

O aroma da atrao humana: feromnios humanos?

13.5.1 Ns temos um rgo vomeronasal que funciona?

Junto com o epitlio olfatrio principal, alguns mamferos possuem uma rea com receptores sensoriais especializados em feromnios, chamada rgo VomeroNasal (OVN). importante assinalar que enquanto muitos feromnios sexualmente importantes so detectados pelo OVN em ratos, alguns roedores e elefantes, por exemplo,em outros mamferos incluindo outros roedores como o hamster, alguns ou todos os feromnios sexualmente importantes so detectados pelo prprio sistema olfatrio principal (SOP). Por exemplo, o feromnio sexual masculino do porco pode ser percebido pelo SOP da fmea, e o OVN no necessrio para deteco e discriminao de adrostenona, apesar de com certeza em animais no manipulados ele pode estar envolvido.

Os indcios de que humanos possuem o OVN funcionando so controversos. A maioria dos pesquisadores parece concordar com a presena de orifcios na cavidade nasal, mas no certo se correspondem a OVN funcionais com conexes nervosas ativas com o crebro.

Uma srie de publicaes de Monti-Bloch e colegas tem defendido que o OVN funcional em humanos adultos e que responde a componentes de esteroides diferentes dos mencianados at agora neste captulo. Esses componentes, chamados de vomeroferinas pelos pesquisadores, foram isolados da pele humana e foram reportadamente ativos no OVN apenas. Por exemplo, uma vomeroferina (acetato estratetraenil) induziu um eletrovomerograma no suposto OVN mas no estimulou o epitlio olfatrio.

As evidncias histolgicas e neuroanatmicas para o OVN em humanos e primatas do Velho Mundo no so positivas. Primatas do Novo Mundo como o sagui certamente possuem o OVN funcionando, dubitvel que o mesmo se d para os primatas do Velho Mundo. Se os primatas do Velho Mundo realmente tiverem o OVN ento seria mais fcil inferir que os humanos o possuem. De qualquer maneira um OVN funcional precisaria de nervos saindo dele e indo para um bulbo olfatrio acessrio. Isso no foi demonstrado nem em humanos nem em primatas do Velho Mundo. Ao contrrio, apesar de um nervo vomeronasal aparecer em embries com 36 semanas, no h ocorrncia em fetos, apenas uma estrutura vestigial no septo nasal. Ainda assim alguns pesquisadores sugerem haver evidncias de subsistncia do nervo em bebs com 28 semanas de vida e Monti-Bloch entre outros (1998) reportaram outros trabalhos sugerindo sua existncia em adultos. Um OVN funcional precisaria de neurnios olfatrios sensitivos e a presena de neurnios no suposto orifcio vomeronasal na cavidade nasal ainda precisa ser comprovada. Rodriguez e outros (2000) descreveram um gene receptor do suposto OVN expresso na mucosa do nariz, mas Kouros-Mehr e outros (2001) sugeriram que no se trata de um vomerorreceptor e que todos os genes vomeronasais humanos homlogos a de ratos so inexpressivos, no passando de pseudogenes.

Em linhas gerais, a maioria dos pesquisadores nesse campo so cticos em relao probabilidade de um OVN funcional em humanos adultos. Seria muito interessante se humanos realmente tivessem um OVN ativo, mas um papel importante para que reconheamos sinais qumicos no depende dele.

Recentemente dois dos esteroides sugeridos por pesquisadores serem feromnios humanos mostraram-se capazes de afetar o humor quando expostos na forma de odores. Ambos os esteroides melhoram o humor de mulheres, mas no o de homens. Estes resultados so ligeiramente diferentes dos efeitos sexuais especficos no epitlio do suposto OVN, os quais foram reportados por Monti-Bloch e colegas (adrostadienona, o esteroide tipicamente masculino afetando apenas fmeas, e o esteroide tipicamente feminino, estratatraenol afetando apenas machos).

