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DE ESTAGIÁRIA A VICE- PRESIDENTE DA JOHNSON & JOHNSON MEDICAL, MARIA REGINA NAVARRO, CONTA QUE O SEGREDO DA GESTÃO É CONSTRUIR UMA BOA EQUIPE E VER O TRABALHO COMO ALGO QUE TRANSCENDA A POSIÇÃO FOTO: RICARDO BENICHIO IT MÍDIA DEBATE OS DESAFIOS E INICIATIVAS PARA TIRAR O E-SAÚDE DO PAPEL Edição 211 • Maio de 2013 LIDERANÇA Além da

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Revista sobre medicina

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DE ESTAGIÁRIA A VICE-PRESIDENTE DA JOHNSON

& JOHNSON MEDICAL, MARIA REGINA NAVARRO,

CONTA QUE O SEGREDO DA GESTÃO É CONSTRUIR

UMA BOA EQUIPE E VER O TRABALHO COMO ALGO QUE

TRANSCENDA A POSIÇÃO

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editorial

CoNeXÃo SaÚde WeB PoNto de ViSta Ge, Philips e Siemens contam as novidades e apostas na área de diagnóstico por imagem

hoSPitalSistema de Saúde Mãe de deus planeja expandir a capacidade dos institutos especializa-dos para toda a rede

oPeradora investir em hospitais próprios se mostra alternativa para autogestões, que sofrem com a sinistralidade. Um exemplo é o da Fundação São Francisco Xavier

MediCiNa diaGNÓStiCaas iniciativas da indústria e dos prestadores para combater o medo na hora de fazer exames it Mídia deBate e-Saúde sai do papel e entra nas discussões e iniciativas do setor. tiSS 3.0 pode contribuir para que as informações dos pacientes percorram a esfera pública e privada

SaÚde BUSiNeSS SChool a governança em ti, seu diferencial e apoio para o crescimento

SaÚde CorPoratiVa empresas investem, mas profissionais considerados sedentários ainda não participam de programas de saúde

eSPeCialClínicas especializadas aparecem como alternativa econômica para o atendimento de pacientes crônicos eNtre eloSParceria da roche com o instituto evandro Chagas permite que novos agentes transmisso-res de doenças sejam sequenciados no Pará

MUNdo aFora ariel Capone, do Grupo assa, revela que há cerca de 15 bilhões de medicamentos falsos no mundo

iNdÚStria incentivos para a indústria brasileira são recebidos com entusiasmo, mas um longo cami-nho ainda precisará ser percorrido

teCNoloGiao futuro aponta para registros eletrônicos de Saúde sendo suportados por análise de Big data, mas, para isso, médicos e pacientes terão de romper barreiras de resistência à tecnologia

Na BaGaGeMem Berlim, com Carmen oplustil, da Formato Clínico

liVroS ShoWrooM: eSPeCial JPr 2013

PaPo aBertoa quem pertence os dados do paciente?

PeNSadoreS

Mário Scheffer, da USP, aponta o crescimento arti-

ficial da saúde suplementar e os desafios do

acesso à saúde no Brasil

PerSoNalidadeS

regina Navarro, da Johnson & Johnson, conta que a gran-de lição é enxergar o traba-lho como algo que transcen-da a posição de liderança

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Maria Carolina BuritiEditora de Saúde

É MUITAINFORMAÇÃOUm emaranhado de informações, que não para de aumentar a cada instante, dentro de um sistema de saúde sobreposto, que ainda não tem delimitado as áreas pública e privada. Nesta edição, caro leitor, você conhecerá os desafios e iniciativas para elucidar e transfor-mar a questão do público e privado no Brasil. E como isso está inteiramente relacionado com a questão do volume de informações. Fazemos isso, primeiramente, com a entrevis-ta do professor e pesquisador da USP, Mário Scheffer. Ele conta como o subfinanciamento do SUS contribui para a falta de acesso da po-pulação à saúde e, consequentemente, para o aumento no segmento suplementar, o que, segundo ele, não atende às expectativas. Neste caso, os dados abordados, inclusive apontando a divisão de recursos, mostram como o nosso sistema de saúde é financiado de diferentes e repetidas formas. No IT Mídia Debate mostramos os desafios do trânsito das informações dos pacientes entre o público e o privado e nos três níveis de go-verno: federal, estadual e municipal. Temos

algumas iniciativas, mas o momento em que o paciente terá seu registro único trafegando entre sistemas parece longínquo. Na reportagem sobre tecnologia, contamos como um grande volume de informações pode ser analisado, dentro do conceito de Big Data e como há ainda muita resistência à tecnologia por parte do médico e também do paciente.As próximas páginas ainda mostram a expan-são e o crescimento do setor de saúde tanto na indústria quanto nos prestadores de serviços. Ou seja, nosso desafio é grande. Vivemos em um sistema duplicado que não para de se expandir, não conseguimos ainda unificar essas informações e nitidamente ainda te-mos certa resistência à tecnologia. Resumin-do, nos parece uma corrida onde a largada foi queimada e estaremos sempre atrás. É, realmente, muita informação e esse assun-to ainda será muito abordado, discutido e questionado por esta revista.

Boa leitura!

Foto: Bruno Cavini

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FH | CONEXÃO SAÚDE WEB

MAIO 2013 REVISTAFH.COM.BR

A Comissão de Desen-volvimento Econômico,

Indústria e Comércio aprovou proposta que cria certificado de

qualidade e de garantia para pró-teses, órteses e outros materiais im-plantáveis de uso médico (OPMEs). O material deverá ser acompanha-do de documentos emitidos pelo

fabricante ou importador com certas especificações

Em sua segunda edição, o estudo “Antes da TI, a estratégia na Saúde” entra em campo com a missão de elaborar um índice da maturidade da TI na saúde brasileira. Participe e obtenha o relatório com os dados do Estudo de 2012Acesse: http://migre.me/etANO

Nova superintendência deResponsabilidade SocialO Hospital Moinhos de Vento criou uma superintedência exclusivamen-te dedicada à geração de conheci-mento e inovação (pesquisa e ensi-no) e responsabilidade social. Quem comandará a nova área é o médico Luciano Hammes, que ocupava até então o cargo de gerente do Institu-to de Ensino e Pesquisa (IEP)

VAIE

VEM

CURTAS

Você sabia? Toda vez que você ver estes íconespode acessar nosso portal e consultar fotos, vídeos e podcasts

www.saudeweb.com.br

Sarah Chaia é a nova direto-ra jurídica da Roche BrasilA executiva assume tam-bém a função de Com-pliance Officer, atuando para as duas divisões da afiliada brasileira, Farma-cêutica e Diagnóstica. Sua experiência inclui Merck, Sanofi-Aventis, Merial e Rhodia-Ster

Superintendente do Moinhosde Vento é novo membro doconselho da ANAHPFernando Andreatta Torelly é nome-ado como Membro do Conselho de Administração da Associação Nacio-nal de Hospitais Privados (ANAHP). O Conselho é o órgão executivo das deliberações sociais da entidade, ao qual compete o estabelecimento das estratégias e políticas da InstituiçãoFo

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O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro expediu uma recomendação à ANS para que o órgão modifique sua resolução normativa, assegurando que os consumidores lesados por cobranças indevidas de planos de saúde sejam reembolsados com o dobro do valor pago.

Novidade

Regulamentação

Após inaugurar duas unidades em 2012 – uma no bairro dos Jardins, em São Paulo, e outra numa mansão em Bota-fogo, no Rio de Janeiro –, o Alta Exce-lência Diagnóstica- marca do grupo Dasa- abre as portas de uma unidade no Parque Ibirapuera, na capital paulista

O Ministério da Saúde lançou em maio o Programa Peso Saudável, que visa estimular hábitos saudáveis nos locais de trabalho de ins-tituições públicas e privadas. O ministério criou um software de automonitoramento do peso e recomendações práticas de alimentação e atividade física, disponibilizado gratuitamente

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os países da américa Latina e do Caribe terão, em 2030, 17 milhões de casos diagnos-ticados de câncer, segundo pesquisa do Gru-po Latino americano para Cooperação em oncologia (Lacog, em inglês). o estudo alerta que os custos causados pela doença, que atualmente estão em cerca de US$ 4 bilhões ao ano, deverão subir substancialmente

números

Receita das mais de 1.500 operadoras ativas atinge R$ 95 bilhões em 2012, o que indica um crescimento de 12,2% em relação a 2011

o ministério da Saúde tem um orçamen-to de R$ 35 bilhões para aquisição de medicamentos até 2016 – o maior valor já investido pelo Governo Federal

o Grupo Fleury reportou lucro líquido de R$ 21,6 milhões no 1° trimestre de 2013, queda de 32,1% na comparação com igual período em 2012. a receita líquida totalizou R$ 393,6 milhões, evolução de 11,9%, enquanto o Ebitda ficou em R$ 73,2 milhões, baixa de 5,4%

É de Lagoa Santa (mG) que saem 64% das vendas da Philips no Brasil, que incluem de raio-x analógicos a modelos de ressonância magnética e tomógrafos

em medicamentos

Queda de

das vendas locais

17 milhões até 2030

componentes da TISS 3.15

Comunicaçãomeios e os métodos de comunicação das mensagens eletrônicas definidas no componente de conteúdo e estrutura. adota a linguagem de marcação de dados XmL - Extensible markup Language.

OrganizacionalConjunto deregras operacionais

Conteúdo e estruturaEstabelece a arquitetura dos dados utilizados nas mensagens eletrô-nicas e no plano de contingência, para coleta e disponibilidade dos dados de atenção à saúde

Representaçãode Conceitos em SaúdeConjunto de termos para identificar os eventos e itens assistenciais na saúde suple-mentar, consolidados na Terminologia Unificada da Saúde Suplementar - TUSS

Segurança e PrivacidadeRequisitos de proteção para assegurar o direito individual ao sigilo, à privacidade e à confiden-cialidade dos dados. Tem como base o sigilo profissional e segue a legislação

Receita chega a

R$ 95 bilhões

R$ 35 bilhões

32,1%

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ASSESSORIA JURÍDICA EM VIGILÂNCIA SANITÁRIAPedro CassabO enrijecimento do estado de exceção “Pátria mãe gentil adormecida pela fantasiosa expectativa de dias melhores à caridade das bolsas politicas que tapam os olhos da grande massa cidadã de uma realidade sem futuro”

GESTÃO COMERCIAL EM SAÚDEEnio SaluCadê o contrato?Hospitais continuam muito atrasados quando se fala em gestão de contratos. De acordo com Salu, melhores práticas de mercado são ignoradas pelo gestor de contratos hospita-lares por não conhecer conceitos básicos.

FARMACOECONOMIA E ECONOMIA DA SAÚDEStephen StefaniLancet Oncology sobre América LatinaUma das mais importantes revistas de medicina no mun-do, a Lancet Oncology, traz em sua edição deste mês um fascículo especial dedicado à discussão da oncologia na América Latina. Traçando uma radiografia do combate ao câncer no continente

MEDICINA LABORATORIALGustavo CampanaQualidade percebida em Medicina Diagnóstica Atuação das empresas no apoio do médico para a decisão de utilização dos exames e atividades denominadas pós-analíti-cas, focadas na interpretação clínico-laboratorial, tornam-se diferenciais significativos na assistência à saúde.

BLOGS Leia e discuta com nossos colaboradores os assuntos mais quentes do mês:www.saudeweb.com.br/blogs

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FOTOS DO IT MÍDIA DEBATE: E-SAÚDE NO SETOR PÚBLICOO IT Mídia Debate de abril propôs o tema “E-Saúde no setor público”. Os participan-tes falaram sobre os desafio da integração das informa-ções dos pacientes em um sistema ainda dividido entre público e privado

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público e privado

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FH | pensadores

12 maio 2013 revistafh.com.br

maria Carolina Buriti | [email protected]

Quer pagar quanto?

Professor e Pesquisador da universidade de são Paulo Mário Scheffer aPonta o crescimento artificial da saúde suPlementar brasileira às custas do financiamento Público e de Planos de saúde com Preços baixos, que não levam à PoPulação o acesso Prometido

uma relação sobreposta em um setor de saúde segmentado. É assim, que o professor e pesquisador da universidade de são Paulo (usP)

mário scheffer define o sistema de saúde brasileiro. nesta relação, se por um lado faltam recursos públicos para o sistema único de saúde (sus), por outro, há um financiamento repetido por parte da população, onde todos financiam por meio de tributos, e acabam comprando planos de saúde para obter o atendimento desejado, que, muitas vezes, não acontece. “temos uma insatisfação generalizada, um sistema público ainda incompleto e o crescimento inadequado dos planos de saúde”, disse scheffer à revista fH. ele ainda pontuou sobre a ineficácia dos planos de saúde com preços bai-xos, que, por conta de sua estrutura, contribuem ainda mais para a lotação do sistema público. veja os principais trechos a seguir.

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Revista FH: Com 25 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), apesar do caráter universal previsto em lei, o acesso ainda não é para todos. Qual a sua avaliação?Mário Scheffer: É importante lembrar que o SUS avançou muito. Se pensarmos, antes, os estudos como a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) do iBGE, re-alizada em 1981 (antes da criação do SUS), apenas 8% da população tinha usado o ser-viço de saúde. Esta pergunta feita depois do SUS, mostra que mais de 15% da população usava. Ele ampliou o acesso à atenção básica, de emergência, atingiu a cobertura univer-sal de vacinação - que é o maior programa público de imunização do mundo-, avançou na cobertura de pré-natal. algumas coisas devem ser motivo de orgulho do SUS: o Brasil eliminou o sarampo, interrompeu a transmis-são de cólera, o SamU atende mais de 100 milhões de brasileiros, sistema nacional de transplantes é basicamente público, o trata-mento da aids é exemplar. Costumo dizer que o tratamento da aids é o SUS levado a suas melhores consequências.

FH: Em sua opinião, qual é a principal razão da falta de acesso? Scheffer: Ele é um sistema de saúde com-plexo. É constituído por uma variedade de serviços de organizações públicas e privadas, que tem convivido, ao longo da história, com distintas formas de financiamento, prestação e gestão de saúde. o Brasil tem um sistema onde há uma coexistência destas distintas modalidades. Costumo dizer que ele é seg-mentado, pois tem uma duplicação de servi-ços públicos e privados e de infraestrutura; estratificado, porque essa pluralidade de diversas modalidades de serviço gera vias diferenciadas de desigualdade de acesso da população ao serviço de saúde.

FH: Como assim?Scheffer: o sistema é único, mas tem três subsetores completamente imbricados, com uma relação entre si. São eles: o subsetor público, o SUS, com característica de acesso universal financiado por recursos públicos, mas que não tem conseguido atingir o obje-tivo por causa do subfinanciamento; o sub-setor privado, que acaba prestando serviço para o SUS, pois ele não dá conta e não tem serviços próprios para dar o atendimento que por obrigação deveria dar; e o subsetor suplementar com diferentes tipos de planos

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Quem Mário César Scheffer, professor contratado do Departamento de Medicina Preventiva (DMP) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), na área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. Mestre e Doutor em Ciências da Saúde pelo DMP- FMUSP, onde também concluiu o Programa de Pós-Doutorado.

o que faz Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), graduou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Foi membro titular do Conselho Nacional de Saúde (CNS), da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e da Câmara de Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Atualmente integra o Conselho Consultivo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES); a Comissão de Política, Planejamento e Gestão da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO); e o Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).

perfil

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SE NÃO RESOLVERMOS O SUBFINANCIAMENTO, VAMOS CONTINUAR COM A DIFERENÇA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO, PENDENDO A FAVOR DO PRIVADO E DIFICULTANDO O SUS

e seguros saúde. Nós temos um sis-tema de saúde bastante complexo, confuso e sobreposto, por isso, não há um muro que separa o SUS dos planos de saúde. Hoje, mais do que nunca, vemos um sistema que tem caminhado para essa intersecção. Acho que temos dificuldades para que o SUS, depois de 25 anos, se efe-tive de fato. Na verdade, temos uma encruzilhada: nem o SUS conseguiu atingir a sua maturidade de oferecer um sistema universal; e, por outro, a saúde suplementar que cada vez mais se mostra inadequada e insu-ficiente, e isso não é a solução para o sistema de saúde brasileiro.

FH: Por que inadequada?Scheffer: Nos últimos anos, ela cresceu muito mais do que sua ca-pacidade de entregar produtos de assistência médica de qualidade para a população que compra o pla-no de saúde, seja o plano individu-al, família ou os coletivos. Se for ver, hoje, ninguém está satisfeito com o sistema de saúde brasileiro, nem as pessoas que dependem única e ex-clusivamente do SUS nem a popula-ção coberta pelos planos de saúde. Temos uma insatisfação generaliza-da, um sistema público ainda incom-pleto e o crescimento inadequado dos planos de saúde. Em primeiro lugar, porque eles (os planos) não conseguem entregar o que prome-tem, e segundo, porque este sistema não é adequado para respostas que hoje são absolutamente inadiáveis e necessárias como, por exemplo, o envelhecimento da população, o crescimento das doenças crôni-cas não transmissíveis. Assim, nós temos os idosos e doentes, cada vez mais excluídos desse modelo. Mas, como disse, o nosso sistema é duplicado, e temos de conviver com isso. O que temos é um gran-de problema de subfinanciamento público crônico, pois é impossível cobrar a completude do SUS, isto é, assegurar a cobertura universal de atendimento integral com esse nível de financiamento. Temos recursos absolutamente insuficientes para as responsabilidades do SUS.

FH: E os recursos privados? Scheffer: Hoje 53% dos recursos de saúde são pri-vados, envolvidos com planos, gastos diretos, me-dicamentos e etc. Então, temos 25% da população responsável pela circulação desses 53%, e 47% de recursos públicos da União, estados, municípios para garantir o SUS. Só que ele é muito mais que a assistência médica hospitalar dos planos, ele é vigi-lância, alta complexidade, urgência e emergência, imunização e etc. Quanto mais gastos privados no sistema de saúde - e isso são evidências quando se estuda sistemas comparados de outros países -, mais se diminui a característica redistributiva, que é o financiamento de um sistema de saúde que seria mais inclusivo e justo, que é este baseado na taxa de impostos, ou seja, as pessoas pagam de acordo com sua renda e recebem saúde de acordo com sua necessidade. Portanto, temos um problema sério, uma equação difícil. Por isso, uma das grandes bandeiras dos defensores do SUS é aumentar os recursos. Tivemos uma derrota na regulamentação da Emenda Constitucional 29, que era a oportuni-dade de se estabelecer mais recursos. Enfim, se não resolvermos o subfinanciamento, vamos continu-ar com essa diferença entre o público e o privado, pendendo a favor do privado e dificultando o SUS.

FH: Como você analisa o subsetor privado?Scheffer: Ele é muito grande e pouco financiado pelo pri-vado puro, ou seja, particulares. Ele é financiado pelos planos de saúde quando as pessoas usam, mas também vende serviço para o setor público. É importante dizer que ele tem diferentes tipos de planos e seguros e é com-pletamente heterogêneo. São produtos com coberturas e qualidades diversas, financiados com recursos dos indiví-duos e das famílias e, principalmente, por empregadores (80%), que fazem isso com muito subsídio público. Por isso, falamos da saúde com vários setores que interagem, pois o sistema suplementar se vale de inúmeros benefícios e subsídios, formas diretas e indiretas de usar o dinheiro público. Os mais conhecidos são as exclusões de cober-tura - que empurram para o sistema público os clientes desses planos -, mas também há a venda de planos pri-vados para o funcionalismo público, onde só o governo federal gasta R$1 bilhão.

FH: Alguns especialistas defendem que a sociedade deve definir em uma discussão com o governo, o que é realmente possível de ser oferecido pelo SUS. Isso seria uma solução? Porque, por lei, o SUS oferece tudo, mas como você acabou de dizer, o financiamento não per-mite que ele ofereça tudo. Qual sua opinião sobre isso?Scheffer: Com isso se corre o risco de criar um sistema

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pobre para pobres, ou seja, um siste-ma restritivo. É óbvio que precisamos reorganizar o sistema. Mas antes de estabelecer esses limites, temos ou-tras questões como organizar o sis-tema, que hoje está desintegrado e fragmentado. Precisamos reordenar os fluxos, assegurar não só o primeiro acesso das pessoas, mas a continui-dade dos trabalhos, diminuir a fila, estipular padrões com tempo máxi-mo de espera, temos muito desafios antes de discutir a regulação. Primei-ro, resolver o subfinanciamento, de-pois estabelecer uma nova relação entre o público e o privado, e, por fim, essa regulação precisará de redes in-tegradas onde haja atendimento com fluxo corretos. Hoje se discute muito a atenção primária, quando se tem isso de forma resolutiva até 90% dos problemas de saúde são resolvidos. Se ela funcionar, se consegue outra qualidade de sistema de saúde, se diminui a pressão em cima das es-pecialidades e dos prontos-socorros. Esta é uma solução viável e impor-tante. Portanto, eu discordo que o pro-blema maior do SUS é dar tudo para todos e, por isso, é preciso estipular o que se vai dar. É uma visão egoísta e simplista e não permite a discussão do sistema de saúde como um todo.

