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FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE AGRONOMIA MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE NITROGÊNIO NO RENDIMENTO DA CULTURA DO MILHO VERDE LEONARDO VELOSO DO PRADO Magister Scientiae RIO VERDE GOIÁS - BRASIL 2013

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FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

FACULDADE DE AGRONOMIA

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE NITROGÊNIO NO

RENDIMENTO DA CULTURA DO MILHO VERDE

LEONARDO VELOSO DO PRADO

Magister Scientiae

RIO VERDE

GOIÁS - BRASIL

2013

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LEONARDO VELOSO DO PRADO

LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE NITROGÊNIO NO RENDIMENTO DA

CULTURA DO MILHO VERDE

Dissertação apresentada à Fesurv – Universidade de Rio

Verde, como parte das exigências do Programa de Pós-

Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título

de Magister Scientiae

RIO VERDE

GOIÁS - BRASIL

2013

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FOLHA DE APROVAÇÃO

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DEDICATÓRIA

Não poderia deixar de dedicar este trabalho inicialmente a Deus, que tudo possibilita,

aos meus pais, a minha esposa e minhas filhas, aos demais familiares, a minha orientadora e

meus amigos, que às vezes mesmo não verbalizando seu apoio me incentivaram nesse

trabalho por sua simples existência e por fazerem parte de minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Ao citar nomes posso incorrer no erro de omitir algum, não por esquecimento ou

desmerecimento, mas por lapso de memória, mas desde já sintam-se agradecidos por me

auxiliar neste trabalho.

A minha orientadora, Prof. Maria Dolores Barbosa Lima, pela enorme dedicação,

paciência e conhecimento empregados na condução dos trabalhos.

Aos professores do Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal da UniRV,

especialmente aos que nos ministraram disciplinas: Gustavo André Simon, Marcos André

Silva Souza, Maria Dolores Barbosa Lima, Alessandro Guerra da Silva, Antonio Joaquim

Braga Pereira Braz, Carlos César Evangelista de Menezes, June Faria Scherrer Menezes,

Vinícius de Melo Benites e Adeney de Freitas Bueno, pelo conhecimento transmitido.

A secretária do Programa, Rizzia Ribeiro Arantes, pela presteza e bom atendimento.

Ao professor Gustavo André Simon, pelo valoroso auxílio nas análises estatísticas.

Ao. Eng. Agrônomo Bruno Carlo Barbosa Lima Coaracy e ao acadêmico de

agronomia, Rafael Naves Couto pela disposição e ajuda ímpar nos trabalhos de campo.

Ao servidor Rones Dias Vieira pela ajuda na condução dos trabalhos de campo.

Aos colegas de mestrado: Adriano Rodrigues Câmara, Alexandre Falcão Pereira,

Arlindo José da Costa Rabelo, Betson Antonio de Sousa Júnior, Edson Crisóstomo, Josué

Alves de Souza Amthauer, Patrícia Oliveira Soares, Paula Ciléia Thomas, Rênystton de Lima

Ribeiro, Rinneu Elias Borges, Rômulo de Castro Bernardes, Rosiane Aparecida Macedo

Guimarães, Weverton Ferreira Santos e Wheverton Castro Cabral, pela convivência e

companheirismo.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS....................................................................................................... ii

LISTA DE GRÁFICOS..................................................................................................... iii

RESUMO........................................................................................................................... iv

ABSTRACT....................................................................................................................... v

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1

2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................... 2

2.1. Importância econômica.............................................................................................. 2

2.2. Características desejáveis para as cultivares de milho verde...................................... 3

2.3. Efeito da irrigação na produção do milho verde........................................................ 4

2.4. O Nitrogênio na produção de milho verde.................................................................. 8

3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 12

3.1. Características do solo e clima da área....................................................................... 12

3.2. Caracterização da área e dos tratamentos................................................................... 12

3.3. Delineamento experimental........................................................................................ 14

3.4. Instalação e condução da cultura................................................................................ 14

3.5. Manejo da irrigação.................................................................................................... 15

3.6. Variáveis analisadas................................................................................................... 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 17

4.1. Altura de plantas (HPL).............................................................................................. 17

4.2. Altura da inserção de espigas (HIE)........................................................................... 19

4.3. Diâmetro médio de colmo (DMC).............................................................................. 20

4.4. Peso das plantas verdes (PVP)................................................................................... 21

4.5. Peso das espigas com palha (PCP)............................................................................. 21

4.6. Peso espigas sem palha (PSP).................................................................................... 22

4.7. Comprimento médio de espigas (CME).................................................................... 24

4.8. Diâmetro médio de espigas (DME)........................................................................... 25

4.9. Número de espigas comerciais (NEC)....................................................................... 26

4.10. Produtividade (PRD)................................................................................................ 27

4.11. Eficiência do uso da água (EUA)............................................................................. 28

5. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 29

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 30

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Análise do solo.........................................................................................

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TABELA 2 Tabela 2. Resumo da análise de variância do efeito de lâminas de

irrigação e doses de nitrogênio no rendimento do milho verde para as

variáveis: HPL- Altura da planta (cm), HIE- altura de inserção da

espiga (cm), DMC- Diâmetro do colmo (mm), PVP-peso verde da

planta (kg), PCP - Peso das espigas com palha (g), PSP - Peso das

espigas sem palha (g), CME- comprimento médio da espiga (cm),

DME- Diâmetro médio da espiga (mm), NEC – Número de espiga

comerciais (%), PRD - Produtividade (ton ha-1

), EUA Eficiência do uso

da água (kg.mm-1

), avaliados em Rio Verde –GO...................................

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Altura de plantas, cm (HPL), em função da lâmina aplicada em mm

(LAM)........................................................................................................

19

FIGURA 2 Altura de inserção de espiga (HIE), centímetros, em função da lâmina

de irrigação aplicada (LAM)......................................................................

20

FIGURA 3 Peso da planta verde (PVP), gramas, em função da lâmina aplicada

(LAM) e doses de N.(DSN).......................................................................

21

FIGURA 4 Peso das espigas com palha (PCP), gramas, em função da lâmina

aplicada (LAM)..........................................................................................

22

FIGURA 5 Peso de espigas sem palha (PSP),gramas, em função das lâminas

aplicadas (LAM)........................................................................................

23

FIGURA 6 Comprimento médiodas espigas (CME), centímetros, em função de

lâmina de água aplicada (LAM).................................................................

24

FIGURA 7 Diâmetro médio de espigas (DME), mm, em função da lâmina aplicada

(LAM).........................................................................................................

25

FIGURA 8 Número de espigas comerciais (NEC), percentual, em função das

lâminas de irrigação aplicada (LAM) e doses de nitrogênio (DSN)..........

26

FIGURA 9 Produtividade (PRD), kg ha-1

, em função das lâminas de irrigação

aplicada (LAM) e doses de nitrogênio (DSN)...........................................

27

FIGURA 10 Eficiência do uso da água (kg.mm-1

), em função das lâminas de

irrigação aplicada (LAM) e doses de nitrogênio (DSN)............................ 29

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RESUMO

PRADO, Leonardo Veloso, Universidade de Rio Verde, junho de 2013. Lâminas de

irrigação e doses de nitrogênio no rendimento da cultura do milho verde. Orientadora:

Profª. Drª. Maria Dolores Barbosa Lima.

