FERRAMENTAS DA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS QUE … · Logística Compras Marketing Fornecedor...

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FERRAMENTAS DA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS QUE PODEM INFLUÊNCIAR A POSTERGAÇÃO EM UMA INDUSTRIA DO SETOR GRÁFICO Paulo Cesar Chagas Rodrigues (FEG/UNESP) [email protected] FERNANDO AUGUSTO SILVA MARINS (FEG/UNESP) [email protected] Fernando Bernardi de Souza (FEB/UNESP) [email protected] A gestão da cadeia de suprimentos, a postergação e a gestão da demanda são operações de importância estratégica para o sucesso econômico das organizações, pois influenciam diretamente o processo produtivo. O objetivo deste artigo é analisarr a influência da postergação em uma empresa com sistema produtivo make-to-stock e com demanda sazonal. O método de pesquisa utilizado foi o de estudo de caso, os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas semiestruturada, análise documental e visitas in loco. A pesquisa está fundamentada nos seguintes assuntos: Gestão da demanda a qual pode ser entendida como uma prática que permite gerenciar e coordenar a cadeia de suprimentos no sentido inverso, na qual, os consumidores desencadeiam ações para o fornecimento de produtos. A gestão da cadeia de suprimentos é de poder permitir a agregação de valor, superando as expectativas dos consumidores finais, desenvolvendo um relacionamento com fornecedores e clientes do tipo ganha-ganha. A estratégia de postergação deve se adequar às características dos mercados que exigem variedade de produtos e serviços personalizados, de menor custo e maior qualidade, objetivando apoiar as tomadas de decisões. O sistema produtivo make-to-stock se mostra bastante interessante para organizações que estão atuando em mercados com alta variabilidade de demanda. Palavras-chaves: Postergação, Gestão da Cadeia de Suprimentos, Gestão da Demanda, make-to-stock XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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  • FERRAMENTAS DA GESTÃO DA

    CADEIA DE SUPRIMENTOS QUE

    PODEM INFLUÊNCIAR A

    POSTERGAÇÃO EM UMA INDUSTRIA

    DO SETOR GRÁFICO

    Paulo Cesar Chagas Rodrigues (FEG/UNESP)

    [email protected]

    FERNANDO AUGUSTO SILVA MARINS (FEG/UNESP)

    [email protected]

    Fernando Bernardi de Souza (FEB/UNESP)

    [email protected]

    A gestão da cadeia de suprimentos, a postergação e a gestão da

    demanda são operações de importância estratégica para o sucesso

    econômico das organizações, pois influenciam diretamente o processo

    produtivo. O objetivo deste artigo é analisarr a influência da

    postergação em uma empresa com sistema produtivo make-to-stock e

    com demanda sazonal. O método de pesquisa utilizado foi o de estudo

    de caso, os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas

    semiestruturada, análise documental e visitas in loco. A pesquisa está

    fundamentada nos seguintes assuntos: Gestão da demanda a qual pode

    ser entendida como uma prática que permite gerenciar e coordenar a

    cadeia de suprimentos no sentido inverso, na qual, os consumidores

    desencadeiam ações para o fornecimento de produtos. A gestão da

    cadeia de suprimentos é de poder permitir a agregação de valor,

    superando as expectativas dos consumidores finais, desenvolvendo um

    relacionamento com fornecedores e clientes do tipo ganha-ganha. A

    estratégia de postergação deve se adequar às características dos

    mercados que exigem variedade de produtos e serviços personalizados,

    de menor custo e maior qualidade, objetivando apoiar as tomadas de

    decisões. O sistema produtivo make-to-stock se mostra bastante

    interessante para organizações que estão atuando em mercados com

    alta variabilidade de demanda.

    Palavras-chaves: Postergação, Gestão da Cadeia de Suprimentos,

    Gestão da Demanda, make-to-stock

    XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

    Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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    Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

    2

    1.1

    1 Introdução

    Atualmente as organizações devem se preocupar não só com a sua produção, com a

    demanda de seus produtos pelo mercado consumidor e com a sua cadeia de fornecedores, pois

    este tripé pode não criar diferencial em relação aos seus concorrentes. Diferencial este que o

    consumidor esta sempre exigindo e procurando, são eles: preço, qualidade e disponibilidade.