FH: O SUS tem problema de finan-ciamento. Mas há um financia-mento feito várias vezes: existe a cobertura universal (pagamento de tributos), as empresas pagam para seus funcionários e recebem incentivos públicos para isso, e quando a população notifica isso no imposto de renda ela é reembol-sada por ser um serviço de saúde. Há um desperdício de recursos?Scheffer: A fonte de financiamento do SUS é pública, os recursos vêm da arrecadação tributária. E o setor

privado se dá pelo desembolso direto que é muito pou-co. É importante dizer que a fonte de financiamento do setor privado conta com recursos públicos e é essa a questão que a sociedade não entende. Isso precisa ser colocado em praça pública, porque, por um lado, a fonte de financiamento é insuficiente e, por outro, o setor privado é financiado com recursos público pelas desonerações fiscais de prestadores privados, pela compra de planos que é um exemplo emblemá-tico para o funcionalismo público, onde o governo federal gasta R$1 bilhão comprando serviços com dinheiro público. E, principalmente, pelo uso do SUS por clientes de plano de saúde sem o devido ressar-cimento ao sistema público. Isso é muito relevante e pouco debatido. Esta injeção de recursos públicos no setor privado precisa ser conversada, isso está na raiz de muitos problemas.

FH: Você comentou sobre o crescimento Dos planos de saúde e a insatisfação da cobertura. Mas existe o desejo da população que é adquirir a saúde que o SUS ainda não consegue oferecer. Dessa forma, a população está em uma encruzilhada, pois ela não é culpada. Scheffer: Isso tem a ver com o total desconhecimen-to dela sobre o SUS. Primeiro, porque as pessoas nem sabem que o SUS faz parte da vida delas. É sempre a visão da assistência médica, e isso é uma parte do SUS, ele deveria ser um sistema mais compre-endido e defendido e, na verdade, é escorraçado o tempo todo. Esse desejo da população está muito localizado, precisamos deixar claro que essa solução não é para as necessidades de saúde. É uma solução para aquilo que hoje me parece o maior gargalo do

SUS, me refiro à atenção secundária e as consultas com especialidades, esse é o estrangulamento do SUS. Porque o plano de saúde é assistência médica hospitalar: consulta, exame e internação. E esses planos mais baratos, por causa da rede restrita e de pagarem mal os médicos, serão planos artificiais, as pessoas estão pagando, mas na hora que neces-sitarem vão buscar socorro no SUS. É um desejo, mas ele não está acompanhado da informação do que é um sistema de saúde e do que isso, que elas acham que acessam, vai representar. Porque elas já pagam via imposto por uma atenção pública e vão pagar de novo ou via empregador ou por elas próprias por algo que não vão receber. Enfim, o de-

sejo das pessoas de acessar não transforma esses planos em algo que seja a solução.

FH: Ainda sobre os planos de menor custo. Essas empresas que comercializam os planos estão no mercado que inclusive já é regulado. Você acredita que esses dois subsistemas podem vi-ver integrados? Scheffer: Claro, acredito. Podem e devem viver desde que reposicionados, desde que cada um com seu ta-manho natural. O sistema suplementar com esse perfil de crescimento é totalmente inadequado. À medida que eu tenho um fortalecimento e um financiamento adequado do sistema público, eu reposiciono o lugar do setor privado.

FH: O subsetor privado tem um tamanho ideal?Scheffer: No sistema de saúde universal, os planos de saúde nunca superam os 25%. Tem uma grande exceção no mundo que são os Estados Unidos, que escolheram o modelo majoritariamente de planos e seguros de saúde e, não por acaso, é sistema mais caro e com pior indicadores. Tanto que a reforma do Barack Obama (presidente dos Estados Unidos) é isso: ele re-conhece o fracasso de um sistema de saúde majorita-riamente entregue a planos e seguros, que deixou uma parcela grande da população sem assistência alguma. Nos sistemas universais, os planos são residuais, no geral, são 10%, 15%, 20%. No geral, no mundo inteiro, com exceção dos EUA, os planos e seguros não chegam a 25% dos sistemas de saúde.

FH: No Brasil estamos com 25 %. Estamos num má-ximo que um sistema universal permite?

Scheffer: Sim, mas com crescimento artificial, pois uma parte desse mercado, julgo, que não deveria existir, porque são produtos ruins que não entregam aquilo que foi vendido. Isso acon-tece com total conivência e autorização da ANS, que durante muito tempo estava capturada pelo mercado regulado. A ANS é contaminada pelos interesses de mercado, então, até outro dia o presidente da ANS era um executivo que

tinha passado pela Qualicorp. Esses dias saiu uma reportagem no jornal Folha de S. Paulo mostrando essa relação de promiscuidade. Isso contribuiu para a conivência de permitir o crescimento inadequado de mercado. Acho que inúmeras empresas não deve-riam existir e inúmeros produtos nem deveriam ter sido autorizados. Não adianta, agora, querer consertar com medidas como ‘não pode demorar três meses para marcar um especialista, o prazo máximo é de 15 dias’, isso não vai acontecer porque os planos não têm quantidade de médicos, eles pagam R$ 25 a consulta e nem conseguem compor uma lista de médicos. Enfim, o plano de R$40 vai dar direito a apenas um hospital e ele vai estar lotado.

*Veja outros trechos da entrevista no portal Saúde Web: www.saudeweb.com.br

ESSES PLANOS MAIS BARATOS, POR CAUSA DA REDE RESTRITA E DE PAGAREM MAL OS MÉDICOS, SÃO ARTIFICIAIS. AS PESSOAS ESTÃO PAGANDO, MAS NA HORA QUE NECESSITAREM VÃO BUSCAR SOCORRO NO SUS

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Assumir a vice-presidência da companhia e ser uma das pioneiras da Johnson e Johnson a ocupar tal posição no Brasil significa... ter o reconhecimento profissional em uma empresa que tem uma cultura que privilegia o bom executivo, oferecendo oportunidades igualitárias de desenvolvimento para ambos os sexos.

De estagiária a vice-presidente passando por áreas como vendas, marketing, a grande lição é... estabelecer de forma consistente objetivos e metas profissionais, ter foco no resultado e na construção de uma equipe sólida.

Em 2013, a Johnson e Johnson completa 80 anos no Brasil, faço parte de 35 deles e... tenho orgulho de fazer parte dessa história, tanto da evolução da Companhia quanto do mercado de saúde.

Para estabelecer uma parceria de valor com os diferentes stakeholders da cadeia de saúde é preciso... ouvir suas necessidades para atendê-las com produtos e serviços adequados.

Para o setor de saúde da empresa, considerando a área médica e farmacêutica (Janssen- Cilag), a inovação é importante porque... contribui para o avanço nos padrões de cuidados com a saúde do País, além de significar a sustentabilidade do negócio.

Vemos o Brasil como um país importante por conta da sua forte economia, uma classe media em ascensão, crescente necessidade de cuidados com a saúde, avanços científicos e tecnológicos, e compromisso do governo em melhorar a saúde.

Mas ainda enfrentamos obstáculos para investir quando... as políticas governamentais não têm a devida claridade, transparência e estabilidade.

A relação entre médicos e fornecedores pode correr riscos quando... as regras de integridade dos negócios não são cumpridas. E para evitar que isso aconteça... é preciso colocar o paciente em primeiro lugar.

A biomédica está presente... em conversas técnicas com os diferentes públicos e a administradora fala mais alto... quando decisões de negócios precisam ser tomadas e um posicionamento precisa ser assumido.

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O maior desafio da liderança feminina é... equilibrar vida pessoal e profissional.

Para conciliar vida profissional e vida pessoal... é preciso muita disciplina, organização e planejamento.

A minha dica é... ver no trabalho um propósito que transcenda a posição; ter foco em pessoas, construindo equipes com estilos diversos mas harmônicos; e, por fim, ser persistente, com muita força de vontade.

DICAS

Um cantor (a): Chico Buarque

Um livro:O Diário de Anne Frank foi um livro que me marcou muito na adolescência. Em termos de negócio, Straight from the gut (Jack Definitivo, na versão brasileira), do Jack Welch

Um filme:Meia noite em Paris, do Woody Allen.

Foto: Ricardo Benichio

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Lado a Lado, tanto na disputa de mercado quanto na exposição de seus produtos e soLuções durante a Jornada pauLista de radioLogia (Jpr) , maior evento de diagnóstico da américa Latina, ge, phiLips e siemens, faLaram com o ponto de vista sobre as novidades deste ano

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ApostAsmaria Carolina Buriti | [email protected] Souza | [email protected]

FH: Dentre as tecnologias apresentadas, qual você destacaria? Armando Lopes: Estamos com um portfólio bastante amplo e estável. Fica difícil escolher um. Em relação à ressonância, estamos com o maGNETom Essenza (com solução chamada Dot - Rendimento de otimização diário), que pega o segmento mais sensível a custo, mas não deixa de entregar qualidade e eficiência. Na linha de ultrassom, talvez aí estejam as maiores novidades, e uma delas é o aCUSoN Free Style, o primeiro e até agora o único aparelho de ultrassom wireless. Esse equipamento vai mudar o fluxo de trabalho no serviço de ultrassom e dar muito mais liberdade para o médico. imagina um monitor e o médico com um transitor sem fio. Se você está em um centro cirúrgico não existe risco de contaminação por exemplo.

Quais são as iniciativas da Siemens em prol da promoção do acesso? Lopes: Procuramos conscientizar toda a equipe de que o nosso papel é entregar uma solução que melhore a qualidade clínica e gere maior eficiência. Essas duas combinadas atendem ao médico, que faz um bom trabalho, e ao gestor que vê um melhor retorno sobre o investimento.Somado a isso está o uso da imagem - uma de nossas fortalezas -, para guiar o tratamento. Com o artis zeego (sistema de imagem intervencionista com tecnologia robótica) é possível guiar da melhor forma possível um cateter, uma cirurgia minimamente

invasiva, com menos consumo de sangue, menos tempo de informação. assim estamos aumentando a eficiência. o trabalho com a força de vendas é mostrar esses resultados, provar que “essa” ressonância consegue dois, três exames a mais por dia, trazendo um retorno superior com qualidade.

FH: Qual o balanço de 2012 e expectativa para 2013?Lopes: tivemos um crescimento muito bom, de dois dígitos, acima da média de mercado. E a previsão para este ano será na mesma ordem de grandeza. a informação importante é que o mercado brasileiro está crescendo bastante, e isso é algo diferenciado no mundo. Poucas regiões estão crescendo a taxa de dois dígitos em saúde no mundo. China, Índia e Brasil. Portanto este é o momento para aproveitar. além disso, o governo está incentivando com as PPPs (Parcerias Público Privadas) e o PPB (processo produtivo básico). Vejo as PPPs como uma grande chance de aproveitar os recursos privados para fomentar e atender a área pública. Essa aproximação público x privado é fundamental para ajudar a acelerar o acesso. Estamos trabalhando bastante nisso.

Faturamento global: Siemens não divulga o faturamento global da vertical de Saúde Produção local: Tomografia (mais recente) raio-x e ressonâncias. Ultrassom em processo de discussão de PPB.

aRmaNDo LoPES, ViCE-PRESiDENTE Da SiEmENS hEaLThCaRE

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ção FH: O que está sendo apresentando este ano

de mais inovador? Daurio Speranzini: sem dúvida que o Silent Scan (ressonância magnética), pela primeira vez no Brasil, é uma das mais importantes inovações que a GE trouxe nos últimos tempos, pois reduz o ruído de 110 decibéis (dBa) de uma ressonância convencional para 78 decibéis (dBa). isso é uma oportunidade de deixar o procedimento de ressonância muito mais tranquilo e confortável para o paciente. Parece algo menor, mas esse cuidado com o aspecto psicológico do paciente que, provavelmente, está pesquisando algum problema ou já está em estágio de evolução, é muito importante. E o barulho e o túnel da ressonância só atrapalham. o outro é o Discovery iGS 730 (radiologia intervencionista) para salas híbridas. ou seja, no mesmo local pode-se fazer consultas, cirurgias ou uma intervenção de um cateterismo. Guiado por controle remoto, o equipamento, que é um robô, pode ser removido para o canto da sala, por exemplo, deixando a sala livre para ser utilizada. Eu imagino que no futuro vão ter várias salas e apenas poucos robôs e eles ficarão migrando por entre elas. Este conceito de sala híbrida está sendo iniciado no Brasil -, afinal, os hospitais precisam cada vez de maior flexibilidade para ganhar produtividade.

FH: Qual o balanço de 2012 e expectativa para 2013?Speranzini: o ano de 2012 foi bom, mas não como a expectativa que tínhamos de crescer

dois dígitos. a américa Latina cresceu 7%, o que é razoável, considerando que o mercado ficou abaixo disso. Nosso market share cresceu entre 1 e 2 pontos percentuais (p.p.), ficando em 25.8 p.p. na área de imagem e cuidados críticos com a saúde. Em 2013, vamos ter um ano melhor do que o ano passado, crescendo certamente dois dígitos, seguindo a tendência do primeiro quarter. Temos o melhor portfólio de ultrassom, duas novas ressonâncias sendo produzidas localmente e já “finamizadas” (podendo a compra ser financiada através do BNDES Finame), temos participação crescente de mercado em tomografia computadorizada por conta do estágio de localização no PPB (Processo Produtivo Básico). Tudo isso está sendo impulsionado por meio de parcerias financeiras que estamos fazendo com bancos locais. E para os clientes que querem comprar em dólar, estamos com o hFS, nosso braço financeiro, acesso ao Finame, além de outras soluções financeiras como aluguel, pagamento por estudo, enfim, sempre de acordo com a necessidade de cada cliente, e tudo para facilitar o acesso.

Faturamento global de GE Healthcare em 2012: US$ 18 bilhõesNúmero de funcionários no Brasil: cerca de 700 Produção local: dois equipamentos de ressonância magnética (recentemente), raio-x, mamografia, Arcos em C, tomografia computadorizada (há 8 meses) e cardiovasculares (via XPRO)

DaURio SPERaNziNi, ViCE-PRESiDENTE PaRa a améRiCa LaTiNaE Da GE hEaLThCaRE

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O que a Philips traz de novidade este ano?Vitor Rocha: Estamos fazendo três lançamentos muito relacionados com a melhoria da produtividade. o ambiente da saúde passa por um desafio muito grande no Brasil e no mundo para melhorar o acesso e a qualidade. Focamos em trabalhar o ambiente onde se vê o ciclo inteiro da saúde, onde a solução integrada oferece mais produtividade para o hospital e para o médico. atender mais pacientes com a qualidade e com o mesmo equipamento ou até de forma remota. Um dos lançamentos é o intelliSpace Portal, uma Workstation que permite ao médico trabalhar numa imagem de sua própria casa, ou seja, ele não precisa estar ao lado da ressonância magnética, por exemplo. isso aumenta a produtividade do hospital, pois é possível ter vários médicos trabalhando de casa e em ambientes remotos, com um volume de equipamentos mais reduzidos, mas com um número maior de pacientes. isso está disponível para ressonância magnética, tomografia e medicina nuclear. outro lançamento é a ressonância magnética multiva, que tem 1.5T. Ela permite mais produtividade pela forma que utilizamos as bobinas, porque ao colocar o paciente para fazer vários exames não precisamos trocá-las. há um ganho de produtividade porque não há necessidade de entrar na sala e fazer a troca. a outra novidade é o TF Select PET/CT, que tem custo menor, e possui uma tecnologia embarcada que temos em equipamentos premium.

FH: Há muitos lançamentos, mas é sabido que falta mão de obra para operar tudo isso. A Philips tem alguma iniciativa nessa linha?Rocha: Um dos três pilares da nossa estratégia são os serviços e educação clínica. Na área de educação, estamos preparando a inauguração do centro de treinamento em Lagoa Santa (mG), ele visa ampliar a disponibilidade de treinamentos para clínicos, médicos e técnicos. isso serve também para melhorar a qualidade e a produtividade, pois com um equipamento fantástico de R$ 3 milhões na mão, é preciso saber usá-lo ao máximo. Temos várias parcerias no Brasil e na américa Latina com centros de diagnóstico, hospitais e universidades para a formação e atualização médica.

FH: Qual foi o desempenho na área de imagem em 2012 e quais são as expectativas para 2013?Rocha: ano passado foi um ano excepcional para a Philips. Tivemos um crescimento grande em imagem, acima do mercado. Para este ano, esperamos o crescimento de 15%. Não abrimos o número de imagem, mas abrimos o número Brasil, que foi 20% na área de healthcare em 2012.

Faturamento: Globalmente as vendas de Healthcare atingiram € 10 bilhões em 2012. Produção local: a fábrica localizada em Lagoa Santa (MG) é responsável pela produção de 64% das vendas no Brasil. São fabricados raio-x analógico e digital. Equipamentos como ressonância magnética e tomógrafos são produzidos por meio do Processo Produtivo Básico (PPB).

ViToR RoCha, ViCE-PRESiDENTE PaRa a améRiCa LaTiNa DaPhiLiPS hEaLThCaRE

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os tons lilases da gravata e camisa conferem elegância ao tradicional terno do gaúcho al-ceu alves, sem jamais inibir suas expressões e

gestos espontâneos ao relembrar sua trajetória de 36 anos dedicados à saúde. “Sou um médico frustrado”, revela o atual superintendente executivo do Sistema de Saúde mãe de Deus (SSmD), que encontrou na ad-ministração hospitalar uma forma de ficar perto de sua paixão – a medicina. Do primeiro emprego na aplub Previdência a chefe de gabinete de José Serra no ministério da Saúde – posição anterior ao mãe de Deus – a verdadeira escola do executivo foi o setor público; com nove anos de

bagagem no Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e 15 no Hospital de Clínicas de Porto alegre, grande parte como vice-presidente. a dedicação ao Sistema Único de Saúde (SUS) por tantos anos fez alves questionar-se sobre o convite para gerir um hospital privado em 1998, mas a forte missão da instituição em prover um atendimento humanizado à população carente o levou a aceitar a proposta do atual diretor geral do grupo mãe de Deus, Claudio Seferin. “Eu precisava de um diretor qualificado e alguém que eu tivesse prazer em trabalhar. Foi aí que pensei no alceu e tudo progrediu”, conta Seferin. ambos

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TudoTodos

para

Verena Souza | [email protected]

RefeRência paRa beneficiáRios de planos de saúde e pacientes do sUs, o sistema de saúde Mãe de deus estUdoU o peRfil popUlacional da Região e constatoU o alto índice de idosos no estado. o ResUltado foi a elaboRação de institUtos de especialidades focados nas enfeRmidades mais fReqUentes e qUe seRão levados a todas as Unidades geRidas pelo gRUpo

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se conheceram na década de 70, ainda no Conceição. “Eu fiquei encantado, afinal, esse era o meu negócio, levar soluções para pessoas que precisam e, assim, começamos a trabalhar para eu vir para o mãe de Deus”, recorda o executivo, que assumiu o cargo no dia 10 de novembro de 1998.

Perfil Hoje a entidade filantrópica - mantida por uma congregação religiosa italiana

e fundada em 1979 no Brasil - vai além da determinação que obriga a oferta de 60% dos leitos a pacientes do SUS, e chega ao índice de 76%. Com a intensificação de parcerias na área pública, sob a ges-tão de Seferin e alves, o Sistema congrega atualmente, além de quatro hospitais próprios - mãe de Deus (Poa), Giovanni Battista (Poa), Nossa Senhora dos Navegantes (Torres) e Santa Luzia (Capão da Canoa) - outras cinco instituições públicas no interior do Rio Grande do Sul (Campo Bom, Taquara, Santo antônio da Patrulha e Canoas), dois Centros de atendimento Psicossocial, uma emergência psiquiátrica e a unidade de in-ternação feminina São Rafael. a prestação do serviço nessas unidades é feita através de parce-rias com as prefeituras locais. “o Estado define o tipo de serviço e nós o executamos”, explica o superintendente executivo. o Grupo Hospitalar Conceição, por exemplo, tem direito a 100 leitos de retaguarda no Hospital Universitário (HU), de Canoas, que está sob a administração do SSmD e em plena expansão de 350 para 500 leitos até o final do ano. a região é estratégica para a Saúde por ser um polo industrial, ter o segundo maior PiB e a quarta maior população do Estado. Para uma eficiente gestão das unidades do interior do Estado, o SSmD opera por meio de um único sistema de gestão hospi-talar. “a ideia de centralizar a inteligência é fazer com que os prestadores não precisem se preocupar com compras, folha de pagamentos, entre outras questões administrativas, para manter o foco na qualidade assistencial”, conta alves.

