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A REVISTA DO COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL Nº 134, Dezembro de 2012 Publicação mensal No aniversário dos 103 anos do COP, dezenas de pessoas foram premiadas após um discurso do presidente da instituição. Entrevista José Vicente Moura, presidente do COP, faz um balanço dos 15 anos à frente da instituição Reportagem Um dia com... Rui Costa, atleta olímpico de ciclismo, entre ginásio e treinos de estrada Opinião José Manuel Costa, Jurista e Membro da Comissão Instaladora Arbitral de Desporto FESTA OLÍMPICA

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Reportagem

24 . Olimpo . Janeiro 2012

A R E V I S TA D O C O M I T É O L Í M P I C O D E P O R T U G A L

Nº 134, Dezembro de 2012Publicação mensal

No aniversário dos 103 anos do COP, dezenas de pessoas foram premiadas após um

discurso do presidente da instituição.

Entrevista José Vicente Moura, presidente do COP, faz um balanço dos 15 anos à frente da instituição

ReportagemUm dia com... Rui Costa, atleta olímpico de ciclismo, entre ginásio e treinos de estrada

OpiniãoJosé Manuel Costa, Jurista e Membro da Comissão Instaladora Arbitral de Desporto

FESTA OLÍMPICA

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Reportagem

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Sumário

Ficha TécnicaPropriedade e Edição Comité Olímpico de Portugal, Travessa da Memória, 36 1300-403 LisboaTel.: 21 361 72 60 Fax: 21 363 69 67Director José Vicente MouraDirector ExecutivoFrancisco EmpisTextos Cunha Vaz & Associados Fotos Fernando Piçarra, Getty ImagesProjecto Gráfico e Paginação Cunha Vaz & AssociadosImpressãoSig, Sociedade Industrial-Gráfica, Lda.Rua Pêro Escobar, 21, 2680-574 Camarate - LisboaTiragem2.500 exemplaresPeriodicidade Mensal Numero de Registo ICS 102203Depósito Legal9083/95Distribuição gratuita

10 TEMA DE CAPA ANIVERSÁRIO DO COP Momentos de glória foram recordados na celebração dos 103 Anos do Comité Olímpico de Portugal (COP). Após um breve balanço dos últimos 30 anos por José Vicente Moura, presidente do COP, dezenas de pessoas foram premiadas.

14 ENTREVISTA

JOSÉ VICENTE MOURA

O presidente do COP, fala-nos dos 15 anos de actividade à frente do COP e do sentimento de dever cumprido. Reformou e modernizou o Comité e fê-lo passar de uma instituição dispensável e amadora à “maior instituição desportiva portuguesa”.

18 UM DIA COM...RUI COSTA

A Olimpo foi acompanhar o dia de Rui Costa, Atleta Olímpico de ciclismo, o homem que acabou de bater pelos votos o futebolista Cristiano Ronaldo na conquista do título de Melhor Atleta Masculino de 2012.

4 EDITORIAL6 BREVES10 TEMA DE CAPA CELEBRAÇÃO DOS 103 ANOS

DO COP14 ENTREVISTA JOSÉ VICENTE MOURA,

PRESIDENTE DO COP18 UM DIA COM… RUI COSTA, ATLETA

OLÍMPICO DE CICLISMO20 OPINIÃO JOSÉ MANUEL COSTA,

JURISTA E MEMBRO DA COMISSÃO INSTALADORA DO TRIBUNAL ARBITRAL DE DESPORTO

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Editorial

JOSÉ VICENTE MOURAPresidente do Comité Olímpico de Portugal

Baseado num conjunto de ensaios de hipó-teses, foi apresentado durante este mês de Novembro um estudo sobre a avaliação do impacto do financiamento público, suposta-mente global, aos Ciclos Olímpicos e Para-límpicos 2001-2012.

Definido um ponto de partida pela repu-tada PricewaterhouseCoopers, construíram--se regressões e estatísticas, diferenciaram--se análises, definiram-se instrumentos. Inversamente ao que seria expectável e cien-tificamente aceite, concluiu-se com a for-mulação de perguntas para o Governo, ale-gadamente com a estrutura do desporto nacional, definir prospectivamente a política desportiva.

Através de um modelo e de indicadores importados, sem que se perceba a diferença entre normalização dos dados ou elimina-ção dos mesmos, formulando as perguntas

UM ESTUDO “IRRELEVANTE”?

pertinentes, é predito ‘a posteriori’ que Por-tugal devia ter ganho 5 medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres 2012?

Terminados os Jogos, não podemos dei-xar de reter que 50% das medalhas em dis-puta foram conquistadas por um conjunto de 10 países. Essa razão leva-nos a duvidar sobre a aplicabilidade das mencionadas regressões ou correlações a países como Portugal.

Não conseguimos compreender a previ-são das 5 medalhas a Portugal. O número de praticante da modalidade é irrelevante en-quanto variável explicativa dos resultados?

Assim, e segundo a literatura que terá sido compulsada pela empresa autora, con-sideramos que deveriam ter sido considera-dos os resultados desportivos anteriores, em linha com as predições da Infostrada, USA Today ou SportsMyriad, entre outras. Deve-

ria ter-se em conta também a avaliação dos factores relacionados com o crescimento do envolvimento, considerados pela Gold-man Sachs.

Serão as 20 variáveis-chave indiscutí-veis? Não seria de considerar as 17 variáveis que ficaram por avaliar? Talvez a resposta não esteja na dúvida inerente à avaliação, mas sim no entendimento sobre o viés em que o estudo poderá ter incorrido.

No que respeita às recomendações e linhas orientadoras propostas pela PwC, cabe-nos sugerir uma leitura atenta às obri-gações vertidas nos contratos-programa, anexos e relatórios de avaliação. Isto para que possam ser rectificadas no sentido de um efectivo contributo para o Desporto em Portugal.

Que se façam mudanças, mas não para que tudo fique na mesma!

“Os Jogos Olímpicos são o epítome da actividade não-politizada.”

Michael Johnson

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Breves

O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016 lançou, em Novembro, um concurso para a esco-lha de uma mascote para os Jogos Olímpicos e para os Jo-

gos Paralímpicos. As mascotes serão apresen-tadas ao público dois anos antes dos Jogos, no segundo semes-tre de 2014. As mascotes são um importante veículo de transmissão da mensagem do maior evento multidesportivo do planeta, especialmente para o públi-co infanto-juvenil. O processo, que contará com a consultoria da empre-sa Anima Mundi, terá um prémio de 50 mil Reais (cerca de 19 mil Euros).

