FERREIRA, J. O governo Goulart e o golpe civil-militar, in – O Brasil Republicano¬ – o tempo da...

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FERREIRA, J. O governo Goulart e o golpe civil-militar, in – O Brasil Republicano – o tempo da experiência democrática - para a direita civil militar, Goulart era um demagogo, corrupto, inepto e influenciado por comunistas motivos suficientes, portanto, para o golpe de Estado; (p. 345) - para as esquerdas revolucionárias e a ortodoxia marxista- leninista, o presidente era um líder burguês de massa, uma liderança cuja origem de classe marcou seu comportamento dúbio e vacilante, com vocação inequívoca para trair a classe trabalhadora assim, sua origem de classe teria permitido o golpe; - consenso era um “populista”; - regime instaurado em março de 1964 teria ocorrido devido à falta de talento de um único indivíduo; (p. 346) - outra análise se volta para as grandes estruturas mas essa tese de que a inevitabilidade do golpe militar com base nas mudanças no padrão de acumulação de capital que ocorreram ainda no governo Juscelino está, hoje, desacreditada; - outra interpretação - Grande Conspiração: aliança entre grupos sociais conservadores brasileiros com a CIA e o Departamento de Estado norte-americano (conspiração direitista interna-externa) nessa análise minimiza-se a participação dos grupos e das classes sociais; (p. 347) - na análise do autor, ele recorrerá ao método histórico, reconstituindo as identidades e os interesses dos atores coletivos envolvidos no processo; - 1961: João Goulart torna-se presidente sob gravíssima crise militar, com as contas públicas descontroladas, além da delicada situação política Goulart não tinha como implementar seus

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FERREIRA, J. O governo Goulart e o golpe civil-militar, in – O Brasil Republicano – o tempo da

experiência democrática

- para a direita civil militar, Goulart era um demagogo, corrupto, inepto e influenciado por

comunistas motivos suficientes, portanto, para o golpe de Estado; (p. 345)

- para as esquerdas revolucionárias e a ortodoxia marxista-leninista, o presidente era um líder

burguês de massa, uma liderança cuja origem de classe marcou seu comportamento dúbio e

vacilante, com vocação inequívoca para trair a classe trabalhadora assim, sua origem de classe

teria permitido o golpe;

- consenso era um “populista”;

- regime instaurado em março de 1964 teria ocorrido devido à falta de talento de um único

indivíduo; (p. 346)

- outra análise se volta para as grandes estruturas mas essa tese de que a inevitabilidade do golpe

militar com base nas mudanças no padrão de acumulação de capital que ocorreram ainda no governo

Juscelino está, hoje, desacreditada;

- outra interpretação - Grande Conspiração: aliança entre grupos sociais conservadores brasileiros

com a CIA e o Departamento de Estado norte-americano (conspiração direitista interna-externa)

nessa análise minimiza-se a participação dos grupos e das classes sociais; (p. 347)

- na análise do autor, ele recorrerá ao método histórico, reconstituindo as identidades e os interesses

dos atores coletivos envolvidos no processo;

- 1961: João Goulart torna-se presidente sob gravíssima crise militar, com as contas públicas

descontroladas, além da delicada situação política Goulart não tinha como implementar seus

projetos reformistas, pois o sistemas parlamentarista, implantado às pressas, visava impedir que ele

exercesse seus poderes; (p. 348)

- mesmo assim ele implantou um programa nacionalista mínimo;

- estabeleceu relações diplomáticas com países do bloco socialista; (p. 349)

- 1962: viajou para os EUA com o objetivo de buscar recursos e discutir temas que dificultavam a

relação entre os dois países não conseguiu recursos; (p. 351)

- sem os recursos externos tão esperados, a situação econômica deteriorou-se ainda mais com o

aumento dos índices inflacionários;

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A RADICALIZAÇÃO DAS ESQUERDAS

- grupos esquerdistas: heterogêneos e nem sempre unidos; (p. 352)

- Darcy Ribeiro as pequenas esquerdas radicais não toleravam o governo de Goulart. Lutavam

pela revolução socialista imediata e seu propósito era derrubar o governo; (p. 354)

- 1962 – Brizola seu prestígio político no campo das esquerdas era imenso; (p. 355)

- Brizola unificava as esquerdas 1963: sob sua liderança surgiu a Frente de Mobilização Popular

procurava convencer Goulart a implementar as reformas de base unicamente com o seu apoio

político;

- o presidente, procurando ser fiel aos seus compromissos nacionalistas, não abria mão das reformas.