O HOsPital apesar de ser um complexo assistencial, o Hospital mãe de Deus é a maior referência em qualidade na alta complexidade e tec-nologia do SSmD, constituindo-se como um verdadeiro polo de transferência de conhecimento às demais unidades. o hospital faz apenas atendimentos privados e é o único do sul do País com dupla certificação, oNa 3 e Joint Commission international (JCi). Frente a este protagonismo está apenas o também gaúcho moinhos de Vento, detentor da JCi, e reconhecido pelo ministério da Saúde como um Hospital Excelência no atendimento ao SUS.o mãe de Deus - que prevê faturar R$ 370 milhões dos R$ 650 milhões projetados para todo grupo em 2013 -, possui uma gover-nança corporativa consolidada. Estruturada em uma diretoria estatutária - composta por irmãs da congregação scalabrinianas -, e uma executiva - formada por profissionais das áreas da saúde

Fachada do Hospital Mãe de deus: até a Copa de 2014 serão 520 leitos e 120 (Uti)

Hospital sem fins lucrativos

Fundação 1979

Área construída 58.000 m²

Acreditação Hospitalar ONA 3 e JCI

Previsão de faturamento em 2013:

R$ 370 milhões

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120 MIL

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investimentos

N° do total de leitos operacionais

em plena expansão para 520 em plena

expansão para 120380

N° de leitos de Uti54

N° médicos cadastrados 4.400

N° de funcionários ativos

2.400

e administrativa -, o seu planejamento estratégico está direcionado para a formatação de institutos de especialidades médicas. “Percebemos que as especialidades vão fragmentando o conhecimento. Hoje é muito difícil o paciente ser tratado apenas por um médico. Por isso, congregamos especialidades em um conceito que chamamos de instituto, com uma medicina altamente especializada e ao mesmo tempo fragmen-tada pelo corpo clínico multidisciplinar”, explica alves. Para a criação dos institutos do Câncer, medicina Vascular e Preventiva, o mãe de Deus se aprofundou na epidemiologia do estado e constatou que a presença de idosos é numerosa e ainda mais concentrada em Porto alegre. Dessa forma, câncer, doenças crônicas, mentais e respiratórias – agravadas pelas baixas temperaturas na região – são áreas foco do hospital. Para se ter uma ideia, o Rio Grande do Sul possui 45 idosos para cada 100 jovens e sua capital tem 62 para cada 100 (considerando jovem até 15 anos e idoso a partir de 60). ainda em consolidação, o objetivo é que os institutos tenham capacidade de atender toda a rede de hospitais do Sistema. “a ideia é que tudo que te-mos seja para todos. E as especialidades médicas estão sendo preparadas e assumindo funções corporativas para isso”, diz, com entusiasmo, Seferin, ressaltando que essa condição de atendimento tanto para plano de saúde quanto para o SUS é recebida com prazer pelos médicos do grupo que, hoje, são cerca de 600 sob o regime CLT e 800 autônomos, contemplando um quadro de 5250 funcionários. Com 380 leitos operacionais e 54 leitos de UTi, o hospital está em plena expansão desses números para, respectivamente, 520 e 120 até a Copa do mundo de 2014. os investimentos para os dois anexos que estão sendo construídos giram em torno de R$ 120 milhões, financiados pelo Banco Nacional De Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES).

CaPital HUmaNO Com os mais de cinco mil funcionários e a escassez de profissionais quali-ficados no mercado, o SSmD fez da educação uma outra área de negócio e desenvolvimento social ao criar, em parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a Escola Superior de Saúde no final de 2010, que integra a área de Ensino e Pesquisa da entidade. Com cursos de graduação, especialização, mestrado e extensão para di-versas áreas da saúde, o centro tem a sustentação acadêmica da universi-dade e estrutura física completa do mãe de Deus. Dessa forma, o SSmD tem condições de absorver os melhores profissionais formados na instituição. Como a maioria das instituições filantrópicas e religiosas, o carinho e atenção aos pacientes são premissas valiosas e, no caso do mãe de Deus, esse sonho foi idealizado pela irmã Jacomina Veronese na década de 60 e, segundo Seferin, depois de muitas remodelações para uma organização sustentável, enfim, tornou-se real; de uma maneira bem mais técnica e profissionalizada. Fo

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Mãe de deus: investimento de r$ 120 milhões

em expansão

CresCIMento

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A mAioriA dAs Autogestões possui rede própriA pArA Atendimento AmbulAtoriAl, A novidAde é que o investimento em hospitAis tem se mostrAdo umA AlternAtivA pArA essAs empresAs. Com isso, AforA redução de Custo, elAs Conseguem ir Além do Atendimento exClusivo de seus benefiCiários e busCAr A rentAbilidAde do negóCio

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as autogestões, operadoras de saúde sem fins lucrativos, nasceram e se fortaleceram

dentro do propósito de preservar a assistência à saúde sob a gestão direta dos empregadores e beneficiários. de acordo com a União das ins-tituições de auto-Gestão em Saúde (UNidaS), elas representam 11% do total de beneficiários do sistema de saúde suplementar e, no ano de 2012, apresentaram uma receita total de r$ 10,52 bilhões.atualmente existem 214 peradoras com este mo-delo no país, sendo 10 de grande porte (mais de 100 mil beneficiários), 32 de tamanho médio (de 20 mil a 100 mil beneficiários) e 154 pequenas (abaixo de 20 mil beneficiários). “essas operado-ras atuam em todos os estados e praticamente em todos os municípios brasileiros, pois onde te-mos um servidor público neste país, temos um beneficiário de autogestão”, conta a presidente da Unidas, denise eloi.Com um modelo de negócio baseado na promo-ção de saúde e prevenção de riscos, a maioria das autogestões que possui rede própria tem unidades de atendimento ambulatorial. “São redes de assistência organizadas para fortale-cer a atenção primária, premissa da autogestão, onde conseguimos resolver cerca de 80% das demandas clínicas”, pontua denise, reforçan-do que equipes multidisciplinares integram os programas próprios das operadoras. para a presidente da entidade, a verticalização com investimentos em hospitais próprios é uma tendência de mercado. “mas ainda temos muito a desenvolver nesse sentido”, sinaliza.isso porque as autogestões ainda apresentam um alto índice de sinistralidade. o segmento apresentou uma sinistralidade (percentual do total da receita da operadora comprometido com despesas assistenciais) de 93,9% em 2012, bem acima da média do setor, que foi de 85%. “isso ocorre porque a autogestão não reajusta suas mensalidades dentro das mesmas re-gras das operadoras de mercado e prioriza a utilização dos seus recursos na assistência a saúde, sem distribuir lucros”, justifica denise.para o consultor Horácio Cata preta, a sinis-tralidade crescente das autogestões está associada aos custos dos eventos médicos e hospitalares, à contínua inovação tecno-lógica e ao descompasso entre a demanda e a disponibilização desses procedimentos na rede credenciada a preços suportáveis pelas entidades. “São poucas as operadoras de autogestão com rede própria e o fato de constituírem um grupo sem muita força de

Denise, Unidas: autogestões

apresentaram sinistralidade de 93,9% em 2012

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Faturamento Bruto

117 mil provenientes da Usiminas

Distribuição da receita

R$480 milhões/ano

142 mil vidas

FUnDação

centro de odontologia

atividades de saúde suplementar

atividades do hospital (planos de saúde e SUS)

colégio

Foto:Divulgação

negociação, diferentemente das cooperativas médicas, medicinas de grupo e seguradoras, torna-as reféns dos prestadores de serviços que não raro lhes impõem condições financeiras mais onerosas, pois o volume de atendimentos aos beneficiários de autogestão é muito inferior às demais operadoras”, argumenta.Segundo a presidente da Unidas, a autogestão é o melhor modelo para a prestação de assistência à saúde, especialmente para a saúde corporativa, pois consegue integrar a saúde assistencial com ações de saúde do trabalhador. “as empresas vão entender que não existe outro caminho senão prestigiar ações de prevenção de riscos e promoção à saúde de seus em-pregados e familiares. assim, teremos naturalmente pessoas saudáveis, felizes e, por outro lado, empresas produtivas e lucrativas”, acredita. Dados da associação apontam que as autogestões têm mais de 20% de seus beneficiários com idade acima de 60 anos, portanto, já trabalham, em 2013, com um perfil etário com o qual o Brasil só vai conviver efetivamente daqui a 20 anos. “isso fez com que as autogestões começassem a investir em promoção da saúde e a prevenção de doenças há mais de trin-ta anos. Também temos que insistir na necessidade de revisão do modelo de remuneração de serviços hospitalares e estudar alternativas para promover mu-danças na cadeia produtiva de materiais de alto custo e medicamentos, que tem se mostrado um grande problema para o sistema de saúde”, sinaliza Denise.

Sob demandaa Fundação São Francisco Xavier (FSFX) entregou no último mês a pri-meira fase do projeto de ampliação e modernização do Hospital márcio Cunha (HmC), em ipatinga, minas Gerais. Com um aporte de R$ 28,5 milhões, o hospital conta agora com um novo pronto-socorro e a criação de uma nova Unidade de Terapia in-tensiva. Referência para uma popula-ção de mais de 785 mil habitantes no Leste mineiro, o hospital, que surgiu inicialmente para atender aos bene-ficiários da Usisaúde (autogestão da Usiminas), agora é o terceiro do esta-do em número de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). o hospital começou com 50 leitos e 150 colaboradores. mas ao longo do tempo houve a necessidade de ex-pandir e incorporar serviços, além de atender novos clientes, a fim de garantir a sustentabilidade. É o que conta o diretor executivo da Funda-ção São Francisco Xavier, Luís márcio araújo Ramos. “o processo de regu-lação da agência Nacional de Saúde Suplementar, determinando prazos e processos, acelerou o nosso plano diretor de expansão, para garantir que o atendimento dos prazos e ter um serviço qualificado”. Quando começou a atividade siderúr-gica em minas Gerais nos anos 60, a Usiminas instituiu a autogestão para a saúde de seus colaboradores. Na mes-ma década, a empresa estruturou a Fundação, estruturando o pilar social com o colégio e o hospital. “a ideia era garantir a atração de mão de obra qualificada e suas famílias de forma digna”, lembra. o tempo passou e em 1992, a fundação criou um plano de saúde próprio para atender não so-mente os colaboradores da Usiminas, como também a população em geral e hoje já são 142 mil vidas. “o que era au-togestão virou operação de plano de saúde. Essa mudança ocorreu porque a fundação desenvolveu expertise na área de saúde em função do hospital. a Usiminas entendeu que seria mais adequado a Fundação gerir o plano de saúde, já que isso não era seu core business”, explica.

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para o programa do plano de saúde que me-lhor se aplica”, conta. Para Ramos, investir em rede própria é muito mais econômico. “o custo médio das interna-ções feitas no hospital próprio é cerca de 30% inferior em relação ao custo médio de outros hospitais da região”, compara.

Atendimento e resultAdo AmpliAdos o Sepaco surgiu com o objetivo de atender as necessidades de saúde dos colaboradores da indústria papeleira, bem como a de seus de-pendentes. Em 2000, a instituição decidiu abrir as portas também para operadoras de saúde e pacientes particulares como forma de aumentar os resultados.Dessa forma, o Sistema Sepaco de Saúde passou a atuar em duas frentes de negócios:Hospital: filantrópico, inaugurado em 1979. Voltado para atender alta complexidade, conta com mais de 220 leitos, sendo 73 de UTi (40 adulto e 33 neo infantis) e com uma área de hemodinâmica e um centro de on-cologia próprio.autogestão: por meio de uma operadora destinada ao gerenciamento da saúde dos colaboradores e beneficiários das empre-sas do setor papeleiro, disponibiliza além do Hospital, as unidades ambulatoriais próprias em diferentes regiões, com atividades inte-gradas. Conta ainda com uma ampla rede credenciada e várias ações voltadas para a medicina preventiva.De acordo com o superintendente de opera-dora de Saúde e marketing do Sepaco e diretor de comunicação da Unidas, marcos Neles ana-cleto, o atendimento aos beneficiários é feito por meio de recursos médico-hospitalares próprios (Hospital e Centros médicos Sepaco) e credenciados. “Constantemente realizamos estudos criteriosos com geoprocessamento de dados para adequação da rede existente e expansão de novas unidades”, explica. Para o executivo, a sustentabilidade da enti-dade deve-se à alta complexidade, a um plano diretor de crescimento e à qualidade nos serviços prestados. “a consequ-ência disso, neste tipo de gestão, é a redução nos custos”, pontua. mas o executivo antecipa que as autogestões estão em constante movi-mentação para inovar na operação. “a estru-tura do Sepaco está aberta parcialmente para ser compartilhada com outras autogestões, já que parte de seus negócios estão destinados para atendimento particular e de operadoras de saúde”, exemplifica.

Com recursos provenientes da operação do plano de saúde, da Usiminas e do SUS, a entidade mantém uma estrutura adminis-trativa enxuta e se apoia em siste-mas de gestão para garantir a efi-ciência dos recursos. “a gestão dos nossos negócios foi inspirada no modelo da indústria. Temos uma relação de custo-benefício melhor. a nossa precificação é cerca de 30% menor do que as outras ope-radoras da região. Trabalhamos no sentido de integrar as ações da ope-radora com a saúde ocupacional da empresa”, diz.De acordo com o executivo, a Usi-minas atua de forma integrada com o plano de saúde. Exemplo disso é o programa “atitude rima com Saúde”, que conta com 12 pro-jetos de promoção à saúde com foco em áreas mais estratégicas, como gestantes, asma infantil, doentes crônicos, hipertensão, tabagismo, etc. “Neste programa o médico da saúde ocupacional identifica o perfil e encaminha

Hospital sepaco• Nº de vidas atendidas - papeleiros: 70 mil, sendo 9 mil de aposentados• Nº Total de Leitos: 233• Nº de Leitos – UTI: 73 (sendo 33 neo infantis)• Corpo Clínico Fixo: 400 médicos

Indicadores das atividades (média mensal)• Taxa de infecção hospitalar: 2,5%• Taxa média de ocupação: 87%• Nº de cirurgias do Hospital Sepaco: 750• Número de atendimentos no PA: 9.500• Exames de imagens: 7.000• Exames laboratoriais: 44.000• Exames de hemodinâmica: 100• Internações: 1.100

Autogestão• 11 unidades próprias• Prestadores credenciados diretos: aproximadamente 1.800;• Medicina preventiva e atendimento a pacientes crônicos• Projetos de bem-estar e conscientização• Planos: básico e executivo de alto padrão;• Resgate aero médico;• Plano odontológico• Home care• Gestão da saúde de beneficiários de mais de 230 empresas

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Dados da empresa paulista alta Excelência Diagnóstica apon-tam que cerca de 30% das pessoas apresentam ansiedade

ou pânico durante exames de ressonância magnética e cerca de 5% sensação de claustrofobia para fazer este exame. o medo de fazer exames clínicos, diagnósticos e procedimentos médicos existe e pode desencadear uma série de alterações como ansiedade, aceleração da frequência cardíaca, sudore-se, tensão muscular, entre outros distúrbios. Por isso, cada vez mais, o mercado de medicina diagnóstica se prepara para evitar o desconforto dos pacientes e tornar os procedimentos mais confortáveis, indolores e rápidos. De acordo com vice-presidente da GE Healthcare para a américa Latina, Daurio Speranzini Jr., cada vez mais, os laboratórios, as clínicas e os hospitais, buscam trazer conforto e proporcionar bem-estar para os seus pacientes. “Esse objetivo vem crescendo no Brasil e isso nos faz desenvolver e buscar tecnologias inova-doras para acompanhar esta demanda”, avalia.

AlternAtivAs Colocar uma criança de três anos para fazer ressonância mag-nética poderia ser um sacrifício. além do medo, do choro e da dificuldade de tranquilizá-la, fazer um exame médico é assus-tador para eles, da mesma forma que é também para alguns adultos. Pensando nisto, a alta Excelência Diagnóstica possui um sistema de entretenimento na sala de ressonância magné-tica. Chamado de Cinema Vision, a plataforma permite que as pessoas assistam à programação que quiser durante o exame, reduzindo a necessidade de sedação em pacientes claustrofó-

bicos, crianças, etc. o sistema é composto por um par de óculos que cobre toda a visão e o paciente tem a sensação real de estar em um cinema. De acordo com a coordenadora de análises Clínicas da empre-sa de diagnóstico, Regina Biasoli, o medo de fazer exames não influencia no resultado, mas dificulta o processo. “Um paciente mais receoso para realizar um exame pode, involuntariamente, se mexer mais e dificultar uma fotografia ou a visualização das imagens”, conta.Por isso, o centro de diagnóstico investe em alternativas para contornar o medo dos pacientes. além do sistema de entreteni-mento na ressonância, a alta conta com aparelho de ressonância magnética para obesos, que possui um diâmetro maior e tem capacidade para atender pessoas com até 240 kg. Existe ainda a opção de ver e falar com o técnico de imagem, caso o paciente sinta necessidade. a instituição conta com o accuVein, equipamento que facili-ta a visualização e localização das veias em procedimentos médicos. o dispositivo auxilia na coleta de sangue em idosos, crianças, pacientes em tratamento quimioterápico, obesos e até mesmo pacientes que têm muito medo e acabam se sentindo mais seguros. o equipamento é portátil, indicado também para a coleta domiciliar e funciona à base de bateria recarregável, em ambientes claros ou com pouca luz. “Ele melhorou o processo de coleta, pois facilita a visualização e localização de vasos sanguíneos. os profissionais, que antes contavam apenas com o tato agora estão amparados pelo equipamento, que facilita a visualização, por imagem, da malha venosa. Com ele, os aci-

ApesAr do AvAnço constAnte dA tecnologiA médicA, o medo AindA é o principAl vilão do setor de medicinA diAgnósticA. confirA As soluções que o mercAdo e A indústriA buscArAm pArA tornAr os exAmes menos invAsivos, incômodos e dolorosos Aos pAcientes

driblandoos medosPatricia Santana • [email protected]

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dentes de punção, principalmente em pacientes obesos, pediátricos, quimioterápicos e idosos, reduzi-ram praticamente para zero”, co-memora a coordenadora.

HumAnizAção No caso do Femme, laboratório de Medicina Diagnóstica dedicado exclusivamente à saúde da mu-lher, além da ressonância magné-tica, as mulheres também temem bastante exames invasivos, como punções. Mais do que investimen-to em equipamentos modernos, o biomédico responsável pelo setor de Ressonância Magnética do Femme, Renato Penerari, acredita que o atendimento humanizado é fundamental para reduzir o des-conforto dos pacientes. “Fazemos treinamento que incluem a acolhi-da carinhosa, além do exercício da empatia. Muitas vezes, uma abor-dagem da cliente feita de maneira mais calma e empática reduz seu desconforto”, pontua.Penerari cita alguns estudos re-alizados pelo Setor de Medicina Comportamental da Universida-de Federal de São Paulo (Unifesp) para exemplificar como os proce-dimentos podem interferir no bem--estar do paciente. “Entrevistando pacientes que haviam sido sub-metidos a exames de Tomografia ou de Ressonância, mostrou que 15% deles referiam ter tido o que chamaram de ‘intenso desconfor-to’, e afirmaram que não fariam o exame novamente. Destes, cerca de 1/3 precisou de ajuda, seja pelo mal estar emocional após o exa-me ou pela necessidade de repe-tir um exame semelhante ou pelo diagnóstico desse tipo de fobia. o tratamento geralmente envolve a terapia cognitivo-comportamental e, em casos mais acentuados, me-dicações psicotrópicas”, explica.Segundo o profissional, cerca de 10% dos pacientes que agendam exame do Femme não compare-cem para realizá-lo. Em geral, os pacientes faltam ao procedimen-

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to quando se trata de um exame de rotina ou quando não sentem mais os sintomas. o coordenador do Programa de Medi-cina Comportamental do FEMME, Ro-berto Cardoso, conta que a instituição possui um programa de treinamento para encantamento do paciente cha-mado “Jeito Femme de atender”. “o percentual de pacientes que voltam ao laboratório é de quase 100%. o maior recurso para convencimento e reali-zação de exames é fazer o paciente entender como colaborar no exame e a importância disto. Muitas vezes, isso exige um pouco de paciência da equipe de ressonância”, diz.

ConForto a GE Healthcare já tem na pauta solu-ções consideradas menos invasivas e que trazem mais conforto aos pa-cientes. os exames de mamografia, por exemplo, são geralmente perce-bidos como incômodo e intimidador e acabam postergados. De acordo com Speranzini Jr., em torno de 25% das

mulheres evitam o procedimento por preocupação e medo. Pensando nisso, a companhia desenvolveu uma solução projetada para estimular os sentidos, por meio de experiências olfativas, visuais e sonoras que proporcionam relaxamento durante o exame e reduzem o desconforto, a dor e a ansiedade. “Ele fornece uma combinação de ferramentas inte-rativas que permite a paciente escolher sua experiência e personalizar o ambiente para a realização da mamografia, com temas como ‘litoral’, ‘jardim’ ou ‘cachoeira’, som ambiente, além de painéis de parede deco-rativos e fragrâncias que envolvem as pacientes”, conta. Na mesma linha, Philips e Siemens investem em produtos com redução das doses de radiação e equipamentos mais confortáveis. a multinacio-nal holandesa também personaliza o ambiente hospitalar com paisagens como florestas e desertos. além disso, desenvolveu modelos de resso-nância aberta, que substituem as tradicionais com tubos que, por vezes, geram desconforto aos pacientes. De acordo com o vice-presidente de Sistemas de imagem para américa Latina, Daniel Mazon, a companhia tem um mini tomógrafo, uma réplica que ajuda as crianças entenderem como funcionam os exames, ainda na sala de espera. “Elas brincam com o aparelho, escolhendo brinquedos que serão examinados. assistem um vídeo do que vai acontecer, com isso temos uma redução na sedação das crianças no momento do exame”, conta. a tomografia, da alemã Siemens, por exemplo, diminui o tempo de ap-neia necessária em exames de tórax e abdômen, um diferencial sen-tido principalmente por idosos e crianças. “Por ser um equipamento extremamente rápido, é possível fazer exames em crianças sem a ne-cessidade de anestesia e usar menor quantidade de contraste iodado, quando necessário”, explicou o especialista de produto de Tomografia Computadorizada da Siemens Brasil, Cristiano Lentini.