No concurso apenas são admiti-dos profissionais e empresas brasileiras. Profissionais liberais tam-bém poderão participar, desde que associados a alguma empresa, tais como produtoras de animação, produtoras cinematográficas, agências de design, de publicidade e estúdios de ilustração. O objec-tivo é que a mascote olímpica e a mascote paralímpica estejam em linha com os pilares do Rio2016 e com os valores do movimento Olímpico e Paralímpico.O regulamento está disponível em http://www.rio2016.com/comiteorganizador/bens-e-servicos

A dupla portuguesa de remadores, Pedro Fraga e Nuno Mendes, conquistou a Medalha de Prata em LM2x no Campeonato da Europa de Remo, que decorreu no mês de Setembro em Varese, Itália.Os remadores portugueses concluíram a prova em 6.22,27 tendo ficado a apenas 0.0,29 da dupla campeã europeia, os gregos Panagiotis Magdanis e Spyridon Giannaros. O pódio ficou fechado com a dupla britânica, Chris Boddy e Michael Mottram, com a marca de 6.23,34.Recorde-se que Pedro Fraga e Nuno Mendes conquistaram nos Jogos Olímpicos de Londres o 5.º lugar, naquela que foi a melhor prestação de sempre de uma dupla portuguesa numa competição Olímpica.

O Seguro do Praticante de Alto Rendimento, previsto na legislação desde 1990, foi finalmente oficializado. O acto decorreu na Secretaria de Estado do Desporto e Juventude através da assinatura de contrato entre o Instituto Português do Desporto e Juventude e a seguradora Império Bonança.O seguro que terá o Estado como tomador pelo preço de 238 mil Euros abrange as coberturas de assistência hospitalar (15 767€), assistência ambulatória (1 577€), invalidez permanente absoluta (52 556€) e invalidez permanente parcial (52 556€), destinando-se a um universo de aproximadamente 450 atletas de modalidades olímpicas, paralímpicas e outras.

SAÚDESEGURO DO PRATICANTE DE ALTO RENDIMENTO OFICIALIZADO

PEDRO FRAGA E NUNO MENDES CONQUISTAM PRATA NO EUROPEU

O livro “Kelfi e os Jogos Olímpicos”, de Gustavo Marcos, foi lançado no mês de Outubro no auditório do Comité Olímpico de Portugal (COP). O livro, editado pelo Comité Olímpico de Portugal em colaboração com o Comité Paralímpico de Portugal (CPP), destina-se a crianças do ensino básico e pretende dar-lhes a conhecer o universo Olímpico.A obra aborda vários temas, como as origens das olimpíadas, as diferentes modalidades Olímpicas e as edições dos jogos modernos, e também temas didácticos como a importância do desporto para a saúde. O personagem principal, o

Kelfi, leva os leitores a conhecer estes temas com várias perguntas e actividades práticas ao longo da história.

FRANCISCO EMPIS NOVO RESPONSÁVEL PELO MARKETING E COMUNICAÇÃO DO COPFrancisco Empis é o novo director de marketing e comunicação do Comité Olímpico de Portugal (COP). A nomeação surge na continuidade da parceria entre o COP e a agência de comunicação Cunha Vaz & Associados. Francisco Empis veio substituir João Malha, que dirigiu o departamento durante os Jogos Olímpicos de Londres 2012.Francisco Empis, de 28 anos, é licenciado em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro, no Brasil. Antes de assumir funções no COP, trabalhou como assessor de imprensa no Conselho da Europa, e em campanhas de integração de imigrantes em Portugal. Encontra--se actualmente a completar uma pós-graduação em Direito Europeu.

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RIO 2016 CONCURSO PARA SELECÇÃO DE MASCOTES DOS JOGOS

LIVROGUSTAVO MARCOS LANÇA “KELFI E OS JOGOS OLÍMPICOS”

6 . Olimpo . Dezembro 2012

gos Paralímpicos. As mascotes serão apresen-tadas ao público dois anos antes dos Jogos, no segundo semes-tre de 2014. As mascotes são um importante veículo de transmissão da mensagem do maior evento multidesportivo do planeta, especialmente para o públi-co infanto-juvenil. O processo, que contará com a consultoria da empre-sa Anima Mundi, terá um prémio de 50 mil Reais (cerca de 19 mil Euros).

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1980 Ano em que se realizaram pela primeira vez as Olimpiadasna Rússia.

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ARQUITECTURA VENCEDOR DO CONCURSO DA SEDE DO CAMPO OLÍMPICO DE GOLFE É ANUNCIADO

As primeiras obras de infraestrutura que fazem parte do plano de revitalização da região do porto do Rio de Janeiro, intitulado “Porto Maravilha”, já começaram. Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016, muitos espectadores irão desembarcar na cidade em navios transatlânticos, que ficarão atracados e servirão de hospedagem para os turistas. O objectivo é reintegrar a degradada região do porto à cidade, modernizando-a mas preservando a sua identidade. Um dos símbolos da nova fase será o Museu de Arte do Rio (MAR), que está a ser construído na região.

123 diasA sensivelmente um ano da chegada da Tocha Olímpica à Rússia, o Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi2014 divulgou a rota que a Tocha Olímpica e os seus portadores percorrerão, que será a mais longa da história.Ao longo de 123 dias, a Chama Olímpica irá viajar mais de 65 000km a pé, de carro, de avião, de comboio e até mesmo de “troika”, um trenó tradicional russo. A Tocha será transportada por cerca de 14 mil portadores e irá visitar mais de 2 900 locais ao longo das 83 regiões da Rússia, desde Kaliningrado a Vladivostok, passando a uma hora de distância de 90% da população do país, ou seja, cerca de 130 milhões de pessoas poderão participar das celebrações.O percurso da Chama Olímpica começará em Moscovo antes de visitar várias áreas históricas, culturais e pitorescas da Rússia, incluindo Yasnaya Polyana, a parte russa de Curonian Spit, os vulcões de Avachinskiy e a Reserva de Kizhi, culminando na Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi2014, no dia 7 de Fevereiro de 2014.

INFRAESTRUTURASREVITALIZAÇÃO DA REGIÃO DO PORTO DO RIO JÁ COMEÇOU

O JOVEM arquiteto Pedro Évora, neto de um medalhista olímpico, vai assinar o projecto da sede do campo olímpico de Golfe. “Uma grande varanda”, que valoriza a paisagem tropical exuberante da Barra da Tijuca num ambiente de convivência e contacto com a natureza, com o espírito carioca, é a marca do projecto vencedor.Pedro Évora e Pedro Rivera, do Rio de Janeiro, são, respectivamente, autor e co-autor do projecto, que contaram com a colaboração de Carina Batista, José de Latorre, Thiago Tarsitano, Romulo Milanese e Mariana Vilallonga. Ao todo, 82 equipas de arquitectos e paisagistas, de diversas cidades do Brasil, foram a concurso, com um total de 57 projectos entregues. “Tínhamos o desejo de abrir as portas para a cultura brasileira e de dar esta oportunidade aos jovens arquitetos do nosso país. Eles apresentaram trabalhos que enobrecem e orgulham a arquitectura brasileira. Estou encantado com o resultado”, afirma Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comité organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016.O júri foi composto pelos arquitetos Gustavo Nascimento, gerente de Arquitectura e Design de Instalações Desportivas do Rio 2016™, e Michael Johnson, americano especialista em projetos de campos de golfe, como representantes do Rio 2016™, além de três arquitetos do IAB-RJ, Nivaldo Vieira de Andrade Junior, Eduardo Horta e Fernando Alencar.