    Como reduzir custo de produção sem afetar a qualidade e a disponibilidade do produto

    no mercado? A partir da estratégia de postergação dos estoques. Esta estratégia aliada à gestão

    pode permitir uma redução no custo do produto, pois esta se falando em reduzir o risco de

    perda do produto acabado, pois ele possui um alto valor agregado, aumento da flexibilidade

    em se adaptar as necessidades do mercado.

    Esta sendo realizado um estudo de caso em uma indústria do setor gráfico, quanto a

    sua produção e de como postergar os seus estoques de produto acabado, em processo e de

    matéria-prima, minimizar os seus custos e o volume dos estoques.

    O objetivo deste artigo é analisar as ferramentas de gestão da cadeia de suprimentos

    adotadas pela organização e se estão sendo utilizadas de forma adequada, ou seja, como

    propor melhorias com o intuito de minimizar os custos.

    2 Referencial teórico

    Segundo Edalatkhah (2006), na nova economia, cadeias de suprimentos são

    necessárias para atender a mercados variados em todo o mundo, configurar entregas de

    produtos personalizados, planejamento de mudanças, nunca em conjunto com velocidade e

    precisão considerado possível antes. Os gestores precisam trabalhar com vários parceiros para

    monitorar as atividades que estão sendo executadas em conjunto, com o intuito de resolver

    problemas e atrasos que podem ocorrer.

    Segundo o "The Global Supply Chain Forum", a gestão da cadeia de suprimentos

    consiste na integração de processos-chave desde os consumidores até o produtor de matérias-

    primas. A GCS envolve diversas áreas, tais como previsão de demanda, compras, produção,

    distribuição, estoques e transportes, interagindo nas perspectivas estratégicas, táticas e

    operacionais (MCADAM; MCCORMACK, 2001).

    Segundo Tan (2002), a GCS envolve a integração dos processos de negócios por meio

    da cadeia de suprimentos, abrangendo a coordenação de atividades e processos não apenas

    dentro de uma organização isolada, mas entre todas as que compõem a cadeia de suprimentos.

    Segundo Nascimento Neto, Oliveira e Ghinato (2002), o CPFR, é uma ferramenta que

    visa facilitar o planejamento colaborativo entre as empresas participantes, por meio da

    redução nos níveis de estoques, combinado com uma melhoria nos níveis de serviços, com o

    intuito de abordar questões como: influência das promoções nas previsões de venda e na

    gestão de estoques; influência de modificações no padrão de demanda; manutenção de

    estoques para garantir a disponibilidade de produtos na prateleira; possibilitar maior

    coordenação entre as empresas da cadeia; permitir maior sincronização entre os diversos

    processos dos setores de manufatura e processos de previsão.

    O CPFR pode ser definido como um conjunto de normas e procedimentos amparo pelo

    Voluntary Interindustry Commerce Standards (VICS), comitê fundado em 1986 com o

    objetivo de aumentar a eficiência das cadeias de suprimentos, mais especificamente o setor

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    varejista, padrões estes que objetivam facilitar os fluxos físicos e de informações

    (NASCIMENTO NETO; OLIVEIRA; GHINATO, 2002).

    Para Rodrigues e Oliveira (2009) a gestão da demanda é uma prática que permite

    gerenciar e coordenar a cadeia de suprimentos no sentido inverso, ou seja, do consumidor

    para o fornecedor, no qual, os consumidores desencadeiam ações para o fornecimento de

    produtos tornando o sistema produtivo.