Alta Excelência Diagnóstica possui sistema de entretenimento na sala de ressonância magnética

Laboratório Femme : treinamentos incluem a acolhida às clientes. Muitas vezes, abordagem mais calma e empática reduz desconforto das pacientes

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MAIS DO QUE ESTRUTURAR SINERGIAS DE ASSISTÊNCIA ENTRE OS SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICO E PRIVADO, O MERCADO COMEÇA A DISCUTIR E IMPLANTAR AÇÕES PARA QUE AS INFORMAÇÕES DOS PACIENTES PERCORRAM TAMBÉM OS DOIS MEIOS, ASSIM COMO OS TRÊS NÍVEIS DE GOVERNO. A TISS 3.0 PROMETE CONTRIBUIR PARA QUE A NECESSIDADE SE TORNE REALIDADE

O DESAFIO DO

E -SAÚDE Martha Funke • [email protected]

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As conclusões fizeram parte do debate sobre e-Saúde no Setor Público, promovido pela IT Mídia, que contou com a participação do diretor técnico do departamento de Saúde da secretaria estadual de saúde de São Paulo, André Luiz Almeida, a gerente de Padronização e Interope-rabilidade (Gerpi) na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Marizélia Leão Moreira, e o presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e professor da Escola Paulista de Medicina, Rubens Belfort Júnior. Algumas iniciativas começam a cimentar a possibilidade do trânsito de informações do paciente entre público e privado e no trajeto das informa-ções entre os três níveis de governo. Um dos passos foi o reconhecimento da queda de barreiras entre o público, o particular e o complementar, já que o paciente transitará por todas estas esferas de acordo com sua con-veniência. Outro foi estabelecer a identificação unívoca do indivíduo no sistema de saúde suplementar. Segundo Marizélia, a ANS já conseguiu fa-zer essa identificação de 31 milhões de pessoas atendidas por planos de saúde, com o cartão único de saúde. “Estamos envolvendo as operadoras. Hoje quando a pessoa compra um plano, a operadora já pode entrar no sistema e atribuir um número. É o primeiro passo para começar a juntar informação desse indivíduo”, diz.Como autarquia do Ministério da Saúde, o objetivo da ANS é buscar o equilíbrio entre os três principais agentes desse mercado: operadoras de planos de saúde, as prestadoras de serviços de saúde e beneficiários – hoje são pouco mais de 60 milhões de contratos, 220 mil prestadores e 1,4 mil empresas (incluindo a área odontológica). Segundo Marizélia, a versão 3.0 do TISS (Troca de Informações na Saúde Suplementar, que define formatos padrão para toda rotina relacionada a faturamento e cobrança), publicada no fim do ano passado, também pode colaborar no avanço do e-Saúde por trazer características como a padronização da informação, com terminolo-gias para materiais, medicamentos e procedimentos médicos; o incentivo à cultura da transação eletrônica, que hoje cobre desde solicitações de procedimento até solicitações de recurso de glosa; e a possibilidade de desenvolver projetos em conjunto com o Ministério da Saúde tendo em vista o estabelecimento de uma linguagem única. “A linguagem, a governança das informações e a infraestrutura de comu-nicação são alguns dos principais desafios para e-Saúde”, diz a gerente. “O sistema público tem uma terminologia específica voltada à coleta de dados para faturamento. Na saúde privada estamos um passo atrás e agora

As conclusões fizeram parte do debate sobre e-Saúde no Setor Público, promovido pela IT Mídia, que contou com a participação do diretor técnico do departamento de Saúde da secretaria estadual de saúde de São Paulo, André Luiz Almeida, a gerente de Padronização e Interope-rabilidade (Gerpi) na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Marizélia Leão Moreira, e o presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e professor da Escola Paulista

Algumas iniciativas começam a cimentar a possibilidade do trânsito de informações do paciente entre público e privado e no trajeto das informa-ções entre os três níveis de governo. Um dos passos foi o reconhecimento da queda de barreiras entre o público, o particular e o complementar, já que o paciente transitará por todas estas esferas de acordo com sua con-veniência. Outro foi estabelecer a identificação unívoca do indivíduo no sistema de saúde suplementar. Segundo Marizélia, a ANS já conseguiu fa-zer essa identificação de 31 milhões de pessoas atendidas por planos de saúde, com o cartão único de saúde. “Estamos envolvendo as operadoras. Hoje quando a pessoa compra um plano, a operadora já pode entrar no sistema e atribuir um número. É o primeiro passo para começar a juntar

Como autarquia do Ministério da Saúde, o objetivo da ANS é buscar o equilíbrio entre os três principais agentes desse mercado: operadoras de planos de saúde, as prestadoras de serviços de saúde e beneficiários – hoje são pouco mais de 60 milhões de contratos, 220 mil prestadores e 1,4 mil empresas (incluindo a área odontológica). Segundo Marizélia, a versão 3.0 do TISS (Troca de Informações na Saúde Suplementar, que define formatos padrão para toda rotina relacionada a faturamento e cobrança), publicada no fim do ano passado, também pode colaborar no avanço do e-Saúde por trazer características como a padronização da informação, com terminolo-gias para materiais, medicamentos e procedimentos médicos; o incentivo à cultura da transação eletrônica, que hoje cobre desde solicitações de procedimento até solicitações de recurso de glosa; e a possibilidade de desenvolver projetos em conjunto com o Ministério da Saúde tendo em

“A linguagem, a governança das informações e a infraestrutura de comu-nicação são alguns dos principais desafios para e-Saúde”, diz a gerente. “O sistema público tem uma terminologia específica voltada à coleta de dados para faturamento. Na saúde privada estamos um passo atrás e agora

A TECNOLOGIA JÁ EXISTE. MAS A INFRAESTRUTURA É INSUFICIENTE E É PRECISO A ESTRUTURAÇÃO DE POLÍTICAS PERENES DE ESTADO PARA SUPRIR AS DE-

MANDAS RELACIONADAS À MAIOR ADOÇÃO DE PROCESSOS ELETRÔNICOS NO SETOR DE SAÚDE E À INTEGRAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DOS PACIENTES, BEM COMO A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS ADERENTES À SUA UTILIZAÇÃO.

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SÓ O PACIENTE ORGANIZADO, RECLAMANDO DA SUA FALTA DE DIREITO DE POSSUIR SEUS DADOS MÉDICOS É QUE VAI FAZER DIFERENÇA. ELE É O ATOR PRINCIPAL DESTE PROCESSO

BELFORT JR, SPDM

estamos unificando a terminologia entre os 220 mil prestadores de servi-ços do sistema para falarmos pelo menos uma linguagem de faturamento homogênea nesse universo.” A terminologia única permitirá a passagem do dado de um prestador a outro, etapa básica para a interoperabilidade.

INICIATIVAS Em São Paulo, segundo Almeida, a secretaria de Saúde desenvolve o projeto Saúde para São Paulo, o S4SP, uma estratégia criada para combater a desar-ticulação atual das informações. O órgão atua com uma rede composta por cerca de 250 serviços assistenciais prestando assistência direta ao cidadão, com 50 serviços próprios sob gestão do estado e os demais contratados no modelo de Organização Social. O estado atende desde o serviço primário até o terciário e conta ainda com serviços de apoio, para diagnóstico de ima-gens e análises clínicas. Mas a informação eletrônica do paciente é estanque. “Não raro ela não percorre sequer dentro do serviço de saúde que está sendo prestado. São poucos os casos com processos automáticos”, diz o gestor. O S4SP está interagindo com o Ministério da Saúde, embora, segundo Al-meida, haja um ponto de ruptura, já que o órgão federal está em meio a um processo de definições e estudos e a secretaria já está executando etapas como a unificação de todos os sistemas de gestão dos 48 hospitais próprios para compartilhar a informação do paciente. Isso é feito pela Prodesp, com o desenvolvimento de solução própria baseada em ferramentas do Incor e do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os demais hospitais sob gestão de OS terão seus sistemas integrados. “Uma vantagem é que o conjunto de fornecedores do mercado brasileiro é um universo limitado. Estamos tentando seguir a linha de padrões para que todo mundo consiga se falar.”Além disso, a integração será promovida por meio de passos graduais. “Va-mos começar pelo mínimo. Estamos interagindo com o Ministério da Saúde.” O compartilhamento do sumário de alta será o primeiro passo do projeto, que inclui também um canal de acesso do cidadão para sua informação de saúde, com todas suas passagens pelo serviço público registradas em um portal. “O cidadão precisa entender que a posse dessa informação é dele, só nos compete a guarda”, destaca Almeida. Na saúde suplementar, explica Marizélia, a última versão do padrão de troca de informações já prevê obrigatoriedade dos dados para o beneficiário, mesmo sem definir o acesso online a eles. “Isso já é um sinal de mudan-ças”, observa. Outro é a questão da execução de contrato. A informação da execução, ou da recusa, já é um direito – o motivo de negativa de cobertura deve ser repassado para o beneficiário com base em um padrão. “Toda in-formação de atenção à saúde que já foi padronizada está disponível para o beneficiário de plano de saúde”, aponta a gerente. Além disso, segundo ela, já foi identificado que as pessoas preferem ter os dados naquele serviço que disponibiliza um acesso via internet. “Está faltando um passo, e aí que entra a figura do profissional. É ele acessar o resultado do laboratório, mesmo que disponha da senha da pessoa. Há muito o que se fazer na questão da governança da informação, quem acessa, quando acessa e por que acessa. Mas a tecnologia já está aí, é uma questão de tempo.”

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E O USUÁRIO?“Só o paciente organizado, reclamando da sua falta de direito de possuir seus dados médicos é que vai fazer diferença. Ele é o ator principal deste processo”, diz Belfort Júnior. Ele destaca também a questão dos recursos humanos, foco da Escola Paulista de Medicina. A EPM, hoje federalizada, foi criada há 80 anos pela SPDM, hoje organização filantrópica proprietária do Hospital São Paulo, de ensino federal. A associação conta com 18 hospitais e 39 unidades e presta serviços de saúde, ensino e a partir deste ano, pesquisa, além de atuar como OS em alguns estados. “Estamos interessados em como será o médico daqui a dez anos”, adianta. Ele lembra que o passo seguinte a exemplos promissores de sucesso, como os apresentados por Almeida e Marizélia, é contar com recursos humanos informados, formados e sensibilizados para operacionalizar o sistema. “Isso envolve você ter não apenas formação adequada do médico, mas ele entender que aquilo apesar de às vezes não ser tão amigável quanto a gente gostaria é necessário. Não substitui, mas complementa a anamnese, tanto que vai ser num tempo adicional de consulta médica”, defende. ” Em saúde a gente sem-pre volta para o mais importante, que é o recurso humano, o indivíduo que tem de estar preparado para usar a informação existente em benefício do paciente.” O gerente médico da Unidade Ibirapuera do Einstein, Silvio Possa, reitera a necessidade de treinamento – segundo ele, experiência realizada no Hospital M´Boi Mirim, onde foi gestor até o ano passado, com implantação de sistema de troca de informação, com envio de resumo de alta por e-mail, mostrou ser ineficaz. “Ninguém olhava”, constata. “Treinar o médico e vencer barreiras é fundamental.”A familiaridade com o uso da tecnologia já é uma realidade para o cidadão 3.0, aquele nativo digital que já espera contar com serviços eletrônicos. Ele ainda está sadio, mas daqui a pouco frequentará o serviço de saúde e exigirá solução para o quadro de informações desintegradas – além daqueles construídos para suportar o faturamento, elas transitam por sistemas estanques voltados a de situações específicas, como acompanhamento de câncer ou hipertensão ou busca de leitos, dificultando a visão do paciente por completo e a vida dos

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E O USUÁRIO?“Só o paciente organizado, reclamando da sua falta de direito de possuir seus dados médicos é que vai fazer diferença. Ele é o ator principal deste processo”, diz Belfort Júnior. Ele destaca também a questão dos recursos humanos, foco da Escola Paulista de Medicina. A EPM, hoje federalizada, foi criada há 80 anos pela SPDM, hoje organização filantrópica proprietária do Hospital São Paulo, de ensino federal. A associação conta com 18 hospitais e 39 unidades e presta serviços de saúde, ensino e a partir deste ano, pesquisa, além de atuar como OS em alguns estados. “Estamos interessados em como será o médico daqui a dez anos”, adianta. Ele lembra que o passo seguinte a exemplos promissores de sucesso, como os apresentados por Almeida e Marizélia, é contar com recursos humanos informados, formados e sensibilizados para operacionalizar o sistema. “Isso envolve você ter não apenas formação adequada do médico, mas ele entender que aquilo apesar de às vezes não ser tão amigável quanto a gente gostaria é necessário. Não substitui, mas complementa a anamnese, tanto que vai ser num tempo adicional de consulta médica”, defende. ” Em saúde a gente sem-pre volta para o mais importante, que é o recurso humano, o indivíduo que tem de estar preparado para usar a informação existente em benefício do paciente.” O gerente médico da Unidade Ibirapuera do Einstein, Silvio Possa, reitera a necessidade de treinamento – segundo ele, experiência realizada no Hospital M´Boi Mirim, onde foi gestor até o ano passado, com implantação de sistema de troca de informação, com envio de resumo de alta por e-mail, mostrou ser ineficaz. “Ninguém olhava”, constata. “Treinar o médico e vencer barreiras é fundamental.”A familiaridade com o uso da tecnologia já é uma realidade para o cidadão 3.0, aquele nativo digital que já espera contar com serviços eletrônicos. Ele ainda está sadio, mas daqui a pouco frequentará o serviço de saúde e exigirá solução para o quadro de informações desintegradas – além daqueles construídos para suportar o faturamento, elas transitam por sistemas estanques voltados a de situações específicas, como acompanhamento de câncer ou hipertensão ou busca de leitos, dificultando a visão do paciente por completo e a vida dos

O BRASIL TEM UMA CARACTERÍSTICA PARTICULAR COM O SUS, COM OS GESTORES FEDERAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS ATUANDO NO MESMO SISTEMA. SE A GENTE NÃO TRABALHAR UM MODELO DE GOVERNANÇA QUE ADEQUE A CADA UM, VÃO TER VÁRIAS INICIATIVAS PARA ATINGIR O MESMO ALVO

MARIZÉLIA, ANS

O BRASIL TEM UMA CARACTERÍSTICA

Foto: Ricardo Benichio

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profissionais. “Hoje os sistemas são registradores, não oferecem recursos que permitam maior produtividade do médico”, acrescentou o diretor –presidente da Folks e-Saúde, Claudio Giulliano Alves da Costa. Ele lembra que o Brasil passou muito tempo investindo em sistemas segmentados, como Sistemas de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab), Sistema de Informação Ambulatorial (Sai), Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim). “A tecnologia de comunicação vai fazer a diferença para mudar essa situa-ção”, diz a gerente da ANS. Ela lembra que o processo de evolução passou da fase de coleta de informações de faturamento em papel para o meio eletrônico, daí para sua ampliação para traçar perfil epidemiológico. Hoje já se identifica que podemos agregar informação para ganhar redução de custo, evitando, por exemplo, repetições de exames. “Mas não podemos cair, do lado oposto, no risco de coletar um grande número de informa-ção porque também não vai dar conta de gerenciar tudo e a informação, quando necessária, não vai estar disponível”, alerta. “É preciso atentar para a efetividade da informação”, acrescentou a diretora de enfermagem do Hospital Celso Pierro ( PUC –Campinas), Ana Luiza Meres, lembrando que a construção de uma ferramen-ta deve pensar na pessoa na ponta. “A resolutividade depende de coisas pequenas, padronizadas, que possam contribuir com o pa-ciente.” Marizélia, da ANS, avalia ainda ser necessário um modelo de governança para e-saúde que envolva órgãos de vários setores, incluindo ministérios como Planejamento, Tecnologia, Educação. “O Brasil tem uma característica particular com o SUS, com os gestores federal, estaduais e municipais atuando no mesmo sistema. Se a gente não trabalhar um modelo de governança que adeque a cada um, vão ter várias iniciativas para atingir o mesmo alvo.” Para Rubens Belfort Júnior, é essencial o papel indutor do estado. “Não tem sentido nós gastarmos em algum sistema nosso e depois ficar só para nós”, alega. “É importante o papel indutor do estado, sempre também com a parte financeira. Passa também por investimentos financeiros, que organizações por maiores que sejam não têm, são investimentos maciços em tecnologia.” Segundo ele, falta pressão política. “Se a sociedade entender que precisa melhorar a saúde e se mobilizar a saúde vai melhorar. Atores individuais não vão.” O diretor da Amil, Paulo Marcos lembrou que mesmo países pobres tiram proveito da tecnologia, inclusive móvel, para melhorar a saúde com menos custos. “Tem investimentos para isso no mundo inteiro”, diz.

O CIDADÃO PRECISA ENTENDER QUE A POSSE DESSA INFORMAÇÃO É DELE, SÓ NOS COMPETE A GUARDA

ALMEIDA, SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE SÃO PAULO

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profissionais. “Hoje os sistemas são registradores, não oferecem recursos que permitam maior produtividade do médico”, acrescentou o diretor –presidente da Folks e-Saúde, Claudio Giulliano Alves da Costa. Ele lembra que o Brasil passou muito tempo investindo em sistemas segmentados, como Sistemas de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab), Sistema de Informação Ambulatorial (Sai), Sistema

“A tecnologia de comunicação vai fazer a diferença para mudar essa situa-ção”, diz a gerente da ANS. Ela lembra que o processo de evolução passou da fase de coleta de informações de faturamento em papel para o meio eletrônico, daí para sua ampliação para traçar perfil epidemiológico. Hoje já se identifica que podemos agregar informação para ganhar redução de custo, evitando, por exemplo, repetições de exames. “Mas não podemos cair, do lado oposto, no risco de coletar um grande número de informa-ção porque também não vai dar conta de gerenciar tudo e a informação,

“É preciso atentar para a efetividade da informação”, acrescentou a diretora de enfermagem do Hospital Celso Pierro ( PUC –Campinas), Ana Luiza Meres, lembrando que a construção de uma ferramen-ta deve pensar na pessoa na ponta. “A resolutividade depende de coisas pequenas, padronizadas, que possam contribuir com o pa-ciente.” Marizélia, da ANS, avalia ainda ser necessário um modelo de governança para e-saúde que envolva órgãos de vários setores, incluindo ministérios como Planejamento, Tecnologia, Educação. “O Brasil tem uma característica particular com o SUS, com os gestores federal, estaduais e municipais atuando no mesmo sistema. Se a gente não trabalhar um modelo de governança que adeque a cada um, vão ter várias iniciativas para atingir o mesmo alvo.” Para Rubens Belfort Júnior, é essencial o papel indutor do estado. “Não tem sentido nós gastarmos em algum sistema nosso e depois ficar só para nós”, alega. “É importante o papel indutor do estado, sempre também com a parte financeira. Passa também por investimentos financeiros, que organizações por maiores que sejam não têm, são investimentos maciços em tecnologia.” Segundo ele, falta pressão política. “Se a sociedade entender que precisa melhorar a saúde e se mobilizar a saúde vai melhorar. Atores individuais não vão.” O diretor da Amil, Paulo Marcos lembrou que mesmo países pobres tiram proveito da tecnologia, inclusive móvel, para melhorar a saúde com menos custos. “Tem investimentos para isso no mundo inteiro”, diz.

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O CIDADÃO PRECISA ENTENDER QUE

Foto: Ricardo Benichio

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dias a complexidade, o risco de erros humanos e buscam

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it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate

O desafio do e-saúdeO desafio do e-saúdeO desafio do e-saúdeO desafio do e-saúdeO desafio do e-saúdeO desafio do e-saúdeO desafio do e-saúdeO desafio do e-saúde

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C o n t e ú d o :

2 10 3

S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lo s m e l h o r e s C o n C e i t o s e p r á t i C a s d e

g e s t ã o a p l i C a d o s À s a ú d e

a governança em ti, seu diferenCial e apoio para o CresCimento

M DÓ U L 0O 5

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módulo 1 - fabian salumA parceria para o crescimento sustentado e explicação sustentável.

módulo 2 - mauricio valadaresA importância de uma análise de risco nas estratégias de crescimento das organizações.

módulo 3 - marcos CarvalhoA gestão estratégica apoiada emprocessos eficientes.

módulo 4 - felix JrObjetivos estratégicas alicerçadas pelo entendimento de gestão de finanças e cria-ção de valor para as organizações. módulo 5 - acrísio tavaresA governança em TI, seu diferencial e apoio para o crescimento. módulo 6 - paulo villamarimIdentificar talentos e Lideranças é a estraté-gia para crescer.

módulo 7 - vincent duboisA inteligência em força de vendas em mercados competitivos. módulo 8 - hugo tadeuA gestão de operações com foco na ino-vação de processos e serviços. módulo 9 - marcelo diasComo evitar erros em decisões que só um CEO pode tomar? módulo 10 – newton garzonA gestão por resultados o equilíbrio entre curto e longo prazos. módulo 11 - vérasLeitura de mercado e ações queevidenciem a proposta de valor das organizações. módulo 12 - pedro linsCompetitividade sustentável – o con-ceito Blue nas organizações.

o PRoJeto enVolVe oS SeGuinteS teMaS:

PROF. ACRISIO TAVARES

a GoVeRnanÇa eM ti, Seu diFeRencial e aPoio ao cReSciMento

GoVeRnanÇa eM tiGovernança é a maneira dos stakeholders (partes interessadas) assegurarem que suas necessidades, condições

e opções sejam avaliadas e consideradas como objetivos empresariais a serem atingidos. Ela estabelece a dire-

ção a ser seguida através da priorização e do processo decisório e, também, monitora o desempenho e a confor-

midade com a direção e os objetivos traçados.