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Breves

8 . Olimpo . Dezembro 2012

CLASSE RS:X MANTÉM-SE NO PROGRAMA DOS JOGOS OLÍMPICOS

A classe de Vela RS:X continuará a figurar no programa dos Jo-

gos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. A continuidade da classe ficou decidida no Congresso da Federação Internacional de Vela (ISAF), que decorreu na Irlanda no início de Novembro. Esta de-cisão vem revogar uma votação anterior que ditava a substituição

da classe RS:X pelo Kitesurf no programa dos próximos Jogos Olímpicos.

Nos Jogos Olímpicos de Lon-dres 2012, Portugal foi represen-tado nesta classe pelo velejador João Rodrigues, que conta já com seis presenças em Jogos Olímpicos e que assim poderá almejar alcançar no Rio de Janei-ro 2016 a sua sétima presença.

VELA

As cidades de Buenos Aires (ARG), Glasgow (GBR), Guadalajara (MEX), Medellín (COL) e Roterdão (HOL) submeteram as suas candidaturas para colherem os Jogos Olímpicos Juventude 2018. As cidades finalistas serão anunciadas pelo Conselho Executivo do Comité Olímpico Internacional (COI) em Fevereiro de 2013, em Lausanne. Após uma avaliação mais profunda, os membros do COI irão eleger a cidade anfitriã. A eleição final está marcada para 4 de Julho do próximo ano.

Um ano depois de se ter tornado em Yokohama o primeiro atleta masculino português a vencer uma etapa do Campeonato do Mundo de Triatlo,

João Silva voltou a conquistar o primeiro lugar na prova nipónica, sétima e penúltima etapa do Campeonato do Mundo 2012, com o tempo de 01:48:44.

O outro português em prova, João Pereira, terminou no 31.º lugar com a marca de 1:55.49.Graças a esta vitória e ao 21.º lugar na Grande Final do Mundial de triatlo em Auckland (Nova Zelândia), João Silva fecha o campeonato no Top-10 com 2682 pontos.O triatleta que, pela terceira vez consecutiva, foi o melhor português na competição volta a integrar o ‘top ten’ da modalidade.

A delegação chinesa, chefiada pelo vice- -presidente do Comité Olímpico Chinês e vice- -ministro do Desporto, Sr. Xiao Tian, foi recebida pelo Presidente do COP, Comandante Vicente Moura, acompanhado pelo secretário-geral Eng.º Marques da Silva e pela Dr.ª Angelica Santos, Vogal da Comissão Executiva.No decorrer da reunião foi feito um convite para uma delegação do COP visitar, no próximo ano, o Comité Olímpico Chinês em Pequim, durante a qual será assinado um protocolo de entendimento entre as duas entidades em áreas desportivas

CANDIDATURASORGANIZAÇÃO DOS JO JUVENTUDE 2018

TRIATLOJOÃO SILVA NO ‘TOP TEN’ MUNDIAL

JANTAR-REUNIÃOCOP RECEBE CONGÉNERE CHINÊS

CONFERÊNCIA “OLÍMPICOS 2012 DÁ O MELHOR DE TI”

O Pavilhão da Escola Professor Noronha Feio, em Queijas, foi palco no passado dia 20 de Novembro da Conferência “Olímpicos 2012 - Dá o melhor de ti”. A conferência contou com a presença dos atletas David Rosa (Ciclismo) e Sara Carmo (Vela), que fizeram parte da Missão Londres 2012, bem como do Presidente da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) e Medalhado de Bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, Nuno Barreto (Vela). Os oradores enalteceram o papel do desporto na formação individual, através da sua experiência. O Comité Olímpico de Portugal (COP) esteve representado por Angélica Santos, membro da Comissão Executiva do COP.Nesta ocasião foi também premiada a Escola Professor Noronha Feio, que com o ‘slogan’ “Ganhar ou perder, com ‘fair-play’ é vencer” venceu o concurso lançado pela Câmara Municipal de Oeiras às Escolas do 2º, 3º Ciclos e Secundárias no âmbito do Programa Municipal de Promoção do Espírito Desportivo.

A 15ª Conferência Mundial do COI, subordinada ao tema “Desporto para Todos”, terá

lugar em Lima (Perú) entre os dias 24 e 27 de Abril de 2013. O encontro, que terá como anfitriões o Governo Municipal de Miraflores e o Instituto

Peruano do Desporto, está a ser organizado pelo COI em conjunto com o Comité Olímpico

do Perú e em colaboração com a SportAccord.De referir que a conferência mundial “Sport For All”, desde a sua primeira edição, em 1986, dedica-se a promover a saúde, o ‘fitness’ e o bem-estar e a incentivar um maior número de pessoas de todas as idades

a participarem em actividades desportivas e a experimentarem os valores olímpicos. Inscrição através do sítio www.sportforall2013.org

LIVRO15ª CONFERÊNCIA MUNDIAL “SPORTS FOR ALL”

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Foi com emoção e sentido de dever cumprido que dirigentes, atletas, treinadores e amantes do Desporto celebraram os 103 anos de existência do Comité Olímpico de Portugal (COP). Várias dezenas de pessoas foram premiadas após Vicente Moura, presidente do COP, ter feito um breve balanço dos últimos 30 anos que o ligam ao Movimento Olímpico português. Alexandre Mestre, o representante do Governo, desafiou ainda o líder do COP - que está em final de mandato - a colaborar no sentido de, com o seu saber, melhorar o paradigma do desporto nacional.

CELEBRAÇÃO DOS 103 ANOS DO COPMOMENTOS DE GLÓRIA RECORDADOS EM FESTA OLÍMPICA

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Dezembro 2012 . Olimpo . 11

// José Vicente Moura, presidente do COP, homenageia o secretário de Estado do Desporto e da Juventude com uma placa de gratidão e reconhecimento. Os remadores Emanuel Silva e Fernando Pimenta receberam a Medalha Olímpica do COP após terem conquistado a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres 2012

Mais de duas centenas de diri-gentes desportivos, atletas, trei-nadores e responsáveis políticos

na área do desporto marcaram presença na cerimónia de comemoração dos 103 anos do Comité Olímpico de Portugal (COP) que se realizou no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, em Lisboa. O valor de uma insti-tuição como o COP ficou vincado no rico des-critivo histórico elencado pelo seu presidente e ainda pelas palavras proferidas pelo actual secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre: “Só instituições ímpares, com valia, enraizamento e prestígio junto dos cidadãos portugueses é que conseguem man-ter a chama acesa durante mais de cem anos. Neste caso a Chama Olímpica”, frisou.