    Segundo Widiarta e Berghen (2004), há várias suposições que devem ser

    consideradas na modelagem da gestão da demanda:

    a) Não há nenhuma possibilidade de reabastecimento coordenado. É assumido que todos os fornecedores são ordenados independentemente;

    b) É assumido que a demanda é estocástica e independente com uma probabilidade conhecida de distribuição;

    c) Os parâmetros são estacionários. Os parâmetros em nossos sistemas são atualizados ocasionalmente e a tendência geral em demanda para o produto é mais constante;

    d) Há artigos múltiplos com capacidade de armazenamento limitada. Limitação de armazenamento é representada pelo número de paleta disponível e prateleiras para as

    que podem ser usadas em um artigo particular;

    e) A demanda é sazonal em alguns casos. A demanda de algum produto terminou o mês com uma porcentagem grande de valores zerados (frequentemente 30 por cento ou

    mais), com valores superiores à zero, misturados ao acaso;

    f) O tempo de reabastecimento seja sempre constante durante um período pré-determinado. Por conseguinte, se duas ou mais ordens de reabastecimento forem

    simultaneamente excelentes, eles devem ser processados na mesma ordem na qual eles

    são colocados. Em outra palavra, não é permitido cruzar;

    g) Não há nenhum desconto de quantidade com cumprimentos para o número de quantidade ordenado pela companhia; e

    h) Há só um ponto provendo. Os produtos são providos ao mesmo local e compartilham uma facilidade de inventário comum.

    Para Lambert, Cooper e Pagh (1998), a gestão da demanda é um dos oito processos e

    exige interfaces com os outros sete conforme apresentado na Ilustração 1. Será descrito os

    processos estratégicos e operacionais que compõem a gestão da demanda, incluindo os

    subprocessos e suas atividades. Além disso, pode-se identificar as interfaces com as funções

    corporativas, os outros processos de gerenciamento de cadeia de suprimentos e outras

    empresas.

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    Fluxo de Informação

    Gestão de Relacionamento com o Cliente

    Gestão do Relacionamento com o Fornecedor

    Gestão de Serviço ao Cliente

    Gestão da Demanda

    Atendimento ao Pedido do Cliente

    Gestão do Fluxo de Produção

    Desenvolvimento de Produto e Comercialização

    Gestão de Retornos

    Fluxo de ProdutoProdução

    P & D

    Finanças

    Logística

    Compras Marketing

    Fornecedor

    Nível 2

    Fornecedor

    Nível 1

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    Ilustração 1: Gestão da Cadeia de Suprimentos: integração e gerenciamento dos processos de

    negócio em toda a cadeia de abastecimento Fonte: Adaptado de Lambert, Cooper e Pagh (1998)

    Esta atividade gerencia a integração entre o fornecedor, a empresa e o consumidor,

    sendo responsável pelo planejamento apropriado de todas as demandas geradas, externas ou

    internas, com o intuito de que se tenha um equilíbrio entre o que o fornecedor pode entregar, a

    produção pode fazer e o que o mercado necessita (FAVARETTO, 2001; PANZUTO;

    RODRIGUES, 2010).

    Segundo Croxton et al. (2001), o processo de gestão da demanda tem elementos

    estratégicos e operacionais, como apresentado na Ilustração 2. No processo estratégico, a

    equipe estabelece a estrutura para a gestão do processo. O processo operacional é a

    atualização da gestão da demanda. A implementação do processo estratégico é um primeiro

    passo necessário para a integração da empresa com outros membros da cadeia de suprimentos,

    é no nível operacional que as atividades do dia-a-dia são executadas. A Ilustração 2 mostra

    também as interfaces entre cada subprocesso e os outros sete processos. Estas interfaces

    podem assumir a forma de uma transferência de dados que outros processos requerem, ou

    pode envolver o compartilhamento de informações ou idéias com outra equipe do processo.

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    Coleta de Dados /

    Informação

    Previsão

    Sincronização

    Redução da

    variabilidade e

    aumento da

    flexibilidade

    Medição de

    Desempenho

    Desenvolvimento do

    Quadro de Métricas

    Desenvolvimento do

    Sistema de Gestão

    de Contingência

    Determinação dos

    procedimentos de

    sincronização

    Plano do Fluxo de

    Informação

    Determinação dos

    Procedimentos de

    Previsão

    Determinação das

    Metas e Estratégias

    de Gestão da

    Demanda

    Gestão de Relacionamento

    com o Cliente

    Gestão de Relacionamento

    com o Fornecedor

    Gestão de Serviço ao Cliente

    Atendimento do Pedido

    Gestão do Fluxo de Produção

    Desenvolvimento e

    comercialização do Produto

    Gestão de Retornos

    Subprocessos OperacionaisInterfaces de ProcessosSubprocessos Estratégicos

    Ilustração 2: Gestão da demanda Fonte: Adaptado de Croxton et al. (2001)

    Segundo Pacheco e Cândido (2001), no MTS o produto tem sua fabricação iniciada

    com base em uma previsão de demanda. A chegada do pedido provoca o seu atendimento

    praticamente imediato. É adequado para produtos com demanda previsível, podendo ter custo

    de estoque alto.