O principal objetivo da governança é CRIAR VALOR através de:

Captura dos benefícios;Mitigação dos riscos;Otimização dos recursos.

Assim, governança corporativa é o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições

que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada, visando a atingir as neces-

sidades dos stakeholders através de seus objetivos empresariais. A governança de TI é uma extensão da gover-

nança corporativa, faz parte dela e visa o alinhamento da TI com o negócio, garantindo sincronismo das ações

errata:o módulo 1 da Business school, de autoria do professor fabian salum,teve como fonte o professor luiz lobão

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taBela 1

Benefícios da governança de ti e do alinhamento estratégico

através do compartilhamento das decisões com

os demais executivos da empresa. A integração

entre ambas é a maneira mais eficaz de se obter os

resultados dos pesados investimentos em tecno-

logia da informação realizados, atualmente, pelas

organizações. E através desta integração há mais

chances de se assegurar a continuidade e o cresci-

mento empresarial.

Pesquisas conduzidas por Peter Weill e Jeanne W.

Ross revelam que empresas com governança de TI

superior têm resultados melhores do que empre-

sas onde ela é incipiente ou possui menor grau

de maturidade. Da mesma maneira, empresas de

melhor desempenho têm retorno de investimen-

tos em TI até 40% maiores que suas concorrentes.

É preciso que se entenda que governança de TI

é, também, responsabilidade do conselho e da alta admi-

nistração. É parte integral da governança e consiste de

estruturas e processos organizacionais e de liderança que

assegurem que a TI sustente e expanda os objetivos e

estratégias da corporação.

O grande desafio é fazer com que as iniciativas de TI este-

jam totalmente sincronizadas com as principais iniciativas

de negócio estabelecidas quando definida a estratégia e

que elas sejam reconhecidas, efetivamente e formalmen-

te, pelos principais dirigentes e gerentes das unidades de

negócios. Esta integração é fundamental e já é um indica-

dor de maturidade empresarial.

A tabela 1 ilustra os benefícios de uma governança de TI

bem estruturada e com seu consequente alinhamento

estratégico:

GoVeRnanÇa de ti alinhaMento eStRatÉGico

Confiança da alta administraçãoagregação de valor aos produtos e

serviços da empresa

Captura dos benefícios – maior retorno (roi) sobre o investimento de ti

auxílio no posicionamento competitivo da empresa – apoio ao crescimento

ti comprometida com o negócio uso otimizado dos recursos

mitigação dos riscos dos processos de negócio suportados pela ti

eficiência administrativa com impacto favorável nos custos

maior transparência Conformidade com as regulações

serviços mais confiáveisagilidade coerente com a necessidade do negócio

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cRn | crn business school

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Uma boa estruturação da Governança de TI assegura boas práticas de:

Desenvolvimento da estratégia de TI alinhada ao negócio;Gestão de Investimentos e desempenho de TI;Gestão dos recursos de TI:

• Gestão do Portfólio de TI• Gestão da operação e dos ativos• Gestão das pessoas

Gestão da Informação;Relacionamento com usuários e/ou clientes;Relacionamento com fornecedores.

Vale destacar a importância da criação de comitês e fóruns para discutir, apoiar, acompanhar

e referendar as principais iniciativas de TI nos níveis estratégico, tático e operacional. Os comitês

são mais estratégicos com participação de diretores e executivos, predominantemente da área

de negócios, enquanto os fóruns são grupos de discussão de assuntos mais táticos e operacionais

com participação de representantes das áreas de negócio e membros da TI.

Os dirigentes e executivos da organização precisam se envolver e participar dos processos enten-

dendo os recursos de TI como uma extensão dos seus próprios recursos. Este compartilhamento

de informações e decisões sobre as iniciativas da área reduzem as divergências internas e criam

um espírito colaborativo para atingimento das metas.

A estrutura de governança de TI depende de certos fatores que devem ser bem administrados para

que alcancem os resultados esperados pelo negócio. De acordo com o Cobit 5 (Control Objectives for

Information and Related Technologies) - um dos principais modelos de referência de boas práticas de

governança de TI – esses fatores são seis, conforme a figura 1:

Fatores críticos para a Governança de ti

3. estruturaorganizacional

4. Cultura, éticae Comportamento

2. processos

6. serviços,aplicações e

infraestrutura

7. pessoas, skillse competências

5. informação

1. princípios, políticas e Frameworks

Recursos de tiComitÊ papel e responsaBilidade

estratégico

governa a estratégia de ti, mantendo o alinhamento entre as prioridades do negócio e da

ti, definindo onde o orçamento e os investimentos devem ser aplicados. aprova o portfólio de projetos e faz a gestão dos

stakeholders

executivo

acompanha a execução dos projetos observando a realização

dos orçamentos. discute priorizações pontuais, analisa

e revisa business cases, aprova políticas e diretrizes de ti e avalia riscos e segurança da informação

Comitês de gestão de projetos

acompanha os principais projetos, seus riscos de

consecução e orçamentos

comitês mais comumente encontrados nas empresas maduras

Fóruns mais usualmente encontrados

fÓrum papel e responsaBilidade

fórum de arquitetura

estabelece as arquiteturas de aplicação, infraestrutura

e informações. trata da sua evolução e identifica

oportunidades de inovação

fórum de festão de demanda

prioriza melhorias nas aplicações. define candidatos a projetos de melhoria. acompanha a

performance de atendimento

fórum de segurança da

informação

garante alinhamento com diretrizes regulatórias e

conformidade com pontos de auditoria. realiza gestão

de incidentes de segurança e do ambiente de segurança da

informação da ti

FiGuRa 1

taBela 2

taBela 3

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51

Qualquer empresa que quiser garantir sua perpetuidade tem

que estar constantemente avaliando e repensando seu mode-

lo de atuação devido às constantes mudanças que ocorrem

em um mercado altamente globalizado e competitivo.

A maneira clássica de as empresas repensarem seu futuro é

através do desenvolvimento de seu planejamento estratégico,

os quais se baseiam em modelos enriquecedores e bem tes-

tados no mundo empresarial. Estes modelos, já conhecidos

e bastante usados pelas empresas, têm se mostrado bastante

eficazes na obtenção de resultados comerciais e financeiros

satisfatórios de crescimento.

A maneira mais eficaz de buscar o crescimento mais do que

satisfatório é desenvolvendo um PEC (Plano Estratégico de

Crescimento) atrelado ao planejamento estratégico nor-

malmente já praticado pelas empresas. Contudo, no PEC, é

preciso enfatizar durante a fase da definição dos objetivos,

quando as apostas estratégicas são estabelecidas, as iniciati-

vas que a empresa deverá desenvolver para formular ações

claras de crescimento, estimulando os estrategistas e diri-

gentes da organização a pensarem de maneira focada nesta

necessidade vital.

O Prof. Luiz Augusto Lobão mendes, da Fundação Dom Cabral

(FDC), em seu livro “Estratégia Empresarial – Promovendo o

crescimento sustentado e sustentável”, defende a necessidade

de desenvolver um PEC e comenta claramente que poucas

empresas ainda tratam a questão do crescimento como uma

necessidade vital e, quando muito, fazem referência a aumen-

tos de receitas sem correlações com as estratégias necessárias.

a GoVeRnanÇa de ti e M aPoio ao cReSciMento

Todos sabemos do potencial do setor de tecnologia da informação quanto

à inovação, criatividade e de sua capacidade de funcionar como agente de

mudanças nas organizações. muitas vezes uma estratégia de crescimento

poderá demandar uma grande ou até completa mudança no modelo de

negócio da empresa e a área de TI, detentora de conhecimento sobre a evo-

lução tecnológica em andamento e suas aplicações, poderá contribuir de

maneira significativa no estabelecimento das novas maneiras de se fazer as

coisas. Há que se abrir espaço para a efetiva participação dos especialistas

de TI na formulação, desenho e implementação das iniciativas do PEC, sem

o qual a empresa poderá perder grandes oportunidades.

Na maioria das vezes, este cenário não é muito claro para os principais

dirigentes das empresas, principalmente quando enxergam a TI apenas

como um órgão prestador de serviços de tecnologia, quando na realidade

dispõe de consultores de negócio com base tecnológica. TI é negócio e tem

que estar envolvida no cerne da estratégia. Para alguns tipos de empresas,

esta integração é muita clara como, por exemplo, companhias prestadoras

de serviços, mas um pouco mais difícil de ser percebido nos setores indus-

triais básicos. O fato é que o mundo mudou bastante com a digitalização da

sociedade, o advento da internet e a massificação dos dispositivos móveis

ampliando as alternativas de se fazer negócios e se chegar ao cliente.

A participação dos consultores de TI durante o desenvolvimento do PEC

permitirá à TI contribuir com iniciativas criativas e sintonizadas que supor-

tem estes movimentos de crescimento como parte integrante das estra-

tégias de negócios priorizadas. Como consequência, existirão projetos de

negócio com a participação da TI e, não, projetos de negócio e projetos de TI.

Considerando o alinhamento efetivo da estratégia de TI ao negócio, poderí-

amos representar o desdobramento do PEC conforme a figura 2

direCionamentos dos staKeholders

movimentos de CresCimento

neCessidades dos staKeholders(Captura de BenefÍCios – mitigação de

risCos – otimiZação de reCursos)

oBJetivos estratÉgiCos da empresa

CresimentopeC

produtividadepep

oBJetivos de ti relaCionados

desdobramento da Pec em ti

FiGuRa 2

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O Cobit 5, observando as práticas de empresas em diversos segmentos, estabeleceu uma correlação entre as principais necessidades dos

stakeholders com um conjunto genérico de objetivos empresariais e relacionados de TI. Estes conjuntos foram imaginados como sendo a classe

de objetivos onde se adequam os objetivos reais a serem definidos durante o planejamento estratégico.

objetivos de ti genéricos relacionados às necessidade dos stakeholders:

Ao analisar este conjunto genérico de objetivos da TI podemos ter uma ideia de quais os papéis e atividades que devem ser exercidas em

busca de um resultado concreto para o negócio.

dimensão do BsC da ti oBJetivo da ti relaCionado ao oBJetivo empresarial

finanças

alinhar a ti à estratégia do negócio

Buscar a conformidade da ti e suportar a área de negócio para se obter conformidade com leis e regulações externas

envolver a direção executiva para concretizar as decisões de ti

suportar os riscos de negócio relacionados à ti

Capturar os benefícios provenientes dos investimentos e do portfólio de serviços de ti

ter transparência nos custos, benefícios e riscos de ti

Cliente entregar serviços de ti alinhados aos requerimentos do negócio

usar apropriadamente as aplicações, informações e soluções tecnológicas

proCessos internos

agilizar a ti

Zelar pela segurança da informação e da infraestrutura de processamento e das aplicações

otimizar os ativos, recursos e competências de ti

habilitar e suportar processos de negócio através da integração de aplicações e tecnologia

entregar programas que gerem benefícios, dentro do prazo, do orçamento e de acordo com os requerimentos e padrões de qualidade

disponibilizar informação confiável e útil para tomada de decisões

aprendiZado e CresCimento

ter conformidade de ti com as políticas internas

ter equipes de ti e das áreas de negócio competentes e motivadas

desenvolver conhecimento, expertise e iniciativas para inovação do negócio

Um dos pré-requisitos atuais para o crescimento é a inovação aplicada

aos negócios. A inovação não está somente atrelada a produtos, mas

deve permear toda a organização, inspirando os talentos a promove-

rem mudanças na gestão, nos serviços, nos processos, enfim em qual-

quer atividade empresarial.

Destaquemos o objetivo da TI relacionado com o objetivo empresa-

rial de número 17 –Desenvolver conhecimento, expertise e iniciati-

vas visando a inovação do negócio - mostrado na tabela 4.

É visível a revolução que vem sendo causada pela digitalização da

sociedade e a explosão de uso da internet e dos dispositivos móveis.

E esta revolução está se espalhando em todos os ramos de negó-

cio, mesmo os mais tradicionais, mudando radicalmente, às vezes, a

maneira de se fazer as coisas e se atingir o cliente. A sensação que se

tem é que o mundo está sendo reinventado ao passarmos do modelo

analógico para o digital.

É impressionante o número de novas empresas que desbancam

companhias consagradas mudando a maneira de atingir o mercado

e de fazer negócios. A internet influencia na desintermediação. A

agilidade das coisas é outra e os dispositivos móveis e os recursos de

geoprocessamento permitem encontrar o cliente em qualquer lugar,

com mensagem específica e grande possibilidade de vendas. Talvez, a

revolução esteja apenas começando.

a iMPoRtÂncia da ti PaRa a inoVaÇÃo do neGÓcio

No momento de se repensar a corporação e os negócios, os

profissionais de TI podem agregar muito, com novas ideias,

novos produtos, novas maneiras de se chegar ao mercado,

enfim, novas maneiras de se fazer as coisas.

Para isso, é importante também, que a própria governança de

TI inspire a criação de um ambiente saudável e inovador por-

que, talvez mais importante do que a própria tecnologia, seja

criar uma cultura voltada para a inovação e, para isso, a gover-

nança corporativa e a de TI devem estar totalmente integradas.

O Brasil, apesar da tão propalada criatividade do nosso povo,

não é um país que se destaca em inovação. Segundo recente

pesquisa publicada pela FDC, a média dos investimentos das

empresas brasileiras em atividades de inovação é de apenas

2% do faturamento anual. Poucas companhias fazem parcerias

com universidades e organismos de pesquisa e desenvolvi-

mento, como também, poucas exploram incentivos financei-

ros disponibilizados pelos órgãos governamentais visando

inovação. muito desta situação se deve a fatores culturais:

inexistência de um ambiente de liberdade nas empresas que

cultue a inovação, o experimento, o aceite do erro e estimule a

criatividade. O próprio planejamento estratégico deve enfati-

zar a questão da inovação.

taBela 4

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1. Pela sua experiência, empresas de saúde costumam ter governança de TI adequada? Os processos se dife-renciam neste ramo de atividade? Se sim, como?Este é um setor cuja gestão, de uma maneira geral, vem

sofrendo grandes impactos e passa por um processo de

modernização contundente.As despesas em TI come-

çam a serem observadas como investimentos e não

somente como custos. Diria que há ainda um grande

espaço a percorrer. Os processos de TI são basicamente

padrões mas, podem, e devem, ser ajustados para cada

setor, de acordo com a sua realidade.

2. Quais os principais erros na criação e condução dos comitês de acompanhamento?Na criação é a falta de formalização dos comitês supor-

tada pela diretoria da empresa, a representatividade na

área de negócio dos seus componentes e a clareza dos

seus papéis.Na condução, observo uma falta de assidui-

dade dos titulares do comitê, o pouco preparo anterior

para as discussões e uma falta de transparência e defici-

ência nos «businesses cases» e projetos que suportam

as discussões sobre priorizações e acompanhamentos.

Observa-se, também, uma certa lentidão na execução

das decisões tomadas.

3. Quais são essas oportunidades perdidas quando as empresas não utilizam profissionais de tecnologia para estabelecer sua governança de TI?Os bons profissionais de TI trabalham como se fossem

verdadeiros consultores de negócio com base tecno-

lógica.Inteirados dos processos de negócio agregam o

conhecimento tecnológico para redesenhar os proces-

sos ou até redefini-los completamente. Pense na utiliza-

ção da internet e na mobilidade e você terá um campo

enorme a ser explorado. Observe como fazíamos as coi-

sas há pouco tempo e como realizamos hoje. É impres-

sionante a mudança com a facilidade e praticidade das

aplicações. Juntar homens de negócio e consultores de

TI para discutir a maneira de fazer os processos pode dar

excelentes resultados. Pense na Cadeia de Valor de uma

corporação, para citar apenas um exemplo. Pela internet,

utilizando a computação em nuvem, todos usufruem

dos mesmos recursos e poderiam estar muito mais inte-

grados do que estão hoje, gerando ganhos de produtivi-

dade, E a maneira de atingir seu cliente? São inúmeras as

oportunidades. A revolução está apenas começando

4. Como governança de TI e inovação podem cami-nhar juntas sem que o dia a dia acabe atropelando novos projetos?A questão fundamental neste caso é criar uma cultura

voltada para a inovação. Existindo este espírito de criativi-

dade, abertura para colaboração interna e externa, incenti-

vo ao risco e compreensão dos erros, as empresas estarão

criando o alicerce adequado para estimular a inovação.

Um outro passo, é focar naquilo que interessa, prestigian-

do os projetos de inovação atrelados ao planejamento

estratégico. Há que se criar o ambiente e cultura propícia

mas deve-se direcionar e estimular para se aplicar a inova-

ção naquilo que realmente interessa ao negócio.

entrevista com o autor

As empresas ao desenvolverem seu planejamento estratégico e, especialmente, quando pensarem em cresci-

mento, não podem prescindir da participação dos consultores de TI. mais do que isso, as organizações devem

enxergar a integração da governança de TI com a governança corporativa como uma fonte de realização de

benefícios, redução de riscos e otimização de recursos.

Devem criar um ambiente cultural propício para a inovação e agregar os especialistas de TI, conhecedores da

tecnologia que está alavancando as transformações do negócio no mundo, para colaborar no ato de repensar a

empresa durante o planejamento estratégico.

O alinhamento da TI com o negócio é um objetivo muito importante, mas a governança de TI precisa trabalhar,

de uma maneira abrangente e equilibrada, os seus fatores críticos para transformar este alinhamento no resul-

tado que a empresa espera.

Profissional com experiên-cia de mais de dez anos em planejamento e controle da produção e de mais de 20 anos no setor de Tecno-logia da Informação, Acri-sio Tavares é engenheiro metalurgista pela Universi-dade Federal Fluminense, possuindo mBA em gestão do comércio exterior e ne-gócios internacionais pela FGV; mBA em gestão estra-tégica da TI, também pela FGV, além de certificações Cobit e Itil. Foi CIO do Gru-po Usiminas durante 15 anos. Com vários prêmios recebidos ao longo da car-reira, é professor da Funda-ção Dom Cabral, dentro do programa PCSS.

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ação

dimensão do BsC da ti oBJetivo da ti relaCionado ao oBJetivo empresarial

finanças

alinhar a ti à estratégia do negócio

Buscar a conformidade da ti e suportar a área de negócio para se obter conformidade com leis e regulações externas

envolver a direção executiva para concretizar as decisões de ti

suportar os riscos de negócio relacionados à ti

Capturar os benefícios provenientes dos investimentos e do portfólio de serviços de ti

ter transparência nos custos, benefícios e riscos de ti

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usar apropriadamente as aplicações, informações e soluções tecnológicas

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agilizar a ti

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habilitar e suportar processos de negócio através da integração de aplicações e tecnologia

entregar programas que gerem benefícios, dentro do prazo, do orçamento e de acordo com os requerimentos e padrões de qualidade

disponibilizar informação confiável e útil para tomada de decisões

aprendiZado e CresCimento

ter conformidade de ti com as políticas internas

ter equipes de ti e das áreas de negócio competentes e motivadas

desenvolver conhecimento, expertise e iniciativas para inovação do negócio

concluSÃo

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Saúde buSineSS SchoolSaúde Business School é uma iniciativa da IT Mídia.

Todos os direitos reservados.

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O dilemaEmprEsas invEstEm Em programas dE saúdE para os funcionários, porém a participação dos considErados sEdEntários ainda é baixa

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da adesãoPaulo Silva Junior | [email protected]

Pensando em promover uma rotina de atividade física aos funcionários, uma grande companhia resolve instalar uma academia dentro da própria

empresa. o espaço é moderno, com equipamentos de última geração e acompanhamento de profissionais de primeira linha. Dentro de três meses, os gestores do pro-jeto observam que os frequentadores são aqueles que já dedicavam parte do dia a tal rotina. Gente que, ao invés de deixar o escritório, pegar o carro e correr para a aula de ginástica, trocou isso por alguns lances de escada para chegar ao andar de baixo. Novos adeptos? Não. a academia permanecia vazia durante todo o horário comercial e sofria com a concorrência por aparelhos depois do expediente. Quem não tinha afinidade com os exercícios e passava longe de uma esteira, continuou distante. o sedentarismo da população da multinacio-nal não diminuiu. o plano foi considerado ineficiente.Com esses e outros exemplos, de programas contínuos de redução do tabagismo a ciclos de vacinação, agentes que trabalham na gestão da saúde populacional (GSP) estão vendo a necessidade de uma troca de experiên-cias para a criação de métodos mais eficientes e planos mais eficazes do ponto de vista do custo-benefício para a empresa.“o último lugar para tratar um crônico é no pronto--socorro, porque tudo que você fez, fez errado. o que fazer com quem tem obesidade, com um tabagista, um sedentário é gestão de saúde. Não é assistência médica”, afirma o presidente da aliança para a Saúde Populacio-nal (asap) , Fábio abreu.“Essa nossa percepção de que ou a pessoa tem saúde ou está doente é uma grande mentira. Saúde se perde todo dia, e é com isso que a gente trabalha para conscientizar as pessoas”, complementa. abreu ainda classifica como “heróis” aqueles que trabalham no gerenciamento e na coordenação dos programas dentro de uma empresa. “isso pode melhorar, ser feito medindo resultados, com uma visão integrada”.Por fim, ele reconhece o esforço das companhias que se dedicam à gestão da rotina dos colaboradores, mas mantém clara a necessidade de um aprofundamento

nos métodos usados para trazer os funcionários para os projetos e na maneira de lidar com cada um dos perfis. “Temos de entender que a população é formada por pessoas diferentes. Você só vai conseguir fazer a ges-tão de sua população quando entender esses grupos. a nossa proposta é olhar também as mudanças de comportamento, os hábitos”.