Foi com a voz embargada que o coman-dante José Vicente Moura anunciou aos convidados da festa do 103º aniversário a notícia do falecimento de Manuel Ribeiro da Silva, um ilustre cientista do Porto, pra-ticante de basquetebol na juventude, que

ao Movimento Olímpico deu o seu tempo e saber para a criação da Academia Olímpi-ca de Portugal. Fez-se um sentido minuto de silêncio e de seguida o presidente fez a evocação dos momentos altos do passado recente do COP e do movimento olímpico português.

O comandante Vicente Moura revelou como, em 1981, acabou, por mero acaso, eleito numa lista candidata aos órgãos sociais do COP. “Por imperativo estatutário, houve duas listas a sufrágio. Numa delas, a vencedo-ra, liderada pelo engenheiro Lima Belo, figu-rava o meu nome, sem o meu conhecimento, sendo eu então secretário-geral da Federação Portuguesa de Natação. O presidente da mi-nha federação inclui-me na lista de Lima Belo e este ganhou. Vi-me então, de um momento para o outro, catapultado para o convívio com grandes figuras do olimpismo português”, re-cordou, explicando assim como surgiu o seu contacto com a instituição máxima do olim-pismo português.

Foram dezenas de atletas, treinadores, dirigente federativos, do Comité Olímpico e amantes do desporto os homenageados na festa do centésimo terceiro aniversário do COP. Pelo palco instalado no Pavilhão das Galeotas do Museu da Marinha passaram dirigentes olímpicos como Vasco Lince, Geraldes de Oliveira, Manuel da Silva Moura, Carlos Cardoso, Jorge Cruz, Mário Várias Cardoso, Miguel Nobre Ferreira ou José Manuel Fiadeiro, alguns deles companheiros de caminhada de José Vicente Moura no seu primeiro mandato à frente do COP.

Outros se seguiram no trabalho em prol do Movimento Olímpico e por isso tiveram honras de serem recordados: Victor Nogueira, Artur Lopes, Vítor Fonseca da Mota, João Correia, Norberto Rodrigues, Manuel Marques da Silva, Raúl Martins, João Matos, Alípio de Oliveira, José Vasques Osório, Mário Saldanha, António Feu e Nuno Simões; mas também António Roquette, António Aleixo, Manuel Boa de Jesus, Pedro Sousa Ribeiro e Maria João Vitorino ou Vicente Araújo e Celeste Gil (ausentes), Paulo Frischknecht, Susana Feitor, Florindo Morais, Nuno Fernandes e

Sílvio Rafael. Na leva mais recente de dirigentes do COP pontuam Carlos Lopes, José Luís Ferreira, Mário Santos, Angélica Santos, Pedro Sarmento, Sandra Monteiro, Rui Coelho, João Salgado da Silva e Nuno Barreto.Os prémios anuais do COP foram entregues ao velejador João Rodrigues (Prémio Especial COP), à judoca Ana Hormigo (Prémio Fair Play), ambos ausentes em viagem, e a Tomás Araújo, 13 anos, praticante de artes marciais chinesas (Prémio Juventude). A Medalha de Mérito foi entregue a Alda Corte-Real (Ginástica)

e a Vítor Carvalho (C.P.C.C.R). A Medalha Olímpica coube à dupla Emanuel Silva e Fernando Pimenta (Canoagem) e a da Ordem Olímpica, o mais alto galardão do COP, a Miguel Nobre Ferreira (comissão jurídica). No final da cerimónia ainda houve lugar à entrega de prémios a Maria Helena Saraiva, colaboradora há mais de dez anos no COP; a Ricardo Florêncio, ‘Managing Partner’ da Desportímedia; a António Cunha Vaz, ‘Chairman’ da consultora em comunicação CV&A; e ao Contra-Almirante António Bossa Dionísio, director do Museu do Mar.

DEZENAS DE GALARDOADOS COM PRÉMIOS DE MÉRITO OLÍMPICO

CELEBRAÇÃO DOS 103 ANOS DO COPMOMENTOS DE GLÓRIA RECORDADOS EM FESTA OLÍMPICA

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// Dois parceiros do COP foram homenageados em noite de festa. O director do Museu do Mar, o Contra-Almirante Bossa Dionísio e o presidente do Comité Paralímpico de Portugal, Humberto Santos

Três anos mais tarde, em 1984, coube a José Vicente Moura chefiar a Missão Olím-pica que levou 37 atletas até Los Angeles. “Obtivemos três medalhas, a histórica me-dalha de ouro de Carlos Lopes e duas de bronze, de Rosa Mota e do nosso saudoso António Leitão”, referiu, acrescentando a esse mandato os feitos olímpicos de Seul em 1988: “a participação culminou com a medalha de ouro de Rosa Mota, a maior ma-ratonista de sempre”, disse-o, sendo inter-rompido pela audiência com uma enorme salva de palmas.

Um ano depois, 1989, foi a vez de José Vicente Moura ser eleito pela primeira vez como presidente do COP. “Nesse mandato merece referência os esforços que envidá-mos para a criação da Fundação do Des-porto, a criação da assembleia do desporto federado que deu origem à Confederação do Desporto e a participação intensíssima na primeira lei de bases do desporto”, re-cordou, explicando as razões pelas quais tomou, em 1993, a decisão de não se recan-didatar: “o facto de em Barcelona não se ter

conquistado nenhuma medalha marcou negativamente a minha prestação enquanto presidente do COP, sem apoio visível não me recandidatei”.

Quatro anos depois, Vicente Moura está de volta como cabeça de uma lista vencedora. É então que começa a verdadeira revolução que mudou o rosto do Comité Olímpico. “Alteraram-se os estatutos, nome e logótipo do COP por forma a modernizar a sua visi-bilidade. Tivemos uma boa participação nos Jogos de Sydney 2000, onde se obtiveram duas medalhas de bronze, Fernanda Ribei-ro e Nuno Delgado”, relembrou. “Em 2001 voltei a ser reeleito. Criámos a Comissão de Atletas Olímpicos (a CAO) e colocámos de pé a ACOLOP. Nos Jogos Olímpicos de Atenas tivemos uma excelente participação: 3 meda-lhas, duas de prata, uma de Sérgio Paulinho e outra de Francis Obikwelu, e uma de bronze de Rui Silva”, salientou.