    Darú e Lacerda (2005) e Perazza e Rodrigues (2010) descrevem que fabricar para

    estoque é uma prática comum, sempre que se pode prever a demanda, podendo aproveitar

    momentos de entressafra para serem produzidos, utilizando melhor os recursos e os

    carregando de maneira mais equilibrada. Mas, esta política possui algumas desvantagens, que

    seriam o alto custo de armazenagem e a dificuldade de prever o que será vendido.

    Segundo Van Hoek e Dierdonck (2000), Verol (2006) e Zang e Tan (2010), o conceito

    de postergação é que o risco e os custos da incerteza estão pela diferenciação (de forma, lugar

    ou tempo) dos produtos que ocorre durante as atividades de manufatura, armazenagem e

    entrega, sendo baseada nas características do produto/processo na cadeia de suprimentos: (a)

    projeto do produto: o conteúdo específico da operação postergada (atrasada), (b) processo: o

    momento em que as atividades são atrasadas no processo, e (c) lugar: a localização onde a

    postergação acontece.

    Ng e Chung (2008) comentam que a colocação estratégica do ponto de

    desacoplamento da cadeia de suprimentos, a estratégia de postergação pode ser utilizada. O

    objetivo da postergação é de aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos, movendo a

    diferenciação do produto (no ponto de dissociação) mais próxima do usuário final. Porque o

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    risco e a incerteza são os custos ligados à diferenciação de bens e a diferenciação poderia

    ocorrer no próprio produto e / ou na dispersão geográfica dos inventários.

    Yang e Burns (2003) descrevem que a Ilustração 3 apresenta diferentes estratégias de

    fornecimento na cadeia as quais estão intimamente relacionadas ao conceito de postergação.

    Para uma análise mais detalhada sobre este assunto. A linha pontilhada na Ilustração 3 reflete

    como a postergação está associada com o ponto de desacoplamento do cliente, na qual o

    cliente final influência a cadeia de suprimentos e que distingue a previsão das atividades

    orientadas.

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    Ilustração 3: Postergação e diferentes estratégias de cadeias suprimentos Fonte: Adaptado de Yang e Burns, 2003

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    A postergação de forma consiste em fabricar um produto base ou padrão em

    quantidades suficientes para realizar economia de escala, enquanto as características de

    finalização, tais como cor, embalagem, etc. sejam adiadas até que os pedidos dos

    consumidores sejam recebidos e são classificados em quatro níveis: etiquetagem ou

    rotulagem, embalagem, montagem e manufatura (FERREIRA; BATALHA, 2007).

    Mendes et al. (2008) baseado em Zinn (1990) descrevem e classificam em 4 as

    subdivisões existentes na postergação de forma as quais discorrem uma breve definição.

    a) Postergação de etiquetagem: Os produtos são armazenados sem qualquer tipo de classificação. Os rótulos e etiquetas serão afixados quando um pedido é feito, sendo

    que o cliente especifica a marca que identificará o produto final;

    b) Postergação de fabricação: As últimas etapas de fabricação somente são concluídas após a confirmação do pedido do cliente. Produtos semiacabados ou mesmo em forma

    de insumos ficam estocados para que ocorra a diferenciação da mercadoria em um

    tempo ou local mais próximo da demanda;

    c) Postergação de produto: Os produtos podem ser desenhados seguindo-se uma lógica de módulos, ou ainda componentes padronizados para facilitar a diferenciação

    posterior; e

    d) Postergação de processo: A produção e a distribuição podem ser desenhadas de maneira que possibilitem a diferenciação do produto a jusante e montante da cadeia de

    suprimento.