Dentro Das empresasmaria Cristina Nader é gerente de medicina da Siemens desde 2005. a empresa tem 10 mil funcionários e mais 3,5 mil terceirizados. É formada por uma população jo-vem, entre 30 e 40 anos, e apesar da grande quantidade de engenheiros, tem ainda uma classe de trabalhadores braçais na linha de produção de equipamentos.Perguntada sobre qual seria um case de sucesso dentro dos programas e projetos implementados pela empresa nos últimos anos, a médica destaca o “Boa Visão”, que levou um oftalmologista para dentro da Siemens. Se os pacientes não vão até o consultório, ele vai até eles, conta.“Tivemos cerca de 1400 consultas realizadas e verifi-camos que 92% das pessoas precisavam mesmo da consulta porque tinham algum ajuste de lente, ou de-veriam começar a usar lente, ou até tinham a pressão do olho alterada. São esses programas paralelos que são importantes”, explicou.maria Cristina prefere não entrar em valores absolutos, mas fala em proporções: o convênio de assistência mé-dica custa 9% da folha de pagamento, enquanto o orça-mento que ela tem para promover planos – entre eles o Boa Visão - é de 10% do que a empresa gasta com o seguro de saúde. “Nesse exemplo do oftalmologista: se você for ver, os 1400 acabariam indo ao médico mais cedo ou mais tarde, então o custo da consulta é o mesmo. mas aí você precisa calcular a produtividade. Do salário médio por dia, sabe que se perde uns 10% de produtividade quando se trabalha com um óculos fora do grau correto e vê quanto a empresa está perdendo”, acrescenta.Dentro da Siemens, os projetos são feitos, nas palavras da gerente, por demanda. Precisam ser concentrados no que exatamente acontece com o corpo de funcioná-

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rios. alguns são terceirizados, e o relato da especialista diz que a principal questão colocada pela diretoria da empresa é o absenteísmo. “Eles querem saber o porquê de tantas faltas por determinado motivo. E às vezes isso mostra que não é colocando uma especialidade médica dentro da empresa que vai reduzir o problema”.alguns dos programas envolvem dependentes, já que os filhos, por exem-plo, também são considerados fatores que podem reduzir o desempenho profissional. a Siemens tem, inclusive, uma ginecologista que já fez 40 partos de colaboradoras – um caso de sucesso na visão da empresa, que conseguiu enquadrar um profissional de confiança dentro de uma relação delicada na gravidez em meio ao ambiente corporativo.

ConsCientizaçãoNa convivência com o corpo de funcionários, maria Cristina não acredita na eficiência ao oferecer benefícios para quem participa de determinados projetos. É contra. Diz que o benefício tem de estar ligado ao bem estar pessoal, e não condicionar o paciente a ter um bônus por buscar uma vida mais saudável.E apesar do otimismo mostrado pelo sucesso de diversas ações – ela lembra, por exemplo, que quando começou na Siemens os diretores fumavam em plena sala de reuniões, e hoje o tabagismo atinge apenas 7% da companhia, que oferece um apoio psicoterapêutico aos fumantes – há também um constante processo de conscientização que ainda esbarra em algumas dificuldades de mobilização das pessoas.

“a gente vai e faz um grupo de corrida e caminhada, paga camiseta, incentiva, faz consultoria, cria um grupo na Universidade de São Paulo (USP) outro no Parque do ibirapuera, outro no Parque Villa--Lobos. mas acaba indo só gente que já faz isso e que se saíssem da empresa estariam correndo, pedalando. É um desafio trazer os sedentários”.De acordo com a executiva, no programa contra o tabagismo, chamado inspiration, há um prontuá-rio específico, com atendimento médico. “mas aí o funcionário diz que hoje não pode ser atendido, no outro (dia) diz que tem uma reunião. Por que permite uma reunião no horário da consulta? São formas de fuga de tratamento que precisam ser trabalhadas, pensadas”, analisa a médica.ainda assim, maria Cristina defende as ações den-tro da própria companhia pelo fato de facilitarem a adesão. Destaca, como favoritos, os programas de vacinação, “forma mais barata de se prevenir doenças”. E vislumbra uma mudança de compor-tamento de quem negligencia a saúde. “imagina que um carro chegue a 100 mil km rodados sem nenhuma manutenção. Ninguém pensa nisso, mas acha normal a ideia de ir até os 70 anos sem complicações”. Talvez não por muito mais tempo.

O evento foi promovido pela Aliança para a Saúde Popula-cional (Asap), no dia 25 de abril, em São Paulo (SP)

Sede da Siemens em Pirituba (SP): alguns dos programas da companhia

envolvem dependentes, pois os filhos são considerados

fatores que podem reduzir o desempenho profissional

Abreu, da Asap: aqueles que

trabalham no gerenciamento e na coordenação

dos programas de saúde dentro de uma empresa são “heróis”

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EmprEEndEdorEs da capital paulista apostam Em clínicas EspEcializadas para um pErfil cada vEz mais crEscEntE da população brasilEira: os crônicos. a boa notícia é a possibilidadE dE atEndEr os doEntEs com cuidado sEmi-intEnsivo a custos muito mEnorEs, mas para difundir a novidadE é prEciso atrair a família E os planos dE saúdE

Era uma vez quatro gerentes de unidades do Hospital Sama-ritano de São Paulo que, com o desenvolvimento de seus trabalhos, observaram as dificuldades de hospitalização. a

falta de locais adequados para pacientes crônicos em boa parte das instituições levou o quarteto de enfermeiros a pôr em prática um plano de negócios para atender este nicho de forma especializada. Foi assim que o conhecimento no ramo hospitalar de 30 anos de ex-periência culminou, em 2009, no surgimento da Clínica acallanto.“Boa parte dos hospitais não tem locais adequados para este tipo de pacientes e os poucos leitos que têm, na maioria das vezes, estão lota-dos. Sendo assim, fundamos a clínica e trouxemos o mote ‘importância à vida’ para os corredores da instituição e para filosofia da empresa”, conta a diretora corporativa da acallanto, Elisangela Ribeiro. além do entendimento aos crônicos, a empresa surgiu com a mis-são de consolidar a importância da humanização nas relações interpessoais, não só na área da saúde, mas em todos os campos da vida, segundo a executiva.Já com duas unidades, uma com 16 leitos infantis e outra com 24 leitos para adultos, a clínica oferece aos pacientes de alta comple-xidade suporte de UTi humanizada, que permite maior contato do paciente com a família.a acallanto conta, ainda, com acolhimento médico 24 horas, equipe de enfermagem, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, psicólogo, odontologia, nutricionista, farmacêutico, cabeleireiro, podólogo, clínico geral, geriatra, infectologista, cardiologista, pneu-mologista, pediatra e especialista em terapia intensiva.

novo negócioThaia Duó | [email protected]

o dESPERTaR dE Umnegóci

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Com 75% de ocupação dentro dos 40 leitos disponibilizados aos doentes crônicos, a expectativa de Elisange-la é aumentar o faturamento em 30% neste ano, quando comparado com 2012. “Embora a falta de conhecimen-to das famílias sobre a necessidade do trabalho de uma clínica de longa permanência faça com que o atendi-mento homecare seja ainda uma pre-ferência deste público, acreditamos que o diferencial de um serviço como da acallanto será notado muito em breve”, considera.Construída com o mesmo perfil, a Clínica althea, também na capital paulista, oferece 25 suítes individu-ais e equipadas com capacidade para atendimento semi-intensivo, também nos moldes de uma UTi. inaugurada há pouco mais de um ano, a unidade apresenta uma taxa de internação de 50% e tem a expectativa de recuperar os R$ 4,5 milhões investidos nos pri-meiros três anos.Para o diretor executivo da althea, ag-

Anelli, da Clínica Althea: inspiração em clínicas de Nova-Iorque (EUA)

De acordo com o profes-sor da Unifesp Marcos Bosi, potencialmente fa-zer algo que é bom, mas sem estímulos, controles e regulação adequada farão com que você não entregue para o paciente minimamente o que ele deveria ter em termos de assistência à saúde. “A gente, às vezes, tem ideias boas, só que ou não cria as condições para elas serem feitas da forma como deveriam ou não temos os incenti-vos adequados para que ela aconteça. É aí que algumas boas ideias são sepultadas ou são imple-mentadas em detrimento do próprio paciente”.

Além dA boA ideiA

naldo anelli, o primeiro trimestre de vida da clínica foi de muito aprendizado operacional e o momento agora é de tentar estabelecer um fluxo melhor de pacientes para equilibrar o quadro financeiro.“iniciamos nosso trabalho com certa dificuldade em fazer com que as operadoras entendessem o negócio. afinal, na prática, todos os pacientes têm planos de saúde, e eles podem ser encaminhados pela própria seguradora, assistente social ou por definição de equipes médicas dentro dos hospitais parceiros. Do ponto de vista de negócio, a operadora precisa ver que o sinistro é elevado dentro dos hospitais, por sua vez, as instituições tendem a notar que elas precisam do leito para o pós-operatório, e liberando os pacientes crônicos irão, consequentemente, diminuir o gargalo até mesmo do pronto-socorro”, explica anelli.

VIsão DE NEgócIoRecentemente, São Paulo passou a perceber essa ativi-dade com um potencial interessante sob o aspecto de negócio. Um dos motivos é a forma de atender doentes crônicos com cuidado semi-intensivo a custos muito menores, porém para essa atividade ter sucesso é pre-ciso ter anuência de quem vai pagar e, até o momento, conhecedores do mercado sentem que as operado-ras de planos de saúde ainda não estão preparadas.

“Talvez pelos problemas enfrentados com serviços de homecare”, arrisca o diretor técnico executivo da Planisa, Sérgio Bento.Por serem classificadas como hospital, estas clínicas especializadas têm o faturamento vindo da própria operadora, que aos poucos conseguem entender qual o real custo de um paciente em unidades com este perfil, onde existe uma diária que contempla todo o tratamento e medicamentos, o que é imprevisível dentro de uma instituição de conta aberta.Elisangela, da acallanto, acredita que as operadoras já enxergam este mercado como vantajoso. “Temos uma relação transparente com os médicos e planos, que indicam a clínica aos familiares do paciente. isso normalmente acontece devido à estrutura que ofe-recemos aos doentes e seus entes próximos”.

BrAsIl x EUADe acordo com Bento, da Planisa, clínicas especializa-das em crônicos são muito comuns nos Estados Uni-dos e países da Europa, principalmente porque estas nações notaram precocemente o quão caro é manter este tipo de paciente em uma estrutura hospitalar. Existem diferentes arranjos e modelos de saúde que oferecem uma melhor qualidade assistencial, como é o caso destas clínicas que contam com uma equi-

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o novo leito aberto aos pa-cientes crônicos não pode ser considerado como sendo de terceira qualidade. É preciso oferecer ao doente a atenção que ele recebia dentro de um centro hospitalar.Para Bosi, fazer esse movi-mento pensando numa re-dução de custo em si é com-plicado. “Não posso fazer um arroxo nesse centro novo de modo a não ofertar o que o paciente merece. o que não pode faltar é a consciência de primar pela qualidade do serviço a ser prestado e remu-nerar esse serviço para que ele mantenha essa qualidade ou melhora no tempo”.

FoCo NA QUAlidAde

Clínica Acallanto: quarteto de enfermeiros vislumbrou novo nicho

pe preparada 24 horas e um nível de assistência compatível com a classificação do paciente. “Esse molde de empresa oferece uma qualidade tão boa quanto um centro hospitalar, mas a um custo me-nor pela infraestrutura. É um ganha-ganha que ainda não foi percebido pelo nosso País”, diz o pro-fessor e diretor do Centro Paulista de Economia da Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), marcos Bosi Ferraz.Consciente do grande número de unidades especializadas mundo afora, anelli, da Clínica althea, viajou aos Estados Unidos para conhe-cer alguns modelos na cidade de Nova York. o munícipio norte-americano tem cerca de 380 clínicas que fazem gerenciamento de pacientes de longa permanência e foi um dos exemplos copiados pelo executivo antes de abrir o seu próprio negócio no Brasil.ainda em passos lentos, clínicas com este perfil chegam aos poucos na Grande São Paulo, onde é comum encontrar unidades que condizem com mistura de populações, como casa de apoio ou re-pouso, com um nível de investimento técnico bem diferente do estabelecido pelas especializadas.

o grande diferencial é oferecer tratamento mé-dico de reabilitação e suporte compatível com nível hospitalar, incluindo imagem e laboratório para diagnóstico convencional.“Estamos tentando investir no mercado para que o setor entenda que esta é uma tendên-cia de países mais desenvolvidos”, diz anelli, que atualmente conta com hospitais parceiros como o Sírio-Libanês, albert Einstein e Sama-ritano. “Essas instituições nos avaliaram e nos colocaram como um hospital de retaguarda compatível com a população atendida por elas”, revela. a Clínica althea também conta com a parceria da Rede D’or na Zona Leste da capital paulista.Para Bosi, os grandes hospitais têm suas estraté-gias, seu jeito de ser e pensar o sistema de saúde, e fazer parceria com outras entidades que serão receptoras de seus pacientes crônicos é uma de suas boas jogadas. “a clínica especializada vai ser rentável e o hospital, ao liberar um leito que está com este perfil de doente, abrirá vaga para outro tipo de paciente que para ele será finan-ceiramente melhor”.

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Contágio de

Dentro das áreas de atuação da Roche, empresa cuja matriz brasileira fica em São Paulo, está uma divisão de negócios voltada para produtos de alta tecnologia que busca uma demanda de necessi-

dades médicas não atendidas, aquelas onde estão doenças que já são bastante estudadas, mas que

ainda não têm solução comercial disponível. Nesta área, a empresa desenvolve os sequenciadores

genéticos, equipamento que a empresa conseguiu desenvolver com uma nova metodologia há cinco anos – daí vem o modelo 454, utilizado neste traba-

lho realizado na região amazônica.

Na vanguarda no que diz respeito ao conhecimento científico na região da amazônia, o instituto Evandro Chagas, ligado ao governo federal, está desde os anos

30 trabalhando pela saúde local. Nesses mais de 70 anos traçou linhas de pesquisa que passaram pelas

principais demandas de cada tempo, até que no último ano foi capaz de descobrir mutações do tipo 4 do vírus

da dengue, por exemplo. Desde que passou a colaborar com a organização mundial da Saúde, ainda em 1950, o instituto coleciona mais de 12 mil mostras e um cons-

tante trabalho na otimização das informações para a elaboração de diagnósticos mais eficientes.

Roche InstItuto evandRo chagas

até os primeiros dias do mês de maio, o Pará registrou oito mortes por Síndro-me Respiratória aguda Grave (SPaG),

causadas por H1N1 (cinco), influenza B (duas) e H3N2 (uma). E se a biodiversidade da amazô-nia carrega uma vasta coleção de vírus, uma parceria idealizada em 2010 tem ajudado a saúde local a trabalhar no sequenciamento

das arboviroses (infecções virais transmitidas por artrópodes), da região. Quem coloca a mão na massa é o instituto Evandro Chagas, fun-dação ligada ao governo paraense com sede em ananindeua (município do estado), que faz o trabalho de campo ao explorar a floresta em busca de novos agentes transmissores de doenças e também mapear e conhecer esse

potencial patogênico. No ano passado, por exemplo, foi identificado todo o genoma de algumas espécies do vírus da febre amarela. Do outro lado, quem oferece o suporte técnico e a capacitação de profissionais é a Roche, que ao invés de vender um equipamento e cruzar os braços, concede bolsas a pesquisadores e dá apoio constante e irrestrito aos parceiros paraenses.

Paulo Silva Jr. | [email protected]

conHecimento

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a Roche não tem nenhum inte-resse econômico nessa parceria”,

garante a gerente da Unidade de Negó-cios Roche applied Science, Patrícia Barbo-

sa. Como explica a executiva, a empresa não desenvolve remédios nessas áreas e o simples fato

de vender equipamentos de sequenciamento genéti-co (no caso, o modelo 454) faz parte do negócio de rotina

da companhia. “o grande fato aqui é trazer luz a esses temas e ajudar institutos de pesquisa”, complementa. No caso da

parceria com o instituto Evandro Chagas, o grande investimento da Roche é na formação de profissionais. Com recursos que são ofe-

recidos pela empresa e gerenciados pela Fundação de Desenvol-vimento da amazônia, três pesquisadores são selecionados

para receber salários, no nível das bolsas de doutorado e mestrado praticadas no Brasil, e se dedicar ao estudo das arboviroses amazônicas. além disso, técnicos e

engenheiros da Roche vão regularmente ao Pará prover todo tipo de suporte ou treinamento específico em relação aos equipamentos e

métodos, além das unidades no Sudeste estarem à disposição.

Pelo trabalho do instituto Evandro Chagas, já foram sequenciados

todos os tipos de vírus de dengue e tam-bém a primeira sequência completa do vírus

causador da febre amarela no Brasil. Na avaliação do pesquisador do instituto Evandro Chagas, márcio Nunes, graças à parceria que facilitou a transferência

de tecnologia. “isso mostra que uma ligação entre órgãos federais e um particular pode trazer um benefício muito

grande para a federação. além de mostrar que é possível fazer um trabalho deste nível aqui na região”, conta. o especialista, cabeça pensante do projeto, diz ter conhecido a plataforma 454 da Roche e

visto que ela funcionava de forma eficaz para o trabalho feito por eles no Pará. Buscou, assim, uma parceria com a empresa e vê,

satisfeito, a relação andar a todo vapor desde 2010. “agora estamos desenvolvendo um Centro de inovação Tec-

nológica onde queremos otimizar esses dados que envolvem nosso trabalho em nanotecnologia”. Unindo, portanto, o DNa do instituto, incansá-

vel nos estudos dentro da amazônia, com o apoio que lhe foi oferecido.

O GRANDE INVESTIMENTO DA ROCHE ESTÁ NA FORMAÇÃO

DE PROFISSIONAIS

INSTITUTO JÁ SEQUENCIOU TODOS OS TIPOS DE VÍRUS DA DENGUE

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Thaia Duó • [email protected]

Perdasglobais

Em visita ao Brasil, o vicE-prEsidEntE do Grupo AssA, ariEl caponE, rEvEla quE há cErca dE 15 BilhõEs dE mEdicamEntos

falsos no mundo. o númEro rEprEsEnta para a indústria farmacêutica pErda anual dE us$ 2 BilhõEs

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mediCamenTos faLsifiCados rePresenTam Para as ComPanHias farmaCêuTiCas uma forma de PressÃo soBre renTaBiLidade

numa manhã chuvosa, em uma mesa aper-tada de um badalado café de São Paulo,

encontrei o simpático argentino Ariel Capone para conversar sobre o crônico problema da falsificação de remédios ao redor do mundo, que afeta não só a saúde dos consumidores, mas também das empresas e dos cofres públicos com a evasão de impostos.O vice-presidente do Grupo Assa, consultoria empresarial com a vertical saúde estruturada por indústria farmacêutica, dispositivos mé-dicos e seguradoras, revelou em poucos mi-nutos de conversa, que há cerca de 15 bilhões de medicamentos falsos no mundo. O número representa para a indústria farmacêutica perda anual de US$ 2 bilhões.“Os medicamentos falsificados representam para as companhias farmacêuticas uma forma de pressão sobre a rentabilidade. Estima- se que o valor de todas as drogas adulteradas ou falsifi-cadas em circulação supera US$ 75 bilhões por ano no mundo”, aponta Capone.De acordo com o executivo, isto significa que 15% dos medicamentos que são comprados mundialmente podem ser falsos. Ele diz, ainda, que esse fenômeno cresceu 90% nos últimos cinco anos, e a maior parte dessas drogas está concentrada na América Latina e Ásia. “Com esse resultado, onde fica o prestígio e desem-penho das organizações de saúde?”, indaga. Para Capone, a dúvida surge ao analisar que a rentabilidade das farmacêuticas também é afetada devido à queda na renda como resul-tado da expiração de patentes, e novas regu-lamentações que incentivem a prescrição de medicamentos genéricos.Um exemplo é o fim da patente do Liptor e do

Viagra em 2012, ambos da Pfizer, que represen-tou uma perda de US$ 10 bilhões à empresa. “O faturamento da companhia com essas drogas era de US$ 20 bilhões em vendas, o que deixa claro que uma expiração como esta significa perdas astronômicas. Com isso, a indústria está expe-rimentando o preço baixo”, conta o executivo.Capone destaca também um prejuízo atrelado à intensificação da regulamentação governa-mental, que gera um aumento de pressão nos custos operacionais. Esse efeito, em conjunto com o caso das patentes, ameaça fortemente as margens da indústria, segundo o VP, que aponta cortes em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) como uma das consequências.“Está claro que se as farmacêuticas não encon-trarem a melhoria de produtividade dos negó-cios, irão cortar a área de pesquisa e essa ati-tude só vai afetar ainda mais o seu futuro. Esse cenário atinge diretamente o portfólio de novos medicamentos e, portanto, é algo a se evitar”.