Reeleita em 2005, a equipa liderada por Vicente Moura preparou a gestão do projec-to dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, criou os Jogos da Lusofonia, preparou um

Tema de Capa

Como as instituições são uma emanação das pessoas que as criam e dinamizam, importa dar os parabéns a todos os dirigentes e funcionários que emprestaram

o seu tempo e saber, décadas a fio e todos os atletas, treinadores e demais dirigentes desportivos, que trouxeram reconhecimento ao COP sempre em nome do País”. Foi desta forma que Alexandre Mestre, actual Secretário de Estado do Desporto e Juventude, felicitou todos os responsáveis pelo COP durante a cerimónia do seu 103º aniversário, que decorreu no Museu da Marinha, em Lisboa.Sabendo estar o presidente do COP em final de mandato, o governante com a tutela do Desporto criticou e lançou um repto à pessoa de José Vicente Moura, pedindo-lhe “um compromisso institucional e pessoal na remessa de contributos para o futuro programa desportivo 2012-2024, gizando connosco o futuro do desporto português em geral e do olimpismo português em particular”. Concordando com as premissas do presidente do COP em funções – que assumiu publicamente estar “o nosso modelo desportivo esgotadíssimo, obsoleto, ultrapassado, desarticulado e sem profundidade, precisando de mudar o paradigma” – desafiou o ainda responsável máximo pelo desporto olímpico a “partilhar soluções, experiências e a sua visão, como agente incontornável que é, no sistema desportivo nacional”. “Não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar este ‘know-how’”, garantiu.

GOVERNO CONVIDA VICENTE MOURA A PARTILHAR SOLUÇÕES

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// Rosa Mota foi ovacionada com uma enorme salva de palmas. O hino nacional interpretado pelo Coral Vértice emocionou os presentes que aproveitaram o momento para reencontrar e conviver com amigos de longa de data

Antes do jantar, houve tempo para o lançamento do Livro Evocações Olímpicas, de David Sequerra, na sede do COP. Segundo o autor, o livro deixa aos leitores “testemunhos de historietas e situações especiais, entre emocionantes e caricatas, desde 1952 até aos dias de hoje.”O lançamento foi precedido do descerramento da placa comemorativa do feito alcançado por Emanuel Silva e Fernando Pimenta, que em Londres conquistaram a Medalha de Prata em Canoagem K2 1000m. Esta placa junta-se assim, no mural Fama Olímpica, às Medalhas Olímpicas conquistadas por Portugal.

LANÇAMENTO DE LIVRO E DESCERRAMENTO DE PLACA COMEMORATIVA

GOVERNO CONVIDA VICENTE MOURA A PARTILHAR SOLUÇÕES

estudo de candidatura de Lisboa à realização dos Jogos Olímpicos que nunca passou do papel e reforçou as relações com o desporto paralímpico e universitário. Foi nessa época que se lançou o projecto de criação do Tribu-nal Arbitral Desportivo e mais tarde propos a criação de um Programa de Detecção de Talentos do Desporto.

Em Pequim dois atletas regressaram me-dalhados, Nélson Évora com ouro e Vanes-sa Fernandes com prata; em Londres 2012 uma medalha de prata chegou a Portugal ao peito dos remadores Manuel Silva e Fernan-do Pimenta.

“Esta será a minha última intervenção en-quanto presidente do COP, na plenitude de funções”, confessou emocionado José Vicen-te Moura, relembrando que está “prestes a terminar um longo e trabalhoso período” da sua vida, agradecendo a oportunidade de “de-pois de uma longa carreira na Armada que muito me orgulha, ter vivido uma segunda vida ao serviço do Movimento Olímpico. Foi um longo período de tempo que vivi intensa-mente e fui muito feliz”, rematou.

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Entrevista

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Reformou e modernizou o Comité Olímpico de Portugal e fê-lo passar de uma instituição dis-pensável e amadora à “maior instituição desportiva portuguesa”. Sai do COP ao fim de 15 anos com sentido de dever cumprido. Frontal e directo, relembra que a crónica falta de política desportiva nacional terá reflexos negativos já nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

JOSÉ VICENTE MOURAPRESIDENTE DO COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL (COP)

“As condições reais para medalhas em Londres eram escassas”

Quinze anos a liderar o Comité Olímpico de Portugal, mais três como Chefe de Missão, qual é o balanço que faz do trabalho concretizado?O balanço tem que ser positivo. Quando assumi funções no Comi-té Olímpico, especialmente quando me tornei presidente, herdei uma instituição com dezenas de anos a trabalhar à margem do associativismo desportivo. Era uma instituição que não dava o mí-nimo contributo para o desenvolvimento do desporto português. Diria que estava mais interessada em se perpetuar a si própria do que propriamente intervir e contribuir para o desenvolvimento do desporto português. Introduzi alterações estatutárias e garanti a entrada, nas dinâmicas do comité, das federações, e com elas o dirigismo português. Transformei o Comité Olímpico de uma ins-tituição dispensável na maior instituição desportiva portuguesa.

Quer dizer que no COP não havia rumo, não havia objectivos, ape-nas a manutenção do status quo? Foi isso que encontrou quando aqui chegou?Sim. Havia um Comité Olímpico com dirigentes de elevado nível mas que não tinham nenhuma intervenção. Reuniam-se periodi-camente. Era mais um grupo de amigos que se reunia, trocavam algumas impressões sobre a política desportiva do país e não in-tervinham em nenhum aspecto. De quatro em quatro anos faziam uma selecção dos atletas que iam às edições dos Jogos Olímpicos, pediam a cada federação que indicassem os atletas e preparavam a Missão. Faziam o trabalho com os atletas que aparecessem.

Pode-se então falar em amadorismo organizacional?Totalmente e duplamente amador. Ninguém recebia dinheiro, mas não havia responsabilidades. Respeito o amadorismo dos di-rigentes que até punham dinheiro do seu próprio bolso.

Como é que depois de toda esta lufada de ar fresco no Comité encara um sistema desportivo nacional obsoleto, como já afirmou. Como é que esta mudança conviveu com a falta de capacidade para captar novos atletas olímpicos?Esse é um dos problemas atávicos do nosso país. Logo a seguir ao 25 de Abril ainda houve uma fase em que o Estado percebeu que o desporto era importante, que pode ser motivador da auto-es-tima nacional, mas depois falhou porque não houve capta-ção de jovens desportistas. É muito complicado termos atletas talentosos, não aparecem. O indivíduo que tem condições morfológicas por vezes não é captado para a modalidade correcta por falta de infraestruturas e de orientação. Tenho pena dos talentos que se perderam.

Acha que é um problema de falta de orienta-dores ou apenas de má vontade política?É um problema de falta de vontade política porque as décadas passam e essas interrogações colocam-se sempre e não há solu-ções políticas para os

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Entrevista

problemas. Precisamos que os jovens pratiquem desporto. Ponto final. Para mim é indiferente o local onde o praticam. O pior é que o grau de prática é muito baixo.