    Yang, Burns e Backhouse (2003), Engelseth (2007) discorrem que a postergação de

    lugar envolve o atraso de transporte de mercadorias a jusante na cadeia até que os pedidos são

    recebidos, mantendo assim as mercadorias centralmente e não tê-los em um lugar específico.

    Segundo Wallin, Rungtusanatham e Rabinovich (2006), Bailey e Rabinovich (2006) e

    Drohomeretski, Cardoso e Costa (2008), a estratégia da postergação de tempo parte do

    pressuposto que o produto será solicitado ao fornecedor somente quando surgir um pedido do

    cliente, o que irá possibilitar a redução do nível de estoque e a obsolescência do produto.

    3 Estudo de caso

    A empresa estudada emprega cerca de mil profissionais na cidade de Bauru-SP,

    distribuídos entre a unidade fabril, que possui uma área construída de 40 mil m², onde estão

    instaladas as duas unidades produtivas, denominadas unidade I e II, e o centro de distribuição

    que possui aproximadamente 11 mil m², para onde é transportada toda a produção.

    Na unidade I são produzidas basicamente agendas, produtos para escritório e casa e,

    secundariamente, cadernos; isto ocorre pelo fato de ter instalado na unidade um equipamento

    que automatiza a produção de cadernos. Na unidade II são produzidos basicamente cadernos.

    Desde 2004, a empresa foi adquirida por um grupo norte-americano, que é produtor de

    embalagens, materiais de escritório, papelaria e produtos químicos especiais. As categorias de

    produtos de papelaria com que o grupo norte-americano atua são: produtos de escritório,

    envelope, promoção, escolares e casa.

    A empresa no Brasil adota um sistema de produção com características do modelo

    clássico, podendo ser facilmente identificado por aspectos do tipo: utilização de layout linear,

    produção em grandes lotes, baixo índice de flexibilidade produtiva quanto à variação de

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    mercado, uma diversidade de produtos acabados relativamente alta e operadores

    especializados.

    Possui uma estrutura organizacional formalmente estabelecida, na qual a delegação é

    passada para o segundo escalão da empresa, os quais possuem a função de diretor industrial,

    gerente industrial unidade I e II, gerente de qualidade etc.

    As entrevistas semi-estruturadas, realizadas com o diretor industrial, gerentes das

    unidades industriais e com o gerente de PCP, permitiu observar os relatórios de ordem de

    produção, estoques e o lead time de produção. As visitas in-loco foram realizadas com a

    supervisão de alguns funcionários.

    Atualmente a empresa trabalha com cinco categorias de produtos, sendo que cada uma

    delas possui particularidades quanto à gestão de estoques e estão assim classificadas:

    a) agendas: são produtos que possuem um prazo de validade, ou seja, são datados, possui sazonalidade e, como seu pico produtivo é de abril a dezembro, a produção

    vai crescendo gradativamente;

    b) escolar: por serem vendidos para volta às aulas, possuem uma sazonalidade e seu pico produtivo é de julho até dezembro;

    c) escritório: para o público de pequenas empresas, profissionais liberais ou escritórios. Não possuem uma sazonalidade, sendo produzidos quase o ano todo;

    d) casa: produtos que têm uma característica bem diferenciada, para uso doméstico. Não possuem uma sazonalidade, sendo produzidos quase o ano todo. É um nicho

    de mercado muito explorado nos Estados Unidos e que vem sendo desenvolvido

    no Brasil, onde a empresa está desenvolvendo alguns produtos e fazendo

    benchmark para detectar o seu nível de aceitação no mercado brasileiro; e

    e) Cartões e envelopes de festas: esta nova linha de produtos foi incorporada ao processo produtivo, por meio da aquisição de outra empresa situada na capital

    paulista. Esta linha de produto segundo a diretoria veio para completar o mix de

    produtos e alinhamento com as estratégias adotadas pelo grupo americano. Este

    produto possui uma sazonalidade com gaps entre os períodos comemorativos

    relativamente pequenos.