O milho (Zea mays L.), em razão do uso na alimentação humana, animal, fornecimento de

matéria-prima para vários produtos e também devido ao valor nutricional de seus grãos, tem

sido uma das culturas de maior importância econômica e por isso mais estudada. Na condição

de produto a ser consumido fresco e com demanda durante todo o ano, é necessário o uso da

irrigação da cultura, principalmente quando do plantio nos meses com menor índice

pluviométricos. A adubação também tem papel fundamental na produção de milho verde,

dentre os nutrientes destaca-se sobremaneira o nitrogênio, N, como um dos mais responsivos

quando corretamente aplicado. Para avaliar a resposta de um híbrido de milho indicado para a

colheita em estágio verde, a estes fatores, em 18/06/2012 instalou-se um experimento no

campus da Uni-RV, em Rio Verde–GO. O experimento foi estabelecido em forma circular

(mandala), com cinco círculos. O primeiro círculo foi marcado a nove metros de distância do

centro e os demais, sucessivamente a cada quatro metros. Estes representavam os tratamentos

de irrigação. No centro da área experimental, foi instalado um aspersor, o que permitiu a

formação de um gradiente de irrigação com quatro diferentes lâminas (35, 24, 10 e 2,5 mm)

além da testemunha sem irrigação. A mandala foi dividida em quadrantes, representando as

repetições dos tratamentos. Estes consistiram, além das lâminas, de quatro doses de nitrogênio

(0; 60; 120 e 180 kg ha-1

de N). O delineamento experimental constou de blocos casualizados,

em esquema de parcelas subdivididas, com as lâminas de irrigação alocadas às parcelas e as

doses de nitrogênio alocadas nas sub parcelas. As características altura de plantas, altura de

inserção da espiga, comprimento e diâmetro de espigas e a eficiência do uso da água,

apresentaram o mesmo comportamento: foram influenciadas significativamente, apenas pelas

lâminas de água aplicadas. O diâmetro do colmo não foi influenciado por nenhuma das fontes

de variação. O peso de plantas verdes, peso de espigas com palha, peso de espigas sem palha,

número de espigas comerciais e produtividade, além do efeito da irrigação, variou

significativamente também em função da interação entre lâminas d’água e doses de N. Os

componentes de produção não foram influenciados pelas doses de N.

Palavras-chave: Zea mays L., aspersão, eficiência do uso da água.

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ABSTRACT

PRADO, Leonardo Veloso, Universidade de Rio Verde, junho de 2013. Lâminas de

irrigação e doses de nitrogênio no rendimento da cultura do milho verde. Orientadora:

Profª. Drª. Maria Dolores Barbosa Lima.

The corn (Zea mays L.), due to the use in food, feed, supply of raw materials for various

products and also due to the nutritional value of its grain, has been one of the most

economically important crops and therefore more studied. In the condition of the product to

be consumed fresh and demand throughout the year, it is necessary to use irrigation culture,

especially when planting in the months with lower rainfall. The fertilizer also plays a key role

in the production of corn, among the nutrients stands out greatly nitrogen, N, as one of the

most responsive when properly applied. To evaluate the response of a hybrid corn suitable for

harvesting in the green stage, to these factors, in 18/06/2012 settled a research on the campus

of UniRV in Rio Verde-GO. The experiment was arranged in circular form (mandala), with

five circles. The first round was scheduled to nine meters away from the center and the other

in succession every four meters. These represented the irrigation treatments. In the center of

the experimental area was established a sprinkler, which allowed the formation of a gradient

irrigation with four different values (35, 24, 10 and 2.5 mm) and the control, without

irrigation. Mandala was divided into quadrants representing the replications. These consisted,

in addition to the irrigation, four nitrogen rates (0, 60, 120 and 180 kg N ha-1

). The

experimental design was randomized blocks, in a split plot, with the irrigation allocated in the

plots and rates of nitrogen allocated in the the subplots. The characteristics of plant height, ear

height, ear weight with straw, length of spikes, diameter of ears and efficiency of water use,

had the same behavior: they were significantly influenced only by the applied water. The

diameter of plants was not affected by any of the sources of variation. The weight of green

plants, ear weight with straw, dehusked ear weight, number of commercial ears and

productivity, beyond the effect of irrigation, also varied significantly as a function of the

interaction between water depths and levels of N. Yield components were not affected by N.

Keywords: Zea mays L, sprinkler, water use efficiency.

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1.INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.), em razão da sua grande importância na alimentação humana,

animal e fornecimento de matéria-prima para a indústria de produção de cola, amido, óleo,

álcool, flocos alimentícios, bebidas, além de outros produtos conhecidos, tem sido uma das

culturas de maior importância econômica e mais estudada, devido também ao valor

nutricional de seus grãos. Pode ser cultivado com a finalidade de produção de espigas verdes

e de grãos secos (maduros), além do plantio para corte da planta inteira para produção de

silagem. Nos últimos anos, o plantio de milho destinado a produção de milho verde, tem

aumentado consideravelmente, e se tornou uma alternativa de grande valor econômico para o

produtor em razão do bom preço de mercado e da demanda pelo produto in natura. A

produção do milho verde agrega valor, permitindo o uso de mão-de-obra familiar,

movimentando o comércio e a indústria caseira. É uma atividade quase que exclusiva de

pequenos e médios agricultores, sendo tratado até então mais como cultura olerícola.

Entretanto, com o desenvolvimento de máquinas colhedoras, que possibilitam a

separação das espigas verdes, inteiras e empalhadas, do restante da planta, a qual é picada

para fornecimento a fresco ou ensilada, sendo que os dois produtos, espigas e planta picada,

são recolhidas distintamente em caminhões que acompanham a colhedora, grandes produtores

passaram a se dedicar a cultura.

O que até algum tempo era considerado resto cultural, o restante da planta depois de

retirada da espiga, hoje tem grande valor para alimentação animal, constituindo-se de receita

adicional considerável e com grande demanda de mercado, tornando ainda mais atrativo o

cultivo do milho verde.

Na condição de produto a ser consumido fresco e com demanda durante todo o ano, é

necessário o uso da irrigação da cultura, principalmente quando do plantio nos meses mais

secos, visando garantir a produção viável economicamente, porém, esta deve ser realizada

com critérios, adotando-se o manejo adequado para não comprometer a produção, por falta de

água ou a eficiência da irrigação, pelo excesso hídrico.

Como qualquer cultura de importância econômica, a adubação tem papel fundamental

na produção de milho verde, principalmente quando a maioria das lavouras exporta também,

além das espigas, o restante da planta em corte raso, impossibilitando a ciclagem de nutrientes

e demandando especial atenção do agricultor quanto a reposição dos mesmos, sob pena de

deterioração da capacidade produtiva do solo,

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Dentre os nutrientes para cultura do milho verde, destaca-se sobremaneira o

nitrogênio, N, como um dos nutrientes mais responsivos quando corretamente aplicado.

Desta forma, buscou-se com este trabalho, avaliar a resposta de um híbrido de milho

indicado para a colheita em estágio verde, submetido a diferentes lâminas de irrigação e doses

de nitrogênio, nas condições do sudoeste goiano, que apesar de tradicional na produção de

grãos, carece de pesquisas direcionadas ao cultivo do milho verde irrigado (MV).

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Importância econômica

O milho verde (MV), é um tipo especial de milho, como o milho doce, milho pipoca,

minimilho, etc., e não tem sido incluído nos levantamentos sistemáticos de safras agrícolas do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estatísticas oficiais se referem ao

milho em grão, seco, destinado à alimentação animal e humana e apenas em censos

agropecuários, realizados a cada cinco anos, são feitos levantamentos de produção vegetal de

diversas espécies de produtos hortícolas, como o milho verde (em espigas) (TSUNECHIRO et

al., 2002).

Estudos conduzidos por Tsunechiro e Miúra (2012), verificaram que no Censo

Agropecuário do IBGE, de 2006, entre 32 culturas hortícolas, a do MV se colocou na oitava

posição em termos de valor da produção no Brasil, estimado em R$ 124,1 milhões, com

participação de 3,1% do total. Essa produção foi obtida em 42,4 mil estabelecimentos rurais.

Entre as olerícolas, a cultura do MV é uma das atividades mais frequentes nos

estabelecimentos rurais brasileiros, sendo superada apenas pelas culturas da alface, da cebola,

da batata inglesa e da cebolinha. No tocante ao valor médio da produção por estabelecimento,

a cultura do MV é uma das de menor renda, muito inferior aos valores das culturas de tomate,

morango, agrião, mandioquinha (batata baroa), batata inglesa e chuchu. A indisponibilidade

de informação sobre a área plantada dessas culturas impede a estimativa da área necessária de

cultivo para a comparação das respectivas rendas geradas. Os Estados de São Paulo, Minas

Gerais, Pernambuco e Minas Gerais foram, nesta ordem decrescente, os maiores produtores

de MV do Brasil em 2006, em termos de valor da produção, representando, em conjunto,

46,6% do total.

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Para Matos (2007), a cultura do milho verde se tornou uma alternativa de grande valor

econômico para o produtor em razão do bom preço de mercado e da demanda pelo produto in

natura.