Perante este cenário qual é o futuro do desporto olímpico em Portugal?É aquilo para o qual tenho vindo a alertar, se nada se alterar, menos atletas e menos modalidades já nos Jogos Olímpicos do Rio de Janei-ro. É o futuro! Para irmos aos Jogos são sempre precisos incentivos mais altos e nós não estamos a chegar lá. O país não foi capaz e não fez uma política integrada de desenvolvimento desportivo como devia.

Por muito que o COP faça o seu trabalho de definição de estratégia, de organização e que as coisas possam funcionar bem, há depois uma falta de ambição e de estratégia por parte dos decisores políticos que se reflecte no atletas e na falta de medalhas?Reflecte-se em tudo. Temos um modelo que está esgotado. Disse-o e está escrito em todos os lados. Andei a tentar encontrar cami-nhos e vias para ultrapassar isto. Em finais da década de 90 come-cei a defender a candidatura de Portugal à realização de uns Jogos Olímpicos para daí a uma década: a ideia era juntar responsáveis políticos, federações, empresas, comunicação social e desenvolver o desporto em Portugal. Era uma cenoura à frente do nariz dos responsáveis políticos para transformarem o desporto.

Quando foi assinado o protocolo de 2009, o Governo disponibilizou 14,6 milhões de euros e estabeleceu metas, disse quantas medalhas exigia? Não. O COP definiu os critérios para todas as modalidades, em comum acordo com todas as federações. O atleta que fizer aquele resultado entra no projecto. Se entra no projecto tem uma bolsa. Não tem resultados sai e perde a bolsa. Isto funcionou assim desde 2005 até agora. Este sistema passou pelo comité, o responsável pelo seu funcionamento sou eu.

Daí que nos Jogos de Londres tenha vindo de imediato assumir todas as responsabilidades…O responsável sou eu. A única diferença é que para os Jogos de Pe-quim o Estado exigiu medalhas. Eram 4 ou 5 objectivos e um deles quantificava o número de medalhas. Eu consultei as federações e concluímos que poderíamos ganhar 3 ou 4 medalhas. O Estado ao assinar o contrato tinha-as passado para 4 a 5.

Subiram a fasquia.Subiram. E eu, consciente de que era possível assinei. Por isso co-mecei a defender publicamente a conquista das quatro medalhas. Em Pequim não ganhámos. Não me enganei. Tivemos pouca sor-te, o 4.º lugar de Gustavo Lima, a não qualificação de Naide Go-mes, etc. Em Londres foi decido retirar o objectivo das medalhas porque se dizia que condicionava os atletas e lhes impunha uma grande carga psicológica. Agora defendem o contrário.

Partiu então para Londres com elevado receio. Qual era a sua percepção quanto a medalhas?

Da mesma forma que parti para Pequim com a ideia de que havia condições para ganhar três ou quatro medalhas, sabia que as con-dições reais para Londres eram pouco optimistas. E disse-o várias vezes. Se em Pequim levava uma comitiva com doze campeões da Europa e do mundo com 72 medalhas ganhas nas suas modalidades numa perspectiva 30% de êxito dava as quatro medalhas. Para Lon-dres levávamos uma campeã da Europa, a Telma Monteiro. Quan-to muito íamos conseguir um terço de medalha. Logo as hipóteses eram muito baixas. Atletas de nível mundial estavam lesionados. Para mim, pelo esforço e dedicação desta missão, não ganharam uma medalha, ganharam dez.

Estamos condenados à dimensão do país e ao facto de as federações não conseguirem captar jovens candidatos a talentos olímpicos?Acho que estamos à espera de um milagre. Já tivemos milagres no desporto em Portugal. O Ronaldo, por exemplo é um milagre. Tivemos em tempos o Joaquim Agostinho, o Carlos Lopes e a Rosa Mota. Todos foram milagres e nenhum deles foi resultado de uma política desportiva. Os grandes atletas da década de 80 foram qua-se de geração espontânea.

Vicente Moura com planos para o futuro

Aos 75 anos, José Vicente Moura, Capitão de Mar e Guerra na reserva, já planou o que vai fazer depois de Março de 2013, data em que passará o testemunho da liderança do Comité Olímpico de Portugal (COP). “Tenho alguns convites para várias coisas, até para dar aulas e fazer palestras sobre desporto”, adianta, estando na calha a hipótese de elaborar estudos sobre estratégias de cap-tação de talentos e acompanhar o processo de implementação do Tribunal Arbitral do Desporto.Após 15 anos intercalados a comandar os destinos da maior instituição desportiva por-tuguesa, José Vicente Moura afirma que o seu único receio no dia seguinte à sua saída do COP será “a minha ocupação de tempo”, não querendo passar “do 100 para o zero”. “Estou habituado a trabalhar dez horas por dia e tenho 75 anos. Se estiver muito tempo parado arranjo qualquer coisa para fazer, nem que seja ir para a pesca”, garante o presidente, que tem como rotina levantar-se todos os dias às 7h15m e que várias vezes surge em eventos desportivos ao final da noite revelando uma energia contagiante.

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Perante este cenário como vê então a participação de Portugal no Rio de Janeiro em 2016?Se nada mudar, e espero e faço votos que mude, teremos menos atletas e menos modalidades. Se não tivermos cuidados colectivos não conseguiremos ir a lado nenhum nem conseguir uma meda-lha que se veja.

Foi aquilo que apelidou de participação irrelevante e residual no Rio?Sim, residual. Agora temos esta consciência de que todos os paí-ses estão a subir em termos qualitativos e nós temos que investir, trabalhar diferente e trabalhar melhor. Não basta por dinheiro em cima do problema. É preciso investir nos jovens.

É a mudança de paradigma que falta?Exactamente. E isso demora dez anos a fazer. No Rio e por aí fora vamos ter dificuldades em ganhar medalhas, mas se aumentarmos a quantidade de jovens praticantes de modalidades aparecerá uma plê-iade de jovens capazes de se baterem pelos lugares cimeiros olímpicos.

Quando olha para as treze medalhas conquistadas sob o seu comando,

pensa que estão aqui mais de 50% das medalhas conquistadas em 103 anos por Portugal? Ficaram aquém dos seus objectivos?Ficaram muito aquém dos meus objectivos iniciais. Em todas as circunstâncias podíamos ter ganho mais medalhas. Acho que isso tem a ver com uma certa forma de ser dos portugue-ses: somos muito críticos de nós próprios e, em vez de pro-curarmos motivação para nos suplantarmos, assumimos um certo fatalismo e as coisas pioram. Temos que nos libertar dis-so, mesmo em relação a este ciclo económico. Foi isso que me faz sentir desapontado em relação às medalhas perdidas.