InIcIatIvas pelo mundoDiferentes ações são tomadas mundialmen-te, mas a grande mudança procurada é poder controlar a unidade do produto ao invés de lotes, que são grandiosos, o que torna difícil o controle da rastreabilidade e do custo ante um possível recall. A Argentina, por exemplo, está na primeira de três fases do cumprimento da regulação local que exige um número de série por caixa em cada medicamento, quando antes se tinha um código por lote, normalmente composto por mil produtos. Assim como o país sul-americano, a Turquia também tem avançado neste mesmo processo a fim de evitar a falsificação de remé-

• Melhoria na cadeia de suprimentos“a indústria farmacêuti-ca está atrasada quando comparada a indústria de varejo. essa é uma oportunidade de me-lhorar a sua margem de distribuição”

• Investir em soluções tecnológicas“sistemas eletrônicos prevaleceriam sobre sis-temas físicos de rastre-abilidade; a tecnologia RFId supera os  códigos de barras 2d; o protocolo de transmissão de dados Xml prevalecerá sobre o método edI; e os ad-ons eRp superariam  as solu-ções específicas de ras-treabilidade, já que se integram naturalmente com sistemas corporati-vos já instalados”

O que falta

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dios e o alto custo de recolhimen-to de produtos.“Com um código por caixinha será possível por meio da tec-nologia móvel saber onde está cada produto individualmente. A câmera do smartphone capta o número de série e, com a aju-da de um aplicativo específico, é possível saber se aquele produto é original ou não. E, ainda, a far-macêutica poderá identificar em qual drogaria, por exemplo, está o medicamento com determinado código ”, explica Capone ao citar um laboratório argentino como exemplo: “ Temos uma empresa modelo que após pôr em prática a regulação já se beneficia desta tecnologia, que é desenvolvida em HTML5 e corre nas platafor-mas Android e Microsoft”.Já na Califórnia, Estados Unidos, em 2008 foi aprovada a E-Pedi-gree Law, que entrará em vigor em 2015 e que torna obrigatória a criação de um registro de dados para ajudar a controlar o histórico de cada droga.Na Europa, a Federação de As-sociações e Indústrias Farma-cêuticas (EFPIA) estabeleceu o conceito de “Point-of-Dispense (PoD) Verification” (Verificação no Ponto de Distribuição), que estabelece um quadro para a se-rialização e verificação de cada lote de medicamentos em pontos de distribuição. No caso da Ale-manha, o Consórcio Farmacêutico planeja um programa-piloto que envolve atacadistas, fabricantes, distribuidores e farmácias, com data de lançamento no primeiro semestre de 2013.“Globalmente, a International Medical Products Anti-Counter-feiting Taskforce-(IMPACT), criada em 2006, visa a aumentar a cons-cientização sobre medicamentos falsificados e promover a coopera-ção entre aqueles que lideram as iniciativas legislativas para com-bater este problema”, diz Capone.

IdentIfIcador ÚnIco de MedIcaMento no BrasIl

uma nova proposta foi encaminhada para con-sulta pública no início de abril com prazo de 30 dias. o parecer deter-mina que a responsabi-lidade de zelar pela qua-lidade, pela segurança e pela eficácia dos medi-camentos deve ser com-partilhada entre todos os agentes que atuam na cadeia de produção, distribuição e consumo desses produtos.o diretor-presidente da anvisa, dirceu Barbano, explica que “as empre-sas detentoras de re-gistro junto à agência serão responsáveis por gerar e dispor em cada embalagem de medica-mento um número cha-mado de Identificador Único de medicamento (Ium), que é formado pelo número do registro do medicamento junto à anvisa, contendo 13 dígitos, além do número serial, a data de validade e o número do lote”.

cenáRIo BRasIleIRo No Brasil, assim como na Argentina e Turquia, existe a Lei 11.903/09, que prevê a obrigatoriedade de serialização de me-dicamento e sua total ratreabilidade. A diferença, segundo o executivo, é que as farmacêuticas só irão dar o primeiro passo quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornar o cumprimento da lei. “Iniciar neste processo é muito custoso e por isso as empresas demoram a aceitar. Falta um incentivo do órgão regulador, é só dizer que é obrigado. Só assim a indústria brasileira se mo-vimentará”, analisa.Para Capone, em alguns anos a lei deverá ser replicada em toda América Latina. “Vale colocar que a iniciativa do governo ajuda, mas não elimina a falsificação”, conclui.

capone, do Grupo assa: iniciativas do governo ajudam, mas não eliminam a falsificação

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recentes medidas de incentivo à expansão industrial do governo poderão alavancar a pulverizada cadeia nacional de produção de

equipamentos médicos. mas o caminho será longo

Nova era da

indústria?milton Leal | [email protected]

a indústria brasileira de equipamentos e materiais para a saúde vive uma forte expectativa em relação às recentes medidas de incentivo concedidas

pelo governo. a esperança é que os estímulos ajudem o segmento a crescer e a reverter o quadro de desvantagem em relação aos produtos médicos importados, que correspondem por cerca de 50% de tudo o que é consumido no País. Entre os empresários brasileiros, a sensação é de que uma nova era está em curso. Durante a abertura de um seminário* sobre inovação em saúde em São Paulo, o presidente da associação Brasileira da indústria de artigos e Equipamentos médicos, odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (abimo), Franco Palla-molla, afirmou que agora cabe aos empresários e à academia acelerarem o crescimento da indústria. “o desafio passa a ser nosso”, disse, referindo-se aos incentivos governamentais. o executivo acredita que o caminho seja aproximar empresas e universidades para que se possa alavancar o número de projetos visando à inovação e ao fortalecimento da indústria. Para o superintendente do Hospital Sírio Libanês, Gonzalo Vecina, a indústria nacional pode estar pas-sando por um momento divisor de águas. “Tenho a sensação de que estamos dando alguns passos importantes. mas vai depender muito da capacidade dos empresários”, alertou.

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O presidente-executivo da Abimo, Paulo Fraccaro, em con-versa com a reportagem da revista FH, listou cinco pilares que indicam que poderá haver expansão da indústria na-cional nos próximos anos. O primeiro deles, e para muitos o mais importante, foi o sinal político dado pelo Poder Execu-tivo, que deixou de tratar a saúde com a alcunha de “outros negócios” e passou a considerá-la diretamente dentro da política industrial. “O governo percebeu que a saúde não é uma despesa, é um negócio. Ela movimenta 10% do PIB (Produto Interno Bruto )”, salientou Fraccaro. Na agência reguladora, a indústria também virou priorida-de, segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano. “Até pouco tempo atrás, havia um pensamento voltado unicamente à questão da saúde. Mas agora é preciso considerar a indústria e o fortalecimento dela”, declarou. Para ele, a questão regu-latória está fora do planejamento de desenvolvimento de novos produtos. “As empresas fazem os produtos e depois vão correr atrás da questão regulatória. Isso precisa fazer parte do planejamento”, cobrou.

MoviMentoEm 2012, o setor de equipamentos médicos nacional mo-vimentou cerca de R$ 14 bilhões. O montante representa apenas 2% de todo o mercado mundial do gênero, que no ano passado faturou US$ 325 bilhões. A balança comercial brasileira do setor fechou desfavorável mais uma vez no ano passado, com déficit de US$ 3,4 bilhões. A recorrên-cia deste cenário de insignificante participação global e dependência de importações fizeram o governo se mexer.Em abril do ano passado, medicamentos, fármacos e insu-mos estratégicos produzidos no País foram priorizados em compras públicas e passaram a ser adquiridos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com preços de 8% a 25% superiores aos dos demais, de acordo com a complexidade tecnológica e a importância de cada produto para o SUS.

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outra importante medida, anunciada alguns meses depois, foi a desoneração da folha de pagamento para os equipamentos médicos. Com o novo sistema, o recolhimento da contribuição patronal paga pelas empresas, equivalente a 20% de suas folhas, foi substituído pela incidência de alíquota, de 1% ou 2%, sobre as receitas brutas. mais recentemente, foram assinadas as parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDP).Estão em vigor atualmente 63 delas, que envolvem 15 labo-ratórios públicos e 35 privados para a produção nacional de 61 medicamentos e quatro equipamentos. De acordo com o diretor do Complexo industrial e inovação do ministério da Saúde (mS), Eduardo Jorge Valadares de oliveira, outras quatro PDPs para equipamentos estão sendo finalizadas. Segundo ele, durante o período de 2013 a 2017, as PDPs promoverão a compra de R$ 1,3 bilhão em produtos. as novas parcerias preveem a transferência de tecnologia para produção dos produtos. a maior parte desses itens é importada pelo mS e ofertada no SUS. Estima-se que essas parcerias resultem em uma economia anual aproximada de R$ 2,5 bilhões para o governo. Para Fraccaro, as PDPs podem contribuir bastante para a indústria, mas ele ressalta que normalmente este tipo de pro-jeto é um trabalho mais moroso. o último motivo que faz o setor de equipamentos médicos acreditar que o renascimento da indústria está em curso são os R$ 600 milhões para projetos de equipamentos hospitalares de empresas brasileiras que o governo está disponibilizando por meio de uma congregação de fundos do mS, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Finep. o gerente setorial do Complexo industrial da Saúde do BNDES, João Paulo Pieroni, afirmou que a expectativa é muito grande sobre esse programa. “Es-peramos que ele possa alavancar os investimentos em direção à inovação”, disse. maurício França, superintendente de tecnologia para o desenvolvimento social da Finep, explica que o programa como um todo possui R$3,6 bilhões para inovação em saúde, divididos entre as linhas temáticas priorizadas: equipamentos, materiais e dispositivos médicos; biofármacos, fármacos e medicamentos, telemedicina e telessaúde.

Uma dessas PDPs envolve a a Baxter e a a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotechnologia (He-mobrás). Em novembro de 2012, foi anunciado uma parceria exclusiva entre as empresas com o objetivo de proporcionar aos brasileiros maior acesso ao fator VIII recombinante (rFVIII) para o tratamento de hemofilia A – uma doença genética em que o corpo não produz a proteína de coagulação fator VIII em quantidade suficiente. Estima-se que mais de 10.000 pessoas no País vivam com hemofilia A e a grande maioria é tratada com FVIII derivado de plasma.Por meio da parceria, a Baxter fornecerá tratamento de Fator VIII recombinante no Brasil nos próximos 10 anos, enquanto ambas as empresas, Hemobrás e Baxter, trabalham em conjunto na transferência de tecnologia para dar suporte ao desenvolvimento da capacidade de produção local pela Hemobrás. Pro-curada pela reportagem da revista FH, a Baxter não quis comentar o assunto.

Valadares, MS: Durante o período de 2013 a 2017, as PDPs promoverão a compra de R$ 1,3 bilhão em produtos

Foto: Abimo/ Protec

Foto: Ricardo Benichio

Fraccaro, Abimo: “O governo percebeu que a saúde não é uma despesa, é um negócio. Ela movimenta 10% do PIB”

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Começa a 2ª edição do Estudo “Antes da TI, a Estratégia na Saúde”, que visa promover um levantamento sobre as reais motivações dos prestadores de saúde a investirem em TI, a � m de gerar informações que permitam estabelecer referências para os gestores do setor.

Como resultado dessa análise, a IT Mídia começará a desenvolver um conjunto de índices que poderão ser utilizados pelos gestores de TI para aprimorar seus planos de ação em busca de construir uma TI mais e� ciente. Para isso, convidamos você a participar dessa iniciativa contribuindo com as suas respostas e visão.

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o programa inova Saúde quer incentivar produtos que pos-sam substituir importações ou até mesmo romper barreiras tec-nológicas. apesar disso, o edital da concorrência exige que as empresas tenham faturamento anual mínimo de R$ 5 milhões. Este corte elimina de imediato cerca de 40% das empresas que atuam neste mercado, composto em sua maioria por micro, peque-nas e médias organizações. Fraccaro comemora a iniciativa, mas se diz preocupado com a operacionalização do programa e o efetivo acesso das empresas aos recursos, dada a burocracia exis-tente para a viabilização de um in-centivo financeiro como este. Por isso a associação pretende organi-zar uma reunião entre as empresas e representantes do BNDES e da Finep para sanar dúvidas sobre o programa e criar ânimo para os associados buscarem essa fonte de financiamento à inovação. Pieroni acredita que a grande pulverização das empresas e o tamanho delas sejam algumas das razões que dificultam a chegada do BNDES até essas companhias. o executivo também cobrou que os produtos oriundos dessa linha de financiamento façam jus a um processo acelerado de aprovação junto à anvisa e ao inmetro. “Com a anvisa, sei que vamos conse-guir. Com o inmetro, temos que adensar a discussão”, revelou. o presidente-executivo da abimo diz que todas as medidas vêm a colaborar para que os empresá-rios pensem que o Brasil está se organizando para ter uma indús-tria forte. mas ele também acha que ainda estamos longe disso. “Para que isso venha ocorrer, o governo, que detém mais de 60% do poder de compra, não tem de-monstrado nenhum planejamento para aquisição de produtos aqui fabricados, principalmente na área de equipamentos. as empresas es-tão sobrevivendo com pequenas compras específicas”, opinou.

Em 2012, o SEtoR DE EquiPamENtoS méDiCoS NaCioNal movimENtou CERCa DE R$ 14 BilhõES. o moNtaNtE REPRESENta aPENaS 2% DE toDo o mERCaDo muNDial Do gêNERo, quE No aNo PaSSaDo FatuRou uS$ 325 BilhõES

Foto: Abimo/ Protec

Pieroni, do BNDES: a grande pulverização das empresas e o tamanho delas são algumas das razões que dificultam a chegada do BNDES até essas companhias

Barbano, Anvisa: Questão regulatória precisa fazer parte do planejamento das empresas ao desenvolver novos produtos

Foto: Agência Brasil

Ele cobrou mais isonomia tributária entre os pro-dutos nacionais e importados. “a concorrência é muito desleal. o patamar de competitividade é muito diferenciado, chegando a ter diferença de 35% a 40% dependendo da cadeia de tributos”, re-clamou o executivo, referindo-se à possibilidade das instituições públicas de importar produtos e não pagarem tributos federais e estaduais.

*O 2º Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde (CIMES) é uma realização da Abimo e Protec.O evento ocorreu entre os dias 16 e 17 de abril em São Paulo

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O principal encontro dos líderes do setor de saúde do Brasil

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*Verena Souza | [email protected]

RegistRos eletRônicos de saúde integRados e consistentes análises de Big Data apontam paRa uma saúde com mais qualidade, agilidade e menoRes custos, mas paRa isso viRaR

Realidade, médicos e pacientes teRão de RompeR a baRReiRa da Resistência à tecnologia

engajaré preciso

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Para Paul grabs-cheid, da interSyste-ms, fazer as pessoas

usarem um novo sistema é, “de longe”,

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engajaré preciso

mesmo em um Brasil das emergên-cias superlotadas, da falta de leitos hospitalares, das disputas entre

prestadores, médicos e fontes pagadoras, e de uma infindável lista de percalços, a tecnologia olha para o que seria ideal, dese-jável e, quiçá, resolutivo. Portanto falar em projetos de Registros Eletrônicos de Saúde e aplicabilidade do “Big Data” na atualidade pode ser utópico para os críticos e o cami-nho do equilíbrio para os defensores.E é tentando mesmo arrumar a bagunça entre sistemas de informação de saúde que não se conversam em ambientes, na maio-ria das vezes, adversos, como é o caso do Brasil, que a norte-americana interSystems investe no conceito de Saúde Conectada, que consiste em compartilhar e integrar informações clínicas entre hospitais, clí-nicas, farmácias e laboratórios tanto no âmbito regional como nacional. “Sistemas de saúde são muito divididos e a maioria dos pacientes se trata em diferen-tes lugares. São várias pessoas, várias orga-nizações tentando fazer a coisa certa, mas ninguém conversa entre si. Um dos pontos cruciais para gente é continuar conectan-do sistemas de saúde com mais eficiência, para tê-los realmente integrados”, afirmou o vice-presidente de planejamento estra-tégico da interSystems, Paul Grabscheid, durante o Global Summit 2013, o maior encontro anual da companhia, realizado em abril deste ano na cidade de orlando, Flórida (EUa).a solução Healthshare é a plataforma que suporta o conceito da empresa no mun-do, pois completa sua linha de evolução tecnológica, contemplando funcionalida-des do robusto banco de dados Caché e do software Ensemble, que integra diferentes sistemas. Com escritório em 25 países e um faturamento global líquido de US$ 443 mi-lhões em 2012, o setor de saúde representa 85% da receita da interSystems e, no Brasil, essa importância chega a 60% sobre os nú-meros locais.Preparado para a troca de dados clínicos por múltiplas unidades e instituições, o Healthshare ainda encontra barreiras em mercados em amadurecimento, como o brasileiro, que possui, por exemplo, menos de 15% dos quase sete mil hospitais informa-tizados. Entretanto, segundo o CEo para a américa Latina, Carlos Eduardo Nogueira, o País deve evoluir rapidamente nos pró-ximos dois anos, ofertando novas oportu-

nidades, assim como o Chile, com projetos já concretizados por sua cultura de planejamen-to mais consolidada frente aos demais países latino-americanos. além de Brasil e Chile, outras apostas da compa-nhia são China e oriente médio, regiões chama-das por Grabscheid de “campos verdes”. “acho que existem duas partes para o mercado de Ti em saúde no mundo. Se pensarmos em lugares como os EUa e Europa ocidental, falamos em substituição. É muito difícil fazer coisas novas nesses lugares porque os sistemas já estão im-plementados. Se formos para outras partes, te-ríamos o que chamamos de “oportunidades de campos verdes”. Países focados em construir, de fato, um sistema de serviço de saúde”, afirma o vice-presidente, ressaltando que enquanto a China decide se vai construir 1.500 ou 2.000 hospitais, nos EUa talvez surjam cinco novos.

Rompendo baRReiRasUm dos termos mais mal definidos na opinião de Grabscheid é o conceito do Big Data, mas ao invés de encarar a constatação como algo negativo, ele acredita que é isso que o torna especial. “Eu penso no Big Data de várias for-mas diferentes. Uma delas está no uso de da-dos, geralmente, coletados ou produzidos para um propósito que acabam sendo usados para outro”, explica ao mencionar um exemplo do Google, que foi capaz de rastrear um surto de gripe que se espalhava em Boston mais rapida-mente do que as autoridades de saúde.as etapas para seu aproveitamento na saúde podem ser resumidas em capturar, ou seja, acessar e integrar todos os seus dados; compar-tilhar, envolver todos os pontos de atendimen-to; compreender, incluir análises avançadas; e agir, que consiste em conduzir ações com base

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em informações em tempo real.“Temos muitas informações a res-peito dos pacientes, de tratamentos, sintomas e não a usamos para en-tender a melhor forma de cuidar. isso porque parte dessa informação é desestruturada”, explica. aí está um dos grandes desafios do conceito, que sendo um banco para grandes massas de dados e pro-gramas de análise e visualização opera informações mistas – tanto estruturadas como provenientes de redes sociais, textos, entre ou-tros -, sob três condições ou “três Vs”: volume, velocidade e variedade.mesmo tido como promessa para uma assistência de melhor quali-dade e menores custos, há ainda aspectos a serem desenvolvidos para seu eficiente uso, conforme sinalizou o professor e presidente do Departamento de informática médica & Epidemiologia Clínica da

Chile: • Projeto, que engloba a saúde pública de todo o país, é parte do

Plano Estratégico de Saúde do Governo do Chile de 2010 a 2020 • 60% da população do Chile é atendida na atenção primária por

meio do sistema da InterSystems (cerca de 9 milhões de pessoas)• 50% dos postos utilizam o prontuário eletrônico• Informatização dos hospitais é a nova etapa em andamento

Brasil: • Maior projeto de informatização pública da InterSystems; com

início em 2008 • 19 mil usuários entre médicos, enfermeiras e agentes de saúde• 4 milhões de cidadãos atendidos pelo novo sistema• 63 centros de saúde, 17 hospitais, 17 laboratórios e 4 UPAS• Redução de 40% no gasto de medicamento • Redução de 50% nos pedidos de exames

oregon Health & Scin-ce University, William

Hersh. São eles: privacida-de e confidencialidade, alto

custo, necessidade de mão de obra técnica, com conhecimento de Business

intelligence (Bi), por exemplo, e necessidade de in-fraestrutura de interoperabilidade. apesar das barreiras, o aspecto fundamental para que os benefícios - como diagnósticos mais precisos e atendimentos mais ágeis - sejam sentidos, está no comprometimento dos médicos e demais profis-sionais ao preencherem os dados dos pacientes no sistema enquanto desempenham suas atividades diárias. Uma inserção correta sobre a dosagem e periodicidade de uma medicação é responsável, por exemplo, pelo lembrete enviado ao paciente via SmS para que ele não se esqueça de cumprir as orientações.Para Grabscheid este é o maior desafio. “Um sof-tware no computador é a parte fácil. Conectá-lo a outros softwares já existentes é um pouco mais complicado, mas fazer as pessoas usarem o novo sistema é, de longe, o mais difícil. E não é possível fazer nada apenas colocando-as em uma sala e mostrando como se faz. Você precisa acompanhá--las na prática. Seria interessante conseguir uma semana com cada médico para treiná-lo, mas eles não têm uma semana, nem outro médico para substituí-lo”, lamenta.Para ele, a tecnologia está conseguindo infor-mações mais estruturadas na medicina, mas os

médicos são resistentes a isso. “Eles não querem sentar e perder tempo inserindo informações em um computador. muitos médicos estão acos-tumados a tomar notas. os sistemas estão sendo aprimorados para agilizar o processo de inserção de informação, porque a maioria deles acaba não usando ou usando mal”, conta. o comportamento indisciplinado, na maior parte das vezes, também dos pacientes em relação às re-comendações do médico é outro obstáculo aponta-do pelo executivo, que enxerga a tecnologia como apenas uma facilitadora para que a comunicação efetiva aconteça, mas totalmente dependente do engajamento de ambos. os profissionais mais jovens, segundo ele, mostram--se mais confortáveis com a comunicação eletrônica e diferentes formas de trabalhar, o que sugere uma tendência promissora nesse aspecto. mesmo com as barreiras culturais, ditas como as maio-res para o líder da interSystems, os médicos do futuro irão, sim, interagir frequentemente com os sistemas por meio dos dispositivos móveis que já invadiram o cotidiano. mas o que irá acontecer com os pacientes ainda é um pouco mais nebuloso para ele. “Quando eu converso com as pessoas, elas estão insatisfeitas, existem mais coisas que gostariam de fazer, mais informações que gostariam de ter, mais acesso aos médicos”, alerta, dizendo que o Reino Unido começou a traçar ações para que o paciente possa ter mais po-der de escolha, ou seja, ser visto como um verdadeiro consumidor. “acho que veremos mais iniciativas in-teressantes como esta.”