2.2. Características desejáveis para as cultivares de milho verde

Considerando-se que as cultivares podem possuir diferentes características

morfológicas, fenológicas e comerciais, assume-se que nem todas se apresentam aptas à

produção visando à comercialização de espigas verdes, uma vez que espigas fora dos padrões

de aceitação pelo mercado consumidor não conseguirão serem comercializadas. Conhecer o

comprimento de espiga empalhada é um item importante na escolha de cultivares a serem

adotadas, uma vez que no momento da comercialização esta será uma das primeiras

características indicativas da qualidade da espiga (VIEIRA, 2007). Pereira Filho e Cruz

(2002), observando o mercado consumidor de milho verde, verificaram muita

desuniformidade na comercialização de espigas empalhadas e sem palhas, atribuindo esse fato

ao uso pelos produtores dos mesmos cultivares usados na produção de milho, e constatando

também que o produtor ainda é carente de informações sobre as melhores cultivares.

Face ao processo de melhoramento de milho destinado a produção de milho verde,

algumas características são ideais para classificar uma espiga: espigas longas e cilíndricas,

bem empalhadas, de sabugos claros, grãos uniformes, do tipo dentado, de cor amarela e

pericarpo macio, além de maior longevidade de colheita e resistência a doenças e pragas de

espigas (FERREIRA et al., 2009).

Uma maior porcentagem e peso de espigas comerciais, maior comprimento e diâmetro

médio das espigas também são características importantes, uma vez que a comercialização é

feita com base nesses atributos. Também deve ser levado em consideração o tempo de

conservação do produto colhido. Cultivares que produzem espigas com maior durabilidade após

a colheita são preferidas por proporcionarem aumento no período de comercialização, como

observado por Junior et al. (2001). Para a produção de milho verde, é desejável obter altas

porcentagens e pesos de espigas comerciais, uma vez que a comercialização também é feita

com base nesses atributos. Espigas maiores que 15cm de comprimento e 3cm de diâmetro são

consideradas padrões para a comercialização (ALBURQUERQUE et al., 2008). E ainda,

possibilidade de plantio durante o ano todo, produtividade a campo acima de 12 t ha-1

, ciclo

variando entre 90 e 110 dias, longevidade no período da colheita, bom empalhamento e

rendimento industrial de grãos igual ou maior que 30% (PEREIRA FILHO et al., 2003).

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Pesquisa realizada por Paiva Júnior et al. (2001), em Lavras – MG, objetivando avaliar

desempenho de cultivares para a produção de milho verde em densidades e épocas de

semeadura diferentes, em regime de sequeiro e sem a imposições de déficit hídrico,

observaram os seguintes resultados para comprimento médio de espiga comerciais, 20,55 cm

quando plantados em novembro; 19,94 cm quando plantados em março e 21,80 cm quando o

plantio foi feito em outubro.

Trabalhando com o objetivo de avaliar cultivares de milho verde em sistemas de

produção orgânica e convencional em Sete Lagoas-MG, Pinho et al. (2008) obtiveram valores

superiores a 31cm para espiga de milho com palha, para a cultivar AG 1051, no sistema

convencional.

Outro componente importante a considerar, quando se trata de milho verde, é o

diâmetro da espiga. Paiva Júnior et. al (2001) nas condições edafoclimáticas de Lavras–MG,

observaram que cultivares avaliadas em regime de sequeiro, com densidades e épocas de

semeadura diferentes, apresentaram diâmetro de espigas verdes sempre superior a 3.9 cm.

Pesquisa realizada por Freire et al. (2010) no município de Prudente de Morais-MG,

utilizando irrigação por aspersão convencional, em nível de esgotamento da água de 30% e

cinco doses de nitrogênio (0, 60, 120, 180 e 240 kg ha-1

N), verificaram aumento na

produtividade de espigas comerciais com palha, como também influencia significativa das

doses de “N” no diâmetro de espiga sem palha, com valores médios entre 4,65 cm e 4,95 cm.

De acordo com Silva e Paterniani (1985), o MV deve ser colhido com os grãos no

estado leitoso, apresentando de 70 a 80% de umidade. Esse ponto de colheita é muito

variável, em função das condições climáticas resultantes de diferentes épocas de semeadura

ou da região onde a lavoura foi instalada. De modo geral, verifica-se que, nos plantios de

verão, quando a lavoura se desenvolve em condições de temperaturas mais elevadas, a

colheita poderá ser realizada entre 70 a 90 dias após o plantio ou entre 18 a 25 dias após a

floração, enquanto que nos plantios realizados nos meses mais frios o ciclo pode se prolongar,

com colheita chegando até 120 dias.

2.3. Efeito da irrigação na produção do milho verde

Na produção vegetal a água é um fator fundamental. Qualquer cultura durante o seu

ciclo de desenvolvimento consome grande volume de água, sendo que cerca de 98% deste

volume passa através da planta, sendo transferido para a atmosfera pelo processo de

transpiração. O fluxo de água é necessário para o desenvolvimento vegetal, sendo que o solo

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comporta-se como um reservatório dessa água, armazenando-a temporariamente e

fornecendo-a as plantas à medida de suas necessidades e à medida que se desenvolvem

estratégias de irrigação, torna-se importante conhecer o efeito da deficiência hídrica em cada

estádio de desenvolvimento das plantas, em que o crescimento, o desenvolvimento e a

translocação de fotoassimilados encontram-se ligados à disponibilidade hídrica no solo.

(FANCELLI & DOURADO NETO, 2000).

O manejo da irrigação de qualquer cultura tem como objetivo principal, atender à

demanda de água pelas plantas, visando à maximização da produção. No entanto, as pesquisas

tem demonstrado que o manejo deve ser baseado em metas econômicas e não apenas de

máxima produtividade. Em muitos casos, a quantidade de água aplicada para se alcançar a

máxima lucratividade é menor do que a necessária para compensar totalmente a

evapotranspiração, ou seja, aplica-se um déficit hídrico controlado, para reduzir os custos com

a irrigação. De acordo com Bergamaschi et al. (2004), a irrigação na cultura do milho, antes

de representar a aplicação de grande quantidade de água, significa atender à necessidade

hídrica no período crítico. A quantidade de água necessária para obter adequada produtividade

não é elevada, o que pode ser relevante em pequenas propriedades, principalmente naquelas

com restrições quanto a mananciais ou equipamento disponível.

Segundo Fornasieri Filho (2007), a ocorrência de estresse hídrico, consequência da

interação entre status de água no solo, a demanda evaporativa da atmosfera e o estádio de

desenvolvimento da cultura, constituem-se como principais fatores limitantes à produtividade

de grãos e espigas verdes de milho, em ambientes tropicais e subtropicais.

Independente do sistema de cultivo adotado, o conhecimento apenas da necessidade

total de água pela cultura não implica num manejo eficiente da irrigação, sendo indispensável,

o conhecimento das necessidades hídricas da cultura nos diferentes estádios ou fases

fenológicas do seu ciclo (SOUZA et al., 2011).

Uma das exigências para o êxito da técnica de irrigação é o conhecimento da exigência

hídrica do cultivo. O balanço de água no solo é um método usado para prever a variação no

conteúdo de água no solo na região ou no volume de solo que engloba o sistema radicular da

cultura. É uma forma de se fazer o manejo da irrigação, levando-se em consideração a

capacidade de armazenamento de água do solo e as entradas (chuva, irrigação) e saídas

(evapotranspiração) de água. Esse método normalmente considera uma condição de água no

solo que não deve causar déficit ou excesso ao sistema radicular da cultura, contribuindo,

portanto, para que ela obtenha o mais alto rendimento técnico. Por isso, o turno e as lâminas

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de irrigação assim obtidos podem variar continuamente ao longo do ciclo da cultura

(PEREIRA et al., 2002).

Segundo Reichardt e Timm (2004), o balanço hídrico trata-se do somatório das

quantidades de água que entram e saem de um volume de solo, em determinado intervalo de

tempo, durante o ciclo de uma cultura, e, apresenta componentes que contribuem

positivamente, aumentando a umidade do solo no volume de controle, ou negativamente,

reduzindo a disponibilidade de água no solo, sobretudo na profundidade do sistema radicular

efetivo, sendo necessário avaliar a umidade pelo menos na profundidade, ocupada por 95% do

sistema radicular ativo. Este método avalia em determinado período de tempo, os vários

processos de fluxo de água no solo por meio da contabilização da precipitação pluviométrica,

da irrigação, da drenagem, da variação no armazenamento de água no solo, do escoamento

superficial e da evapotranspiração.