Quando é que tomou a decisão de definitivamente não se candidatar ao COP?Eu na minha vida sei o que quero fazer e quando. Felizmente te-nho tido sempre responsabilidades que me dão prazer. Tinha feito este trajecto e decidido que sairia nos Jogos de Pequim. Fiz a mi-nha previsão: pensei que com quatro ou cinco medalhas e uma sede nova era adeus até à vista e vou-me embora. Infelizmente as coisas não correram assim, então quero sair pelo meu próprio pé a dizer obrigado e adeus. Saio bem comigo próprio.

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Reportagem

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RUI COSTA ATLETA OLÍMPICO DE CICLISMO

UM DIA COM...

Um brilho nos olhos, um sorriso na cara e a atenção na meta

// Treino de estrada, idas ao ginásio e caminhadas fazem parte do trabalho diário de Rui Costa. A bateria é lazer total

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Tenho apenas 26 anos mas já sou muito rodado”. Esta frase, associa-da a um sorriso franco e genuíno

estampado nos lábios, poderia, com toda a legitimidade, já ter sido proferida pela boca do maior ciclista português da actualidade. O homem – que acabou de bater pelos votos o futebolista Cristiano Ronaldo na conquista do título de Melhor Atleta Masculino de 2012 – é o ciclista Rui Costa, o rapaz da Póvoa de Varzim que vibra com “ritmos altos” e “boas sensações”, especialmente em provas duras de montanha. O mesmo atleta que, com es-sas mesmas “boas sensações” e muita “auto motivação”, se sagrou vencedor da Volta à Suíça em 2012, num dos percursos mais du-ros do World Tour, uma das muitas vitórias no ano em se catapultou para o 9.º lugar no ranking dos melhores ciclistas do mundo.

A Olimpo aproveitou um interregno no intenso calendário das provas de competição internacional para conhecer os segredos que fazem deste jovem atleta em ascensão uma verdadeira “máquina” a galgar montanhas. O truque é simples, embora ele nunca o diga abertamente: disciplina. Senão vejamos, Rui Costa levanta-se todos os dias às 8h00 da manhã. Equipa-se para o treino e, entre olha-delas para as notícias na televisão, toma um calórico pequeno-almoço. Sobre a mesa não faltam o imprescindível pão, frutas secas, fru-tas da época, doce, iogurtes, um queijo da ilha de São Miguel que Rui não troca por nada deste mundo, ou o azeite Vila Flor gourmet, que o patrocina e com o qual muitas vezes barra o pão, e um café bem forte para estar sempre atento no meio do trânsito.

Com o estômago relativamente cheio, eis que é chegada a hora do ciclista se fazer à estrada. E no caso dele o trajecto não é brin-

cadeira: todos os dias em que tem treino de recuperação, o ciclista português que compe-te profissionalmente com as cores da equipa espanhola Movistar, pedala uma média diária de seis horas, num total de quase 100 qui-lómetros de asfalto. Faça chuva ou faça sol. Sempre a pedalar e sempre com um sorriso nos lábios. Um sorriso, aliás, que já se tornou a sua imagem de marca dentro e fora de fron-teiras.

Apesar dos treinos intensivos de estrada que conjuga com idas semanais ao ginásio e caminhadas a pé para tonificar os múscu-los, especialmente os das pernas, Rui Costa reconhece não ter (nem procurar) margem de manobra para grandes programas fora da sua rotina. “Sou muito fiel ao meu descanso”, assegura, garantindo que além do equilíbrio em cima das duas rodas encontra “muita fe-licidade” na companhia da namorada Carla Coelho, a jovem jornalista que “raptou” há cinco anos à ilha da Madeira, e também em momentos de lazer em casa a ver televisão ou a tocar a sua bateria.

O rapaz que aos 13 anos perdeu o medo de andar de bicicleta – esquecendo o susto de um quase atropelamento que sofrera dois anos antes – e venceu provas locais em cima da sua “bicla”, sabe que todo o esforço para ser o melhor ciclista de Portugal pode falhar com um simples deslize. “Quem está no ci-clismo tem mesmo que gostar do que faz. Eu sei que tenho que trabalhar todos os dias. Sei que tenho que me esforçar. Sei que não posso parar. Sei também que se pode perder todo o trabalho de meses numa noite de copos com os amigos ou com a família e por isso procuro rodear-me de coisas e pessoas que me proporcionem boas sensações”, confessa, sempre a sorrir.

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Opinião

Ao ter sido aprovado em Conselho de Minis-tros, a 3 de Maio deste ano, um anteprojeto de proposta de lei (PPL-84-GOV) que insti-tui, sob a égide do Comité Olímpico de Por-tugal (COP), o Tribunal Arbitral do Despor-to (TAD), foi cumprido o Programa do XIX Governo Constitucional, onde é defendida como medida de política para a área da Jus-tiça a aposta no desenvolvimento da justiça arbitral. Esta medida refere que o Estado, os cidadãos e as empresas darão um passo importante se tiverem meios alternativos aos Tribunais do Estado, podendo entregar a resolução dos seus litígios aos Tribunais Arbitrais.

Foi igualmente materializado um meca-nismo estruturante para o Desporto, através do qual se pretende contribuir para uma melhor justiça desportiva, disponibilizando uma instância independente de arbitragem e recurso, aliviando deste modo a pressão sobre os órgãos próprios das Federações e a tentação de levar os litígios para os tribunais comuns.

A referida proposta de lei identifica que

CRIAÇÃO DO TRIBUNAL ARBITRAL DO DESPORTO SOB A ÉGIDE DO COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL

se trata de uma entidade jurisdicional in-dependente, nomeadamente dos órgãos da administração pública do desporto, desgo-vernamentalizada e dispondo de autonomia administrativa e financeira, com a futura sede no COP, entidade idónea à qual incum-be promover a instalação e funcionamento do TAD.

Esta aprovação constituiu o corolário do desígnio defendido pelo Presidente do COP, desde 2001, desenvolvido a partir de 2005 pela Comissão Instaladora do TAD, a qual viria a apresentar ao Ministro da Jus-tiça, em 2007, uma proposta de criação de uma instância arbitral desportiva instruída com os respetivos Estatutos e Regulamen-tos. A referida apresentação ocorreu após aprovação unânime das Federações em Assembleia Plenária do COP, na sequência da harmonização dos Estatutos e Regula-mentos em concertação com o Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios do mesmo Ministério.

Em reação à iniciativa do Governo foi apre-sentado pelo Partido Socialista o Projeto de

Lei (PJL-236-PS), que na exposição de moti-vos tece considerações enviesadas, com o in-tuito de controverter a génese, natureza e per-curso histórico do Tribunal Arbitral du Sport / Court of Arbitration for Sport (TAS/CAS).