* A jornalista viajou a convite da InterSystems para o Global Summit (EUA)

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Evento: 23º. Congresso ECCMID

Data: 26 a 30 de abril de 2013

Local: Berlim (Alemanha)

Carmen Oplustil, diretora da Formato Clí-nico-projetos em Medicina Diagnóstica

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Sócia e fundadora da Formato Clínico, Carmen Oplustil, esteve em Berlim, na Alemanha, para sua 7° participação no 23° Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Infectologia. Veja como foi a viagem

ONDE COMER...A comida em geral é convida-tiva. Difícil ficar sem provar uma boa salsicha preparada ao modo alemão. Existem muitos restaurantes em várias partes da cidade como no bairro Unter Den Liden. E quem gosta de cerveja, com certeza vai se deliciar. Os vi-nhos são muito bons também. Não deixem de experimentar.

ONDE COMpRaR...Berlim possui grandes lojas de departamen-tos, a mais importante é a KaDeWe, que pare-ce a galeria Lafayette. Mas para quem gosta de se surpreender é bom caminhar pelas ruas como a Kurfurstendamm (muito chique).

vaLE a pENa...Você tem que passear pela região onde está o portão de Brandenburgo, conhecida como Unter den Linden, e aproveitar para conhecer o memorial do Holocausto construído em 2003 para homenagear os judeus mortos pelos nazitas. É impressionan-te caminhar no meio dele.

Existe uma região chamada a ilha dos museus, cercada pelo Rio Spree e que concentra museus maravilhosos. Se tiver pouco tempo, o Neues Museum é imperdível, onde existe uma coleção do Egito muito interes-sante em que a peça principal é a escultura de Nefertiti.

IMpRESSÕES DO EvENTO... O congresso reúne médicos e outros profissionais da área de Microbiolo-gia e Infectologia de diversos países e é sempre realizado em importantes cidades da Europa. Este ano partici-param cerca de 8 mil profissionais de 45 países. O número de brasileiros participantes este ano foram 189 profissionais. É um congresso interessante para ver as tendências para a área de diagnós-tico de doenças infecciosas. Muito do que se vê é rapidamente experimen-tado no mercado europeu e demora um pouco para ser utilizado nos EUA e Brasil devido às regulações do mer-cado interno.

COMO FOI...Este ano as novidades estão todas ligadas a novas tecnologias auto-matizadas para os laboratórios de Mi-crobiologia, que por tradição sempre foram extremamente manuais, mas o diagnóstico de algumas doenças infecciosas tem evoluído, nos últimos anos, para a biologia molecular. Isso vai fazer com que o laboratório seja mais eficiente e os diagnósticos mais rápidos do que têm sido até hoje.

a CIDaDE...Berlim é uma cidade de contrastes. Há 14 anos a cidade esta-va dividida por um muro. Muitos prédios foram reconstru-ídos depois da segunda guerra e muitos ainda preservam o lado duro e quadrado da arquitetura oriental. Passeando pela cidade ainda restam pedaços do muro.

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Vai viajar e participar de algum evento na área da Saúde? Envie sua sugestão para [email protected]

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MAIO 2013 REVISTAFH.COM.BR

UTI PEDIÁTRICA

Com o objetivo de esclarecer e apresentar a prática na UTI pediátrica, o livro - planejado pela equipe da disciplina de Medicina Intensiva e Emergências Pediátricas da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) -, aborda o conhecimento necessário para que o trabalho nesse setor e nos de emergência possa ser exercido de maneira segura e rápida em relação ao conhecimento técnico e aos aspectos humanos do atendimento às crianças enfermas.

Editora: Guanabara Koogan Autor: José Roberto Fioretto Editores associados: Rossano Cesar Bonatto, Mário Ferreira Carpi, Sandra Mara Queiroz Ricchetti e Marcos Aurélio de MoraesNúmero de páginas: 396Preço: Versão impressa: R$ 89Versão eletrônica: R$ 62

JÚLIO CÉSAR CEO Na obra, o autor vê no personagem o arquétipo do diretor executivo. Para mostrar como figuras históricas também podem orientar os gestores dos dias de hoje, ele foca seis princípios do imperador: visão e estratégia; decisão e ação; negociação e persuasão; táticas e técnicas; proposição de valor; e comunicação e motivação. O livro traz 92 lições aplicadas por Júlio César para vencer desafios que, segundo o autor, permanecem estratégias dinâmicas para qualquer líder. Autor: Alan AxelrodEditora: Campus/ElsevierNúmero de páginas: 232Preço: R$ 59,90

Analice Bonatto | [email protected]

A ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA (SPDM), EM PARCERIA COM A INTERFARMA, LANÇA O LIVRO “A SAÚDE NO BRASIL EM 2021”. A OBRA REÚNE AS PALESTRAS DO FÓRUM INTERNACIONAL “SAÚDE EM 2021”, REALIZADO PELA SPDM EM 2011. O PRESIDENTE DA SPDM RUBENS BELFORT JR. FALOU SOBRE AS PRINCIPAIS IDEIAS DO LIVRO E ADIANTOU QUE DESEJA REPETIR O EVENTO DAQUI A CINCO ANOS.

BOALEITURA

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Por que é importante que os estudantes e profissionais de saúde leiam o livro? Rubens Belfort Jr. : É um livro para todos os interessados que buscam entender como estará a saúde em 2021: gestores, médicos e, principalmente, educadores e cientistas da área. O livro é interessante, ao contrário de outras obras que traz apenas a parte acadêmica, porque tem ao lado de acadêmicos e estudiosos muitas pessoas com grande experiência na assistência e na gestão.

O livro trata da formação, do papel dos médicos e também dos diferentes profissionais da saúde, além de tratar do cenário econômico do Brasil. O que é possível fazer hoje que pode influenciar o atendimento à saúde no Brasil no futuro?Belfort Jr.: Uma das coisas mais importantes para se preparar um futuro melhor é a formação adequada dos recursos humanos. O simpósio e o livro começaram com questões sobre as funções e o ambiente de trabalho do calouro de medicina que ingressará no mercado em 2021. Não sabemos como será esse cenário, mas a falta de discussão nos ajuda a produzir profissionais inadequados.

Quais os principais desafios da próxima década? E qual o provável cenário econômico do Brasil para este profissional em 2021? Belfort Jr.: Provavelmente será um cenário com maior inserção de setores marginalizados exigindo assistência médica. Isso faz com que a chamada classe C tenha uma participação muito maior nesse sistema e exija medicamentos mais caros e procedimentos mais complexos. Um dos muitos exemplos disso é a cirurgia de obesidade. Esse é um cenário provável, mas é certo que teremos uma população muito mais idosa exigindo cuidados longos e complexos. São vários cenários e a necessidade de se adequar os recursos existentes a essas demandas. Além disso, é preciso usar os recursos humanos de forma adequada, porque saúde é basicamente recursos humanos. E a formação hoje é ruim e essa é uma das razões do sistema de saúde não funcionar. Os alunos são preparados para uma realidade diferente e não têm as habilidades necessárias recebidas na graduação.

Como avaliam os desafios futuros dos hospitais?Belfort Jr :Há cerca de 40 anos, o ideal da saúde era o hospital. Hoje os hospitais de certa maneira se ‘desospitalizaram’. Os mais modernos se parecem cada vez menos com o hospital clássico de antigamente, porque ele chega à comunidade e o paciente já é atendido em postos satélites, ou seja, passa por um processo enorme de mudanças.

Autor: Vários. A obra é organizada pela SPDM em parceria pela Interfarma.

Editora: Cultura Acadêmica

Número de páginas: 325

Preço: gratuito. Disponível para download em:

www.spdm.org.br/site/pt/noticias/367-spdm-e-interfarma-lancam-livro-sobre-a-medicina-no-brasil-em-2021.html

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destaquesdo mês

Fácil de instalar A Agfa traz ao mercado o CR 10-X, impressora digital compacta considerada ideal para am-bientes descentralizados de radiologia. Ela funciona como uma auxiliar aos equipamentos de raio-x digital. Pode ser usado por clínicas de pequeno porte que queiram migrar para o mundo digital. Robusto, o produto é indicado para a instalação em unidades móveis. Conec-tado a uma estação NX, o CR 10-X oferece uma resolução de 100 m e capacidade de leitura de 34 imagens por hora em formato 35x43cm.www.agfahealthcare.com

PlataForma móvelO Discovery IGS 730, da GE, traz tecnologia exclusiva de angiografia ao mercado de radiologia intervencionista. Com a mesma potência em aqui-sição de imagens de um equipamento fixo, possui plataforma móvel que se movimenta em trajetórias pré-definidas durante a cirurgia, guiada por uma tecnologia à laser. Utilizado nas áreas endovascular, neurológica e cardiovascular, o produto é indicado para uso em sala híbrida.

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tecnologia Flat Panel (FdP)A família de mamógrafos digitais AMULET, lançada pela Fujifilm, foi desenvolvida para atender a todos os serviços de radiodiagnóstico. As novas versões AMULET f e AMULET s agregam funcionalidades devido à tecnologia Flat Panel (FDP) de Selênio Amorfo de dupla camada e conversão direta. Além disso, também merece destaque a ergonomia dos equi-pamentos que oferecem conforto aos pacientes e facilidade de operação aos radiologistas. www.fujifilm.com

Entre os dias 2 e 5 de maio, São Paulo recebeu a Jornada Paulista de Radiologia, congresso anual realizado pela Sociedade Paulista de Radiologia. Nele, os fabricantes de equipamentos e produtos para diagnóstico por imagem apresentam os lançamentos para o mercado brasileiro e latino-americano. A revista FH selecionou algumas novidades deste ano, confira.

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desemPenho seguroO RX840-MG, da EIZO, é um monitor com tela de 36,4 polegadas e 8MP de resolução (4096 x 2160), voltado prin-cipalmente para a exibição de imagens de alta performance em mamografia e radiologia em geral. O monitor am-plia a possibilidade de uso do PACs na medida em que permite a exibição de imagens coloridas ou monocromáticas dentro de uma mesma aplicação. Além disso, conta com sensor de presença que o faz entrar em modo de descanso ao detectar que o usuário se distanciou e a operar quando ele retorna.

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diagnóstico PrecoceO Primovist®(gadoxetato dissódico), lançado pela Bayer, é o primeiro meio de contraste para ressonân-cia magnética específico para o fígado. Essa abor-dagem possibilita identificar doenças relacionadas ao órgão, permitindo diagnóstico mais precoce e preciso. Diferente dos demais contrastes, ele é ab-sorvido em cerca de 50% da dose administrada pelo hepatócito (célula principal do fígado), aumentando a sensibilidade para a detecção de lesões.

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radiologia PediátricaO detector DRX 2530C, da Carestream, possui um formato menor de 25 cm x 30 cm. O produto foi desenvolvido para oferecer alta eficiência para exa-mes sensíveis à dose, como é caso da radiologia pediátrica, uma vez que as crianças são muito mais sensíveis à radiação do que os adultos. O produto aguarda registro da Anvisa no Brasil.

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tecnologia de PontaDesenvolvido pela Siemens, o SO-MATOM Perspective é um scanner de tomografia computadorizada disponível nas configurações de 64 e 128 cortes. Ele apresenta van-tagens como a rápida instalação e baixo consumo de energia. O equipamento na configuração de 64 cortes é ideal para ambientes ambulatoriais e hospitais de pe-queno e médio porte.www.siemens.com/entry/br/pt/

transmissão instantâneaO Micro Capture OP-1, da Canon, é um micros-cópio digital portátil sem fio que amplia os ob-jetos em até 400 vezes o tamanho original. O equipamento foi desenvolvido para captar as imagens e transmiti-las instantaneamente, via wireless, para iPhones, iPads e iPods. O equipa-mento ainda não está disponível para venda.

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KG3” a 5” capacidade até 100KgFUTURAFabricado em nylon poliamida 6.0, com fibra de vidro, possui força mecânica máxima. Além de sua superfície anti-corrosão, estes rodízios são resistentes a esterilização em altas temperaturas. Os garfos, rodas e calotas possuem a mesma cor, o que proporciona ao rodízio um design contemporâneo.

KG4” a 6” capacidade até 130KgEVOLUTIONFabricado em nylon poliamida 6.0, com fibra de vidro, apresenta força e capacidade de carga superior para uma movimentação contínua. Com design contemporâneo, proporcionam rodagem silenciosa e são recomendados para qualquer tipo de ambiente.

KG5” a 8” capacidade até 150KgEVIDENCEFabricado com estrutura interna em aço revestido por peças injetadas para diminuir a entrada de poeira e facilitar a limpeza. Ótima proteção ao piso com baixo ruído no deslocamento e excelente resistência a abrasão e impactos. Possui sistema de freio moderno de fácil acionamento com dois pedais.

KG4” capacidade até 80KgAGILEFabricado com nylon 6 injetado, disponível nas cores azul, cinza, gelo e verde. São ideais para equipamentos hospitalares onde são importantes o design, a segurança e a higiene, já que sua capa protege a entrada de poeira. Proporcionam rodagem macia e silenciosa, ótima proteção ao piso, excelente resistência química, ao desgaste e aos impactos, resultando em ótima relação custo benefício. Design, higiene e segurança em um só rodízio!

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CERTIFICAÇÕESDesde 2004, a Hospclean mantém o Sistema de Gestão de Qualidade, tendo como referencia tecnica o Manual de Processamento de Roupas de Serviços de Saúde editado pela ANVISA.

Em 2008 adotou a NBR ISO 9001:2008 no seu processo de Gestão da Qualidade.

Em março de 2009, a Hospclean teve seu Sistema de Gestão da Qualidade Certificado ISO 9001:2008, através da Certificadora DNV - Det Norske Veritas.

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PRESIDENTE EXECUTIVO ADELSON DE SOUSA • [email protected]

VICE -PRESIDENTE EXECUTIVOMIGUEL PETRILLI • [email protected]

DIRETOR EXECUTIVO DE RECURSOS E FINANÇASJOÃO PAULO COLOMBO • [email protected]

DIRETORA EXECUTIVA EDITORIALSTELA LACHTERMACHER • [email protected]

GERENTE ADMINISTRATIVA E OPERAÇÕESEmanuela Araújo

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GERENTE FINANCEIRO Marcos Lopes

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COMO RECEBER REVISTA FHwww.revistafh.com.br/assinar

CENTRAL DE ATENDIMENTO AO [email protected]

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COMO [email protected] | Tel.: (11) 3823.6600

Rio de Janeiro: Sidney Lobato • [email protected](21) 2565-6113 – (21) 8838-2648

USA: Huson International Media

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Europa: Huson International Media

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MIGUEL PETRILLIVice -presidente [email protected]

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REVISTA FHA revista FH é uma publicação mensal dirigida

ao setor médico-hospitalar.Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território

nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitorespreviamente qualificados.

As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso,

recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação.

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material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente.

Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou

total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.

MARIA CAROLINA BURITIEditora de Saúde

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BRUNO CAVINIProdutor de Arte e Ví[email protected]

VERENA SOUZAEditora Adjunta de Saú[email protected]

THAIA DUÓRepórter de Saúde

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ANDRÉ CAVALLIGerente Executivo de Vendas

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RODRIGO MORAISExecutivo de Contas

[email protected](11) 99655-6413

CONSELHO EDITORIAL REVISTA FHCláudio Giulliano A. da Costa • Diretor comercial para OPME da Bionexo

Gonzalo Vecina Neto • Superintendente corporativo do Hospital Sírio-LibanêsJoão Carlos Bross • Superintendente da Bross Consultoria e Arquitetura

Osvino Souza • Professor e Pesquisador da Fundação Dom CabralPaulo Marcos Senra Souza • Diretor da Amil

Sérgio Lopez Bento • Diretor técnico da Planisa

GABRIELA MARCONDESGerente de Negócios

[email protected](11) 97144-2543

FRANCISCO YUKIO PORRINO

Editor de Arte e Ví[email protected]

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STELA LACHTERMACHERDiretora Executiva [email protected]

GABY LOAYZAGerente deEstudos e Análises [email protected]

GABRIELA VICARIGerente de Marketing Comunicaçã[email protected]

ERIC OUCHIGerente de Marketing [email protected]

EMERSON MORAESGerente deMarketing Fó[email protected]

MÁRCIO LIMAGerente de Relacionamento com [email protected]

ANDRÉ CAVALLIGerente Executivo de Vendas

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RODRIGO MORAISExecutivo de Contas

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SUELLEN MARQUESExecutiva de [email protected](11) 99639-7527

DANIELLA IGLESIASExecutiva de [email protected](11) 97144-2542

CRISTIANE GOMESGerente de Marketing [email protected]

GABRIELA MARCONDESGerente de Negócios

[email protected](11) 97144-2543

MARCELO MALZONI BARRETOGerente Comercial de Saú[email protected]

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Stela LachtermacherDiretora Editorial IT Mídia

Foto: Magdalena Gutierrez

A QUEM PERTENCE OS DADOS DO PACIENTE?A resposta a esta pergunta parece óbvia: ao pacien-te, é claro. Mas, na prática, não é o que acontece. A anamnese é mantida na ficha do paciente, seja esta analógica ou digital, e passa a fazer parte do banco de dados do consultório, clínica ou hospital, de tal forma que cada novo profissional de saúde consultado parte do zero ou, no máximo, do his-tórico relatado pelo próprio paciente e de exames realizados anteriormente. Este é, justamente, um dos desafios do e-Saude, conforme matéria de co-bertura do IT Mídia debate realizado em abril, que discutiu o trâmite das informações entre o público e o privado, e vice e versa. “Só o paciente organizado, reclamando da sua falta de direito de possuir seus dados médicos é que vai fazer diferença”, defendeu Rubens Belfot Júnior, presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina e professor da Escola Paulista de Medicina. E acrescentou que o paciente é o ator principal deste processo ao que André Luiz Almeida, diretor técnico do departa-mento de Saúde da secretaria estadual de saúde de São Paulo fez coro dizendo que o cidadão precisa entender que a posse da informação é dele, “só nos compete a guarda”.A questão do histórico deve ser vista também sob

um outro ângulo que é o de eventuais ocorrências em que o paciente esteja envolvido e que, por al-gum motivo, como no caso de um acidente, não tenha condições de passar informações impor-tantes de seu histórico para a equipe médica que o atende naquele momento. Alguns temas hoje muito em voga na área de TI também têm tudo a ver com esta discussão de mobilidade e big data. A mobilidade é o que vai permitir, por exemplo, o acesso ao histórico do paciente de qualquer lugar e a qualquer hora, quando isso pode ser definitivo para a prestação de socorro. Quanto ao big data, o conceito envolve a coleta e armazenamento de dados e sua organização, de tal forma que este dado solto seja transformado em informação efetiva agre-gando eficiência ao processo e eficácia ao resultado. Mesmo considerando que o paciente tem todo o direto de requerer e mesmo exigir o acesso a suas informações é importante que, consciente disso, os elos da cadeia de saúde, quer pública ou privada, atuem neste sentido em busca da melhor solução para o setor. Alguns exemplos do que pode ser feito já estão em prática e a questão agora está em unificar esta linguagem tendo como foco o elo chave que é o próprio paciente.

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A área de Direito Regulatório do escritório tem forte atuação na área da saúde, tanto em questões consultivas e preventivas quanto contenciosas. Com atuação direta perante os órgãos reguladores do setor (entre eles ANS e ANVISA), o escritório conta com uma assessoria especializada para a gestão de operadoras e seguradoras de planos privados de assistência à saúde, bem como hospitais e laboratórios de diagnose e terapia. Atuação direta em questões societárias e contratuais (análise e elaboração de contratos em geral), tanto em atos do dia a dia dos clientes quanto em operações especí�cas e estruturadas, que demandam uma expertise diferenciada.

Salusse Marangoni Advogados possui duas décadas de experiência com o mais elevado reconhecimento da comunidade empresarial, e atua também nas seguintes áreas do Direito:

ÁREAS DE ATUAÇÃO

- Administrativo

- Arbitragem

- Civil e Contencioso

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- Consumidor

- Contratual

- Família e Sucessões

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