Em uma superfície vegetada ocorrem simultaneamente os processos de evaporação e

de transpiração. Evapotranspiração é o termo utilizado para representar os processos

conjuntos de evaporação e de transpiração que ocorrem naturalmente em uma superfície

vegetada (PEREIRA et al., 2002).

Conforme Allen et al. (1998), para determinar a evapotranspiração da cultura (ETc) é

necessário obter a evapotranspiração de referência (ETo), que diz respeito às condições

climáticas do local de interesse, conjuntamente com as características fisiológicas e

morfológicas da cultura, representadas por meio do seu coeficiente de cultura (Kc), que

incorpora características da planta (como o índice de área foliar) e efeitos da evaporação do

solo, variando ao longo do ciclo em função da taxa de crescimento e, consequentemente, da

variação da cobertura do solo.

Segundo Doorenbos e Kassam, (1994) e Bernardo (1995) para produção de grãos, a

evapotranspiração do milho é em torno de 500 a 700 mm, no entanto, a lâmina de irrigação

necessária em um cultivo de milho para produção de espigas verdes em Teresina-PI, foi de

450 mm para um período de cultivo de 75 dias (julho a setembro) (CARDOSO et al., 2002).

Santos (2012), encontrou valores para a evapotranspiração total da cultura (ETc) do

milho verde de 300,54 mm para um ciclo de 77 dias, com valor médio diário de 3,90 mm, um

valor mínimo de 1,94 mm e o valor máximo chegando a 5,68 mm, valor esse obtido na fase

de floração.

O consumo total de água pela cultura do milho verde varia em função das condições

climáticas. Segundo Albuquerque (2002), esse consumo é de 370 mm, 420 mm e 470 mm

para atender às demandas hídrica baixa, médias e altas, respectivamente. De acordo com

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Valente (1996), a precipitação necessária para a cultura durante todo o ciclo em lavouras para

produção de milho verde é de 332 mm a 374 mm, embora devam ser verificadas as exigências

hídricas de cada estádio fenológico. Conforme Fornasieri Filho (1992), o consumo médio de

água pelas plantas de milho, em solos sem deficiência hídrica, encontra-se na faixa de 573

mm, sendo o subperíodo compreendido entre o florescimento e o enchimento de grãos como o

de maior necessidade diária (7 mm/dia). Considera-se, ainda, que podem ocorrer variações

nos valores de consumo de água, em função do híbrido, da época de semeadura, da região e

da população de plantas.

Para Borges, (2003), o cultivo do milho irrigado é de suma importância principalmente

em sucessão de culturas em áreas de pivô central. Além disso, a produtividade do milho

irrigado pode ser superior de 30 a 40% em relação à área de sequeiro; nesta situação, a cultura

do milho irrigado pode ser uma opção bastante interessante principalmente na entre safra

Bergamaschi et al. (2001), concluíram que por ser uma espécie de metabolismo C4, o milho

tende a expressar sua elevada produtividade quando a máxima área foliar coincidir com a

maior disponibilidade de radiação solar, desde que não haja déficit hídrico.

Tsunechiro e Miura (2012) analisaram os dados de quatro estados maiores produtores

de MV, e verificaram que, em 2006, a maioria dos estabelecimentos não utilizou irrigação nas

lavouras. O estado de São Paulo foi o que apresentou maior proporção (42,6%) das áreas que

usaram irrigação. A produção média por estabelecimento de lavoura irrigada foi 85,4%

superior que as lavouras não irrigadas.

Segundo Carlesso et al., (2000), o manejo da irrigação pelo método do tanque classe

A, é uma prática que apresenta funcionalidade para o manejo da irrigação porque assegura as

plantas condições de umidade do solo sempre superiores, ou, no máximo igual a lâmina de

manejo pré-estabelecida. Este é o motivo da grande utilização do tanque classe A para

determinações da evapotranspiração e manejo da cultura.

Ruviaro (2003), ao aplicar lâminas de irrigação para a cultura de milho, baseadas na

evapotranspiração da cultura, não encontrou diferença no rendimento de grãos. Resultados

semelhantes foram encontrados por Biscaro et al., (2008) em estudo sobre a influência da

aplicação de água no milho verde irrigado, verificando que a quantidade de água aplicada não

proporcionou alterações significativas na produção de espigas por hectare. Entretanto,

Meneghetti et al., (2008), ao realizar o manejo da irrigação para a produção de minimilho,

baseado na evapotranspiração da cultura, constataram a ocorrência de diferenças significativas

na produção em função do manejo da irrigação.

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2.4. O Nitrogênio na produção de milho verde

O desenvolvimento da agricultura irrigada entre outros aspectos requer maior

eficiência em relação à aplicação de água e nutrientes. Depois da deficiência d'água, a de

nitrogênio (N) pode ser considerada o fator que mais limita a produtividade de biomassa em

ecossistemas naturais e agrícolas. Assim, a prática da adubação nitrogenada em culturas

anuais e forrageiras pode prover N às plantas em quantidade suficiente para que estas atinjam

seu potencial de crescimento frente à quantidade de luz interceptada. Contudo, a dose de N

não deve ultrapassar o máximo requerido, pois isto pode redundar em consequências

indesejáveis dos pontos de vista agronômico, ambiental e econômico (BOBATO, 2006).

O nitrogênio é um dos principais nutrientes para praticamente todas as culturas. Para o

milho, ele desempenha papel importante no acúmulo de proteína e na produtividade de grãos.

A disponibilidade de N no solo para as plantas é controlada basicamente pela decomposição

da matéria orgânica e por adubações nitrogenadas, sendo que, quando são utilizadas culturas

com baixa relação C:N na matéria seca, em rotação, a decomposição e a mineralização é mais

rápida e a ciclagem do N ocorre em curto espaço de tempo, como ocorre com as leguminosas.

Também deve ser considerado aqui que as perdas de N no solo são altas, principalmente por

lixiviação, na forma de nitrato, pois este nutriente não forma ligações fortes com as cargas

permanentes do solo suficientes para reter o nitrato nas camadas de exploração radicular

(PAVINATO et al, 2008).

De acordo com Freire et al. (2010), a cultura do milho direcionada para a

comercialização de espigas verdes no período de entressafra, demanda a utilização de

irrigação e de um sistema de produção mais tecnificado, no qual a adubação nitrogenada

desempenha papel de suma importância.

A exigência de N pelas plantas é consequência da sua função estrutural, pois ela faz

parte da molécula de compostos orgânicos, como os aminoácidos e proteínas, sendo ainda

ativador de muitas enzimas. O vegetal também depende do N para realização de um ou mais

processos vitais da planta, como síntese de proteína, absorção iônica, fotossíntese, respiração,

multiplicação e diferenciação celular, proporcionando uma vegetação verde e abundante,

aumento na folhagem e nos teores de proteínas das plantas alimentícias, rápido crescimento e

auxílio aos microrganismos do solo para a decomposição da matéria orgânica

(MALAVOLTA, 2006).

Nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura, o sistema radicular das plantas de

milho é pouco desenvolvido e, portanto pouco solo é explorado, com isso, sua exigência

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nutricional é menor, entretanto, pesquisas têm indicado que altas concentrações de N na zona

radicular são benéficas para promover o rápido crescimento inicial da planta e o aumento na

produtividade de grãos (YAMADA, 1996).

Fornasieri Filho (2007) sugere a divisão do ciclo da cultura do milho em fases

vegetativa (V) e reprodutiva (R), com subdivisões da fase vegetativa designados

numericamente como V1, V2, etc., até Vn, em que n representa o estádio de última folha

antes do pendoamento. Utilizando como referência essa divisão, é durante o estádio

fenológico V4, em que as plantas apresentam-se com quatro folhas totalmente desdobradas,

que a planta tem seu potencial de produção definido pela diferenciação do meristema apical,

justificando a importância de N disponível, podendo-se observar a definição dos órgãos

reprodutivos e das folhas no colmo da planta.

No estádio fenológico V8, em que as plantas apresentam-se com oito folhas, é

caracterizado por anteceder a ocorrência do aumento na taxa de crescimento das espigas,

observando boa resposta à utilização de fertilizantes nitrogenados, já que nesse período ocorre

acentuado desenvolvimento do sistema radicular e, consequentemente aumento da absorção

(FANCELLI e DOURADO NETO, 2004; FORNASIERI FILHO, 2007).