13.6 Colocando odores humanos em uso: aplicaes

Livrar-se de odores humanos uma grande negcio. Em 1990, estima-se que 1,6 bilhes de dlares foram gastos em produtos para eliminar ou mascarar odores axilares nos EUA. De qualquer maneira, h usos para os odores humanos e reaes a eles. A potencial importncia clnica de conhecer o odor do recm-nascido j foi mencionada anteriormente (seo 13.3.1.1)

13.6.1 Usos forenses

Os investigadores forenses usam algumas das variaes de odor individual que torna possvel reconhecer parentesco. H muito tempo se sabe que cachorros so capazes de distinguir humanos pelo cheiro (exceto no caso de gmeos idnticos). J foi sugerido que cachorros poderiam ser usados para farejar doadores de rgos compatveis para pacientes com base no odor produzido pelo MHC (complexo principal de histocompatibilidade). Cachorros possuem uma habilidade impressionante para encontrar rastros humanos.

As agudas habilidades olfatrias de ces tambm so usadas para confirmar suspeitos com seus rastros odorficos, deixados por impresses digitais por exemplo, em cenas de crimes ou em armas. Uma compreenso da confiabilidade do uso de ces farejadores importante visto que os rastros odorficos so muito efmeros para serem independentemente testados usando tecnologias recorrentes como a cromatografia gasosa. Uma questo particular que levantada se cachorros podem associar cheiros de uma parte do corpo (mos, por exemplo) a outra parte do mesmo corpo. Hamsters no podem associar generalizadamente odores de diferentes partes do corpo de outro hamster a no ser que eles estejam familiarizados com o outro animal e tenham apredido a associar os vrios odores ao mesmo indivduo. Cachorros talvez tenham dificuldades. Em 1991 Brisbin & Austad descobriram que cachorros no podiam distinguir corretamente o cheiro deixado em um objeto pelo cotovelo de seu adestrador do de outra pessoa que pegou no objeto. O treino de ces talvez os induza a responderem, inadvertidamente, ao cheiro de mos mais do que ao cheiro de outras partes do corpo. De qualquer modo, um estudo posterior feito por Settle e outros (1994) revelou taxas satisfatrias em relao a tarefas forenses (comparando o odor da mo com o odor de outra parte do corpo de uma mesma pessoa) maiores do que 80%. Porm eles recomendam que ces utilizados em investigaes devem ser selecionados por aptido e os testes refeitos para que as concluses no se baseiem em um nico co. Schoon (1997) desenvolveu novas maneiras de apresentar as possibilidades de odores aos cachorros que melhoram a confiabilidade das decises deles.

13.6.2 Usos medicinais do cheiro

Doena, seja resultante de infeco ou de alterao metablica, pode ser refletida em odores incomuns, os quais podem ser identificados por outras pessoas (e podem influenciar a deciso humana por parceiros). O ato de cheirar o paciente tem longa histria e pode ajudar na diagnose de muitas doenas. H mil anos atrs, o fsico rabe Avicenna observou que o odor da urina de um indivduo mudava quando ele adoecia. Hoje, um mdico astuto ainda pode fazer diagnsticos preliminares de muitas doenas metablicas raras em recm-nascidos apenas pelas caractersticas odoras deles. Entretanto o uso do olfato por mdico para diagnostico uma arte que tem se perdido. No futuro, novas tecnologias talvez sejam capazes de automaticamente apresentar diagnsticos no invasivos com base no hlito e outras amostras odorficas.

Para outras doenas, diagnsticos precoces podem ser dados pela perda da olfao. Perdas desse sentido podem se dar por muitos motivos, desde uma simples congesto nasal at um resfriado. Contudo, pacientes em estgios iniciais de Mal de Parkinson e de Alzheimer geralmente mostram perda completa ou parcial da olfao, o que distingue estas de outras doenas neurolgicas com sintomas semelhantes. A perda de olfao pode ser evidenciada utilizando-se odorantes em testes olfatrios padronizados.