    Como forma de exemplificar a fabricação dos cadernos universitários, será mostrada

    uma sequência de fotos, tendo início com o processamento das bobinas de papel que chegam

    à fábrica, as quais pesam aproximadamente uma tonelada.

    Essas bobinas são colocadas em máquinas pautadeiras, para que seja iniciado o

    processo de fabricação dos cadernos. O processo é todo automático. O primeiro passo é a

    pautação das folhas, aquelas linhas azuis que geralmente norteiam uma escrita linear; depois

    de pautado, o papel é cortado em folhas, que vão formar o miolo do caderno; as folhas são

    intercaladas e rodam por uma esteira, onde irão receber as divisórias e separadores de

    matérias dentro do caderno. Na sequência, os miolos são cortados e perfurados e ficam

    aguardando para receber a capa, a cartela de adesivos, a bolsa plástica e a contracapa. Neste

    momento ocorre o processo de espiralização do caderno, que vai para a embalagem e depois é

    encaixotado para seguir seu destino, conforme a Ilustração 4.

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    a) Impressão e corte

    b) Intercalação das folhas

    pautadas

    c) Corte e perfuração das folhas

    pautadas

    d) Abastecimento de capa, contracapa, divisórias e

    cartela de adesivos

    e) Montagem do caderno

    f) Empacotamento dos cadernos

    g) Finalização do

    empacotamento

    h) Embalagem em caixas de

    papelão

    Ilustração 4: Roteiro de fabricação de cadernos universitários

    Fonte: Tilibra (2007)

    A empresa tem capacidade de fabricar, por mês, aproximadamente 400 mil cadernos.

    Para atender a temporada de volta às aulas do início do ano letivo no Brasil, que vai de janeiro

    a março, a fabricação inicia-se em setembro. Ao término do período de voltas às aulas, toda a

    produção é focada em atender a demanda dos países do Hemisfério Norte.

    Os modelos de produtos que comporão as linhas de produtos para o ano de 2011 serão

    de aproximadamente 1.500, divididos conforme a Tabela 1, a qual apresenta também sua

    representatividade quanto aos números de itens. Na Ilustração 5 é apresentada, de forma

    gráfica, a distribuição dos modelos de produtos e sua representatividade. Os modelos que

    compõem as linhas de produtos não são gerenciados de uma única maneira, primeiro porque a

    empresa desenvolveu uma abordagem de planejamento por linha de produtos e, segundo,

    respeitando a sazonalidade e a criticidade de cada categoria de produto.

    Na categoria escolar, dos 700 modelos que são produzidos, são exportados

    aproximadamente 300, para atender tanto os clientes externos, quanto as empresas da holding,

    ou seja, denominadas de vendas intercompany.

    Tabela 1: Relação de representatividade dos modelos de produtos e a exportação

    Linha de produtos

    Quantidade de

    modelos

    Representatividade

    % Exportação

    Representatividade

    %

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    Escolar 700 46,67 300 50,00

    Escritório 275 18,33 125 20,83

    Agendas 200 13,33 75 12,50

    Casa 150 10,00 100 16,67

    Cartões/Envelopes 175 11,67 0 0,00

    Total 1500 100,00 600 100,00

    Ilustração 5: Representatividade em % da quantidade de modelos e o que é exportado

    A delimitação do estudo na empresa será na linha de produtos escolar. Por ser uma

    linha na qual há sazonalidade e o sistema produtivo adotado é o Make-To-Stock, estará sendo

    analisado o processo de fabricação do modelo de produto caderno espiralado.

    A estratégia de produção empregada é a de fazer para estoque (Make-to-Stock), visto

    que o produto caderno espiralado sofre com a sazonalidade do período de volta às aulas do

    início do ano letivo e a capacidade produtiva não poder atender de imediato todos os pedidos

    que serão gerados neste período.

    Baseando-se na sazonalidade, na capacidade produtiva e no sistema de informação, a

    diretoria, juntamente com o apoio dos gerentes das áreas de marketing, comercial, produção,

    finanças e suprimentos formulam as previsões de demanda.

    São adotadas duas maneiras de planejar a produção: a primeira é por meio do

    planejamento de materiais em processo, estoques, roteiros de produção, tempos de produção.