A taxa de absorção de N aumenta proporcionalmente ao aumento do crescimento até

atingir seu pico máximo entre o início do florescimento e o início do enchimento de grãos

(FORNASIERI FILHO, 2007). De uma maneira geral, essa absorção é mais intensa no

período entre 40 e 60 dias após a germinação, mas a planta ainda absorve pequena quantidade

na germinação e após o início do florescimento, caracterizando dessa forma três fases para

absorção: uma fase no crescimento inicial lento (germinação), uma fase no crescimento rápido

onde 70 a 80% de toda a matéria seca é acumulada e, uma última fase de absorção na qual o

crescimento é novamente lento, acumulando cerca de 10% de massa seca total da planta

(VASCONCELLOS et al., 1998). Já Duete et al. (2008) verificaram que o parcelamento da

ureia em quatro ou cinco aplicações e em estádios mais avançados de desenvolvimento do

milho, após o estádio de oito folhas expandidas, não aumentou o aproveitamento do N desta

fonte e a produtividade de grãos.

Freire et al (2010) , avaliando a produtividade econômica e componentes da

produção de espigas verdes de milho em função da adubação nitrogenada, verificaram que a

adubação nitrogenada além de propiciar aumentos na produção de espigas verdes comerciais,

ao elevar o peso e o diâmetro delas, contribui positivamente para a melhoria do valor

comercial do produto. Gomes et al. (2007) concluíram que a dose de 150 kg ha-1

de N

proporcionou maiores rendimento de grãos, teor de N nas folhas, peso de grãos por espiga e

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altura de plantas e a maior rentabilidade de aplicação de N foi obtida com aplicação de 25 kg

ha-1

na semeadura.

O efeito benéfico do N para sistema agrícola visando à produção de espiga verde, seja

destinado para a comercialização no atacado (espiga com palha) ou no varejo (espiga sem

palha), onde as máximas produtividades foram atingidas respectivamente, com 160 e 161 kg

de N ha-1

, foi demonstrado por Cardoso et al. (2010).

Gurgel e Silva (2001) avaliaram os efeitos do nitrogênio e da sua aplicação parcelada

sobre os rendimentos de espigas verdes e de grãos de milho e concluíram que a aplicação de

toda a adubação nitrogenada aos 45 dias após a semeadura (45 DAS) proporcionou os

mesmos rendimentos de espigas verdes e de grãos que a adubação parcelada aos 25 e 45

DAS. A cultura do milho doce cultivado nas condições edafoclimáticas do município de

Palmeiras de Goiás, GO, responde positivamente ao aumento da adubação nitrogenada,

independentemente da fonte de N utilizada (CARMO, et al. 2012 ).

Pesquisas apontam aumento de produtividade de espigas com o uso de nitrogênio.

Silva et al. (2000) encontraram produtividade máxima de 11,7 t ha-1

de espigas verdes

comerciais com palha com a aplicação de 151 kg ha-1

de N. Enquanto, Cardoso et al. (2010),

obtiveram produtividade de 21,4 t ha-1

de espigas verdes com palha, com a aplicação de 160

kg ha-1

de N. Pereira et al. (2000) observaram que a produção de grãos aumentou com a

elevação da dose de nitrogênio em cobertura.

Os efeitos da aplicação de N em dose única (150 kg ha-1

de N) ou parcelada em

diferentes épocas (estádio V4 e V8), na forma de sulfato de amônio, foram avaliados e

verificado que a produtividade de grãos não apresentou diferenças significativas para as

épocas de aplicação, bem como o parcelamento do N (SOUZA et al. 2001).

Para Silva et al. (2005), em condições edafoclimáticas do cerrado, a aplicação de N no

estádio V4 proporcionou maior produtividade de grãos (6756 kg ha-1

) em relação aos

tratamentos que receberam o N no estádio V8 (6571 kg ha-1

).

Do ponto de vista econômico e ambiental, a dose de N a ser aplicada, é a decisão mais

importante no manejo de fertilizantes. Nessa recomendação deve se levar em consideração às

condições edafoclimáticas, sistema de cultivo (sistema plantio direto ou convencional), época

de semeadura, responsividade do material genético, rotação de culturas, época e modo de

aplicação, fontes de N, aspectos econômicos e operacionais (BOBATO, 2006). Freire et al.,

(2010) afirmam que as doses de N a serem recomendadas para aplicação em cobertura na

cultura do milho-verde variam de maneira contínua, em função dos preços desse nutriente e

das espigas.

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Raij et al. (1981) conduziram 25 ensaios, no Estado de São Paulo, avaliando a

adubação nitrogenada em cobertura na cultura do milho, concluindo que houve relação

positiva em 16 deles e, que na dose de 120 kg ha-1

de N a produtividade de grãos de alguns

ensaios foi acima de 7000 kg ha-1

, verificando também que o aumento médio de

produtividade para o conjunto de experimentos, foi de aproximadamente 1500 kg ha-1

de

grãos para aplicações de até 120 kg ha-1

de N.

Nos trabalhos de Fornasieri Filho (1992), com relação às épocas de aplicação da

adubação nitrogenada, a ausência de diferenças entre os resultados obtidos mostra que a

aplicação de todo o N na semeadura, até a dose de 90 kg ha-1

, não diferiu da aplicação desta

dose no estádio de cinco a seis folhas. Esses resultados concordam com os de Yamada (1995),

que afirma ser possível o uso de uma quantidade maior de N na semeadura, e com os de

Coelho et al. (1991), que afirmam que o fornecimento de N pode ser feito numa única

aplicação em cobertura, para doses de até 100 kg ha-1

de N, em solos de textura argilosa.

Cantarella (1999), em solos argilosos, não obteve diferenças quando o N foi aplicado apenas

na semeadura ou quando aplicado na semeadura e em cobertura. Segundo o autor, isto ocorre

por causa da menor perda por lixiviação de nitrato, devido à menor incidência de chuvas no

período da safra extemporânea.

O uso contínuo de adubação nitrogenada em grandes quantidades na produção do MV

pode causar problemas de degradação do solo e ocasionar a salinização, contaminando o

lençol freático com a lixiviação de N e os reservatórios de água, com o carreamento de N por

deflúvio superficial. Dada a importância crescente dessa cultura do milho verde, torna-se de

fundamental relevância o conhecimento da economicidade da produção, para auxiliar na

tomada de decisão, quanto às formas de manejo que, além de promoverem aumento da

produtividade, resultem em redução de custos e minimizem os impactos ambientais

(OLIVEIRA et al. 2012).

Quando se estudam isoladamente os efeitos de lâminas de irrigação e os níveis de N

num determinado cultivo, não é possível o estabelecimento das interações destes fatores;

assim, toma-se necessário a realização de experimentos em que se estude a interação dos

fatores de produção, com o objetivo de obter-se uma utilização mais eficiente da água e dos

fertilizantes como afirma Silva et al. (2008).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Características do solo e clima da área

A pesquisa foi realizada no campus da Uni-RV, Universidade de Rio Verde, situado

em Rio Verde – GO, localizado a 17º 47’ 53’’ latitude (S); 51º 55’ 53’’ longitude (W), com

altitude média de 648m. O clima conforme Köppen é do tipo Aw (tropical), em solo

classificado como Latossolo Vermelho Distrófico com textura argilosa (EMBRAPA, 1999).

As temperaturas médias anuais, mínima e máxima, são 18,1°C e 30°C, respectivamente. A

umidade relativa do ar média é 64,7% e a precipitação total anual média é de 1550 mm, com

estações do ano seca e chuvosa, bem definidas. As amostras para determinação da análise de

solo foram retiradas sob profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. As análises química e

textural foram realizadas conforme metodologia proposta pela EMBRAPA (1997), e os

resultados se encontram na Tabela 1.