16.6.3 Cheiros como moduladores do humor

Dada a importncia de odores em tantos aspectos da biologia humana, altamente provvel que tanto odores humanos quanto outros odores usados como tratamento tero efeito em ns, mas no tenho espao aqui para contemplar as crescentes pesquisas sobre esse tpico to interessante. H uma ampla literatura sobre os efeitos de aromas artificiais (no-humanos), variando desde hortel-pimenta a aromaterapia, parte dela baseada em reivindicaes inconsistentes e outra baseada em pesquisa bem fundamentadas. Por exemplo, Redd e outros (1994) usou uma fragrncia para reduzir o estresse em pacientes enquanto passavam por ressonncias magnticas. Os pacientes reportaram reduo da ansiedade apesar de no haver mudanas fisiolgicas perceptveis como mudana na frequncia cardaca.

13.6.4 Produtos comerciais contendo feromnios humanos

Feromnios humanos tornando quem os usa irresistivelmente atraente para parceiros em potencial tm sido procurados h muito tempo. Pessoas esto dispostas a pagar bastante por produtos que prometam tais efeitos, apesar da falta de evidncias. Nos anos 70 copulinas foram patenteadas como liberadores de feromnios humanos, baseado em pesquisas com macacos rhesus. Hoje em dia, produtos prometendo conter feromnios humanos so amplamente anunciados na internet como na mdia popular. Tratam-se de componentes esteroides desde aqueles extrados de porcos at outros componentes esteroides similares.

13.7 Concluso

Cheirar humano. Ns produzimos uma inebriante mistura de odores e, claramente, cheiros afetam nosso psicolgico e comportamento. Contudo, estamos em um estado muito inicial em pesquisas sobre olfao e comunicao humanas. Se simplesmente ns soubssemos tanto quanto sabemos sobre ratos e mariposas!

Odores e supostos feromnios humanos so indubitavelmente importantes, mas difceis de se investigar. Um dos problemas mais difceis de contornar a reao cultural condicionada que as pessoas tendem a ter em resposta a odores. No entanto, estudos mais conclusivos sobre supostos feromnios humanos esto surgindo medida que diversas tcnicas em anlises qumicas, comportamento, biologia molecular e imageamento cerebral convergem em uma mesma investigao. Temos compostos como fortes candidatos investigao: os esteroides volteis e as cadeias curtas C6-C12 cidas como (E)-3M2H proveniente das axilas humanas emuitos outros compostos provenientes de outras partes do corpo. McClintock (1998) assinala que para feromnios serem interpretados como sinais por mamferos como hamsters, uma complexa interao entre experincia prvea e o contexto da mensagem necessria; no devemos esperar que as respostas humanas sejam menos complexas.

Um dos maiores desafios para a pesquisa de feromnios humanos delimitar experimentos rigorosos que eliminem outras variveis e deixas. Alm da complexidade de odores inerentes ao fato de sermos mamferos, humanos tambm so complexos emocionalmente. Isso nos torna duplamente difceis de sermos estudados. A maior necessidade por experimentos bem controlados, feitos sem que o sujeito ou o experimentador saibam qual tratamento est sendo testado. Publicaes na ntegra em peridicos sujeitos a reviso e intercambio de conhecimentos tambm sero necessrias se quisermos progredir. H tambm uma forte necessidade de reunir os investigadores (srios) do odor humano e bilogos evolutivos que testem as hipteses para que melhores testes sejam feitos.

As primeiras descobertas sobre efeitos prvios em fertilidade de ratos encorajou pesquisas. O crdito por identificar os componentes responsveis por efeitos semelhantes em humano ainda est para ser disputado.

Apesar de querermos negar, somos mamferos em primeiro lugar e por isso odores so provavelmente meios importantes de comunicao. Igualmente, sendo os primatas produzindo a gama mais variada de odores, h, certamente, um mundo interessante de comunicao olfatria a ser investigado. Sem dvidas haver algumas surpresas enquanto chegamos a novos resultados.

Para resumir, efeitos demonstrados em pesquisas de feromnios humanos incluem reconhecimento pais-prole e sincronizao menstrual. Contudo, concluses firmes em feromnios humanos permanecem elusivas apesar do incessante interesse da mdia popular. H um paradoxo nesse enorme interesse e demanda, visto que h concluses to inslitas; no que diz respeito a feromnios ns sabemos mais sobre mariposas e ratos do que humanos.