    A segunda é por meio da relativa dedicação das linhas à determinada categoria de produto.

    A área de produção possui uma equipe de Tempos e Métodos Produtivos (TMP) que

    participa do desenvolvimento dos produtos. O objetivo desta equipe é de avaliar tecnicamente

    o produto e, junto com o pessoal de marketing, desenvolvê-lo, elaborando um estudo de

    viabilidade, ou seja, se é possível produzir este produto dentro do roteiro, qual será o seu

    custo, quais serão as perdas e que materiais serão utilizados.

    A equipe de TMP tem elaborado novos procedimentos com o intuito de reduzir as

    perdas, evitando com isso que um produto saia da área de marketing com um nível de perda

    muito alto, que podem ser de tempo, setup, roteiro e matérias-primas.

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    Todas as possíveis composições de produto são documentadas com a finalidade de

    poder avaliar os custos, para formular um padrão de medição. Esta documentação é composta

    pelo design do produto, lista de materiais, eficiência de máquina, tempo de setup e tempo para

    produção de um determinado lote mínimo de produto.

    É utilizado o método de classificação “ABC” com o objetivo de definir ciclos de

    produção, associado ao volume de estoque, fundamentando-se na classificação do tamanho do

    estoque de matéria-prima, estoque intermediário, impacto em custo e como se deve produzir e

    aperfeiçoar os processos.

    Este método de classificação mostrou-se adequado para as categorias de produtos que

    não possuem sazonalidade, quando todos os itens classificados como “A” possuem ciclos de

    reposição mensal e que podem impactar na produção; os itens classificados como “B”

    possuem ciclos de reposição bimestral e podem impactar moderadamente na produção; e os

    itens classificados como “C” possuem ciclos de reposição trimestral e baixo impacto sobre a

    produção.

    Já em relação aos produtos que são afetados pela sazonalidade e por estarem

    intimamente ligados ao período de volta as aulas do início do período letivo, o método de

    classificação ABC teve que ser reformulado, para trabalhar com uma classificação por volume

    de produção, ou seja, os produtos classificados como “A” possuem volume de 100.000 un., os

    quais serão produzidos em lotes mínimos de 25.000 un.; os produtos classificados como “B”

    possuem um volume de 50.000 un., os quais poderão ser produzidos em lotes mínimos de

    25.000 un.; os produtos classificados como “C” possuem um volume médio de 5.000 un., os

    quais são produzidos em um único lote.

    O produto caderno espiralado, por ter um giro de matéria-prima alto, costuma ter

    relativamente poucas semanas de matéria-prima em estoque e em processo, utilizando o

    conceito PEPS para a matéria-prima papel, papelão ondulado, verniz e tinta e UEPS para as

    outras matérias-primas (arame, plástico, acessórios), tanto na gestão de estoques quanto na

    contábil. Por ser um volume de material muito grande e por não haver uma área proporcional

    para armazenagem, à cobertura de estoque varia entre três e seis semanas.

    Já em relação ao produto acabado, se trabalha com a produção para estoque, os quais

    são armazenados no centro de distribuição, devendo ser adotado conceito PEPS, os produtos

    acabados são acondicionados em caixas, palets para depois serem postos nas estantes, que

    deverão estar etiquetados como forma de identificação.

    A equipe de PCP tem como função principal analisar a quantidade de matéria-prima

    existente em estoque, qual a capacidade produtiva, o que deve ser produzido e em qual tempo,

    disparando as compras de matéria-prima. Há uma equipe dedicada à previsão de vendas, que

    observa o mercado e faz previsão de vendas para o próximo mês e, a partir desta informação,

    determina quanto deverá ser produzido.

    A partir do plano geral de venda, o PCP faz o plano de produção, análise de

    capacidade, análise de recursos críticos, análise de materiais críticos e análise do melhor

    roteiro, montando um planejamento com prazos menores, ou seja, um planejamento mensal,

    como forma de se mensurar o volume produzido que irá balizar o volume de matéria-prima

    adquirida, o tempo de máquina parada por falta de produto, setup, manutenção. Esta

    verificação é feita semanalmente.