3.2. Caracterização da área e dos tratamentos

O experimento foi estabelecido em forma circular (mandala), com cinco círculos, os

quais representavam as lâminas de irrigação. No centro da área experimental, foi instalado um

único aspersor, o que permitiu a formação de um gradiente de irrigação em cada tratamento,

promovendo diferentes condições de disponibilidade hídrica. Na primeira faixa, parcelas

mais próximas ao aspersor, a lâmina de irrigação aplicada visava elevar a umidade do solo à

capacidade de campo. À medida que se distanciavam do aspersor, as faixas recebiam menores

lâminas até o limite de alcance da aspersão, fora do qual a cultura não foi irrigada,

caracterizando o tratamento sem irrigação, ou seja, lâmina zero. Para a determinação das

lâminas aplicadas, testes foram realizados com diferentes aspersores, bocais e pressões, a fim

de obter perfil de aplicação de água do aspersor em forma de cone. Os testes eram realizados

sempre às 6 (seis) e 18 (dezoito) horas, com o intuito de evitar maior incidência de ventos e

evaporação. Os coletores foram dispostos em linhas perpendiculares e distantes 1,0 m, em

cada quadrante. Logo após a irrigação, as lâminas foram recolhidas dos coletores, medidas, e

os dados plotados em gráficos.

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3.3. Delineamento experimental

A área circular foi dividida em quadrantes, representando as repetições dos

tratamentos. Estes consistiram de quatro doses de nitrogênio (0; 60; 120 e 180 kg ha-1

de N), e

quatro diferentes lâminas de irrigação (35, 24, 10 e 2,5 mm) além da testemunha sem

irrigação. A primeira faixa circular foi marcada a nove metros de distância do aspersor e as

demais sucessivamente a cada quatro metros.

O delineamento experimental constou de blocos casualizados, em esquema de parcela

subdividida, com as lâminas de irrigação alocadas às parcelas e as doses de nitrogênio

alocadas nas sub parcelas. Cada parcela experimental, (4 m de comprimento por 3,50 m de

largura) foi constituída por linhas espaçadas de 0,80 m, sendo as 3 internas consideradas

como área útil.

3.4. Instalação e condução da cultura

O preparo do solo foi realizado de forma convencional. A semeadura foi realizada

mecanicamente, no dia 18 de junho de 2012, a 5 cm de profundidade, usando-se 3

sementes/metro do híbrido AG 1051, tratadas com a mistura de Cropstar (IMIDACLOPRIDO

+ TIODICARBE) e Cruiser (THIAMETHOXAM), na dose de 500 ml da mistura em partes

iguais dos produtos comerciais por 100 kg sementes, perfazendo uma população de 37.500

plantas ha-1

. A germinação ocorreu dia 26 de junho.

Previamente foi realizada a calagem do solo, com calcário Filler (PRNT = 98%),

visando elevar a saturação por bases a 60%. Na adubação de plantio foram aplicados 400 Kg

ha-1

da fórmula 2-20-18. Os tratamentos com nitrogênio (ureia), foram aplicados em

cobertura, no estádio V4 (em que as plantas apresentam-se com quatro folhas totalmente

desdobradas).

Da semeadura até trinta dias após, quando a cultura já estava estabelecida, a irrigação

foi realizada diariamente por aspersão convencional. Após 30 DAE iniciou-se a aplicação das

lâminas diferenciadas de irrigação, usando-se o aspersor modelo Plona 150, que irriga 52 m

de diâmetro, a pressão de serviço (PS) = 5,0 atm, diâmetros dos bocais = 3 mm x 8 mm e

vazão (Q) = 7,44 m³.h-1

. O controle das plantas daninhas e insetos durante o ciclo da

cultura foi realizado através de aplicação em pós emergência aos 30 DAE de herbicidas e

inseticidas, utilizando-se mistura dos herbicidas Atrazina (ATRAZINA - 4 litros/ha) +

Callisto (MESOTRIONA - 0,75 l/ha) e dos inseticidas Engeo (TIAMATOXAN + LAMBDA-

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CIALOTRINA - 250 ml//ha) + AMPLIGO ( CLORANTRANILIPROLE + LAMBDA-

CIALOTRINA – 100 ml/há) e óleo mineral.

3.5. Manejo da irrigação

Para a escolha do aspersor e determinação da lâmina a ser aplicada, foi avaliada a

velocidade de infiltração básica (VIB), pelos infiltrômetros de anéis, obtendo-se o valor de

22,8mm h-1

.

Amostras de solo foram coletadas para a determinação da curva característica de

umidade. A retenção de água no solo (em volume), foi ajustada à equação de Van Genuchten,

nos intervalos de 10 a 1500 KPa produzindo a seguinte relação:

Θ = 0,15 + 0,23[1 + (1,076 * h)1,36

]( -1 + 1/1,36)

, onde:

Θ = Umidade em volume

h = tensão em KPa

Os teores de umidade oriundos da equação acima permitiram determinar a lâmina

líquida aplicada, considerando-se a equação:

LL = (Θ CC - Θ UC) x Z, em que :

LL = Lâmina líquida, mm

CC = capacidade de campo, em volume ( 0,24 cm³ .cm-³)

UC = umidade crítica da cultura, em volume ( 0,183 cm³ .cm-³)

Z = profundidade do sistema radicular, mm.

A lâmina de irrigação foi aplicada adotando-se - 700 cm.c.a (- 70 KPa) como a tensão

na umidade crítica, dado em cm3 de água por cm

3 de solo, na profundidade de 400mm.

O momento de aplicação da água no solo, ou seja, o manejo da irrigação foi feito pelo

tanque Classe A, conforme metodologia sugerida por Bernardo et al. (2005), sendo os dados

obtidos diariamente na estação meteorológica do campus da Fesurv, utilizando-se os

coeficientes da cultura (Kc) propostos por Doorenbos & Kassam (1979), para converter a

evapotranspiração de referência em evapotranspiração da cultura.

Dessa forma, o momento de irrigação correspondeu a evapotranspiração calculada

através da fórmula:

Etr = Kc x Ev x Kp, onde

Etr = evapotranspiração da cultura em mm;

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Kc = coeficiente cultural: 0,9 dos 30 aos 90 dias e de 1,2 dos 90 dias até a colheita;

Ev = leitura da evaporação medida no tanque classe A;

Kp = coeficiente do tanque Classe A.

A lâmina de 35 mm correspondeu a 100% de perda de água por evapotranspiração

pelas plantas, e foi a lâmina controle. A lâmina total aplicada a partir de 30 DAE, para cada

tratamento foi: L1 = 700 mm; L2 = 480 mm; L3 = 200 mm; L4= 50 mm e L5 = 0, ou seja 20

irrigações. Para efeito de cálculo da eficiência do uso da água foram computadas as chuvas

que totalizaram 96 mm.

3.6. Variáveis analisadas

Durante o período de florescimento da cultura, no estádio reprodutivo R1, foram

avaliados os seguintes componentes morfológicos: altura de inserção de espiga (HIE) e

diâmetro mediano do colmo (DMC). As medidas de altura de planta (HIE) e inserção da

espiga foram realizadas com uma régua graduada, sendo considerada como altura de planta a

distância em centímetros entre o solo e a base do pendão e como altura de inserção da espiga

a distância entre a superfície do solo e a base da espiga mais elevada. O diâmetro do colmo

através de medidas tomadas no terço médio da planta, com um paquímetro digital.

Na colheita, a eficiência dos tratamentos foi avaliada pelas seguintes variáveis: altura

de plantas, peso de plantas verdes (PVP), peso médio das espigas com (PCP) e sem palha

(PSP), comprimento (CME) e diâmetro (parte mediana) de espigas (DME) sem palha, número

de espigas comerciais (NEC) e a produtividade (PRD).

Para estas avaliações foram tomadas medidas de 10 plantas por subparcela.

Foi também avaliada a eficiência do uso da água (EUA), em função da relação entre

produtividade e respectivas lâminas de irrigação aplicadas.

Considerou-se como comerciais espigas grandes, cilíndricas e bem empalhadas

maiores que 21 cm e com diâmetro superior a 5 cm.

A colheita foi realizada no dia 09/10/2012 entre os estádios reprodutivos R2 e R3.

As análises de variância e equações de regressão foram obtidas por meio do programa

estatístico SISVAR.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 2. é apresentado o resumo da análise de variância, com quadrados médios,

do efeito das lâminas de irrigação (LAM), doses de nitrogênio (DSN) e sua interação, nas

variáveis analisadas. Foram considerados significativos os F calculados pelo teste F até o

nível de 10% de significância.