No entanto, naquele momento, o seu objetivo mais imediato era recuperar seus poderes campanha

de retorno ao presidencialismo; (p. 357)

DE VOLTA PARA O PRESIDENCIALISMO

- coalização radical avançava em sua estratégia de confronto; (p. 359)

- ao mesmo tempo, grupos políticos, empresariais e militares articulavam-se em instituições para

conspirarem contra o governo de maneira mais organizada;

- novos problemas surgiram deterioração das relações com os Estados Unidos foi um dos mais

difíceis; (p. 361)

- plebiscito: população foi às urnas manifestar-se sobre a forma de governo vitória de Goulart; (p.

362)

GOULART PRESIDENTE E O PROJETO DE PACTO SOCIAL

- Plano Trienal combater a inflação sem comprometer o desenvolvimento econômico; (p. 364)

- dificuldades e resistências, especialmente na área sindical; (p. 365)

RUMO AO ISOLAMENTO

- março de 1963: Goulart voltou-se para seu programa histórico – as reformas de base, a agrparia em

particular; (p. 366)

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- comissão parlamentar recusou o projeto de reforma agrária do PTB; (p. 367)

- a estratégia de Goulart de conciliar medidas ortodoxas e estruturalistas fracassou;

- em setembro, Goulart ainda enfrentaria uma nova crise política, agora de repercussão

extremamente negativa na área mais delicada de seu governo, a militar; (p. 270)

O ISOLAMENTO PRESIDENCIAL

- Goulart procurou apoio das esquerdas naquele momento, as esquerdas reunidas, não confiavam

no presidente; (p. 372)

- o minoritário grupo civil-militar golpista começara a ganhar terreno no plano conspiratório; (p.

373)

- esquerdas romperam definitivamente com Goulart; (p. 374)

- a sua estratégia de conciliação entre as diversas forças políticas fracassou. Mas os malogro resultou

não de sua incapacidade de negociar, atividade que ele dominava com maestria, mas sim da recusa

entre as partes a pactuarem acordos; (p. 375)

- crise econômico-financeira se agravava problema central: refinanciamento da dívida externa; (p.

379)

- Goulart aderiu à Frente Única Esquerda; (p. 381)

- ele acreditou, ou disse acreditar, nas forças que as esquerdas diziam ter; (p. 382)

NA CANOA DAS ESQUERDAS

- comício - março de 1964 – mobilizou o movimento sindical e as esquerdas, mas acirrou os

ânimos da direita (p. 382)

- Goulart estava disposto a levar adiante as mudanças econômicas, sociais e políticas em aliança com

as esquerdas; (p. 385)

- esquerdas não acreditavam na possibilidade de um golpe da direita, mas sim do seu maior aliado, o

próprio presidente da República; (p. 387)

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A VEZ DOS SUBALTERNOS DAS FORÇAS ARMADAS

- reivindicação dos marinheiros e fuzileiros navais Goulart e as esquerdas não se deram conta da

gravidade da situação, mas os militares sim; (p. 391)

ENFIM. O “CONFRONTO”

- 31 de março de 1964: início de uma rebelião militar; (p. 392)

A DEMOCRACIA POR ÚLTIMO

- manhã do dia 1º governo de Goulart já estava condenado; (p. 398)

- não se tratava apenas de um movimento militar, mas sim de uma ampla coalização civil-militar

brasileira com apoio de forças estrangeiras; (p. 399)

- entre a radicalização da esquerda e da direita, uma parcela ampla da população apenas assistia aos

conflitos, silenciosa; (p. 400)

- queda de Goulart foi seguida por um declínio político dos trabalhadores;

- a questão imediata era depor Goulart e depois fazerem uma “limpeza” política somente mais

adiante surgiria um “ideário” do regime dos militares; (p. 401)

- o governo trabalhista, a sociedade brasileira e mesmo os patrocinadores da derrocada da

democracia não perceberam que, em abril de 1964, ocorrera um novo tipo de golpe;