A argumentação expendida pretende es-tabelecer um nexo de causalidade entre o papel, alegadamente pernicioso, desempe-nhado pelo Comité Olímpico Internacional (COI) e pelo Comité português enquanto impulsionadores desta ideia de justiça ao serviço do Desporto. Insinua que caracte-rísticas de “isenção e independência” não podem ser garantidas caso o COP — orga-nização independente do Governo e alheia a quaisquer influências de natureza políti-ca e económica — assuma esta missão, de interesse público, de prover à instalação do TAD.

Justifica-se, portanto, desmistificar a ex-posição de motivos do Projeto do Partido Socialista, inclusivamente porque contraria inúmeros exemplos incontestavelmente po-sitivos, como são os casos de Espanha, Fran-ça, Bélgica, Itália ou Luxemburgo.

JOSÉ MANUEL COSTAJurista, Membro da Comissão Instaladora do Tribunal Arbitral de Desporto

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Na verdade, o TAS/CAS surge em 1984, sob autoridade administrativa e financeira do Conselho Internacional de Arbitragem em Matéria de Desporto, face à ausência de uma autoridade especializada independente na resolução de litígios desportivos. A ideia de uma jurisdição específica do desporto é atribuída ao então Presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, tendo sido criado em 1981 um grupo de trabalho liderado pelo Juiz do Tribunal Internacional de Justiça de Haia, Kéba Mbaye, que culminou na criação de uma jurisdição arbitral com procedimen-tos rápidos, eficazes e pouco onerosos. O Estatuto do TAS/CAS de 1984 vigorou até 1990, ano em que foi ligeiramente modifi-cado, sendo de referir que nesse período foi o COI que suportou as despesas de funcio-namento, uma vez que os procedimentos arbitrais eram em princípio gratuitos.

Em 1994 é operada uma reforma deter-minada pelo Tribunal Federal Suíço, com base no facto de o TAS/CAS ser financiado quase exclusivamente pelo COI, nomear uma percentagem significativa dos seus

membros e deter a competência para alterar o Estatuto, posição que era susceptível de colocar em causa a sua independência, mor-mente nos casos em que o COI fosse parte de um procedimento.

Foi sob este prisma que o Tribunal Fede-ral Suíço se pronunciou, no sentido de que era necessário garantir a independência do TAS/CAS relativamente ao COI. E é na se-quência do “Arrêt Gundel” que é operada uma importante reforma no Tribunal Arbi-tral do Desporto de Lausanne, sendo criado um Conselho Internacional de Arbitragem que passou a assegurar a gestão e o seu fun-cionamento. A reforma atrás referida foi complementada com a adopção do Código de Arbitragem em Matéria de Desporto, que entrou em vigor a 22 de Novembro de 1994.

Compulsada quer a Proposta de Lei do Governo quer o Projeto de Estatutos do TAD, este último apresentado por requeri-mento dirigido ao Ministro da Justiça em 2007, nenhuma similitude poderá ser esta-belecida que sustente que o TAD, enquanto instância de recurso, não reveste caracterís-

ticas de isenção e independência devido a ter a sua sede no COP.

É pertinente assinalar que o TAD deverá autofinanciar-se, não estando na dependên-cia financeira do COP ou de qualquer outra entidade, pública ou privada, dispondo de autonomia administrativa e financeira, com receitas próprias. Fica salvaguardada, em todos os casos, a possibilidade de recurso para o Tribunal Constitucional e de impug-nação da decisão com os fundamentos e nos termos previstos na Lei da Arbitragem Voluntária. A composição do Conselho de Arbitragem, o processo de designação da presidência e vice-presidência do TAD, a composição do Conselho Diretivo e o pro-cesso e requisitos de designação dos árbitros nenhuma similitude têm com o modelo que vigorou antes na reforma do TAS/CAS.

Recapitulando, as reservas suscitadas no aludido Projeto PJL-236-PS não têm adesão à realidade, procurando apenas contrariar o Associativismo Desportivo com base num processo, de âmbito internacional, inserido num contexto evolutivo próprio.

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Publireportagem

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30 ANOS A INOVAR EM PORTUGALSAMSUNG

Ao longo de três décadas, a Samsung Eletrónica Portuguesa tem vindo a inspirar Portugal e a vida dos consumidores, com uma forte ligação ao mundo do desporto e ao ideal Olímpico.

E m 2012, a Samsung Electrónica Portuguesa celebra 30 anos de vida, que são 30 anos a criar, a

inovar e a ser criativo. Hoje a Samsung as-sume-se como um projeto empresarial que ultrapassa, largamente, o estatuto de mera empresa tecnológica. No entanto não esque-ce todos aqueles que, desde 1982, abriram caminhos e rasgaram horizontes, rumo a uma realidade que tanto orgulha a empresa de origem sul-coreana.

O sucesso de uma empresa é avaliado não só pelos seus feitos empresariais, mas também pelo modo como serve a comuni-dade e faz a diferença na vida das pessoas. A Samsung abraça a sua responsabilidade em contribuir como um bom cidadão, agindo a nível global para promover uma sociedade melhor. E é nesta filosofia que assenta a for-te ligação da marca ao desporto.

Nos últimos 20 anos, a marca envolveu- -se, de diferentes formas, em várias modali-dades desportivas. No futebol, por exemplo, considerado por muitos o “desporto-rei”, a empresa é patrocinadora de cinco clubes (Chelsea FC, FC Bayern Munich, Real Ma-drid, FC Internazionale Milano e FC Olym-piakos) e de quatro iniciativas, em sete paí-ses do continente Europeu.

Mas quando se fala em eventos despor-tivos, é quase inevitável não falar em Jogos

Olímpicos, o maior evento desportivo do mundo, com o qual a marca mantém uma relação duradoura. A Samsung deu início à estreita parceria com os Jogos Olímpicos como patrocinador local, na edição dos Jo-gos Olímpicos de Seul, em 1988. A partir dos Jogos Olímpicos de Inverno de Nagano, no mesmo ano, a empresa engrandeceu o seu envolvimento e tornou-se Worldwide Olympic Partner, na categoria de Equipa-mentos de Comunicação Wireless. Estas inovadoras tecnologias de comunicação móvel vieram garantir, à Família Olímpica,

informação em tempo real nos serviços de comunicação.

Este ano, nos Jogos Olímpicos de Lon-dres 2012, a Samsung foi ainda mais longe e desenvolveu uma campanha mundial que nomeou os portadores da Tocha Olímpica. A atleta júnior, Filipa Ferreira, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome e da Entra-juda, Isabel Jonet e o Presidente da EISA, Jorge Gonçalves, foram as personalidades que, com orgulho, dignificaram o nome de Portugal e cumpriram a sua parte neste per-curso com grande significado.

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Patrocinadora Oficial do Comité Olímpico de Portugal para

os Jogos Olímpicos de Londres 2012, a REN apoia Portugal

e os atletas que representam o País com orgulho e distinção.

OS GRANDES DESAFIOS CONTAM COM O APOIO DE UMA GRANDE REDEREDE

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