A precisão experimental, avaliada pelo coeficiente de variação (CV), variou entre as

características, dentro de valores razoáveis, em torno de 20%, exceto no número de espigas

comerciais (NEC). No entanto, esta característica está estreitamente relacionada ao

comprimento (CME) e diâmetro mediano (DME) de espigas que por sua vez apresentaram os

menores CV (Tabela 2.)

4.1. Altura de plantas (HPL)

Pela análise de variância da característica altura de plantas (HPL), (Tabela 2), observa-

se que apenas a fonte de variação da lâmina de irrigação aplicada (LAM) interferiu, não

havendo efeito das doses de nitrogênio (DSN) e tampouco da interação entre LAM e DSN a

5% de probabilidade.

Em relação à lâmina aplicada nota-se o comportamento linear do efeito de LAM sobre

HPL, ou seja, com o aumento das lâminas aplicadas, houve aumento significativo da HPL

(Figura 1). Percebe-se o incremento de 2,0 cm na altura de plantas, para cada mm de lâmina

aplicada.

Esta característica (HPL), juntamente com o diâmetro médio de plantas (DMP) e peso

das plantas verdes (PVP), são bons indicadores do rendimento para produção de silagem das

plantas restantes após a colheita das espigas, que vem se tornando uma importante fonte de

renda para os produtores de milho verde.

Santos et al. (2002), examinando o desempenho agronômico de 23 híbridos de milho

no Município de Uberlândia – MG, adquiriram correlações altas e positivas entre altura de

planta e espiga, e destas com a produtividade de espigas, indicando que quanto maior a altura

da planta maior a produtividade de espigas.

Plantas mais altas devem ter também maiores diâmetros de colmo para não se

tornarem suscetíveis ao acamamento.

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LAM (mm)

0 10 20 30 40

HP

L (

cm)

120

140

160

180

200

220

HPL = 138,7000 + 2,0100.LAM R2 = 97,54 %**

Figura 1. Altura de plantas, (HPL), em função da lâmina aplicada (LAM). ** Significativo a

1% de probabilidade pelo teste F.

4.2. Altura da inserção de espigas (HIE)

A altura de inserção de espigas (HIE), de forma semelhante ao observado em altura de

plantas (HPL), teve comportamento linear crescente da HIE em função do aumento de LAM

(Figura 2). Percebe-se o incremento de 77% na HIE entre menor e maior lâmina de irrigação

aplicada.

De acordo com Silva (2000), plantas mais altas resultam em maiores alturas de

inserção da espiga, sendo as diferenças relacionadas a fatores genéticos, ocorrendo também

comportamento similar nestas duas características.

Plantas médias a baixas e com menores alturas de inserção de espigas, tenderiam

evitar acamamento, no entanto, para facilidade de colheita, aumento do rendimento desta

operação no campo e maior limpeza dos grãos seria desejável plantas mais altas e com

maiores alturas de inserção.

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Alturas de inserção de espigas muito elevadas em relação a altura de plantas, facilitam

também o acamamento se não houver razoável diâmetro de caule.

LAM (mm)

0 10 20 30 40

HIE

(cm

)

60

70

80

90

100

110

120

HIE = 63,5500 + 1,3300.LAM R2 = 99,10 %**

Figura 2. Altura de inserção de espiga (HIE), centímetros, em função da lâmina de irrigação

aplicada (LAM). ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.

4.3. Diâmetro médio de colmo (DMC)

A variável diâmetro médio do colmo de plantas (DMC), não foi influenciada pela

lâmina de irrigação e doses de nitrogênio ao nível de 5% de probabilidade.

De acordo com Fancelli e Dourado Neto (2000), o desenvolvimento do colmo das

plantas de milho ocorre principalmente a partir da emissão da oitava folha, se prolongando até

o florescimento, sendo que o colmo não somente atua como suporte de folhas e

inflorescências, mas, principalmente, como uma estrutura destinada ao armazenamento de

sólidos solúveis.

Esta característica está muito relacionada ao acamamento de plantas, quando o

diâmetro do colmo é desproporcional a altura das plantas de milho e a altura de inserção de

espiga.

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4.4. Peso das plantas verdes (PVP)

Houve comportamento linear do efeito LAM sobre o peso das plantas verdes, PVP, ou

seja, com o aumento da lâmina aplicada, houve aumento do PVP, e, considerando uma

significância de 8%, há também interferência da interação LAM e DSN nesta característica.

O peso de plantas verdes é um bom indicador de rendimento para produção de

silagem, prática verificada nas lavouras atuais após a colheita das espigas.

100

200

300

400

500

600

700

0

10

20

30

40

02040

6080100120140160180

PV

P (

g)

LAM

(mm

)

DSN (kg ha -1)

PVP = 208,9849 + 0,0559.LAM + 10,9366.DSN R2=93,88% 4

Figura 3. Peso da planta verde (PVP), gramas, em função da lâmina aplicada (LAM) e doses

de N.(DSN). 4 Significativo a 8% de probabilidade pelo teste F.

4.5. Peso das espigas com palha (PCP)

Além do efeito das lâminas a 1%, a interação entre lâminas de irrigação e doses de N

influenciou a característica PCP considerando 10%. Esta característica tem importância para o

produtor de MV que comercializa a produção junto a revendedores que adquirem o milho

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com palha, a prática mais recorrente no mercado, uma vez que a comercialização é feita

baseada neste atributo.

Sendo o fator base para determinação da produtividade, observa-se o mesmo

comportamento destas características.

Pela Figura 4. o gráfico em superfície de resposta ilustra a interação entre LAM e

DSN, percebendo-se, o pequeno efeito de DSN, elevação de 0,0181 g no PCP para cada kg

ha-1

de N aplicado, comparado ao aumento de 5,3836 g para cada mm de irrigação

implementado.

0

50

100

150

200

250

0

10

20

30

40

020

406080100120140160180

PC

P (

g)

LAM

(mm

)

DSN (kg ha -1)

PCP = 50,3411 + 5,3836.LAM + 0,0181.DSN R2=96,82%

6

Figura 4. Peso das espigas com palha (PCP), gramas, em função da lâmina aplicada (LAM).

6

Significativo a 10% de probabilidade pelo teste F.

4.6. Peso espigas sem palha (PSP)

O peso das espigas sem palha, além da lâmina de irrigação aplicada, também é

influenciada pela interação LAM e DSN a 7%. O peso de espigas sem palha (PSP), tem mais

importância para o varejista, que comumente comercializa o produto já despalhado. Pela

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Figura 5. percebe-se o efeito positivo da interação entre lâminas e doses de nitrogênio,

resultando em maiores pesos de espigas sem palhas.

Segundo Nascimento (2012), a produtividade de espigas verdes despalhadas aumentou

em função do acréscimo de lâminas de irrigação, sendo este incremento de 22,31 % quando se

aumentou a lâmina de 165,51 mm para 208,85 mm, de 76,77 % quando a lâmina passou de

208,85 mm para 255,32 mm, de 255,32 mm para 304,39 mm o aumento foi 14,18% e de

304,39 mm para 340,57 mm o aumento foi igual a 23,08%. Esta resposta corrobora com os

resultados deste trabalho.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0

10

20

30

40

02040

6080100120140160180

PS

P (

g)

LAM

(m

m)

DSN (kg ha -1)

PSP = 21,1292 + 3,6247.LAM + 0,0311.DSN R2=96,44%

3

Figura 5. Peso de espigas sem palha (PSP) em função das lâminas aplicadas (LAM).

3

Significativo a 7% de probabilidade pelo teste F.

O incremento no PCP e PSP pode ser resultado da maior umidade no solo, que pode

induzir a um maior desenvolvimento foliar, consequentemente, maior produção de foto

assimilado e, portanto, maior produção de espigas nas maiores lâminas. Segundo Fornasieri

Filho (2007), a redução da extensão da área foliar que permanece fisiologicamente ativa, pode

influenciar na eficiência da produção.

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4.7. Comprimento de espigas (CME)

Pela análise de variância (Tabela 2), a característica comprimento de espigas (CME),

observa-se que apenas a fonte de variação lâmina de irrigação aplicada (LAM) interferiu

positivamente de forma linear, não havendo efeito das doses de nitrogênio (DSN) e tampouco

da interação entre LAM e DSN.