    O planejamento mensal é desmembrado em quatro semanas, para que seja passado

    para a fábrica o planejamento semanal, quando já foi estudado o material a ser utilizado,

    definidos os roteiros de fabricação e as possíveis folgas.

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    No planejamento mensal também está previsto os tempos de setup, por equipamento e

    do conjunto, como forma de se ter um melhor aproveitamento dos tempos de parada.

    Pode-se observar que a postergação dos estoques e de produção ocorre em toda a

    linha, ou seja, na postergação de forma o produto só começará a ser produzido quando for

    alcançado o estoque médio de capas, contracapas e acessórios, pois ao iniciar a produção este

    equipamento só irá operar 12 horas diárias, durante um período de 30 dias.

    Ainda na postergação de forma de produto observou-se que os modelos são projetados

    com uma antecedência de até 6 meses, para que se possa programar a compra, entrega e

    pagamento das matérias-primas.

    Já na postergação de forma de processo existe a preocupação em programar de forma

    bem minuciosa a entrega de matéria-prima durante todo o período de produção, pois os

    tempos de entregas poderão variar conforme o período produtivo, conforme a tabela 2 e a

    Ilustração 6.

    Tabela 2: Variação em dias para entrega de matéria-prima

    Período de

    produção

    Intervalo de dias

    entre entregas

    Mês 1 11

    Mês 2 8

    Mês 3 5

    Mês 4 3

    Mês 5 5

    Mês 6 8

    Mês 7 11

    Mês 8 18

    Ilustração 6: Gráfico de variação em dias para entrega de matéria-prima

    Observando a postergação de forma de processo voltado para o cliente ficou claro que

    não existe nenhum tipo de procedimento, pois o produto caderno espiralado possui uma

    demanda relativamente alta de aproximadamente 35.000.000 e que o cliente e o consumidor

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    não esta disposto a esperar a chegada do produto, querendo comprar e consumir

    imediatamente a compra.

    4 Considerações finais

    O método de decisão sobre o nível de postergação dos estoques de matérias-primas e

    produtos acabados pode ser melhorado, uma vez que as decisões estão ligadas ao feeling dos

    executivos sobre a atitude do mercado consumidor.

    Foi observado que a ferramenta CPFR pode estar sendo utilizada de forma errônea,

    uma vez que se pôde observar que não existe um método cientificamente confiável para

    validar as informações passadas pelo cliente e fornecedor de nível 1.

    A formulação das necessidades de produção podem ser influênciadas pelo interesse

    dos fornecedores e departamentos, com previsões de postergação mau estimada, uma vez que

    o controle sobre as informações não é tão detalhista.

    A equipe de PCP poderia ser mais abrangente e colaborativa com os departamentos e

    desta forma influênciar na definição da classificação ABC dos produtos, criando pontos de

    referência e de medição da produtividade e da postergação dos estoques.

    Como forma de melhorar a previsão da demanda e a gestão da cadeia de suprimentos,

    poderia se adotar Vendor Management Inventory (VMI), permitindo que se crie a prática de

    remessa de matérias-primas e produtos acabados na data e quantidade necessárias ao nível do

    cliente e uma gestão conjunta das reservas.

    Com a utilização das ferramentas CPFR, VMI e do QR como complemento a

    postergação de forma e tempo, permitirá uma melhor administração dos riscos de incerteza,

    além de permitir a aplicação de ferramentas estatísticas.

    Como complemento ao CPFR e VMI, poderia ser adotada, a resposta rápida (QR), que

    permitem a prática de incentivar os clientes/consumidores a exercer um nível de gestão eficaz

    da cadeia de suprimentos e, consequentemente, melhorar a gestão de pedidos, reposição de

    estoques, manuseio e transporte e o intercâmbio de informações, permitindo assim reduzir

    custos e melhorar os níveis de atraso.

    A aplicação de ferramentas quantitativas para a previsão da demanda permitirá obter

    informações mais precisas quanto ao mercado consumidor, como a postergação deverá se

    comportar durante o período de produção. Estas ferramentas ainda são utilizadas de forma

    muito incipiente, necessitando deta forma um melhor aprimoramento dos funcionários

    envolvidos.

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