Com relação ao comprimento de espiga empalhada e despalhada, Nascimento (2012)

observou que houve efeito linear crescente, com redução de 20% para comprimento médio de

espigas empalhadas e 13% para espigas despalhadas, considerando-se os tratamentos de maior

e menor lâmina, o que indica a influência do déficit hídrico sobre esta variável.

Na figura 6, observa-se incremento de 48% no CME entre a menor e a maior lâmina

aplicada, e pelo coeficiente da equação de regressão, percebe-se um aumento de 0,15 cm no

CME a cada elevação de 1 mm na lâmina de irrigação.

Esta talvez seja uma das características de maior percepção pelo consumidor no ato da

compra do milho verde em espigas.

LAM (mm)

0 10 20 30 40

CM

E (

cm)

11

12

13

14

15

16

17

18

CME = 12,1940 + 0,1458.LAM R2 = 93,61 %**

Figura 6. Comprimento médio das espigas (CME), centímetros, em função de lâmina de água

aplicada (LAM). ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.

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4.8. Diâmetro mediano de espigas (DME)

Observa-se a mesma correlação no que se refere ao comportamento linear dos efeitos

LAM na característica DME, conforme Figura 7. O acréscimo para o diâmetro da espiga foi

de 0,649 mm para cada mm de lâmina acrescentada.

Pesquisa realizada por Freire et al. (2010) no município de Prudente de Morais- MG,

utilizando irrigação por aspersão convencional com o nível de esgotamento da água de 30% e

cinco doses de nitrogênio ( 0, 60, 120, 180 e 240 kg ha-1 N), verificou-se influencia significativa

das doses de “N” no componente diâmetro de espiga sem palha com valores médios entre 4,65 cm

e 4,95 cm, fato este não observado neste trabalho, em que a aplicação do nitrogênio não

influenciou o DME.

Esta é outra importante característica avaliada pelo consumidor na escolha da espiga do

milho verde.

LAM (mm)

0 10 20 30 40

DM

E m

m

15

20

25

30

35

40

45

DME = 20,5819 + 0,6490.LAM R2 = 96,94 %**

Figura 7. Diâmetro médio de espigas (DME), mm, em função da lâmina aplicada (LAM).

** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.

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4.9. Número de espigas comerciais (NEC)

O número de espigas comerciais (NEC) foi influenciado tanto pelo efeito LAM como

pela interação entre LAM e DSN, apesar do alto coeficiente de variação (CV). Considerando-

se o efeito linear para o comprimento e diâmetro médio das espigas, (Figuras 6 e 7) era de se

esperar a influencia da lâmina também sobre esta característica. Pela Figura 8 percebe-se que

não houve produção de espigas comerciais para lâminas inferiores a 10mm, indicando os

efeitos deletérios da restrição hídrica.

Araújo et al. (1999), trabalhando com milho para grãos, obteve resultados

significativos, apresentando uma relação linear para dose de nitrogênio e lâminas de irrigação

utilizadas, sem efeito para a interação lâmina e nitrogênio.

-10

0

10

20

30

40

50

0

10

20

30

40

02040

6080100120140160180

NE

C (

% )

LAM

(mm

)

DSN (kg ha -1)

NEC = -7,7092 + 1,5297.LAM + 0,0275.DSN R2= 81,83%*

Figura 8. Número de espigas comerciais (NEC), em função das lâminas de irrigação aplicada

(LAM) e doses de nitrogênio (DSN). * 5% de probabilidade pelo teste F.

Dados semelhantes, foram obtidos em outro trabalho envolvendo lâminas de irrigação

e doses de nitrogênio, também em milho verde, elaborado por Monteiro et al. (1989), que

observaram que os benefícios do N na produção, até certo ponto estão relacionados com as

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lâminas de irrigação aplicadas, e que no tratamento de irrigação mais crítico, as produções

obtidas foram menores e não apresentaram efeitos significativos para incorporação de N.

4.10. Produtividade (PRD)

Lourenço (2004), trabalhando com capim Tanzânia, também submetido a diferentes

doses de N e lâminas de irrigação, verificou que independente da dose de N aplicada, a

produção máxima de MS foi obtida com lâminas entre 75 e 100% da ET0, verificando

também, que quanto maior a dose de N aplicada, mais significativo foi o efeito da deficiência

hídrica, ou seja, a aplicação de N surtirá resultado se houver irrigação, caso contrário terá

efeito deletério.

0

2000

4000

6000

8000

10000

0

10

20

30

40

02040

6080100120140160180

PR

D (

kg h

a-1

)

LAM

(m

m)

DSN (kg ha -1)

PRD = 2097,56 + 2241,32.LAM + 0,7562.DSN R2=96,82%

6

Figura 9. Produtividade (PRD), kg ha-1

, em função das lâminas de irrigação aplicada (LAM) e

doses de nitrogênio (DSN). 6

Significativo a 10% de probabilidade pelo teste F.

Neste caso, podemos observar que a aplicação de N produziu comportamento

semelhante, ou seja, a aplicação de N não alterou a produtividade, mas associada a lâminas de

irrigação promoveu significativamente esta variável.

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Nascimento (2012), também observou produtividade de espigas empalhadas em

resposta linear à irrigação, alcançando 13.453,13 kg ha-1

para tratamento com reposição de

125% da ETo,. Para a menor lâmina aplicada 165,51 mm, a produtividade foi de 1.420,63 kg

ha-1

. Este comportamento é semelhante ao observado neste trabalho.

Uma explicação a não interferência das doses de N nas características produtivas do

milho verde no ensaio, é o provável consumo do mineral aplicado na adubação de plantio para

decomposição da matéria orgânica incorporada quando do preparo do solo por método

convencional, acarretando uma deficiência, com sintomas visíveis, fazendo com que o N

aplicado em cobertura fosse absorvido para sanar esta deficiência.

4.11. Eficiência do uso da água (EUA)

A eficiência do uso da água, variou de 1,85 kg mm-1

na lâmina de 2,5 mm, a 1,30

kg.mm-1

na lâmina 35 mm. Se 1 mm corresponde a 10 m3 ha

-1, temos uma produção variando

de 271,03 kg ha-1

na lâmina 2,5 mm para 1.009,45 kg ha-1

na lâmina de 35 mm, ou seja

aumentou-se 14 vezes o consumo de água para um aumento menor que 4 vezes da produção.

Para esta característica, os maiores valores, próximos a 1,87 kg mm-1

, foram obtidos

para os tratamentos com menor volume de água aplicada, os quais entretanto, apresentaram

menores produtividades. Os menores valores de EUA resultaram da aplicação das maiores

lâminas.

Blanco et al. (2011), trabalhando com milho verde consorciado com feião-caupi,

obtiveram resultados semelhantes aos desta pesquisa, constatando um declínio da EUA, com

o acréscimo da lâmina de irrigação. O valor máximo alcançado foi de 2,22 kg m-3

para menor

lâmina e o mínimo de 0,97 kg m-3

para maior lâmina, sendo esse o tratamento com maior

volume de água aplicado.

Já no trabalho de Nascimento (2012), a eficiência do uso da água (EUA) apresentou

uma média geral de 1,54 kg m-3

. Para cada milímetro de lâmina aplicada, ocorreu um

incremento de 0,01kg m-3

na EUA.

Pela Figura 10, percebe-se diminuição na EUA, para as maiores lâminas aplicadas.

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LAM (mm)

0 10 20 30 40

EU

A (

kg

.mm

-1 )

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

EUA = 2,0447 - 0,0564.LAM + 0,0010.LAM2 R2 = 97,61%**

Figura 10. Eficiência do uso da água (EUA), em função das lâminas aplicadas (LAM) e doses

de nitrogênio (DSN). ** Significativo a 1% probabilidade pelo teste F.

5. CONCLUSÃO

As características altura de plantas, altura de inserção da espiga, comprimento de

espigas, diâmetro mediano de espigas e eficiência do uso da água, foram influenciadas

significativamente, apenas pelas lâminas de água aplicadas. A característica diâmetro médio

do colmo não foi influenciada pelos tratamentos.

O peso de plantas verdes, espigas com palha, espigas sem palha, número de espigas

comerciais e produtividade, além do efeito da irrigação, variou significativamente também em

função da interação entre lâminas d’água e doses de N.

Os componentes de produção não foram influenciados pelas doses de N isoladamente.

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